1. Autora: Karla Maria Marques Peixoto
Orientadora: Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin
2. Objetivo do nosso trabalho é trazer uma das
etapas de uma sequência didática para a
apropriação do gênero tirinha. O foco dessa etapa
é uma aula comunicativa de leitura em Cicurel
(1991), Leurquin (2001) e Braggio (1992), tendo
como entrada no gênero a noção de contexto de
produção em Bronckart (1999).
3. Definição de Sequência didática - Dolz,
Schneuwly , (2001)
Modelo sociopsicolinguístico de leitura Cicurel
(1991), Leurquin (2001) e Braggio (1992),
As etapas de uma aula comunicativa de leitura -
Cicurel (1991)
Apresentação das atividades de leitura
4. Envolve ações planejadas para resolução de
problemas relacionados ao uso da língua nas
diversas situações de comunicação.
Apresenta uma série de atividades e exercícios
que seguem uma ordem gradual em busca da
resolução progressiva de dificuldades dos alunos
e que facilita a tomada de consciência das
características linguísticas dos textos estudados.
Têm os gêneros como um megainstrumento de
ensino e aprendizagem.
5.
6. 1. Apresentação da situação: o professor deve
contextualizar a situação. Ele fala sobre o gênero
que será produzido, seu propósito comunicacional,
seu contexto de produção.
2. Produção inicial: constituída da prática da
produção do texto.
3. Os problemas detectados no momento da correção
serão alvos na elaboração dos módulos.
4. Produção final:o aluno deve realizar sozinho o que
antes realizava com o apoio do professor.
7. A construção de sentido do texto não acontece
apenas entre leitor-autor do texto, mas também
através dos sujeitos envolvidos no evento de
leitura (professores e alunos) na construção de
novos sentidos.
8. O texto é um espaço de interação construído
coletivamente através do debate em sala de aula.
O leitor utiliza-se da leitura para compreender a
sua realidade em uma perspectiva de
transformação social que também é construída
coletivamente.
O formador de leitores atua como um mediador
desse processo.
9. Para Goodman (1980) o processo de leitura
transforma o leitor e o documento lido, uma vez
que o significado é sempre uma relação entre o
texto e o contexto (sócio-hitórico-cultural).
Portanto, qualquer evento de leitura deve ser
percebido em uma perspectiva pessoal, social,
histórica e cultural.
10. Braggio (1991) amplia esse modelo sugerido por
Goodman, na medida em que sente nas
propostas a ausência de uma concepção mais
fundamentada sobre a linguagem escrita como
um instrumento formador da consciência do
homem. Para a autora, é necessário formarmos
leitores críticos, capazes de pensar, de refletir e
de atuar sobre a realidade como agente sócio-
histórico.
11. Segundo Cicurel (1991), a aula de leitura deve ser
planejada a partir de etapas que cumprem
objetivos diferentes. Essas etapas auxiliam ao
professor na mediação do processo de leitura em
situação de sala de aula.
12. Orientar e ativar os conhecimentos prévios do
leitor;
Observar e antecipar o conteúdo do texto;
Ler com objetivo e reagir ao texto ou religar os
conhecimentos. (atividade)
Religar os conhecimentos pra que eles possam
ter interpretações além do texto.
13. Para Bronckart, o contexto de produção pode ser
definido como “o conjunto dos parâmetros que exercem
influência sobre a forma como um texto está organizado.
(...) Esses parâmetros estão reagrupados em dois
conjuntos: mundo físico e mundo social-subjetivo”
(BRONCKART, 1999: 93).
14. Se a linguagem é dependente do contexto, também se
pode dizer que o contexto é dependente da linguagem
na medida em que é por ela criado. Trata-se, pois, de
uma relação de interdependência. Uma relação
dinâmica e dinamizadora: o discurso e o contexto não
são objetos estáveis, são processos entre os quais se
estabelece uma interação construtiva (FONSECA, 1992:
136).
18. 1ª Etapa: Orientar e ativar os conhecimentos
prévios do leitor
2ª Etapa: Observar e antecipar o conteúdo do texto
É necessário, primeiramente, que o professor
situe os alunos com relação ao texto, realizando
algumas perguntas, por exemplo:
19. Conhecem o gênero?
Conhecem o autor e os personagens?
Já viram algum outro texto deste mesmo autor?
Onde normalmente esse gênero circula?
20. Essa tirinha faz parte da série de trabalhos realizados pelo cartunista, que
têm como personagens principais os dois velhos hippies Wood e Stock. Os
dois viveram a sua juventude baseados em valores disseminados pelo
movimento hippie. Muito do conteúdo humorístico de suas tirinhas é devido
ao fato de serem dois velhos que não abandonaram alguns costumes e
práticas atribuídos pelo senso comum a essa geração, como: o uso
exagerado de drogas e o sexo sem compromisso.
21. O Calvin é um menino americano de classe média que mora com o pai e a
mãe. Ele se sente muito sozinho e ameniza um pouco desse sentimento
com o seu amigo imaginário e companheiro de aventuras,Haroldo,um tigre
de pelúcia. Essa série de Bill Watterson questiona alguns costumes do
conhecido “American Way of Life”.
22.
23. 3ª Etapa: Ler com objetivo e reagir ao texto ou
religar os conhecimentos.
Quem os produz?
Quem, normalmente, os lê?
Qual o objetivo das tiras?
O que as tiras têm em comum em relação ao
conteúdo temático?
Por que elas possuem um caráter humorístico?
Qual a diferença do contexto socio-histórico
apresentado nas duas tiras?
24. Qual o sentido da palavra “viajando” na primeira
tira?
O que o leva a pensar que ela carrega esse
sentido?
Na sua opinião, qual a compreensão que o pai do
Calvin tem da narrativa empreendida?
25. 4ª Etapa Religar os conhecimentos pra que eles
possam ter interpretações além do texto.
O que as tiras possuem em comum?
O que as diferencia?
Por que o contexto socio-histórico apresentado
nas tiras é importante para a sua interpretação?
26. BRAGGIO, Silvia Bigonjal. Leitura e alfabetização: da
concepção mecanicista à sociopsicolingüística. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1992.
BRONCKART, Jean Paul. Atividade de linguagem, textos e
discursos: por um interacionismo sócio-discursivo . São
Paulo, EDUC, 1999.
______________________e MACHADO, A.R. 2004 a. Procedimentos
de análise de textos sobre o trabalho educacional. In: A.R.
MACHADO (org.), O ensino como trabalho: uma abordagem
discursiva. Londrina, EDUEL, p. 131-163.
27. _______________________. O agir nos discursos: das concepções
teóricas às concepções dos trabalhadores ; trad. Anna Rachel
Machado. Campinas: Mercado das Letras, 2008
CICUREL, Francine. Lecture interative en langue étrangère.
Paris, Hachette, 1991.
LEURQUIN, Eulália Vera Lúcia Fraga. Contrato de comunicação
e concepções de leitura na prática pedagógica de língua
portuguesa. Universidade do Rio Grande do Norte. Tese de
doutorado, 2001.
FONSECA, Fernanda Irene. Deixis, tempo e narração . Porto,
Editora: Fundação Eng. António de Almeida, 1992.