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SHERLOCK & STARK
Notas Introdutórias:
Esta história se passa no período posterior à aventura “O Problema Final” dos livros, ao
suposto final do filme “Sherlock Holmes 2 – Jogo de Sombras”, sem necessariamente seguir seu
tempo,e ao fim do último episódio da 2ª Temporada de “Sherlock”, a série americana da BBC.
Dedicatória
Este livro é dedicado e escrito somente a uma pessoa. Caique, espero que desfrute e goste do
seu segundo presente de aniversário: Seu próprio e único conto Sherlockiano. Desculpe os
possíveis erros ortográficos, e desculpe-me principalmente se a história lhe chatear... Foi
somente mais uma tentativa de lhe mostrar o que quero que veja em mim.
Karol Holmes
P.S.: A ideia de me inspirar pensando em elefantes voadores não funcionou.
P.P.S: Acho que Sir. Arthur Conan Doyle ficaria realmente nervoso comigo.
P.P.P.S: Te desafio a achar todas as brincadeiras que fiz com as histórias originais e até mesmo
o real.
Capítulo 1
Londres já não tinha mais sentido. Nem mesmo o 221B Baker Street tinha seus mesmos
ares de quando ali habitava o homem mais inteligente e perspicaz que o mundo teve a
honra de conhecer. Meu amigo. Meu herói. Sherlock estava morto, e eu vira acontecer.
Lembro-me de como fora... Pesadelos ainda me atormentam com tais lembranças. Sua cabeça,
esmagada de um lado pelo baque da queda. Os olhos frios e sem vida. O jovial coração que
sempre batera fortemente, ali estava silencioso. A tenebrosa
manhã que o mundo perdeu a mente mais brilhante de toda
a Inglaterra. E Mycroft... Ah, Mycroft. Aquele a quem eu jurei
matar. O irmão que entregara a vida do irmão.
A
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-John, meu querido... Se ficar desta maneira por mais tempo, por Deus, vou julgá-lo
como morto. – disse a Sra. Hudson, que entrara na sala, onde eu jazia sentado em minha
poltrona.
Sra. Hudson, após a morte de Sherlock, usara a desculpa de que eu precisaria de
cuidados redobrados pelo choque de tê-lo perdido, para que não tivesse de passar pela tortura
de rever o lugar onde Sherlock largara tantas marcas, e deixando Baker Street aos cuidados de
um enteado, viera morar em minha casa, onde vivia sozinho.Ela falava pouco, e estava muito
abatida, olheiras arroxeadas sob seus olhos denunciavam suas noites em claro com maus
sonhos, e sempre que só, cochixava consigo mesma “Oh meu garoto, meu Sherlock...”.
Eu morava em um pequeno
apartamento muito distante de minha
antiga residência. Jamais tive coragem
sequer de entrar no 221B, visita-lo
novamente, pegar minhas coisas de volta
ou retomar minha vida como se nada
tivesse acontecido. Não, era impossível.
Tinha a sensação de que num surto raivoso,
quebraria tudo e por fim acabaria me
ferindo. O sentimento de ódio quando combinado à tristeza, tinha proporções desastrosas.
Portanto, aquele apartamento continuara intocado. Só soube mais tarde que Mycroft como
última homenagem ao irmão (e talvez como ato de redenção pela própria covardia e erro que
cometera) mandara que empregados mantivessem o local limpo como se houvessem
habitantes ali. Tudo estava sendo preservado, mas nada tinha graça.
Após mudar-me, recebi um convite para voltar trabalhar em um hospital ali próximo
onde antigamente eu já trabalhara, sendo que adiei a resposta por dois meses, até que me vi
quase a beira da falência com meu “salário militar mal pago”, e acabei por voltar a praticar a
medicina.
-Obrigado, Sra. Hudson... –falei inconsciente do que ela havia dito. –Vou me arrumar.
Tenho consulta para hoje, pela manhã...
Levantei-me e fui até meu quarto. Vesti meu casaco, e peguei minha antiga bengala. A
dor na perna retornara há um tempo, e desde então eu voltara a usar minha velha
companheira. Peguei meu celular, ainda com esperanças de achar um milagroso SMS assinado
-SH, mas ali nada havia. Guardei-o no bolso interno do casaco e dirigi-me ao pequeno hall.
-ORA, MAS QUE DIAB....
-John?? John, o que está acontecendo? JOHN? – gritou Sra. Hudson.
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Na porta de meu hall de entrada havia, embolada a um monte de cobertores, uma
criança completamente ensanguentada. Inconsciente.
-Meu Deus, John! O que é isso?
-Eu que lhe pergunto! Ajude-me aqui, ela está muito ferida.
Tomei a criança nos braços e levei-a ao sofá. Após coloca-la deitada, de imediato tomei
seu pulso, que bombeava freneticamente. Provavelmente desmaiara de exaustão. Havia vários
cortes em seu rosto, no peito um rasgo que chegava até três dedos acima do umbigo. E seu
ombro esquerdo tinha o que parecia ser uma ferida causada por um tiro.
Apavorado, tentei reanima-la, mas de nada adiantou. Tomei-a no colo novamente
então, e decidido, sai pela rua em plena correria para levá-la ao hospital onde poderia tratar os
ferimentos com mais agilidade e eficácia. Esqueci-me até mesmo de Sra. Hudson que acabara
ficando para trás.
-Dr. Watson? Mas o que está acontecendo?
Ao entrar pela grande porta de vidro, deparei-me com Sara, a enfermeira que estava sempre
ali na recepção, trabalhando junto com Nicolas, um jovem que estava em seus primeiros anos
de medicina. Nick de imediato veio me ajudar, mas Sara ainda postava-se chocada me
observando. Colocamos a criança em uma maca emergencial e levei-a à sala de cirurgia.
-O que vejo no ombro é um tiro, Dr. Watson? – perguntou Nick, arregalando os olhos.
–Um tiro no ombro de uma criança?
-Veremos isso agora, Nicolas. Ajude-me, limpe os ferimentos enquanto cuido do
ombro.
Para limpar os ferimentos, retirei-lhe os farrapos que vestia, e descobri que se tratava
de uma jovem garota, e não uma criança. O fato de estar vestida com trajes extremamente
largos para o seu tamanho, deu-me a ilusão de que se tratava de uma criança. Aquela pequena
moça deveria ter seus 15 anos mantendo a aparência de uma jovenzinha de 13.
Assim que lhe retirei a jaqueta, que mais parecia um enorme sobretudo azul escuro,
encontrei o que já fora um belo colete verde esmeralda, que agora estava em frangalhos. Ao
pegar o colete tive uma súbita lembrança, mas de imediato apaguei-a.
Impossível!
Quarenta minutos foram necessários para que a criança fosse devidamente cuidada, a
começar pela grande quantidade de sangue que perdera, e pelo, realmente era, tiro que
tomara no ombro, e os fragmentos da bala que eu retirara delicadamente. Após os cuidados,
levei-a para um quarto onde não havia paciente algum, e deixando-a ali, tomando um pouco
de soro, fui respirar lá fora.
Mas o que raios estava acontecendo?!
5
CAPÍTULO 2
ra incrível a capacidade que meu pai tinha de fazer barulho quando todos da casa ainda
estavam dormindo. Era realmente fantástico, e odiável.
Revirando-me nos cobertores, tentei cobrir os olvidos com o espesso travesseiro, mas de
nada adiantou. O maldito som rock’nroll vinha a toda altura de algum cômodo vizinho, e para
ajudar, algumas de suas ferramentas de barulho “sútil” do tipo que enfurecem oHulk só de
existir, estavam ligadas funcionando a todo vapor. SÃO SETE HORAS DA MANHÃ, POXA!
Nervoso, levantei-me e ainda grogue de sono, tropecei em um robô que semanas atrás eu
havia começado a trabalhar.
-Ai! Droga... Jarvis... Jarvis! JARVIS! –gritei.
-Bom dia senhor! Os sensores sonoros de seu aposento estão sendo afetados pelo som
que vem do restante da casa. Deseja ativar a proteção sonora?
Dei um tapa na cabeça. Claro, eu tinha de esquecer desse belo dispositivo que trás a
felicidade silenciosa. Mais nervoso do que antes, saí dando pontapés por toda peça que havia
esparramada pelo quarto, até que alcancei meu cabide a apanhei o belo roupão azul-marinho
que eu ganhara de minha mãe no natal passado. Já que estava acordado mesmo, iria ver o que
estava acontecendo. Vesti-me e abri a porta, saindo em direção ao barulho que atormentava a
todos.
Encontrei meu pai em sua oficina, onde estava sentado, quieto, em sua grande mesa.
Hologramas de gráficos e armaduras estavam esparramados para todo lado, além do que no
meio da oficina havia um dos antigos reatores arc que ele construíra. Mas o que me chamou
mais a atenção foi um vídeo que ele, sem perceber minha presença, abriu para assistir.
“Mais uma vez lhe aviso, Sr. Stark. – disse um homem de terno preto que aparecera no vídeo.
Ele tinha um guarda-chuva nas mãos e estava sentado em uma poltrona, com as pernas
cruzadas. Sua elegância porém, não lhe permitia mostrar seu rosto, o qual ficara escondido,
cortado no vídeo. -A proposta está em um alto valor e estamos abrindo mão mais do que o
E
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necessário para obter o produto. A oferta foi lançada, e cabe ao senhor ser inteligente o
bastante para aceita-la. Meu chefe não gosta de esperar. Se não obtermos por proposta,
obteremos por...
Clic.
-Uma invasão... Já ouviu falar em privacidade, transeunte?Aquela coisa de “sai de
perto de mim”...
-Não. Porta aberta. O que é o...
-Nada que eu deva te falar...O cabelo garoto, parece ter enfiado a cabeça num túnel de
ar. Pepper! Pepper, quero um DNA, sério.
-Tony, está atrasado. Duas horas Tony! Duas horas! Você devia estar dando uma
palestra em Cambridge agora. E daqui a vinte e três minutos terá de voltar a IndustriasStark
para a reunião geral... E eu já mencionei da filial em Madrid? Porque se não, digo agora: Há um
avião te esperando lá fora! Não consegue se agendar, sr.Stark?
-Não.Jarvis faz isso. – disse ele.
-Bom dia, filho. Arrume seu cabelo. Tem escola hoje e aconselho não faltar. Tony! Você
não vai desmontar isso! JARVIS! Desligue a energia da oficina agora!
E então o silêncio apareceu. A sala escura, o cômodo quieto e um homem indignado.
-Fascinante como você, Jarvis, é manipulável. Não vejo graça em criar uma inteligência
artificial se ela obedece àoutra pessoa. Seu inútil...
Você vai para a doação... Lata de lixo imprestável...
-Senhor, o carro está pronto. Aconselho vestir
um paletó, agora fazem 18ºC e creio...
-Silêncio. Cale-se... Nisso que dá colocar
coleirinha de homem compromissado. Pepper, você é
uma má influência. Jarvis costumava ser menos
insuportável... Seguinte: quero passar no mc’Donalds
antes. Um hambúrguer. Quero um hambúrguer.
Jarvis continuou recitando o restante dos
compromissos do grande Anthony Stark, enquanto
sua fiel escudeira corria para lá e para cá tirando da
frente do grande gênio qualquer coisa que lhe tirasse
do caminho de suas obrigações. E eu? Bom, eu
continuei no mesmo lugar, somente observando
minha família se distanciar. Eu até poderia dizer que
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me esqueceram aqui, mas seria muito dramatismo, e já há vários “esqueceram de mim” na
prateleira de DVD’s
Respirando fundo, fui até a cozinha. Ali preparei um pouco de chá e algumas torradas.
Tomei meu café-da-manhã o mais vagarosamente possível e após o término voltei a meu
quarto, onde vesti uma camisa preta e um jeans.
Minha mochila estava em cima da minha mesa de desenhos, repleta de papéis de
todos os gêneros.
Antes de sair, voltei até a oficina para pegar um fone sem fio que eu vivia perdendo, e
quando ali cheguei notei algo diferente: o reator que eu vira mais cedo desaparecera, e a um
canto dali, havia um enorme cilindro de ferro tampado e que parecia ferver.
-Jarvis? O que é aquele cilindro? – perguntei.
-Em tese, senhor, é uma fogueira. Um forno de superpotência. Precisamente um
incinerador.
-E o que está queimando?
-Creio que isto quem pode responder somente, é seu pai.
Desistindo de obter mais alguma resposta, dei mais uma observada no aparelho e sai
da oficina. Lá fora o motorista me esperava: lá vamos nós para mais um dia monótono de
colégio...
CAPÍTULO 03
dor era insuportável, e eu não conseguia nem mesmo me mover. Meu pai me pegara
em seus braços e desesperado corria pelas ruas de Londres atrás de ajuda.
A um certo ponto, paramos e ele me embrulhou em um cobertor, cobrindo meu rosto,
não antes de beijar-me a testa.
A
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-Estará segura com ele. Mas jure, por sua vida Karolina, que jamais dirá seu
sobrenome! Mantenha segredo. É tudo que lhe peço. E assim que me for conveniente, virei
busca-la.
Dizendo isso, deu-me mais um abraço, e deixou-me em algum lugar.
A dor era tamanha que nem o grito me escapava da garganta, e mover um músculo estava fora
de cogitação. Eu queria meu pai... Ele devia estar comigo. Porque me abandonara?
Com o pouco de forças que me restara, eu tentei pensar com clareza. Lembrar os últimos fatos
e o que me levara estar ali.
Pela mente me passava o tempo todo uma imagem de algo brilhante. Algo que passara
rapidamente na minha frente, brilhando, e uma risada gélida o acompanhava. Após isso, dor.
Muita dor.
Fui desperta de meus pensamentos pelo barulho do tranco da porta, e pelo
aparecimento de um alto vulto, que assustado e esbravejando, avistou-me e em questão de
segundos tomou-me em seus braços. Nesse instante desmaiei.
CAPÍTULO 04
epois de tomar um ar pelo saguão do hospital, decidi voltar até o quarto onde a
estranha criança jazia em sono inquieto. Vários pensamentos me ocorriam enquanto
eu fazia o trajeto em direção aos aposentos, e um deles era o que mais me alfinetava.
Tanto que, assim que o mesmo chegava, eu logo o espantava. Era um sentimento que se
confirmado, seria por triplo mais triste.
Mary, minha amada Mary... Sherlock... E aquela criança... Será?
-Acalme-se Watson. Foco! – disse a mim mesmo em voz alta.
Entrei novamente para o saguão, onde mais dois enfermeiros que haviam acabado de
entrar em serviço conversavam sobre o periódico novo que chegara. Sem paciência para
participar da conversa, passei por ambos e fui em direção ao quarto da criança ferida.
D
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Ao chegar lá, avistei-a do mesmo modo que eu a deixara, sendo que ela não se movera
nem mesmo um centímetro sequer. Havia uma poltrona ao lado do leito, que rapidamente
arrumei para me sentar.
Quando o relógio bateu meio dia, com certa relutância, deixei a poltrona no qual eu
ficara a maior parte da manhã, só deixando-a para atender alguns pacientes que iam chegando
à recepção.
Fui para meu apartamento às pressas onde encontrei uma Senhora Hudson
extremamente preocupada.
-John! Ora, John... Diga-me, como está aquela criança?? Parecia tão debilitada e ferida!
– disse ela, segurando-me pelas golas de meu casaco.
-Acalme-se Sra. Hudson, ela está se recuperando, e já lhe tratei os ferimentos
devidamente.
-Então trata-se de uma menina?
-Pelo visto, sim.
-Tem noção de quem seja?
-Nem um pouco.
Sem mais dizer, escapei para o silêncio de meu quarto. Ali havia algo que eu queria
encontrar, e consultar. Fui até minha escrivaninha atulhada de papéis e cadernos onde eu
anotava diariamente, nos antigos tempos, as aventuras e proezas de meu grande amigo, mas
que agora só estavam ali por pura nostalgia.
Encontrei o que procurava sob um caderno azul com anotações sobre o dia em que
Sherlock havia me conhecido por intermédio de Mike Stanford. Novamente um nó me veio à
garganta.
Eu estava procurando um pequenino cartão com uma paisagem verde, e um carimbo
norueguês. Não havia endereço senão o país em letras pequenas e datilografadas abaixo da
imagem, e também sem um remetente. Era só o cartão. Mais nada.
Eu o recebera pouco tempo depois da morte de Sherlock, e ficara realmente curioso
sobre o incidente. Porém, com as preocupações da mudança do 221B, e as instalações do novo
apartamento, acabei me esquecendo.
Sentei em minha poltrona, ao lado de minha cama, e observei atentamente o cartão.
Aquilo poderia ter tantas explicações! Se ao menos eu tivesse o senso de dedução assim como
meu velho amigo. Minutos se passaram e de nada consegui extrair daquela pequena
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paisagem. Coloquei-a em meu bolso, e desci a escada rumo a uma Sra. Hudson ainda
extremamente preocupada e curiosa.
-Darei notícias assim que possível. –A interrompi antes que começasse seu discurso de
“cuidados e precauções”.
Ao chegar no hospital, fui diretamente para o quarto da jovem moça. Ela ainda estava
imóvel e da mesma forma que eu a deixara. Isso já estava me preocupando...
Ao lado o leito havia um cabide com os antigos trajes com a qual eu a pegara. O colete
verde ainda estava ali.
-Pois então... Acorde pequena moça, e diga-me quem é.... – disse baixinho, quase
implorando.
Ela não respondeu, nem se moveu.
E assim permaneceu por quatro dias seguidos, até que enfim, quando eu chegara do
almoço para trabalhar, Nicolas correu até mim.
-Dr. Watson! Dr. Watson! – ele estava ofegante, e em seus braços carregava uma
prancheta de anotações. –A Garota despertou. Ela está acordada... Um pouco atordoada, mas
já consegue me entender.
Com um sobressalto, apressei o passo, quase chegando a correr. Nicolas vinha junto a
mim.
-Mas, senhor... Ela não fala.
Parei atônito.
-Como?
-Eu estava fazendo o relatório do dia, e quando estava saindo, ouvi-a ofegar. Ela tinha
acordado, e começou a se mexer um pouco incomodada... Fui lhe ajudar, e perguntei como se
sentia... Como se chamava. Ela não me responde.
Um tanto frustrado retomei meu caminho. Nicolas ainda me seguia.
-Tomo conta daqui para frente. Obrigado pelo aviso, Nicolas.
-Acha que ela não fala mesmo, Dr. Watson?
-Acho que ela está hesitante...
Ao chegar à porta em que ela estava em repouso, parei e tomei à mão a maçaneta.
Nicolas saiu, e deu-me privacidade. Com certeza ele sabia que eu tentaria de tudo fazer a
garota dizer algo sobre si, e não queria incomodar.
Abri a porta e entrei no aposento determinado. Assim como Nicolas disse, a jovenzinha
estava com seus vivazes olhos azuis completamente abertos, e absortos em pensamentos.
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CAPÍTULO 05
inha escola era uma droga. Colocaram-me lá porque através de uma avaliação, provei
que não necessitava fazer o ensino médio e consegui ainda, entrar para a faculdade
mais cedo. Estudei Física por três meses e saí. Então meu pai entrou em ação: abriu
uma “Academia de Físicos Juniors” num anexo das IndustriasStark. Então passei a estudar de
tudo um pouco.
Mas isso já faz um ano, e hoje, por vezes, até acompanho meu pai em alguns projetos
oficiais da empresa. Ajudo a desenvolver e participo da construção, porém o que sempre quis
estudar e poder fabricar sempre foi a armadura.
Nem precisava ser uma das Marks originais do
‘grande Stark’, só bastava me emprestar o projeto por umas
horinhas e eu já teria uma boa noção de por onde começar.
Mas é claro que aquele carinha de barba esquisita nunca me
deixou chegar perto dos projetos. Na realidade, ele certa vez
deu-me o do reator arc. Disse que quando eu conseguisse
construí-lo sem ajuda alguma, poderia estudar junto a ele,
as equações da armadura que eu quisesse.
Nunca pensei, ou sequer imaginei que Anthony Stark
era um cara responsável, mas pelo que parecia, ele era. Só
faltava ‘sair do armário’ e demostrar isso. O pior é que ele tinha razão, a armadura é mais que
uma “prótese altamente desenvolvida” (sempre que eu pronunciava isso, caía em
gargalhadas), é a chave da humanidade para a proteção e para a justiça. Ela não poderia
JAMAIS cair nas mãos do governo. Seria o fim do mundo.
Portanto, desde que meu pai me entregara o projeto do Reator Arc, eu o estudara com
afinco. E já havia material suficiente para construí-lo, sendo que eu até mesmo já começara a
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construí-lo, faltava somente algumas finalizações do qual eu ainda não compreendera
facilmente. Em tese, para termina-lo, faltava somente uma coisa: ânimo.
E isso, desde que mudamos para Londres, onde meu pai começara um novo projeto,
era o que mais me faltava. Londres era bacana por alguns motivos, mas mudar de cidade e ser
atacado por fãs do grande Homem de Ferro, e ser chamado de filho prodígio do grande gênio
já era demais. Eu sentia falta de Malibu.
-Caique?! Pode prestar atenção na aula? Já quase a finalizamos e não o vejo participar.
– disse o professor Eddard em meio à aula.
Preferi nem mesmo responder,permaneci em silêncio e aguardei o final da aula,
quando eu poderia enfim voltar para casa e terminar o reator.
Havia uma enorme papelada na minha mesa, quando enfim entrei no meu quarto.
Equações inacabadas, desenhos geométricos... e nada de reator. Meu armário, quando o abri,
teve uma avalanche de apetrechos. Decidi ir procurar na oficina, mas J.A.R.V.I.S recebera
ordens para mantê-la trancada e somente acessível a meu pai. Um tanto irritado, dei um chute
mais do que forte na parede de vidro da maldita oficina. E nesse mesmo instante, ouvi um
barulho. Alguém descia a escada.
-Pai, na boa, não necessita usar o J.A.R.V.I.S como babá eletrônica... Francamente, eu
jur....
BAAAAMMM. CRÁS. CRÁS. CRÁS. CRÁS.
Num momento instantâneo todas os vidros de parede quebraram com o maior
estardalhaço, fazendo voar estilhaços para todo lado. Em reação de defesa, levei meus braços
ao rosto e me abaixei.
Mais um tiro explodiu. Dessa vez, pulei em cambalhota
e tentei me esconder em baixo de uma mesa de metal. Ali, senti
meu braço pegajoso e cheio de sangue.
-Saia daí, homem sardinha. – ouvi meu pai dizer.
-Não brinque com a vida, meu caro Anthony.
CRÁS.
Mais vidros.
Arrisquei-me a olhar, mas no mesmo instante outro
barulho ensurdecedor, mas dessa vez de concreto sendo
quebrado. Meu pai levara o invasor para uma luta lá fora,
saindo pelo telhado e fazendo despencar um bocado de
pedaços de parede.
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Quase que estuporado, tentei me levantar e raciocinar. O que raios tinha acontecido?
E... Homem sardinha? Como assim Homem sardinha?
Corri então para fora da casa, mas antes de chegar ao salão, o Homem de ferro já
estava de volta.
-MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDOO? QUE RAIOS DE BRIGA FOI ESSA? – falei em
choque.
-Eu queria mesmo trocar os vidros da oficina....Jarvis, reprograme o sistema de
segurança interno da casa, porque, se não percebeu, tive uma visita indesejada. – E então ele
parou e estacou de olhos arregalados. – O reator, garoto. ONDE está o projeto do reator?
-Eu tinha descido exatamente para procurá-lo. Você o pegou?
Não obtive resposta. A armadura voltou a perfurar o teto derrubando mais outro
bocado de terra.
-Jarvis!
-Sei de nada, senhor.
Nervoso ao extremo, chutei o maldito sofá que na minha frente estava e fui para meu
quarto pegar minha carteira. Eu iria ao hospital que havia ali perto para fazer alguns curativos.
Se a madamePepperPotts visse o estado do meu braço, acho que ela desmaiaria.
Após pegar minha carteira, enfiá-la em minha mochila junto com o que eu havia
começado a montar o reator arc, e meu casaco, saí e tentando ao máximo esconder o braço
ensanguentado na blusa, fui em direção ao hospital.
Os olhos. Por Deus, os olhos!
Azuis ao extremo. Perspicazes e profundos. Eu só podia estar ficando louco.
Aproximei-me do leito da pequena jovem e sentei-me a seu lado. Ela olhara fixamente
para algum ponto à sua frente, absorta em pensamentos. Esperei-a falar.
-Onde estou?
-Está no Hospital St. Bartholomew, em Londres. Sente-se bem?
Silêncio.
-Pode me dizer seu nome?
-Karolina.
-Lembra-se de algo, Karolina? O motivo de estar aqui?
-Não me lembro de nada. Mas, preciso ir embora.
-Creio que poderá ir quando estiver completamente sã. Mas, pode me dizer para onde
irá?
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-Vejo isso quando for.
E voltou seu olhar para algum lugar vago.
Assumindo minha postura de médico, levantei-me e comecei a examinar os
ferimentos. Estavam ótimos e necessitavam de somente mais alguns poucos cuidados que ela
ficaria nova em folha.
-Eu lhe disse meu nome, mas não me disse o seu... – ela disse repentinamente.
Com um sobressalto, olhei-a curioso.
-Me chamo John... Dr. John Watson.
Elaentão me olhou nos olhos e analisou-me cuidadosamente.
-Quero ir embora, John. Por favor, não gosto de hospitais... Quero ir embora!
-Mas para onde irá, jovem? Não quer me dizer... Não posso deixa-la sair assim às
cegas.
-Não tenho para onde ir. Esta é a realidade.
Sentei-me e abaixei a cabeça. Eu já esperava tal resposta.
-Pode ficar comigo se quiser, até que se ache algum parente...
Eu não sabia por que dissera aquilo, mas me sentira na obrigação de falar. E eu queria
tê-la sob minha tutela... Sentia que devia protegê-la.
-Obrigado, John... Agora, pode, por favor, deixar que eu saia daqui? Agulhas... Não
gosto delas...
Um pouco contrariado, mas convencido de que em casa eu iria trata-la como se ainda
estivesse no hospital, tirei a agulha de soro de seu braço, e entreguei-lhe uma muda de roupa
que eu pegara para ela. Entreguei-lhe também seu longo casaco e seu colete verde. Após isso,
dei-lhe privacidade para trocar, e sai do quarto, avisando-a que estaria em minha sala
esperando.
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CAPÍTULO 06
Hospital ficava a poucas quadras de minha casa, então levei cerca de dez minutos até
poder avistá-lo.
Não havia muita gente por ali. A saber, a maioria era atendida rapidamente e levada
para o setor do qual receberia tratamento. Ao entrar vi somente cinco pessoas sentadas
esperando por atendimento, sendo que uma delas já se dirigia ao balcão.
Esperei pacientemente pela minha vez, sem notar que eu estava extremamente sujo
de terra, e também de sangue. A blusa não cumprira seu propósito.
Para aliviar a aparência, fui até o banheiro e dei uma limpada no que deu para salvar.
Minha blusa, sem dúvidas iria para o lixo depois que eu chegasse em casa. Ao sair do banheiro,
já fui rapidamente atendido e levado para a enfermaria onde me fizeram curativos rápidos.
Eu já estava indo embora quando uma sucessão de acontecimentos deixou-me
atônito. Eu andava de cabeça baixa arrumando meus documentos em minha carteira, quando,
virando um corredor, um enfermeiro vinha a toda velocidade empurrando uma maca com um
homem acidentado e iria me atingir em cheio caso uma garota não tivesse me puxado pelo
braço e me empurrado para a parede onde o enfermeiro passou quase raspando.
-Seria muita ironia você ser atropelado por uma maca num hospital... – falou a moça.
-Wow... Obrigado... aahh....
-Você... Céus... Você é um Stark!
-Sim sim, meu nome é Ca.. Ei! Como você sabe?!
A moça sorriu com desdém e olhou-me com uma das sobrancelhas erguidas.
-Você tem a barba crescendo no mesmo formato da do seu pai, a cor dos olhos segue
os da sua mãe, já o cabelo retoma o Stark. Você tem pequenas queimaduras na ponta dos
dedos o que me sugere que mexe muito com ferro de solda, e no mesmo lugar nota-se tinta
gasta azul, de papel propício a projetos. Usa roupas de marca, é rico. E no bolso lateral da sua
calça pende um papel com o início da logomarca das IndustriasStark, e se muito me engano é
um bilhete para camarote VIP da Stark Expo. Algo mais?
Ela puxou-me pelo braço para uma sala que estava com a porta aberta, depois fechou-
a e fitou-me séria.
-Se lhe for conveniente, feche a boca. – disse-me agora erguendo as duas sobrancelhas
e com uma expressão zombeteira.
Só agora eu havia notado. Pisquei umas três vezes forte e depois voltei minha atenção
à excêntrica garota na minha frente.
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-E eu por acaso posso saber seu nome, senhorita sabe-tudo?
-Karol. Agora, temos de conversar. Você, garoto, corre perigo. Não só você, mas sua
família inteira! Temos que agir. E rápido!
-Mas do que está falando? Está tudo bem, não tem ninguém correndo pe... – e então
me lembrei do incidente de minutos anteriores. Alguém invadindo minha casa. O homem de
ferro sendo atacado.
Meu celular tocou. Levei um tremendo susto. Karol olhou-me de olhos arregalados e
sinalizou frenética para que eu o atendesse rapidamente.
-Alô?
-FILHO, FUJA! RÁPIDO!
CABUUUUM.
Nova explosão. Parte do primeiro andar do prédio havia explodido. E havia um barulho
de curto circuito de alta voltagem.
Karol olhava para todo lado e estudava o que fazer. Eu estava sem ação. Havia uma
nuvem de poeira no ar e estava difícil de se enxergar.
-Segure minha mão. –ela disse.
A obedeci e fui puxado novamente em direção
ao corredor. Corremos para a saída de emergência do
Hospital, e na última ‘esquina’ de corredores,
derrapamos por uns três metros quando demos de cara
com um homem carregando nos braços um chicote de
pura energia elétrica. Por um segundo ele nos fitou, e
de imediato atacou com o chicote energizado.
O golpe me separou de Karol que se jogara para
o lado oposto ao meu. Houve uma nova explosão
quando o chicote tocou o chão. Um buraco no formato
do dispositivo se abriu ali.
De relance vi Karol em agonia. Seu braço estava
ferido.
Eu estava sentado em minha mesa, e esperava ansiosamente que a jovem Karolina
viesse a meu encontro, para que eu pudesse leva-la até em casa onde poderia extrair dela
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algumas respostas. A Sra. Hudson adoraria mais uma presença feminina na casa, ainda mais
jovem.
Levantei-me e retirei meu jaleco branco, e no mesmo instante que o pendurei no
cabide, uma explosão me jogou contra minha mesa. Atordoado e com um filete de sangue
escorrendo da testa, tentei me levantar. Parte da parede da frente de minha sala havia sido
destruída.
Um homem equipado com uma estranha arma elétrica passou no corredor. Escondi-
me por trás da mesa e o observei em silêncio.
Eu estava apavorado. O que estava acontecendo?
De repente a ficha caiu. Eu tinha me esquecido. KAROL!
Levantei-me rapidamente e com o maior possível de silencio sai de minha sala e tentei
seguir o estranho criminoso.
Ele havia destruído grande parte da ala B do hospital, que por sorte, não havia quase
ninguém além de Nicolas, eu e Karolina, e alguns pacientes no quartos que ficavam no
segundo andar, mas que por sorte não foi tão afetado.
O homem agora andava em direção ao corredor onde estava o leito de Karol e comecei
a temer o que futuramente iria acontecer. Ao fim do corredor avistamos Karol e um jovem
moço. O homem do chicote ergueu um dos seus braços e desferiu um golpe, que por sorte,
acertou exatamente o meio aberto entre os dois jovens. De tamanho pavor, não consegui
emitir som algum com meu grito mudo.
Karol parecia ter notado minha presença e fez exatamente o que eu não queria que
fizesse: atraiu a atenção do homem para ela, a fim de proteger os presentes. O jovem rapaz a
seu lado, levantou-se e tomando pose de heroi, retirou do bolso um apetrecho que parecia
uma caneta, mas que após um clique abriu-se e tornou-se, pelo visto, uma arma de choque.
O homem voltou a erguer o braço e Karol aproveitou o momento para passar para o
lado, enquanto o outro rapaz tornava-se a mira, ela aproximou-se no homem e acertou-lhe o
ombro com um soco, e a perna com um chute. O homem vacilou, mas não caiu. Acertou a
chicotada bem ao lado do jovem rapaz e deixou-o com uma queimadura na perna. Então foi a
minha vez de ajudar: pulei de meu esconderijo e com toda força que reuni deu outro soco no
psicopata de chicote. Acertei-lhe as costas e ele dessa vez caiu. Isso foi um erro.
-JOHN, NÃO! – gritou Karol.
Mas fora tarde demais. O homem me avistou, e mesmo de joelhos, atacou-me na
horizontal com o chicote. O mesmo enrolou-se na minha perna, e no mesmo instante, pelo
forte choque, desmaiei.
18
Minha última visão fora a de Karol sendo puxada pelo jovem rapaz para a saída de
emergência.
CAPÍTULO 07
u estava realmente em fúria. Minha vontade era de me soltar de Caique e dar-lhe uma
pancada extremamente forte.
John estava em perigo e eu deixara-o só.
-ME SOLTE! PRECISO VOLTAR. JOHN ESTÁ LÁ! – gritei.
-Não vou soltá-la. E nem vai voltar... Ou por acaso não viu que aquele louco tinha um
chicote energizado? Trata-se de um Wiplash... Mas, eu jurava que Ivan estava morto.
-Seu idiota, aquele é
Joffrey. E sim, ele é o novo Chicote
Negro. E ele só o é por causa
dessa maldita tecnologia que seu
pai criou.
Caique soltou-me com
desdém. No ato, acabei caindo e
ferindo ainda mais os cotovelos.
Ele, em fúria, saiu andando, e deixou-me para trás.
-Garoto, se liga, vai cometer o suicídio. Não adianta dar uma de vingador e tentar
derrota-lo só. Como eu disse, você e sua família correm perigo.
Ele então parou e virou-se mostrando uma expressão de raiva agourenta.
-Como você sabe disso? E por coincidência parece que no instante em que te conheci,
corri risco de vida duas vezes seguidas... Quem é você?
-Eu sou Karol Holmes.
E
19
CAPÍTULO 08
arei de chofre. Eu já ouvira aquele nome. Holmes.
Meu pai já o mencionara certa vez, quando Rhodes roubara uma das armaduras e levara
para o Exército. Uma armadura entregue para o Estado não ia prestar. Então meu pai
contratou um homem que se denominava Detetive Consultor, para vigiar de perto o que
estava acontecendo com a Mark Patriota. Era Sherlock Holmes. Ele descobriu que um dos
empresários que trabalhava nos armamentos da armadura, Justin Hammer, havia roubado
fotos e esquemas da armadura, e junto com endereço, destino e horário de entrega, avisou ao
meu pai onde encontra-lo.
Eu vira Sherlock Holmes somente duas vezes: o dia que ele chegara correndo em casa
para avisar meu pai sobre Hammer, e o dia de seu enterro, onde vi sua foto no túmulo
fechado.
Passei a fitar Karol com um certo nó na garganta, e extremamente arrependido.
-Eu... eu sinto muito... – disse.
-Foco no temos de fazer, Caique. Tem de ser rápido! O projeto do reator foi roubado.
Disso tenho certeza. E se o foi, não vai demorar muito para que surja milhares de homens de
ferro que vão acabar com o mundo.
-Mas o que faremos?
-Seu pai. Deve avisá-lo. Posso ajudar a encontrar os projetos se me mostrarem o
último lugar onde ele esteve em sua casa.
-Então vamos para lá agora.
Ela não se moveu.
-John... Meu tio.
-Ele está bem. Está vivo. Foi somente um choque... ah, de alta voltagem, mas ele vai
ficar bem. Aposto como Wiplash está vindo atrás de nós. O tempo urge.
Ainda um pouco contrariada, ela se moveu. Veio junto a mim.
P
20
Parei um táxi e, de forma mais rápida, voltamos para casa.
Ao chegar lá me espantei. A estrada de casa estava atulhada de viaturas e vãs da
imprensa. De repente senti medo.
Quando eu ia descendo do carro, Karol novamente segurou minha mão, e tirando
alguma poeira de nossas roupas, sujou-me o rosto e deu-me seu colete e sobretudo.
-Vista-o. Vamos entrar pelos fundos. Tudo o que não quero é uma muralha de
repórteres e câmeras nos fotografando. – ela disse.
-Como você sabe que tem uma por...
-Depois explico.
Entrelacei minhas mãos nas dela e saímos como um casal normal pela rua. Dois
jornalistas passaram por nós, mas eu estava tão sujo que nem se deram o trabalho de reparar
que acabavam de passar ao lado de CaiqueStark.
Ao virar a esquina, pulamos um alto muro e desativando o alarme por comando de
voz, entramos pela porta dos fundos que saía num grande salão de festas. Atravessei a sala
correndo e encontrei minha mãe em prantos sentada no sofá junto a Happy e Natasha. Nick
Fury estava a um canto falando furiosamente ao telefone, até mesmo o Dr. Bruce Banner
estava sentado a um lado respirando fundo.
Corri até minha mãe, e peguei suas mãos.
-O que aconteceu?
-Seu pai foi feito refém. – ela conseguiu dizer. Depois caiu em prantos.
Bruce veio até mim, e colocando sua mão em meus ombros puxou-me para um lado da
sala. Em meio ao caminho, peguei a mão de Karol e puxei-a junto.
-Caique, não sei como e nem o porquê, mas há um novo Wiplash, e há alguns minutos
atrás ele entrou em luta com seu pai. Tony é extremamente seguro de si, e não prestou
atenção que estava em uma cilada. Haviam mais envolvidos. Não tive tempo de ajuda-lo,
Caique. Wiplash e os outros estão a mando de Galactus... Thanos pode estar envolvido. Nick
está tentando se comunicar com Thor, para verificar o paradeiro de Loki, mas ao que se sabe,
Galactus é o mandante. Os Vingadores estão a caminho. Vamos lutar.
-Claro que vão. – foi somente o que fui capaz de dizer.
Karol apertou minha mão e puxou-me para longe de Banner. Levou-me para a
antessala e ali olhou-me nos olhos.
-Seu pai vai estar morto antes de eles chegarem lá. Você tem que ir. –ela disse.
-E como vou? Com um guarda-chuva de espada e uma bicicleta de automóvel?
-Com a armadura, Caique.
-A armadura não funciona sem o reator.
21
-Por isso mesmo, vamos montar um agora.
Sem aguentar, sorri com desdém.
-E você acha mesmo que vai dar tempo? Está louca?
-É você que eles querem,Caique. O filho prodígio do grande gênio. Vamos para a
oficina, preciso te contar uma coisa.
CAPÍTULO 09
choque praticamente me desestabilizara e deixara-
me inconsciente por alguns segundos. Quando
enfim acordei ao som de uma alta pancada de
ferro, vislumbrei o que parecia ser uma luta mortal.
De um lado o conhecido Homem de ferro que recentemente
chegara à Londres causando grande tumulto, e de outro
uma equipe de, pareciam ser, vilões. Eram três enormes
homens de músculos monstruosos, dois outros que sabiam
voar e um que lutava furiosamente com Tony Stark. Além
do homem de chicote que ficara para trás se recuperando.
Pensei em ajuda-lo, mas minha presença iria mais
atrapalhar do que ajudar.
Em um certo momento, Tony foi acertado violentamente na cabeça. Tão forte que o
próprio elmo lhe saiu da armadura. Não me aguentando, gritei. Fora um ato falho, pois acabei
por denunciar minha presença, e eles não a deixaram passar. O Homem de Ferro agora estava
inconsciente. Centenas de pessoas agora se aproximavam, incluindo viaturas e imprensa.
O homem do chicote olhou-me e sorrindo maldosamente, novamente me atacou.
Tudo ficou escuro.
O
22
CAPÍTULO 10
evei Karol para a oficina às pressas, onde reinava o silêncio. Eu me sentia curioso para o
que ela estava por me falar. Uma curiosidade ao mesmo tempo receosa.
Ao chegar lá, avistei a bagunça que mais cedo nosso invasor deixara.
-Jarvis, as luzes por favor. Inicie os computadores, quero acesso à conta pessoal de meu
pai.
-Senhor, não tenho permissão para...
-Jarvis, é um ordem.
Os computadores se ligaram, e a típica mensagem em holograma de “Bem-Vindo Sr.
Stark” apareceu no meio da oficina. Karol então começou a andar de um lado para o outro.
Respirou fundo e começou a falar.
-Não tenho plena certeza de que Galactus está no comando disso, Caique, mas
devemos suspeitar de tudo. Seu pai foi capturado por Wiplash sim, isso é certeza, e o motivo
também é óbvio: O reator. Há tempos um grupo chamado “Illuminus” fundou-se entre os
piores capangas da Marvel do mundo, em contraposição aos Iluminati onde seu pai era filiado.
Queriam tomar para si o maior poder possível. Mas houve alguma coisa que os interroperam.
Algo os retardou por um tempo, e os fortaleceu. De repente, os Iluminus tiveram um novo
alvo: O reator arc. No inicio, que foi exatamente quando vocês se mudaram para cá, eles só
queriam, e precisavam, tirar o reator do peito de seu pai, mas agora o alvo muda... eles
querem fabricar o reator. E é aí que você aparece. Eles acharam o projeto em sua posse, então
julgam que você consegue montá-lo. Seu pai se recusa plenamente, e creio que só o pegaram
para fazer uma certa pressão psicológica. Precisamos montar o reator, Caique. O mais rápido o
possível!
-Tenho metade dele construído, mas falta o restante! Como vou terminar sem o
projeto?
-Aqui vai um incentivo: Seu pai vai morrer em horas se você não der um jeito de
termina-lo.
L
23
Com raiva chutei uma cadeira longe. Tirei minha mochila e coloquei-a em cima da
mesa. Ali dentro estava o que eu tinha do reator, peguei-o e o coloquei na mesa também.
-Jarvisescaneie-o e monte um projeção manipulável. Pesquise os arquivos de meu pai
e encontre tudo que tiver relação com o reator arc. Abra-os para mim, o mais rápido possível.
Karol deu-me espaço e sentou-se em outra escrivaninha. Observava-me e estava
pronta caso eu pedisse ajuda.
-Entende algo de Física e Engenharia, Holmes?
-Nem mesmo uma vírgula, Stark.
Sorri.
Jarvis havia terminado a pesquisa. Haviam-se passado vinte minutos desde que eu
chegara em casa. O tempo corria rápido demais. Passei a examinar as pesquisas, e tentava ao
mesmo tempo mexer no reator. Não dava.
-Karol, examine os arquivos e me dite o que achar de esquemas, preciso de
informações sobre tudo o que for possível.
Trabalhamos desse modo por mais alguns minutos, eu usufruindo de toda a ajuda
possível. Até mesmo Banner e Fury desceram para auxílio. O reator tomava forma
rapidamente.
-Está difícil demais para você, prodígio Stark? – Zombou Karol.
-Está até muito fácil. Mas ocorreu um erro... Não sei onde ele se encontra. DROGA.
-Ora, Stark, até mesmo eu já o vi...
BOWW. A projeção manipulável do reator explodiu fazendo um tremendo barulho.
Caíque fazia nele tudo antes de aplicar no verdadeiro.
-Deus do céu, VOCÊ É LOUCO?
O telefone da casa toca. Banner e Fury correram para a sala na curiosidade de ouvir
oque havia acontecido.
-Fale menos, trabalhe mais. ACHEI!
O erro era óbvio e logo o consertei. Faltava somente mais uma parte que com a ajuda
de Karol finalizei rapidamente. Fui para o computador e iniciei a sequencia de energização.
Todas as luzes da oficina piscaram. O reator acendeu.
-Quem será ao telefone?
-Eu. Mandei Jarvis ligar. Receberão uma mensagem falta. Eu só queria tirar Fury e
Banner daqui. Vamos, vou colocar a armadura agora. Prenda o reator nela.
Levantei-me rapidamente e fui até o local marcado no chão onde Jarvis montava em
meu pai a armadura.
-Jarvis, você sabe o que fazer.
24
Karol assistiu a montagem da armadura, e em segundos eu estava nela. Em meus olhos
acenderam a tela e Jarvis falou comigo.
-Senhor, a armadura necessita de ajustes, aconselho a remonta-la.
-Não temos tempo Jarvis. Karol, sua vez agora. Onde meu pai esta?
-Antes de ir parar na porta de John, eu e meu pai fomos lá... Fizeram minha mãe refém
Caique. Eles tem ao todo três pessoas. Cada qual com sua finalidade: Stark atrai você, Watson
para mim, e minha mãe para meu pai. Vê as semelhanças? Tecnologia, armamento e incrível
inteligência de dedução. Todos estão em cativeiro, e cabe a nós somente irmos até lá,
praticamente nos entregar. Eles não precisam fazer mais nada. Tenho medo de deixa-lo ir só.
-Diga-me, RÁPIDO! ONDE?
-Na Torre de Londres... O covil dos illuminus.
CAPÍTULO 11
star na armadura era surreal. Eu podia ver tudo.
Jarvis analisava cada detalhe de onde eu estava, e eu podia me antecipar alguns
segundos de cada movimento do que ali estava.
Karol ainda me olhava temerosa, quase que implorando para que eu não partisse.
-Não se preocupe, eu volto. – minha voz saíra robótica.
Tomei a pose de voo e saí a toda velocidade pelo corredor da oficina. Arregalei os
olhos ao ver a velocidade que aquele equipamento era capaz de atingir em pouco tempo.
-Jarvis, localize a torre de Londres.
-Sim senhor, a armadura irá guia-lo até lá em segundos.
Londres estava começando a anoitecer, o relógio apontava 06:30. Eu a essa altura já
conseguia avistar a grande Torre, e comecei a me perguntar onde eles estariam escondidos.
Olhos curiosos começavam a me fitar, e algumas pessoas apontavam para mim de olhos
arregalados.
Pousei próximo à torre e observei á volta.
E
25
-Jarvis localize pontos eletrônicos com alta frequência de emissão de dados, ache os
armamentos stark. Wiplash deve estar aqui, não é difícil achar seu chicote energizado.
Em meus olhos apareceu o que eu não esperava: abaixo da torre havia uma grande
movimentação em massa. O covil Illuminus era em baixo da grande torre. E ali estavam os
reféns.
-Vai a algum lugar? – falou alguém atrás de mim.
Virei-me e vi dois homens armados com o chicote energizado, o de trás, sem hesitar,
atacou-me, e sem tempo de reagir, o chicote rodeou-me e descarregou grande votagem na
armadura. Senti meu corpo formigar.
Com a arma repulsora da mão atingi o wiplash1, e agarrando o chicote que me
rodeava, trouxe para perto o wiplash 2. Agarrei parte da armadura de seu peito e arranquei-a
a força. Voaram faíscas para todo lado. Ele gritou. O wiplash1, recuperado veio auxiliá-lo e
recebi mais um ataque.
Eu estava preso pelos dois, e já começava a sentir uma fraca corrente perpassando por
meu corpo. Enrolei meus braços nos dois chicotes, e descarreguei toda a energia possível nas
duas armas repulsoras da mão. Houve uma grande explosão.
Ambos os wiplashs caíram queimados em nocaute, eu já sem forças apoiei-me no
joelho. Vi então um vulto se aproximando.
-ATRÁS GAROTO! CUIDADO! –ele gritou.
Só tive tempo de olhar. E tudo ficou escuro.
CAPÍTULO 12
ssim que Caique saiu, eu me senti obrigada a acompanha-lo. Em uma vitrine ao lado da
cabine da armadura que ele usava, havia em uma prateleira os boots repulsores, além
de um protótipo para as armas da mão. Sem hesitar vesti-os e voei em rumo ao
A
26
estreito corredor da garagem. Saindo dali fui á toda velocidade em direção à Torre de Londres.
Ao chegar lá, avistei o que parecia uma grande explosão. Caique e sua armadura,
detonara com os chicotes energizados de dois homens tombados no chão. Mas havia um erro:
alguém saía de o que parecia uma portela por entre dois enormes edifícios atrás da grande
torre. O vulto carregava uma enorme arma, e a mirava em Caique.
Houve um tiro.
Com um grito de fúria, cheguei e mirei os repulsores no misterioso vulto. Mas ele vou
mais ágil: desapareceu por alguma saída ou entrada no chão. Outro vulto corria em direção
oposta a minha, e tive um forte impulso em segui-lo. Eu conheceria aquele vulto em qualquer
lugar. Mas decidi socorrer Caique, que jazia inconsciente no chão. Boa parte da armadura
estava destruída.
Mais capangas chegavam, tive de deixar Caique no chão para lutar com dois outros
gigantes que apareceram do nada. Eu não tinha força e estava apanhando, quando por milagre
apareceu ajuda. Um grande monstro verde em fúria... Hulk.
Com um só murro ele quase nocauteara um dos grandes musculosos. E eu fora em seu
auxílio. Outros inimigos apareciam, de todo tipo e eu já beirava a exaustão. Lutei com o que
parecia um cavaleiro medieval sinistro, e já estava quase perdendo quando um escudo
vermelho e azul o atingiu na cabeça e retornou para seu dono. Uma flecha, depois de
segundos passou zunindo por meu ouvido e atingiu o braço de mais um dos capangas. Capitão
América e Gavião Arqueiro haviam chegado, acompanhados de Viúva Negra que lutava junto à
Hulk.
-O Caique, Karol! – Gritou o Capitão.
Foi então que me dei por falta. Um vilão mascarado estava arrastando o corpo de meu
amigo para uma porta que parecia ser de um calabouço. A esse ponto, a rua estava infestada
de carros e havia um tumulto incontrolável. Pessoas gritando, policiais atirando e fogo para
todo lado.
Juntei as duas mãos e atirei com os dois repulsores da mão, atingindo o mascarado no
peito. Mas houve um erro: Caique caiu na estranha porta. Mais do que ligeiro, voei em seu
alcance e adentrei a porta. Tudo escureceu. Era um túnel subterrâneo. Voei mais rapidamente
até tentar alcançar o corpo de Caique, mas quando o fiz acabei por topar de frente com o
chão. Foi um tremendo baque.
Atordoada aproximei-me do corpo dele.
-Caique...?
-Ora, pois se não tenho aqui dois dos meus principais alvos? – disse um homem que se
aproximou na escuridão.
27
-Revele-se!
Ele se aproximou e no mesmo instante o reconheci: Jim Moriarty.
-Então quer dizer que não temos um Galactus...
-Óbvio que não. Sou mais poderoso. Não há maior poder que a inteligência, minha
pequena Holmes.
-Onde está meu tio!?
-E porque eu responderia? Só tenho uma coisa a falar: FÁCIL DEMAIS! ENTEDIANTE!
CHATO! MAL COMEÇOU E JÁ GANHEI... Cadê o velho Holmes? Mas que droga. Nada nem
ninguém mais nesse mundo sabe usar a mente?
-Do que está falando, seu louco...?
-Que chatooo, que chatoo... É triste, é decepcionante! Seus IDIOTAS. Será que
ninguém percebeu?
Permaneci em silêncio.
-Seus animais. Não quero reator. Isso é um lixo, uma velharia! Nunca o quis. Vocês se
deixam enganar muito fáciiiiiil. – ele então começou o que parecia uma birra infantil feita por
um homem de terno e gravata. – O robô, sua ignóbil desprezível. O robô que esse idiota ao seu
lado construiu e que pela manhã o chutou com desdém. Será que esse energúmeno não
imagina a tecnologia que criou? O cérebro humano, minha cara. É essa a criação: O CÉREBRO
HUMANO JOGADO NUM QUARTO DE UM ADOLESCENTE IDIOTA.
Comecei a raciocinar. Eu não havia estado no quarto de Caique, para confirmar o que
Moriarty dizia, mas sabia que o projeto do reator fora roubado. Era realmente curioso que o
invasor tivesse vindo de dentro da casa, OU SEJA... ah droga, o quarto! E, quanta ignorância, os
próprios Wiplashs usavam de tecnologia similar á do reator. Estávamos tão enganados pelo
roubo que deixei as evidências mais óbvias passarem sem serem vistas.
Num surto de raiva, com um tiro nos repulsores das mãos, voei até Moriarty para
ataca-lo, mas fui impedida por um novo chicote que com um tremendo choque quase me
nocauteou. Mirei no peito onde estava o maldito reator, e atirei. Mais homens apareceram.
Recomeçava ali a luta de lá fora.
-Hey pessoal, não há covil sem aranha. Então, aqui estou! – gritou alguém.
O Homem Aranha aparecera, e começara a lutar à meu lado. Eu estava ficando sem
forças e Moriarty desaparecera. Se ele estava certo, e o robô de Caique fosse mesmo uma
cópia exata de um cérebro humano perfeito, bastava conectá-lo a qualquer lugar para obter e
fazer qualquer coisa que quisesse, tipo começar uma terceira guerra mundial. A coisa piorava a
cada segundo que se passava.
28
Tentei me distanciar da luta quando Gavião arqueiro chegou em socorro. Fui então ao
local onde estava Caique e tentei reanima-lo. Ele acordou atordoado e fazia caretas de dor.
-Vamos, de pé! Precisamos achar seu pai.
-Claro, claro. Vamos.
CAPÍTULO 13
u só podia estar sonhando, não era possível. Aliás, sonhando não. Tendo pesadelos!
Minha semana começara da forma mais louca o possível e agora eu estava preso em
um covil subterrâneo cheio de capangas de Moriarty bem no centro de Londres.
Ali onde eu estava havia mais um homem desacordado. Tony Stark.
Poucos minutos atrás eu tentara acordá-lo, mas ele estava em estado de exaustão. Eu tinha
certeza de que em alguns minutos ele acordaria novamente.
Lá fora estava acontecendo uma guerra.
-Ah céus... Nem em ressaca fico tão ruim assim... E olha que nem bebi pra vir aqui. –
pestanejou baixinho o homem que acabara de acordar. Ele estava zonzo e cambaleava quando
tentou se levantar. Fui a seu socorro e ele se apoiou em meu ombro.
Em seu braço apertou um botão vermelho de uma pulseira de prata.
-Jarvis... Um traje. Preciso de um traje. Estou despido... – ele disse.
Coloquei o homem sentado no único colchão que havia naquela cela. Assim que ele se
sentou outro estrondo me tirou o fôlego de susto. A armadura de Stark viera voando à seu
encontro e abrira uma cratera no teto para adentrar a câmara. O homem então, ainda
vacilante, levantou-se e a vestiu. Ou melhor, ela vestiu-se a ele. Ao mesmo tempo, chegaram
ali, Karol, para meu espanto e o jovem rapaz que eu vira mais cedo.
-Pai!
-Caique, meu filho! O reator, você conseguiu! Acho que não quero mais o DNA...
Venha... Já tá rolando uma festa, e nem me esperaram.
O jovem e seu pai saíram pela cratera a voo, mas Karol permaneceu ali.
E
29
-John, venha, vou te tirar daqui. Pendure-se nas minhas costas... Vamos sair por ali
também, é mais rápido.
Fui até a garota e abracei-lhe o ombro e tórax, prendendo meus braços na frente,
como se a abraçasse. Ela alçou voo e em segundos estávamos de volta à superfície.
Lá estava um caos, mas parecia estar sendo controlado por um grupo que a televisão
chamava de Vingadores. Stark e seu filho lutavam juntos, Hulk pegava dois ou três capangas de
uma só vez; Viúva Negra e Gavião Arqueiro eram sorrateiros e acertavam aqueles que
ousavam se aproximar, e Capitão América cuidava dos trapaceiros que tentavam acertar o
restante pelas costas.
Karol já estava quase se juntando a eles quando ouvi um barulho familiar e
extremamente preocupante: uma arma sendo engatilhada. Estaquei no mesmo instante, e
assim fez Karol também.
-Exatamente. Às minhas ordens agora. Subam para a torre. Andem. – era Moriarty.
Não havia ninguém à vista do qual poderia ajudar. Agora como havia a possível chance
de vitória e os capangas recusavam, todos estavam ocupados em exterminá-los. Minha única
escolha e a de Karol também era obedecê-lo. Por uma escada que havia para turistas,
começamos a escalar a grande torre. Eu já sabia qual era o fim, e temia não por mim, mas pela
jovem que me acompanhava.
Quando chegamos ao alto da torre, Jim estava desgostoso.
-Estava tão perto. No final acabou que sendo divertido... Pelo menos dois consegui
pegar. E vai ser interessante, matar as duas amadas criaturinhas de Sherlock Holmes.
-Sherlock está morto. – falei.
Moriarty riu, apontou a arma para mim, e apertou o gatilho.
Mas não houve tempo de eu ser atingido. Um homem saiu de algum lugar escondido, e
o atingiu pelas costas, agarrou-o e se atirou junto a ele do topo da Torre de Londres. Dessa vez
não aguentei, perdi as forças nas pernas e cai no desmaio.
Quem era...?
Sherlock Holmes.
30
CAPÍTULO 14
eu tio desmaiara e eu não acreditava no que acabara de ver. Meu pai pulara nas
costas de Moriarty e despencara do topo da Torre de Londres junto a ele. Ele salvara
a mim e a John mas se sacrificara no lugar. Sherlock Holmes realmente morto. Meu
pai... morto.
Quase sem ação, engoli em seco, tentei raciocinar. Uma lágrima me escorreu dos olhos, um nó
interminável se formou em minha garganta. Peguei John e abracei-o para descer com ele
voando. Desta vez eu não o segurava, eu o abraçava. Meu tio... e pelo visto a família que
agora eu tinha.
Ao pousar no chão, meu queixo caiu, e foi minha vez de perder as forças nas pernas.
Sherlock estava vivo e sorria para mim. Moriarty jazia no chão, ensanguentado e morto.
John acordou, e sentou-se. Assim que me vi livre, corri até meu pai, e a tocar-lhe os
braços, apaguei.
CAPÍTULO 15
h, eu estava atordoado, muito atordoado. Na realidade eu acho que estava ficando
louco.
Senti Karol segurar-me firme e descer voando a torre após eu ver Sherlock Holmes
surgir da escuridão e se atirar junto a Moriarty do topo de uma Torre.
Quando pousamos, sentei-me no chão e de imediato Karol soltou-me e correu.
Esfreguei os olhos e tentei me levantar. Ainda estava um pouco zonzo. Foi então que tomei
outro baque. Ao me virar, deparei com Sherlock VIVO abraçando Karol, e à distancia um
Moriarty MORTO.
Holmes fitou-me divertido, e segurando Karol em seus braços, dirigiu-se a mim.
-Watson, meu caro, conheça sua sobrinha....
M
A
31
Fiquei boquiaberto. EU SABIA! Os olhos idênticos, o olhar concentrado e absorto igual
ao do pai, além do colete que eu dera a meu velho amigo e o sobretudo que ele sempre usara.
EU SABIA!!!
-Mas... Você... O prédio, Holmes... Você morto.. EU VI! Você... – gaguejei.
-Elementar, meu caro John que há coisas a se esclarecer... Vamos conversar... – ele
disse, entregando Karol aos braços de um Caique que observava a cena sorrindo. –Cuidado
com ela, meu jovem rapaz. Eu sei como destruir um reator arc usando poucas peças. Então,
como eu dizia, John... Ah, estou vivo!
Não aguentei. Com extrema fúria voei no pescoço de Holmes enforcando-o com as
duas mãos. Ele arregalara os olhos mas não reagiu. Caímos no chão.
-SEU. MALDITO. ANIMAL. IDIOTA. SEU. TROUXA. IMBECIL. SE NÃO MORREU ANTES.
MATO. AGORA! – falei, e a cada ponto, dava um murro de Holmes.
-JOHN! VOCÊ É MÉDICO LEMBRA? VAI ME MATAR!
-MAUS DIAS, HOLMES. MAUS DIAS!
32
EPÍLOGO
Como já era de Praxe para os Starks, quando a poeira abaixou meu pai decidiu dar uma
festa para aproveitar o momento de vitória. A mansão Stark estava repleta de convidados.
-Filho... Estou orgulhoso de você. E como prometido, semana que vem encerra seus
estudos na Academia, e passa a trabalhar comigo, oficialmente, nas IndustriasStark, como
aprendiz e futuro sucessor. Iremos montar sua armadura, se quiser, juntos.
Não era todo dia que se recebia um elogio direto e sério de Anthony Edward Stark, e
recebe-lo tão inesperadamente no corredor e seguido de um contrato nas InsdustriasStark,
fez-me ficar sem palavras. Abracei meu pai que o correspondeu.
-Agora chega,robocope. Está amassando tanto o meu quanto o seu smoking, vamos
descer... – disse ele voltando ao seu desdém habitual.
Quando chegamos ao primeiro andar, avistei um monte de gente conhecida, mas
procurava por uma só pessoa. Avistei seu pai, e fui atrás de cumprimenta-lo.
-Sr. Holmes... Dr. Watson... Obrigado por virem.
-Nós é que agradecemos pelo convite, jovem Stark. Mas mantenha-se longe dela ou...
–começou Holmes, mas foi interrompido por um Watson ainda ressentido.
-Cale-se Holmes... Ou o que? Vai morrer? – disse ele com desdém. –Ela está ali Caique.
Foi observar o céu. Ela gosta de ver a lua.
Agradeci cortês a ambos os homens e virei-lhes as costas para ir em encontro à jovem
que de longe eu via que olhava atentamente o céu estrelado. Após aqueles acontecimentos,
eu peguei certo gosto por aquela “família”. Sherlock quando pulara do topo da Torre,
realmente não contava que eu o pegaria no ar, deixando que somente Moriarty caísse ao
chão. No final das contas até mesmo eu acabei tomando um sopapo de John.
-Hoje está uma bela noite estrelada... – eu disse.
-Sim. Está lindo.
-Obrigado.
-Eu disse as estrelas, Caique. – disse ela agora sorrindo.
-Agora me senti desprezado. – retruquei também em risos.
Karol estava vestindo um belo vestido azul escuro, a cor que ela mais gostava. E trazia
nos cabelos, belos cachos bem feitos.
Segurei suas mãos e olhei em seus olhos. Estávamos sós.
33
Algo me atingiu a cabeça. Olhei para dentro do salão de festas, Sherlock estava com
uma suspeita garrafa de champanhe na mão, aberta e servia John que parecia brigar com ele
novamente. No chão estava uma tampa.
Tanto eu quanto Karolcomeçamos a rir.
Lá dentro começou a tocar uma nova música, das antigas: “The Time ofMy Life”.
-Dança comigo? Depois dessa, combinei com o músico de só tocar MUSE... Última
chance, donzela...
-Seria honroso, cavalheiro. Vamos dançar!
-Mas então, Holmes, pode agora, POR RAIOS me dizer como foi que sobreviveu à
queda do prédio de Reichenbach? – falei, quando enfim chegamos ao 221B.
Karol acabara de tirar a sandália e estava subindo as escadas toda feliz, quando me
ouviu falar e preferiu ouvir a conversa.
-Ora Watson, simples! O caminhão... E você não tomou meu pulso corretamente.
Ele não devia ter dito isso, pois atirei-lhe uma almofada que o atingiu em cheio na
cabeça.
-Mas e Karol? Por que não me contou sobre ela?
-Foi depois de minha suposta morte. Irene morreu pouco tempo depois, tive de cuidar
dela sozinho. O dia em que a coloquei em sua porta, foi o mesmo que eu e ela fomos à torre
investigar os Illuminus. Acontece que nos avistaram primeiro, e Moriarty viu Karol. Nos
perseguiram e ela tomou um tiro. Depois disso, deixei-a num banco e saí em luta. Moriarty
fugiu, mas os outros ficaram. Consegui derrubá-los, e fiquei seriamente ferido, eu teria de me
recuperar e não conseguiria cuidar de Karol, além de que ela sabia demais, e óbvio que
Moriarty e os Illuminus iriam atrás dela. Então decidi deixa-la com você sob o juramento de
não revelar seu sobrenome. Vocês correriam risco. Mas, Watson, eu lhe disse que estava vivo!
-Como assim disse? Até ontem, eu jurava, que estava morto!
-O cartão, Watson, o cartão... Era simples! O cartão que recebeu era falso. Não vinha
da Noruega, pois seu carimbo era fajuto, e a única pessoa que faz isso por aqui perto é o
pequeno Jimmy que você conheceu no dia de meu enterro, ocasião em que o garoto lhe disse
“acho verde uma cor falsa”. Se o cartão era falso, não tinha endereço, e você conhecia o
garoto que o vendia, bastava ir perguntar, pois eu dera ordem à Jimmy que quando você
descobrisse poderia responder a pergunta verdadeiramente... Tão. Simples.
Senti meu rosto arder em raiva. Karol começou a rir e Sherlock levantou-se para se
refugiar atrás de sua poltrona.
34
-Mas e Moriarty? Ele não havia dado um tiro na cabeça?
-Sobre Moriarty, creio ter uma hipótese... Tão óbvia! Vou explicá-la...
FIM

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Sherlock e Stark: Uma nova aventura

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  • 2. 2 SHERLOCK & STARK Notas Introdutórias: Esta história se passa no período posterior à aventura “O Problema Final” dos livros, ao suposto final do filme “Sherlock Holmes 2 – Jogo de Sombras”, sem necessariamente seguir seu tempo,e ao fim do último episódio da 2ª Temporada de “Sherlock”, a série americana da BBC. Dedicatória Este livro é dedicado e escrito somente a uma pessoa. Caique, espero que desfrute e goste do seu segundo presente de aniversário: Seu próprio e único conto Sherlockiano. Desculpe os possíveis erros ortográficos, e desculpe-me principalmente se a história lhe chatear... Foi somente mais uma tentativa de lhe mostrar o que quero que veja em mim. Karol Holmes P.S.: A ideia de me inspirar pensando em elefantes voadores não funcionou. P.P.S: Acho que Sir. Arthur Conan Doyle ficaria realmente nervoso comigo. P.P.P.S: Te desafio a achar todas as brincadeiras que fiz com as histórias originais e até mesmo o real. Capítulo 1 Londres já não tinha mais sentido. Nem mesmo o 221B Baker Street tinha seus mesmos ares de quando ali habitava o homem mais inteligente e perspicaz que o mundo teve a honra de conhecer. Meu amigo. Meu herói. Sherlock estava morto, e eu vira acontecer. Lembro-me de como fora... Pesadelos ainda me atormentam com tais lembranças. Sua cabeça, esmagada de um lado pelo baque da queda. Os olhos frios e sem vida. O jovial coração que sempre batera fortemente, ali estava silencioso. A tenebrosa manhã que o mundo perdeu a mente mais brilhante de toda a Inglaterra. E Mycroft... Ah, Mycroft. Aquele a quem eu jurei matar. O irmão que entregara a vida do irmão. A
  • 3. 3 -John, meu querido... Se ficar desta maneira por mais tempo, por Deus, vou julgá-lo como morto. – disse a Sra. Hudson, que entrara na sala, onde eu jazia sentado em minha poltrona. Sra. Hudson, após a morte de Sherlock, usara a desculpa de que eu precisaria de cuidados redobrados pelo choque de tê-lo perdido, para que não tivesse de passar pela tortura de rever o lugar onde Sherlock largara tantas marcas, e deixando Baker Street aos cuidados de um enteado, viera morar em minha casa, onde vivia sozinho.Ela falava pouco, e estava muito abatida, olheiras arroxeadas sob seus olhos denunciavam suas noites em claro com maus sonhos, e sempre que só, cochixava consigo mesma “Oh meu garoto, meu Sherlock...”. Eu morava em um pequeno apartamento muito distante de minha antiga residência. Jamais tive coragem sequer de entrar no 221B, visita-lo novamente, pegar minhas coisas de volta ou retomar minha vida como se nada tivesse acontecido. Não, era impossível. Tinha a sensação de que num surto raivoso, quebraria tudo e por fim acabaria me ferindo. O sentimento de ódio quando combinado à tristeza, tinha proporções desastrosas. Portanto, aquele apartamento continuara intocado. Só soube mais tarde que Mycroft como última homenagem ao irmão (e talvez como ato de redenção pela própria covardia e erro que cometera) mandara que empregados mantivessem o local limpo como se houvessem habitantes ali. Tudo estava sendo preservado, mas nada tinha graça. Após mudar-me, recebi um convite para voltar trabalhar em um hospital ali próximo onde antigamente eu já trabalhara, sendo que adiei a resposta por dois meses, até que me vi quase a beira da falência com meu “salário militar mal pago”, e acabei por voltar a praticar a medicina. -Obrigado, Sra. Hudson... –falei inconsciente do que ela havia dito. –Vou me arrumar. Tenho consulta para hoje, pela manhã... Levantei-me e fui até meu quarto. Vesti meu casaco, e peguei minha antiga bengala. A dor na perna retornara há um tempo, e desde então eu voltara a usar minha velha companheira. Peguei meu celular, ainda com esperanças de achar um milagroso SMS assinado -SH, mas ali nada havia. Guardei-o no bolso interno do casaco e dirigi-me ao pequeno hall. -ORA, MAS QUE DIAB.... -John?? John, o que está acontecendo? JOHN? – gritou Sra. Hudson.
  • 4. 4 Na porta de meu hall de entrada havia, embolada a um monte de cobertores, uma criança completamente ensanguentada. Inconsciente. -Meu Deus, John! O que é isso? -Eu que lhe pergunto! Ajude-me aqui, ela está muito ferida. Tomei a criança nos braços e levei-a ao sofá. Após coloca-la deitada, de imediato tomei seu pulso, que bombeava freneticamente. Provavelmente desmaiara de exaustão. Havia vários cortes em seu rosto, no peito um rasgo que chegava até três dedos acima do umbigo. E seu ombro esquerdo tinha o que parecia ser uma ferida causada por um tiro. Apavorado, tentei reanima-la, mas de nada adiantou. Tomei-a no colo novamente então, e decidido, sai pela rua em plena correria para levá-la ao hospital onde poderia tratar os ferimentos com mais agilidade e eficácia. Esqueci-me até mesmo de Sra. Hudson que acabara ficando para trás. -Dr. Watson? Mas o que está acontecendo? Ao entrar pela grande porta de vidro, deparei-me com Sara, a enfermeira que estava sempre ali na recepção, trabalhando junto com Nicolas, um jovem que estava em seus primeiros anos de medicina. Nick de imediato veio me ajudar, mas Sara ainda postava-se chocada me observando. Colocamos a criança em uma maca emergencial e levei-a à sala de cirurgia. -O que vejo no ombro é um tiro, Dr. Watson? – perguntou Nick, arregalando os olhos. –Um tiro no ombro de uma criança? -Veremos isso agora, Nicolas. Ajude-me, limpe os ferimentos enquanto cuido do ombro. Para limpar os ferimentos, retirei-lhe os farrapos que vestia, e descobri que se tratava de uma jovem garota, e não uma criança. O fato de estar vestida com trajes extremamente largos para o seu tamanho, deu-me a ilusão de que se tratava de uma criança. Aquela pequena moça deveria ter seus 15 anos mantendo a aparência de uma jovenzinha de 13. Assim que lhe retirei a jaqueta, que mais parecia um enorme sobretudo azul escuro, encontrei o que já fora um belo colete verde esmeralda, que agora estava em frangalhos. Ao pegar o colete tive uma súbita lembrança, mas de imediato apaguei-a. Impossível! Quarenta minutos foram necessários para que a criança fosse devidamente cuidada, a começar pela grande quantidade de sangue que perdera, e pelo, realmente era, tiro que tomara no ombro, e os fragmentos da bala que eu retirara delicadamente. Após os cuidados, levei-a para um quarto onde não havia paciente algum, e deixando-a ali, tomando um pouco de soro, fui respirar lá fora. Mas o que raios estava acontecendo?!
  • 5. 5 CAPÍTULO 2 ra incrível a capacidade que meu pai tinha de fazer barulho quando todos da casa ainda estavam dormindo. Era realmente fantástico, e odiável. Revirando-me nos cobertores, tentei cobrir os olvidos com o espesso travesseiro, mas de nada adiantou. O maldito som rock’nroll vinha a toda altura de algum cômodo vizinho, e para ajudar, algumas de suas ferramentas de barulho “sútil” do tipo que enfurecem oHulk só de existir, estavam ligadas funcionando a todo vapor. SÃO SETE HORAS DA MANHÃ, POXA! Nervoso, levantei-me e ainda grogue de sono, tropecei em um robô que semanas atrás eu havia começado a trabalhar. -Ai! Droga... Jarvis... Jarvis! JARVIS! –gritei. -Bom dia senhor! Os sensores sonoros de seu aposento estão sendo afetados pelo som que vem do restante da casa. Deseja ativar a proteção sonora? Dei um tapa na cabeça. Claro, eu tinha de esquecer desse belo dispositivo que trás a felicidade silenciosa. Mais nervoso do que antes, saí dando pontapés por toda peça que havia esparramada pelo quarto, até que alcancei meu cabide a apanhei o belo roupão azul-marinho que eu ganhara de minha mãe no natal passado. Já que estava acordado mesmo, iria ver o que estava acontecendo. Vesti-me e abri a porta, saindo em direção ao barulho que atormentava a todos. Encontrei meu pai em sua oficina, onde estava sentado, quieto, em sua grande mesa. Hologramas de gráficos e armaduras estavam esparramados para todo lado, além do que no meio da oficina havia um dos antigos reatores arc que ele construíra. Mas o que me chamou mais a atenção foi um vídeo que ele, sem perceber minha presença, abriu para assistir. “Mais uma vez lhe aviso, Sr. Stark. – disse um homem de terno preto que aparecera no vídeo. Ele tinha um guarda-chuva nas mãos e estava sentado em uma poltrona, com as pernas cruzadas. Sua elegância porém, não lhe permitia mostrar seu rosto, o qual ficara escondido, cortado no vídeo. -A proposta está em um alto valor e estamos abrindo mão mais do que o E
  • 6. 6 necessário para obter o produto. A oferta foi lançada, e cabe ao senhor ser inteligente o bastante para aceita-la. Meu chefe não gosta de esperar. Se não obtermos por proposta, obteremos por... Clic. -Uma invasão... Já ouviu falar em privacidade, transeunte?Aquela coisa de “sai de perto de mim”... -Não. Porta aberta. O que é o... -Nada que eu deva te falar...O cabelo garoto, parece ter enfiado a cabeça num túnel de ar. Pepper! Pepper, quero um DNA, sério. -Tony, está atrasado. Duas horas Tony! Duas horas! Você devia estar dando uma palestra em Cambridge agora. E daqui a vinte e três minutos terá de voltar a IndustriasStark para a reunião geral... E eu já mencionei da filial em Madrid? Porque se não, digo agora: Há um avião te esperando lá fora! Não consegue se agendar, sr.Stark? -Não.Jarvis faz isso. – disse ele. -Bom dia, filho. Arrume seu cabelo. Tem escola hoje e aconselho não faltar. Tony! Você não vai desmontar isso! JARVIS! Desligue a energia da oficina agora! E então o silêncio apareceu. A sala escura, o cômodo quieto e um homem indignado. -Fascinante como você, Jarvis, é manipulável. Não vejo graça em criar uma inteligência artificial se ela obedece àoutra pessoa. Seu inútil... Você vai para a doação... Lata de lixo imprestável... -Senhor, o carro está pronto. Aconselho vestir um paletó, agora fazem 18ºC e creio... -Silêncio. Cale-se... Nisso que dá colocar coleirinha de homem compromissado. Pepper, você é uma má influência. Jarvis costumava ser menos insuportável... Seguinte: quero passar no mc’Donalds antes. Um hambúrguer. Quero um hambúrguer. Jarvis continuou recitando o restante dos compromissos do grande Anthony Stark, enquanto sua fiel escudeira corria para lá e para cá tirando da frente do grande gênio qualquer coisa que lhe tirasse do caminho de suas obrigações. E eu? Bom, eu continuei no mesmo lugar, somente observando minha família se distanciar. Eu até poderia dizer que
  • 7. 7 me esqueceram aqui, mas seria muito dramatismo, e já há vários “esqueceram de mim” na prateleira de DVD’s Respirando fundo, fui até a cozinha. Ali preparei um pouco de chá e algumas torradas. Tomei meu café-da-manhã o mais vagarosamente possível e após o término voltei a meu quarto, onde vesti uma camisa preta e um jeans. Minha mochila estava em cima da minha mesa de desenhos, repleta de papéis de todos os gêneros. Antes de sair, voltei até a oficina para pegar um fone sem fio que eu vivia perdendo, e quando ali cheguei notei algo diferente: o reator que eu vira mais cedo desaparecera, e a um canto dali, havia um enorme cilindro de ferro tampado e que parecia ferver. -Jarvis? O que é aquele cilindro? – perguntei. -Em tese, senhor, é uma fogueira. Um forno de superpotência. Precisamente um incinerador. -E o que está queimando? -Creio que isto quem pode responder somente, é seu pai. Desistindo de obter mais alguma resposta, dei mais uma observada no aparelho e sai da oficina. Lá fora o motorista me esperava: lá vamos nós para mais um dia monótono de colégio... CAPÍTULO 03 dor era insuportável, e eu não conseguia nem mesmo me mover. Meu pai me pegara em seus braços e desesperado corria pelas ruas de Londres atrás de ajuda. A um certo ponto, paramos e ele me embrulhou em um cobertor, cobrindo meu rosto, não antes de beijar-me a testa. A
  • 8. 8 -Estará segura com ele. Mas jure, por sua vida Karolina, que jamais dirá seu sobrenome! Mantenha segredo. É tudo que lhe peço. E assim que me for conveniente, virei busca-la. Dizendo isso, deu-me mais um abraço, e deixou-me em algum lugar. A dor era tamanha que nem o grito me escapava da garganta, e mover um músculo estava fora de cogitação. Eu queria meu pai... Ele devia estar comigo. Porque me abandonara? Com o pouco de forças que me restara, eu tentei pensar com clareza. Lembrar os últimos fatos e o que me levara estar ali. Pela mente me passava o tempo todo uma imagem de algo brilhante. Algo que passara rapidamente na minha frente, brilhando, e uma risada gélida o acompanhava. Após isso, dor. Muita dor. Fui desperta de meus pensamentos pelo barulho do tranco da porta, e pelo aparecimento de um alto vulto, que assustado e esbravejando, avistou-me e em questão de segundos tomou-me em seus braços. Nesse instante desmaiei. CAPÍTULO 04 epois de tomar um ar pelo saguão do hospital, decidi voltar até o quarto onde a estranha criança jazia em sono inquieto. Vários pensamentos me ocorriam enquanto eu fazia o trajeto em direção aos aposentos, e um deles era o que mais me alfinetava. Tanto que, assim que o mesmo chegava, eu logo o espantava. Era um sentimento que se confirmado, seria por triplo mais triste. Mary, minha amada Mary... Sherlock... E aquela criança... Será? -Acalme-se Watson. Foco! – disse a mim mesmo em voz alta. Entrei novamente para o saguão, onde mais dois enfermeiros que haviam acabado de entrar em serviço conversavam sobre o periódico novo que chegara. Sem paciência para participar da conversa, passei por ambos e fui em direção ao quarto da criança ferida. D
  • 9. 9 Ao chegar lá, avistei-a do mesmo modo que eu a deixara, sendo que ela não se movera nem mesmo um centímetro sequer. Havia uma poltrona ao lado do leito, que rapidamente arrumei para me sentar. Quando o relógio bateu meio dia, com certa relutância, deixei a poltrona no qual eu ficara a maior parte da manhã, só deixando-a para atender alguns pacientes que iam chegando à recepção. Fui para meu apartamento às pressas onde encontrei uma Senhora Hudson extremamente preocupada. -John! Ora, John... Diga-me, como está aquela criança?? Parecia tão debilitada e ferida! – disse ela, segurando-me pelas golas de meu casaco. -Acalme-se Sra. Hudson, ela está se recuperando, e já lhe tratei os ferimentos devidamente. -Então trata-se de uma menina? -Pelo visto, sim. -Tem noção de quem seja? -Nem um pouco. Sem mais dizer, escapei para o silêncio de meu quarto. Ali havia algo que eu queria encontrar, e consultar. Fui até minha escrivaninha atulhada de papéis e cadernos onde eu anotava diariamente, nos antigos tempos, as aventuras e proezas de meu grande amigo, mas que agora só estavam ali por pura nostalgia. Encontrei o que procurava sob um caderno azul com anotações sobre o dia em que Sherlock havia me conhecido por intermédio de Mike Stanford. Novamente um nó me veio à garganta. Eu estava procurando um pequenino cartão com uma paisagem verde, e um carimbo norueguês. Não havia endereço senão o país em letras pequenas e datilografadas abaixo da imagem, e também sem um remetente. Era só o cartão. Mais nada. Eu o recebera pouco tempo depois da morte de Sherlock, e ficara realmente curioso sobre o incidente. Porém, com as preocupações da mudança do 221B, e as instalações do novo apartamento, acabei me esquecendo. Sentei em minha poltrona, ao lado de minha cama, e observei atentamente o cartão. Aquilo poderia ter tantas explicações! Se ao menos eu tivesse o senso de dedução assim como meu velho amigo. Minutos se passaram e de nada consegui extrair daquela pequena
  • 10. 10 paisagem. Coloquei-a em meu bolso, e desci a escada rumo a uma Sra. Hudson ainda extremamente preocupada e curiosa. -Darei notícias assim que possível. –A interrompi antes que começasse seu discurso de “cuidados e precauções”. Ao chegar no hospital, fui diretamente para o quarto da jovem moça. Ela ainda estava imóvel e da mesma forma que eu a deixara. Isso já estava me preocupando... Ao lado o leito havia um cabide com os antigos trajes com a qual eu a pegara. O colete verde ainda estava ali. -Pois então... Acorde pequena moça, e diga-me quem é.... – disse baixinho, quase implorando. Ela não respondeu, nem se moveu. E assim permaneceu por quatro dias seguidos, até que enfim, quando eu chegara do almoço para trabalhar, Nicolas correu até mim. -Dr. Watson! Dr. Watson! – ele estava ofegante, e em seus braços carregava uma prancheta de anotações. –A Garota despertou. Ela está acordada... Um pouco atordoada, mas já consegue me entender. Com um sobressalto, apressei o passo, quase chegando a correr. Nicolas vinha junto a mim. -Mas, senhor... Ela não fala. Parei atônito. -Como? -Eu estava fazendo o relatório do dia, e quando estava saindo, ouvi-a ofegar. Ela tinha acordado, e começou a se mexer um pouco incomodada... Fui lhe ajudar, e perguntei como se sentia... Como se chamava. Ela não me responde. Um tanto frustrado retomei meu caminho. Nicolas ainda me seguia. -Tomo conta daqui para frente. Obrigado pelo aviso, Nicolas. -Acha que ela não fala mesmo, Dr. Watson? -Acho que ela está hesitante... Ao chegar à porta em que ela estava em repouso, parei e tomei à mão a maçaneta. Nicolas saiu, e deu-me privacidade. Com certeza ele sabia que eu tentaria de tudo fazer a garota dizer algo sobre si, e não queria incomodar. Abri a porta e entrei no aposento determinado. Assim como Nicolas disse, a jovenzinha estava com seus vivazes olhos azuis completamente abertos, e absortos em pensamentos.
  • 11. 11 CAPÍTULO 05 inha escola era uma droga. Colocaram-me lá porque através de uma avaliação, provei que não necessitava fazer o ensino médio e consegui ainda, entrar para a faculdade mais cedo. Estudei Física por três meses e saí. Então meu pai entrou em ação: abriu uma “Academia de Físicos Juniors” num anexo das IndustriasStark. Então passei a estudar de tudo um pouco. Mas isso já faz um ano, e hoje, por vezes, até acompanho meu pai em alguns projetos oficiais da empresa. Ajudo a desenvolver e participo da construção, porém o que sempre quis estudar e poder fabricar sempre foi a armadura. Nem precisava ser uma das Marks originais do ‘grande Stark’, só bastava me emprestar o projeto por umas horinhas e eu já teria uma boa noção de por onde começar. Mas é claro que aquele carinha de barba esquisita nunca me deixou chegar perto dos projetos. Na realidade, ele certa vez deu-me o do reator arc. Disse que quando eu conseguisse construí-lo sem ajuda alguma, poderia estudar junto a ele, as equações da armadura que eu quisesse. Nunca pensei, ou sequer imaginei que Anthony Stark era um cara responsável, mas pelo que parecia, ele era. Só faltava ‘sair do armário’ e demostrar isso. O pior é que ele tinha razão, a armadura é mais que uma “prótese altamente desenvolvida” (sempre que eu pronunciava isso, caía em gargalhadas), é a chave da humanidade para a proteção e para a justiça. Ela não poderia JAMAIS cair nas mãos do governo. Seria o fim do mundo. Portanto, desde que meu pai me entregara o projeto do Reator Arc, eu o estudara com afinco. E já havia material suficiente para construí-lo, sendo que eu até mesmo já começara a M
  • 12. 12 construí-lo, faltava somente algumas finalizações do qual eu ainda não compreendera facilmente. Em tese, para termina-lo, faltava somente uma coisa: ânimo. E isso, desde que mudamos para Londres, onde meu pai começara um novo projeto, era o que mais me faltava. Londres era bacana por alguns motivos, mas mudar de cidade e ser atacado por fãs do grande Homem de Ferro, e ser chamado de filho prodígio do grande gênio já era demais. Eu sentia falta de Malibu. -Caique?! Pode prestar atenção na aula? Já quase a finalizamos e não o vejo participar. – disse o professor Eddard em meio à aula. Preferi nem mesmo responder,permaneci em silêncio e aguardei o final da aula, quando eu poderia enfim voltar para casa e terminar o reator. Havia uma enorme papelada na minha mesa, quando enfim entrei no meu quarto. Equações inacabadas, desenhos geométricos... e nada de reator. Meu armário, quando o abri, teve uma avalanche de apetrechos. Decidi ir procurar na oficina, mas J.A.R.V.I.S recebera ordens para mantê-la trancada e somente acessível a meu pai. Um tanto irritado, dei um chute mais do que forte na parede de vidro da maldita oficina. E nesse mesmo instante, ouvi um barulho. Alguém descia a escada. -Pai, na boa, não necessita usar o J.A.R.V.I.S como babá eletrônica... Francamente, eu jur.... BAAAAMMM. CRÁS. CRÁS. CRÁS. CRÁS. Num momento instantâneo todas os vidros de parede quebraram com o maior estardalhaço, fazendo voar estilhaços para todo lado. Em reação de defesa, levei meus braços ao rosto e me abaixei. Mais um tiro explodiu. Dessa vez, pulei em cambalhota e tentei me esconder em baixo de uma mesa de metal. Ali, senti meu braço pegajoso e cheio de sangue. -Saia daí, homem sardinha. – ouvi meu pai dizer. -Não brinque com a vida, meu caro Anthony. CRÁS. Mais vidros. Arrisquei-me a olhar, mas no mesmo instante outro barulho ensurdecedor, mas dessa vez de concreto sendo quebrado. Meu pai levara o invasor para uma luta lá fora, saindo pelo telhado e fazendo despencar um bocado de pedaços de parede.
  • 13. 13 Quase que estuporado, tentei me levantar e raciocinar. O que raios tinha acontecido? E... Homem sardinha? Como assim Homem sardinha? Corri então para fora da casa, mas antes de chegar ao salão, o Homem de ferro já estava de volta. -MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDOO? QUE RAIOS DE BRIGA FOI ESSA? – falei em choque. -Eu queria mesmo trocar os vidros da oficina....Jarvis, reprograme o sistema de segurança interno da casa, porque, se não percebeu, tive uma visita indesejada. – E então ele parou e estacou de olhos arregalados. – O reator, garoto. ONDE está o projeto do reator? -Eu tinha descido exatamente para procurá-lo. Você o pegou? Não obtive resposta. A armadura voltou a perfurar o teto derrubando mais outro bocado de terra. -Jarvis! -Sei de nada, senhor. Nervoso ao extremo, chutei o maldito sofá que na minha frente estava e fui para meu quarto pegar minha carteira. Eu iria ao hospital que havia ali perto para fazer alguns curativos. Se a madamePepperPotts visse o estado do meu braço, acho que ela desmaiaria. Após pegar minha carteira, enfiá-la em minha mochila junto com o que eu havia começado a montar o reator arc, e meu casaco, saí e tentando ao máximo esconder o braço ensanguentado na blusa, fui em direção ao hospital. Os olhos. Por Deus, os olhos! Azuis ao extremo. Perspicazes e profundos. Eu só podia estar ficando louco. Aproximei-me do leito da pequena jovem e sentei-me a seu lado. Ela olhara fixamente para algum ponto à sua frente, absorta em pensamentos. Esperei-a falar. -Onde estou? -Está no Hospital St. Bartholomew, em Londres. Sente-se bem? Silêncio. -Pode me dizer seu nome? -Karolina. -Lembra-se de algo, Karolina? O motivo de estar aqui? -Não me lembro de nada. Mas, preciso ir embora. -Creio que poderá ir quando estiver completamente sã. Mas, pode me dizer para onde irá?
  • 14. 14 -Vejo isso quando for. E voltou seu olhar para algum lugar vago. Assumindo minha postura de médico, levantei-me e comecei a examinar os ferimentos. Estavam ótimos e necessitavam de somente mais alguns poucos cuidados que ela ficaria nova em folha. -Eu lhe disse meu nome, mas não me disse o seu... – ela disse repentinamente. Com um sobressalto, olhei-a curioso. -Me chamo John... Dr. John Watson. Elaentão me olhou nos olhos e analisou-me cuidadosamente. -Quero ir embora, John. Por favor, não gosto de hospitais... Quero ir embora! -Mas para onde irá, jovem? Não quer me dizer... Não posso deixa-la sair assim às cegas. -Não tenho para onde ir. Esta é a realidade. Sentei-me e abaixei a cabeça. Eu já esperava tal resposta. -Pode ficar comigo se quiser, até que se ache algum parente... Eu não sabia por que dissera aquilo, mas me sentira na obrigação de falar. E eu queria tê-la sob minha tutela... Sentia que devia protegê-la. -Obrigado, John... Agora, pode, por favor, deixar que eu saia daqui? Agulhas... Não gosto delas... Um pouco contrariado, mas convencido de que em casa eu iria trata-la como se ainda estivesse no hospital, tirei a agulha de soro de seu braço, e entreguei-lhe uma muda de roupa que eu pegara para ela. Entreguei-lhe também seu longo casaco e seu colete verde. Após isso, dei-lhe privacidade para trocar, e sai do quarto, avisando-a que estaria em minha sala esperando.
  • 15. 15 CAPÍTULO 06 Hospital ficava a poucas quadras de minha casa, então levei cerca de dez minutos até poder avistá-lo. Não havia muita gente por ali. A saber, a maioria era atendida rapidamente e levada para o setor do qual receberia tratamento. Ao entrar vi somente cinco pessoas sentadas esperando por atendimento, sendo que uma delas já se dirigia ao balcão. Esperei pacientemente pela minha vez, sem notar que eu estava extremamente sujo de terra, e também de sangue. A blusa não cumprira seu propósito. Para aliviar a aparência, fui até o banheiro e dei uma limpada no que deu para salvar. Minha blusa, sem dúvidas iria para o lixo depois que eu chegasse em casa. Ao sair do banheiro, já fui rapidamente atendido e levado para a enfermaria onde me fizeram curativos rápidos. Eu já estava indo embora quando uma sucessão de acontecimentos deixou-me atônito. Eu andava de cabeça baixa arrumando meus documentos em minha carteira, quando, virando um corredor, um enfermeiro vinha a toda velocidade empurrando uma maca com um homem acidentado e iria me atingir em cheio caso uma garota não tivesse me puxado pelo braço e me empurrado para a parede onde o enfermeiro passou quase raspando. -Seria muita ironia você ser atropelado por uma maca num hospital... – falou a moça. -Wow... Obrigado... aahh.... -Você... Céus... Você é um Stark! -Sim sim, meu nome é Ca.. Ei! Como você sabe?! A moça sorriu com desdém e olhou-me com uma das sobrancelhas erguidas. -Você tem a barba crescendo no mesmo formato da do seu pai, a cor dos olhos segue os da sua mãe, já o cabelo retoma o Stark. Você tem pequenas queimaduras na ponta dos dedos o que me sugere que mexe muito com ferro de solda, e no mesmo lugar nota-se tinta gasta azul, de papel propício a projetos. Usa roupas de marca, é rico. E no bolso lateral da sua calça pende um papel com o início da logomarca das IndustriasStark, e se muito me engano é um bilhete para camarote VIP da Stark Expo. Algo mais? Ela puxou-me pelo braço para uma sala que estava com a porta aberta, depois fechou- a e fitou-me séria. -Se lhe for conveniente, feche a boca. – disse-me agora erguendo as duas sobrancelhas e com uma expressão zombeteira. Só agora eu havia notado. Pisquei umas três vezes forte e depois voltei minha atenção à excêntrica garota na minha frente. O
  • 16. 16 -E eu por acaso posso saber seu nome, senhorita sabe-tudo? -Karol. Agora, temos de conversar. Você, garoto, corre perigo. Não só você, mas sua família inteira! Temos que agir. E rápido! -Mas do que está falando? Está tudo bem, não tem ninguém correndo pe... – e então me lembrei do incidente de minutos anteriores. Alguém invadindo minha casa. O homem de ferro sendo atacado. Meu celular tocou. Levei um tremendo susto. Karol olhou-me de olhos arregalados e sinalizou frenética para que eu o atendesse rapidamente. -Alô? -FILHO, FUJA! RÁPIDO! CABUUUUM. Nova explosão. Parte do primeiro andar do prédio havia explodido. E havia um barulho de curto circuito de alta voltagem. Karol olhava para todo lado e estudava o que fazer. Eu estava sem ação. Havia uma nuvem de poeira no ar e estava difícil de se enxergar. -Segure minha mão. –ela disse. A obedeci e fui puxado novamente em direção ao corredor. Corremos para a saída de emergência do Hospital, e na última ‘esquina’ de corredores, derrapamos por uns três metros quando demos de cara com um homem carregando nos braços um chicote de pura energia elétrica. Por um segundo ele nos fitou, e de imediato atacou com o chicote energizado. O golpe me separou de Karol que se jogara para o lado oposto ao meu. Houve uma nova explosão quando o chicote tocou o chão. Um buraco no formato do dispositivo se abriu ali. De relance vi Karol em agonia. Seu braço estava ferido. Eu estava sentado em minha mesa, e esperava ansiosamente que a jovem Karolina viesse a meu encontro, para que eu pudesse leva-la até em casa onde poderia extrair dela
  • 17. 17 algumas respostas. A Sra. Hudson adoraria mais uma presença feminina na casa, ainda mais jovem. Levantei-me e retirei meu jaleco branco, e no mesmo instante que o pendurei no cabide, uma explosão me jogou contra minha mesa. Atordoado e com um filete de sangue escorrendo da testa, tentei me levantar. Parte da parede da frente de minha sala havia sido destruída. Um homem equipado com uma estranha arma elétrica passou no corredor. Escondi- me por trás da mesa e o observei em silêncio. Eu estava apavorado. O que estava acontecendo? De repente a ficha caiu. Eu tinha me esquecido. KAROL! Levantei-me rapidamente e com o maior possível de silencio sai de minha sala e tentei seguir o estranho criminoso. Ele havia destruído grande parte da ala B do hospital, que por sorte, não havia quase ninguém além de Nicolas, eu e Karolina, e alguns pacientes no quartos que ficavam no segundo andar, mas que por sorte não foi tão afetado. O homem agora andava em direção ao corredor onde estava o leito de Karol e comecei a temer o que futuramente iria acontecer. Ao fim do corredor avistamos Karol e um jovem moço. O homem do chicote ergueu um dos seus braços e desferiu um golpe, que por sorte, acertou exatamente o meio aberto entre os dois jovens. De tamanho pavor, não consegui emitir som algum com meu grito mudo. Karol parecia ter notado minha presença e fez exatamente o que eu não queria que fizesse: atraiu a atenção do homem para ela, a fim de proteger os presentes. O jovem rapaz a seu lado, levantou-se e tomando pose de heroi, retirou do bolso um apetrecho que parecia uma caneta, mas que após um clique abriu-se e tornou-se, pelo visto, uma arma de choque. O homem voltou a erguer o braço e Karol aproveitou o momento para passar para o lado, enquanto o outro rapaz tornava-se a mira, ela aproximou-se no homem e acertou-lhe o ombro com um soco, e a perna com um chute. O homem vacilou, mas não caiu. Acertou a chicotada bem ao lado do jovem rapaz e deixou-o com uma queimadura na perna. Então foi a minha vez de ajudar: pulei de meu esconderijo e com toda força que reuni deu outro soco no psicopata de chicote. Acertei-lhe as costas e ele dessa vez caiu. Isso foi um erro. -JOHN, NÃO! – gritou Karol. Mas fora tarde demais. O homem me avistou, e mesmo de joelhos, atacou-me na horizontal com o chicote. O mesmo enrolou-se na minha perna, e no mesmo instante, pelo forte choque, desmaiei.
  • 18. 18 Minha última visão fora a de Karol sendo puxada pelo jovem rapaz para a saída de emergência. CAPÍTULO 07 u estava realmente em fúria. Minha vontade era de me soltar de Caique e dar-lhe uma pancada extremamente forte. John estava em perigo e eu deixara-o só. -ME SOLTE! PRECISO VOLTAR. JOHN ESTÁ LÁ! – gritei. -Não vou soltá-la. E nem vai voltar... Ou por acaso não viu que aquele louco tinha um chicote energizado? Trata-se de um Wiplash... Mas, eu jurava que Ivan estava morto. -Seu idiota, aquele é Joffrey. E sim, ele é o novo Chicote Negro. E ele só o é por causa dessa maldita tecnologia que seu pai criou. Caique soltou-me com desdém. No ato, acabei caindo e ferindo ainda mais os cotovelos. Ele, em fúria, saiu andando, e deixou-me para trás. -Garoto, se liga, vai cometer o suicídio. Não adianta dar uma de vingador e tentar derrota-lo só. Como eu disse, você e sua família correm perigo. Ele então parou e virou-se mostrando uma expressão de raiva agourenta. -Como você sabe disso? E por coincidência parece que no instante em que te conheci, corri risco de vida duas vezes seguidas... Quem é você? -Eu sou Karol Holmes. E
  • 19. 19 CAPÍTULO 08 arei de chofre. Eu já ouvira aquele nome. Holmes. Meu pai já o mencionara certa vez, quando Rhodes roubara uma das armaduras e levara para o Exército. Uma armadura entregue para o Estado não ia prestar. Então meu pai contratou um homem que se denominava Detetive Consultor, para vigiar de perto o que estava acontecendo com a Mark Patriota. Era Sherlock Holmes. Ele descobriu que um dos empresários que trabalhava nos armamentos da armadura, Justin Hammer, havia roubado fotos e esquemas da armadura, e junto com endereço, destino e horário de entrega, avisou ao meu pai onde encontra-lo. Eu vira Sherlock Holmes somente duas vezes: o dia que ele chegara correndo em casa para avisar meu pai sobre Hammer, e o dia de seu enterro, onde vi sua foto no túmulo fechado. Passei a fitar Karol com um certo nó na garganta, e extremamente arrependido. -Eu... eu sinto muito... – disse. -Foco no temos de fazer, Caique. Tem de ser rápido! O projeto do reator foi roubado. Disso tenho certeza. E se o foi, não vai demorar muito para que surja milhares de homens de ferro que vão acabar com o mundo. -Mas o que faremos? -Seu pai. Deve avisá-lo. Posso ajudar a encontrar os projetos se me mostrarem o último lugar onde ele esteve em sua casa. -Então vamos para lá agora. Ela não se moveu. -John... Meu tio. -Ele está bem. Está vivo. Foi somente um choque... ah, de alta voltagem, mas ele vai ficar bem. Aposto como Wiplash está vindo atrás de nós. O tempo urge. Ainda um pouco contrariada, ela se moveu. Veio junto a mim. P
  • 20. 20 Parei um táxi e, de forma mais rápida, voltamos para casa. Ao chegar lá me espantei. A estrada de casa estava atulhada de viaturas e vãs da imprensa. De repente senti medo. Quando eu ia descendo do carro, Karol novamente segurou minha mão, e tirando alguma poeira de nossas roupas, sujou-me o rosto e deu-me seu colete e sobretudo. -Vista-o. Vamos entrar pelos fundos. Tudo o que não quero é uma muralha de repórteres e câmeras nos fotografando. – ela disse. -Como você sabe que tem uma por... -Depois explico. Entrelacei minhas mãos nas dela e saímos como um casal normal pela rua. Dois jornalistas passaram por nós, mas eu estava tão sujo que nem se deram o trabalho de reparar que acabavam de passar ao lado de CaiqueStark. Ao virar a esquina, pulamos um alto muro e desativando o alarme por comando de voz, entramos pela porta dos fundos que saía num grande salão de festas. Atravessei a sala correndo e encontrei minha mãe em prantos sentada no sofá junto a Happy e Natasha. Nick Fury estava a um canto falando furiosamente ao telefone, até mesmo o Dr. Bruce Banner estava sentado a um lado respirando fundo. Corri até minha mãe, e peguei suas mãos. -O que aconteceu? -Seu pai foi feito refém. – ela conseguiu dizer. Depois caiu em prantos. Bruce veio até mim, e colocando sua mão em meus ombros puxou-me para um lado da sala. Em meio ao caminho, peguei a mão de Karol e puxei-a junto. -Caique, não sei como e nem o porquê, mas há um novo Wiplash, e há alguns minutos atrás ele entrou em luta com seu pai. Tony é extremamente seguro de si, e não prestou atenção que estava em uma cilada. Haviam mais envolvidos. Não tive tempo de ajuda-lo, Caique. Wiplash e os outros estão a mando de Galactus... Thanos pode estar envolvido. Nick está tentando se comunicar com Thor, para verificar o paradeiro de Loki, mas ao que se sabe, Galactus é o mandante. Os Vingadores estão a caminho. Vamos lutar. -Claro que vão. – foi somente o que fui capaz de dizer. Karol apertou minha mão e puxou-me para longe de Banner. Levou-me para a antessala e ali olhou-me nos olhos. -Seu pai vai estar morto antes de eles chegarem lá. Você tem que ir. –ela disse. -E como vou? Com um guarda-chuva de espada e uma bicicleta de automóvel? -Com a armadura, Caique. -A armadura não funciona sem o reator.
  • 21. 21 -Por isso mesmo, vamos montar um agora. Sem aguentar, sorri com desdém. -E você acha mesmo que vai dar tempo? Está louca? -É você que eles querem,Caique. O filho prodígio do grande gênio. Vamos para a oficina, preciso te contar uma coisa. CAPÍTULO 09 choque praticamente me desestabilizara e deixara- me inconsciente por alguns segundos. Quando enfim acordei ao som de uma alta pancada de ferro, vislumbrei o que parecia ser uma luta mortal. De um lado o conhecido Homem de ferro que recentemente chegara à Londres causando grande tumulto, e de outro uma equipe de, pareciam ser, vilões. Eram três enormes homens de músculos monstruosos, dois outros que sabiam voar e um que lutava furiosamente com Tony Stark. Além do homem de chicote que ficara para trás se recuperando. Pensei em ajuda-lo, mas minha presença iria mais atrapalhar do que ajudar. Em um certo momento, Tony foi acertado violentamente na cabeça. Tão forte que o próprio elmo lhe saiu da armadura. Não me aguentando, gritei. Fora um ato falho, pois acabei por denunciar minha presença, e eles não a deixaram passar. O Homem de Ferro agora estava inconsciente. Centenas de pessoas agora se aproximavam, incluindo viaturas e imprensa. O homem do chicote olhou-me e sorrindo maldosamente, novamente me atacou. Tudo ficou escuro. O
  • 22. 22 CAPÍTULO 10 evei Karol para a oficina às pressas, onde reinava o silêncio. Eu me sentia curioso para o que ela estava por me falar. Uma curiosidade ao mesmo tempo receosa. Ao chegar lá, avistei a bagunça que mais cedo nosso invasor deixara. -Jarvis, as luzes por favor. Inicie os computadores, quero acesso à conta pessoal de meu pai. -Senhor, não tenho permissão para... -Jarvis, é um ordem. Os computadores se ligaram, e a típica mensagem em holograma de “Bem-Vindo Sr. Stark” apareceu no meio da oficina. Karol então começou a andar de um lado para o outro. Respirou fundo e começou a falar. -Não tenho plena certeza de que Galactus está no comando disso, Caique, mas devemos suspeitar de tudo. Seu pai foi capturado por Wiplash sim, isso é certeza, e o motivo também é óbvio: O reator. Há tempos um grupo chamado “Illuminus” fundou-se entre os piores capangas da Marvel do mundo, em contraposição aos Iluminati onde seu pai era filiado. Queriam tomar para si o maior poder possível. Mas houve alguma coisa que os interroperam. Algo os retardou por um tempo, e os fortaleceu. De repente, os Iluminus tiveram um novo alvo: O reator arc. No inicio, que foi exatamente quando vocês se mudaram para cá, eles só queriam, e precisavam, tirar o reator do peito de seu pai, mas agora o alvo muda... eles querem fabricar o reator. E é aí que você aparece. Eles acharam o projeto em sua posse, então julgam que você consegue montá-lo. Seu pai se recusa plenamente, e creio que só o pegaram para fazer uma certa pressão psicológica. Precisamos montar o reator, Caique. O mais rápido o possível! -Tenho metade dele construído, mas falta o restante! Como vou terminar sem o projeto? -Aqui vai um incentivo: Seu pai vai morrer em horas se você não der um jeito de termina-lo. L
  • 23. 23 Com raiva chutei uma cadeira longe. Tirei minha mochila e coloquei-a em cima da mesa. Ali dentro estava o que eu tinha do reator, peguei-o e o coloquei na mesa também. -Jarvisescaneie-o e monte um projeção manipulável. Pesquise os arquivos de meu pai e encontre tudo que tiver relação com o reator arc. Abra-os para mim, o mais rápido possível. Karol deu-me espaço e sentou-se em outra escrivaninha. Observava-me e estava pronta caso eu pedisse ajuda. -Entende algo de Física e Engenharia, Holmes? -Nem mesmo uma vírgula, Stark. Sorri. Jarvis havia terminado a pesquisa. Haviam-se passado vinte minutos desde que eu chegara em casa. O tempo corria rápido demais. Passei a examinar as pesquisas, e tentava ao mesmo tempo mexer no reator. Não dava. -Karol, examine os arquivos e me dite o que achar de esquemas, preciso de informações sobre tudo o que for possível. Trabalhamos desse modo por mais alguns minutos, eu usufruindo de toda a ajuda possível. Até mesmo Banner e Fury desceram para auxílio. O reator tomava forma rapidamente. -Está difícil demais para você, prodígio Stark? – Zombou Karol. -Está até muito fácil. Mas ocorreu um erro... Não sei onde ele se encontra. DROGA. -Ora, Stark, até mesmo eu já o vi... BOWW. A projeção manipulável do reator explodiu fazendo um tremendo barulho. Caíque fazia nele tudo antes de aplicar no verdadeiro. -Deus do céu, VOCÊ É LOUCO? O telefone da casa toca. Banner e Fury correram para a sala na curiosidade de ouvir oque havia acontecido. -Fale menos, trabalhe mais. ACHEI! O erro era óbvio e logo o consertei. Faltava somente mais uma parte que com a ajuda de Karol finalizei rapidamente. Fui para o computador e iniciei a sequencia de energização. Todas as luzes da oficina piscaram. O reator acendeu. -Quem será ao telefone? -Eu. Mandei Jarvis ligar. Receberão uma mensagem falta. Eu só queria tirar Fury e Banner daqui. Vamos, vou colocar a armadura agora. Prenda o reator nela. Levantei-me rapidamente e fui até o local marcado no chão onde Jarvis montava em meu pai a armadura. -Jarvis, você sabe o que fazer.
  • 24. 24 Karol assistiu a montagem da armadura, e em segundos eu estava nela. Em meus olhos acenderam a tela e Jarvis falou comigo. -Senhor, a armadura necessita de ajustes, aconselho a remonta-la. -Não temos tempo Jarvis. Karol, sua vez agora. Onde meu pai esta? -Antes de ir parar na porta de John, eu e meu pai fomos lá... Fizeram minha mãe refém Caique. Eles tem ao todo três pessoas. Cada qual com sua finalidade: Stark atrai você, Watson para mim, e minha mãe para meu pai. Vê as semelhanças? Tecnologia, armamento e incrível inteligência de dedução. Todos estão em cativeiro, e cabe a nós somente irmos até lá, praticamente nos entregar. Eles não precisam fazer mais nada. Tenho medo de deixa-lo ir só. -Diga-me, RÁPIDO! ONDE? -Na Torre de Londres... O covil dos illuminus. CAPÍTULO 11 star na armadura era surreal. Eu podia ver tudo. Jarvis analisava cada detalhe de onde eu estava, e eu podia me antecipar alguns segundos de cada movimento do que ali estava. Karol ainda me olhava temerosa, quase que implorando para que eu não partisse. -Não se preocupe, eu volto. – minha voz saíra robótica. Tomei a pose de voo e saí a toda velocidade pelo corredor da oficina. Arregalei os olhos ao ver a velocidade que aquele equipamento era capaz de atingir em pouco tempo. -Jarvis, localize a torre de Londres. -Sim senhor, a armadura irá guia-lo até lá em segundos. Londres estava começando a anoitecer, o relógio apontava 06:30. Eu a essa altura já conseguia avistar a grande Torre, e comecei a me perguntar onde eles estariam escondidos. Olhos curiosos começavam a me fitar, e algumas pessoas apontavam para mim de olhos arregalados. Pousei próximo à torre e observei á volta. E
  • 25. 25 -Jarvis localize pontos eletrônicos com alta frequência de emissão de dados, ache os armamentos stark. Wiplash deve estar aqui, não é difícil achar seu chicote energizado. Em meus olhos apareceu o que eu não esperava: abaixo da torre havia uma grande movimentação em massa. O covil Illuminus era em baixo da grande torre. E ali estavam os reféns. -Vai a algum lugar? – falou alguém atrás de mim. Virei-me e vi dois homens armados com o chicote energizado, o de trás, sem hesitar, atacou-me, e sem tempo de reagir, o chicote rodeou-me e descarregou grande votagem na armadura. Senti meu corpo formigar. Com a arma repulsora da mão atingi o wiplash1, e agarrando o chicote que me rodeava, trouxe para perto o wiplash 2. Agarrei parte da armadura de seu peito e arranquei-a a força. Voaram faíscas para todo lado. Ele gritou. O wiplash1, recuperado veio auxiliá-lo e recebi mais um ataque. Eu estava preso pelos dois, e já começava a sentir uma fraca corrente perpassando por meu corpo. Enrolei meus braços nos dois chicotes, e descarreguei toda a energia possível nas duas armas repulsoras da mão. Houve uma grande explosão. Ambos os wiplashs caíram queimados em nocaute, eu já sem forças apoiei-me no joelho. Vi então um vulto se aproximando. -ATRÁS GAROTO! CUIDADO! –ele gritou. Só tive tempo de olhar. E tudo ficou escuro. CAPÍTULO 12 ssim que Caique saiu, eu me senti obrigada a acompanha-lo. Em uma vitrine ao lado da cabine da armadura que ele usava, havia em uma prateleira os boots repulsores, além de um protótipo para as armas da mão. Sem hesitar vesti-os e voei em rumo ao A
  • 26. 26 estreito corredor da garagem. Saindo dali fui á toda velocidade em direção à Torre de Londres. Ao chegar lá, avistei o que parecia uma grande explosão. Caique e sua armadura, detonara com os chicotes energizados de dois homens tombados no chão. Mas havia um erro: alguém saía de o que parecia uma portela por entre dois enormes edifícios atrás da grande torre. O vulto carregava uma enorme arma, e a mirava em Caique. Houve um tiro. Com um grito de fúria, cheguei e mirei os repulsores no misterioso vulto. Mas ele vou mais ágil: desapareceu por alguma saída ou entrada no chão. Outro vulto corria em direção oposta a minha, e tive um forte impulso em segui-lo. Eu conheceria aquele vulto em qualquer lugar. Mas decidi socorrer Caique, que jazia inconsciente no chão. Boa parte da armadura estava destruída. Mais capangas chegavam, tive de deixar Caique no chão para lutar com dois outros gigantes que apareceram do nada. Eu não tinha força e estava apanhando, quando por milagre apareceu ajuda. Um grande monstro verde em fúria... Hulk. Com um só murro ele quase nocauteara um dos grandes musculosos. E eu fora em seu auxílio. Outros inimigos apareciam, de todo tipo e eu já beirava a exaustão. Lutei com o que parecia um cavaleiro medieval sinistro, e já estava quase perdendo quando um escudo vermelho e azul o atingiu na cabeça e retornou para seu dono. Uma flecha, depois de segundos passou zunindo por meu ouvido e atingiu o braço de mais um dos capangas. Capitão América e Gavião Arqueiro haviam chegado, acompanhados de Viúva Negra que lutava junto à Hulk. -O Caique, Karol! – Gritou o Capitão. Foi então que me dei por falta. Um vilão mascarado estava arrastando o corpo de meu amigo para uma porta que parecia ser de um calabouço. A esse ponto, a rua estava infestada de carros e havia um tumulto incontrolável. Pessoas gritando, policiais atirando e fogo para todo lado. Juntei as duas mãos e atirei com os dois repulsores da mão, atingindo o mascarado no peito. Mas houve um erro: Caique caiu na estranha porta. Mais do que ligeiro, voei em seu alcance e adentrei a porta. Tudo escureceu. Era um túnel subterrâneo. Voei mais rapidamente até tentar alcançar o corpo de Caique, mas quando o fiz acabei por topar de frente com o chão. Foi um tremendo baque. Atordoada aproximei-me do corpo dele. -Caique...? -Ora, pois se não tenho aqui dois dos meus principais alvos? – disse um homem que se aproximou na escuridão.
  • 27. 27 -Revele-se! Ele se aproximou e no mesmo instante o reconheci: Jim Moriarty. -Então quer dizer que não temos um Galactus... -Óbvio que não. Sou mais poderoso. Não há maior poder que a inteligência, minha pequena Holmes. -Onde está meu tio!? -E porque eu responderia? Só tenho uma coisa a falar: FÁCIL DEMAIS! ENTEDIANTE! CHATO! MAL COMEÇOU E JÁ GANHEI... Cadê o velho Holmes? Mas que droga. Nada nem ninguém mais nesse mundo sabe usar a mente? -Do que está falando, seu louco...? -Que chatooo, que chatoo... É triste, é decepcionante! Seus IDIOTAS. Será que ninguém percebeu? Permaneci em silêncio. -Seus animais. Não quero reator. Isso é um lixo, uma velharia! Nunca o quis. Vocês se deixam enganar muito fáciiiiiil. – ele então começou o que parecia uma birra infantil feita por um homem de terno e gravata. – O robô, sua ignóbil desprezível. O robô que esse idiota ao seu lado construiu e que pela manhã o chutou com desdém. Será que esse energúmeno não imagina a tecnologia que criou? O cérebro humano, minha cara. É essa a criação: O CÉREBRO HUMANO JOGADO NUM QUARTO DE UM ADOLESCENTE IDIOTA. Comecei a raciocinar. Eu não havia estado no quarto de Caique, para confirmar o que Moriarty dizia, mas sabia que o projeto do reator fora roubado. Era realmente curioso que o invasor tivesse vindo de dentro da casa, OU SEJA... ah droga, o quarto! E, quanta ignorância, os próprios Wiplashs usavam de tecnologia similar á do reator. Estávamos tão enganados pelo roubo que deixei as evidências mais óbvias passarem sem serem vistas. Num surto de raiva, com um tiro nos repulsores das mãos, voei até Moriarty para ataca-lo, mas fui impedida por um novo chicote que com um tremendo choque quase me nocauteou. Mirei no peito onde estava o maldito reator, e atirei. Mais homens apareceram. Recomeçava ali a luta de lá fora. -Hey pessoal, não há covil sem aranha. Então, aqui estou! – gritou alguém. O Homem Aranha aparecera, e começara a lutar à meu lado. Eu estava ficando sem forças e Moriarty desaparecera. Se ele estava certo, e o robô de Caique fosse mesmo uma cópia exata de um cérebro humano perfeito, bastava conectá-lo a qualquer lugar para obter e fazer qualquer coisa que quisesse, tipo começar uma terceira guerra mundial. A coisa piorava a cada segundo que se passava.
  • 28. 28 Tentei me distanciar da luta quando Gavião arqueiro chegou em socorro. Fui então ao local onde estava Caique e tentei reanima-lo. Ele acordou atordoado e fazia caretas de dor. -Vamos, de pé! Precisamos achar seu pai. -Claro, claro. Vamos. CAPÍTULO 13 u só podia estar sonhando, não era possível. Aliás, sonhando não. Tendo pesadelos! Minha semana começara da forma mais louca o possível e agora eu estava preso em um covil subterrâneo cheio de capangas de Moriarty bem no centro de Londres. Ali onde eu estava havia mais um homem desacordado. Tony Stark. Poucos minutos atrás eu tentara acordá-lo, mas ele estava em estado de exaustão. Eu tinha certeza de que em alguns minutos ele acordaria novamente. Lá fora estava acontecendo uma guerra. -Ah céus... Nem em ressaca fico tão ruim assim... E olha que nem bebi pra vir aqui. – pestanejou baixinho o homem que acabara de acordar. Ele estava zonzo e cambaleava quando tentou se levantar. Fui a seu socorro e ele se apoiou em meu ombro. Em seu braço apertou um botão vermelho de uma pulseira de prata. -Jarvis... Um traje. Preciso de um traje. Estou despido... – ele disse. Coloquei o homem sentado no único colchão que havia naquela cela. Assim que ele se sentou outro estrondo me tirou o fôlego de susto. A armadura de Stark viera voando à seu encontro e abrira uma cratera no teto para adentrar a câmara. O homem então, ainda vacilante, levantou-se e a vestiu. Ou melhor, ela vestiu-se a ele. Ao mesmo tempo, chegaram ali, Karol, para meu espanto e o jovem rapaz que eu vira mais cedo. -Pai! -Caique, meu filho! O reator, você conseguiu! Acho que não quero mais o DNA... Venha... Já tá rolando uma festa, e nem me esperaram. O jovem e seu pai saíram pela cratera a voo, mas Karol permaneceu ali. E
  • 29. 29 -John, venha, vou te tirar daqui. Pendure-se nas minhas costas... Vamos sair por ali também, é mais rápido. Fui até a garota e abracei-lhe o ombro e tórax, prendendo meus braços na frente, como se a abraçasse. Ela alçou voo e em segundos estávamos de volta à superfície. Lá estava um caos, mas parecia estar sendo controlado por um grupo que a televisão chamava de Vingadores. Stark e seu filho lutavam juntos, Hulk pegava dois ou três capangas de uma só vez; Viúva Negra e Gavião Arqueiro eram sorrateiros e acertavam aqueles que ousavam se aproximar, e Capitão América cuidava dos trapaceiros que tentavam acertar o restante pelas costas. Karol já estava quase se juntando a eles quando ouvi um barulho familiar e extremamente preocupante: uma arma sendo engatilhada. Estaquei no mesmo instante, e assim fez Karol também. -Exatamente. Às minhas ordens agora. Subam para a torre. Andem. – era Moriarty. Não havia ninguém à vista do qual poderia ajudar. Agora como havia a possível chance de vitória e os capangas recusavam, todos estavam ocupados em exterminá-los. Minha única escolha e a de Karol também era obedecê-lo. Por uma escada que havia para turistas, começamos a escalar a grande torre. Eu já sabia qual era o fim, e temia não por mim, mas pela jovem que me acompanhava. Quando chegamos ao alto da torre, Jim estava desgostoso. -Estava tão perto. No final acabou que sendo divertido... Pelo menos dois consegui pegar. E vai ser interessante, matar as duas amadas criaturinhas de Sherlock Holmes. -Sherlock está morto. – falei. Moriarty riu, apontou a arma para mim, e apertou o gatilho. Mas não houve tempo de eu ser atingido. Um homem saiu de algum lugar escondido, e o atingiu pelas costas, agarrou-o e se atirou junto a ele do topo da Torre de Londres. Dessa vez não aguentei, perdi as forças nas pernas e cai no desmaio. Quem era...? Sherlock Holmes.
  • 30. 30 CAPÍTULO 14 eu tio desmaiara e eu não acreditava no que acabara de ver. Meu pai pulara nas costas de Moriarty e despencara do topo da Torre de Londres junto a ele. Ele salvara a mim e a John mas se sacrificara no lugar. Sherlock Holmes realmente morto. Meu pai... morto. Quase sem ação, engoli em seco, tentei raciocinar. Uma lágrima me escorreu dos olhos, um nó interminável se formou em minha garganta. Peguei John e abracei-o para descer com ele voando. Desta vez eu não o segurava, eu o abraçava. Meu tio... e pelo visto a família que agora eu tinha. Ao pousar no chão, meu queixo caiu, e foi minha vez de perder as forças nas pernas. Sherlock estava vivo e sorria para mim. Moriarty jazia no chão, ensanguentado e morto. John acordou, e sentou-se. Assim que me vi livre, corri até meu pai, e a tocar-lhe os braços, apaguei. CAPÍTULO 15 h, eu estava atordoado, muito atordoado. Na realidade eu acho que estava ficando louco. Senti Karol segurar-me firme e descer voando a torre após eu ver Sherlock Holmes surgir da escuridão e se atirar junto a Moriarty do topo de uma Torre. Quando pousamos, sentei-me no chão e de imediato Karol soltou-me e correu. Esfreguei os olhos e tentei me levantar. Ainda estava um pouco zonzo. Foi então que tomei outro baque. Ao me virar, deparei com Sherlock VIVO abraçando Karol, e à distancia um Moriarty MORTO. Holmes fitou-me divertido, e segurando Karol em seus braços, dirigiu-se a mim. -Watson, meu caro, conheça sua sobrinha.... M A
  • 31. 31 Fiquei boquiaberto. EU SABIA! Os olhos idênticos, o olhar concentrado e absorto igual ao do pai, além do colete que eu dera a meu velho amigo e o sobretudo que ele sempre usara. EU SABIA!!! -Mas... Você... O prédio, Holmes... Você morto.. EU VI! Você... – gaguejei. -Elementar, meu caro John que há coisas a se esclarecer... Vamos conversar... – ele disse, entregando Karol aos braços de um Caique que observava a cena sorrindo. –Cuidado com ela, meu jovem rapaz. Eu sei como destruir um reator arc usando poucas peças. Então, como eu dizia, John... Ah, estou vivo! Não aguentei. Com extrema fúria voei no pescoço de Holmes enforcando-o com as duas mãos. Ele arregalara os olhos mas não reagiu. Caímos no chão. -SEU. MALDITO. ANIMAL. IDIOTA. SEU. TROUXA. IMBECIL. SE NÃO MORREU ANTES. MATO. AGORA! – falei, e a cada ponto, dava um murro de Holmes. -JOHN! VOCÊ É MÉDICO LEMBRA? VAI ME MATAR! -MAUS DIAS, HOLMES. MAUS DIAS!
  • 32. 32 EPÍLOGO Como já era de Praxe para os Starks, quando a poeira abaixou meu pai decidiu dar uma festa para aproveitar o momento de vitória. A mansão Stark estava repleta de convidados. -Filho... Estou orgulhoso de você. E como prometido, semana que vem encerra seus estudos na Academia, e passa a trabalhar comigo, oficialmente, nas IndustriasStark, como aprendiz e futuro sucessor. Iremos montar sua armadura, se quiser, juntos. Não era todo dia que se recebia um elogio direto e sério de Anthony Edward Stark, e recebe-lo tão inesperadamente no corredor e seguido de um contrato nas InsdustriasStark, fez-me ficar sem palavras. Abracei meu pai que o correspondeu. -Agora chega,robocope. Está amassando tanto o meu quanto o seu smoking, vamos descer... – disse ele voltando ao seu desdém habitual. Quando chegamos ao primeiro andar, avistei um monte de gente conhecida, mas procurava por uma só pessoa. Avistei seu pai, e fui atrás de cumprimenta-lo. -Sr. Holmes... Dr. Watson... Obrigado por virem. -Nós é que agradecemos pelo convite, jovem Stark. Mas mantenha-se longe dela ou... –começou Holmes, mas foi interrompido por um Watson ainda ressentido. -Cale-se Holmes... Ou o que? Vai morrer? – disse ele com desdém. –Ela está ali Caique. Foi observar o céu. Ela gosta de ver a lua. Agradeci cortês a ambos os homens e virei-lhes as costas para ir em encontro à jovem que de longe eu via que olhava atentamente o céu estrelado. Após aqueles acontecimentos, eu peguei certo gosto por aquela “família”. Sherlock quando pulara do topo da Torre, realmente não contava que eu o pegaria no ar, deixando que somente Moriarty caísse ao chão. No final das contas até mesmo eu acabei tomando um sopapo de John. -Hoje está uma bela noite estrelada... – eu disse. -Sim. Está lindo. -Obrigado. -Eu disse as estrelas, Caique. – disse ela agora sorrindo. -Agora me senti desprezado. – retruquei também em risos. Karol estava vestindo um belo vestido azul escuro, a cor que ela mais gostava. E trazia nos cabelos, belos cachos bem feitos. Segurei suas mãos e olhei em seus olhos. Estávamos sós.
  • 33. 33 Algo me atingiu a cabeça. Olhei para dentro do salão de festas, Sherlock estava com uma suspeita garrafa de champanhe na mão, aberta e servia John que parecia brigar com ele novamente. No chão estava uma tampa. Tanto eu quanto Karolcomeçamos a rir. Lá dentro começou a tocar uma nova música, das antigas: “The Time ofMy Life”. -Dança comigo? Depois dessa, combinei com o músico de só tocar MUSE... Última chance, donzela... -Seria honroso, cavalheiro. Vamos dançar! -Mas então, Holmes, pode agora, POR RAIOS me dizer como foi que sobreviveu à queda do prédio de Reichenbach? – falei, quando enfim chegamos ao 221B. Karol acabara de tirar a sandália e estava subindo as escadas toda feliz, quando me ouviu falar e preferiu ouvir a conversa. -Ora Watson, simples! O caminhão... E você não tomou meu pulso corretamente. Ele não devia ter dito isso, pois atirei-lhe uma almofada que o atingiu em cheio na cabeça. -Mas e Karol? Por que não me contou sobre ela? -Foi depois de minha suposta morte. Irene morreu pouco tempo depois, tive de cuidar dela sozinho. O dia em que a coloquei em sua porta, foi o mesmo que eu e ela fomos à torre investigar os Illuminus. Acontece que nos avistaram primeiro, e Moriarty viu Karol. Nos perseguiram e ela tomou um tiro. Depois disso, deixei-a num banco e saí em luta. Moriarty fugiu, mas os outros ficaram. Consegui derrubá-los, e fiquei seriamente ferido, eu teria de me recuperar e não conseguiria cuidar de Karol, além de que ela sabia demais, e óbvio que Moriarty e os Illuminus iriam atrás dela. Então decidi deixa-la com você sob o juramento de não revelar seu sobrenome. Vocês correriam risco. Mas, Watson, eu lhe disse que estava vivo! -Como assim disse? Até ontem, eu jurava, que estava morto! -O cartão, Watson, o cartão... Era simples! O cartão que recebeu era falso. Não vinha da Noruega, pois seu carimbo era fajuto, e a única pessoa que faz isso por aqui perto é o pequeno Jimmy que você conheceu no dia de meu enterro, ocasião em que o garoto lhe disse “acho verde uma cor falsa”. Se o cartão era falso, não tinha endereço, e você conhecia o garoto que o vendia, bastava ir perguntar, pois eu dera ordem à Jimmy que quando você descobrisse poderia responder a pergunta verdadeiramente... Tão. Simples. Senti meu rosto arder em raiva. Karol começou a rir e Sherlock levantou-se para se refugiar atrás de sua poltrona.
  • 34. 34 -Mas e Moriarty? Ele não havia dado um tiro na cabeça? -Sobre Moriarty, creio ter uma hipótese... Tão óbvia! Vou explicá-la... FIM