2. Ditadura Militar
Em 1964 a Ditadura Militar foi instalada no Brasil.
Suas principais características foram a censura de todos os meios
de comunicação, suspensão dos direitos constitucionais, e a
perseguição a todos contrários ao regime militar.
3. Os Opositores
Principalmente os jovens que participavam da UNE
(União Nacional dos Estudantes), e que tinham estudo,
por isso podiam perceber como toda a situação era
errada.
A maior parte da população ainda sofria com o governo
de Vargas, onde sua doutrina era o populismo, deixando
uma marca de ignorância na sociedade brasileira.
4. AI
Os atos inconstitucionais eram mecanismos que driblavam
a Constituição do Brasil, estabelecia para os militares
diversos poderes para como o povo e legalizava seu
domínio.
O AI- 5 ocorreu em 1968 e teve maior reação porque
significou o endurecimento do Regime Militar.
Ela suspendeu o direito do habeas corpus e todos os direitos
políticos, e fechou o Congresso Nacional.
5. AI
Após o AI-5 a repressão dos militares para com aqueles que não
concordavam com o Regime ficaram mais drásticas. Os militares
começaram a prender, torturar e matar qualquer suspeito de
subversão.
Os jovens também ficaram mais violentos. Começaram a
assaltar bancos para conseguir recursos e comprar armamentos,
praticavam passeatas onde revidavam violentamente contra os
militares, e sequestraram embaixadores a fim de troca-los por
prisioneiros.
6. A Lei da Anistia
Para evitar oposições mais drásticas do povo, o Regime
Militar suspendeu a AI-5 em 1978.
Após mais pressões, o governo impôs a Lei da Anistia. Esta
consistia no perdão de todos os presos e ou exilados por
qualquer crime político. Ao mesmo tempo que a lei
favoreceu a população, favoreceu também os militares, pois
todos os seus crimes cometidos foram perdoados.
“A Anistia não pode converter-se em Amnésia”.
7. Enfim o Fim
A Ditadura já estava estagnada em seus últimos anos. A
opressão contra o governo nunca foi tão forte pois contavam
com os sindicatos e o fortalecimento de novos partidos
políticos contrários a Ditadura.
Em 1984 a população tentou, em vão, o movimento “Diretas
Já”, que garantia eleições diretas para presidente, mas, para
decepção do povo o movimento não foi aprovado pela
Câmara dos Deputados.
8. Enfim o Fim
Finalmente em 1985, o Colégio Eleitoral escolheu o deputado
Tancredo Neves, como novo presidente da República. Ele, porém
veio a falecer antes de tomar o poder e seu vice José Sarney
assumiu o poder.
A Constituição de 1988 apagou os rastros da Ditadura Militar e
estabeleceu princípios democráticos no país.
Nunca na história do Brasil uma constituição abordou de forma
tão abrangente os direitos do povo nos aspectos sociais e
políticos, todos queriam garantir a permanência de uma
democracia no país.
9. Justiça de Transição
Nos governos que se seguiram, não se falou muito do período
da Ditadura. Porém muitas famílias ainda sofriam e sofrem por
seus filhos desaparecidos e ou mortos brutalmente pelas mãos
dos militares.
No ano de 2007 iniciou-se um debate no Brasil sobre a “Justiça
de Transição” , esta ocorre no contexto da transição entre um
regime autoritário e o regime que o sucede, no caso do Brasil,
um regime com princípios democráticos.
10.
11. Comissão da Verdade
Em dezembro de 2009, constituiu-se em Brasília um Grupo
de Trabalho que teve a missão de elaborar um projeto de lei
que instituísse a Comissão Nacional da Verdade, composta
com mandato e prazos definidos, para examinar as violações
de Direitos Humanos praticados no contexto da repressão
política no período fixado da Constituição Federal, de 18 de
setembro de 1946 até 5 de outubro de 1988.
A tarefa foi finalizada em abril de 2010, e depois do projeto
ter sido assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva,
foi enviado em maio ao Congresso Nacional, onde esperava
sua análise e discussão em plenário, tanto na Câmara de
Deputados como no Senado Federal.
12. Brasil
A primeira Comissão da Verdade que se conhece foi a
que estabeleceu o governo de Uganda em 1974. Até
2010, 39 Comissões se formaram nos quatro
continentes.
No Brasil a Comissão da Verdade foi instalada desde
maio de 2012 no Centro Cultural Banco do Brasil, em
Brasília, local onde ocorrem suas reuniões.
Os membros da Comissão foram escolhidos pela
atual presidente Dilma Rousseffe, eles têm 2 anos
para cumprir suas missões.
13. O que são?
São órgãos temporários de assessoramento
do governos e seus membros são oficialmente investidos de
poderes para identificar e reconhecer todos os fatos ocorridos e
as pessoas que desse processo participaram, tanto as que
sofreram com as violências como as que participaram de forma
ativa na promoção dessas violências.
São criadas a partir das decisões de governos que decidem
que o momento é propício para que se inicie uma
profunda e real investigação sobre as violações ocorridas
em determinado período histórico.
14. Objetivo
O principal objetivo de uma Comissão da
Verdade é DESCOBRIR, ESCLARECER
e RECONHECER ABUSOS DO
PASSADO, DANDO VOZ ÀS VÍTIMAS.
A Comissão da Verdade permite reinserir
no debate social a questão do
autoritarismo e suas nefastas
consequências, promovendo a reflexão e
principalmente prevenindo a
eventualidade de políticas públicas que
sigam escondendo a verdade e ou
permitindo a continuação de abusos e de
violações dos Direitos Humanos.
15. Objetivos
Colaborar com todas as instâncias do Poder
Público para a apuração de violações de
Direitos Humanos ocorridas nesse período.
Promover, com base em seus informes, a reconstrução
histórica dessas violações e incentivar a revelação de
informações e documentos.
Identificar e tornar públicas as estruturas e locais
utilizados para a prática dessas violações.
Divulgar os procedimentos oficiais utilizados,
contribuindo, dessa maneira, para o esclarecimento das
circunstâncias nas quais ocorreram casos de tortura,
mortes e desaparecimentos.
16. Objetivos
“Por que queremos uma Comissão da Verdade?”. Em
outubro de 2009, eu estava falando com uma mulher que tinha
perdido um de seus familiares na luta contra a ditadura no Brasil.
Ela pareceu estranhar minha pergunta e a repetiu para mim. Sua
resposta foi clara e praticamente esgotou o assunto:
“Para mobilizar as forças políticas, promover uma investigação
que tenha amplos e definitivos poderes e assim chegar às muitas
verdades que ainda são escondidas”. (p.19, tradução M.P.)
17. Economicamente
Parte da Comissão se ocupa de tentar descobrir desvios
de dinheiro público feito pelos militares no período da
Ditadura. O planejamento de dinheiro inicial destinado a
obras publicas, quase triplicava quando esta era
construída. Assim, pode-se dizer que há algo estranho.
Contudo a Comissão da Verdade dá mais enfoque nas
pessoas mortas e desaparecidas no período do regime.
18. Seus Membros
Os membros das Comissões devem ser pessoas de prestígio,
de reconhecida integridade e com autoridade moral e intelectual.
Podem requisitar testemunhas, documentos e informações,
visitar locais onde violações foram cometidas e ter a possibilidade
de apurar fatos, depois que vítimas revelem aspectos até então
desconhecidos.
Segundo especialistas os 21 membros serão insuficientes para
o volume de tarefas e responsabilidade previstas para essa
comissão. Como argumento, eles afirmam que, no Uruguai,
por exemplo, comissão formada para a execução de um
trabalho semelhante, contava com a cerca de 200 membros.
19. Seus Membros
Os membros são: Cláudio Fonteles, foi Procurador-Geral da
República e é advogado, Gilson Dipp é vice-presidente do
Superior Tribunal de Justiça, José Carlos Dias é advogado
criminalista, José Paulo Cavalcanti Filho é advogado, Paulo Sérgio
Pinheiro é professor de Ciência Política e pesquisador associado
ao Núcleo de Estudos da Violência, e Rosa Maria Cardoso da
Cunha é advogada e professora universitária.
20. Relatório
As Comissões da Verdade têm como missão final a produção de um
relatório que permita à sociedade o conhecimento dos detalhes do regime
que oprimiu e violou, assim como apresentam recomendações que visam
aprimorar as instituições do Estado, notadamente aquelas que lidam com
a segurança pública, e contribuir para uma política de não repetição.
O relatório pode ser utilizado pelo Poder Judiciário, como instrumento para
desencadear as ações civis e ou penais conta os perpetradores. Já que as
comissões tem menos poder do que as cortes, não podem colocar ninguém na
cadeia, nem obrigar ninguém a testemunhar, se esse não for o desejo da pessoa.
Deverá constituir-se em ferramenta de proteção dos Direitos Humanos no
futuro e na garantia da não impunidade para os que violaram esses direitos.
21. Cientificamente
Estudos e pesquisas realizados por acadêmicos mostram
que sociedades que teimam em não jogar luz sobre os fatos
ocorridos no passado correm mais perigo que as demais na
repetição das mesmas violências e arbitrariedades cometidas.
22. O que já foi feito?
Já colheu depoimentos de legistas e delegados. Tem se reunido com
familiares dos mortos e desaparecidos para pegar depoimentos.
Requereu uma série de informações ao Ministério da Defesa sobre a
guarda de documentos secretos, especialmente sobre a destruição de
documentos.
Fez um levantamento sobre as operações militares e as mortes na
Guerrilha do Araguaia. A pesquisa, entre outros dados, já levantou
registros sobre 83 centros de tortura, espalhados pelas cinco regiões
brasileiras.
Segundo o site oficial, toda a documentação do período, conseguida
até agora é composta por 132 caixas, contendo 4 toneladas de
documentos, foi entregue ao Arquivo Nacional entre 2006 e 2007.
A Comissão da Verdade criou um grupo de trabalho para apurar as violações
de direitos humanos sofridas pelos militares que se opuseram ao golpe militar.
23. O Caso Herzog
A comissão solicitou ao Juízo de Registros Públicos de São
Paulo que no documento conste que a morte dele decorreu de
lesões e maus-tratos sofridos durante interrogatório em
dependência do 2º Exercito e não por asfixia mecânica como
está escrito.
O requerimento foi pedido pela viúva do jornalista, Clarice
Herzog, que pediu a retificação do assento de óbito e a
reabertura da investigação para apurar as responsabilidades
do caso.
24. O Caso Herzog
Na sentença, de 1978, o juiz federal Márcio José de Moraes,
determinou a abertura de um inquérito policial militar para
apurar as circunstâncias e os autores da morte do jornalista da
TV Cultura. A sentença afirmava também que os laudos da
causa da morte de Herzog eram imprestáveis e que a União não
havia conseguido provar a alegada tese do suicídio da vítima
na prisão.
O entendimento da Comissão é o de que a sentença assim deve
ser cumprida nos seus exatos termos e que os registros
públicos ou particulares que contêm a informação incorreta do
suicídio devem ser retificados.
25. O Caso Herzog
“Quando a sentença rejeita a tese do suicídio exclui
logicamente a tese do enforcamento e, então, a afirmação de
enforcamento – que se transportou para o atestado e para a
certidão de óbito – encobre a real causa da morte, a qual,
segundo os depoimentos colhidos em juízo indicam que foi
decorrente de maus tratos durante o interrogatório no DOI-
Codi”, diz o parecer da comissão.
26. Por Que é tão difícil?
Muitos dos militares participantes do Regime Militar, foram
torturadores e assassinos frios de muitos jovens. A descrição continua
pois muitos dele, atualmente ocupam grandes cargos no exercito
brasileiro.
27. Perguntas
A Ditadura Militar do Brasil começou em 1964 e durou até 1985. Ela foi
marcada pela censura de todos os meios de comunicação, suspensão dos
direitos constitucionais, e a perseguição a todos contrários ao regime militar.
Os militares torturaram e assassinaram cruelmente centenas de jovens, ou
qualquer opositor ao regime. Até hoje muitas famílias sofrem pelo
desaparecimento e morte de seus entes queridos.
1) Quais são os principais objetivos de uma Comissão da Verdade? Aponte
pelo menos dois.
A Comissão da Verdade não tem como objetivo prender militares que
torturaram ou assassinaram alguma pessoa no período da Ditadura. O
relatório final pode servir como instrumento para o poder judicial propor um
julgamento contra estes militares, mas será muito difícil achar provas
concretas que incriminem eles.
2) Você achar certo que, depois de tudo o que fizeram os militares saiam
impunes? Isso mostra o que sobre a justiça do Brasil?