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Quando eu não te tinha  Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.  QUANDO EU
Agora amo a Natureza  Como um monge calmo à Virgem Maria,  Religiosamente, a meu modo, como dantes,  Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo  Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens  Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...  Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,  Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,  Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente  Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora  Porque ainda o sou.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA CLAUDIA’SLIDES:  http://www.corepoesia.com   TEXTO: FERNANDO PESSOA IMAGENS: INTERNET SOM: “CLAIR DE LUNE” DE DEBUSSY

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  • 1. Quando eu não te tinha Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo. QUANDO EU
  • 2. Agora amo a Natureza Como um monge calmo à Virgem Maria, Religiosamente, a meu modo, como dantes, Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
  • 3. Vejo melhor os rios quando vou contigo Pelos campos até à beira dos rios;
  • 4. Sentado a teu lado reparando nas nuvens Reparo nelas melhor —
  • 5. Tu não me tiraste a Natureza ... Tu mudaste a Natureza ...
  • 6. Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim, Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
  • 7. Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais, Por tu me escolheres para te ter e te amar,
  • 8. Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente Sobre todas as cousas.
  • 9. Não me arrependo do que fui outrora Porque ainda o sou.
  • 10. FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA CLAUDIA’SLIDES: http://www.corepoesia.com TEXTO: FERNANDO PESSOA IMAGENS: INTERNET SOM: “CLAIR DE LUNE” DE DEBUSSY