SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 32
Descargar para leer sin conexión
1
2
Título: Memórias de Um Lobo Mau
Autor: José Fanha
Ilustração: Alexandre Carneiro, 5.º 9.ª, Ana Alves, 5.º
9.ª, Bruno Jesus, 5.º 9.ª, Cátia Alves, 6.º 4.ª, Dionísio
Correia, 6.º 4.ª, Ediana Carlos, 6.º 10.ª, Joana Pereira 6.º
4.ª, João Pereira, 5.º 9.ª, Luzineido Tavares, 5.º 5.ª, Ma-
dalena Rodrigues, 5.º 5.ª, Mauro Marques, 5.º 9.ª, Nuno
Pedro, 5.º 9.ª, Nuno Pimenta, 5.ª 9.ª, Pedro Vicente, 6.º
9ª, Raissa Morais, Robertson Maciel, 5.º 9.ª, Sérgio
Adam, 6.º 4.ª, Sofia Gomes, 5.º 9.ª, Sofia Gomes, 5.º 9.ª,
Tomas Jacinto, 5.º 5.ª, Vanessa, 6.º 4.ª
Edição: Biblioteca do Agrupamento de Escolas Leal da
Câmara
2.ª edição: maio de 2014
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não
Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
3
4
Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou
um Lobo Péssimo! Um lobo capaz de deitar o dente e a
garra a galinhas, rebanhos inteiros de ovelhas, meninas
pequenas ou crescidas, com capuchinhos vermelhos e de
todas as cores e até sou capaz num ai de engolir uma,
duas, três avozinhas das mais duras de roer que se pos-
sa imaginar. Nem preciso de lhes chupar os ossinhos.
Engulo-as de uma vez e pronto!
5
Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustado-
ras que, neste momento, prefiro não relembrar.
A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real,
de carne e osso. Sou uma espécie de ilusão. Uma perso-
nagem das histórias. E nem sequer sou tão mau como
gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do escritor
que me deu cabo da reputação.
Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito
mau. Queria ser uma fera das mais assustadoras e mal-
vadas de toda a criação.
6
Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, com-
panheiro de piratas horríveis, e quando abria a boca
cheia de dentes pontiagudos e lançava um tremendo ru-
gido, “Uááááááá….!”, toda a selva havia de tremer!
— Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai sem
nenhum respeito pelos meus sonhos. — Para chegar a
tigre tinhas de comer muitos bifes! E eu comi muitos bi-
fes, enchi a barriga de bifes mas nunca cheguei a tigre.
— Deixa-te de sonhos! — repetia ele vezes sem conta. —
És um lobo mau e pronto! Deixa-te de sonhos e pensa
mas é no teu futuro.
7
O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados al-
guns dias, o velhote disse-me que eu já estava crescido e
tinha muito boa idade para ganhar a vida. Pegou-me pe-
la pata e levou-me a casa de um escritor.
8
O meu azar foi calhar num escritor que andava com
uma crise de inspiração. Há muito que não lhe vinha
uma ideiazinha verdadeiramente interessante e diverti-
da para escrever um livro. A escrita estava a ficar ama-
çarocada e sem genica, os verbos mal conjugados, os ad-
jetivos vulgares e ronceiros, um aborrecimento para
quem lia as suas histórias empenadas.
Ainda por cima descobri com ele que os escritores em
geral não têm respeito nenhum pelos lobos! Atribuem-
nos sempre o papel do pateta alegre que se deixa enga-
nar por toda a gente. Somos o bombo da festa! Uma ver-
gonha, garanto-vos eu!
9
O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com
uns lábios fininhos como lâminas e os óculos na ponta do
nariz. Olhou-me demoradamente de alto a baixo com ex-
pressão desconfiada.
— É magrito, o bicho… — resmungou.
(O bicho era eu! Que falta de respeito!)
— Vamos lá ver se ele se ajeita! — acrescentou desdenho-
so. E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao ca-
chaço e zumba, meteu-me logo a trabalhar no livro que
estava a escrever nesse momento e que, devo dizer-vos,
era uma trapalhada sem pés nem cabeça.
10
O que mais me incomodava é que o escritor estava cheio
de catarro e de outras doenças peganhentas, passava o
tempo a espirrar e, a cada espirro, deixava saltar um
borrão de tinta que me saltava para cima e depois não
havia champô que me tirasse a tinta do pelo!
11
O que vale é que acabou de escrever o livro rapida-
mente. À minha custa, é claro. Não fosse eu nunca
mais havia de arranjar inspiração para o desenlace
da história. Fez-me engolir uma avó toda ressequida,
depois mandou vir um parvalhão de um lenhador que
me abriu a barriga com uma faca para a tirar cá para
fora… Olhem bem o destino que me estava reservado!
12
Acabada a história, pegou nas folhas de papel e enviou-
as para a tipografia. Aí, para fazer as ilustrações, apare-
ceu um desenhador sem nenhum talento. Fez o meu re-
trato. Uma porcaria. Nada parecido comigo. Depois im-
primiram o livro e puseram-no à venda com a minha ca-
ra, quer dizer, com o meu focinho na capa.
13
Ali, preso nas páginas do livro, a vida tornou-se-me en-
tão uma pasmaceira. Dia após dia tudo se repetia mo-
notonamente da mesma maneira.
14
De manhã, à tarde, ou à noite, um menino abria o livro e
lá tinha eu de ir a correr para a orla do bosque, feito to-
lo, à espera que aparecesse a parva daquela estica-larica
que era a menina do Capuchinho Vermelho aos salti-
nhos e a cantarolar: trálálá, trálálá.
“Onde é que vais minha querida?”, tinha eu de pergun-
tar-lhe.
“Vou levar o lanche à minha avó que vive do outro lado
do bosque…”, respondia a pateta alegre.
15
Nesta altura da história lá ia eu a correr para casa da
avó, tinha de engolir aquela criatura enorme, ressequi-
da, magra, cheia de ossos espetados… Um esforço que
até me fazia soluços…
16
Depois lá vinha a miúda com aquela cena parva: “Ai que
mãos tão grandes… Ai que orelhas tão grandes… Ai que
boca tão grande…” E quando as coisas estavam a chegar
à parte interessante chegava o estúpido do caçador e…
Ainda me dói só de lembrar… Abria-me a barriga de al-
to a baixo para tirar a velha cá para fora!
17
Pobre de mim! E pobre da minha barriga! Todos os dias
abriam-ma de alto abaixo e voltavam a cosê-la para que
no dia seguinte me apresentasse pronto a recomeçar de
novo aquela história tão idiota como não conhecia mais
nenhuma.
18
Lembro-me que foi num dia alegre e cheio de sol que re-
solvi abandonar o livro e o escritor. Estava resolvido a
seguir o meu próprio caminho sem ter de me sujeitar
àquela pouca vergonha! Dava-me cabo dos nervos. E,
ainda por cima, comia-se mal em casa dele. Só legumes
e peixe cozido! Não há lobo mau que aguente uma dieta
destas!
19
Assim que pude, escapuli-me
da história onde o escritor me
tinha aprisionado, saltei do li-
vro entre duas páginas, desatei
a fugir e pus-me a andar pelo
mundo fora. Queria voltar a ser
um lobo mau como deve ser.
Daqueles que metem medo a
toda a gente.
20
Mal escapei do livro respirei fundo e pensei: agora sou
livre e vou fazer o que me apetece. E o que me apetecia
era, naturalmente, o que apetece a qualquer Lobo Mau:
lançar o terror nas redondezas; roubar galinhas e cra-
var-lhes os dentes no pescoço, assassinar rebanhos in-
teiros, assaltar algumas miúdas, dessas que andam pelo
bosque com o lanche debaixo do braço, mas miúdas re-
chonchudas, gordinhas, nada como a magricelas do Ca-
puchinho Vermelho.
21
Além disso eu não queria ser um lobo vadio. Sonhava
arranjar uma lobinha jeitosa para sair à noite e até,
quem sabe, casar e ter uma bela alcateia para criar.
Tudo muito bonito. Mas a vida que é madrasta para
tanta gente também o foi para mim e mostrou-se muito
diferente daquilo que eu sonhava quando cheguei ao
mundo real.
22
Tudo começou a azedar à primeira vez que fui para o
bosque à procura de uma presa. Não havia bosque ne-
nhum. Era uma grande cidade. Só havia prédios e ruas
e estradas e um trânsito levado da breca. Ia sendo atro-
pelado várias vezes e, às duas por três, era eu, o Lobo
Mau, que andava cheio de medo e a fugir dos automó-
veis que passavam a grande velocidade.
23
Quando ia a atravessar a rua vi um sinal que estava ora
verde ora vermelho. Percebi logo que o verde era uma
cor tranquila, calma, mandava-nos parar. O vermelho
era cor de sangue, de ação, era para avançar de um sal-
to. Veio um carro e não me atropelou por uma unha ne-
gra! Vá-se lá perceber esta gente!
24
Depois de muito procurar encontrei um bosque pequeni-
no com uma estátua no meio e um lago com patos, cisnes
e peixinhos vermelhos.
Ao ver os patos fiquei logo de água na boca. Mas o cisne
devia ser do karaté ou assim. Avançou para mim com ar
feroz e eu...
Devo confessar que fugi a sete pés. Quando já estava
longe e quase sem fôlego sentei-me num pedregulho que
para ali estava.
25
Foi então que apareceu uma menina aos saltinhos e a
cantarolar. Parecia mesmo a da história de onde eu tinha
fugido. Trazia um impermeável vermelho e tudo. Aquela
sim, aquela é que vinha mesmo a jeito para eu me atirar
sem alto.
26
Quando ela se aproximou, barrei-lhe o caminho, prepa-
rei o salto e dei um urro daqueles que só nós, os lobos
maus, somos capazes de dar. Um grito verdadeiramente
aterrorizador, posso garantir-vos:
— Uááááááááá!
Para meu espanto, a miúda não se assustou nem um bo-
cadinho. Parou, olhou muito séria para mim e sorriu
bondosa sem uma pinga de susto no rosto.
— Olha um lobinho lindo!
27
Lobinho lindo?!! Que falta de respeito era aquele? Eu
era o terror da floresta! E ela a chamar-me lobinho?! Já
ia ver como elas mordiam! Ericei o pelame todo, abri
muito uns olhos gelados e ameaçadores, baixei o focinho,
rosnei baixo e da forma mais ameaçadora que era capaz,
arrepanhei os lábios e mostrei-lhe os meus caninos lon-
gos e afiados prontos a cravar-se na carne tenra da ví-
tima!
28
Ela ficou impávida e serena. Na mesma. Nem um ai sol-
tou!
— Ó queridinho, deixa-te lá dessas rosnadelas. Já não
se usa. Anda cá, meu bonitinho… Anda cá que eu vou
tomar conta de ti. Anda, Nini, anda cá!
Nini?!! Era demais! Aquela pindérica estava a chamar-
me Nini!!! A mim, um Lobo Mau de alta cotação?!
29
E não se ficou por aqui. Foi-se aproximando, aproxi-
mando, de mão estendida…
— Aqui, Nini, aqui! Pobrezinho de ti, que és um animal
em extinção…Quem é que te vais fazer um carinho na
cabecinha, quem é?
Um carinho?!!!! Com aquela mão horrível de unhas pin-
tadas de preto e amarelo e estrelinhas douradas que
mais parecia uma bruxa?! Bolas! A miúda queria mas é
estrangular-me!
Pus-me a fugir em menos de nada!
30
Mas poucos metros à frente apareceu-me um cientista, de-
fensor do ambiente! E o ambiente era eu! Queria proteger-
me porque eu era um animal em extinção. Só me apeteceu
mordê-lo da cabeça aos pés. Animal em extinção? Ofensas
é que eu não admito. Em extinção estará ele e quem mais
quiser. Agora, eu… Enquanto houver leitores nunca hão
de acabar-se os lobos maus.
31
É por tudo isto que resolvi voltar para as
histórias do escritor que me inventou e
me lançou para as montras das livrarias.
A vida real não está para lobos maus e,
num livro, sempre podemos fazer tremer
algum leitor mais desprevenido, arrega-
nhando-lhe o dente conforme manda a
nossa natureza.
32

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Natal Nas Asas Do Arco Iris
Natal Nas Asas Do Arco IrisNatal Nas Asas Do Arco Iris
Natal Nas Asas Do Arco Irislast first
 
Historia ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoHistoria ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoNatalia Pina
 
Ciclo do azeite
Ciclo do azeiteCiclo do azeite
Ciclo do azeiteIsa Crowe
 
Um sonho de neve
Um sonho de neveUm sonho de neve
Um sonho de nevelenatubal
 
Cuida bem de mim
Cuida bem de mimCuida bem de mim
Cuida bem de mimNliaIncio
 
A menina que detestava livros manjusha pawagi
A menina que detestava livros   manjusha pawagiA menina que detestava livros   manjusha pawagi
A menina que detestava livros manjusha pawagiPaula Andrade
 
Historia desculpa por acaso és uma bruxa
Historia desculpa por acaso és uma bruxa Historia desculpa por acaso és uma bruxa
Historia desculpa por acaso és uma bruxa Ana Paula Santos
 
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxa
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxaDesculpa por-acaso-es-uma-bruxa
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxapaula figueiredo
 
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxa
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxaDesculpa, por-acaso-és-uma-bruxa
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxaSandra Figueiredo
 
Xico,o campeão-da-reciclagem
Xico,o campeão-da-reciclagemXico,o campeão-da-reciclagem
Xico,o campeão-da-reciclagemMara Pinto
 
A HistóRia De Uma Bruxa Alterada 2003
A HistóRia De Uma Bruxa   Alterada   2003A HistóRia De Uma Bruxa   Alterada   2003
A HistóRia De Uma Bruxa Alterada 2003TaniaRaquel
 
O leão que temos cá dentro
O leão que temos cá dentroO leão que temos cá dentro
O leão que temos cá dentroEmília Lima
 
Ninguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natalNinguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natalAna PAtrícia Lima
 
Natal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempreNatal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempreMarisol Santos
 
O Pássaro Encantado
O Pássaro EncantadoO Pássaro Encantado
O Pássaro EncantadoMaria Sousa
 

La actualidad más candente (20)

Natal Nas Asas Do Arco Iris
Natal Nas Asas Do Arco IrisNatal Nas Asas Do Arco Iris
Natal Nas Asas Do Arco Iris
 
Beijinhos Beijinhos
Beijinhos BeijinhosBeijinhos Beijinhos
Beijinhos Beijinhos
 
Historia ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoHistoria ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteado
 
Ciclo do azeite
Ciclo do azeiteCiclo do azeite
Ciclo do azeite
 
Um sonho de neve
Um sonho de neveUm sonho de neve
Um sonho de neve
 
Cuida bem de mim
Cuida bem de mimCuida bem de mim
Cuida bem de mim
 
O Peixinho Que Descobriu O Mar
O Peixinho Que Descobriu O MarO Peixinho Que Descobriu O Mar
O Peixinho Que Descobriu O Mar
 
A menina que detestava livros manjusha pawagi
A menina que detestava livros   manjusha pawagiA menina que detestava livros   manjusha pawagi
A menina que detestava livros manjusha pawagi
 
Historia desculpa por acaso és uma bruxa
Historia desculpa por acaso és uma bruxa Historia desculpa por acaso és uma bruxa
Historia desculpa por acaso és uma bruxa
 
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxa
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxaDesculpa por-acaso-es-uma-bruxa
Desculpa por-acaso-es-uma-bruxa
 
O senhor mago e a folha
O senhor mago e a folhaO senhor mago e a folha
O senhor mago e a folha
 
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxa
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxaDesculpa, por-acaso-és-uma-bruxa
Desculpa, por-acaso-és-uma-bruxa
 
Xico,o campeão-da-reciclagem
Xico,o campeão-da-reciclagemXico,o campeão-da-reciclagem
Xico,o campeão-da-reciclagem
 
A HistóRia De Uma Bruxa Alterada 2003
A HistóRia De Uma Bruxa   Alterada   2003A HistóRia De Uma Bruxa   Alterada   2003
A HistóRia De Uma Bruxa Alterada 2003
 
O leão que temos cá dentro
O leão que temos cá dentroO leão que temos cá dentro
O leão que temos cá dentro
 
Ninguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natalNinguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natal
 
A floresta zangada
A floresta zangadaA floresta zangada
A floresta zangada
 
O coelho branco
O coelho brancoO coelho branco
O coelho branco
 
Natal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempreNatal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempre
 
O Pássaro Encantado
O Pássaro EncantadoO Pássaro Encantado
O Pássaro Encantado
 

Similar a Memórias de um Lobo Mau

O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdf
O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdfO-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdf
O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdfAldneideAlmeida1
 
Mundo fabuloso
Mundo fabulosoMundo fabuloso
Mundo fabulosoCrisBiagio
 
Manuel da cachaca contos & casos de boteco
Manuel da cachaca contos & casos de botecoManuel da cachaca contos & casos de boteco
Manuel da cachaca contos & casos de botecoJader Moreira Almeida
 
Livro das Histórias Populares
Livro das Histórias PopularesLivro das Histórias Populares
Livro das Histórias PopularesDenilton Santos
 
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdfPauloPereira34163
 
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdf
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdfEDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdf
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdfRosianny Loppes
 
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdf
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdfFanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdf
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdfSammis Reachers
 
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças Peculiares
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças PeculiaresO Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças Peculiares
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças PeculiaresAssuntos da Intenet
 
O orfanato da srta peregrine pa ransom riggs
O orfanato da srta peregrine pa   ransom riggsO orfanato da srta peregrine pa   ransom riggs
O orfanato da srta peregrine pa ransom riggsMariana Correia
 
Teste intermediario final-portugues
Teste intermediario final-portuguesTeste intermediario final-portugues
Teste intermediario final-portuguessimba59
 
Branca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisBranca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisJuliana Duarte
 
Branca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisBranca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisJuliana Duarte
 

Similar a Memórias de um Lobo Mau (20)

Machado de assis idéias do canário
Machado de assis   idéias do canárioMachado de assis   idéias do canário
Machado de assis idéias do canário
 
O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdf
O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdfO-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdf
O-Menino-no-Espelho-Fernando-Sabino.pdf
 
Casos do romualdo
Casos do romualdoCasos do romualdo
Casos do romualdo
 
Mundo fabuloso
Mundo fabulosoMundo fabuloso
Mundo fabuloso
 
Aprofundamento 04
Aprofundamento 04Aprofundamento 04
Aprofundamento 04
 
Manuel da cachaca contos & casos de boteco
Manuel da cachaca contos & casos de botecoManuel da cachaca contos & casos de boteco
Manuel da cachaca contos & casos de boteco
 
Aula 2 pdf.pdf
Aula 2 pdf.pdfAula 2 pdf.pdf
Aula 2 pdf.pdf
 
Ideias do canario
Ideias do canarioIdeias do canario
Ideias do canario
 
Livro das Histórias Populares
Livro das Histórias PopularesLivro das Histórias Populares
Livro das Histórias Populares
 
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf
02. O Patinho Feio Autor Hans Christian Andersen.pdf
 
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdf
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdfEDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdf
EDGAR ALLAN POE Historias_Extraordinarias TRADUÇAO CLARICE LISPECTOR.pdf
 
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdf
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdfFanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdf
Fanzine Samizdat #6 - Sammis Reachers.pdf
 
4B
4B4B
4B
 
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças Peculiares
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças PeculiaresO Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças Peculiares
O Orfanato da senhorita Peregrine para Crianças Peculiares
 
O orfanato da srta peregrine pa ransom riggs
O orfanato da srta peregrine pa   ransom riggsO orfanato da srta peregrine pa   ransom riggs
O orfanato da srta peregrine pa ransom riggs
 
Teste intermediario final-portugues
Teste intermediario final-portuguesTeste intermediario final-portugues
Teste intermediario final-portugues
 
Branca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisBranca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbis
 
Branca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbisBranca dos mortos e os sete zumbis
Branca dos mortos e os sete zumbis
 
Livro fábulas
Livro fábulasLivro fábulas
Livro fábulas
 
História - O coelho esperto
História -  O coelho espertoHistória -  O coelho esperto
História - O coelho esperto
 

Más de Carlos Pinheiro

Formação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCFormação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCCarlos Pinheiro
 
Videoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresVideoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresCarlos Pinheiro
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisCarlos Pinheiro
 
Ensino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresEnsino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresCarlos Pinheiro
 
Formulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresFormulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresCarlos Pinheiro
 
Edpuzzle: guia para professores
Edpuzzle:  guia para professoresEdpuzzle:  guia para professores
Edpuzzle: guia para professoresCarlos Pinheiro
 
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalApresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalCarlos Pinheiro
 
Tecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaTecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaCarlos Pinheiro
 
Leitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaLeitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaCarlos Pinheiro
 
Desinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasDesinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasCarlos Pinheiro
 
Apresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDApresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDCarlos Pinheiro
 
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escolaCarlos Pinheiro
 
Citações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCitações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCarlos Pinheiro
 
Manual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalManual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalCarlos Pinheiro
 
A gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaA gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaCarlos Pinheiro
 
Van Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaVan Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaCarlos Pinheiro
 
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoComo fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoCarlos Pinheiro
 
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem  A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem Carlos Pinheiro
 

Más de Carlos Pinheiro (20)

Formação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCFormação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELC
 
Videoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresVideoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professores
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitais
 
Ensino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresEnsino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professores
 
Formulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresFormulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professores
 
Edpuzzle: guia para professores
Edpuzzle:  guia para professoresEdpuzzle:  guia para professores
Edpuzzle: guia para professores
 
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalApresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
 
Tecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaTecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aula
 
Leitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaLeitura pública da Ilíada
Leitura pública da Ilíada
 
Desinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasDesinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsas
 
Apresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDApresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILD
 
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
 
Citações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCitações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficas
 
Manual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalManual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia Digital
 
A gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaA gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aula
 
Van Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaVan Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completa
 
Jacques-Louis David
Jacques-Louis DavidJacques-Louis David
Jacques-Louis David
 
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoComo fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
 
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem  A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
 
Caravaggio
CaravaggioCaravaggio
Caravaggio
 

Último

Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxDeyvidBriel
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoSilvaDias3
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 

Último (20)

Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 

Memórias de um Lobo Mau

  • 1. 1
  • 2. 2 Título: Memórias de Um Lobo Mau Autor: José Fanha Ilustração: Alexandre Carneiro, 5.º 9.ª, Ana Alves, 5.º 9.ª, Bruno Jesus, 5.º 9.ª, Cátia Alves, 6.º 4.ª, Dionísio Correia, 6.º 4.ª, Ediana Carlos, 6.º 10.ª, Joana Pereira 6.º 4.ª, João Pereira, 5.º 9.ª, Luzineido Tavares, 5.º 5.ª, Ma- dalena Rodrigues, 5.º 5.ª, Mauro Marques, 5.º 9.ª, Nuno Pedro, 5.º 9.ª, Nuno Pimenta, 5.ª 9.ª, Pedro Vicente, 6.º 9ª, Raissa Morais, Robertson Maciel, 5.º 9.ª, Sérgio Adam, 6.º 4.ª, Sofia Gomes, 5.º 9.ª, Sofia Gomes, 5.º 9.ª, Tomas Jacinto, 5.º 5.ª, Vanessa, 6.º 4.ª Edição: Biblioteca do Agrupamento de Escolas Leal da Câmara 2.ª edição: maio de 2014 Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
  • 3. 3
  • 4. 4 Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou um Lobo Péssimo! Um lobo capaz de deitar o dente e a garra a galinhas, rebanhos inteiros de ovelhas, meninas pequenas ou crescidas, com capuchinhos vermelhos e de todas as cores e até sou capaz num ai de engolir uma, duas, três avozinhas das mais duras de roer que se pos- sa imaginar. Nem preciso de lhes chupar os ossinhos. Engulo-as de uma vez e pronto!
  • 5. 5 Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustado- ras que, neste momento, prefiro não relembrar. A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real, de carne e osso. Sou uma espécie de ilusão. Uma perso- nagem das histórias. E nem sequer sou tão mau como gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do escritor que me deu cabo da reputação. Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito mau. Queria ser uma fera das mais assustadoras e mal- vadas de toda a criação.
  • 6. 6 Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, com- panheiro de piratas horríveis, e quando abria a boca cheia de dentes pontiagudos e lançava um tremendo ru- gido, “Uááááááá….!”, toda a selva havia de tremer! — Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai sem nenhum respeito pelos meus sonhos. — Para chegar a tigre tinhas de comer muitos bifes! E eu comi muitos bi- fes, enchi a barriga de bifes mas nunca cheguei a tigre. — Deixa-te de sonhos! — repetia ele vezes sem conta. — És um lobo mau e pronto! Deixa-te de sonhos e pensa mas é no teu futuro.
  • 7. 7 O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados al- guns dias, o velhote disse-me que eu já estava crescido e tinha muito boa idade para ganhar a vida. Pegou-me pe- la pata e levou-me a casa de um escritor.
  • 8. 8 O meu azar foi calhar num escritor que andava com uma crise de inspiração. Há muito que não lhe vinha uma ideiazinha verdadeiramente interessante e diverti- da para escrever um livro. A escrita estava a ficar ama- çarocada e sem genica, os verbos mal conjugados, os ad- jetivos vulgares e ronceiros, um aborrecimento para quem lia as suas histórias empenadas. Ainda por cima descobri com ele que os escritores em geral não têm respeito nenhum pelos lobos! Atribuem- nos sempre o papel do pateta alegre que se deixa enga- nar por toda a gente. Somos o bombo da festa! Uma ver- gonha, garanto-vos eu!
  • 9. 9 O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com uns lábios fininhos como lâminas e os óculos na ponta do nariz. Olhou-me demoradamente de alto a baixo com ex- pressão desconfiada. — É magrito, o bicho… — resmungou. (O bicho era eu! Que falta de respeito!) — Vamos lá ver se ele se ajeita! — acrescentou desdenho- so. E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao ca- chaço e zumba, meteu-me logo a trabalhar no livro que estava a escrever nesse momento e que, devo dizer-vos, era uma trapalhada sem pés nem cabeça.
  • 10. 10 O que mais me incomodava é que o escritor estava cheio de catarro e de outras doenças peganhentas, passava o tempo a espirrar e, a cada espirro, deixava saltar um borrão de tinta que me saltava para cima e depois não havia champô que me tirasse a tinta do pelo!
  • 11. 11 O que vale é que acabou de escrever o livro rapida- mente. À minha custa, é claro. Não fosse eu nunca mais havia de arranjar inspiração para o desenlace da história. Fez-me engolir uma avó toda ressequida, depois mandou vir um parvalhão de um lenhador que me abriu a barriga com uma faca para a tirar cá para fora… Olhem bem o destino que me estava reservado!
  • 12. 12 Acabada a história, pegou nas folhas de papel e enviou- as para a tipografia. Aí, para fazer as ilustrações, apare- ceu um desenhador sem nenhum talento. Fez o meu re- trato. Uma porcaria. Nada parecido comigo. Depois im- primiram o livro e puseram-no à venda com a minha ca- ra, quer dizer, com o meu focinho na capa.
  • 13. 13 Ali, preso nas páginas do livro, a vida tornou-se-me en- tão uma pasmaceira. Dia após dia tudo se repetia mo- notonamente da mesma maneira.
  • 14. 14 De manhã, à tarde, ou à noite, um menino abria o livro e lá tinha eu de ir a correr para a orla do bosque, feito to- lo, à espera que aparecesse a parva daquela estica-larica que era a menina do Capuchinho Vermelho aos salti- nhos e a cantarolar: trálálá, trálálá. “Onde é que vais minha querida?”, tinha eu de pergun- tar-lhe. “Vou levar o lanche à minha avó que vive do outro lado do bosque…”, respondia a pateta alegre.
  • 15. 15 Nesta altura da história lá ia eu a correr para casa da avó, tinha de engolir aquela criatura enorme, ressequi- da, magra, cheia de ossos espetados… Um esforço que até me fazia soluços…
  • 16. 16 Depois lá vinha a miúda com aquela cena parva: “Ai que mãos tão grandes… Ai que orelhas tão grandes… Ai que boca tão grande…” E quando as coisas estavam a chegar à parte interessante chegava o estúpido do caçador e… Ainda me dói só de lembrar… Abria-me a barriga de al- to a baixo para tirar a velha cá para fora!
  • 17. 17 Pobre de mim! E pobre da minha barriga! Todos os dias abriam-ma de alto abaixo e voltavam a cosê-la para que no dia seguinte me apresentasse pronto a recomeçar de novo aquela história tão idiota como não conhecia mais nenhuma.
  • 18. 18 Lembro-me que foi num dia alegre e cheio de sol que re- solvi abandonar o livro e o escritor. Estava resolvido a seguir o meu próprio caminho sem ter de me sujeitar àquela pouca vergonha! Dava-me cabo dos nervos. E, ainda por cima, comia-se mal em casa dele. Só legumes e peixe cozido! Não há lobo mau que aguente uma dieta destas!
  • 19. 19 Assim que pude, escapuli-me da história onde o escritor me tinha aprisionado, saltei do li- vro entre duas páginas, desatei a fugir e pus-me a andar pelo mundo fora. Queria voltar a ser um lobo mau como deve ser. Daqueles que metem medo a toda a gente.
  • 20. 20 Mal escapei do livro respirei fundo e pensei: agora sou livre e vou fazer o que me apetece. E o que me apetecia era, naturalmente, o que apetece a qualquer Lobo Mau: lançar o terror nas redondezas; roubar galinhas e cra- var-lhes os dentes no pescoço, assassinar rebanhos in- teiros, assaltar algumas miúdas, dessas que andam pelo bosque com o lanche debaixo do braço, mas miúdas re- chonchudas, gordinhas, nada como a magricelas do Ca- puchinho Vermelho.
  • 21. 21 Além disso eu não queria ser um lobo vadio. Sonhava arranjar uma lobinha jeitosa para sair à noite e até, quem sabe, casar e ter uma bela alcateia para criar. Tudo muito bonito. Mas a vida que é madrasta para tanta gente também o foi para mim e mostrou-se muito diferente daquilo que eu sonhava quando cheguei ao mundo real.
  • 22. 22 Tudo começou a azedar à primeira vez que fui para o bosque à procura de uma presa. Não havia bosque ne- nhum. Era uma grande cidade. Só havia prédios e ruas e estradas e um trânsito levado da breca. Ia sendo atro- pelado várias vezes e, às duas por três, era eu, o Lobo Mau, que andava cheio de medo e a fugir dos automó- veis que passavam a grande velocidade.
  • 23. 23 Quando ia a atravessar a rua vi um sinal que estava ora verde ora vermelho. Percebi logo que o verde era uma cor tranquila, calma, mandava-nos parar. O vermelho era cor de sangue, de ação, era para avançar de um sal- to. Veio um carro e não me atropelou por uma unha ne- gra! Vá-se lá perceber esta gente!
  • 24. 24 Depois de muito procurar encontrei um bosque pequeni- no com uma estátua no meio e um lago com patos, cisnes e peixinhos vermelhos. Ao ver os patos fiquei logo de água na boca. Mas o cisne devia ser do karaté ou assim. Avançou para mim com ar feroz e eu... Devo confessar que fugi a sete pés. Quando já estava longe e quase sem fôlego sentei-me num pedregulho que para ali estava.
  • 25. 25 Foi então que apareceu uma menina aos saltinhos e a cantarolar. Parecia mesmo a da história de onde eu tinha fugido. Trazia um impermeável vermelho e tudo. Aquela sim, aquela é que vinha mesmo a jeito para eu me atirar sem alto.
  • 26. 26 Quando ela se aproximou, barrei-lhe o caminho, prepa- rei o salto e dei um urro daqueles que só nós, os lobos maus, somos capazes de dar. Um grito verdadeiramente aterrorizador, posso garantir-vos: — Uááááááááá! Para meu espanto, a miúda não se assustou nem um bo- cadinho. Parou, olhou muito séria para mim e sorriu bondosa sem uma pinga de susto no rosto. — Olha um lobinho lindo!
  • 27. 27 Lobinho lindo?!! Que falta de respeito era aquele? Eu era o terror da floresta! E ela a chamar-me lobinho?! Já ia ver como elas mordiam! Ericei o pelame todo, abri muito uns olhos gelados e ameaçadores, baixei o focinho, rosnei baixo e da forma mais ameaçadora que era capaz, arrepanhei os lábios e mostrei-lhe os meus caninos lon- gos e afiados prontos a cravar-se na carne tenra da ví- tima!
  • 28. 28 Ela ficou impávida e serena. Na mesma. Nem um ai sol- tou! — Ó queridinho, deixa-te lá dessas rosnadelas. Já não se usa. Anda cá, meu bonitinho… Anda cá que eu vou tomar conta de ti. Anda, Nini, anda cá! Nini?!! Era demais! Aquela pindérica estava a chamar- me Nini!!! A mim, um Lobo Mau de alta cotação?!
  • 29. 29 E não se ficou por aqui. Foi-se aproximando, aproxi- mando, de mão estendida… — Aqui, Nini, aqui! Pobrezinho de ti, que és um animal em extinção…Quem é que te vais fazer um carinho na cabecinha, quem é? Um carinho?!!!! Com aquela mão horrível de unhas pin- tadas de preto e amarelo e estrelinhas douradas que mais parecia uma bruxa?! Bolas! A miúda queria mas é estrangular-me! Pus-me a fugir em menos de nada!
  • 30. 30 Mas poucos metros à frente apareceu-me um cientista, de- fensor do ambiente! E o ambiente era eu! Queria proteger- me porque eu era um animal em extinção. Só me apeteceu mordê-lo da cabeça aos pés. Animal em extinção? Ofensas é que eu não admito. Em extinção estará ele e quem mais quiser. Agora, eu… Enquanto houver leitores nunca hão de acabar-se os lobos maus.
  • 31. 31 É por tudo isto que resolvi voltar para as histórias do escritor que me inventou e me lançou para as montras das livrarias. A vida real não está para lobos maus e, num livro, sempre podemos fazer tremer algum leitor mais desprevenido, arrega- nhando-lhe o dente conforme manda a nossa natureza.
  • 32. 32