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FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS - FAMETRO
ULTRASSOM TERAPÊUTICO
MANAUS/2013
INTRODUÇÃO
Dentre os tratamentos não invasivos, o Ultrassom, é um dos procedimentos físicos
adjuvantes mais utilizados na fisioterapia e medicina regenerativa como um componente do
tratamento de ampla variedade de patologias como: nas úlceras dérmicas, nas incisões
cirúrgicas da pele, lesões em tendões, fraturas tanto em humanos, quanto em animais, no
encurtamento de tecidos moles e controle da dor. Seus efeitos terapêuticos tem se mostrado
benéficos, pois ativa os fibroblastos, colágeno e diminuem as células inflamatórias por
aceleração do metabolismo celular e quando aplicado de maneira adequada pode reduzir a
dor.
Além disso, estudos bem controlados usando dose apropriada de ultrassom são
necessários para determinar com certeza a eficácia clínica do ultrassom terapêutico e os
parâmetros ideais de tratamento para usar na maioria das aplicações clínicas.
Surgiu inicialmente nos Estado Unidos no século XIX, método usado para gerar e
detectar o ultrassom, tendo a primeira aplicação em larga escala de ultrassom usado como
localizador para navegação pelo som SONAR (Sound Navigaton and Ranging), durante a
segunda Guerra mundial.
DEFINIÇÃO
São ondas sonoras longitudinais, não audíveis ao ouvido humano. Essas ondas são
ultrassônicas, são produzidas a partir da transformação da corrente elétrica comercial em
corrente de alta frequência, que ao incidir sobre um cristal de quartzo ou de Zinconato-
Titanato de Chumbo (ZTP), provocam compressão e expansão alternada do cristal, essa ação
mecânica (pressão), sobre o cristal, provoca a emissão de ondas ultra-sonicas com frequência
igual a corrente recebida ou a corrente que incide sobre o cristal dentro do transdutor
(MACHADO, 2008) .
O Ultrassom (US) teve sua descoberta em 1880, quando o casal Pierre e Marie Curie
descobriu o efeito piezoelétrico através da aplicação de uma corrente elétrica senoidal sobre
um cristal de quartzo colocado entre duas placas metálicas; estes cientistas constataram a
geração de uma vibração de alta frequência. Langevin, Tournier e Howeck construíram pela
primeira vez, em 1917, em Paris, um aparelho piezoelétrico que, embora tivesse utilidade para
a Marinha, apresentava aplicações no campo da biologia, observando-se que sob a ação dos
ultrassons que emitia, morriam pequenos peixes depois de grandes convulsões (Freitas &
Freitas, 2007; Haar, 2007).
Em 1927, Wood e Loomis identificaram que o aparelho poderia produzir mudanças
duradouras em sistemas biológicos, através da absorção de energia ultrassônica, levando os
tecidos ao aquecimento, o que tem sido usado até os dias atuais. Mais recentemente esse
efeito benéfico tem sido estendido também a propriedade de o aparelho produzir efeito não
térmicos, facilitando a cicatrização muscular, epitelial, diminuição de processos inflamatórios
e melhora a distribuição trans dérmica de drogas (CAMERON, 2009) entre outros benefícios,
o que vem provocando nos pesquisadores estudos incessantes, tendo como finalidade a
verificação da sua eficácia nos diversos processos teciduais (Wood & Loomis,1927)
Para obtermos os máximos dos benefícios, são necessário o controle de parâmetros
próprios do aparelho, como a frequência, intensidade, dosagem, da ERA (Área de radiação
efetiva do transdutor), duração da aplicação, tipo de cabeçote a ser utilizado, área de
tratamento e, principalmente, a calibragem do aparelho (Michlovitz,1996).
Independente do tipo de mecanismo de interação que está agindo no tecido biológico, o
objetivo principal é estabelecer limiares para a intensidade ultrassônica, abaixo dos quais não
provoca efeito lesivo. Experimentos realizados com o US demonstram que a interação com os
tecidos biológicos provoca alterações fisiológicas que podem ser benéficas ou provocar danos
(Haar, 2007; Fisher & Hiller, 2003).
As ondas ultrassônicas podem ser aplicadas por emissão de dois tipos de ondas
conhecidos como contínuo e pulsado, sendo que a diferença entre os modos está na
interrupção da propagação das ondas. (Olsson et al, 2008), a forma contínua produz 50% de
efeito térmico e 50% de efeito mecânico utilizada especificamente em lesóes crônicas por
produzir calor, e a forma pulsado produz ação/efeito mecânico, com a miníma produção de
calor residual: atérmico, ou seja, não produz calor apenas uma micromassagem, sendo
indicado para utilizar em lesões de fase aguda por seu efeito atérmico.
EFEITOS BIOLÓGICOS DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO
Os efeitos do Ultrassom (US) dependem de muitos fatores físicos e biológicos, tais
como a intensidade, tempo de exposição, estrutura espacial e temporal do campo ultrassônico
e estado fisiológico do objeto.
Independente do tipo de mecanismo de interação que está agindo no tecido biológico, o
objetivo principal é estabelecer limiares para a intensidade ultrassônica, abaixo dos quais não
provoca efeito lesivo. Experimentos realizados com o US demonstram que a interação com os
tecidos biológicos provoca alterações fisiológicas que podem ser benéficas ou provocar danos
Haar, 2007; Fisher & Hiller, 2003).
Térmico
É decorrente da absorção das ondas ultrassônicas pelo tecido que se transforma em
calor. A vibração celular e de suas partículas provoca um atrito entre elas, produzindo assim o
efeito térmico. No US com feixe contínuo, prevalece o efeito térmico, o que não ocorre com o
feixe ultrassônico pulsátil ou intermitente, promovendo ação analgésica, anti-inflamatória ou
antiespasmódica na zona tratada.
O tecido ao ser estimulado pelo plexo terminal nervoso ocorre vasodilatação em
extremidades, e com isso, temos o efeito térmico provocando um aumento do fluxo
sanguíneo. Os efeitos térmicos dessa categoria incluem alívio da dor, da inflamação aguda ou
crônica, inibição dos espasmos musculares, aumentando ainda a extensibilidade do colágeno.
Não térmico
As ondas ultrassônicas, ao penetrarem no tecido, provocam vibrações sobre o mesmo
em nível celular (micro massagem), acelerando a velocidade de difusão de íons através da
membrana celular e o intercâmbio de fluidos, favorecendo o processo de difusão e
melhorando o metabolismo celular.
O US age através dos fatores mecânicos e térmicos, que provocam uma série de reações
químicas que aceleram as reações e aumentam a condutibilidade das ações, como a liberação
de substâncias vasodilatadoras, facilitando a dispersão dos líquidos e a desagregação de
moléculas Complexas.
Os efeitos físicos não térmicos desejáveis causam o aumento da permeabilidade celular,
da síntese proteica, do fluxo de íons de cálcio e da passagem de metabólitos através da
membrana celular, o que contribui de forma positiva na reparação tecidual.
INDICAÇÕES
 Encurtamentos de tecidos moles
Tecidos moles encurtados podem ser resultados de imobilização, inatividades ou
cicatrizes e podem causar restrição na amplitude de movimento (ADM) articular, dor e
limitações funcionais.
Aumentar temporariamente a temperatura dos tecidos moles aumenta sua
extensibilidade, aumentando o comprimento obtido pela mesma força de alongamento,
enquanto também reduz o risco de lesões.
Os parâmetros de tratamento provavelmente mais eficazes para esta aplicação são 1 ou
3 MHz de frequência, dependendo da profundidade do tecido; e 0,5 a 1 W/cm² de intensidade
quando 3 MHz de frequência são usados; e 1,5 a 2,5 W/cm² de intensidade, quando 1MHz de
frequência é usado; aplicados de 5 a 10 minutos. Para potencializar o efeito, recomenda-se
que o alongamento seja aplicado durante o aquecimento produzido pelo ultrassom e seja
mantido durante 5 a 10 minutos após a aplicação do ultrassom, enquanto o tecido esta
esfriando.
 Controle da dor
O ultrassom pode controlar a dor alterando sua transmissão ou percepção ou pela
modificação da condição básica que causa dor. O autor Hsieh hipotetizou que o ultrassom
pode, por isso diminuir a dor em uma condição inflamatória afetando os sinais neuronais de
dor. Pessoas tratadas com o ultrassom tem menos dor, resistência a pressão, eritema, restrição
na amplitude de movimento (ADM) articular e edema do que aquelas tratadas com outros
agentes térmicos. Também mais indivíduos do grupo tratado com o ultrassom ficam livres dos
sintomas 2 semanas após a lesão, em relação aos indivíduos que receberam outras
intervenções. Estudos indicam que o ultrassom continuo pode ser eficaz na redução de dor.
Os parâmetros de tratamento que mostram maior eficácia para esta aplicação são
frequência de 1 ou 3 MHz, dependendo da profundidade do tecido, e intensidade entre 0,5 e 3
M/cm², durante 3 a 10 minutos.
 Úlceras dérmicas
Dyson e Suckling constatou que a associação de tratamento com o ultrassom com
cuidados convencionais deferidas de redução significativamente maior nas úlceras varicosas
da extremidade inferior, segundo outros estudos o uso do ultrassom é eficaz também em
úlceras crônicas em pé diabético e feridas crônicas da extremidade inferior. Mcdiarmid e
colaboradores observaram que úlceras de pressão infectadas cicatrizaram significativamente
mais rápida com a aplicação de ultrassom. Em geral, alguns estudos indicam que o ultrassom
pulsado pode facilitar a cicatrização deferidas, mais faltam boas evidências deste efeito.
Os parâmetros de tratamento que se mostram mais eficazes para esta aplicação foram
ciclo de pulso de 20 % de intensidade entre 0,8 e 1W/cm² e frequência de 3MHz durante 5 a
10 minutos.
 Incisões cirúrgicas da pele
Propõe-se que o ultrassom pode acelerar a angiogênese por alterar a permeabilidade da
membrana celular, particularmente aos íons de cálcio, e por estimular o fator de síntese de
angiogênico e liberação pelos macrófagos. Relatou-se também que o ultrassom é benéfico no
tratamento de feridas cirúrgicas ginecológicas e episiotomia em humanos. Estudos indicam
que o ultrassom pode acelerar a cicatrização de incisões cirúrgicas, aliviar a dor associada a
este procedimento e facilitar o desenvolvimento de tecido de reparo forte.
Os parâmetros de tratamento encontrados mais eficazes são de intensidade de 0,5 a 0,8
W/cm², ciclo de pulso de 20%, duração de 3 a 5 minutos, 3 a 5 vezes por semana.
 Lesões de tendões e ligamentos
Ebenbichler e colaboradores relataram maior resolução de depósitos de cálcio, maior
diminuição da dor e importante progresso na qualidade de vida de pacientes com tendinite
calcificante do ombro tratado com ultrassom terapêutico. Recomenda-se que o ultrassom seja
aplicado de modo pulsado com baixa intensidade (0,5 a 1W/cm²) durante a fase aguda da
inflamação de tendões para minimizar o risco de piora da condição e para acelerar a
recuperação, e que o ultrassom continue com uma intensidade alta o bastante para aumentar a
temperatura tecidual seja aplicado em combinação com o alongamento para auxiliar na
resolução de tendinites crônicas se o problema for acompanhado por encurtamento de tecidos
moles devido a cicatrização.
Em geral, pesquisas sustentam o uso precoce do ultrassom para facilitar a cicatrização
do tendão após a ruptura com o reparo cirúrgico. As doses de ultrassom mais eficazes para
esta aplicação são: intensidade de 0,5 a 2,5 W/cm², pulsado ou contínuo, com frequência de 1
ou 3 MHz, por 3 a 5 minutos. Embora o ultrassom de alta intensidade tenha mostrado
promover a cicatrização do tendão, recomenda-se o extremo inferior do intervalo para
minimizar o risco de qualquer efeito de aquecimento potencialmente adverso ao tecido
agudamente inflamado no pós-operatório.
Sparrow e colaboradores encontraram que o ultrassom aplicado a ligamentos colaterais
mediais transeccionados de coelhos, por todos os dias durante 6 semanas, resultou em
aumento na proporção de colágeno tipo 1 e melhora biomecânica (habilidade para resistir as
grandes cargas e absorver mais energia).
 Reabsorção de depósitos de cálcio
Dois estudos publicados Ebenbichler e Cline, relatam melhor recuperação funcional,
resolução da dor e eliminação dos depósitos de cálcio no ombro depois da aplicação do
ultrassom.
 Fraturas ósseas
Numerosos estudos nos últimos 25 anos ou mais tem demonstrado que o ultrassom de
baixa dose pode reduzir o tempo de cicatrização de fraturas em animais e humanos. Portanto,
o uso do ultrassom de baixa dose para acelerar a cicatrização de fraturas é agora
recomendado.
Os parâmetros mais eficazes encontrados são: frequência de 1,5 MHz, intensidade de
0,15W/cm², ciclo de pulso 20% durante 15 a 20 minutos diariamente.
 Síndrome do Túnel do Carpo
Geralmente o ultrassom contínuo não tem sido recomendado para o tratamento da
síndrome do túnel do carpo devido ao risco de impacto contrário na condução nervosa pelo
superaquecimento. Entretanto, um estudo constatou que o ultrassom pulsado produziu ampla
melhoria na queixa subjetiva, na força do aperto de mão e aperto dos dedos. Os mecanismos
proposto para um potencial beneficio do ultrassom em pacientes com Síndrome do Túnel do
Carpo são os efeitos anti-inflamatório e estimulante tecidual desta intervenção.
 Fonoforese
O ultrassom é usado para melhorar a distribuição da droga através da pele, com isso
distribuindo o medicamento para efeitos locais ou sistêmicos. A distribuição transcutânea de
medicamentos tem um número de vantagens sobre a administração oral de medicamentos. Ela
fornece uma alta concentração de medicamentos no local da administração, evita irritação
gástrica e evita que seja metabolizada pelo fígado. A transmissão transcutânea também evita
dor, trauma e risco de infecção associado a injeção e permite a distribuição para uma grande
área que é rapidamente alcançada pela injeção.
CONTRA INDICAÇÕES
 Tumor maligno
Sicard-Rosenbaum, este estudo relata que a indicação do ultrassom terapêutico pode
aumentar o índice de crescimento tumoral ou metastático, por isso, recomenda-se que o
ultrassom terapêutico não seja aplicado em tumores malignos em humanos. Também deve ser
usado com cautela quando tratar paciente que teve história de tumores malignos ou tumores,
porque pode ser difícil determinar se restou algum tumor pequeno.
 Gravidez
A hipertermia maternal foi associada a normalidades feitas, incluindo retardos do
crescimento, microftalmia, exencefalia, microencefalia, malformações do tubo neural e
mielodisplasias. O ultrassom foi aplicado durante o período equivalente ao terceiro trimestre
de gravidez. A frequência do ultrassom usada neste estudo foi mais alta que a frequência
usada na reabilitação (1 a 3 MHz) é mais alta que as frequências usadas para observação de
fetos humanos e para outros procedimentos diagnóstico (3,5 a 5 MHz). A exposição ao
ultrassom deve ser limitada a áreas distantes do útero gravídico.
 Tecido do sistema nervoso central
Existe a preocupação de que o ultrassom possa lesar os tecidos do sistema nervoso
central. A medula espinal pode ser exposta se o paciente tiver feito uma laminectomia acima
do nível de L2. Em tais casos, o ultrassom não deve ser aplicado sobre ou próximo à área da
laminectomia.
 Cimento de metilmetacrilato e plástico
Recomenda-se geralmente que o ultrassom não seja aplicado sobre próteses cimentadas
ou em áreas em que são usados componentes plásticos, pois eles são aquecidos rapidamente
pelo ultrassom. O ultrassom pode ser usado sobre áreas com implantes metálicos, tais como
parafusos, placas ou substituições articulares totais por metal, porque o metal não é aquecido
rapidamente pelo ultrassom, e o ultrassom mostrou não afrouxar parafusos e placas.
 Marcapasso
O ultrassom pode esquentar o marcapasso ou interferir no seu circuito elétrico. O
ultrassom pode ser aplicados em outras áreas de pacientes com marcapasso.
 Tromboflebite
O ultrassom não deve ser aplicado sobre ou próximo a uma área que o trombo esta ou
pode estar presente, porque o ultrassom pode deslocar ou causar desintegração parcial de um
trombo que poderia resultar em obstrução da circulação de órgãos vitais.
 Olhos
Recomenda-se que o ultrassom não seja aplicado nos olhos, porque a cavitação no
fluido ocular pode danificar os olhos.
 Órgãos reprodutores
Recomenda-se que o ultrassom não seja aplicado sobre órgãos reprodutores de homens
ou mulheres, pois o nível de ultrassom usado para reabilitação pode afetar o desenvolvimento
dos gametas.
PRECAUÇÕES AO USO DO ULTRASSOM
 Inflamação aguda
Como o calor pode exacerbar a inflamação aguda, causando maior hemorragia, dor e
edema, prejudicando a cicatrização e retardando a recuperação funcional, o ultrassom em
intensidade suficiente para produzir calor deve ser aplicado com cautela em áreas de
inflamação aguda.
 Placas de epífise
Embora um estudo relate que o ultrassom aplicado acima de 3 W/cm² possa danificar
placas de epífise, Lehmman ponderou que é seguro aplicar o ultrassom sobre placas de
epífise, contanto que não haja nenhuma do. Recomenda-se que não sejam aplicadas altas
dosagens de ultrassom sobre placas de epífises de crescimento.
 Fraturas
A aplicação de ultrassom de alta intensidade sobre uma fratura geralmente causa dor.
Por essa razão, somente o ultrassom de dose baixa deve ser aplicado sobre a área da fratura,
como descrito na seção de consolidação de fraturas.
 Prótese de mama
O ultrassom de alta dose não deve ser aplicado sobre implantes de mama porque o calor
pode aumentar a pressão no interior do implante e causar sua ruptura.
TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO ULTRASSOM
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
Aparelho do ultrassom
Gel, água ou outro meio transmissor.
Agente antimicrobiano
Toalha
PROCEDIMENTO
1-avaliar os achados clínicos do paciente a estabeleça os objetivos de tratamento.
2-determine se ultrassom é a intervenção mais indicada.
3-determine se ultrassom não é contraindicado ao paciente ou à sua condição. Verifique com
o paciente e na sua ficha se existe alguma contraindicação ou precaução à aplicação do
ultrassom.
4-aplique um meio transmissor na área a ser tratada. Aplique a quantidade suficiente para
eliminar qualquer ar entre o cabeçote e a área de tratamento. Selecione um bom meio
transmissor de ultrassom, que não manche seja não alérgico, que não seja absorvido
rapidamente pela pele e que seja de baixo custo. Loções ou géis que encontre esses critérios
foram especialmente formulados para o uso com ultrassom. Ou, para aplicação subaquática do
ultrassom, colocar a área a ser tratada imersa em um recipiente com água.
5-selecione um cabeçote com ERA de aproximadamente metade da área de tratamento.
6- selecione os parâmetros ideais de tratamento, incluindo a frequência do ultrassom,
intensidade, ciclo de pulso e duração; o tratamento apropriado da área de tratamento é o
numero e frequência do tratamento. Os parâmetros são geralmente determinados de acordo
com o efeito desejado, térmico ou não térmico.
7-antes do tratamento de qualquer área com risco de infecção cruzada limpe o cabeçote do
ultrassom com solução de clorexedina alcoólica a 0,5% ou use antimicrobiano aprovado para
este uso.
8-coloque o cabeçote na área a ser tratada.
9-ligue o aparelho de ultrassom.
10-mova o cabeçote dentro da área de tratamento. O cabeçote é movimentado de forma
rítmica para aperfeiçoar a distribuição uniforme da intensidade do ultrassom aos tecidos e
para minimizar o risco da forma de ondas estacionarias.
11-quando terminar a intervenção remova o meio de condução do cabeçote e do paciente e
reavalie quaisquer alterações nas condições.
12-documente a intervenção.
REFERÊNCIAS
CAMERON MH. Agentes físicos na reabilitação. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
BABA-AKBARI S.A, FLEMMING K, CULLUM N.A, et al: Therapeutic Ultrassom for pressure ulcers,
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HAAR TG. Therapeutic applications of ultrasound. Biophysics & Molecular Biology 2007; 93: 111–129.
FISHER BD, HILLER CM, RENNE SGA. A comparison of continuous ultrasound and pulsed ultrasound
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LEHMANN JF, TELATEUR BG, STONEBRIDGE JB, et al: Therapeutic temperature distribution produced by
Ultrassom as modified by dosage and volume of tissue exposed, Arch Fhys Med Rehabil 48: 662-666, 1967.
HSIEH YL.:Reduction in induced pen by Ultrassom my be caused by altered expression of spinal neuronal nitric
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DYSON M, SUCKLING J: Stimulation of tissue repair by Ultrassom: Survey of the mechanisms involved,
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growth and metastases of subcutaneous murine tumors, Phys Ther 75 (1): 3-11, 1995.
MACHADO CM. Eletroterapia prática. 4ª ed. São Paulo; 2008.
Freitas LBS, Freitas TP, Rocha LG, Silveira P, Pinho RA, Streck EL. Effect of therapeutic pulsed ultrasound
on parameters of oxidative. Cell Biology International 2007; 31:482-488.
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on soft tissue injury. Journal Physiotherapy Science 2003; 15: 65-70.
OLSSON, D.C. et al. Therapeutic ultrasound in the tissue healing. Ciencia Rural, v.38, n.4, p.1199-1207, 2008.

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Radioterapia
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Ultrassom terapêutico

  • 1. FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS - FAMETRO ULTRASSOM TERAPÊUTICO MANAUS/2013
  • 2. INTRODUÇÃO Dentre os tratamentos não invasivos, o Ultrassom, é um dos procedimentos físicos adjuvantes mais utilizados na fisioterapia e medicina regenerativa como um componente do tratamento de ampla variedade de patologias como: nas úlceras dérmicas, nas incisões cirúrgicas da pele, lesões em tendões, fraturas tanto em humanos, quanto em animais, no encurtamento de tecidos moles e controle da dor. Seus efeitos terapêuticos tem se mostrado benéficos, pois ativa os fibroblastos, colágeno e diminuem as células inflamatórias por aceleração do metabolismo celular e quando aplicado de maneira adequada pode reduzir a dor. Além disso, estudos bem controlados usando dose apropriada de ultrassom são necessários para determinar com certeza a eficácia clínica do ultrassom terapêutico e os parâmetros ideais de tratamento para usar na maioria das aplicações clínicas. Surgiu inicialmente nos Estado Unidos no século XIX, método usado para gerar e detectar o ultrassom, tendo a primeira aplicação em larga escala de ultrassom usado como localizador para navegação pelo som SONAR (Sound Navigaton and Ranging), durante a segunda Guerra mundial.
  • 3. DEFINIÇÃO São ondas sonoras longitudinais, não audíveis ao ouvido humano. Essas ondas são ultrassônicas, são produzidas a partir da transformação da corrente elétrica comercial em corrente de alta frequência, que ao incidir sobre um cristal de quartzo ou de Zinconato- Titanato de Chumbo (ZTP), provocam compressão e expansão alternada do cristal, essa ação mecânica (pressão), sobre o cristal, provoca a emissão de ondas ultra-sonicas com frequência igual a corrente recebida ou a corrente que incide sobre o cristal dentro do transdutor (MACHADO, 2008) . O Ultrassom (US) teve sua descoberta em 1880, quando o casal Pierre e Marie Curie descobriu o efeito piezoelétrico através da aplicação de uma corrente elétrica senoidal sobre um cristal de quartzo colocado entre duas placas metálicas; estes cientistas constataram a geração de uma vibração de alta frequência. Langevin, Tournier e Howeck construíram pela primeira vez, em 1917, em Paris, um aparelho piezoelétrico que, embora tivesse utilidade para a Marinha, apresentava aplicações no campo da biologia, observando-se que sob a ação dos ultrassons que emitia, morriam pequenos peixes depois de grandes convulsões (Freitas & Freitas, 2007; Haar, 2007). Em 1927, Wood e Loomis identificaram que o aparelho poderia produzir mudanças duradouras em sistemas biológicos, através da absorção de energia ultrassônica, levando os tecidos ao aquecimento, o que tem sido usado até os dias atuais. Mais recentemente esse efeito benéfico tem sido estendido também a propriedade de o aparelho produzir efeito não térmicos, facilitando a cicatrização muscular, epitelial, diminuição de processos inflamatórios e melhora a distribuição trans dérmica de drogas (CAMERON, 2009) entre outros benefícios, o que vem provocando nos pesquisadores estudos incessantes, tendo como finalidade a verificação da sua eficácia nos diversos processos teciduais (Wood & Loomis,1927) Para obtermos os máximos dos benefícios, são necessário o controle de parâmetros próprios do aparelho, como a frequência, intensidade, dosagem, da ERA (Área de radiação efetiva do transdutor), duração da aplicação, tipo de cabeçote a ser utilizado, área de tratamento e, principalmente, a calibragem do aparelho (Michlovitz,1996). Independente do tipo de mecanismo de interação que está agindo no tecido biológico, o objetivo principal é estabelecer limiares para a intensidade ultrassônica, abaixo dos quais não provoca efeito lesivo. Experimentos realizados com o US demonstram que a interação com os tecidos biológicos provoca alterações fisiológicas que podem ser benéficas ou provocar danos (Haar, 2007; Fisher & Hiller, 2003). As ondas ultrassônicas podem ser aplicadas por emissão de dois tipos de ondas conhecidos como contínuo e pulsado, sendo que a diferença entre os modos está na interrupção da propagação das ondas. (Olsson et al, 2008), a forma contínua produz 50% de efeito térmico e 50% de efeito mecânico utilizada especificamente em lesóes crônicas por produzir calor, e a forma pulsado produz ação/efeito mecânico, com a miníma produção de calor residual: atérmico, ou seja, não produz calor apenas uma micromassagem, sendo indicado para utilizar em lesões de fase aguda por seu efeito atérmico.
  • 4. EFEITOS BIOLÓGICOS DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO Os efeitos do Ultrassom (US) dependem de muitos fatores físicos e biológicos, tais como a intensidade, tempo de exposição, estrutura espacial e temporal do campo ultrassônico e estado fisiológico do objeto. Independente do tipo de mecanismo de interação que está agindo no tecido biológico, o objetivo principal é estabelecer limiares para a intensidade ultrassônica, abaixo dos quais não provoca efeito lesivo. Experimentos realizados com o US demonstram que a interação com os tecidos biológicos provoca alterações fisiológicas que podem ser benéficas ou provocar danos Haar, 2007; Fisher & Hiller, 2003). Térmico É decorrente da absorção das ondas ultrassônicas pelo tecido que se transforma em calor. A vibração celular e de suas partículas provoca um atrito entre elas, produzindo assim o efeito térmico. No US com feixe contínuo, prevalece o efeito térmico, o que não ocorre com o feixe ultrassônico pulsátil ou intermitente, promovendo ação analgésica, anti-inflamatória ou antiespasmódica na zona tratada. O tecido ao ser estimulado pelo plexo terminal nervoso ocorre vasodilatação em extremidades, e com isso, temos o efeito térmico provocando um aumento do fluxo sanguíneo. Os efeitos térmicos dessa categoria incluem alívio da dor, da inflamação aguda ou crônica, inibição dos espasmos musculares, aumentando ainda a extensibilidade do colágeno. Não térmico As ondas ultrassônicas, ao penetrarem no tecido, provocam vibrações sobre o mesmo em nível celular (micro massagem), acelerando a velocidade de difusão de íons através da membrana celular e o intercâmbio de fluidos, favorecendo o processo de difusão e melhorando o metabolismo celular. O US age através dos fatores mecânicos e térmicos, que provocam uma série de reações químicas que aceleram as reações e aumentam a condutibilidade das ações, como a liberação de substâncias vasodilatadoras, facilitando a dispersão dos líquidos e a desagregação de moléculas Complexas. Os efeitos físicos não térmicos desejáveis causam o aumento da permeabilidade celular, da síntese proteica, do fluxo de íons de cálcio e da passagem de metabólitos através da membrana celular, o que contribui de forma positiva na reparação tecidual. INDICAÇÕES  Encurtamentos de tecidos moles Tecidos moles encurtados podem ser resultados de imobilização, inatividades ou cicatrizes e podem causar restrição na amplitude de movimento (ADM) articular, dor e limitações funcionais. Aumentar temporariamente a temperatura dos tecidos moles aumenta sua extensibilidade, aumentando o comprimento obtido pela mesma força de alongamento, enquanto também reduz o risco de lesões. Os parâmetros de tratamento provavelmente mais eficazes para esta aplicação são 1 ou 3 MHz de frequência, dependendo da profundidade do tecido; e 0,5 a 1 W/cm² de intensidade quando 3 MHz de frequência são usados; e 1,5 a 2,5 W/cm² de intensidade, quando 1MHz de frequência é usado; aplicados de 5 a 10 minutos. Para potencializar o efeito, recomenda-se
  • 5. que o alongamento seja aplicado durante o aquecimento produzido pelo ultrassom e seja mantido durante 5 a 10 minutos após a aplicação do ultrassom, enquanto o tecido esta esfriando.  Controle da dor O ultrassom pode controlar a dor alterando sua transmissão ou percepção ou pela modificação da condição básica que causa dor. O autor Hsieh hipotetizou que o ultrassom pode, por isso diminuir a dor em uma condição inflamatória afetando os sinais neuronais de dor. Pessoas tratadas com o ultrassom tem menos dor, resistência a pressão, eritema, restrição na amplitude de movimento (ADM) articular e edema do que aquelas tratadas com outros agentes térmicos. Também mais indivíduos do grupo tratado com o ultrassom ficam livres dos sintomas 2 semanas após a lesão, em relação aos indivíduos que receberam outras intervenções. Estudos indicam que o ultrassom continuo pode ser eficaz na redução de dor. Os parâmetros de tratamento que mostram maior eficácia para esta aplicação são frequência de 1 ou 3 MHz, dependendo da profundidade do tecido, e intensidade entre 0,5 e 3 M/cm², durante 3 a 10 minutos.  Úlceras dérmicas Dyson e Suckling constatou que a associação de tratamento com o ultrassom com cuidados convencionais deferidas de redução significativamente maior nas úlceras varicosas da extremidade inferior, segundo outros estudos o uso do ultrassom é eficaz também em úlceras crônicas em pé diabético e feridas crônicas da extremidade inferior. Mcdiarmid e colaboradores observaram que úlceras de pressão infectadas cicatrizaram significativamente mais rápida com a aplicação de ultrassom. Em geral, alguns estudos indicam que o ultrassom pulsado pode facilitar a cicatrização deferidas, mais faltam boas evidências deste efeito. Os parâmetros de tratamento que se mostram mais eficazes para esta aplicação foram ciclo de pulso de 20 % de intensidade entre 0,8 e 1W/cm² e frequência de 3MHz durante 5 a 10 minutos.  Incisões cirúrgicas da pele Propõe-se que o ultrassom pode acelerar a angiogênese por alterar a permeabilidade da membrana celular, particularmente aos íons de cálcio, e por estimular o fator de síntese de angiogênico e liberação pelos macrófagos. Relatou-se também que o ultrassom é benéfico no tratamento de feridas cirúrgicas ginecológicas e episiotomia em humanos. Estudos indicam que o ultrassom pode acelerar a cicatrização de incisões cirúrgicas, aliviar a dor associada a este procedimento e facilitar o desenvolvimento de tecido de reparo forte. Os parâmetros de tratamento encontrados mais eficazes são de intensidade de 0,5 a 0,8 W/cm², ciclo de pulso de 20%, duração de 3 a 5 minutos, 3 a 5 vezes por semana.  Lesões de tendões e ligamentos Ebenbichler e colaboradores relataram maior resolução de depósitos de cálcio, maior diminuição da dor e importante progresso na qualidade de vida de pacientes com tendinite calcificante do ombro tratado com ultrassom terapêutico. Recomenda-se que o ultrassom seja aplicado de modo pulsado com baixa intensidade (0,5 a 1W/cm²) durante a fase aguda da inflamação de tendões para minimizar o risco de piora da condição e para acelerar a recuperação, e que o ultrassom continue com uma intensidade alta o bastante para aumentar a temperatura tecidual seja aplicado em combinação com o alongamento para auxiliar na resolução de tendinites crônicas se o problema for acompanhado por encurtamento de tecidos moles devido a cicatrização.
  • 6. Em geral, pesquisas sustentam o uso precoce do ultrassom para facilitar a cicatrização do tendão após a ruptura com o reparo cirúrgico. As doses de ultrassom mais eficazes para esta aplicação são: intensidade de 0,5 a 2,5 W/cm², pulsado ou contínuo, com frequência de 1 ou 3 MHz, por 3 a 5 minutos. Embora o ultrassom de alta intensidade tenha mostrado promover a cicatrização do tendão, recomenda-se o extremo inferior do intervalo para minimizar o risco de qualquer efeito de aquecimento potencialmente adverso ao tecido agudamente inflamado no pós-operatório. Sparrow e colaboradores encontraram que o ultrassom aplicado a ligamentos colaterais mediais transeccionados de coelhos, por todos os dias durante 6 semanas, resultou em aumento na proporção de colágeno tipo 1 e melhora biomecânica (habilidade para resistir as grandes cargas e absorver mais energia).  Reabsorção de depósitos de cálcio Dois estudos publicados Ebenbichler e Cline, relatam melhor recuperação funcional, resolução da dor e eliminação dos depósitos de cálcio no ombro depois da aplicação do ultrassom.  Fraturas ósseas Numerosos estudos nos últimos 25 anos ou mais tem demonstrado que o ultrassom de baixa dose pode reduzir o tempo de cicatrização de fraturas em animais e humanos. Portanto, o uso do ultrassom de baixa dose para acelerar a cicatrização de fraturas é agora recomendado. Os parâmetros mais eficazes encontrados são: frequência de 1,5 MHz, intensidade de 0,15W/cm², ciclo de pulso 20% durante 15 a 20 minutos diariamente.  Síndrome do Túnel do Carpo Geralmente o ultrassom contínuo não tem sido recomendado para o tratamento da síndrome do túnel do carpo devido ao risco de impacto contrário na condução nervosa pelo superaquecimento. Entretanto, um estudo constatou que o ultrassom pulsado produziu ampla melhoria na queixa subjetiva, na força do aperto de mão e aperto dos dedos. Os mecanismos proposto para um potencial beneficio do ultrassom em pacientes com Síndrome do Túnel do Carpo são os efeitos anti-inflamatório e estimulante tecidual desta intervenção.  Fonoforese O ultrassom é usado para melhorar a distribuição da droga através da pele, com isso distribuindo o medicamento para efeitos locais ou sistêmicos. A distribuição transcutânea de medicamentos tem um número de vantagens sobre a administração oral de medicamentos. Ela fornece uma alta concentração de medicamentos no local da administração, evita irritação gástrica e evita que seja metabolizada pelo fígado. A transmissão transcutânea também evita dor, trauma e risco de infecção associado a injeção e permite a distribuição para uma grande área que é rapidamente alcançada pela injeção. CONTRA INDICAÇÕES  Tumor maligno Sicard-Rosenbaum, este estudo relata que a indicação do ultrassom terapêutico pode aumentar o índice de crescimento tumoral ou metastático, por isso, recomenda-se que o ultrassom terapêutico não seja aplicado em tumores malignos em humanos. Também deve ser
  • 7. usado com cautela quando tratar paciente que teve história de tumores malignos ou tumores, porque pode ser difícil determinar se restou algum tumor pequeno.  Gravidez A hipertermia maternal foi associada a normalidades feitas, incluindo retardos do crescimento, microftalmia, exencefalia, microencefalia, malformações do tubo neural e mielodisplasias. O ultrassom foi aplicado durante o período equivalente ao terceiro trimestre de gravidez. A frequência do ultrassom usada neste estudo foi mais alta que a frequência usada na reabilitação (1 a 3 MHz) é mais alta que as frequências usadas para observação de fetos humanos e para outros procedimentos diagnóstico (3,5 a 5 MHz). A exposição ao ultrassom deve ser limitada a áreas distantes do útero gravídico.  Tecido do sistema nervoso central Existe a preocupação de que o ultrassom possa lesar os tecidos do sistema nervoso central. A medula espinal pode ser exposta se o paciente tiver feito uma laminectomia acima do nível de L2. Em tais casos, o ultrassom não deve ser aplicado sobre ou próximo à área da laminectomia.  Cimento de metilmetacrilato e plástico Recomenda-se geralmente que o ultrassom não seja aplicado sobre próteses cimentadas ou em áreas em que são usados componentes plásticos, pois eles são aquecidos rapidamente pelo ultrassom. O ultrassom pode ser usado sobre áreas com implantes metálicos, tais como parafusos, placas ou substituições articulares totais por metal, porque o metal não é aquecido rapidamente pelo ultrassom, e o ultrassom mostrou não afrouxar parafusos e placas.  Marcapasso O ultrassom pode esquentar o marcapasso ou interferir no seu circuito elétrico. O ultrassom pode ser aplicados em outras áreas de pacientes com marcapasso.  Tromboflebite O ultrassom não deve ser aplicado sobre ou próximo a uma área que o trombo esta ou pode estar presente, porque o ultrassom pode deslocar ou causar desintegração parcial de um trombo que poderia resultar em obstrução da circulação de órgãos vitais.  Olhos Recomenda-se que o ultrassom não seja aplicado nos olhos, porque a cavitação no fluido ocular pode danificar os olhos.  Órgãos reprodutores Recomenda-se que o ultrassom não seja aplicado sobre órgãos reprodutores de homens ou mulheres, pois o nível de ultrassom usado para reabilitação pode afetar o desenvolvimento dos gametas. PRECAUÇÕES AO USO DO ULTRASSOM  Inflamação aguda Como o calor pode exacerbar a inflamação aguda, causando maior hemorragia, dor e edema, prejudicando a cicatrização e retardando a recuperação funcional, o ultrassom em
  • 8. intensidade suficiente para produzir calor deve ser aplicado com cautela em áreas de inflamação aguda.  Placas de epífise Embora um estudo relate que o ultrassom aplicado acima de 3 W/cm² possa danificar placas de epífise, Lehmman ponderou que é seguro aplicar o ultrassom sobre placas de epífise, contanto que não haja nenhuma do. Recomenda-se que não sejam aplicadas altas dosagens de ultrassom sobre placas de epífises de crescimento.  Fraturas A aplicação de ultrassom de alta intensidade sobre uma fratura geralmente causa dor. Por essa razão, somente o ultrassom de dose baixa deve ser aplicado sobre a área da fratura, como descrito na seção de consolidação de fraturas.  Prótese de mama O ultrassom de alta dose não deve ser aplicado sobre implantes de mama porque o calor pode aumentar a pressão no interior do implante e causar sua ruptura. TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO ULTRASSOM EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS Aparelho do ultrassom Gel, água ou outro meio transmissor. Agente antimicrobiano Toalha PROCEDIMENTO 1-avaliar os achados clínicos do paciente a estabeleça os objetivos de tratamento. 2-determine se ultrassom é a intervenção mais indicada. 3-determine se ultrassom não é contraindicado ao paciente ou à sua condição. Verifique com o paciente e na sua ficha se existe alguma contraindicação ou precaução à aplicação do ultrassom. 4-aplique um meio transmissor na área a ser tratada. Aplique a quantidade suficiente para eliminar qualquer ar entre o cabeçote e a área de tratamento. Selecione um bom meio transmissor de ultrassom, que não manche seja não alérgico, que não seja absorvido rapidamente pela pele e que seja de baixo custo. Loções ou géis que encontre esses critérios foram especialmente formulados para o uso com ultrassom. Ou, para aplicação subaquática do ultrassom, colocar a área a ser tratada imersa em um recipiente com água. 5-selecione um cabeçote com ERA de aproximadamente metade da área de tratamento. 6- selecione os parâmetros ideais de tratamento, incluindo a frequência do ultrassom, intensidade, ciclo de pulso e duração; o tratamento apropriado da área de tratamento é o numero e frequência do tratamento. Os parâmetros são geralmente determinados de acordo com o efeito desejado, térmico ou não térmico. 7-antes do tratamento de qualquer área com risco de infecção cruzada limpe o cabeçote do ultrassom com solução de clorexedina alcoólica a 0,5% ou use antimicrobiano aprovado para este uso. 8-coloque o cabeçote na área a ser tratada. 9-ligue o aparelho de ultrassom.
  • 9. 10-mova o cabeçote dentro da área de tratamento. O cabeçote é movimentado de forma rítmica para aperfeiçoar a distribuição uniforme da intensidade do ultrassom aos tecidos e para minimizar o risco da forma de ondas estacionarias. 11-quando terminar a intervenção remova o meio de condução do cabeçote e do paciente e reavalie quaisquer alterações nas condições. 12-documente a intervenção.
  • 10. REFERÊNCIAS CAMERON MH. Agentes físicos na reabilitação. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. BABA-AKBARI S.A, FLEMMING K, CULLUM N.A, et al: Therapeutic Ultrassom for pressure ulcers, Cochrane database Syst rev 3: cd001275, 2006. McDiarmid T, BURNS PN, LEWITH GT, et al: Ultrassom and the treatment of pressure sores, Physiotherapy 71 (2):66-70, 1985. HAAR TG. Therapeutic applications of ultrasound. Biophysics & Molecular Biology 2007; 93: 111–129. FISHER BD, HILLER CM, RENNE SGA. A comparison of continuous ultrasound and pulsed ultrasound on soft tissue injury. Journal Physiotherapy Science 2003; 15: 65-70. LEHMANN JF, TELATEUR BG, STONEBRIDGE JB, et al: Therapeutic temperature distribution produced by Ultrassom as modified by dosage and volume of tissue exposed, Arch Fhys Med Rehabil 48: 662-666, 1967. HSIEH YL.:Reduction in induced pen by Ultrassom my be caused by altered expression of spinal neuronal nitric oxide synthase-producing neurons, Arch Fhys Med Rehabil 86 (7): 1311-1317, 2005. DYSON M, SUCKLING J: Stimulation of tissue repair by Ultrassom: Survey of the mechanisms involved, Physiotherapy 63: 105-108, 1978. TURNER SM, POWELL ES, NG CS: The effect of Ultrassom on haling of repaired cockerel tendon: Is collagen cross-linkage a factor? J Hand Surg 14B (4): 428-433, 1989. CLINE PD: Radiographic follow-up of Ultrassom therapy in calcific bursitis, Phys Ther 43: 16, 1963. EBENBICHLER GR, ERDOGMUS CB, RESCH KL, et al: Ultrassom therapy for calcific tendinitis of the shoulder, N Engle J Med 340: 1533-1538, 1999. SICARD-ROSENBAUM L, LORD D, DANOFF JV, et al: effects of continuous therapeutic Ultrassom on growth and metastases of subcutaneous murine tumors, Phys Ther 75 (1): 3-11, 1995. MACHADO CM. Eletroterapia prática. 4ª ed. São Paulo; 2008. Freitas LBS, Freitas TP, Rocha LG, Silveira P, Pinho RA, Streck EL. Effect of therapeutic pulsed ultrasound on parameters of oxidative. Cell Biology International 2007; 31:482-488. CAMERON MH. Agentes físicos na reabilitação. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. FISHER BD, HILLER CM, RENNE SGA. A comparison of continuous ultrasound and pulsed ultrasound on soft tissue injury. Journal Physiotherapy Science 2003; 15: 65-70. OLSSON, D.C. et al. Therapeutic ultrasound in the tissue healing. Ciencia Rural, v.38, n.4, p.1199-1207, 2008.