Duas irmãs órfãs, Caio e Lara, viajam da sua casa no planeta Wave Planet para a Terra em busca dos seus pais. Após encontrarem vários membros da família, descobrem tristemente que os seus pais faleceram. Geraldo oferece-lhes uma casa para viverem, onde aprendem sobre a importância das relações humanas.
1. Era uma vez num planeta muito, muito distante, mas mesmo muito
distante...duas meninas irmãs que estavam sozinhas nesse mundo. Esse
mundo chamava-se Wave Planet, onde era tudo, mas mesmo tudo
ondulado. Mas não é neste planeta que a história se passa. É certo e
sabido que as meninas viviam lá, mas elas decidiram viajar desse seu
planeta até à Terra. “Para quê ?”- perguntam vocês! Já vão ver.
Continuando, elas eram órfãs e tinham sido levadas em bebés por um
vaivém espacial.
Uma dessas meninas chamava-se Caio, tinha os cabelos ondulados,
loiros e compridos apanhados em totós. Tinha a pele rosada, que lhe
dava um aspeto saudável. A outra menina chamava-se Lara, tinha os
cabelos ruivos, ondulados e que lhe davam pelos ombros. Usava-os
sempre soltos. Ao contrário da irmã tinha sardas que lhe davam um
aspeto maroto. Ambas eram muito aventureiras e todos os dias tinha de
saciar a sua sede de aventuras.
Foi com o objetivo de concretizarem o sonho de encontrarem os pais,
que elas decidiram procurá-los na Terra. Elas eram irmãs, por isso só
tinham de encontrar duas pessoas, não havia de ser difícil. Elas não
sabiam que é eram órfãs.
E começaram a planear a sua viagem para a Terra. Descobriram que os
seus pais viveram ou viviam em Portugal. Partiram em golfinhos
voadores, que ficaram sem combustível, mesmo por cima do Oceano
Atlântico, perto do Algarve.
Nadaram até à Praia da Rocha, onde encontraram uma sereia sentada
numa rocha. Perguntaram-lhe:
_ É a nossa mãe? – perguntou Lara, sempre muito curiosa.
_ Não, sou vossa tia, minhas sobrinhas desaparecidas. Por onde é que
vocês andaram?
_ Cara tia, isso agora não interessa. – respondeu Caio – Nós queremos
encontrar os nossos pais.
_ Sim, nós não nos lembramos deles, e queremos mesmo vê-los –
acrescentou Lara, na sua doce fala.
2. _ O quê? Notícias desses dois desvairados? Olhem, não falo com eles
desde… Quantos anos e que vocês têm? Bem, isso agora não interessa,
sigam para norte e vão encontrar o meu marido, Catinho, o Rei da
Terra. – explicou a tia, com uma voz muitíssimo saturada.
_ Obrigado, querida tia. – agradeceram as duas em uníssono.
Seguiram para norte, até à zona de Lisboa, onde encontraram o tal
Catinho, o seu tio.
_ Olá, eu sou a Caio e esta é a minha irmã Lara. É o senhor Catinho,
presumo.
_ Sim, eu sou Catinho da Silva Marquês Flor. Mais conhecido por C.M.S.
Catinho.
_ Bem, nós somos suas sobrinhas. Falámos com a sua mulher e ela
disse-nos para falar consigo. É que... sabe, nós queremos saber do
paradeiro dos nossos pais.
_ Ahhhhhh… Não, por acaso não sei deles. Já não falo com eles há
tanto tempo. Ouvi dizer que estão na zona de Braga. Está lá o meu
filho mais velho, John Jones da Silva Correia Albuquer Marques Ribeiro.
Jhon, para os amigos ou C.S.A.M.J.J. … Não sei, estou tão baralhado.
_ “Ok” tio, até outro dia então. – agradeceu Caio.
_ Até breve e obrigado pela informação. – acrescentou Lara.
Elas continuaram a viagem até chegarem a Braga, onde encontraram o
seu primo John:
_ Olá miúdas, quem são e o que querem?
_ “Meu”, aguenta os cavalos, que nós somos primas. – ripostou Lara.
_ Mesmo, respeito – acrescentou Caio sempre com a língua muito
afiada.
_ Ahhh… Aquelas diretas, não é? – perguntou John.
_ Sim, querias o quê?! Em centésimo grau? – resmungou Caio com
sarcasmo.
_ Calma, não vale a pena falarem com “sete pedras na mão”. Vamos à
“disco” ou lanchar. Afinal o que é que vocês querem?
3. _ Desculpa estamos muito cansadas, já percorremos Portugal quase
inteiro. – respondeu Lara.
_ Sim, nós queremos saber dos nossos pais. – insistiu Caio tentando
puxar o assunto para aquilo que verdadeiramente lhes interessava.
_ Olhem, vão ter com o meu irmão que eu não sei nada desses dois.
Acho que ele vive na zona dos vossos pais: Serra do Gerês. O meu irmão
chama-se Geraldo P.G.I Rosa Alves Augusto de Deus Rato Ribeiro
Marques Flor.
_ Grande nome!- comentou Lara, sempre muito observadora.
_ Então cá vamos nós para o Gerês – proferiu Caio sempre muito
aventureira.
Fizeram uma longa viagem e chegaram ao Gerês.
Encontraram quem procuravam:
_ Olá… Você deve ser o Geraldo…? – perguntou Caio.
_ Sim, se com isso quer dizer: Geraldo P.G.I Rosa Alves de Deus Rato
Ribeiro Marques Flor, sim sou eu.
_ O Geraldo é muito simpático, comparado com o seu irmão… -
escapou-lhe Lara, que era um bocadinho mazinha.
_ Muito obrigada, eu saí mais ao meu pai, mas vocês são… - perguntou
Geraldo.
_ Somos tuas primas direitas. Eu sou a Lara e ela é a Caio.
_ Aparecidas, não posso crer. Há quanto tempo… - emocionou-se
Geraldo.
_ Nós viemos à procura dos nossos pais. – explicou Caio sem
deixar sombra de dúvidas.
_ Bolas, aqueles três não podiam ter-me deixado esta responsabilidade
só para mim eles um dia hão de pagar caro por isso - murmurou
Geraldo. Continuando, minhas queridas, como é que vos hei de dizer?
Os vossos pais faleceram.
_ Faleceram!? – lamentaram em conjunto esta triste notícia e prestes a
chorar.
4. _ Porquê? – perguntou Caio
_ Adoeceram? – perguntou Lara.
_ Foram assassinados? – perguntou Caio.
_ Não. Eles atiraram-se ao rio. Foi do desespero. – respondeu Geraldo
em grande mágoa tirando-lhes as dúvidas todas.
_ Desespero do quê? – perguntou a Caio.
_ Vocês vivem noutro planeta, certo? – perguntou Geraldo.
_ Sim. – respondeu Lara.
_ Vocês foram raptadas em bebés, para testarem as condições de Wave
Planet.
_ Mas porquê nós?! – perguntou Caio já com medo da resposta...
_ Acho que os vossos pais eram astronautas, mas não sei se está
relacionado com alguma coisa do género, só sei que se atiraram ao rio
quando souberam da vossa triste notícia.
_ E agora? Onde é que vamos viver? – perguntou Lara a desesperar
completamente.
_ Podem voltar para Wave Planet. – sugeriu Geraldo.
_ Lá estamos muito sozinhas e nós apercebemo-nos nestas viagens do
convívio entre as pessoas e os seus sentimentos. – explicaram elas
completando-se uma à outra.
_ Porque não vivem aqui comigo? – sugeriu Geraldo. Há uma casinha
aqui perto, eu levo-vos até lá e vocês instalam-se. Tenho a certeza de
que vão adorar.
_ Obrigado Geraldo. – agradeceu Caio sempre muito bem educada.
_ Temos a certeza vamos gostar muito de cá viver. – apoiou Lara
sempre muito otimista.
E assim foi. Até agora elas ainda lá vivem. E até hoje aprenderam
muitas coisas: o valor da amizade, do amor, da família, do carinho e
das boas relações entre as pessoas.
5. de uma história que ainda não acabou.
Joana Anselmo e Beatriz Calado