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Otema da sustentabilidade pode parecer
um bicho de sete cabeças,mas este Guia
da Loja Verde prova o contrário, mostrando
soluções simples e práticas.
Aqui você vai encontrar exemplos de peque-
nos, médios e grandes supermercados que
tiveram muitos benefícios além do ecológico,
entre eles:
redução de despesas;
valorização da marca;
atração e retenção de talentos e fideli-
zação de clientes.
Há casos de lojas que instituíram melhorias
em pleno funcionamento e também de con-
struções de lojas novas, desde o projeto.
Este Guia da Loja Verde também ajuda na
contratação de profissionais qualificados no
tema da sustentabilidade, arquitetos e cons-
trutoras, como material de apoio e consulta
permanente.
Ao final da leitura é possível perceber como
é fácil adequar-se e participar de um mer-
cado interessante e lucrativo.
Focado no cliente que já exige esse novo
posicionamento e também no meio ambi-
ente que suplica por cuidados, propomos
um novo olhar sobre o negócio e a vida, com
objetivo de construir uma empresa única,
próspera, humana e ética.
ORGÂNICOS
AÇOUGUE
PEI
DOAÇÕES
CAIXAPREFERENCIAL
CAIXA VERDE
Ecobags
SUPERMERCAD
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PADARIA
IXARIA
COLETA SELETIVA
BICICLETÁRIO
PLÁSTICO
METAL
PAPEL
VIDRO
DO SUSTENTÁVEL
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Introdução
Palavra do Presidente
Palavra do Diretor de Sustentabilidade
A caminhada da APAS para a sustentabilidade
Cenário
Infraestrutura
Localização
Construção
Insumos e consumo responsável
Espaços externos
Preservação
Drenagem urbana
Estacionamento
Saúde
Gestão
Água
Energia
Resíduos
Política Nacional de Resíduos Sólidos
Identificação dos resíduos gerados
Alternativas de valorização e destinação dos resíduos – 4 Rs
Símbolos da reciclagem
Passo a passo
Sacolas: perguntas e respostas
Seções do supermercado
Açougue e peixaria
Confeitaria e padaria
Rotisseria
Frutas, Legumes e Verduras (FLV)
Frios
Frente de caixa
Comunicação e engajamento
Fornecedores
Consumidores
Colaboradores
Ações sociais
Questionário de avaliação: Quanto seu supermercado é sustentável?
Selos e certificações
Palavras-chave para busca na internet
Glossário
Curiosidades
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Introdução
Osetor de supermercados movimenta anualmente R$ 201,6 bilhões
no Brasil, representando 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB),
e promove a geração de 919,8 mil empregos diretos e cerca de 3 mi-
lhões indiretos.
A conjuntura de um mundo em constante transformação e uma
economia globalizada requer uma nova filosofia de negócios, algo
que considere a sustentabilidade, conceito que envolve três aborda-
gens: econômica, ambiental e social.
Cada vez mais a sustentabilidade está sendo integrada ao plane-
jamento estratégico das organizações. A nova visão resulta na criação
de valores para fornecedores, clientes, colaboradores e acionistas.
Assim, a APAS – Associação Paulista de Supermercados apresenta
este Guia da Loja Verde, com práticas e dicas sustentáveis, abordando
temas como economia de água e energia, coleta seletiva de lixo e
escolha de materiais mais ecológicos.
Este volume dá continuidade ao projeto iniciado com o Guia Prá-
tico APAS – Supermercados Sustentáveis, veiculado na APAS 2009 e
realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas, e tem como
objetivo indicar alternativas de simples execução, apontando o ca-
minho para que você inicie mudanças estruturais a fim de tornar seu
negócio mais sustentável.
Coordenar as ações ora apresentadas resulta em redução de cus-
tos, retorno financeiro, valorização da marca, criação de novos rela-
cionamentos comerciais e conscientização de fornecedores, clientes e
colaboradores.
Por fim, este Guia da Loja Verde tem a intenção de desmistificar
a sustentabilidade e mostrar como é fácil adotar melhorias para pro-
mover economia e outros resultados positivos. Ele ajudará a promo-
ver ações de sustentabilidade de forma objetiva, auxiliando o dia a
dia de diretores e gerentes da empresa.
4 guia da loja verde
Palavra do Presidente
Pelo relacionamento com os consumidores, nosso setor é reconhecido como forma-
dor de opinião, principalmente por participar ativamente de campanhas de interes-
se público que trazem benefícios para a sociedade, atuando na conscientização dos
empresários e do público para a prática da cidadania.
Foi assim com os projetos Via Rápida, Brasil sem Miséria, Pense Rosa, De Olho na
Validade, Proibição da Venda de Álcool para Menores de 18 Anos e, sobretudo, o Vamos
Tirar o Planeta do Sufoco, que visa substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis nos
supermercados.A campanha que criamos com a prefeitura de Jundiaí em agosto de 2010
hoje é modelo para o Estado de São Paulo e o Brasil.
Muito nos orgulha constatar que a sustentabilidade, uma bandeira de todos os que
têm compromisso com as futuras gerações, está presente nas ações da entidade, com o
necessário suporte aos associados na sua aplicação
O Guia da Loja Verde que chega às suas mãos é um dos 50 projetos prioritários da
diretoria daAPAS que me traz imensa alegria, pois trata-se de uma obra inédita que será
referência para o nosso setor.
Agradecemos todas as empresas que nos forneceram informações; aos executivos
do Grupo Pão deAçúcar,Walmart e Carrefour pela orientação sobre os rumos do projeto;
ao presidente do Conselho Deliberativo, João Sanzovo, pelo comprometimento com as
causas ambientais e empenho na continuidade do trabalho de sustentabilidade daAPAS,
agora em uma diretoria criada para este fim; ao vice-diretor Antonio Gandra, jovem vito-
rioso em seus negócios nessa área, que nos trouxe sua expertise para a produção desta
obra, e aos colaboradores daAPAS e fornecedores que se dedicaram a este trabalho.
Pela riqueza do seu conteúdo, este guia simboliza nosso amadurecimento como
setor que pensa no futuro e entende a sustentabilidade como um processo extensivo
a toda cadeia do abastecimento.
Caro associado, utilize esta ferramenta e faça a diferença em seus negócios.
Boa leitura!
Conhecimento verde indispensável
João Galassi
Presidente APAS
guia da loja verde 5
Palavra do Diretor de Sustentabilidade
Omundo nunca mais foi o mesmo depois que o ex-presidente dos Estados
Unidos Al Gore lançou o filme An Inconvenient Truth (Uma verdade incon-
veniente) em 2006. O documentário mostrava didaticamente os efeitos do aque-
cimento global e pregava ação imediata para o desenvolvimento sustentável e
uma nova visão sobre o futuro do planeta. O desafio era manter o crescimento
e preservar o meio ambiente.
Em 2007, começamos a nos organizar como setor para atender às deman-
das da sociedade por um ambiente seguro e decidimos que a sustentabilidade
seria o tema da nossa feira do ano seguinte. Em agosto, o prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, convidou a APAS para participar do evento “Eu não sou de
plástico”.
Na ocasião, eu era o presidente da APAS e vinha de uma experiência de
dois mandatos como prefeito de Jaú, onde me deparei com os problemas am-
bientais comuns a todos os municípios. Percebi que a iniciativa da Prefeitura de
São Paulo era uma ação concreta de educar a população para inibir o descarte.
Desenvolvemos várias ações até chegar ao projeto-piloto de Jundiaí,Vamos Tirar
o Planeta do Sufoco.
Agora, ao lançar o Guia da Loja Verde, entendemos que a APAS alcança um
elevado nível de consciência em torno desse tema, que não se limita ao lixo, mas
abrange questões climáticas, emissão de gás carbônico, economia de recursos
não renováveis, respeito à diversidade e incentivo à responsabilidade social.
Como diretor de Sustentabilidade da APAS, estou seguro de que a entidade
dá um passo certo rumo ao futuro e contribui significativamente para transfor-
mar a visão não só dos empresários supermercadistas como também da socie-
dade sobre o nosso negócio.
Um passo certo rumo ao futuro
João Sanzovo
Diretor de Sustentabilidade APAS
6 guia da loja verde
A caminhada
AAPAS começou a organizar o debate em torno das questões ambien-
tais depois que Al Gore, ex-presidente dos Estados Unidos lançou em
2006 o documentário An Inconvenient Truth (Uma verdade inconvenien-
te). A obra fez grande sucesso ao pregar uma nova visão sobre o futuro
do planeta e discutir o aquecimento global, a contaminação do meio
ambiente e a urgência de se planejar o desenvolvimento sustentável.
A relevância do tema motivou a APAS e eleger a sustentabilidade
como tema da feira em 2008 e desde então passou a fazer parte das
ações da entidade. Ao tomar posse em 2010, o presidente João Galassi
criou a Diretoria de Sustentabilidade e hoje o assunto é recorrente, com
projetos aprovados e em execução, como a campanha Vamos Tirar o Pla-
neta do Sufoco e o Guia da Loja Verde.
SEDE DA APAS
Os colaboradores da APAS puderam acompanhar nos últimos
anos a preocupação da entidade em oferecer uma infraestrutura
mais sustentável e ter atitudes mais conscientes. Para tanto, algumas
iniciativas foram tomadas:
A APAS planeja instalar a coleta da água da chuva para utilização
nos banheiros, jardinagem e limpeza de suas instalações.
da APAS para a sustentabilidade
Resíduos: em todo o prédio não se utiliza
descartáveis, apenas vidros e louças, que são
reutilizáveis. Todo o resíduo orgânico vai para
uma usina de compostagem, localizada no
próprio prédio, e resulta em adubo utilizado
em manutenção de praças públicas. O não or-
gânico é encaminhado para reciclagem.
Processos financeiros: orçamentos e
pedidos de pagamentos, antes impressos, hoje
são feitos apenas por documentação digital, o
que gerou redução no consumo de papel.
Acessibilidade: a estrutura do prédio foi
adaptada com acesso para cadeirantes e insta-
lação de piso especial para deficientes visuais.
Gestão da água: todas as descargas e
torneiras foram adaptadas para racionalizar o
consumo.As descargas atuam com mecanismo
dual flux, que controla dois volumes diferentes
de água. A descarga e torneiras são acionados
por sensor de presença. Essas mudanças pro-
moveram uma economia de aproximadamente
20% no consumo de água.
guia da loja verde 7
Cenário
8 guia da loja verde
C
Amaioria das pessoas ainda acredita que sustentabilidade re-
laciona-se apenas às questões ambientais. Um grande engano
cometido também por muitas empresas, que insistem em atrelar o
lançamento de produtos apenas ao meio ambiente e à ecologia; os
benefícios devem ser também econômicos e sociais.
Por serem locais onde as decisões de consumo são tomadas de
forma mais direta e imediata, os supermercados têm a oportunidade
de contribuir para conscientizar o consumidor para os problemas am-
bientais derivados dos padrões de consumo atuais.
Uma pesquisa realizada pelo Grupo Pão de Açúcar, divulgada
durante evento promovido pela APAS, demonstrou que o consumi-
dor espera que o varejo o ajude a melhorar suas escolhas. Segundo
pesquisa publicada na Revista SuperVarejo de novembro de 2010, no
Brasil, 71% dos consumidores têm expectativa de que as empresas
eduquem sobre consumo sustentável.
Mas afinal qual é a realidade de hoje?
	 Conceito de loja verde vai
muito além de prédios que
economizam água ou energia.
OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%*
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
NO MUNDO (ONU)
*total da renda mundial.
OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%*
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
NO MUNDO (ONU)
*total da renda mundial.
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DDistribuição de renda
O Brasil continua entre os
dez piores países em distribuição
de renda, à frente somente de Bolívia,
Colômbia, Haiti, Paraguai e outros
cinco países da África Subsaariana.
(Fonte: PNUD RDH 2007– www.pnud.org.br)
Em 2009, 65,6 milhões de pessoas
sofreram algum tipo de restrição
alimentar no Brasil e 11,2 milhões
sofreram com insegurança alimentar
grave, ou seja, passaram fome.
(Fonte: IBGE 2010 – www.ibge.gov.br)
72% dos brasileiros se dizem MUITO INTERESSADOS em
conhecer mais os meios que algumas empresas estão
utilizando para ser socialmente responsáveis
PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO
SOBRE O PAPEL DAS GRANDES
EMPRESAS NA SOCIEDADE
10 guia da loja verde
CConsumo
Hoje o mundo já consome em média 30% a mais
do que a Terra consegue renovar. Nesse ritmo, em
2050, consumirá o dobro do que a Terra pode oferecer
e absorver.
Muitas empresas ainda não perceberam que o con-
sumidor está cada vez mais crítico, consciente de seu
papel e importância e não quer prestigiar as compa-
nhias que entende como não sustentáveis, não éticas.
Mesmo assim, em vez de partir para ações consistentes,
estas empresas insistem em gerar elevados gastos em
propaganda e maquiar seus produtos e serviços relacio-
nando-os a imagens de florestas e animais, utilizando
selos ecológicos duvidosos ou modificando apenas a
embalagem.
O consumidor comum, cada vez mais informado, sa-
berá identificar claramente a camuflagem e passará a
recusar as empresas que insistirem nessas práticas.
TRILHÕES DE
DÓLARES
TRILHÕES DE
DÓLARES
guia da loja verde 11
CCrescimento populacional
Mudanças no clima influenciam
a biodiversidade, oferta de água,
degradação dos oceanos, entre
outros. A temperatura do pla-
neta já subiu 0,6 °C, o que torna
nossa vida mais difícil.
12 guia da loja verde
CClima
Fonte: planetasustentável.abril.com.br
guia da loja verde 13
Aumento do nível do mar
Em 2010, com o constante
derretimento de geleiras, o Mar
do Norte tornou-se navegável.
Isso pode facilitar o transporte
marítimo, porém revela o grande
problema do derretimento das
calotas polares e sua influência
nas mudanças climáticas.
Desaparecimento de ilhas
Com o aumento do nível do
mar, diversas ilhas paradisíacas e
cidades à beira-mar estão ame-
açadas de sumir do mapa. Com
faixas de areia menores, as águas
alcançam as cidades, atingindo
moradores e turistas.
Chuvas e secas: maiores e
mais intensas
O desequilíbrio do clima pro-
duz suas compensações. As chu-
vas em alta intensidade levam
mais sedimentos e resíduos das
cidades aos rios, o que provoca
enchentes e deslizamentos. Tais
mudanças também comprome-
tem a produção das hidrelétricas,
que nas secas ficam sem reservas,
trazendo a ameaça do apagão
energético.
Um novo desafio para o destino do lixo: a Política Nacional de Re-
síduos Sólidos regulamentada em 2010 já está em vigor e estabe-
lece a responsabilidade de todos por tudo o que é produzido, con-
sumido e descartado. Hoje as cidades brasileiras não dispõem mais
de aterros, que já estão em sua maioria cheios. Por isso a lei vem ao
encontro das necessidades atuais: inovação, mudança de atitude, in-
clusão social para os catadores e incentivo à indústria de reciclagem.
Alguns pontos importantes merecem destaque:
• As empresas terão que fabricar pro-
dutos que geram menos resíduos e
sejam mais recicláveis
• As empresas e a sociedade civil, por
meio das prefeituras, deverão incluir
os catadores na cadeia de coleta de
resíduos sólidos
• O produtor e o consumidor estão
proibidos de queimar lixo em céu
aberto ou jogá-lo em ruas,praias e rios
• Alguns produtos específicos devem
ser devolvidos ao fabricante, para
que ele os recicle
• Até 2014, não poderá existir mais
nenhum lixão: todos os resíduos de-
verão receber tratamento e destino
adequado
14 guia da loja verde
RResíduos
SoluçõesAmbientaiseSegurançadoTrabalho
Sustentabilidade
A sustentabilidade entrou definitivamente na agenda dos
negócios e empresas de todos os setores vêm se
adaptando a esta tendência mundial. A partir do diagnóstico
inicial, desenvolvemos o plano de ação envolvendo
colaboradores, estrutura física, operação e marketing, na
implantação de seu projeto de sustentabilidade. O
monitoramento de pontos chaves e o estabelecimento de
metas completam a assessoria que só a SOLAM Soluções
Ambientais oferece para você.
GESTÃO DE
RESÍDUOS
SEGURANÇA DO
TRABALHO
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
PROJETOS EM
SUSTENTABILIDADE
estamos prontos para tornar
Da construção à operação,
sua loja mais verde
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(19) 3043-3365
As lojas que ainda estão em fase de projeto têm a possibilidade
de incluir práticas sustentáveis desde o início da construção e do
planejamento.
Elaboramos um roteiro para que você conheça os requisitos de
uma loja sustentável. Muitos deles você poderá colocar em prática,
outros demandarão estudos. Nesse sentido, este guia pode servir
como base para tratativas e contratação de profissionais de sustenta-
bilidade, arquitetos e construtoras.
Estudos de impacto e o resultado dos levantamentos vão resultar
em um empreendimento que privilegia melhor qualidade ambiental
interna, eficiência energética, racionalização do uso de água, susten-
tabilidade de espaço e materiais, garantindo conforto, qualidade dos
produtos e operação com padrão de excelência.
Há pontos importantes a serem observados antes, durante e após
o projeto de execução de uma loja verde. Para as lojas que já estão
em funcionamento, as informações ajudam a refletir sobre mudanças
que podem trazer a valorização da marca, fidelização dos clientes e
melhores relações econômicas, ambientais e sociais.
Infraestrutura
16 guia da loja verde
Fonte: SuperVarejo janeiro/fevereiro 2011, pág. 78
Confira: as grandes redes possuem programas de visitação às novas
lojas verdes. Agende sua visita.
Nove passos para uma construção sustentável:
1. Planejamento sustentável da obra
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais
3. Eficiência energética
4. Gestão e economia da água
5. Gestão dos resíduos
6. Qualidade do ar e do ambiente interior
7. Conforto termo acústico
8. Uso racional de materiais
9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
Pão de AçÚcar
Utilização de materiais certificados e ações integradas
As primeiras lojas verdes do Pão de Açúcar foram a da cidade de
Indaiatuba, inaugurada em 2008, e a de Vila Clementino, em São
Paulo, inaugurada em 2009. Outras cinco lojas, inauguradas em
2009 e 2010, também foram desenvolvidas com princípios verdes.
O processo de construção atendeu aos sistemas propostos pelo Le-
adership in Energy and Environmental Design (Leed) e a execução
da obra teve total controle de sedimentação e erosão. A empresa
afirma que 40% de todo o material utilizado na construção veio de
fornecedores localizados a uma distância próxima, evitando os fretes
de longa distância. Nos materiais e no mobiliário da loja, priorizou-se
a sustentabilidade: nas gôndolas, o destaque fica com a utilização
de madeira com certificação FSC. Nos corredores, circulam carrinhos
100% confeccionados em material reciclado, entre outros cuidados,
como a grande variedade de produtos orgânicos.
guia da loja verde 17
Walmart
Redução de um sexto do consumo de gás: economia em energia
Para o Walmart, a escolha integrada de produtos, sistemas e processos
ocorre em diversas esferas:
• Utilização de madeira com procedência conhecida na fachada
externa e no mobiliário interno
• Utilização de piso de concreto aparente na área de vendas, o que
permite maior facilidade de limpeza
• Utilização do cimento CPIII em todos os locais possíveis (produ-
to que reaproveita 70% do resíduo gerado pelas siderúrgicas,
tem maior durabilidade e é mais barato do que os demais cimentos)
• Utilização de pastilhas de vidro na peixaria, o que facilita a limpeza
• Busca por fornecedores com ISO 14000 e que incorporam resíduo
na fabricação
• Comunicação visual feita em tecido feito de material lavável,
reciclável e reciclado
• Utilização de fluidos à base de água na loja, o que resulta na
diminuição do consumo de gás para um sexto
• Utilização de estrutura metálica
• Tintas à base de água e manta de lã de vidro
• Telha sanduíche metálica
• O piso, de cimento queimado neutro, custou 40% menos dos que
as cerâmicas, apresenta a mesma resistência para alto tráfego e é
apreciado pelos clientes
Com dois pavimentos e 6,6 mil metros quadrados de área de
vendas, a unidade Morumbi do Walmart comercializa 50 mil
itens. Foi preciso apenas 1% mais do que seria investido em
uma loja convencional para construir uma unidade sustentável.
18 guia da loja verde
Sustentabilidade na construção é financeiramente viável
Não é novidade que a Leroy Merlin vem investindo em ideias para
garantir um planeta melhor. Em outubro de 2009, foi inaugurada em
Niterói (RJ) a primeira loja do Brasil certificada através do processo de
construção sustentável Alta Qualidade Ambiental (Aqua), que estabe-
lece os mais rigorosos padrões de economia de recursos naturais. A
rede também vem crescendo em ações que seguem a mesma filoso-
fia, como o Programa Construir e Sustentar, que procura levar o pen-
samento da preservação e da sustentabilidade das lojas para a casa do
consumidor, através de produtos ecossustentáveis.
Além dos benefícios ambientais e tangíveis de redução de gasto de
água e energia por seguir os critérios da Certificação Aqua, existem
outros ligados ao conforto e à saúde dos usuários. A construção
certificada é mais saudável e confortável, pois além de controle de
ruído, conta com iluminação natural, proteção contra ofuscamento
dos usuários pelo sol, conforto térmico e olfativo, aumento da sa-
lubridade dos ambientes e redução do número de manutenções e
consequente incômodo para os usuários.
O projeto oferece custo razoável. Se bem executado e racionalizado,
o investimento em uma construção sustentável pode ser similar ao
de uma edificação convencional, sem falar na economia que um
supermercado com certificação Aqua terá ao longo do tempo, pois
o projeto reduz o gasto de água e energia.
Leroy Merlin
guia da loja verde 19
Para minimizar os impactos ambientais, a escolha
do local de construção da loja deve considerar:
• Topografia do terreno favorável, que exija baixa
intervenção de sistemas de terraplanagem
• Existência de vegetação nativa preservada para
reintegração à loja
• A instalação da loja em local apropriado no meio ur-
bano, minimizando os impactos da operação sobre a
região (quantidade de deslocamentos, acesso de for-
necedores etc.), evitando desmatamento e prevendo
conectividade com a comunidade (fácil acesso)
• A localização pode permitir avançar no conceito
de fornecimento de produtos com baixo impacto
ambiental e grande fomento econômico local, entre
outros, em Frutas, Legumes e Verduras (FLV), com
produtores localizados próximo à loja
LLocalização
Além da máxima eficiência energética e do uso de materiais sus-
tentáveis, a gestão da obra também deve ser ponto de atenção
durante a construção e manutenção da loja. É importante seguir os
requisitos do sistema Leed, que solicita:
• Controle de sedimentação e erosão nas áreas da construção
• Cuidados com incidência de partículas suspensas (poeira) nas
redondezas da obra
• Uso responsável da água e reaproveitamento com uso de cisternas
• Segregação dos entulhos da obra para posterior reciclagem e reúso
• Fornecedores de materiais localizados perto da loja, evitando fretes
de longa distância
• Controle total e reaproveitamento dos resíduos das obras
guia da loja verde 21
CConstrução
Os insumos do empreendimento devem ser avaliados sob a ótica da sus-
tentabilidade, ou seja, do ponto de vista ambiental, social e financeiro.
Essa abordagem engloba compras, avaliação de fornecedores, investigação
da procedência de materiais, controle de produtividade, consumo de mate-
riais e garantia da qualidade dos serviços.
Os materiais utilizados em uma obra são diretamente relacionados ao
seu impacto ambiental e custo. A escolha de materiais ecologicamente cor-
retos implica, em essência, o menor impacto ambiental possível.
As escolhas da sua empresa podem orientar o mercado para uma pro-
dução mais sustentável. Assim, ao escolher fornecedores e produtos, reco-
menda-se observar as seguintes características:
• Matérias-primas de origem renovável
• Aproveitamento de resíduos na composição dos produtos
• Fabricante com atuação social responsável
• Origem e fabricação local, para minimizar os impactos de transporte
• Durabilidade e adaptabilidade em função da vida útil do produto
• Baixo impacto ambiental: produtos de fácil conservação, limpeza e com impacto
ambiental limitado. A reciclabilidade do material também deve ser observada,
pois acarreta menor consumo de matérias-primas virgens e maior preservação
dos meios naturais. Produtos que tenham pouca embalagem também trazem
bons resultados.
• Conhecimento da procedência dos recursos naturais usados, como areia, brita e
pedras, e características de fabricação e utilização
• Identificação e valorização do uso de materiais de produtos menos poluentes e de
fornecedores próximos e que não pratiquem a informalidade na cadeia produtiva
• Lâmpadas de baixo consumo e com produtos que não agridam o meio ambiente
22 guia da loja verde
IInsumos e
consumo responsável
A seguir, em ordem alfabética, alguns produtos para construção civil
para que você conheça e considere nas suas escolhas:
Acabamentos: utilização de verniz, sinteco e acabamentos que contenham pouco ou nenhum
composto orgânico volátil (COV), principal causador da poluição do ar.
Argamassa pozolânica: feita a partir da substituição do cimento por material pozolânico,
normalmente é proveniente de resíduos de outras indústrias. Desse modo há o aproveitamento de
resíduos e consequentemente ganhos ambientais.
Areia reciclada e brita: produzidas a partir da reciclagem de resíduos de construção e demo-
lição (RCD). Podem ser utilizadas em concreto para uso não estrutural, em contrapisos (100%), para
argamassa de assentamento, pavimentação (bica corrida), para base e sub-base.
Blocos de entulho: feitos a partir do material moído. Desse modo há o reaproveitamento dos
restos de construções, demolições ou reformas. Podem receber vigas em seu interior ou não.
Blocos de pedra: podem ser usados em construções no lugar dos blocos comuns.
Cimento: utilizar o cimento com, pelo menos, 75% de material reciclado em sua composição.
Cimento ecológico: reaproveita 70% do resíduo gerado pelas siderúrgicas, tem maior durabi-
lidade e é mais barato que os demais. Maior disponibilidade na Região Sudeste.
Gesso: existe no mercado gesso sintético ou cinzas volantes (material que sobra da queima
de carvão).
Ladrilhos, tijolos e telhas: de vidro, feitos de material 100% reciclado.
Madeiras certificadas: extraídas legalmente e que muitas vezes vêm de árvores plantadas
especialmente para este fim. Há certificados como o Forest Stewardship Council (FSC) ou CERFLOR.
O FSC é fornecido pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal para identificar os produtos prove-
nientes de florestas de manejo de forma responsável, conciliando a extração com a conservação dos
recursos naturais e biodiversidade.
Madeiras manufaturadas: tábuas feitas a partir de serragem e restos de madeiras de cons-
truções demolidas. Dessa forma há redução de entulho.
Materiais absorventes: a utilização de cascalhos, lascas de madeira, conchas ou outros ma-
teriais recuperados ajudam a água a ser absorvida pelo solo.
Materiais reciclados e recicláveis: recomenda-se o uso, sempre que possível, de mate-
riais recicláveis, material reciclado e materiais com componentes reciclados.
Paredes verdes: fachadas com vegetação natural, com utilização de plantas trepadeiras ou que
crescem em vasos, tanto em paredes externas como internas.Auxiliam na melhoria do ar, no ambien-
te interno e no sobreamento externo.
Pavimentação permeável: permite a infiltração da água no solo, causando menor impacto ao
24 guia da loja verde
meio ambiente e contribuindo para o ciclo hídrico, controle de enchentes e menor efeito de ilha de calor.
Pavimento poroso: não deixa que a água escorra, reduzindo dessa forma os problemas de
drenagem e evitando que os poluentes contaminem a água subterrânea.
Tapetes: já existem tapetes produzidos a partir de material reciclado, como garrafas plásticas, no
lugar de fibras sintéticas.
Telhados brancos: pintados na cor branca ou de cor clara refletem mais a luz solar, diminuindo
sensivelmente os efeitos dessa incidência luminosa. Ao aumentar a reflexão solar das superfícies ur-
banas, há diminuição da temperatura e evita-se a transferência de calor para a atmosfera. O Walmart,
por exemplo, usou telhados brancos em suas lojas verdes, e o Carrefour aplicou na loja de Piracicaba
a pintura termodinâmica nos telhados, alternativa que também proporciona queda de temperatura e
redução no consumo de energia.
Telhados verdes ou ecotelhados: coberturas feitas com vegetação natural. Seus benefícios
são a redução do efeito de ilha de calor, o controle das enchentes pela absorção de parte das águas da
chuva pela cobertura e o sequestro de CO2 da atmosfera, além de proporcionar conforto térmico para
o ambiente interno do estabelecimento. Os telhados verdes têm normalmente uma fina camada de
solo (de 150 a 300 milímetros) que pode suportar uma grande variedade de plantas ou até algumas
espécies de árvores e frutas.
Tijolos de terra: há duas opções disponíveis no mercado. Uma é feita de uma mistura de terra
argilosa, água e palha (estilo pau a pique) colocada em uma estrutura de madeira trançada.A outra é
o tijolo adobe, de terra crua, água e palha, que pode ser feito no local da obra. Os tijolos de terra em
geral geram um bom conforto térmico e acústico.
Tijolos de terra-cimento ou blocos de terra comprimida: levam terra, água e um
pouco de cimento. Geralmente não necessitam de argamassa e reduzem a utilização de estruturas de
ferro na construção.
Tintas, vernizes e impermeabilizantes: feitos à base de terra e minerais, são 100% natu-
rais, isentas de solventes químicos, portanto isentas de compostos orgânicos voláteis (COVs). Estes
são produtos de baixo impacto ambiental, ou seja, não geram poluição atmosférica ou prejudicam a
camada de ozônio; além de terem baixo odor.
Tintas recicladas: custam entre 30% e 50% menos que as tintas virgens. Caso não as encontre,
opte pelas tintas de látex em vez de tintas a óleo, especialmente para uso interno.
AAPAS firmou parceria para oferecer aos associados uma linha de diversos produtos fabricados
em polímeros recicláveis de alta tecnologia, como carrinhos ecológicos, pallets e caixas reuti-
lizáveis com condições especiais. Mais informações no Portal APAS (www.portalapas.org.br).
guia da loja verde 25
Para todos os ambientes da loja, é importante observar as dicas a se-
guir, que são pré-requisitos para a certificação do edifício como verde.
Qualidade dos espaços externos ocupados
• Identificação e afastamento de fontes poluentes tais como equipamentos, áreas
de estocagem de resíduos e estacionamentos.
• Calçadas: Já que para a legislação brasileira quem deve manter o passeio bem
conservado é o proprietário do imóvel, que tal se comprometer com a questão e
arrumar o calçamento em frente à loja?
Conforto ambiental nas áreas externas
• Proteção dos usuários de ventos, chuvas e sol
• Aproveitamento dos ventos para arejar os espaços da edificação
• Uso do sol para atividades de lazer
• Uso da chuva como fonte de água para fins não potáveis
Conforto acústico
• Disposições arquitetônicas para proteger os usuários de incômodos acústicos
• Criação de uma qualidade de ambiente acústico adaptada aos diferentes locais
Conforto visual
• Iluminação natural ótima, limitando seus inconvenientes
• Iluminação artificial confortável
• Iluminação exterior: deve ser preservada, por ser importante para dar conforto e
sensação de segurança.Atividades realizadas nas áreas de estocagem de resíduos
de uso e operação também serão beneficiadas com uma boa iluminação exterior
Conforto olfativo
• Garantia de ventilação eficaz com bom posicionamento de janelas
• Gerenciamento das fontes de odores desagradáveis
Normas de acessibilidade: Adaptação para que a loja possa atender todos os
clientes, especialmente aqueles que demandam infraestrutura especial, como cadei-
rantes e idosos. Instalação de rampas e elevadores que facilitem o acesso
Ambientes agradáveis: Alguns locais da loja como açougue e docas podem ser
feios, sujos ou barulhentos. Procure adequar estes espaços tendo em vista o tempo que
seus funcionários passam neles. Uma cor mais alegre nas paredes, melhor iluminação
e facilidade na limpeza podem dar bons resultados
26 guia da loja verde
EEspaços externos e internos
Preservação e conservação do ambiente onde o supermercado está
localizado: a diversidade de fauna e flora está completamente ameaçada
e a sociedade civil organizada deve se empenhar para equilibrar o meio
em que vive. Portanto, preservar as vegetações nativas demonstra que
o empreendimento está atento a essa necessidade e minimiza futuras
erosões no solo.
Nas áreas verdes do empreendimento devem-se adotar espécies ve-
getais adaptadas ao clima e ao terreno.
Consultar um paisagista, para ter mais informações sobre as vegeta-
ções mais adequadas e sobre a necessidade de manutenção e podas. Lem-
bre-se: a vegetação dentro da propriedade é de responsabilidade da loja.
Uma árvore pode traba-
lhar como 5 aparelhos de
ar-condicionado
Uma árvore isolada pode trans-
pirar em média, 40 litros de água
por dia, produzindo um efeito
refrescante equivalente a 5 condi-
cionadores de ar com capacidade
de 2.500 kcal cada um, funcio-
nando 20 horas por dia.
Fonte: Guia do Planejamento de Ar-
borização Urbana Cesp, CPFL e Ele-
tropaulo.
guia da loja verde 27
PPreservação
D
E
Drenagem urbana
Estacionamento
• Investigação do risco de inundações (se houver, reconsidere a construção da loja
no local)
• Levantamento dos dados pluviométricos e do solo e desenvolvimento de sistemas
de infiltração (poços abertos, lameiros, charcos e açudes) e a retenção (telhados
verdes, poços, cisternas e espelhos d’água) e de sua gestão.
• Uso de blocos de concreto vazados ou de outros materiais que favoreçam a per-
meabilização.
O Pão de Açúcar, por exemplo, realizou a pavimentação na área dos estaciona-
mentos com blocos de concreto vazado e preenchimento em grama, o que garante
maior permeabilidade do terreno e possibilita o abastecimento de lençóis freáticos
sem sobrecarregar vias públicas com água de chuva.
• Destinar vagas preferenciais, previstas por lei
• Reservar algumas vagas para carros flex
• Projetar espaços para bicicletários: o fomento de meios de transporte alternativos
também é uma solução para os problemas ambientais e mudanças climáticas.
• Instalar solo permeável, para favorecer a drenagem e o reaproveitamento da
água e auxiliar o escoamento das vias públicas
• Garantir espaço no bicicletário para uso dos funcionários
No Supermercado Rosa Felipe, de Araçatuba (SP), o estacionamento merece desta-
que pela arborização e o sombreamento.
28 guia da loja verde
Saúde
Tema pouco citado, mas de extrema importância uma vez que todos
os produtos do supermercado e os maiores recursos da empresa,
as pessoas, dependem de um bom projeto de qualidade sanitária e
manutenção.
•	Qualidade sanitária da água
•	Qualidade e durabilidade dos sistemas
•	Controle do risco sanitário no uso de
águas não potáveis
•	Gerenciamento da temperatura
nas redes – prevenção de riscos de
queimadura e legionelose*
•	Gerenciamento dos sistemas de
tratamento
•	Controle do risco sanitário relacionado
à recuperação e reutilização no
empreendimento de águas não
potáveis. Este assunto possui como
abordagem o tratamento das águas
não potáveis reutilizadas e a otimização
da concepção das bacias de reserva de
água não potável reutilizadas
* tipo de pneumonia causada pela bactéria
Legionella pneumophila
•	Qualidade sanitária dos ambientes
•	Limitação dos incômodos
eletromagnéticos
•	Criação de condições de higiene
específicas
•	Qualidade sanitária do ar
•	Ventilação eficaz
•	Gerenciamento das fontes de
poluição internas e externas
guia da loja verde 29
Gestão
Dispositivosinteligentesgerameconomia
imediata no consumo de água potável.
Nas torneiras: redutores de pressão, arejadores,
válvulas duplo fluxo, mictórios secos, torneiras
com sensores, torneiras de pressão, torneiras com
temporizador.
Nas descargas: instalação de mecanismo dual
flux, que utiliza quantidades diferentes de água para
cada necessidade.
Alternativa custo zero: colocar uma garrafa
PET cheia dentro do reservatório de água. Dessa
forma, vai precisar de menos água para encher e a
descarga terá a quantidade suficiente para uso.
AÁgua
30 guia da loja verde
Fontes alternativas: reaproveitamento de águas pluviais, do reúso de água
e outras fontes de captação. A instalação de cisternas, por exemplo, são boas
alternativas para usar a água da chuva em jardins e vasos sanitários.
Economia e reúso: para irrigação dos espaços verdes, pode ser utilizada a água
da chuva; para limpeza das áreas, priorizar a varrição, com atenção sobre não manter
mangueiras abertas por muito tempo.
A seguir, ações práticas com resultados imediatos na redução do
consumo de água. Você pode adaptar a infraestrutura da loja e
também orientar seus colaboradores:
Elimine vazamentos. Uma torneira pingando desperdiça cerca de 46 litros de água
por dia, 1.380 litros por mês e 16.560 litros por ano. O desperdício anual de uma
torneira mal fechada ou quebrada representa a quantidade de água necessária
para uma pessoa sobreviver durante 65 dias.
É possível economizar 96 litros de água por dia com um banho inteligente. Passe
a informação aos funcionários: fechar a torneira do chuveiro elétrico enquanto se
ensaboa, passa xampu ou usa outros produtos de higiene.
Instale em cada um dos chuveiros um contador para auxiliar os funcionários no
controle do tempo de banho.
EcofiT
A academia Ecofit
dispõe de ampulhetas
de até 5 minutos nas
duchas. dessa forma
os alunos podem
observar quanto
tempo levam para
tomar banho.
guia da loja verde 31
O uso da mangueira gera grande desperdício de
água. A lavadora de alta pressão também pode ser
vilã no consumo de água potável.
Varra a calçada para retirar o lixo e use o balde para
lavar o quintal e o carro. Se possível, use água de
reaproveitamento das chuvas.
Não deixe torneiras abertas desnecessariamente e
chame a atenção dos colegas caso se esqueçam de
fechá-las.
Acione a descarga pelo tempo suficiente e apenas
uma vez. Evite lançar objetos na bacia sanitária.
Só abra a torneira no momento em que for utilizá-la.
Instale aeradores nas torneiras (“peneirinhas” ou
“telinhas” na saída da água). Elas aumentam a
sensação de “molhado” e promovem menor vazão
de água.
Ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba
para deixar pratos e talheres de molho por alguns
minutos antes da lavagem.
Deixe tecidos e panos de molho antes de lavá-los.
Cuidado com o excesso de sabão para evitar maior
número de enxágues.
Use as máquinas de lavar roupas e louça apenas
quando estiverem com sua capacidade preenchida.
32 guia da loja verde
Movimento Cyan
Multa para
quem lava a calçada
com esguicho d’água
Nas cidades de Indaiatuba, Embu-Guaçu e Bauru, quem lavar a calçada
com esguicho d’água pode ser multado. Nos Estados do Rio Grande do
Sul e Mato Grosso, deputados debatem um projeto de lei que proíbe
o uso de água canalizada para lavagem não apenas da calçada, mas
também de veículos. A recomendação é não usar água corrente para
lavagem da calçada e sim a água da chuva ou da lavagem das roupas.
O Movimento Cyan é uma ação coletiva com o objetivo de promover o uso
consciente da água, um recurso elementar para a vida no nosso planeta e que,
no entanto, se encontra tão ameaçado.
Criado pela Ambev a partir da percepção da importância do tema para
a sociedade, trata-se de uma rede aberta à participação de todos aqueles
que desejam melhorar as condições atuais dos recursos hídricos e também
garantir o abastecimento das gerações futuras. Se você está lendo este texto,
você já faz parte.
Por meio da divulgação de informações e realização de ações de engajamento,
o Movimento Cyan deseja despertar a consciência para o valor da água nos
diversos aspectos da vida humana, alertar para os riscos que ameaçam nossas
preciosas fontes e mobilizar interesses e recursos para encontrarmos, juntos,
um modo mais saudável de utilizar o precioso líquido.
A Ambev, com essa iniciativa, além de apoiar a mobilização da sociedade
também assume seu compromisso de aperfeiçoar sua atuação, por meio
de metas arrojadas de redução de consumo de água em seus processos de
produção.
Fonte: Movimento Cyan
guia da loja verde 33
Resultados nas lojas Walmart
Redução de 40% do consumo de água com captação de água
da chuva. “O tempo de retorno é pequeno em comparação ao
investimento: aproximadamente dois anos”, diz consultor de
Sustentabilidade da rede.
Fonte: SuperVarejo, agosto 2010, pág. 124
Eficiência e economia imediata
O Supermercados Russi conta com redutores de vazão nas
torneiras e vasos sanitários de 2,5 litros, que reduzem em 15%
o consumo de água.
A loja Walmart do Morumbi passou a economizar até 60% na
conta de água e esgoto depois da instalação de dispositivos
automáticos que regulam o tempo de vazão em pias e chuveiros.
No caso dos sanitários, cujo uso convencional gasta no mínimo
60 litros de água, o Walmart investiu nos modernos vasos
com descargas a vácuo, já utilizados em aeroportos e alguns
shopping centers e diminuiu o consumo para 1 litro de água.
Agestão de energia é um dos pontos mais relevantes para que o
edifício seja certificado como “verde”.
É importante ressaltar que, em média, o ar-condicionado é res-
ponsável por 30% do consumo de energia da loja, a refrigeração por
35% e a iluminação por 12% a 15%.
Por isso, o objetivo são ações que trarão mais eficiência e resulta-
dos imediatos e a longo prazo:
EEnergia
34 guia da loja verde
No Vip Supermercados, localizado no bairro do Tatuapé, São Paulo
(SP), o calor das máquinas é reaproveitado.
ORGÂNICOS
AÇOUG
CAIXAPREFERENCIAL
CAIXA VERDE
Ecobags
Iluminação
Verifique a possibilidade de utilizar ao máximo a iluminação natural, instalando
claraboias, janelas, cobertura zenital nos telhados etc.
Lâmpadas econômicas custam mais caro, mas dão mais resultados a longo prazo.
As mais indicadas são as lâmpadas LED e T5
Utilize cores claras na sua loja, isso trará uma melhor climatização
Instale sensores de presença
Ar-condicionado e frigorífico
Verifique a possibilidade de trocar o gás atual pelo gás ecologicamente correto
R404 ou R-410A. Atualmente, o fluido refrigerante R-410A é o candidato mais
indicado para substituição do R22. O preço do R404 utilizado nas lojas verdes do
Grupo Pão de Açúcar ainda é o dobro do gás R22. Mas há uma vantagem: é preciso
menor quantidade de R404 em relação ao R22. Na Europa, já é proibida a utilização
do gás R22 em razão dos impactos na camada de ozônio
Aproveite o calor das máquinas como energia e para aquecimento de água
guia da loja verde 35
OR
GÂ
NICO
S
AÇOUGUE
PADARIA
PEIXARIA
DO
AÇÕES
CAI
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CAI
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VER
DE
Ecobags
CO
LETA
SE
LETIVA
PLÁSTICO
METAL
PAPEL
VIDRO
SUPERMERCADO SUSTENTÁVEL
Telhados
Verifique a possibilidade de adaptação do
telhado da loja para o telhado verde,branco
ou aplicação de pintura termodinâmica,
que promovem queda na temperatura
interior.Todas essas soluções resultarão em
média de 10% de redução no uso do ar-
-condicionado
Gestão
Manutenção preventiva: controle eficiente para motores, temperaturas dos fornos
e refrigeradores pode trazer não só economia de energia mas também menor
desperdício de produtos
Verifique a possibilidade de investir em mecanismos automáticos como timers e
sensores inteligentes
	 OCarrefourutilizounasualojadePiracicaba
a tecnologia da pintura termodinâmica,
que promoveu queda de temperatura
	 de 3 a 5 graus, resultando em 10% de
	 economia no uso do ar-condicionado.
Oprograma“Caça-vazamento”érealizadoemtodasaslojascommaisde20anos
da rede Carrefour. O programa tem como objetivo captar um possível vazamento
de energia,representado pelos gases refrigerantes,e exerce papel de manutenção
sobre a questão da segurança alimentar.Atualmente, a rede opta pelo gás R22.
carrefour
36 guia da loja verde
A seguir, ações práticas com
resultados imediatos na redução
do consumo de energia.
Você pode adaptar a infraestrutura da loja
e também orientar seus colaboradores:
	 Utilize equipamentos com selo de eficiência energética (selo Procel: ver capítulo
sobre selos e certificações). Verifique se a faixa de consumo de energia está entre
as de maior eficiência:A e B
	 Instale dispositivos de elevadores inteligentes. Isso trará enorme economia de
energia
	 Aproveite ao máximo a luz natural e tenha como preferência as cores claras
	 Substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas nos locais
onde ficam acesas por mais de quatro horas por dia. Elas duram dez vezes mais
e economizam até um terço da energia elétrica
	 Não deixe computadores, luzes, ar-condicionado e outros equipamentos elétricos
ligados por mais de 30 minutos sem uso
	 Faça manutenção periódica na rede elétrica e não sobrecarregue as tomadas
	 com benjamins e fios de extensão
	 Desligue o televisor quando ninguém estiver assistindo
	 Não deixe os aparelhos na função stand by. Esse recurso gasta de 15% a 40%
mais energia sem necessidade
	 Apague sempre as luzes dos ambientes que não estiverem ocupados. Nestes casos,
a instalação de dispositivos que acionem a luz na presença das pessoas também
pode trazer bons resultados
	 Conecte-se com o meio ambiente. Se não houver incidência solar direta nas janelas,
abra persianas e aproveite a iluminação natural. Assim é possível melhorar a
qualidade visual e economizar a energia elétrica consumida com iluminação.
guia da loja verde 37
Supermercados São Vicente
A rede realiza um bom trabalho com o Programa de Eficiência
Energética. A adesão é muito grande e o retorno já confere
economia financeira para a rede e economia de recursos do
planeta. São algumas ações:
Aproveitamento da luz natural: uso de lentes prismáticas, que garantem
distribuição uniforme da luz, com 100% de captação e filtragem de 98% de
UV e 100% de IV, propiciando retenção total de calor. Só em uma das lojas
já foram poupadas emissão de 70 toneladas de CO2 por ano, o que equivale
ao plantio de 350 árvores! O projeto está em vigor em 50% das lojas.
Não utilização de ar-condicionado: o controle da temperatura é realizado
por meio de sistema de escape do ar quente, com exaustão e renovação de
todo o ar interno a cada três minutos. Há pintura reflexiva de quartzo no
telhado e paredes de concreto alveolar com isolamento térmico, tudo isso
em 70% das lojas.
Fechamento dos freezers à noite, para redução do consumo de energia sem
comprometer a qualidade dos produtos, em todas as lojas.
Sistemas de refrigeração com ciclos de degelo por gás aquecido, reduzindo
a necessidade de resistências elétricas, em 80% das lojas.
Água quente e redução de consumo nos evaporadores: aproveitando o calor
retirado das câmaras frias para o aquecimento da água, não há consumo de
energia nesse processo e ainda economiza-se água por facilitar a limpeza.
Além disso, reduz-se o consumo de energia dos evaporadores, uma vez que
os gases do sistema de refrigeração já chegam mais frios.As medidas estão
em 70% das lojas.
OProgramadeEficiênciaEnergética
faz parte do Programa São Vicente
Sustentável, que desde 2008 vem
alcançando altos níveis de redução
do consumo e valorização da marca
do grupo.
38 guia da loja verde
Teste jáColoque um pedaço de papel metade para dentro da geladeira
e metade para fora. Se conseguir puxar o papel, você pode ter
problemas com a borracha de seus refrigeradores. Vale a pena
verificar, você pode economizar energia com uma simples
manutenção.
!
Nas novas lojas, já foi substituído o gás de refrigeração R22
por etilenoglicol, que não agride a camada de ozônio, além do
menor consumo de energia elétrica.
Os telhados são feitos de telhas zipadas “sanduíche” e com cla-
raboias prismáticas de iluminação natural, o que garante con-
forto térmico e acústico, além da redução de energia elétrica
em iluminação de aproximadamente 30%.
Trocou-se o sistema de iluminação, usando lâmpadas fluores-
centes T5, com maior eficiência e durabilidade com menor con-
sumo de energia, além de todos os setores de retaguarda con-
tarem com sensores de presença e fotocélula.
Supermercados Russi
A rede está substituindo os gases do sistema de refrigeração de
freon, responsável pela degeneração da camada de ozônio, por
etilenoglicol, um gás ecológico.
Supermercados Savegnago
guia da loja verde 39
A gestão de energia é observada em fatores como automa-
ção no controle de todos os sistemas da loja, com mínimo de
atuação humana. Alguns dos diferenciais de sua infraestru-
tura são:
• Automação do controle e regulagem da iluminação e do ar-condi-
cionado do salão de vendas; utilização de paredes verdes e uso de
tintas claras (minimização da carga de ar-condicionado); utilização
de um dos postes da iluminação externa com placa fotovoltaica e
sensor de luminosidade para controlar o acionamento da iluminação
• Recuperador de calor para preaquecimento de água
• Rampas com sensor de presença que detectam o usuário e aumen-
tam a velocidade da esteira
• Armários refrigerados com sensor de presença para ligar e desligar
as luzes LED e uso de ar-condicionado roof-top
• Cálculo das emissões da loja (gás e energia) conforme o GHG Pro-
tocol*
• Sistema refrigerador que utiliza fluido intermediário (água e sal);
o sal é restrito à casa de máquinas, diminuindo a possibilidade de
vazamento, e os motores e compressores são mais resistentes, dimi-
nuindo o gasto de energia
*Protocolo internacional para quantificação de gases de efeito estufa
Walmart
Covabra: redução no consumo de energia
A nova loja em Limeira, no interior de São Paulo, foi inaugurada com projeto
moderno e responsável. A loja conta com diferenciais em economia e
sustentabilidade, como refrigeração de ar à base de água gelada, que não emite
gases poluentes,e iluminação 100% natural durante o dia,o que gera redução de
43% em consumo de energia.
40 guia da loja verde
Lâmpada LED x lâmpada fluorescente
No Walmart Morumbi, as lâmpadas LED, mais claras e utilizadas na fachada,
mais as fluorescentes usadas na loja reduziram a conta de energia em 40%
aproximadamente.
A loja de Pinheiros da rede Futurama substituiu o sistema de lâmpadas
incandescentes por fluorescentes e hoje economiza mais de 60% nos custos
de energia elétrica.
X
Aproveitamento do óleo
de cozinha como energia
Em 2009, o Carrefour deu início a um programa de
reaproveitamento de óleo utilizado para frituras para
aplicação no funcionamento de geradores de energia.
O projeto tem como foco a preservação ambiental e
funciona com a colaboração da população, que deposita
o óleo para reaproveitamento em pontos de arrecadação
de entrada da loja. Também é usado o óleo do próprio
estabelecimento. O material recolhido é transformado em
biodiesel e utilizado nos geradores das lojas da rede.
42 guia da loja verde
RResíduos
Política Nacional de Resíduos Sólidos
Após 20 anos em tramitação, o decreto e a regulamentação da Políti-
ca Nacional de Resíduos Sólidos foram aprovados em 2010.
A nova legislação, além de instituir a política, tem um viés edu-
cacional já que dispõe e esclarece sobre princípios, objetivos e ins-
trumentos, além de destacar as diretrizes relacionadas à gestão in-
tegrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Isso implicará em
incentivo para a reciclagem e o reaproveitamento, patrocinando a
coleta seletiva e outras medidas.
Outras determinações relevantes:
• Comprometimento maior dos Estados em abrir espaço para redu-
ção de resíduos, reciclagem, reutilização e outras formas sustentáveis,
visando à redução dos rejeitos. A contrapartida será a prioridade na
obtenção de recursos da União de acordo com a regulamentação.  
• Uma das inovações é o compartilhamento de responsabilidades pelo
ciclo de vida dos produtos.A lei não se restringe a responsabilizar os fa-
bricantes; considera também responsáveis importadores, distribuidores,
comerciantes e até consumidores e titulares dos serviços de limpeza
urbana ou manejo.A responsabilidade deverá ser dividida de forma in-
dividualizada e encadeada.
• A logística reversa, já existente em casos pontuais como fabricantes
de pilhas e pneus, atribui aos responsáveis o recolhimento ou o retorno
dos resíduos ou partes não aproveitáveis do produto visando a correta
destinação ambientalmente indicada. Inclui, também, o correto descar-
te de embalagens, resíduos da construção civil, entre outros.
•Acordos setoriais em todas as instâncias de governo com a iniciativa
privada serão pontos fortes da política.
guia da loja verde 43
Identificação dos resíduos gerados
Identificar a produção de resíduos de uso e operação da loja con-
templa atividades como higiene, alimentação, limpeza, manutenção,
de escritório etc. com sua respectiva identificação.
Cada seção do supermercado, dependendo da natureza de ati-
vidade, gera embalagens e resíduos orgânicos. Veja a seguir como
classificá-los.
A adequação dos empreendimentos à nova lei será de vital im-
portância e, para que isso possa ocorrer de forma equilibrada e em
conformidade legal, contratos com fornecedores e clientes precisarão
ser revistos, com compartilhamento de responsabilidades.
Neste tema, existe uma grande oportunidade do envolvimento
da cadeia do varejo na educação ambiental de seus colaboradores e
consumidores, pois é a principal fonte de consumo e de geração de
resíduos por causa disso.
Fluxo dos resíduos segundo a PNRS
Produto
Fabricante ou
importador
Comerciante ou
distribuidor
Consumidor
Pessoa física
Consumidor
Pessoa jurídica
Resíduo pós-consumo
Destinação final
ambientalmente
adequada
Logística
reversa
44 guia da loja verde
Material reciclável
Papel: jornais e revistas, folhas de papel, caixas
em geral, aparas de papel, fotocópias, envelopes,
embalagem longa vida
Metal: latas de aço, latas de alumínio
Vidro: garrafas de bebida, frascos em geral, copos,
cacos de vidro
Plástico: embalagem de refrigerante, alimentos,
produtos de limpeza, copos descartáveis, embala-
gens de margarina, canos e tubos, sacos plásticos
em geral
Material Não reciclável
Papel: etiqueta adesiva, papel carbono, fita crepe,
papéis sanitários, papéis metalizados, papéis plas-
tificados, papéis sujos, fotografia, tocos de cigarro
Metal: grampos, esponjas de aço
Vidro: vidraças, copos de cristal, vidros de auto-
móveis, ampolas de remédios, formas e travessas
de vidro temperado, espelho
Plástico: cabo de panela, tomadas, misturas de
papel, plástico e metais.
guia da loja verde 45
Resíduos especiais
Alguns materiais possuem características peculiares e devem ser
identificados para que possam ser reciclados ou encaminhados
para disposição correta em destino específico:
remédios e seringas, lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, ele-
troeletrônicos, óleo de cozinha, resíduos da construção civil, pneus.
Reciclagem do óleo
É possível reciclar a garrafa pet que transporta o óleo? A pre-
ocupação é pertinente, pois o óleo reciclável vai contaminar uma
embalagem também reciclável.
A garrafa continua reciclável, mas perde um pouco do va-
lor, pois o que o mercado chama de PET-Óleo tem aplicações
diferentes de outras garrafas por causa, do óleo impregnado.
Além disso, por ser mais difícil de lavar, seu preço acaba sendo
menor que o de garrafas que ficam limpas com apenas uma
enxaguada.
De todo modo, observe: a garrafa permanece reciclável e deve ser
destinada corretamente, bastando que se tenha cuidado de não misturá-la
com outras embalagens, evitando que o óleo escorra e contamine outros materiais.
Então, deve-se fechar bem a garrafa vazia de óleo. Se possível, separá-la das demais embala-
gens. No caso do papel, por exemplo, o óleo inviabiliza a reciclagem se for misturado. 
• Uma solução é usar recipientes maiores, próprios para juntar o óleo, e trocá-los: na entrega de um
cheio, a pessoa recebe outro vazio. Viável para maiores quantidades, como quando se faz a coleta
em grupo (condomínios, centros comerciais, escolas etc.).
• Os consumidores que vão juntar o óleo individualmente podem usar a própria garrafa de óleo
para guardá-lo, evitando assim contaminar outra garrafa.
• Garrafas de óleo, molhos, maionese e outros conteúdos gordurosos têm o mesmo tratamento.
• Garrafas vazias devem sempre ser amassadas para redução do volume. Isso também colabora
para evitar uso indevido das embalagens pós-consumo.
Reforçando: a garrafa com óleo continua reciclável. Se não for possí-
vel evitar o uso de uma garrafa diferente para armazenar o óleo, passe
a usá-la exclusivamente para isso ou destine-a juntamente com as de-
mais embalagens de produtos gordurosos. 
46 guia da loja verde
Produto
Fabricante ou
importador
Comerciante ou
Distribuidor
Consumidor
Pessoa física
Consumidor
Pessoa jurídica
Resíduo pós-consumo
Destinação final
ambientalmente
adequada
Logística
reversa
Resíduos orgânicos
O lixo orgânico representa 60% do total dos resíduos e muitas
vezes não recebe a destinação correta.
O biodigestor, equipamento que transforma o lixo orgânico
em adubo, permite a redução de volume (cerca de 80%) e
espaço de armazenamento, assim como redução de custos e a
reutilização do material com reciclagem, tratamento e transfor-
mação, resultando no uso adequado e consciente dos resíduos no
próprio jardim da loja.
Os orgânicos que podem ser compostados e transformados são frutas, verduras, legu-
mes, biscoitos, massas, grãos, casca de ovos, espinhos, por exemplo.
Os orgânicos que não podem ser transformados em adubo são ossos, conchas,
cigarros, medicamentos, carnes e peixes.
A rede de São José do Rio Preto (SP) fez parceria com a fábrica de refrigerantes Poti. A
cada 2 litros de óleo usado entregue no supermercado, o consumidor recebe em troca e 2
litros de refrigerante da marca própria Laranjão. Os cerca de 2 mil litros de óleo recolhidos
mensalmente são destinados à fabricação de sabão.
Supermercado Laranjão
Supermercados Boa
A rede de Campinas (SP) coleta mensalmente cerca de 350 litros de óleo usado na rotis-
seria das quatro lojas e repassa a uma empresa para a produção de massa utilizada na
instalação de vidros.
Supermercado galassi
A rede de Jundiaí (SP) tem uma parceria com a Schincariol para estimular a coleta de
garrafas PET.A cada cinco unidades vazias levadas ao supermercado, o consumidor ganha
cupons que darão direito a uma garrafa de água gratuita na compra de três unidades.
Outra parceria importante foi desenvolvida com a Cargill. Consiste em recolher tanto do
consumidor quanto da rotisseria do supermercado o óleo usado para ser destinado à pro-
dução de biodiesel. O dinheiro que as lojas recebem é repassado integralmente a uma
entidade que cuida de crianças vítimas de maus tratos que estão sob a guarda na justiça.
guia da loja verde 47
Alternativas de valorização
e destinação dos resíduos – 4 Rs
Agestão dos resíduos pode ser resumida pelos 4 Rs: Reduzir, Reutilizar, Reci-
clar e Repensar.
Apesar de parecer simples, é interessante pedir o auxílio de um profissio-
nal ou uma empresa dedicada ao tema da gestão de resíduos para traçar um
planejamento completo que indique o diagnóstico dos resíduos da sua loja,
parcerias intersetoriais, treinamento dos recursos humanos, entre outras neces-
sidades. De qualquer modo, este livro traz boas dicas para que você comece
uma melhor gestão de resíduos agora!
Reduzir consiste no dimensionamento correto das compras, atenção ao des-
perdício, dando preferência a fornecedores de produtos com embalagens retor-
náveis ou a granel, ou seja, utilizar menos recursos naturais e gerar menos lixo.
Já reutilizar significa usar mais de uma vez, evitando que os produtos con-
sumidos se tornem rapidamente um resíduo.
Reciclar é reaproveitar materiais pelo reprocessamento, transformando-os
em outros novos. Através dessas práticas é possível diminuir o uso de recursos
do ambiente bem como a sobrecarga de resíduos destinados a ele. Essas ações
hoje são realizadas e cobradas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, assim
quanto antes sua loja e seus funcionários estiverem adequados, menor será a
chance de você precisar se adequar às pressas!
Por fim, repensar os processos e volumes de consumo para contribuir ati-
vamente para maior conscientização da população sobre ações sustentáveis.
As lojas da rede possuem coleta dos resíduos recicláveis
e incentivam o reaproveitamento de recursos. Os consu-
midores podem levar os recicláveis para as lojas, pois há
parcerias com cooperativas de catadores locais.Também há
a campanha de coleta de óleo, pela qual o consumidor que
trouxer 4 litros de óleo usado (equivalente a duas garrafas
PET cheias) poderá trocar por 1 litro de óleo novo, fruto da
parceria com a empresa Granol. A instalação de ponto de
coleta seletiva incentiva o reaproveitamento dos recursos e
promove a educação ambiental
Supermercados savegnago
48 guia da loja verde
A gestão dos resíduos é o aspecto da reciclagem que mais depende de colaboração
para dar certo, portanto invista em ações de comunicação e treinamento de fornece-
dores, colaboradores e consumidores. Os resultados serão percebidos imediatamente.
Confira os símbolos para que você comece a incentivar a atitude na sua loja:
Fonte: planetasustentavel.abril.com.br
Símbolos da reciclagem
Walmart
Nas lojas Walmart pode-se encontrar estação de reciclagem de resíduos. A triagem não é
feita na fonte geradora: os resíduos são depositados, misturados e depois recolhidos pela
cooperativa que os separa. Há também o programa de gestão de resíduos com fornece-
dores da comunicação visual e caixa preferencial para quem não usa sacolinha plástica.
Ainda, para gerar aproveitamento e menor índice de desperdícios, o Walmart desenvolveu
em parceria com a ONG Banco de Alimentos um projeto que visa o encaminhamento de
alimentos ainda em bom estado para a ONG, que trata de redistribuir os alimentos entre
seus beneficiários.
Para supermercados pequenos, a instalação de uma composteira pode trazer bons resul-
tados. No Supermercado VIP, o equipamento processa aproximadamente 500 quilos por
mês de resíduos orgânicos que seriam descartados nos aterros.
guia da loja verde 49
PASSO A PASSO
• Descartar resíduos sempre limpos e secos impede a decomposição dos restos
de alimentos presentes nas embalagens, o que gera odor ruim, proliferação de
insetos e outras possíveis contaminações
• Separar resíduos entre:
	 -Secos: recicláveis, como plásticos, papéis, metais etc.
	 -Orgânicos que podem ser transformados em adubo
	 -Especiais: produtos como lâmpadas, eletroeletrônicos, pneus etc. necessitam de
destinação específica. Buscar empresas, associações e cooperativas que traba-
lhem com estes resíduos
• Instalar maquinários para reduzir o volume dos materiais: prensas são indicadas
• Garantir higiene e segurança das áreas com resíduos, buscando minimizar os
incômodos para clientes e funcionários
• Oferecer aos consumidores opções corretas de descarte, em adequação à lei de
Resíduos Sólidos quanto à responsabilidade compartilhada
• Instalar Pontos de Entrega Voluntária (PEV), espaços para destinação dos resí-
duos recicláveis
• Estabelecer parceria com empresas e cooperativas da região para triagem e
coleta, obtendo resultados em volume de materiais recicláveis, menor impacto
ao meio ambiente e alternativas de geração de renda para a comunidade de
catadores, representada pela cooperativa
• Atuar em conjunto com a Prefeitura e demais órgãos públicos para a capacita-
ção das cooperativas e melhor resultado da gestão dos resíduos
•Adequar os resultados de coleta e reciclagem nos relatórios do empreendimento
O site Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br)
promove o encontro de clientes, cooperativas e demais re-
cicladores. A partir desse canal você também poderá procu-
rar seu novo parceiro local para as soluções de reciclagem
e coleta.
50 guia da loja verde
Pilhas usadas e baterias de celular no Jaú Serve
A primeira ação surgiu há alguns anos, quando as lojas Jaú
Serve começaram a receber pilhas velhas e baterias usadas
de celular. A campanha não parou e hoje criou-se o hábito
entre os consumidores, que costumeiramente levam esses
objetos para o descarte correto. A empresa acredita que
campanhas como essas criam uma rotina na vida das pesso-
as, que se acostumam a dar um destino correto para o lixo
reciclável. No caso das pilhas e baterias, todos os meses os
baldes que ficam na porta das lojas ficam abarrotados. Em
pouco tempo, a empresa acredita que as pessoas também
podem começar a usar o antigo carrinho de feira ou sacolas
reutilizáveis para diminuir o uso das sacolinhas descartáveis.
E o Grupo Jaú Serve tem razão ao adotar a postura de acabar com as sacolas descartáveis.
No meio ambiente elas podem demorar centenas de anos para se decompor. No caso de pi-
lhas velhas e baterias de celular, estimativas apontam que podem demorar até 500 anos até
se desintegrarem.
Na rede, 85% das caixas usadas para transporte de hortifrútis e 100% das
caixas usadas para entrega em domicílio são retornáveis. A iniciativa agrega
funcionalidade ao material e poupa novos resíduos no meio ambiente.
Supermercados São Vicente
Carrefour
O grupo oferece caixas de papelão para o consumidor transportar suas compras
e instalou 134 estações de coleta em parceria com cooperativas, contribuindo
para sua instrumentalização.
Grupo Pão de AçÚcar
A marca Taeq desenvolve desde 2009 um programa de reutilização de em-
balagens, destinando tudo o que é coletado nos caixas verdes das lojas para
sete cooperativas de catadores. Essas comunidades, por sua vez, entregam os
materiais separados para a indústria de papel Papirus, que os usa em novas
embalagens para os produtos Taeq.
guia da loja verde 51
1 – Por que os supermercados estão subs-
tituindo as sacolas descartáveis?
Os supermercados estão atendendo a uma
demanda da sociedade, cada vez mais atenta
às questões ambientais. Pesquisa do Ministé-
rio do Meio Ambiente mostra que a redução
de sacolas foi apontada como a principal
ação que os supermercados podem fazer em
favor do meio ambiente.
As sacolas descartáveis são feitas de filme
plástico produzido a partir de uma resina
chamada polietileno de baixa densidade
(PEBD). Esse material, com degradação inde-
finida, ocupa espaço nos aterros sanitários,
entope bueiros e galerias.
Não se pode ignorar o enorme volume desse
material que vem sendo despejado no meio
ambiente. As medidas de restrição, como a
reutilização e o uso de embalagens compos-
táveis, fazem parte de um processo de trans-
formação da mentalidade neste novo milênio.
2 – Como elas devem ser substituídas?
O foco da ação está no fim da cultura do des-
carte. Por essa razão, a mensagem da cam-
panha é o uso de embalagens reutilizáveis.
No ano passado, em Jundiaí, foi desenvolvido
um projeto piloto em parceria com a prefei-
tura, o Procon, os supermercados e a associa-
ção comercial da cidade. Nesse caso, como
alternativa, foram oferecidas sacolas biode-
gradáveis compostáveis, feitas de amido de
milho, além das sacolas reutilizáveis. O ob-
jetivo é que as pessoas levem essas sacolas
quando forem às compras.
3 – De onde surgiu a ideia?
A Prefeitura de São Paulo lançou, em agosto
de 2007, a campanha “Eu não sou de plás-
tico” para que os paulistanos reduzissem o
uso de sacolas descartáveis. A ideia da mu-
nicipalidade era que o consumidor fosse às
compras com a própria sacola, de pano, de
Sacolas: perguntas e respostas
Otermo de cooperação firmado entre a APAS e o governo do Esta-
do de São Paulo para o fim da distribuição de sacolas descartá-
veis nos supermercados paulistas a partir de janeiro de 2012 gerou
dúvidas e indagações nos consumidores.
Em comum, as iniciativas estimulam o consumidor a diminuir o
uso e o descarte de sacolas descartáveis, que demoram centenas de
anos para se decompor, prejudicam a vida marinha, entopem bueiros
e, por serem produzidas com petróleo, geram, em sua fabricação, ga-
ses de efeito estufa que agravam o aquecimento global.
A parceria assinada na abertura do 27º Congresso de Gestão e
Feira Internacional de Negócios em Supermercados – APAS 2011 está
baseada em uma campanha educativa e sem força de lei.
A seguir as respostas para algumas perguntas recorrentes.
52 guia da loja verde
lona ou de material reciclável. A APAS aderiu
e apoiou a campanha.
Desde então, a luta contra o uso desenfrea-
do de sacolas descartáveis passou a ganhar
cada vez mais força no País, em especial em
São Paulo. A APAS assumiu o protagonismo
das ações visando buscar alternativas e pas-
sou a ajudar na criação de medidas de adap-
tação visando a redução de consumo e o fim
da cultura do descarte.
4 – Por que Jundiaí foi a primeira cidade
a desenvolver o projeto?
Foi a primeira cidade onde as conversações
da entidade com o poder público se mate-
rializaram em campanha. A campanha “Va-
mos Tirar o Planeta do Sufoco”, idealizada
pela Associação Paulista de Supermercados
(APAS) com o apoio da prefeitura, do Sindi-
cato do Comércio Varejista e da Câmara de
Dirigentes Lojistas foi lançada em 1º de ju-
nho de 2010, durante a Eco Jundiaí - Semana
do Meio Ambiente. O objetivo era engajar
o comércio, que tem papel fundamental na
conscientização e incentivo à população para
utilizar sacolas reutilizáveis no lugar das sa-
colas descartáveis, as quais passaram a ser
retiradas de circulação. O projeto foi iniciado
em 30 de agosto.
A adesão dos empresários locais alcançou
95% e a aprovação da população superou
77%, conforme pesquisas realizadas pelo
Ibope. Em um ano, mais de 960 toneladas de
resíduos deixaram de ser geradas. O sucesso
no projeto de Jundiaí despertou o interesse
de outras cidades, que passaram a estimular
o uso de soluções alternativas.
5 – Qual a diferença entre o projeto es-
tabelecido por força de lei e por acordo?
Em qual dos dois o resultado é melhor?
As medidas resultantes de um acordo, endos-
sadas ou não por força de lei, sempre têm o
mérito de não serem impositivas, mas cons-
truídas em parceria pelos diversos setores da
sociedade e o poder público, visando a cons-
cientização da população. É o modelo mais
efetivo, por ser mais democrático.
6 – O que os supermercados ganham
com essa medida?
O País produz anualmente 135,9 bilhões de
sacolas, o equivalente a 500 mil toneladas.
Calcula-se que cerca de 90% desse material,
com degradação indefinida, acaba servindo
de lixeiras ou vira lixo. Esse material ocupa
espaço valioso nos aterros sanitários e con-
some recursos significativos das prefeituras.
A reflexão sobre esse impacto levou a APAS
a iniciar a campanha contra a cultura do des-
carte e a fomentar iniciativas para a aplica-
ção de medidas que visem reduzir o consumo
e despertar a consciência para o uso de saco-
las reutilizáveis.
Os supermercados entendem que é preciso
mudar os hábitos para que as futuras gera-
ções vivam em um mundo melhor. Isso im-
plica abandonar a cultura do descarte, em
sintonia com a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Por seu contato direto com o consu-
midor final, o setor supermercadista desem-
penha importante papel na conscientização
da população.
7 – Se o preço da sacola descartável já
estava embutido no preço dos produtos,
por que não fazer o mesmo com o valor
da sacola compostável?
O objetivo das iniciativas apoiadas pelo setor
supermercadista e outros ramos do varejo não
é substituir a sacola plástica descartável por
outra de material biodegradável que também
gera resíduos.A intenção é que o consumidor
se conscientize de que a cultura do descarte
de resíduos sólidos prejudica o meio ambien-
te e passe a utilizar sacolas reutilizáveis de
guia da loja verde 53
qualquer material ou outras embalagens que
possibilitem acondicionar suas compras,como
caixas de papelão, carrinhos de feira etc.
8 – O valor de 19 centavos por uma uni-
dade de sacola compostável não é muito
alto para ser repassado ao consumidor,
uma vez que o valor unitário de uma sa-
cola descartável comum é 2 centavos?
O custo que os supermercadistas têm para
a produção das alternativas disponíveis é
apenas repassado ao consumidor, lembran-
do que o objetivo não é substituir a sacola
descartável por outra biodegradável compos-
tável. A campanha tem como fundamento o
fim da cultura do descarte e por isso estimula
o uso de sacolas reutilizáveis.
Repassar ao consumidor o custo da sacola é
uma forma de desestimular o consumo desne-
cessário. A APAS incentiva que o consumidor
vá às compras munido da própria sacola reu-
tilizável, seja de pano, lona, palha,TNT, plásti-
co ou outro material reciclável. O importante
é defender o fim da cultura do descarte.
9 – O consumidor que for ao supermerca-
do para realizar uma compra grande não
vai ser onerado pelo custo das sacolas?
Se usar 40 sacolas biodegradáveis, o consu-
midor gastaria em sua compra R$ 7,60. Caso
utilize cinco sacolas de TNT – que ele preci-
saria comprar – seria necessário desembolsar
quase 10 reais a mais na compra.
Para as compras de maior volume, o consu-
midor sempre tem a alternativa de utilizar
caixas e outros recipientes normalmente dis-
poníveis nos supermercados, resultantes do
fornecimento dos produtos.
10 – Os consumidores costumam usar
as sacolas dos supermercados como sa-
cos de lixo. Com a medida, é a indústria
do lixo que sai ganhando? Vai passar a
produzir sacos de tamanho diferentes
para caber nos diferentes tamanhos
de cestinhos de lixo que o consumidor
tem em casa, como por exemplo, lixi-
nho de cozinha?
As sacolas descartáveis, que foram distribuí-
das nos supermercados nas últimas décadas,
de fato passaram a ser utilizadas pelo consu-
midor para embalar o lixo doméstico. Isso é
parte do problema: esse material, com degra-
dação indefinida, quando descartado no meio
ambiente,ocupa espaço nos aterros sanitários,
entope bueiros e galerias e asfixia animais.
Os sacos de lixo, normalmente já resultantes
de material reciclado, são utilizados mais ra-
cionalmente pelo consumidor, uma vez que
há um investimento direto para aquisição.
Por outro lado, nada impede que as indústrias
de embalagens biodegradáveis desenvolvam
sacos de lixo para todos os usos, em vários
tamanhos, e por preços acessíveis à medida
que aumentar a escala de produção.
11 – Para um país carente de reciclagem
como o Brasil, não seria ideal o consu-
midor receber gratuitamente a sacolinha
biodegradável compostável e ter a cons-
ciência que é assim que começa o pro-
cesso de reciclagem?
É importante reafirmar que o objetivo do se-
tor supermercadista não é substituir a sacola
descartável por outra biodegradável. A cam-
panha visa o fim da cultura do descarte e não
contempla distribuir sacolas gratuitamente.
Há um consenso entre vários estudos de que
o consumidor valoriza mais aquilo pelo que
paga; portanto, ao adquirir a sacola, fará uso
mais racional dela. A proposta da APAS é
conscientizar a população para substituir as
sacolas descartáveis por reutilizáveis.
12 – Se a indústria do lixo não oferecer
uma solução ao consumidor – tamanhos
54 guia da loja verde
diferentes de sacos para lixo –, ele pode
passar a comprar sacolinhas biodegradá-
veis para usar em casa?
As sacolinhas biodegradáveis produzidas
como alternativa não têm objetivo de ser
utilizadas para embalar o lixo doméstico. A
APAS entende que, à medida que aumentar
a escala, aumentará a produção de sacos de
lixo e outros usos a partir das tecnologias
biodegradáveis.
13 – E a indústria do plástico, vai demitir
funcionários com a substituição da saco-
linhas descartáveis por reutilizáveis nos
supermercados?
A indústria do plástico poderá usar sua capa-
cidade de produção para desenvolver outros
produtos que sejam úteis à população. De
toda forma, a adoção de práticas sustentáveis
deve gerar muitos empregos em vários seto-
res, incluindo o setor supermercadista e seus
fornecedores.
14 – A indústria do plástico acredita que
a campanha para substituir as sacolas
descartáveis por reutilizáveis tira do con-
sumidor o direito de escolha, mesmo que
tenha impacto ambiental. O que dizer
sobre isso? Não oferecer sacolas descar-
táveis é ferir um direto do consumidor?
O consumidor tem e sempre terá alternativa,
por exemplo, utilizar sacolas biodegradáveis
ou reutilizáveis. O que os supermercados
estão fazendo é suprimir uma alternativa
agressiva ao meio ambiente que vinha sendo
encorajada por meio da distribuição de sa-
colas, mesmo que embutida nos preços dos
produtos.
15 – É possível que haja um movimento
do consumidor para guardar as atuais
sacolas descartáveis e levá-las às com-
pras, trazendo os produtos nas sacolas
convencionais, já que são fáceis de se-
rem transportadas?
É possível que essa solução seja adotada pro-
visoriamente por alguns consumidores – e já
será um avanço: sacolas que eram descarta-
das serão utilizadas mais de uma vez. Infe-
lizmente, elas são pouco resistentes para ser
adotadas como reutilizáveis.
16 – Os fabricantes afirmam que 100%
das sacolinhas são reutilizadas quando
chegam à casa do consumidor. A reutili-
zação também não é um dos pilares dos
4 Rs?
O pilar fundamental é a Redução, o primei-
ro dos Rs: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Re-
pensar. Esse é o propósito da campanha de
substituição das sacolas descartáveis por
reutilizáveis.
Mesmo depois da reutilização, calcula-se que
cerca de 90% das sacolas descartáveis, com
degradação indefinida, acabam como lixeiras
ou no meio ambiente com lixo.
Entre os muitos temas abordados pelo pro-
jeto, está contemplado o esgotamento dos
aterros sanitários e a responsabilidade da
indústria e do varejo pelos resíduos que suas
atividades ajudam a produzir – a denomi-
nada responsabilidade pós-consumo. Dois
aspectos diretamente afetados pela distribui-
ção de sacolas no varejo.
17 – A melhor alternativa às sacolas des-
cartáveis produzidas a partir do petróleo
é mesmo a feita com amido de milho?
Dizem que a pegada de carbono, con-
siderando a energia gasta na produção
desse material, seria ainda maior.
A sacola de amido de milho tem sido uma
alternativa oferecida – como ocorreu no pro-
jeto-piloto de Jundiaí – enquanto o consumi-
dor se adapta. O objetivo do setor supermer-
cadista é acabar com a cultura do descarte e
guia da loja verde 55
não substituir a sacola descartável por outra
biodegradável.
18 – A indústria de sacolas descartáveis
afirma que os consumidores não esco-
lheram o fim dessa sacola e utilizam da-
dos do Ibope para se amparar. Os super-
mercados estão só fazendo uma jogada
de marketing para se livrar de um custo?
A APAS desconhece os dados e a metodolo-
gia da pesquisa utilizada pela indústria de
sacolas descartáveis, mas dispõe em con-
trapartida de pesquisa desenvolvida pelo
Ministério do Meio Ambiente – isento nesse
debate – que demonstra que a redução de
sacolas foi apontada pela sociedade como a
principal ação que os supermercados podem
fazer em favor do meio ambiente.
O custo das sacolinhas sempre foi repassado
ao consumidor embutido no preço das mer-
cadorias. Ou seja, entre os vários custos da
operação supermercadista que resultam na
formação do preço dos produtos, como fo-
lha de pagamento, luz, água, impostos etc.,
também consta o custo das sacolas. Portanto,
não há nenhuma base nessa argumentação.
19 – As pessoas reutilizam as sacolas
de supermercado para embalar o lixo
doméstico. É a forma mais adequada
de descartar o lixo, por evitar contami-
nações. A abolição das sacolas não pode
gerar um problema de saúde pública para
as camadas mais baixas, que não pode-
rão adquirir sacolas?
Pelo contrário. Como sabemos, a saúde pú-
blica piora com as enchentes causadas pe-
las sacolas descartadas no meio ambiente,
que entopem bueiros e galerias, espalhando
muitas doenças. Com degradação indefinida,
as sacolas descartáveis ocupam espaço nos
aterros sanitários e trazem muitos problemas
para a gestão das prefeituras em todo o País.
Por isso, seu uso em ambientes comerciais
passou a ser cada vez mais contestado.
O setor supermercadista, por seu contato dire-
to com o consumidor final, pode desempenhar
um importante papel na conscientização da
população. É preciso que o consumidor perce-
ba que a mudança de hábitos é essencial para
a proteção do meio ambiente e para a garantia
de um mundo melhor para as futuras gerações.
20 – As leis que proíbem a distribuição
de sacolinhas em vários municípios pau-
listas têm sido suspensas por liminares
pelo Tribunal de Justiça, mas, mesmo as-
sim, grande parte dos estabelecimentos
deixou de distribuir essas embalagens. A
APAS vai incentivar projetos de lei?
A supressão da distribuição de sacolas descar-
táveis é uma medida voluntária dos supermer-
cados em prol do meio ambiente. Não há lei
que obrigue os estabelecimentos comerciais
a oferecerem sacolas para o consumidor, mas
evidentemente a APAS está atenta aos hábi-
tos adquiridos e,por isso mesmo,está propon-
do uma estratégia escalonada para retirar as
sacolas descartáveis de circulação até 2012.
Fique atento: embora a
utilização de sacolas reu-
tilizáveis possa promover
uma melhora nos índices
da destinação de plásti-
co aos aterros, observe os
fornecedores que você vai
escolher para oferecer o
produto aos seus clientes.
É importante que a cadeia
seja socialmente justa, eco-
nomicamente viável e am-
bientalmente responsável.
56 guia da loja verde
É possível observar em algumas drogarias a substituição de sacolas pequenas de
plástico por sacolas de papel. Em vez da distribuição de sacolas, os funcionários
perguntam ao cliente: “O senhor vai precisar de sacola?”.
Nas farmácias
Supermercados Ki-legal
Com duas lojas em Jundiaí (SP), mesmo antes do projeto-piloto Vamos Tirar o
Planeta do Sufoco, a rede já entregava cupons aos clientes que levassem as pró-
prias sacolas às compras. Essa ação reduziu em 30% a distribuição de sacolas
descartáveis. O diretor Edivaldo Bronzeri diz que hoje as lojas recolhem pilhas,
baterias, óleo de cozinha usado e captam água de chuva.
A loja em Sorocaba (SP) iniciou uma campanha de conscientização sobre o uso
de sacolas descartáveis. O cliente que dispensar a utilização de sacolas descar-
táveis pode concorrer quinzenalmente a um carrinho de produtos no valor de
250 reais. A cada 50 reais o cliente tem direito a um cupom; de 50 a 100 reais,
dois cupons, e acima de 100 reais o cliente pode concorrer com três cupons. Os
operadores de caixa que entregam os cupons são identificados e também podem
ser sorteados com vale-compras de 50 reais. A campanha já obteve resultados
visíveis: o consumo de sacolas descartáveis caiu de 120 mil para 60 mil unidades
por mês.
Supermercados Supersiqueira
58 guia da loja verde
Supermercado Gaspar
Na cidade de Tupã, interior de
São Paulo, o supermercado e a
Comissão do Meio Ambiente
da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), subseção Tupã,
distribuíram 500 sacolas reu-
tilizáveis para compras no dia
5 de junho de 2011, Dia Mun-
dial do Meio Ambiente.
A iniciativa teve a parceria
da Sepac, fabricante do papel
higiênico Paloma. O varejis-
ta, com 15 checkouts e mais
de 240 funcionários, quer in-
centivar o uso contínuo das
sacolas reutilizáveis entre a
população da cidade em vez
das sacolas descartáveis.
Fonte: SuperVarejo, julho 2010, pág. 8
Campanha em Jundiaí que acabou com
sacolinhas descartáveis teve total ade-
são dos consumidores e ampla divul-
gação dos supermercados
Lançada em agosto de 2010, “Vamos Tirar
o Planeta do Sufoco”, campanha fruto de
uma parceria entre prefeitura, APAS, sin-
dicato do comércio varejista, câmara dos
dirigentes lojistas e empresários supermer-
cadistas da região, evitou no primeiro mês
que 80 toneladas de sacolas fossem des-
cartadas no meio ambiente.
A campanha funciona da seguinte ma-
neira: supermercados da cidade oferecem
para o consumidor a opção de comprar
uma sacola reutilizável, feita de TNT e com
capacidade para 15 quilos, ao preço de R$
1,85. A sacola compostável feita à base de
amido de milho é vendida por 19 centavos.
Lançar a comunicação 30 dias antes de co-
meçar a campanha foi fundamental para o
entendimento e colaboração da sociedade.
Fonte: SuperVarejo, outubro 2010, pág. 118
Reutilizáveis personalizadas
O Supermercados Nagai, de Presidente Prudente,
produziu sacolas reutilizáveis personalizadas,ven-
didas a preços reduzidos,e também oferece caixas
de papelão que sobram da reposição no depósito.
Ainda, a cada compra em que o cliente opte por
não utilizar as sacolas descartáveis,o supermerca-
do distribui cupons para sorteio de prêmios.
Fonte: SuperVarejo, agosto 2010, pág. 10
guia da loja verde 59
Seções do Supermercado
Aqui reside a maior oportunidade de sua loja participar das
mudanças globais de consumo: oferta de produtos diferenciados,
como orgânicos e das redondezas; ações de comunicação para que
os clientes conheçam cada vez mais esses produtos e façam escolhas
mais conscientes, adequadas à realidade global.
O ideal é que, para cada produto à venda na loja, esteja disponível o
maior número de marcas e formatos possível, como a compra a granel.
Assim, o consumidor pode escolher os itens com base na qualidade,
premiando marcas socialmente e ambientalmente responsáveis, ou
então considerando a possibilidade de gerar menos resíduos.
Fique atento também para a logística dos departamentos, pois
existem produtos que não chegam às prateleiras. Invista em sistemas
de gestão e logística de seus estoques. O desperdício de produtos
por falhas no transporte e recebimento pode se tornar um grande
gargalo no caminho da sustentabilidade.
60 guia da loja verde
Atualmente, a discussão do consumo de carne e peixes está em
alta. Cientistas mostram que para cada 1 quilo de carne são
gastos 16 mil litros de água, isso sem contar a logística para que esse
alimento chegue à mesa. No mar, 78 milhões de toneladas de peixes e
frutos do mar são capturados, quantidade insustentável que ameaça
a vida marinha. O que você pode fazer:
AAçougue e peixaria
Pão de Açúcar
Programa Caras do Brasil
Um programa de comercialização para pequenos produtores
de manejo sustentável, incentivando o comércio ético e soli-
dário, a geração de renda, o respeito ao meio ambiente e a
inclusão social.
O programa Caras do Brasil busca valorizar a cultura local por
meio da exposição de produtos desenvolvidos por comunida-
des e organizações de todo o Brasil. A linha de produtos é com-
posta por alimentos, objetos de decoração e peças artesanais,
que são levados aos grandes centros consumidores e vendidos
na prateleiras das lojas Pão de Açúcar.
guia da loja verde 61
Para saber mais: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/me-ve-16-mil-litros-de-agua
ORGÂNICOS
AÇOUGUE
PEIXARIA
DOAÇÕES
CAIXA VERDE
COLETA SELETIVA
PLÁSTICO
METAL
PAPEL
VIDRO
SUPERMERCADO SUSTE
	 Comprar carne de origem certificada. Demonstrar ao consumidor quem são os
fornecedores evita o consumo de produtos que venham de áreas desmatadas
ilegalmente na Amazônia. O frigorífico JBS/Friboi e a marca Taeq, por exemplo,
fornecem um código de rastreamento que mostra pela internet informações
sobre a origem do alimento e fotos
	 Incluir, na medida do possível, a oferta de carnes orgânicas (saiba mais no boxe)
	 Variar a oferta dos tipos de peixe. Ficar atento a espécies que estão em extinção,
como badejo, atum e lagosta, e às que ainda existem em abundância, por
exemplo, robalo, salmão, manjuba e lulas
	 Utilizar o mínimo de detergentes na limpeza da seção
	 e favorecer sabão em pedra, quando possível
	 Manter os refrigeradores sempre secos para diminuir a carga térmica.
	 Evitar água no fundo das geladeiras
	 Verificar, com o auxílio de uma assessoria técnica, a possibilidade de aproveitar
a refrigeração e energia do frigorífico para outras demandas da loja
62 guia da loja verde
Pescados certificados e rastreabilidade
OWalmart Brasil já oferece em lojas de todo o País sua primeira linha de peixes
certificados com o selo Friend of the Sea, principal certificado internacional
para pesca sustentável.
O peixe vem da empresa Noronha Pescados, com sede em Recife (PE). A
expectativa é que essa linha de peixes represente, em breve, 5% de todo o
volume comercializado na rede.
A empresa lançou um programa de rastreabilidade para produtos perecíveis
em geral, priorizando carnes e hortifrútis. Até 2013, a rede quer identificar a
origem e localidade de produção de 100% de seus fornecedores de pescados.
Além disso, adotou o programa “Qualidade selecionada, origem garantida”,
que permite ao cliente acompanhar pela internet todo o processo da cadeia
produtiva de itens de agricultura vendidos no Walmart.
Fonte: SuperVarejo, dezembro 2010, pág. 12, e setembro 2010, pág. 24
Com o Programa Garantia de Origem, a rede tem conhecimento sobre 16% de
toda sua cadeia de fornecedores de carnes e peixes.
São 138 fazendas credenciadas, cujas informações sobre utilização de
antibióticos, hormônios e o conteúdo das rações dos animais podem ser
rastreadas.
É também uma preocupação do grupo a escolha de fornecedores certificados
e que busquem a melhoria de suas práticas, considerando que a carne é um
vetor importante para a questão do desmatamento.
WALMART
CARREFOUR
guia da loja verde 63
Saiba mais sobre a carne orgânica
O que é carne orgânica?
	 A carne orgânica certificada é produzida a partir de um sistema ambientalmente correto,
socialmente justo e economicamente viável, que passa por auditoria e certificação e garante a
produção da maneira mais natural possível, isenta de resíduos
Qual a diferença entre a carne orgânica e a tradicional?
	 Na aparência, a carne orgânica assemelha-se às carnes bovinas; a diferença está no modo de
produção, que garante um produto de qualidade muito superior.
Quais as vantagens para a saúde?
	 Ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa
um alimento completamente isento de resíduos químicos,pois a carne é produzida da maneira mais
natural possível, com os animais sendo tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e
homeopáticos, vacinados e alimentados em pastos isentos de agrotóxicos. O processo de produção
desta carne diferenciada garante o consumo de um alimento seguro e saudável.
Quais as vantagens para o meio ambiente?
	 A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado que seguem normas rígidas de
certificação orgânica, as quais determinam um sistema de produção ambientalmente correto.
Estas normas exigem primeiramente que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que
garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade
rural, tais como as matas na beira dos rios. Além do cumprimento da legislação ambiental, a
certificação exige a proteção de nascentes e de corpos d’água, proíbe a utilização de fogo no
manejo das pastagens e, por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a
contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva.
Desde quando o Brasil produz carne orgânica?
	 O Brasil tem um histórico de aproximadamente dez anos na produção desse tipo de alimento, mas
só nos últimos três anos a cadeia produtiva vem se estruturando comercialmente. O objetivo é
atender à demanda cada vez maior por alimentos que garantam a segurança alimentar, a proteção
ao meio ambiente e a dignidade social.
Por que a carne orgânica é pouco consumida no Brasil?
	 Só recentemente a carne orgânica passou a ser explorada de maneira comercial. É uma cadeia
produtiva em estruturação, e uma das prioridades é esclarecer ao consumidor as vantagens do
produto em relação às carnes convencionais. De maneira geral, todos os produtos orgânicos são
ainda pouco conhecidos. São percebidos pela população apenas como produtos sem agrotóxicos,
mas, na verdade, possuem critérios ambientais e sociais importantíssimos.
Onde encontrar carne orgânica?
	 Atualmente, no Brasil, apenas uma indústria comercializa carne orgânica certificada, produzida
por duas associações localizadas na bacia hidrográfica do Pantanal: a Associação Brasileira
de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor), em Mato Grosso, e a Associação Brasileira
de Pecuária Orgânica (ABPO), em Mato Grosso do Sul. Os cortes de carne orgânica podem ser
encontrados em grandes redes varejistas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e
Santa Catarina.
Fonte:WWF Brasil (http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_e_carne_organica/)
64 guia da loja verde
CConfeitaria e padaria
Ébastante comum nas padarias urbanas o consumidor e funcionários
utilizarem duas sacolas para embalar o pão: o saco de papel dentro
da sacola descartável.
Fique atento: seu supermercado não precisa oferecer a sacola
descartável, porque os itens já estão embalados em papel.
PADARIA
XARIA
COLETA SELETIVA
PLÁSTICO
METAL
PAPEL
VIDRO
O
O que você pode fazer:
	 Embalar os produtos em papel ou vidro causa menos impacto
	 no meio ambiente do que fazê-lo em isopor ou plástico
	 Prefira embalar os alimentos em papel manteiga no lugar do filme plástico
	 Atente para os desperdícios do processo: alimentos, energia, resíduos.
	 Será que é preciso gastar o que sua loja gasta atualmente?
	 Atente-se para os fornos elétricos, gás, óleos, gorduras etc.
	 Ofereça opções saudáveis, como pães integrais e com cereais
66 guia da loja verde
BRIQUETE
A rede Carrefour está com novos fornos em algumas padarias, ainda em fase
de testes. O novo forno elétrico por briquete, que funciona com um combinado
de gás, micro-ondas e briquete, apresenta 20% a mais de eficiência na
produção, o que pode trazer resultados de eficiência na comparação entre o
gasto da energia e a produção.
Vantagens
	 Não possui aglutinantes, que geram fumaça e odores quando queimados
	 É produzido a partir de resíduos selecionados,sem madeiras industrializadas
como MDF, compensados e outros tipos que possuem produtos químicos
em sua constituição
	 Possui alto poder calorífico (4.600 kcal/kg) – o dobro da lenha (2.400 kcal/
kg) – e rende até cinco vezes mais, já que a lenha possui umidade de 35%
a 45% e o briquete, 12%.
	 Possui alta densidade, portanto ocupa pouco espaço. Para armazenar
1 tonelada de briquete, é necessário apenas 2 metros cúbicos.
	 Possui embalagens limpas, sem insetos
	 Pode ser facilmente quebrado para melhor acomodação
	 Não apresenta sazonalidade, ou seja, a oferta é a mesma o ano todo
Portanto o briquete é até seis vezes mais eficiente que a lenha na relação kg/m³,
pois cada tonelada de briquete corresponde a 5,8 metros cúbicos de lenha.
XLenha
1m³ de lenha = ± 330 kg
330 kg x 2.400 kcal/kg
= 792.000 kcal/m³	
Briquete
1.000 kg x 4600 kcal/kg
= 4.600.000 kcal/kg
guia da loja verde 67
Contudo, existem pontos importantes que podem ser adaptados.
	 Para os produtos individuais, verifique a possibilidade de trocar as embalagens plásticas
e de isopor para as de papel ou papelão. Para embrulhos, lembre-se do papel manteiga,
em lugar do filme plástico.
	 Existe algum produto que pode ser vendido a granel, com embalagens reutilizáveis?
Ofereça essa opção para os consumidores que requisitarem e influencie os demais.
	 Para a limpeza, a utilização de água quente pode auxiliar a eliminação da gordura.
	 Inclua opções mais saudáveis a seus clientes:
	 alimentos integrais e ricos em fibras e vitaminas.
	 Verifique se as sobras de comida podem ser encaminhadas a alguma entidade social.
RRotisseria
COLETA SELETIVA
PLÁSTICO
METAL
PAPEL
VIDRO
Aseção tem características que dificultam a
inserção de ações sustentáveis, como a venda
de alimentos prontos e de fácil transporte.
68 guia da loja verde
FFrutas, legumes e verduras (FLV)
ORGÂNICOS
A
DOAÇÕES
CAIXA VERDEAssim como a carne, este é um tema polêmico. A quantidade
de alimentos com agrotóxicos e a necessidade da expansão
de uma cultura orgânica são pontos bastante importantes a serem
ponderados. Entretanto, os alimentos orgânicos ainda não são
acessíveis a todos.
guia da loja verde 69
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Guia da Loja Verde: soluções sustentáveis para o seu supermercado

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. Otema da sustentabilidade pode parecer um bicho de sete cabeças,mas este Guia da Loja Verde prova o contrário, mostrando soluções simples e práticas. Aqui você vai encontrar exemplos de peque- nos, médios e grandes supermercados que tiveram muitos benefícios além do ecológico, entre eles: redução de despesas; valorização da marca; atração e retenção de talentos e fideli- zação de clientes. Há casos de lojas que instituíram melhorias em pleno funcionamento e também de con- struções de lojas novas, desde o projeto. Este Guia da Loja Verde também ajuda na contratação de profissionais qualificados no tema da sustentabilidade, arquitetos e cons- trutoras, como material de apoio e consulta permanente. Ao final da leitura é possível perceber como é fácil adequar-se e participar de um mer- cado interessante e lucrativo. Focado no cliente que já exige esse novo posicionamento e também no meio ambi- ente que suplica por cuidados, propomos um novo olhar sobre o negócio e a vida, com objetivo de construir uma empresa única, próspera, humana e ética.
  • 7. Introdução Palavra do Presidente Palavra do Diretor de Sustentabilidade A caminhada da APAS para a sustentabilidade Cenário Infraestrutura Localização Construção Insumos e consumo responsável Espaços externos Preservação Drenagem urbana Estacionamento Saúde Gestão Água Energia Resíduos Política Nacional de Resíduos Sólidos Identificação dos resíduos gerados Alternativas de valorização e destinação dos resíduos – 4 Rs Símbolos da reciclagem Passo a passo Sacolas: perguntas e respostas Seções do supermercado Açougue e peixaria Confeitaria e padaria Rotisseria Frutas, Legumes e Verduras (FLV) Frios Frente de caixa Comunicação e engajamento Fornecedores Consumidores Colaboradores Ações sociais Questionário de avaliação: Quanto seu supermercado é sustentável? Selos e certificações Palavras-chave para busca na internet Glossário Curiosidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 4 5 6 7 8 16 20 21 22 26 27 28 28 29 30 34 43 44 48 49 50 52 60 61 66 68 69 72 73 75 76 77 79 81 83 86 88 89 93
  • 8. Introdução Osetor de supermercados movimenta anualmente R$ 201,6 bilhões no Brasil, representando 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), e promove a geração de 919,8 mil empregos diretos e cerca de 3 mi- lhões indiretos. A conjuntura de um mundo em constante transformação e uma economia globalizada requer uma nova filosofia de negócios, algo que considere a sustentabilidade, conceito que envolve três aborda- gens: econômica, ambiental e social. Cada vez mais a sustentabilidade está sendo integrada ao plane- jamento estratégico das organizações. A nova visão resulta na criação de valores para fornecedores, clientes, colaboradores e acionistas. Assim, a APAS – Associação Paulista de Supermercados apresenta este Guia da Loja Verde, com práticas e dicas sustentáveis, abordando temas como economia de água e energia, coleta seletiva de lixo e escolha de materiais mais ecológicos. Este volume dá continuidade ao projeto iniciado com o Guia Prá- tico APAS – Supermercados Sustentáveis, veiculado na APAS 2009 e realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas, e tem como objetivo indicar alternativas de simples execução, apontando o ca- minho para que você inicie mudanças estruturais a fim de tornar seu negócio mais sustentável. Coordenar as ações ora apresentadas resulta em redução de cus- tos, retorno financeiro, valorização da marca, criação de novos rela- cionamentos comerciais e conscientização de fornecedores, clientes e colaboradores. Por fim, este Guia da Loja Verde tem a intenção de desmistificar a sustentabilidade e mostrar como é fácil adotar melhorias para pro- mover economia e outros resultados positivos. Ele ajudará a promo- ver ações de sustentabilidade de forma objetiva, auxiliando o dia a dia de diretores e gerentes da empresa. 4 guia da loja verde
  • 9. Palavra do Presidente Pelo relacionamento com os consumidores, nosso setor é reconhecido como forma- dor de opinião, principalmente por participar ativamente de campanhas de interes- se público que trazem benefícios para a sociedade, atuando na conscientização dos empresários e do público para a prática da cidadania. Foi assim com os projetos Via Rápida, Brasil sem Miséria, Pense Rosa, De Olho na Validade, Proibição da Venda de Álcool para Menores de 18 Anos e, sobretudo, o Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, que visa substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis nos supermercados.A campanha que criamos com a prefeitura de Jundiaí em agosto de 2010 hoje é modelo para o Estado de São Paulo e o Brasil. Muito nos orgulha constatar que a sustentabilidade, uma bandeira de todos os que têm compromisso com as futuras gerações, está presente nas ações da entidade, com o necessário suporte aos associados na sua aplicação O Guia da Loja Verde que chega às suas mãos é um dos 50 projetos prioritários da diretoria daAPAS que me traz imensa alegria, pois trata-se de uma obra inédita que será referência para o nosso setor. Agradecemos todas as empresas que nos forneceram informações; aos executivos do Grupo Pão deAçúcar,Walmart e Carrefour pela orientação sobre os rumos do projeto; ao presidente do Conselho Deliberativo, João Sanzovo, pelo comprometimento com as causas ambientais e empenho na continuidade do trabalho de sustentabilidade daAPAS, agora em uma diretoria criada para este fim; ao vice-diretor Antonio Gandra, jovem vito- rioso em seus negócios nessa área, que nos trouxe sua expertise para a produção desta obra, e aos colaboradores daAPAS e fornecedores que se dedicaram a este trabalho. Pela riqueza do seu conteúdo, este guia simboliza nosso amadurecimento como setor que pensa no futuro e entende a sustentabilidade como um processo extensivo a toda cadeia do abastecimento. Caro associado, utilize esta ferramenta e faça a diferença em seus negócios. Boa leitura! Conhecimento verde indispensável João Galassi Presidente APAS guia da loja verde 5
  • 10. Palavra do Diretor de Sustentabilidade Omundo nunca mais foi o mesmo depois que o ex-presidente dos Estados Unidos Al Gore lançou o filme An Inconvenient Truth (Uma verdade incon- veniente) em 2006. O documentário mostrava didaticamente os efeitos do aque- cimento global e pregava ação imediata para o desenvolvimento sustentável e uma nova visão sobre o futuro do planeta. O desafio era manter o crescimento e preservar o meio ambiente. Em 2007, começamos a nos organizar como setor para atender às deman- das da sociedade por um ambiente seguro e decidimos que a sustentabilidade seria o tema da nossa feira do ano seguinte. Em agosto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, convidou a APAS para participar do evento “Eu não sou de plástico”. Na ocasião, eu era o presidente da APAS e vinha de uma experiência de dois mandatos como prefeito de Jaú, onde me deparei com os problemas am- bientais comuns a todos os municípios. Percebi que a iniciativa da Prefeitura de São Paulo era uma ação concreta de educar a população para inibir o descarte. Desenvolvemos várias ações até chegar ao projeto-piloto de Jundiaí,Vamos Tirar o Planeta do Sufoco. Agora, ao lançar o Guia da Loja Verde, entendemos que a APAS alcança um elevado nível de consciência em torno desse tema, que não se limita ao lixo, mas abrange questões climáticas, emissão de gás carbônico, economia de recursos não renováveis, respeito à diversidade e incentivo à responsabilidade social. Como diretor de Sustentabilidade da APAS, estou seguro de que a entidade dá um passo certo rumo ao futuro e contribui significativamente para transfor- mar a visão não só dos empresários supermercadistas como também da socie- dade sobre o nosso negócio. Um passo certo rumo ao futuro João Sanzovo Diretor de Sustentabilidade APAS 6 guia da loja verde
  • 11. A caminhada AAPAS começou a organizar o debate em torno das questões ambien- tais depois que Al Gore, ex-presidente dos Estados Unidos lançou em 2006 o documentário An Inconvenient Truth (Uma verdade inconvenien- te). A obra fez grande sucesso ao pregar uma nova visão sobre o futuro do planeta e discutir o aquecimento global, a contaminação do meio ambiente e a urgência de se planejar o desenvolvimento sustentável. A relevância do tema motivou a APAS e eleger a sustentabilidade como tema da feira em 2008 e desde então passou a fazer parte das ações da entidade. Ao tomar posse em 2010, o presidente João Galassi criou a Diretoria de Sustentabilidade e hoje o assunto é recorrente, com projetos aprovados e em execução, como a campanha Vamos Tirar o Pla- neta do Sufoco e o Guia da Loja Verde. SEDE DA APAS Os colaboradores da APAS puderam acompanhar nos últimos anos a preocupação da entidade em oferecer uma infraestrutura mais sustentável e ter atitudes mais conscientes. Para tanto, algumas iniciativas foram tomadas: A APAS planeja instalar a coleta da água da chuva para utilização nos banheiros, jardinagem e limpeza de suas instalações. da APAS para a sustentabilidade Resíduos: em todo o prédio não se utiliza descartáveis, apenas vidros e louças, que são reutilizáveis. Todo o resíduo orgânico vai para uma usina de compostagem, localizada no próprio prédio, e resulta em adubo utilizado em manutenção de praças públicas. O não or- gânico é encaminhado para reciclagem. Processos financeiros: orçamentos e pedidos de pagamentos, antes impressos, hoje são feitos apenas por documentação digital, o que gerou redução no consumo de papel. Acessibilidade: a estrutura do prédio foi adaptada com acesso para cadeirantes e insta- lação de piso especial para deficientes visuais. Gestão da água: todas as descargas e torneiras foram adaptadas para racionalizar o consumo.As descargas atuam com mecanismo dual flux, que controla dois volumes diferentes de água. A descarga e torneiras são acionados por sensor de presença. Essas mudanças pro- moveram uma economia de aproximadamente 20% no consumo de água. guia da loja verde 7
  • 12. Cenário 8 guia da loja verde C Amaioria das pessoas ainda acredita que sustentabilidade re- laciona-se apenas às questões ambientais. Um grande engano cometido também por muitas empresas, que insistem em atrelar o lançamento de produtos apenas ao meio ambiente e à ecologia; os benefícios devem ser também econômicos e sociais. Por serem locais onde as decisões de consumo são tomadas de forma mais direta e imediata, os supermercados têm a oportunidade de contribuir para conscientizar o consumidor para os problemas am- bientais derivados dos padrões de consumo atuais. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Pão de Açúcar, divulgada durante evento promovido pela APAS, demonstrou que o consumi- dor espera que o varejo o ajude a melhorar suas escolhas. Segundo pesquisa publicada na Revista SuperVarejo de novembro de 2010, no Brasil, 71% dos consumidores têm expectativa de que as empresas eduquem sobre consumo sustentável. Mas afinal qual é a realidade de hoje? Conceito de loja verde vai muito além de prédios que economizam água ou energia.
  • 13. OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%* DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO MUNDO (ONU) *total da renda mundial. OS 20% MAIS RICOS RECEBEM 82,7%* OS 20% MAIS POBRES RECEBEM 1,4%* DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO MUNDO (ONU) *total da renda mundial. guia da loja verde 9 DDistribuição de renda O Brasil continua entre os dez piores países em distribuição de renda, à frente somente de Bolívia, Colômbia, Haiti, Paraguai e outros cinco países da África Subsaariana. (Fonte: PNUD RDH 2007– www.pnud.org.br) Em 2009, 65,6 milhões de pessoas sofreram algum tipo de restrição alimentar no Brasil e 11,2 milhões sofreram com insegurança alimentar grave, ou seja, passaram fome. (Fonte: IBGE 2010 – www.ibge.gov.br)
  • 14. 72% dos brasileiros se dizem MUITO INTERESSADOS em conhecer mais os meios que algumas empresas estão utilizando para ser socialmente responsáveis PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO SOBRE O PAPEL DAS GRANDES EMPRESAS NA SOCIEDADE 10 guia da loja verde CConsumo Hoje o mundo já consome em média 30% a mais do que a Terra consegue renovar. Nesse ritmo, em 2050, consumirá o dobro do que a Terra pode oferecer e absorver. Muitas empresas ainda não perceberam que o con- sumidor está cada vez mais crítico, consciente de seu papel e importância e não quer prestigiar as compa- nhias que entende como não sustentáveis, não éticas. Mesmo assim, em vez de partir para ações consistentes, estas empresas insistem em gerar elevados gastos em propaganda e maquiar seus produtos e serviços relacio- nando-os a imagens de florestas e animais, utilizando selos ecológicos duvidosos ou modificando apenas a embalagem. O consumidor comum, cada vez mais informado, sa- berá identificar claramente a camuflagem e passará a recusar as empresas que insistirem nessas práticas.
  • 15. TRILHÕES DE DÓLARES TRILHÕES DE DÓLARES guia da loja verde 11 CCrescimento populacional
  • 16. Mudanças no clima influenciam a biodiversidade, oferta de água, degradação dos oceanos, entre outros. A temperatura do pla- neta já subiu 0,6 °C, o que torna nossa vida mais difícil. 12 guia da loja verde CClima Fonte: planetasustentável.abril.com.br
  • 17. guia da loja verde 13 Aumento do nível do mar Em 2010, com o constante derretimento de geleiras, o Mar do Norte tornou-se navegável. Isso pode facilitar o transporte marítimo, porém revela o grande problema do derretimento das calotas polares e sua influência nas mudanças climáticas. Desaparecimento de ilhas Com o aumento do nível do mar, diversas ilhas paradisíacas e cidades à beira-mar estão ame- açadas de sumir do mapa. Com faixas de areia menores, as águas alcançam as cidades, atingindo moradores e turistas. Chuvas e secas: maiores e mais intensas O desequilíbrio do clima pro- duz suas compensações. As chu- vas em alta intensidade levam mais sedimentos e resíduos das cidades aos rios, o que provoca enchentes e deslizamentos. Tais mudanças também comprome- tem a produção das hidrelétricas, que nas secas ficam sem reservas, trazendo a ameaça do apagão energético.
  • 18. Um novo desafio para o destino do lixo: a Política Nacional de Re- síduos Sólidos regulamentada em 2010 já está em vigor e estabe- lece a responsabilidade de todos por tudo o que é produzido, con- sumido e descartado. Hoje as cidades brasileiras não dispõem mais de aterros, que já estão em sua maioria cheios. Por isso a lei vem ao encontro das necessidades atuais: inovação, mudança de atitude, in- clusão social para os catadores e incentivo à indústria de reciclagem. Alguns pontos importantes merecem destaque: • As empresas terão que fabricar pro- dutos que geram menos resíduos e sejam mais recicláveis • As empresas e a sociedade civil, por meio das prefeituras, deverão incluir os catadores na cadeia de coleta de resíduos sólidos • O produtor e o consumidor estão proibidos de queimar lixo em céu aberto ou jogá-lo em ruas,praias e rios • Alguns produtos específicos devem ser devolvidos ao fabricante, para que ele os recicle • Até 2014, não poderá existir mais nenhum lixão: todos os resíduos de- verão receber tratamento e destino adequado 14 guia da loja verde RResíduos
  • 19. SoluçõesAmbientaiseSegurançadoTrabalho Sustentabilidade A sustentabilidade entrou definitivamente na agenda dos negócios e empresas de todos os setores vêm se adaptando a esta tendência mundial. A partir do diagnóstico inicial, desenvolvemos o plano de ação envolvendo colaboradores, estrutura física, operação e marketing, na implantação de seu projeto de sustentabilidade. O monitoramento de pontos chaves e o estabelecimento de metas completam a assessoria que só a SOLAM Soluções Ambientais oferece para você. GESTÃO DE RESÍDUOS SEGURANÇA DO TRABALHO LICENCIAMENTO AMBIENTAL PROJETOS EM SUSTENTABILIDADE estamos prontos para tornar Da construção à operação, sua loja mais verde www.solam.com.br (19) 3043-3365
  • 20. As lojas que ainda estão em fase de projeto têm a possibilidade de incluir práticas sustentáveis desde o início da construção e do planejamento. Elaboramos um roteiro para que você conheça os requisitos de uma loja sustentável. Muitos deles você poderá colocar em prática, outros demandarão estudos. Nesse sentido, este guia pode servir como base para tratativas e contratação de profissionais de sustenta- bilidade, arquitetos e construtoras. Estudos de impacto e o resultado dos levantamentos vão resultar em um empreendimento que privilegia melhor qualidade ambiental interna, eficiência energética, racionalização do uso de água, susten- tabilidade de espaço e materiais, garantindo conforto, qualidade dos produtos e operação com padrão de excelência. Há pontos importantes a serem observados antes, durante e após o projeto de execução de uma loja verde. Para as lojas que já estão em funcionamento, as informações ajudam a refletir sobre mudanças que podem trazer a valorização da marca, fidelização dos clientes e melhores relações econômicas, ambientais e sociais. Infraestrutura 16 guia da loja verde
  • 21. Fonte: SuperVarejo janeiro/fevereiro 2011, pág. 78 Confira: as grandes redes possuem programas de visitação às novas lojas verdes. Agende sua visita. Nove passos para uma construção sustentável: 1. Planejamento sustentável da obra 2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais 3. Eficiência energética 4. Gestão e economia da água 5. Gestão dos resíduos 6. Qualidade do ar e do ambiente interior 7. Conforto termo acústico 8. Uso racional de materiais 9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis Pão de AçÚcar Utilização de materiais certificados e ações integradas As primeiras lojas verdes do Pão de Açúcar foram a da cidade de Indaiatuba, inaugurada em 2008, e a de Vila Clementino, em São Paulo, inaugurada em 2009. Outras cinco lojas, inauguradas em 2009 e 2010, também foram desenvolvidas com princípios verdes. O processo de construção atendeu aos sistemas propostos pelo Le- adership in Energy and Environmental Design (Leed) e a execução da obra teve total controle de sedimentação e erosão. A empresa afirma que 40% de todo o material utilizado na construção veio de fornecedores localizados a uma distância próxima, evitando os fretes de longa distância. Nos materiais e no mobiliário da loja, priorizou-se a sustentabilidade: nas gôndolas, o destaque fica com a utilização de madeira com certificação FSC. Nos corredores, circulam carrinhos 100% confeccionados em material reciclado, entre outros cuidados, como a grande variedade de produtos orgânicos. guia da loja verde 17
  • 22. Walmart Redução de um sexto do consumo de gás: economia em energia Para o Walmart, a escolha integrada de produtos, sistemas e processos ocorre em diversas esferas: • Utilização de madeira com procedência conhecida na fachada externa e no mobiliário interno • Utilização de piso de concreto aparente na área de vendas, o que permite maior facilidade de limpeza • Utilização do cimento CPIII em todos os locais possíveis (produ- to que reaproveita 70% do resíduo gerado pelas siderúrgicas, tem maior durabilidade e é mais barato do que os demais cimentos) • Utilização de pastilhas de vidro na peixaria, o que facilita a limpeza • Busca por fornecedores com ISO 14000 e que incorporam resíduo na fabricação • Comunicação visual feita em tecido feito de material lavável, reciclável e reciclado • Utilização de fluidos à base de água na loja, o que resulta na diminuição do consumo de gás para um sexto • Utilização de estrutura metálica • Tintas à base de água e manta de lã de vidro • Telha sanduíche metálica • O piso, de cimento queimado neutro, custou 40% menos dos que as cerâmicas, apresenta a mesma resistência para alto tráfego e é apreciado pelos clientes Com dois pavimentos e 6,6 mil metros quadrados de área de vendas, a unidade Morumbi do Walmart comercializa 50 mil itens. Foi preciso apenas 1% mais do que seria investido em uma loja convencional para construir uma unidade sustentável. 18 guia da loja verde
  • 23. Sustentabilidade na construção é financeiramente viável Não é novidade que a Leroy Merlin vem investindo em ideias para garantir um planeta melhor. Em outubro de 2009, foi inaugurada em Niterói (RJ) a primeira loja do Brasil certificada através do processo de construção sustentável Alta Qualidade Ambiental (Aqua), que estabe- lece os mais rigorosos padrões de economia de recursos naturais. A rede também vem crescendo em ações que seguem a mesma filoso- fia, como o Programa Construir e Sustentar, que procura levar o pen- samento da preservação e da sustentabilidade das lojas para a casa do consumidor, através de produtos ecossustentáveis. Além dos benefícios ambientais e tangíveis de redução de gasto de água e energia por seguir os critérios da Certificação Aqua, existem outros ligados ao conforto e à saúde dos usuários. A construção certificada é mais saudável e confortável, pois além de controle de ruído, conta com iluminação natural, proteção contra ofuscamento dos usuários pelo sol, conforto térmico e olfativo, aumento da sa- lubridade dos ambientes e redução do número de manutenções e consequente incômodo para os usuários. O projeto oferece custo razoável. Se bem executado e racionalizado, o investimento em uma construção sustentável pode ser similar ao de uma edificação convencional, sem falar na economia que um supermercado com certificação Aqua terá ao longo do tempo, pois o projeto reduz o gasto de água e energia. Leroy Merlin guia da loja verde 19
  • 24. Para minimizar os impactos ambientais, a escolha do local de construção da loja deve considerar: • Topografia do terreno favorável, que exija baixa intervenção de sistemas de terraplanagem • Existência de vegetação nativa preservada para reintegração à loja • A instalação da loja em local apropriado no meio ur- bano, minimizando os impactos da operação sobre a região (quantidade de deslocamentos, acesso de for- necedores etc.), evitando desmatamento e prevendo conectividade com a comunidade (fácil acesso) • A localização pode permitir avançar no conceito de fornecimento de produtos com baixo impacto ambiental e grande fomento econômico local, entre outros, em Frutas, Legumes e Verduras (FLV), com produtores localizados próximo à loja LLocalização
  • 25. Além da máxima eficiência energética e do uso de materiais sus- tentáveis, a gestão da obra também deve ser ponto de atenção durante a construção e manutenção da loja. É importante seguir os requisitos do sistema Leed, que solicita: • Controle de sedimentação e erosão nas áreas da construção • Cuidados com incidência de partículas suspensas (poeira) nas redondezas da obra • Uso responsável da água e reaproveitamento com uso de cisternas • Segregação dos entulhos da obra para posterior reciclagem e reúso • Fornecedores de materiais localizados perto da loja, evitando fretes de longa distância • Controle total e reaproveitamento dos resíduos das obras guia da loja verde 21 CConstrução
  • 26. Os insumos do empreendimento devem ser avaliados sob a ótica da sus- tentabilidade, ou seja, do ponto de vista ambiental, social e financeiro. Essa abordagem engloba compras, avaliação de fornecedores, investigação da procedência de materiais, controle de produtividade, consumo de mate- riais e garantia da qualidade dos serviços. Os materiais utilizados em uma obra são diretamente relacionados ao seu impacto ambiental e custo. A escolha de materiais ecologicamente cor- retos implica, em essência, o menor impacto ambiental possível. As escolhas da sua empresa podem orientar o mercado para uma pro- dução mais sustentável. Assim, ao escolher fornecedores e produtos, reco- menda-se observar as seguintes características: • Matérias-primas de origem renovável • Aproveitamento de resíduos na composição dos produtos • Fabricante com atuação social responsável • Origem e fabricação local, para minimizar os impactos de transporte • Durabilidade e adaptabilidade em função da vida útil do produto • Baixo impacto ambiental: produtos de fácil conservação, limpeza e com impacto ambiental limitado. A reciclabilidade do material também deve ser observada, pois acarreta menor consumo de matérias-primas virgens e maior preservação dos meios naturais. Produtos que tenham pouca embalagem também trazem bons resultados. • Conhecimento da procedência dos recursos naturais usados, como areia, brita e pedras, e características de fabricação e utilização • Identificação e valorização do uso de materiais de produtos menos poluentes e de fornecedores próximos e que não pratiquem a informalidade na cadeia produtiva • Lâmpadas de baixo consumo e com produtos que não agridam o meio ambiente 22 guia da loja verde IInsumos e consumo responsável
  • 27.
  • 28. A seguir, em ordem alfabética, alguns produtos para construção civil para que você conheça e considere nas suas escolhas: Acabamentos: utilização de verniz, sinteco e acabamentos que contenham pouco ou nenhum composto orgânico volátil (COV), principal causador da poluição do ar. Argamassa pozolânica: feita a partir da substituição do cimento por material pozolânico, normalmente é proveniente de resíduos de outras indústrias. Desse modo há o aproveitamento de resíduos e consequentemente ganhos ambientais. Areia reciclada e brita: produzidas a partir da reciclagem de resíduos de construção e demo- lição (RCD). Podem ser utilizadas em concreto para uso não estrutural, em contrapisos (100%), para argamassa de assentamento, pavimentação (bica corrida), para base e sub-base. Blocos de entulho: feitos a partir do material moído. Desse modo há o reaproveitamento dos restos de construções, demolições ou reformas. Podem receber vigas em seu interior ou não. Blocos de pedra: podem ser usados em construções no lugar dos blocos comuns. Cimento: utilizar o cimento com, pelo menos, 75% de material reciclado em sua composição. Cimento ecológico: reaproveita 70% do resíduo gerado pelas siderúrgicas, tem maior durabi- lidade e é mais barato que os demais. Maior disponibilidade na Região Sudeste. Gesso: existe no mercado gesso sintético ou cinzas volantes (material que sobra da queima de carvão). Ladrilhos, tijolos e telhas: de vidro, feitos de material 100% reciclado. Madeiras certificadas: extraídas legalmente e que muitas vezes vêm de árvores plantadas especialmente para este fim. Há certificados como o Forest Stewardship Council (FSC) ou CERFLOR. O FSC é fornecido pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal para identificar os produtos prove- nientes de florestas de manejo de forma responsável, conciliando a extração com a conservação dos recursos naturais e biodiversidade. Madeiras manufaturadas: tábuas feitas a partir de serragem e restos de madeiras de cons- truções demolidas. Dessa forma há redução de entulho. Materiais absorventes: a utilização de cascalhos, lascas de madeira, conchas ou outros ma- teriais recuperados ajudam a água a ser absorvida pelo solo. Materiais reciclados e recicláveis: recomenda-se o uso, sempre que possível, de mate- riais recicláveis, material reciclado e materiais com componentes reciclados. Paredes verdes: fachadas com vegetação natural, com utilização de plantas trepadeiras ou que crescem em vasos, tanto em paredes externas como internas.Auxiliam na melhoria do ar, no ambien- te interno e no sobreamento externo. Pavimentação permeável: permite a infiltração da água no solo, causando menor impacto ao 24 guia da loja verde
  • 29. meio ambiente e contribuindo para o ciclo hídrico, controle de enchentes e menor efeito de ilha de calor. Pavimento poroso: não deixa que a água escorra, reduzindo dessa forma os problemas de drenagem e evitando que os poluentes contaminem a água subterrânea. Tapetes: já existem tapetes produzidos a partir de material reciclado, como garrafas plásticas, no lugar de fibras sintéticas. Telhados brancos: pintados na cor branca ou de cor clara refletem mais a luz solar, diminuindo sensivelmente os efeitos dessa incidência luminosa. Ao aumentar a reflexão solar das superfícies ur- banas, há diminuição da temperatura e evita-se a transferência de calor para a atmosfera. O Walmart, por exemplo, usou telhados brancos em suas lojas verdes, e o Carrefour aplicou na loja de Piracicaba a pintura termodinâmica nos telhados, alternativa que também proporciona queda de temperatura e redução no consumo de energia. Telhados verdes ou ecotelhados: coberturas feitas com vegetação natural. Seus benefícios são a redução do efeito de ilha de calor, o controle das enchentes pela absorção de parte das águas da chuva pela cobertura e o sequestro de CO2 da atmosfera, além de proporcionar conforto térmico para o ambiente interno do estabelecimento. Os telhados verdes têm normalmente uma fina camada de solo (de 150 a 300 milímetros) que pode suportar uma grande variedade de plantas ou até algumas espécies de árvores e frutas. Tijolos de terra: há duas opções disponíveis no mercado. Uma é feita de uma mistura de terra argilosa, água e palha (estilo pau a pique) colocada em uma estrutura de madeira trançada.A outra é o tijolo adobe, de terra crua, água e palha, que pode ser feito no local da obra. Os tijolos de terra em geral geram um bom conforto térmico e acústico. Tijolos de terra-cimento ou blocos de terra comprimida: levam terra, água e um pouco de cimento. Geralmente não necessitam de argamassa e reduzem a utilização de estruturas de ferro na construção. Tintas, vernizes e impermeabilizantes: feitos à base de terra e minerais, são 100% natu- rais, isentas de solventes químicos, portanto isentas de compostos orgânicos voláteis (COVs). Estes são produtos de baixo impacto ambiental, ou seja, não geram poluição atmosférica ou prejudicam a camada de ozônio; além de terem baixo odor. Tintas recicladas: custam entre 30% e 50% menos que as tintas virgens. Caso não as encontre, opte pelas tintas de látex em vez de tintas a óleo, especialmente para uso interno. AAPAS firmou parceria para oferecer aos associados uma linha de diversos produtos fabricados em polímeros recicláveis de alta tecnologia, como carrinhos ecológicos, pallets e caixas reuti- lizáveis com condições especiais. Mais informações no Portal APAS (www.portalapas.org.br). guia da loja verde 25
  • 30. Para todos os ambientes da loja, é importante observar as dicas a se- guir, que são pré-requisitos para a certificação do edifício como verde. Qualidade dos espaços externos ocupados • Identificação e afastamento de fontes poluentes tais como equipamentos, áreas de estocagem de resíduos e estacionamentos. • Calçadas: Já que para a legislação brasileira quem deve manter o passeio bem conservado é o proprietário do imóvel, que tal se comprometer com a questão e arrumar o calçamento em frente à loja? Conforto ambiental nas áreas externas • Proteção dos usuários de ventos, chuvas e sol • Aproveitamento dos ventos para arejar os espaços da edificação • Uso do sol para atividades de lazer • Uso da chuva como fonte de água para fins não potáveis Conforto acústico • Disposições arquitetônicas para proteger os usuários de incômodos acústicos • Criação de uma qualidade de ambiente acústico adaptada aos diferentes locais Conforto visual • Iluminação natural ótima, limitando seus inconvenientes • Iluminação artificial confortável • Iluminação exterior: deve ser preservada, por ser importante para dar conforto e sensação de segurança.Atividades realizadas nas áreas de estocagem de resíduos de uso e operação também serão beneficiadas com uma boa iluminação exterior Conforto olfativo • Garantia de ventilação eficaz com bom posicionamento de janelas • Gerenciamento das fontes de odores desagradáveis Normas de acessibilidade: Adaptação para que a loja possa atender todos os clientes, especialmente aqueles que demandam infraestrutura especial, como cadei- rantes e idosos. Instalação de rampas e elevadores que facilitem o acesso Ambientes agradáveis: Alguns locais da loja como açougue e docas podem ser feios, sujos ou barulhentos. Procure adequar estes espaços tendo em vista o tempo que seus funcionários passam neles. Uma cor mais alegre nas paredes, melhor iluminação e facilidade na limpeza podem dar bons resultados 26 guia da loja verde EEspaços externos e internos
  • 31. Preservação e conservação do ambiente onde o supermercado está localizado: a diversidade de fauna e flora está completamente ameaçada e a sociedade civil organizada deve se empenhar para equilibrar o meio em que vive. Portanto, preservar as vegetações nativas demonstra que o empreendimento está atento a essa necessidade e minimiza futuras erosões no solo. Nas áreas verdes do empreendimento devem-se adotar espécies ve- getais adaptadas ao clima e ao terreno. Consultar um paisagista, para ter mais informações sobre as vegeta- ções mais adequadas e sobre a necessidade de manutenção e podas. Lem- bre-se: a vegetação dentro da propriedade é de responsabilidade da loja. Uma árvore pode traba- lhar como 5 aparelhos de ar-condicionado Uma árvore isolada pode trans- pirar em média, 40 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a 5 condi- cionadores de ar com capacidade de 2.500 kcal cada um, funcio- nando 20 horas por dia. Fonte: Guia do Planejamento de Ar- borização Urbana Cesp, CPFL e Ele- tropaulo. guia da loja verde 27 PPreservação
  • 32. D E Drenagem urbana Estacionamento • Investigação do risco de inundações (se houver, reconsidere a construção da loja no local) • Levantamento dos dados pluviométricos e do solo e desenvolvimento de sistemas de infiltração (poços abertos, lameiros, charcos e açudes) e a retenção (telhados verdes, poços, cisternas e espelhos d’água) e de sua gestão. • Uso de blocos de concreto vazados ou de outros materiais que favoreçam a per- meabilização. O Pão de Açúcar, por exemplo, realizou a pavimentação na área dos estaciona- mentos com blocos de concreto vazado e preenchimento em grama, o que garante maior permeabilidade do terreno e possibilita o abastecimento de lençóis freáticos sem sobrecarregar vias públicas com água de chuva. • Destinar vagas preferenciais, previstas por lei • Reservar algumas vagas para carros flex • Projetar espaços para bicicletários: o fomento de meios de transporte alternativos também é uma solução para os problemas ambientais e mudanças climáticas. • Instalar solo permeável, para favorecer a drenagem e o reaproveitamento da água e auxiliar o escoamento das vias públicas • Garantir espaço no bicicletário para uso dos funcionários No Supermercado Rosa Felipe, de Araçatuba (SP), o estacionamento merece desta- que pela arborização e o sombreamento. 28 guia da loja verde
  • 33. Saúde Tema pouco citado, mas de extrema importância uma vez que todos os produtos do supermercado e os maiores recursos da empresa, as pessoas, dependem de um bom projeto de qualidade sanitária e manutenção. • Qualidade sanitária da água • Qualidade e durabilidade dos sistemas • Controle do risco sanitário no uso de águas não potáveis • Gerenciamento da temperatura nas redes – prevenção de riscos de queimadura e legionelose* • Gerenciamento dos sistemas de tratamento • Controle do risco sanitário relacionado à recuperação e reutilização no empreendimento de águas não potáveis. Este assunto possui como abordagem o tratamento das águas não potáveis reutilizadas e a otimização da concepção das bacias de reserva de água não potável reutilizadas * tipo de pneumonia causada pela bactéria Legionella pneumophila • Qualidade sanitária dos ambientes • Limitação dos incômodos eletromagnéticos • Criação de condições de higiene específicas • Qualidade sanitária do ar • Ventilação eficaz • Gerenciamento das fontes de poluição internas e externas guia da loja verde 29
  • 34. Gestão Dispositivosinteligentesgerameconomia imediata no consumo de água potável. Nas torneiras: redutores de pressão, arejadores, válvulas duplo fluxo, mictórios secos, torneiras com sensores, torneiras de pressão, torneiras com temporizador. Nas descargas: instalação de mecanismo dual flux, que utiliza quantidades diferentes de água para cada necessidade. Alternativa custo zero: colocar uma garrafa PET cheia dentro do reservatório de água. Dessa forma, vai precisar de menos água para encher e a descarga terá a quantidade suficiente para uso. AÁgua 30 guia da loja verde
  • 35. Fontes alternativas: reaproveitamento de águas pluviais, do reúso de água e outras fontes de captação. A instalação de cisternas, por exemplo, são boas alternativas para usar a água da chuva em jardins e vasos sanitários. Economia e reúso: para irrigação dos espaços verdes, pode ser utilizada a água da chuva; para limpeza das áreas, priorizar a varrição, com atenção sobre não manter mangueiras abertas por muito tempo. A seguir, ações práticas com resultados imediatos na redução do consumo de água. Você pode adaptar a infraestrutura da loja e também orientar seus colaboradores: Elimine vazamentos. Uma torneira pingando desperdiça cerca de 46 litros de água por dia, 1.380 litros por mês e 16.560 litros por ano. O desperdício anual de uma torneira mal fechada ou quebrada representa a quantidade de água necessária para uma pessoa sobreviver durante 65 dias. É possível economizar 96 litros de água por dia com um banho inteligente. Passe a informação aos funcionários: fechar a torneira do chuveiro elétrico enquanto se ensaboa, passa xampu ou usa outros produtos de higiene. Instale em cada um dos chuveiros um contador para auxiliar os funcionários no controle do tempo de banho. EcofiT A academia Ecofit dispõe de ampulhetas de até 5 minutos nas duchas. dessa forma os alunos podem observar quanto tempo levam para tomar banho. guia da loja verde 31
  • 36. O uso da mangueira gera grande desperdício de água. A lavadora de alta pressão também pode ser vilã no consumo de água potável. Varra a calçada para retirar o lixo e use o balde para lavar o quintal e o carro. Se possível, use água de reaproveitamento das chuvas. Não deixe torneiras abertas desnecessariamente e chame a atenção dos colegas caso se esqueçam de fechá-las. Acione a descarga pelo tempo suficiente e apenas uma vez. Evite lançar objetos na bacia sanitária. Só abra a torneira no momento em que for utilizá-la. Instale aeradores nas torneiras (“peneirinhas” ou “telinhas” na saída da água). Elas aumentam a sensação de “molhado” e promovem menor vazão de água. Ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba para deixar pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem. Deixe tecidos e panos de molho antes de lavá-los. Cuidado com o excesso de sabão para evitar maior número de enxágues. Use as máquinas de lavar roupas e louça apenas quando estiverem com sua capacidade preenchida. 32 guia da loja verde
  • 37. Movimento Cyan Multa para quem lava a calçada com esguicho d’água Nas cidades de Indaiatuba, Embu-Guaçu e Bauru, quem lavar a calçada com esguicho d’água pode ser multado. Nos Estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, deputados debatem um projeto de lei que proíbe o uso de água canalizada para lavagem não apenas da calçada, mas também de veículos. A recomendação é não usar água corrente para lavagem da calçada e sim a água da chuva ou da lavagem das roupas. O Movimento Cyan é uma ação coletiva com o objetivo de promover o uso consciente da água, um recurso elementar para a vida no nosso planeta e que, no entanto, se encontra tão ameaçado. Criado pela Ambev a partir da percepção da importância do tema para a sociedade, trata-se de uma rede aberta à participação de todos aqueles que desejam melhorar as condições atuais dos recursos hídricos e também garantir o abastecimento das gerações futuras. Se você está lendo este texto, você já faz parte. Por meio da divulgação de informações e realização de ações de engajamento, o Movimento Cyan deseja despertar a consciência para o valor da água nos diversos aspectos da vida humana, alertar para os riscos que ameaçam nossas preciosas fontes e mobilizar interesses e recursos para encontrarmos, juntos, um modo mais saudável de utilizar o precioso líquido. A Ambev, com essa iniciativa, além de apoiar a mobilização da sociedade também assume seu compromisso de aperfeiçoar sua atuação, por meio de metas arrojadas de redução de consumo de água em seus processos de produção. Fonte: Movimento Cyan guia da loja verde 33
  • 38. Resultados nas lojas Walmart Redução de 40% do consumo de água com captação de água da chuva. “O tempo de retorno é pequeno em comparação ao investimento: aproximadamente dois anos”, diz consultor de Sustentabilidade da rede. Fonte: SuperVarejo, agosto 2010, pág. 124 Eficiência e economia imediata O Supermercados Russi conta com redutores de vazão nas torneiras e vasos sanitários de 2,5 litros, que reduzem em 15% o consumo de água. A loja Walmart do Morumbi passou a economizar até 60% na conta de água e esgoto depois da instalação de dispositivos automáticos que regulam o tempo de vazão em pias e chuveiros. No caso dos sanitários, cujo uso convencional gasta no mínimo 60 litros de água, o Walmart investiu nos modernos vasos com descargas a vácuo, já utilizados em aeroportos e alguns shopping centers e diminuiu o consumo para 1 litro de água. Agestão de energia é um dos pontos mais relevantes para que o edifício seja certificado como “verde”. É importante ressaltar que, em média, o ar-condicionado é res- ponsável por 30% do consumo de energia da loja, a refrigeração por 35% e a iluminação por 12% a 15%. Por isso, o objetivo são ações que trarão mais eficiência e resulta- dos imediatos e a longo prazo: EEnergia 34 guia da loja verde
  • 39. No Vip Supermercados, localizado no bairro do Tatuapé, São Paulo (SP), o calor das máquinas é reaproveitado. ORGÂNICOS AÇOUG CAIXAPREFERENCIAL CAIXA VERDE Ecobags Iluminação Verifique a possibilidade de utilizar ao máximo a iluminação natural, instalando claraboias, janelas, cobertura zenital nos telhados etc. Lâmpadas econômicas custam mais caro, mas dão mais resultados a longo prazo. As mais indicadas são as lâmpadas LED e T5 Utilize cores claras na sua loja, isso trará uma melhor climatização Instale sensores de presença Ar-condicionado e frigorífico Verifique a possibilidade de trocar o gás atual pelo gás ecologicamente correto R404 ou R-410A. Atualmente, o fluido refrigerante R-410A é o candidato mais indicado para substituição do R22. O preço do R404 utilizado nas lojas verdes do Grupo Pão de Açúcar ainda é o dobro do gás R22. Mas há uma vantagem: é preciso menor quantidade de R404 em relação ao R22. Na Europa, já é proibida a utilização do gás R22 em razão dos impactos na camada de ozônio Aproveite o calor das máquinas como energia e para aquecimento de água guia da loja verde 35
  • 40. OR G NICO S AÇOUGUE PADARIA PEIXARIA DO AÇÕES CAI XAPRE FER ENC IAL CAI XA VER DE Ecobags CO LETA SE LETIVA PLÁSTICO METAL PAPEL VIDRO SUPERMERCADO SUSTENTÁVEL Telhados Verifique a possibilidade de adaptação do telhado da loja para o telhado verde,branco ou aplicação de pintura termodinâmica, que promovem queda na temperatura interior.Todas essas soluções resultarão em média de 10% de redução no uso do ar- -condicionado Gestão Manutenção preventiva: controle eficiente para motores, temperaturas dos fornos e refrigeradores pode trazer não só economia de energia mas também menor desperdício de produtos Verifique a possibilidade de investir em mecanismos automáticos como timers e sensores inteligentes OCarrefourutilizounasualojadePiracicaba a tecnologia da pintura termodinâmica, que promoveu queda de temperatura de 3 a 5 graus, resultando em 10% de economia no uso do ar-condicionado. Oprograma“Caça-vazamento”érealizadoemtodasaslojascommaisde20anos da rede Carrefour. O programa tem como objetivo captar um possível vazamento de energia,representado pelos gases refrigerantes,e exerce papel de manutenção sobre a questão da segurança alimentar.Atualmente, a rede opta pelo gás R22. carrefour 36 guia da loja verde
  • 41. A seguir, ações práticas com resultados imediatos na redução do consumo de energia. Você pode adaptar a infraestrutura da loja e também orientar seus colaboradores: Utilize equipamentos com selo de eficiência energética (selo Procel: ver capítulo sobre selos e certificações). Verifique se a faixa de consumo de energia está entre as de maior eficiência:A e B Instale dispositivos de elevadores inteligentes. Isso trará enorme economia de energia Aproveite ao máximo a luz natural e tenha como preferência as cores claras Substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas nos locais onde ficam acesas por mais de quatro horas por dia. Elas duram dez vezes mais e economizam até um terço da energia elétrica Não deixe computadores, luzes, ar-condicionado e outros equipamentos elétricos ligados por mais de 30 minutos sem uso Faça manutenção periódica na rede elétrica e não sobrecarregue as tomadas com benjamins e fios de extensão Desligue o televisor quando ninguém estiver assistindo Não deixe os aparelhos na função stand by. Esse recurso gasta de 15% a 40% mais energia sem necessidade Apague sempre as luzes dos ambientes que não estiverem ocupados. Nestes casos, a instalação de dispositivos que acionem a luz na presença das pessoas também pode trazer bons resultados Conecte-se com o meio ambiente. Se não houver incidência solar direta nas janelas, abra persianas e aproveite a iluminação natural. Assim é possível melhorar a qualidade visual e economizar a energia elétrica consumida com iluminação. guia da loja verde 37
  • 42. Supermercados São Vicente A rede realiza um bom trabalho com o Programa de Eficiência Energética. A adesão é muito grande e o retorno já confere economia financeira para a rede e economia de recursos do planeta. São algumas ações: Aproveitamento da luz natural: uso de lentes prismáticas, que garantem distribuição uniforme da luz, com 100% de captação e filtragem de 98% de UV e 100% de IV, propiciando retenção total de calor. Só em uma das lojas já foram poupadas emissão de 70 toneladas de CO2 por ano, o que equivale ao plantio de 350 árvores! O projeto está em vigor em 50% das lojas. Não utilização de ar-condicionado: o controle da temperatura é realizado por meio de sistema de escape do ar quente, com exaustão e renovação de todo o ar interno a cada três minutos. Há pintura reflexiva de quartzo no telhado e paredes de concreto alveolar com isolamento térmico, tudo isso em 70% das lojas. Fechamento dos freezers à noite, para redução do consumo de energia sem comprometer a qualidade dos produtos, em todas as lojas. Sistemas de refrigeração com ciclos de degelo por gás aquecido, reduzindo a necessidade de resistências elétricas, em 80% das lojas. Água quente e redução de consumo nos evaporadores: aproveitando o calor retirado das câmaras frias para o aquecimento da água, não há consumo de energia nesse processo e ainda economiza-se água por facilitar a limpeza. Além disso, reduz-se o consumo de energia dos evaporadores, uma vez que os gases do sistema de refrigeração já chegam mais frios.As medidas estão em 70% das lojas. OProgramadeEficiênciaEnergética faz parte do Programa São Vicente Sustentável, que desde 2008 vem alcançando altos níveis de redução do consumo e valorização da marca do grupo. 38 guia da loja verde
  • 43. Teste jáColoque um pedaço de papel metade para dentro da geladeira e metade para fora. Se conseguir puxar o papel, você pode ter problemas com a borracha de seus refrigeradores. Vale a pena verificar, você pode economizar energia com uma simples manutenção. ! Nas novas lojas, já foi substituído o gás de refrigeração R22 por etilenoglicol, que não agride a camada de ozônio, além do menor consumo de energia elétrica. Os telhados são feitos de telhas zipadas “sanduíche” e com cla- raboias prismáticas de iluminação natural, o que garante con- forto térmico e acústico, além da redução de energia elétrica em iluminação de aproximadamente 30%. Trocou-se o sistema de iluminação, usando lâmpadas fluores- centes T5, com maior eficiência e durabilidade com menor con- sumo de energia, além de todos os setores de retaguarda con- tarem com sensores de presença e fotocélula. Supermercados Russi A rede está substituindo os gases do sistema de refrigeração de freon, responsável pela degeneração da camada de ozônio, por etilenoglicol, um gás ecológico. Supermercados Savegnago guia da loja verde 39
  • 44. A gestão de energia é observada em fatores como automa- ção no controle de todos os sistemas da loja, com mínimo de atuação humana. Alguns dos diferenciais de sua infraestru- tura são: • Automação do controle e regulagem da iluminação e do ar-condi- cionado do salão de vendas; utilização de paredes verdes e uso de tintas claras (minimização da carga de ar-condicionado); utilização de um dos postes da iluminação externa com placa fotovoltaica e sensor de luminosidade para controlar o acionamento da iluminação • Recuperador de calor para preaquecimento de água • Rampas com sensor de presença que detectam o usuário e aumen- tam a velocidade da esteira • Armários refrigerados com sensor de presença para ligar e desligar as luzes LED e uso de ar-condicionado roof-top • Cálculo das emissões da loja (gás e energia) conforme o GHG Pro- tocol* • Sistema refrigerador que utiliza fluido intermediário (água e sal); o sal é restrito à casa de máquinas, diminuindo a possibilidade de vazamento, e os motores e compressores são mais resistentes, dimi- nuindo o gasto de energia *Protocolo internacional para quantificação de gases de efeito estufa Walmart Covabra: redução no consumo de energia A nova loja em Limeira, no interior de São Paulo, foi inaugurada com projeto moderno e responsável. A loja conta com diferenciais em economia e sustentabilidade, como refrigeração de ar à base de água gelada, que não emite gases poluentes,e iluminação 100% natural durante o dia,o que gera redução de 43% em consumo de energia. 40 guia da loja verde
  • 45.
  • 46. Lâmpada LED x lâmpada fluorescente No Walmart Morumbi, as lâmpadas LED, mais claras e utilizadas na fachada, mais as fluorescentes usadas na loja reduziram a conta de energia em 40% aproximadamente. A loja de Pinheiros da rede Futurama substituiu o sistema de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e hoje economiza mais de 60% nos custos de energia elétrica. X Aproveitamento do óleo de cozinha como energia Em 2009, o Carrefour deu início a um programa de reaproveitamento de óleo utilizado para frituras para aplicação no funcionamento de geradores de energia. O projeto tem como foco a preservação ambiental e funciona com a colaboração da população, que deposita o óleo para reaproveitamento em pontos de arrecadação de entrada da loja. Também é usado o óleo do próprio estabelecimento. O material recolhido é transformado em biodiesel e utilizado nos geradores das lojas da rede. 42 guia da loja verde
  • 47. RResíduos Política Nacional de Resíduos Sólidos Após 20 anos em tramitação, o decreto e a regulamentação da Políti- ca Nacional de Resíduos Sólidos foram aprovados em 2010. A nova legislação, além de instituir a política, tem um viés edu- cacional já que dispõe e esclarece sobre princípios, objetivos e ins- trumentos, além de destacar as diretrizes relacionadas à gestão in- tegrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Isso implicará em incentivo para a reciclagem e o reaproveitamento, patrocinando a coleta seletiva e outras medidas. Outras determinações relevantes: • Comprometimento maior dos Estados em abrir espaço para redu- ção de resíduos, reciclagem, reutilização e outras formas sustentáveis, visando à redução dos rejeitos. A contrapartida será a prioridade na obtenção de recursos da União de acordo com a regulamentação.   • Uma das inovações é o compartilhamento de responsabilidades pelo ciclo de vida dos produtos.A lei não se restringe a responsabilizar os fa- bricantes; considera também responsáveis importadores, distribuidores, comerciantes e até consumidores e titulares dos serviços de limpeza urbana ou manejo.A responsabilidade deverá ser dividida de forma in- dividualizada e encadeada. • A logística reversa, já existente em casos pontuais como fabricantes de pilhas e pneus, atribui aos responsáveis o recolhimento ou o retorno dos resíduos ou partes não aproveitáveis do produto visando a correta destinação ambientalmente indicada. Inclui, também, o correto descar- te de embalagens, resíduos da construção civil, entre outros. •Acordos setoriais em todas as instâncias de governo com a iniciativa privada serão pontos fortes da política. guia da loja verde 43
  • 48. Identificação dos resíduos gerados Identificar a produção de resíduos de uso e operação da loja con- templa atividades como higiene, alimentação, limpeza, manutenção, de escritório etc. com sua respectiva identificação. Cada seção do supermercado, dependendo da natureza de ati- vidade, gera embalagens e resíduos orgânicos. Veja a seguir como classificá-los. A adequação dos empreendimentos à nova lei será de vital im- portância e, para que isso possa ocorrer de forma equilibrada e em conformidade legal, contratos com fornecedores e clientes precisarão ser revistos, com compartilhamento de responsabilidades. Neste tema, existe uma grande oportunidade do envolvimento da cadeia do varejo na educação ambiental de seus colaboradores e consumidores, pois é a principal fonte de consumo e de geração de resíduos por causa disso. Fluxo dos resíduos segundo a PNRS Produto Fabricante ou importador Comerciante ou distribuidor Consumidor Pessoa física Consumidor Pessoa jurídica Resíduo pós-consumo Destinação final ambientalmente adequada Logística reversa 44 guia da loja verde
  • 49. Material reciclável Papel: jornais e revistas, folhas de papel, caixas em geral, aparas de papel, fotocópias, envelopes, embalagem longa vida Metal: latas de aço, latas de alumínio Vidro: garrafas de bebida, frascos em geral, copos, cacos de vidro Plástico: embalagem de refrigerante, alimentos, produtos de limpeza, copos descartáveis, embala- gens de margarina, canos e tubos, sacos plásticos em geral Material Não reciclável Papel: etiqueta adesiva, papel carbono, fita crepe, papéis sanitários, papéis metalizados, papéis plas- tificados, papéis sujos, fotografia, tocos de cigarro Metal: grampos, esponjas de aço Vidro: vidraças, copos de cristal, vidros de auto- móveis, ampolas de remédios, formas e travessas de vidro temperado, espelho Plástico: cabo de panela, tomadas, misturas de papel, plástico e metais. guia da loja verde 45
  • 50. Resíduos especiais Alguns materiais possuem características peculiares e devem ser identificados para que possam ser reciclados ou encaminhados para disposição correta em destino específico: remédios e seringas, lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, ele- troeletrônicos, óleo de cozinha, resíduos da construção civil, pneus. Reciclagem do óleo É possível reciclar a garrafa pet que transporta o óleo? A pre- ocupação é pertinente, pois o óleo reciclável vai contaminar uma embalagem também reciclável. A garrafa continua reciclável, mas perde um pouco do va- lor, pois o que o mercado chama de PET-Óleo tem aplicações diferentes de outras garrafas por causa, do óleo impregnado. Além disso, por ser mais difícil de lavar, seu preço acaba sendo menor que o de garrafas que ficam limpas com apenas uma enxaguada. De todo modo, observe: a garrafa permanece reciclável e deve ser destinada corretamente, bastando que se tenha cuidado de não misturá-la com outras embalagens, evitando que o óleo escorra e contamine outros materiais. Então, deve-se fechar bem a garrafa vazia de óleo. Se possível, separá-la das demais embala- gens. No caso do papel, por exemplo, o óleo inviabiliza a reciclagem se for misturado.  • Uma solução é usar recipientes maiores, próprios para juntar o óleo, e trocá-los: na entrega de um cheio, a pessoa recebe outro vazio. Viável para maiores quantidades, como quando se faz a coleta em grupo (condomínios, centros comerciais, escolas etc.). • Os consumidores que vão juntar o óleo individualmente podem usar a própria garrafa de óleo para guardá-lo, evitando assim contaminar outra garrafa. • Garrafas de óleo, molhos, maionese e outros conteúdos gordurosos têm o mesmo tratamento. • Garrafas vazias devem sempre ser amassadas para redução do volume. Isso também colabora para evitar uso indevido das embalagens pós-consumo. Reforçando: a garrafa com óleo continua reciclável. Se não for possí- vel evitar o uso de uma garrafa diferente para armazenar o óleo, passe a usá-la exclusivamente para isso ou destine-a juntamente com as de- mais embalagens de produtos gordurosos.  46 guia da loja verde
  • 51. Produto Fabricante ou importador Comerciante ou Distribuidor Consumidor Pessoa física Consumidor Pessoa jurídica Resíduo pós-consumo Destinação final ambientalmente adequada Logística reversa Resíduos orgânicos O lixo orgânico representa 60% do total dos resíduos e muitas vezes não recebe a destinação correta. O biodigestor, equipamento que transforma o lixo orgânico em adubo, permite a redução de volume (cerca de 80%) e espaço de armazenamento, assim como redução de custos e a reutilização do material com reciclagem, tratamento e transfor- mação, resultando no uso adequado e consciente dos resíduos no próprio jardim da loja. Os orgânicos que podem ser compostados e transformados são frutas, verduras, legu- mes, biscoitos, massas, grãos, casca de ovos, espinhos, por exemplo. Os orgânicos que não podem ser transformados em adubo são ossos, conchas, cigarros, medicamentos, carnes e peixes. A rede de São José do Rio Preto (SP) fez parceria com a fábrica de refrigerantes Poti. A cada 2 litros de óleo usado entregue no supermercado, o consumidor recebe em troca e 2 litros de refrigerante da marca própria Laranjão. Os cerca de 2 mil litros de óleo recolhidos mensalmente são destinados à fabricação de sabão. Supermercado Laranjão Supermercados Boa A rede de Campinas (SP) coleta mensalmente cerca de 350 litros de óleo usado na rotis- seria das quatro lojas e repassa a uma empresa para a produção de massa utilizada na instalação de vidros. Supermercado galassi A rede de Jundiaí (SP) tem uma parceria com a Schincariol para estimular a coleta de garrafas PET.A cada cinco unidades vazias levadas ao supermercado, o consumidor ganha cupons que darão direito a uma garrafa de água gratuita na compra de três unidades. Outra parceria importante foi desenvolvida com a Cargill. Consiste em recolher tanto do consumidor quanto da rotisseria do supermercado o óleo usado para ser destinado à pro- dução de biodiesel. O dinheiro que as lojas recebem é repassado integralmente a uma entidade que cuida de crianças vítimas de maus tratos que estão sob a guarda na justiça. guia da loja verde 47
  • 52. Alternativas de valorização e destinação dos resíduos – 4 Rs Agestão dos resíduos pode ser resumida pelos 4 Rs: Reduzir, Reutilizar, Reci- clar e Repensar. Apesar de parecer simples, é interessante pedir o auxílio de um profissio- nal ou uma empresa dedicada ao tema da gestão de resíduos para traçar um planejamento completo que indique o diagnóstico dos resíduos da sua loja, parcerias intersetoriais, treinamento dos recursos humanos, entre outras neces- sidades. De qualquer modo, este livro traz boas dicas para que você comece uma melhor gestão de resíduos agora! Reduzir consiste no dimensionamento correto das compras, atenção ao des- perdício, dando preferência a fornecedores de produtos com embalagens retor- náveis ou a granel, ou seja, utilizar menos recursos naturais e gerar menos lixo. Já reutilizar significa usar mais de uma vez, evitando que os produtos con- sumidos se tornem rapidamente um resíduo. Reciclar é reaproveitar materiais pelo reprocessamento, transformando-os em outros novos. Através dessas práticas é possível diminuir o uso de recursos do ambiente bem como a sobrecarga de resíduos destinados a ele. Essas ações hoje são realizadas e cobradas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, assim quanto antes sua loja e seus funcionários estiverem adequados, menor será a chance de você precisar se adequar às pressas! Por fim, repensar os processos e volumes de consumo para contribuir ati- vamente para maior conscientização da população sobre ações sustentáveis. As lojas da rede possuem coleta dos resíduos recicláveis e incentivam o reaproveitamento de recursos. Os consu- midores podem levar os recicláveis para as lojas, pois há parcerias com cooperativas de catadores locais.Também há a campanha de coleta de óleo, pela qual o consumidor que trouxer 4 litros de óleo usado (equivalente a duas garrafas PET cheias) poderá trocar por 1 litro de óleo novo, fruto da parceria com a empresa Granol. A instalação de ponto de coleta seletiva incentiva o reaproveitamento dos recursos e promove a educação ambiental Supermercados savegnago 48 guia da loja verde
  • 53. A gestão dos resíduos é o aspecto da reciclagem que mais depende de colaboração para dar certo, portanto invista em ações de comunicação e treinamento de fornece- dores, colaboradores e consumidores. Os resultados serão percebidos imediatamente. Confira os símbolos para que você comece a incentivar a atitude na sua loja: Fonte: planetasustentavel.abril.com.br Símbolos da reciclagem Walmart Nas lojas Walmart pode-se encontrar estação de reciclagem de resíduos. A triagem não é feita na fonte geradora: os resíduos são depositados, misturados e depois recolhidos pela cooperativa que os separa. Há também o programa de gestão de resíduos com fornece- dores da comunicação visual e caixa preferencial para quem não usa sacolinha plástica. Ainda, para gerar aproveitamento e menor índice de desperdícios, o Walmart desenvolveu em parceria com a ONG Banco de Alimentos um projeto que visa o encaminhamento de alimentos ainda em bom estado para a ONG, que trata de redistribuir os alimentos entre seus beneficiários. Para supermercados pequenos, a instalação de uma composteira pode trazer bons resul- tados. No Supermercado VIP, o equipamento processa aproximadamente 500 quilos por mês de resíduos orgânicos que seriam descartados nos aterros. guia da loja verde 49
  • 54. PASSO A PASSO • Descartar resíduos sempre limpos e secos impede a decomposição dos restos de alimentos presentes nas embalagens, o que gera odor ruim, proliferação de insetos e outras possíveis contaminações • Separar resíduos entre: -Secos: recicláveis, como plásticos, papéis, metais etc. -Orgânicos que podem ser transformados em adubo -Especiais: produtos como lâmpadas, eletroeletrônicos, pneus etc. necessitam de destinação específica. Buscar empresas, associações e cooperativas que traba- lhem com estes resíduos • Instalar maquinários para reduzir o volume dos materiais: prensas são indicadas • Garantir higiene e segurança das áreas com resíduos, buscando minimizar os incômodos para clientes e funcionários • Oferecer aos consumidores opções corretas de descarte, em adequação à lei de Resíduos Sólidos quanto à responsabilidade compartilhada • Instalar Pontos de Entrega Voluntária (PEV), espaços para destinação dos resí- duos recicláveis • Estabelecer parceria com empresas e cooperativas da região para triagem e coleta, obtendo resultados em volume de materiais recicláveis, menor impacto ao meio ambiente e alternativas de geração de renda para a comunidade de catadores, representada pela cooperativa • Atuar em conjunto com a Prefeitura e demais órgãos públicos para a capacita- ção das cooperativas e melhor resultado da gestão dos resíduos •Adequar os resultados de coleta e reciclagem nos relatórios do empreendimento O site Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br) promove o encontro de clientes, cooperativas e demais re- cicladores. A partir desse canal você também poderá procu- rar seu novo parceiro local para as soluções de reciclagem e coleta. 50 guia da loja verde
  • 55. Pilhas usadas e baterias de celular no Jaú Serve A primeira ação surgiu há alguns anos, quando as lojas Jaú Serve começaram a receber pilhas velhas e baterias usadas de celular. A campanha não parou e hoje criou-se o hábito entre os consumidores, que costumeiramente levam esses objetos para o descarte correto. A empresa acredita que campanhas como essas criam uma rotina na vida das pesso- as, que se acostumam a dar um destino correto para o lixo reciclável. No caso das pilhas e baterias, todos os meses os baldes que ficam na porta das lojas ficam abarrotados. Em pouco tempo, a empresa acredita que as pessoas também podem começar a usar o antigo carrinho de feira ou sacolas reutilizáveis para diminuir o uso das sacolinhas descartáveis. E o Grupo Jaú Serve tem razão ao adotar a postura de acabar com as sacolas descartáveis. No meio ambiente elas podem demorar centenas de anos para se decompor. No caso de pi- lhas velhas e baterias de celular, estimativas apontam que podem demorar até 500 anos até se desintegrarem. Na rede, 85% das caixas usadas para transporte de hortifrútis e 100% das caixas usadas para entrega em domicílio são retornáveis. A iniciativa agrega funcionalidade ao material e poupa novos resíduos no meio ambiente. Supermercados São Vicente Carrefour O grupo oferece caixas de papelão para o consumidor transportar suas compras e instalou 134 estações de coleta em parceria com cooperativas, contribuindo para sua instrumentalização. Grupo Pão de AçÚcar A marca Taeq desenvolve desde 2009 um programa de reutilização de em- balagens, destinando tudo o que é coletado nos caixas verdes das lojas para sete cooperativas de catadores. Essas comunidades, por sua vez, entregam os materiais separados para a indústria de papel Papirus, que os usa em novas embalagens para os produtos Taeq. guia da loja verde 51
  • 56. 1 – Por que os supermercados estão subs- tituindo as sacolas descartáveis? Os supermercados estão atendendo a uma demanda da sociedade, cada vez mais atenta às questões ambientais. Pesquisa do Ministé- rio do Meio Ambiente mostra que a redução de sacolas foi apontada como a principal ação que os supermercados podem fazer em favor do meio ambiente. As sacolas descartáveis são feitas de filme plástico produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). Esse material, com degradação inde- finida, ocupa espaço nos aterros sanitários, entope bueiros e galerias. Não se pode ignorar o enorme volume desse material que vem sendo despejado no meio ambiente. As medidas de restrição, como a reutilização e o uso de embalagens compos- táveis, fazem parte de um processo de trans- formação da mentalidade neste novo milênio. 2 – Como elas devem ser substituídas? O foco da ação está no fim da cultura do des- carte. Por essa razão, a mensagem da cam- panha é o uso de embalagens reutilizáveis. No ano passado, em Jundiaí, foi desenvolvido um projeto piloto em parceria com a prefei- tura, o Procon, os supermercados e a associa- ção comercial da cidade. Nesse caso, como alternativa, foram oferecidas sacolas biode- gradáveis compostáveis, feitas de amido de milho, além das sacolas reutilizáveis. O ob- jetivo é que as pessoas levem essas sacolas quando forem às compras. 3 – De onde surgiu a ideia? A Prefeitura de São Paulo lançou, em agosto de 2007, a campanha “Eu não sou de plás- tico” para que os paulistanos reduzissem o uso de sacolas descartáveis. A ideia da mu- nicipalidade era que o consumidor fosse às compras com a própria sacola, de pano, de Sacolas: perguntas e respostas Otermo de cooperação firmado entre a APAS e o governo do Esta- do de São Paulo para o fim da distribuição de sacolas descartá- veis nos supermercados paulistas a partir de janeiro de 2012 gerou dúvidas e indagações nos consumidores. Em comum, as iniciativas estimulam o consumidor a diminuir o uso e o descarte de sacolas descartáveis, que demoram centenas de anos para se decompor, prejudicam a vida marinha, entopem bueiros e, por serem produzidas com petróleo, geram, em sua fabricação, ga- ses de efeito estufa que agravam o aquecimento global. A parceria assinada na abertura do 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados – APAS 2011 está baseada em uma campanha educativa e sem força de lei. A seguir as respostas para algumas perguntas recorrentes. 52 guia da loja verde
  • 57. lona ou de material reciclável. A APAS aderiu e apoiou a campanha. Desde então, a luta contra o uso desenfrea- do de sacolas descartáveis passou a ganhar cada vez mais força no País, em especial em São Paulo. A APAS assumiu o protagonismo das ações visando buscar alternativas e pas- sou a ajudar na criação de medidas de adap- tação visando a redução de consumo e o fim da cultura do descarte. 4 – Por que Jundiaí foi a primeira cidade a desenvolver o projeto? Foi a primeira cidade onde as conversações da entidade com o poder público se mate- rializaram em campanha. A campanha “Va- mos Tirar o Planeta do Sufoco”, idealizada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) com o apoio da prefeitura, do Sindi- cato do Comércio Varejista e da Câmara de Dirigentes Lojistas foi lançada em 1º de ju- nho de 2010, durante a Eco Jundiaí - Semana do Meio Ambiente. O objetivo era engajar o comércio, que tem papel fundamental na conscientização e incentivo à população para utilizar sacolas reutilizáveis no lugar das sa- colas descartáveis, as quais passaram a ser retiradas de circulação. O projeto foi iniciado em 30 de agosto. A adesão dos empresários locais alcançou 95% e a aprovação da população superou 77%, conforme pesquisas realizadas pelo Ibope. Em um ano, mais de 960 toneladas de resíduos deixaram de ser geradas. O sucesso no projeto de Jundiaí despertou o interesse de outras cidades, que passaram a estimular o uso de soluções alternativas. 5 – Qual a diferença entre o projeto es- tabelecido por força de lei e por acordo? Em qual dos dois o resultado é melhor? As medidas resultantes de um acordo, endos- sadas ou não por força de lei, sempre têm o mérito de não serem impositivas, mas cons- truídas em parceria pelos diversos setores da sociedade e o poder público, visando a cons- cientização da população. É o modelo mais efetivo, por ser mais democrático. 6 – O que os supermercados ganham com essa medida? O País produz anualmente 135,9 bilhões de sacolas, o equivalente a 500 mil toneladas. Calcula-se que cerca de 90% desse material, com degradação indefinida, acaba servindo de lixeiras ou vira lixo. Esse material ocupa espaço valioso nos aterros sanitários e con- some recursos significativos das prefeituras. A reflexão sobre esse impacto levou a APAS a iniciar a campanha contra a cultura do des- carte e a fomentar iniciativas para a aplica- ção de medidas que visem reduzir o consumo e despertar a consciência para o uso de saco- las reutilizáveis. Os supermercados entendem que é preciso mudar os hábitos para que as futuras gera- ções vivam em um mundo melhor. Isso im- plica abandonar a cultura do descarte, em sintonia com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Por seu contato direto com o consu- midor final, o setor supermercadista desem- penha importante papel na conscientização da população. 7 – Se o preço da sacola descartável já estava embutido no preço dos produtos, por que não fazer o mesmo com o valor da sacola compostável? O objetivo das iniciativas apoiadas pelo setor supermercadista e outros ramos do varejo não é substituir a sacola plástica descartável por outra de material biodegradável que também gera resíduos.A intenção é que o consumidor se conscientize de que a cultura do descarte de resíduos sólidos prejudica o meio ambien- te e passe a utilizar sacolas reutilizáveis de guia da loja verde 53
  • 58. qualquer material ou outras embalagens que possibilitem acondicionar suas compras,como caixas de papelão, carrinhos de feira etc. 8 – O valor de 19 centavos por uma uni- dade de sacola compostável não é muito alto para ser repassado ao consumidor, uma vez que o valor unitário de uma sa- cola descartável comum é 2 centavos? O custo que os supermercadistas têm para a produção das alternativas disponíveis é apenas repassado ao consumidor, lembran- do que o objetivo não é substituir a sacola descartável por outra biodegradável compos- tável. A campanha tem como fundamento o fim da cultura do descarte e por isso estimula o uso de sacolas reutilizáveis. Repassar ao consumidor o custo da sacola é uma forma de desestimular o consumo desne- cessário. A APAS incentiva que o consumidor vá às compras munido da própria sacola reu- tilizável, seja de pano, lona, palha,TNT, plásti- co ou outro material reciclável. O importante é defender o fim da cultura do descarte. 9 – O consumidor que for ao supermerca- do para realizar uma compra grande não vai ser onerado pelo custo das sacolas? Se usar 40 sacolas biodegradáveis, o consu- midor gastaria em sua compra R$ 7,60. Caso utilize cinco sacolas de TNT – que ele preci- saria comprar – seria necessário desembolsar quase 10 reais a mais na compra. Para as compras de maior volume, o consu- midor sempre tem a alternativa de utilizar caixas e outros recipientes normalmente dis- poníveis nos supermercados, resultantes do fornecimento dos produtos. 10 – Os consumidores costumam usar as sacolas dos supermercados como sa- cos de lixo. Com a medida, é a indústria do lixo que sai ganhando? Vai passar a produzir sacos de tamanho diferentes para caber nos diferentes tamanhos de cestinhos de lixo que o consumidor tem em casa, como por exemplo, lixi- nho de cozinha? As sacolas descartáveis, que foram distribuí- das nos supermercados nas últimas décadas, de fato passaram a ser utilizadas pelo consu- midor para embalar o lixo doméstico. Isso é parte do problema: esse material, com degra- dação indefinida, quando descartado no meio ambiente,ocupa espaço nos aterros sanitários, entope bueiros e galerias e asfixia animais. Os sacos de lixo, normalmente já resultantes de material reciclado, são utilizados mais ra- cionalmente pelo consumidor, uma vez que há um investimento direto para aquisição. Por outro lado, nada impede que as indústrias de embalagens biodegradáveis desenvolvam sacos de lixo para todos os usos, em vários tamanhos, e por preços acessíveis à medida que aumentar a escala de produção. 11 – Para um país carente de reciclagem como o Brasil, não seria ideal o consu- midor receber gratuitamente a sacolinha biodegradável compostável e ter a cons- ciência que é assim que começa o pro- cesso de reciclagem? É importante reafirmar que o objetivo do se- tor supermercadista não é substituir a sacola descartável por outra biodegradável. A cam- panha visa o fim da cultura do descarte e não contempla distribuir sacolas gratuitamente. Há um consenso entre vários estudos de que o consumidor valoriza mais aquilo pelo que paga; portanto, ao adquirir a sacola, fará uso mais racional dela. A proposta da APAS é conscientizar a população para substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis. 12 – Se a indústria do lixo não oferecer uma solução ao consumidor – tamanhos 54 guia da loja verde
  • 59. diferentes de sacos para lixo –, ele pode passar a comprar sacolinhas biodegradá- veis para usar em casa? As sacolinhas biodegradáveis produzidas como alternativa não têm objetivo de ser utilizadas para embalar o lixo doméstico. A APAS entende que, à medida que aumentar a escala, aumentará a produção de sacos de lixo e outros usos a partir das tecnologias biodegradáveis. 13 – E a indústria do plástico, vai demitir funcionários com a substituição da saco- linhas descartáveis por reutilizáveis nos supermercados? A indústria do plástico poderá usar sua capa- cidade de produção para desenvolver outros produtos que sejam úteis à população. De toda forma, a adoção de práticas sustentáveis deve gerar muitos empregos em vários seto- res, incluindo o setor supermercadista e seus fornecedores. 14 – A indústria do plástico acredita que a campanha para substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis tira do con- sumidor o direito de escolha, mesmo que tenha impacto ambiental. O que dizer sobre isso? Não oferecer sacolas descar- táveis é ferir um direto do consumidor? O consumidor tem e sempre terá alternativa, por exemplo, utilizar sacolas biodegradáveis ou reutilizáveis. O que os supermercados estão fazendo é suprimir uma alternativa agressiva ao meio ambiente que vinha sendo encorajada por meio da distribuição de sa- colas, mesmo que embutida nos preços dos produtos. 15 – É possível que haja um movimento do consumidor para guardar as atuais sacolas descartáveis e levá-las às com- pras, trazendo os produtos nas sacolas convencionais, já que são fáceis de se- rem transportadas? É possível que essa solução seja adotada pro- visoriamente por alguns consumidores – e já será um avanço: sacolas que eram descarta- das serão utilizadas mais de uma vez. Infe- lizmente, elas são pouco resistentes para ser adotadas como reutilizáveis. 16 – Os fabricantes afirmam que 100% das sacolinhas são reutilizadas quando chegam à casa do consumidor. A reutili- zação também não é um dos pilares dos 4 Rs? O pilar fundamental é a Redução, o primei- ro dos Rs: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Re- pensar. Esse é o propósito da campanha de substituição das sacolas descartáveis por reutilizáveis. Mesmo depois da reutilização, calcula-se que cerca de 90% das sacolas descartáveis, com degradação indefinida, acabam como lixeiras ou no meio ambiente com lixo. Entre os muitos temas abordados pelo pro- jeto, está contemplado o esgotamento dos aterros sanitários e a responsabilidade da indústria e do varejo pelos resíduos que suas atividades ajudam a produzir – a denomi- nada responsabilidade pós-consumo. Dois aspectos diretamente afetados pela distribui- ção de sacolas no varejo. 17 – A melhor alternativa às sacolas des- cartáveis produzidas a partir do petróleo é mesmo a feita com amido de milho? Dizem que a pegada de carbono, con- siderando a energia gasta na produção desse material, seria ainda maior. A sacola de amido de milho tem sido uma alternativa oferecida – como ocorreu no pro- jeto-piloto de Jundiaí – enquanto o consumi- dor se adapta. O objetivo do setor supermer- cadista é acabar com a cultura do descarte e guia da loja verde 55
  • 60. não substituir a sacola descartável por outra biodegradável. 18 – A indústria de sacolas descartáveis afirma que os consumidores não esco- lheram o fim dessa sacola e utilizam da- dos do Ibope para se amparar. Os super- mercados estão só fazendo uma jogada de marketing para se livrar de um custo? A APAS desconhece os dados e a metodolo- gia da pesquisa utilizada pela indústria de sacolas descartáveis, mas dispõe em con- trapartida de pesquisa desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente – isento nesse debate – que demonstra que a redução de sacolas foi apontada pela sociedade como a principal ação que os supermercados podem fazer em favor do meio ambiente. O custo das sacolinhas sempre foi repassado ao consumidor embutido no preço das mer- cadorias. Ou seja, entre os vários custos da operação supermercadista que resultam na formação do preço dos produtos, como fo- lha de pagamento, luz, água, impostos etc., também consta o custo das sacolas. Portanto, não há nenhuma base nessa argumentação. 19 – As pessoas reutilizam as sacolas de supermercado para embalar o lixo doméstico. É a forma mais adequada de descartar o lixo, por evitar contami- nações. A abolição das sacolas não pode gerar um problema de saúde pública para as camadas mais baixas, que não pode- rão adquirir sacolas? Pelo contrário. Como sabemos, a saúde pú- blica piora com as enchentes causadas pe- las sacolas descartadas no meio ambiente, que entopem bueiros e galerias, espalhando muitas doenças. Com degradação indefinida, as sacolas descartáveis ocupam espaço nos aterros sanitários e trazem muitos problemas para a gestão das prefeituras em todo o País. Por isso, seu uso em ambientes comerciais passou a ser cada vez mais contestado. O setor supermercadista, por seu contato dire- to com o consumidor final, pode desempenhar um importante papel na conscientização da população. É preciso que o consumidor perce- ba que a mudança de hábitos é essencial para a proteção do meio ambiente e para a garantia de um mundo melhor para as futuras gerações. 20 – As leis que proíbem a distribuição de sacolinhas em vários municípios pau- listas têm sido suspensas por liminares pelo Tribunal de Justiça, mas, mesmo as- sim, grande parte dos estabelecimentos deixou de distribuir essas embalagens. A APAS vai incentivar projetos de lei? A supressão da distribuição de sacolas descar- táveis é uma medida voluntária dos supermer- cados em prol do meio ambiente. Não há lei que obrigue os estabelecimentos comerciais a oferecerem sacolas para o consumidor, mas evidentemente a APAS está atenta aos hábi- tos adquiridos e,por isso mesmo,está propon- do uma estratégia escalonada para retirar as sacolas descartáveis de circulação até 2012. Fique atento: embora a utilização de sacolas reu- tilizáveis possa promover uma melhora nos índices da destinação de plásti- co aos aterros, observe os fornecedores que você vai escolher para oferecer o produto aos seus clientes. É importante que a cadeia seja socialmente justa, eco- nomicamente viável e am- bientalmente responsável. 56 guia da loja verde
  • 61.
  • 62. É possível observar em algumas drogarias a substituição de sacolas pequenas de plástico por sacolas de papel. Em vez da distribuição de sacolas, os funcionários perguntam ao cliente: “O senhor vai precisar de sacola?”. Nas farmácias Supermercados Ki-legal Com duas lojas em Jundiaí (SP), mesmo antes do projeto-piloto Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, a rede já entregava cupons aos clientes que levassem as pró- prias sacolas às compras. Essa ação reduziu em 30% a distribuição de sacolas descartáveis. O diretor Edivaldo Bronzeri diz que hoje as lojas recolhem pilhas, baterias, óleo de cozinha usado e captam água de chuva. A loja em Sorocaba (SP) iniciou uma campanha de conscientização sobre o uso de sacolas descartáveis. O cliente que dispensar a utilização de sacolas descar- táveis pode concorrer quinzenalmente a um carrinho de produtos no valor de 250 reais. A cada 50 reais o cliente tem direito a um cupom; de 50 a 100 reais, dois cupons, e acima de 100 reais o cliente pode concorrer com três cupons. Os operadores de caixa que entregam os cupons são identificados e também podem ser sorteados com vale-compras de 50 reais. A campanha já obteve resultados visíveis: o consumo de sacolas descartáveis caiu de 120 mil para 60 mil unidades por mês. Supermercados Supersiqueira 58 guia da loja verde
  • 63. Supermercado Gaspar Na cidade de Tupã, interior de São Paulo, o supermercado e a Comissão do Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Tupã, distribuíram 500 sacolas reu- tilizáveis para compras no dia 5 de junho de 2011, Dia Mun- dial do Meio Ambiente. A iniciativa teve a parceria da Sepac, fabricante do papel higiênico Paloma. O varejis- ta, com 15 checkouts e mais de 240 funcionários, quer in- centivar o uso contínuo das sacolas reutilizáveis entre a população da cidade em vez das sacolas descartáveis. Fonte: SuperVarejo, julho 2010, pág. 8 Campanha em Jundiaí que acabou com sacolinhas descartáveis teve total ade- são dos consumidores e ampla divul- gação dos supermercados Lançada em agosto de 2010, “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, campanha fruto de uma parceria entre prefeitura, APAS, sin- dicato do comércio varejista, câmara dos dirigentes lojistas e empresários supermer- cadistas da região, evitou no primeiro mês que 80 toneladas de sacolas fossem des- cartadas no meio ambiente. A campanha funciona da seguinte ma- neira: supermercados da cidade oferecem para o consumidor a opção de comprar uma sacola reutilizável, feita de TNT e com capacidade para 15 quilos, ao preço de R$ 1,85. A sacola compostável feita à base de amido de milho é vendida por 19 centavos. Lançar a comunicação 30 dias antes de co- meçar a campanha foi fundamental para o entendimento e colaboração da sociedade. Fonte: SuperVarejo, outubro 2010, pág. 118 Reutilizáveis personalizadas O Supermercados Nagai, de Presidente Prudente, produziu sacolas reutilizáveis personalizadas,ven- didas a preços reduzidos,e também oferece caixas de papelão que sobram da reposição no depósito. Ainda, a cada compra em que o cliente opte por não utilizar as sacolas descartáveis,o supermerca- do distribui cupons para sorteio de prêmios. Fonte: SuperVarejo, agosto 2010, pág. 10 guia da loja verde 59
  • 64. Seções do Supermercado Aqui reside a maior oportunidade de sua loja participar das mudanças globais de consumo: oferta de produtos diferenciados, como orgânicos e das redondezas; ações de comunicação para que os clientes conheçam cada vez mais esses produtos e façam escolhas mais conscientes, adequadas à realidade global. O ideal é que, para cada produto à venda na loja, esteja disponível o maior número de marcas e formatos possível, como a compra a granel. Assim, o consumidor pode escolher os itens com base na qualidade, premiando marcas socialmente e ambientalmente responsáveis, ou então considerando a possibilidade de gerar menos resíduos. Fique atento também para a logística dos departamentos, pois existem produtos que não chegam às prateleiras. Invista em sistemas de gestão e logística de seus estoques. O desperdício de produtos por falhas no transporte e recebimento pode se tornar um grande gargalo no caminho da sustentabilidade. 60 guia da loja verde
  • 65. Atualmente, a discussão do consumo de carne e peixes está em alta. Cientistas mostram que para cada 1 quilo de carne são gastos 16 mil litros de água, isso sem contar a logística para que esse alimento chegue à mesa. No mar, 78 milhões de toneladas de peixes e frutos do mar são capturados, quantidade insustentável que ameaça a vida marinha. O que você pode fazer: AAçougue e peixaria Pão de Açúcar Programa Caras do Brasil Um programa de comercialização para pequenos produtores de manejo sustentável, incentivando o comércio ético e soli- dário, a geração de renda, o respeito ao meio ambiente e a inclusão social. O programa Caras do Brasil busca valorizar a cultura local por meio da exposição de produtos desenvolvidos por comunida- des e organizações de todo o Brasil. A linha de produtos é com- posta por alimentos, objetos de decoração e peças artesanais, que são levados aos grandes centros consumidores e vendidos na prateleiras das lojas Pão de Açúcar. guia da loja verde 61
  • 66. Para saber mais: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/me-ve-16-mil-litros-de-agua ORGÂNICOS AÇOUGUE PEIXARIA DOAÇÕES CAIXA VERDE COLETA SELETIVA PLÁSTICO METAL PAPEL VIDRO SUPERMERCADO SUSTE Comprar carne de origem certificada. Demonstrar ao consumidor quem são os fornecedores evita o consumo de produtos que venham de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. O frigorífico JBS/Friboi e a marca Taeq, por exemplo, fornecem um código de rastreamento que mostra pela internet informações sobre a origem do alimento e fotos Incluir, na medida do possível, a oferta de carnes orgânicas (saiba mais no boxe) Variar a oferta dos tipos de peixe. Ficar atento a espécies que estão em extinção, como badejo, atum e lagosta, e às que ainda existem em abundância, por exemplo, robalo, salmão, manjuba e lulas Utilizar o mínimo de detergentes na limpeza da seção e favorecer sabão em pedra, quando possível Manter os refrigeradores sempre secos para diminuir a carga térmica. Evitar água no fundo das geladeiras Verificar, com o auxílio de uma assessoria técnica, a possibilidade de aproveitar a refrigeração e energia do frigorífico para outras demandas da loja 62 guia da loja verde
  • 67. Pescados certificados e rastreabilidade OWalmart Brasil já oferece em lojas de todo o País sua primeira linha de peixes certificados com o selo Friend of the Sea, principal certificado internacional para pesca sustentável. O peixe vem da empresa Noronha Pescados, com sede em Recife (PE). A expectativa é que essa linha de peixes represente, em breve, 5% de todo o volume comercializado na rede. A empresa lançou um programa de rastreabilidade para produtos perecíveis em geral, priorizando carnes e hortifrútis. Até 2013, a rede quer identificar a origem e localidade de produção de 100% de seus fornecedores de pescados. Além disso, adotou o programa “Qualidade selecionada, origem garantida”, que permite ao cliente acompanhar pela internet todo o processo da cadeia produtiva de itens de agricultura vendidos no Walmart. Fonte: SuperVarejo, dezembro 2010, pág. 12, e setembro 2010, pág. 24 Com o Programa Garantia de Origem, a rede tem conhecimento sobre 16% de toda sua cadeia de fornecedores de carnes e peixes. São 138 fazendas credenciadas, cujas informações sobre utilização de antibióticos, hormônios e o conteúdo das rações dos animais podem ser rastreadas. É também uma preocupação do grupo a escolha de fornecedores certificados e que busquem a melhoria de suas práticas, considerando que a carne é um vetor importante para a questão do desmatamento. WALMART CARREFOUR guia da loja verde 63
  • 68. Saiba mais sobre a carne orgânica O que é carne orgânica? A carne orgânica certificada é produzida a partir de um sistema ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável, que passa por auditoria e certificação e garante a produção da maneira mais natural possível, isenta de resíduos Qual a diferença entre a carne orgânica e a tradicional? Na aparência, a carne orgânica assemelha-se às carnes bovinas; a diferença está no modo de produção, que garante um produto de qualidade muito superior. Quais as vantagens para a saúde? Ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento completamente isento de resíduos químicos,pois a carne é produzida da maneira mais natural possível, com os animais sendo tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, vacinados e alimentados em pastos isentos de agrotóxicos. O processo de produção desta carne diferenciada garante o consumo de um alimento seguro e saudável. Quais as vantagens para o meio ambiente? A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado que seguem normas rígidas de certificação orgânica, as quais determinam um sistema de produção ambientalmente correto. Estas normas exigem primeiramente que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas na beira dos rios. Além do cumprimento da legislação ambiental, a certificação exige a proteção de nascentes e de corpos d’água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens e, por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva. Desde quando o Brasil produz carne orgânica? O Brasil tem um histórico de aproximadamente dez anos na produção desse tipo de alimento, mas só nos últimos três anos a cadeia produtiva vem se estruturando comercialmente. O objetivo é atender à demanda cada vez maior por alimentos que garantam a segurança alimentar, a proteção ao meio ambiente e a dignidade social. Por que a carne orgânica é pouco consumida no Brasil? Só recentemente a carne orgânica passou a ser explorada de maneira comercial. É uma cadeia produtiva em estruturação, e uma das prioridades é esclarecer ao consumidor as vantagens do produto em relação às carnes convencionais. De maneira geral, todos os produtos orgânicos são ainda pouco conhecidos. São percebidos pela população apenas como produtos sem agrotóxicos, mas, na verdade, possuem critérios ambientais e sociais importantíssimos. Onde encontrar carne orgânica? Atualmente, no Brasil, apenas uma indústria comercializa carne orgânica certificada, produzida por duas associações localizadas na bacia hidrográfica do Pantanal: a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor), em Mato Grosso, e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), em Mato Grosso do Sul. Os cortes de carne orgânica podem ser encontrados em grandes redes varejistas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Fonte:WWF Brasil (http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_e_carne_organica/) 64 guia da loja verde
  • 69.
  • 70. CConfeitaria e padaria Ébastante comum nas padarias urbanas o consumidor e funcionários utilizarem duas sacolas para embalar o pão: o saco de papel dentro da sacola descartável. Fique atento: seu supermercado não precisa oferecer a sacola descartável, porque os itens já estão embalados em papel. PADARIA XARIA COLETA SELETIVA PLÁSTICO METAL PAPEL VIDRO O O que você pode fazer: Embalar os produtos em papel ou vidro causa menos impacto no meio ambiente do que fazê-lo em isopor ou plástico Prefira embalar os alimentos em papel manteiga no lugar do filme plástico Atente para os desperdícios do processo: alimentos, energia, resíduos. Será que é preciso gastar o que sua loja gasta atualmente? Atente-se para os fornos elétricos, gás, óleos, gorduras etc. Ofereça opções saudáveis, como pães integrais e com cereais 66 guia da loja verde
  • 71. BRIQUETE A rede Carrefour está com novos fornos em algumas padarias, ainda em fase de testes. O novo forno elétrico por briquete, que funciona com um combinado de gás, micro-ondas e briquete, apresenta 20% a mais de eficiência na produção, o que pode trazer resultados de eficiência na comparação entre o gasto da energia e a produção. Vantagens Não possui aglutinantes, que geram fumaça e odores quando queimados É produzido a partir de resíduos selecionados,sem madeiras industrializadas como MDF, compensados e outros tipos que possuem produtos químicos em sua constituição Possui alto poder calorífico (4.600 kcal/kg) – o dobro da lenha (2.400 kcal/ kg) – e rende até cinco vezes mais, já que a lenha possui umidade de 35% a 45% e o briquete, 12%. Possui alta densidade, portanto ocupa pouco espaço. Para armazenar 1 tonelada de briquete, é necessário apenas 2 metros cúbicos. Possui embalagens limpas, sem insetos Pode ser facilmente quebrado para melhor acomodação Não apresenta sazonalidade, ou seja, a oferta é a mesma o ano todo Portanto o briquete é até seis vezes mais eficiente que a lenha na relação kg/m³, pois cada tonelada de briquete corresponde a 5,8 metros cúbicos de lenha. XLenha 1m³ de lenha = ± 330 kg 330 kg x 2.400 kcal/kg = 792.000 kcal/m³ Briquete 1.000 kg x 4600 kcal/kg = 4.600.000 kcal/kg guia da loja verde 67
  • 72. Contudo, existem pontos importantes que podem ser adaptados. Para os produtos individuais, verifique a possibilidade de trocar as embalagens plásticas e de isopor para as de papel ou papelão. Para embrulhos, lembre-se do papel manteiga, em lugar do filme plástico. Existe algum produto que pode ser vendido a granel, com embalagens reutilizáveis? Ofereça essa opção para os consumidores que requisitarem e influencie os demais. Para a limpeza, a utilização de água quente pode auxiliar a eliminação da gordura. Inclua opções mais saudáveis a seus clientes: alimentos integrais e ricos em fibras e vitaminas. Verifique se as sobras de comida podem ser encaminhadas a alguma entidade social. RRotisseria COLETA SELETIVA PLÁSTICO METAL PAPEL VIDRO Aseção tem características que dificultam a inserção de ações sustentáveis, como a venda de alimentos prontos e de fácil transporte. 68 guia da loja verde
  • 73. FFrutas, legumes e verduras (FLV) ORGÂNICOS A DOAÇÕES CAIXA VERDEAssim como a carne, este é um tema polêmico. A quantidade de alimentos com agrotóxicos e a necessidade da expansão de uma cultura orgânica são pontos bastante importantes a serem ponderados. Entretanto, os alimentos orgânicos ainda não são acessíveis a todos. guia da loja verde 69