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MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
1
Excertos da obra
«Descrição da Cidade de Lisboa»
(apresentação e notas de José da
Felicidade Alves). Lisboa: Livros Horizonte,
1988.
Damião de Góis
MOOC - LISBOA E O MAR
TEMA 1
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
2
[p.42]
O sítio da antiga cidade de Lisboa ocupava primitivamente apenas
uma colina elevada que se prolongava ate a margem do Tejo; mas
actualmente a sua extensao abarca varios montes e [p.43] vales. A
zona mais importante e mais famosa fica voltada para o nascente.
Nesta parte mais importante, depois de recebidas as aguas do Tejo, o
mar dilata-se num estuario de seis mil passos de largura.
[p.45]
Entao, da mesma banda, sobre a praia, ao chegar-se mais perto da
cidade, eis o baluarte de Belém.
E aí se nos depara um templo grandioso consagrado a Santíssima
Virgem, juntamente com um cenobio de monjes que professam a
regra de Sao Jeronimo. E construçao de incrível sumptuosidade e
magnificencia, que o proprio glorioso Rei D. Manuel, ainda em vida,
destinou e mandou erguer para seu mausoleu; todavia foi D. Joao III,
agora felizmente reinante, filho de D. Manuel, quem ordenou a
ampliaçao do monumento, que ainda anda em obras.
[p.46]
Em frente deste templo ergue-se uma Torre de quatro piso,
construída em pedra de cantaria. Foi tambem o ja mencionado Rei D.
Manuel que empreendeu a sua edificaçao sobre rochas lançadas ao
mar, de forma que, ficando cercada de agua por todos os lados, se
tornasse bem segura contra qualquer inesperada violencia ou
ataques dos inimigos; e, devido a estreiteza da passagem, tornasse
impossível a quaisquer navios conseguirem aproximar-se da cidade,
sem o consentimento dos que estavam de guarda a torre.
Daqui ate a primeira extremidade da urbe medeia uma distancia de
tres mil passos. Por todo este percurso podem observar-se multiplos
edifícios de quintas suburbanas, construídas com admiravel
elegancia e aprazimento; veem-se tambem campos e terrenos de
pastagens, alem de extraordinaria abundancia de todo o genero de
fruta, que ao simples olhar revela beleza e provoca o apetite.
Quanto ao interior da urbe, a sua grandeza e magnificencia sao
tamanhas que bem pode pedir meças a quaisquer das restantes
cidades daEuropa,tanto pelo numero dehabitantes como pela beleza
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
3
[p.48-49]
e variedade dos edifícios. Efectivamente, diz-se que conta mais de
vinte mil casas.
Grande percentagem destas, quer de pessoasda família e da nobreza,
quer de simples particulares, estao construídas com elegancia e
sumptuosidade verdadeiramente inacreditaveis; a ponto de ate as
paredes interiores, e as arcadas, serem recobertas inteiramente com
madeiras da Sarmacia e ornamentadas com obras de talha, de ouro, e
de pinturas de varias cores.
No litoral, nascem muitas fontes, com canalizaçoes subterraneas a
partir de diversos pontos da cidade, das quais a populaçao se
abastece de agua.
A uma delas chamam Chafariz d'El-Rei: construçao notavel, com
colunas e arcarias de marmore. Deita tal abundancia de agua, atraves
de seis bicas, que bastaria ela para dar de beber a toda a gente. Pelo
teorde pureza,sabore levezada sua agua,esta fonteiguala ousupera
todas as fontes que me lembro de ter visto. A agua brota morna; mas,
depois de repousar durante um breve espaço de tempo, fica muito
pura e fresquíssima que e um prazer bebe-la.
Perto daqui, mais duas fontes [ou chafarizes] jorram agua em grandes
borbotoes, que vao correndo parao mar como um regato. (....) sao de
grande utilidade para as lavadeiras, curtidores de peles e surradores.
[p.51]
Vamos pois percorrer, ao de leve e resumidamente, outros
monumentos que embelezam a cidade.
Passando em claro o antigo Paço d'El-Rei - obra que reflecte bem a
propria imagem da antiguidade -, situada no alto da cidadela que ja
de si esta no ponto mais elevado da cidade, diremos que Lisboa nos
nossos dias se engrandece principalmente por ter sete grandiosos
edifícios, magnanimamente construídos, por singular clarividencia
dos nossos reis, com incrível sumptuosidade.
De entres estes, o primeiro, para começarmos pela religiao, e a Igreja
da Misericórdia, toda ela elegantemente construída com cantaria
aparelhada. Mantem-se, nao por avultada renda de predios, nem por
inesgotaveisrendimentosanuais, como sucede coma maior partedas
instituiçoes reais dos nossos dias: mas apenas pela generosidade de
homens nobres e pessoas piedosas: mas de tal maneira que mal se
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
4
podecrerquao grandeeaquantidade dedinheiro gasto cada ano com
os pobres, recolhido assim por contribuiçao espontanea. (....)
[p.52-53-54]
Em segundo lugar, segue-se um outro exemplo de misericordia e
humanidade, ou seja, um sanatorio publico de pobres e doentes,
chamado Hospital de Todos-os-Santos.
(...)
Esta o edifício dividido em quatro claustros com jardins muito
aprazíveis; tem trinta e quatro arcadas para as quais, em toda a volta,
dao habitaçoes magníficas ocupadas com refeitorios e dormitorios,
providos convenientemente de camas e roupas limpíssimas.
(....)
Em frente do portal de entrada deste hospital estende-se uma vasta
esplanada, ou campo [Rossio], rodeada por uma serie quadrada de
belos edifícios, donde partem os vales de Santo Antao e da Mouraria
(....).
Na frontaria oposta, atravessando o Rossio para o ocidente, surge o
terceiro monumento: [o Paço dos Estaus] edifício deveras grandioso,
digno de ser visto pela sua admiravel arquitectura, que o Infante D.
Pedro, filho do Rei D. Joao I, mandou construir a custa da naçao,
enquanto foi Regente do Reino em nome de D. Afonso V, seu sobrinho
por parte do pai. A sua intençao, ao mandar edifica-lo ali, era apenas
para oferecer hospedagem aos embaixadores das naçoes e dosreinos
estrangeiros, que ali eram recebidos com todas as honras e
grandezas, por conta da fazenda publica.
(...)
Passamos pela Rua Nova d'El-Rei, repleta de gravadores, joalheiros,
lapidarios, ourives da prata, ourives do ouro, douradores,
cambiadores; e, cortando sempre a esquerda, chega-se a uma outra
rua, tambem chamada nova, a Rua Nova dos Mercadores, muito mais
ampla que as outras ruas, ornada de ambos os lados com belíssimos
edifícios. Aqui se juntam, a compita, todos os dias, comerciantes de
quase todas as partes e povos do mundo, com extraordinaria
concorrencia de gente, por causa das facilidades que o comercio e o
porto oferecem.
Avançando pelo mesmo caminho em direçao ao norte, depara-se a
mao esquerda o antigo posto fiscal; onde ate ha pouco se pagavam ao
Rei os impostos devidos pelas mercadorias importadas.
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
5
Em frente deste posto aparece a praça do chamado Pelourinho Velho.
Nesta praça se veem sempre muitos homens sentados em frente de
mesas, aquem poderíamoschamarnotariosoutabeliaes, emboranao
tenham nenhum cargo oficial. Todoseles ganhama vida pelo seguinte
processo: ouvindo com atençao os que a eles acodem e lhes expoem
os seus problemas, escrevem imediatamente e no mesmo lugar em
folhas de papel que entregam aos requerentes, recebendo a paga
conforme o assunto: de modo que estao sempre a postos para redigir
cartas, mensagens amorosas, elogios, discursos, epitafios, versos,
louvores, oraçoes funebres, petiçoes, notas e outras coisas do genero
que se lhes peça. Nunca vi fazer semelhante coisa em nenhuma outra
cidade da Europa.
[p.55]
Daqui, hauma ruaem linha recta paraaIgreja daMisericordia, deque
ja falamos. Encostado ao vestíbulo desta igreja, no lado nascente,
aparece-nos o quarto edifício, bem digno de eterna memoria do rei D.
Joao III. Trata-se de uma estrutura com duas alas, com magníficos
edifícios, com outras tantas galerias, e trinta e dois arcos de ambos os
lados, dotada de oitenta armazens, e tendo ao centro um patio liso e
estreito.
(...)
Este celeiro público foi ali estabelecido pelo magnífico e previdente
rei, com o objectivo de suprimir o imposto sobre o trigo e sobre os
demais cereais e legumes (...) na esperança de que os avantajados
lucrosfacultadosaoscomerciantesosmotivasseairem procurartrigo
fosse onde fosse e a traze-lo para ali.
(...)
Nas costas deste edifício, e a ele encostado, encontra-se a Alfândega
Nova, que se estende ate a beirinha do mar. E uma mole imensa de
pedra, escorada com grandes estacas muito juntas, espetadas a maço
no mar, e construída por ordem e a expensas do mesmo rei.
Atendendo a grandiosidade das edificaçoes e a beleza da construçao,
com razao me julguei obrigado a atribuir-lhe o quinto lugar nesta
serie.
Seguindo pelo mesmo caminho, no sentido da corrente do rio,
encontra-se um vasto campo, a partir da nova construçao da
alfandega e do celeiro (...).
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
6
[p.56]
Neste terreiro esta instalado o mercado do peixe e o mercado dos
doces: ali ocorrem, todos os dias, magotes de peixeiros, hortelaos,
confeiteiros, cortadores, padeiros, doceiros; a venderem tudo o que
trazem para alimento da cidade. Veem-se, alem disso, barracas bem
providas de comidas, de vinhos, de tendeiros, de estalajadeiros, de
teceloes.
(...)
Mas nao trouxe para aqui tal assunto, a nao ser para mostrar aos
estrangeiros a opulencia da cidade.
No canto ocidental deste terreiro (...) fica situado um edifício, a que
nos chamamos Casa de Ceuta, onde os comissarios regios dao
despacho as questoes relativas a guerra de Africa.
Nao longe desta casa, num renque contíguo de edifícios, ergue-se o
sexto monumento, realizado de feiçao maravilhosa, repleto de
abundantes presas e despojos de muitas gentes e povos.
[p.57-58]
Por ali se tratarem os negocios da India, o nosso povo da-lhe o nome
de Casa da Índia. Na minha opiniao, deveria antes chamar-se-lhe
emporio copiosíssimo dos aromas, perolas, rubis, esmeraldas e de
outras pedras preciosas que nos sao trazidas da India ano apos ano;
ou entao vastíssimo armazem de oiro e de prata, quer trabalhado
quer em barra. (...)
Desde o topo do Paço Real, grandioso e sumptuoso, que Dom Manuel
mandara construir para si, avança para o mar, como uma maquina de
guerra, uma vastíssima colunata, que limita pelo sul o terreiro a que
ja aludimos. No extremo da colunata, voltada ao nascente, ergue-se
sobranceira a praia uma torre de cantaria bem trabalhada.
(...)
Finalmente, perto do Paço Real [da Ribeira], (...) encontra-se o sétimo
e último monumento público. E dotado de um grande numero de
divisoes e dependencias, em todas as direcçoes, adornadas e
trabalhadas com arte. Sao tantas as entradas e tao diversas as saídas
nos compartimentos interiores que bem se poderia considerar um
autentico labirinto.
Aqui estabeleceram os nossos reis o Arsenal de Guerra, repleto de
ingente copia de todo o genero de armas, maquinas de guerra, de
MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA
(APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES).
7
morteiros,e detudo o mais que pertenceaconduçao decombates por
terra e por mar.
(...)
Em tres salas deste edifício estao guardadas, como em deposito, com
a maxima diligencia e limpeza, quarenta mil armaduras de infantaria,
mais de tresmil armadurascompletasde cavaleiros,alem dasquesao
movimentadas para exercícios quotidianos e extraordinarios.
Tambem aqui se guardam peças de artilharia de todas as especies (...)
assim como outras armas vulgares de arremesso (...) e ainda polvora
e balas de pedra e de ferro em tal abundancia que, se eu tentasse
esmiuçar e descrever as diversas formas, o numero, o peso de cada
uma delas, receio que se poderia supor que estava a apresentarnesta
obra falsidade em vez de factos verdadeiros. Por isso, contentem-se
com ler ou ouvir apenas o que aí vai.
[p.59]
A cidade, por aquela parte em que e banhada pelo mar (...) e
assinalada com vinte e duas portas, por ser a parte mais nobre. Na
parte voltada para terra tem dezasseis portas. E bem precisa de todas
elas, devido ao numero imenso de habitantes e a grande extensao do
seu perímetro.
Esta defendida por setenta e sete torres, colocadas ao longo do
circuito das muralhas.
As igrejas em que se administram os sacramentos a todos os fieis,
chamadas pelo nome grego de paroquias, sao em numero de vinte e
cinco; sem contar com muitos outros templos confiados a monges, a
frades e a freiras.
[p.60]
No que diz respeito a salubridade do lugar e da situaçao de Lisboa,
assim como a doçurado clima, etal asuavidadeea amenidade, etanta
a harmonia entre a terra e a atmosfera, que quase nao ha um unico
dia do ano em que se sinta ou calor ou frio excessivos. Daí resulta que
muitos estrangeiros, vindos de naçoes diversas e de regioes muito
afastadas, atraídos pela pureza do clima, para aqui imigram,
abandonando o seu torrao natal e os cuidados da sua patria, e aqui
fixam residencia definitiva e domicílio vitalício.
(...)

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Descrição da Cidade de Lisboa no Século XVI

  • 1. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 1 Excertos da obra «Descrição da Cidade de Lisboa» (apresentação e notas de José da Felicidade Alves). Lisboa: Livros Horizonte, 1988. Damião de Góis MOOC - LISBOA E O MAR TEMA 1
  • 2. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 2 [p.42] O sítio da antiga cidade de Lisboa ocupava primitivamente apenas uma colina elevada que se prolongava ate a margem do Tejo; mas actualmente a sua extensao abarca varios montes e [p.43] vales. A zona mais importante e mais famosa fica voltada para o nascente. Nesta parte mais importante, depois de recebidas as aguas do Tejo, o mar dilata-se num estuario de seis mil passos de largura. [p.45] Entao, da mesma banda, sobre a praia, ao chegar-se mais perto da cidade, eis o baluarte de Belém. E aí se nos depara um templo grandioso consagrado a Santíssima Virgem, juntamente com um cenobio de monjes que professam a regra de Sao Jeronimo. E construçao de incrível sumptuosidade e magnificencia, que o proprio glorioso Rei D. Manuel, ainda em vida, destinou e mandou erguer para seu mausoleu; todavia foi D. Joao III, agora felizmente reinante, filho de D. Manuel, quem ordenou a ampliaçao do monumento, que ainda anda em obras. [p.46] Em frente deste templo ergue-se uma Torre de quatro piso, construída em pedra de cantaria. Foi tambem o ja mencionado Rei D. Manuel que empreendeu a sua edificaçao sobre rochas lançadas ao mar, de forma que, ficando cercada de agua por todos os lados, se tornasse bem segura contra qualquer inesperada violencia ou ataques dos inimigos; e, devido a estreiteza da passagem, tornasse impossível a quaisquer navios conseguirem aproximar-se da cidade, sem o consentimento dos que estavam de guarda a torre. Daqui ate a primeira extremidade da urbe medeia uma distancia de tres mil passos. Por todo este percurso podem observar-se multiplos edifícios de quintas suburbanas, construídas com admiravel elegancia e aprazimento; veem-se tambem campos e terrenos de pastagens, alem de extraordinaria abundancia de todo o genero de fruta, que ao simples olhar revela beleza e provoca o apetite. Quanto ao interior da urbe, a sua grandeza e magnificencia sao tamanhas que bem pode pedir meças a quaisquer das restantes cidades daEuropa,tanto pelo numero dehabitantes como pela beleza
  • 3. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 3 [p.48-49] e variedade dos edifícios. Efectivamente, diz-se que conta mais de vinte mil casas. Grande percentagem destas, quer de pessoasda família e da nobreza, quer de simples particulares, estao construídas com elegancia e sumptuosidade verdadeiramente inacreditaveis; a ponto de ate as paredes interiores, e as arcadas, serem recobertas inteiramente com madeiras da Sarmacia e ornamentadas com obras de talha, de ouro, e de pinturas de varias cores. No litoral, nascem muitas fontes, com canalizaçoes subterraneas a partir de diversos pontos da cidade, das quais a populaçao se abastece de agua. A uma delas chamam Chafariz d'El-Rei: construçao notavel, com colunas e arcarias de marmore. Deita tal abundancia de agua, atraves de seis bicas, que bastaria ela para dar de beber a toda a gente. Pelo teorde pureza,sabore levezada sua agua,esta fonteiguala ousupera todas as fontes que me lembro de ter visto. A agua brota morna; mas, depois de repousar durante um breve espaço de tempo, fica muito pura e fresquíssima que e um prazer bebe-la. Perto daqui, mais duas fontes [ou chafarizes] jorram agua em grandes borbotoes, que vao correndo parao mar como um regato. (....) sao de grande utilidade para as lavadeiras, curtidores de peles e surradores. [p.51] Vamos pois percorrer, ao de leve e resumidamente, outros monumentos que embelezam a cidade. Passando em claro o antigo Paço d'El-Rei - obra que reflecte bem a propria imagem da antiguidade -, situada no alto da cidadela que ja de si esta no ponto mais elevado da cidade, diremos que Lisboa nos nossos dias se engrandece principalmente por ter sete grandiosos edifícios, magnanimamente construídos, por singular clarividencia dos nossos reis, com incrível sumptuosidade. De entres estes, o primeiro, para começarmos pela religiao, e a Igreja da Misericórdia, toda ela elegantemente construída com cantaria aparelhada. Mantem-se, nao por avultada renda de predios, nem por inesgotaveisrendimentosanuais, como sucede coma maior partedas instituiçoes reais dos nossos dias: mas apenas pela generosidade de homens nobres e pessoas piedosas: mas de tal maneira que mal se
  • 4. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 4 podecrerquao grandeeaquantidade dedinheiro gasto cada ano com os pobres, recolhido assim por contribuiçao espontanea. (....) [p.52-53-54] Em segundo lugar, segue-se um outro exemplo de misericordia e humanidade, ou seja, um sanatorio publico de pobres e doentes, chamado Hospital de Todos-os-Santos. (...) Esta o edifício dividido em quatro claustros com jardins muito aprazíveis; tem trinta e quatro arcadas para as quais, em toda a volta, dao habitaçoes magníficas ocupadas com refeitorios e dormitorios, providos convenientemente de camas e roupas limpíssimas. (....) Em frente do portal de entrada deste hospital estende-se uma vasta esplanada, ou campo [Rossio], rodeada por uma serie quadrada de belos edifícios, donde partem os vales de Santo Antao e da Mouraria (....). Na frontaria oposta, atravessando o Rossio para o ocidente, surge o terceiro monumento: [o Paço dos Estaus] edifício deveras grandioso, digno de ser visto pela sua admiravel arquitectura, que o Infante D. Pedro, filho do Rei D. Joao I, mandou construir a custa da naçao, enquanto foi Regente do Reino em nome de D. Afonso V, seu sobrinho por parte do pai. A sua intençao, ao mandar edifica-lo ali, era apenas para oferecer hospedagem aos embaixadores das naçoes e dosreinos estrangeiros, que ali eram recebidos com todas as honras e grandezas, por conta da fazenda publica. (...) Passamos pela Rua Nova d'El-Rei, repleta de gravadores, joalheiros, lapidarios, ourives da prata, ourives do ouro, douradores, cambiadores; e, cortando sempre a esquerda, chega-se a uma outra rua, tambem chamada nova, a Rua Nova dos Mercadores, muito mais ampla que as outras ruas, ornada de ambos os lados com belíssimos edifícios. Aqui se juntam, a compita, todos os dias, comerciantes de quase todas as partes e povos do mundo, com extraordinaria concorrencia de gente, por causa das facilidades que o comercio e o porto oferecem. Avançando pelo mesmo caminho em direçao ao norte, depara-se a mao esquerda o antigo posto fiscal; onde ate ha pouco se pagavam ao Rei os impostos devidos pelas mercadorias importadas.
  • 5. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 5 Em frente deste posto aparece a praça do chamado Pelourinho Velho. Nesta praça se veem sempre muitos homens sentados em frente de mesas, aquem poderíamoschamarnotariosoutabeliaes, emboranao tenham nenhum cargo oficial. Todoseles ganhama vida pelo seguinte processo: ouvindo com atençao os que a eles acodem e lhes expoem os seus problemas, escrevem imediatamente e no mesmo lugar em folhas de papel que entregam aos requerentes, recebendo a paga conforme o assunto: de modo que estao sempre a postos para redigir cartas, mensagens amorosas, elogios, discursos, epitafios, versos, louvores, oraçoes funebres, petiçoes, notas e outras coisas do genero que se lhes peça. Nunca vi fazer semelhante coisa em nenhuma outra cidade da Europa. [p.55] Daqui, hauma ruaem linha recta paraaIgreja daMisericordia, deque ja falamos. Encostado ao vestíbulo desta igreja, no lado nascente, aparece-nos o quarto edifício, bem digno de eterna memoria do rei D. Joao III. Trata-se de uma estrutura com duas alas, com magníficos edifícios, com outras tantas galerias, e trinta e dois arcos de ambos os lados, dotada de oitenta armazens, e tendo ao centro um patio liso e estreito. (...) Este celeiro público foi ali estabelecido pelo magnífico e previdente rei, com o objectivo de suprimir o imposto sobre o trigo e sobre os demais cereais e legumes (...) na esperança de que os avantajados lucrosfacultadosaoscomerciantesosmotivasseairem procurartrigo fosse onde fosse e a traze-lo para ali. (...) Nas costas deste edifício, e a ele encostado, encontra-se a Alfândega Nova, que se estende ate a beirinha do mar. E uma mole imensa de pedra, escorada com grandes estacas muito juntas, espetadas a maço no mar, e construída por ordem e a expensas do mesmo rei. Atendendo a grandiosidade das edificaçoes e a beleza da construçao, com razao me julguei obrigado a atribuir-lhe o quinto lugar nesta serie. Seguindo pelo mesmo caminho, no sentido da corrente do rio, encontra-se um vasto campo, a partir da nova construçao da alfandega e do celeiro (...).
  • 6. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 6 [p.56] Neste terreiro esta instalado o mercado do peixe e o mercado dos doces: ali ocorrem, todos os dias, magotes de peixeiros, hortelaos, confeiteiros, cortadores, padeiros, doceiros; a venderem tudo o que trazem para alimento da cidade. Veem-se, alem disso, barracas bem providas de comidas, de vinhos, de tendeiros, de estalajadeiros, de teceloes. (...) Mas nao trouxe para aqui tal assunto, a nao ser para mostrar aos estrangeiros a opulencia da cidade. No canto ocidental deste terreiro (...) fica situado um edifício, a que nos chamamos Casa de Ceuta, onde os comissarios regios dao despacho as questoes relativas a guerra de Africa. Nao longe desta casa, num renque contíguo de edifícios, ergue-se o sexto monumento, realizado de feiçao maravilhosa, repleto de abundantes presas e despojos de muitas gentes e povos. [p.57-58] Por ali se tratarem os negocios da India, o nosso povo da-lhe o nome de Casa da Índia. Na minha opiniao, deveria antes chamar-se-lhe emporio copiosíssimo dos aromas, perolas, rubis, esmeraldas e de outras pedras preciosas que nos sao trazidas da India ano apos ano; ou entao vastíssimo armazem de oiro e de prata, quer trabalhado quer em barra. (...) Desde o topo do Paço Real, grandioso e sumptuoso, que Dom Manuel mandara construir para si, avança para o mar, como uma maquina de guerra, uma vastíssima colunata, que limita pelo sul o terreiro a que ja aludimos. No extremo da colunata, voltada ao nascente, ergue-se sobranceira a praia uma torre de cantaria bem trabalhada. (...) Finalmente, perto do Paço Real [da Ribeira], (...) encontra-se o sétimo e último monumento público. E dotado de um grande numero de divisoes e dependencias, em todas as direcçoes, adornadas e trabalhadas com arte. Sao tantas as entradas e tao diversas as saídas nos compartimentos interiores que bem se poderia considerar um autentico labirinto. Aqui estabeleceram os nossos reis o Arsenal de Guerra, repleto de ingente copia de todo o genero de armas, maquinas de guerra, de
  • 7. MOOC LISBOA E O MAR – TEMA 1 | EXCERTO DE DESCRIÇÃO DA CIDADE DE LISBOA (APRESENTAÇÃO E NOTAS DE JOSÉ DA FELICIDADE ALVES). 7 morteiros,e detudo o mais que pertenceaconduçao decombates por terra e por mar. (...) Em tres salas deste edifício estao guardadas, como em deposito, com a maxima diligencia e limpeza, quarenta mil armaduras de infantaria, mais de tresmil armadurascompletasde cavaleiros,alem dasquesao movimentadas para exercícios quotidianos e extraordinarios. Tambem aqui se guardam peças de artilharia de todas as especies (...) assim como outras armas vulgares de arremesso (...) e ainda polvora e balas de pedra e de ferro em tal abundancia que, se eu tentasse esmiuçar e descrever as diversas formas, o numero, o peso de cada uma delas, receio que se poderia supor que estava a apresentarnesta obra falsidade em vez de factos verdadeiros. Por isso, contentem-se com ler ou ouvir apenas o que aí vai. [p.59] A cidade, por aquela parte em que e banhada pelo mar (...) e assinalada com vinte e duas portas, por ser a parte mais nobre. Na parte voltada para terra tem dezasseis portas. E bem precisa de todas elas, devido ao numero imenso de habitantes e a grande extensao do seu perímetro. Esta defendida por setenta e sete torres, colocadas ao longo do circuito das muralhas. As igrejas em que se administram os sacramentos a todos os fieis, chamadas pelo nome grego de paroquias, sao em numero de vinte e cinco; sem contar com muitos outros templos confiados a monges, a frades e a freiras. [p.60] No que diz respeito a salubridade do lugar e da situaçao de Lisboa, assim como a doçurado clima, etal asuavidadeea amenidade, etanta a harmonia entre a terra e a atmosfera, que quase nao ha um unico dia do ano em que se sinta ou calor ou frio excessivos. Daí resulta que muitos estrangeiros, vindos de naçoes diversas e de regioes muito afastadas, atraídos pela pureza do clima, para aqui imigram, abandonando o seu torrao natal e os cuidados da sua patria, e aqui fixam residencia definitiva e domicílio vitalício. (...)