1) O documento discute critérios para seleção e avaliação de livros infantis e juvenis, incluindo qualidade literária, linguagem apropriada e capacidade de atrair e engajar leitores iniciantes.
2) É importante considerar a perspectiva da criança ao selecionar obras e reconhecer as especificidades dos leitores mais jovens.
3) A seleção deve priorizar obras que proporcionem prazer, despertando o interesse pela leitura, mas é preciso ir além de listas de recomendação
Da crítica e da seleção de livros para crianças e jovens
1. Da crítica e da seleção de livros para crianças e jovens: ELIANA YUNES FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ACERVO Leandro Negreiros
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4. Seleção é censura? SUPERAÇÃO "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão” (Monteiro Lobato). A obra “[...] só deve ser utilizada no contexto da educação escolar quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil” (Parecer CNE/CEB 15/2010)
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18. "Acocorada junto às pedras que serviam de trempe, a saia de ramagens entalada entre as coxas, sinha Vitória soprava o fogo. Uma nuvem de cinza voou dos tições e cobriu-lhe a cara, a fumaça inundou-lhe os olhos, o rosário de contas brancas e azuis desprendeu-se do cabeção e bateu na panela. Sinha Vitória limpou as lágrimas com as costas das mãos, encarquilhou as pálpebras, meteu o rosário no seio e continuou a soprar com vontade, enchendo muito as bochechas. Labaredas lamberam as achas de angico, esmoreceram, tornaram a levantar-se e espalharam-se entre as pedras. Sinha Vitória aprumou o espinhaço e agitou o abano. Uma chuva de faíscas mergulhou num banho luminoso a cachorra Baleia, que se enroscava no calor e cochilava embalada pelas emanações da comida. Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou, retirou-se prudentemente, receosa de sapecar o pêlo, e ficou observando maravilhada as estrelinhas vermelhas que se apagavam antes de tocar o chão. Aprovou com um movimento a cauda aquele fenômeno e desejou expressar a sua admiração à dona. Chegou-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se nas pernas traseiras, imitando gente. Mas sinhá Vitória não queria saber de elogios. - Arreda! Deu um pontapé na cachorra, que se afastou humilhada e com sentimentos de revolucionários. RAMOS, Graciliano, Vidas Secas, Rio,São Paulo: Record, 1999, p. 39.
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23. - A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.[...] A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre. - E depois que morre? - perguntou o Visconde. - Depois que morre, vira hipótese. É ou não é? (Monteiro Lobato)
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25. A NOVA ROUPA DO IMPERADOR Hans Christian Andersen “ Há muitos e muitos anos havia um Imperador tão apaixonado pelas roupas novas, que gastava com elas todo o dinheiro que possuía. Pouco se incomodava com seus soldados, com o teatro ou com os passeios pelos bosques, contanto que pudesse vestir seus trajes. Tinha um para cada hora do dia, e, ao invés de se dizer dele o que se diz de qualquer imperador: "Está na Câmara do Conselho, dizia-se sempre a mesma coisa: "0 Imperador está se vestindo". Na capital em que ele vivia, a vida era muito alegre; todos os dias chegavam multidões de forasteiros para visitá-la, e, entre eles, certa ocasião chegaram dois vigaristas. Fingiram-se de tecelões, dizendo-se capazes de tecer os tecidos mais maravilhosos do mundo. E não somente as cores e os desenhos eram magníficos como também os trajes que se faziam com aqueles tecidos que possuíam a qualidade especial de serem invisíveis para qualquer pessoa que não tivesse as qualidades necessárias para desempenhar suas funções e também que fossem muito tolas e presunçosas. - Devem ser trajes magníficos - pensou o Imperador. - E se eu vestisse um deles, poderia descobrir todos aqueles que em meu reino carecessem das qualidades necessárias para desempenhar seus cargos. E também poderei distinguir os tolos dos inteligentes. Sim, estou decidido a mandar tecer uma roupa para mim, a qual me servirá para tais descobertas. Entregou a um dos tecelões uma grande quantia como adiantamento, a fim de que o dois pudessem começar imediatamente com c esperado trabalho. Os dois vigaristas prepararam os teares e fingiram entregar-se ao trabalho de tecer mas o certo é que no mesmo não havia nenhum fio nas lançadeiras. Antes de começar pediram uma certa quantidade da seda mais fina e fio de ouro da maior pureza e guardaram tudo em seus alforjes e depois começaram a trabalhar, isto é, fingindo fazê-lo, com os teares vazios”.
28. Título: Óperas para crianças: A Flauta Mágica Adaptação: Ruth Rocha Ilustrações: Odiléia Setti Toscano Editora Callis, São Paulo - 1994 Título: Alice no País das Maravilhas Adaptação: Monteiro Lobato