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                       Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116
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    CONTROLES FINANCEIROS: UM ENFOQUE ACERCA DAS FINANÇAS
                        EMPRESARIAIS

                                                                             Mariane Litenski1
                                                                           Jeferson Lozeckyi2

                                                        Aprovado em 12 de setembro de 2006

RESUMO

O presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de chamar a atenção dos
Micro e Pequenos Empresários para a administração financeira de seus
empreendimentos. Consciente da falta de conhecimentos, por parte dos
empresários, sobre as finanças empresariais, reuniu-se assuntos fundamentais à
boa administração financeira. Foram evidenciados conceitos sobre a importância
da Administração Financeira e do Administrador Financeiro, bem como os
Demonstrativos Financeiros utilizados para o desempenho de suas funções e,
ainda, uma visão geral sobre a situação da Administração Financeira das Micro e
Pequenas Empresas.
Palavras-chave: Administração Financeira, Administrador Financeiro, Fluxo de
Caixa, Micro e Pequenas Empresas.

ABSTRACT

The present article was developed with the objective to call the attention of Small
and Micro entrepreneurs to the Financial Administration of their enterprises.
Conscious of the lack of knowledge, by the entrepreneurs, on enterprise
finances, it was collected essential subjects to good Financial Administration. It
has been evidenced concepts on the importance of Financial Administration and
the Financial Administrator, as well as the Financial Demonstratives used for the
performance of its functions and also a general vision on the situation of Small
and Micro Enterprises Financial Administration.
Key words: Financial Administration, Financial Administrator, Money flow , Small
and Micro Enterprises.

1 INTRODUÇÃO

     A história vem provando que a sociedade depende de registros contábeis
e econômico-financeiro para obter bons desempenhos quer no campo
1
  Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação latu sensu) em Controladoria Estratégica e
Finanças. UNICENTRO. 2006.
2
  Professor Orientador. Ms em Ciências Sociais e Aplicadas - Contabilidade. Departamento de Ciências
Contábeis. UNICENTRO.




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Empresariais
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                    Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116
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governamental, empresarial ou mesmo familiar. Hoje, esses conceitos são fortes
aliados aos empresários, fornecendo relatórios que podem ser analisados e a
partir daí diagnosticar a situação financeira da empresa.
        Justifica-se o presente artigo, como sendo uma forma de apoio aos
microempresários, fazendo com que eles possam planejar, implementar e
controlar suas tomadas de decisões dentro da empresa, preenchendo a lacuna
existente no mercado acerca do assunto controles financeiros.
        Primeiramente, faz-se uma análise sobre a Função Financeira na
Empresa, apresentando conceitos e objetivos da administração financeira e do
administrador financeiro.
        Em seguida são demonstradas as Ferramentas Financeiras utilizadas
pelo administrador financeiro no desempenho de suas funções, conceitos e
objetivos sobre o Fluxo de Caixa, Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos (DOAR).
        Após, é apresentada a metodologia utilizada na realização do artigo, os
métodos e procedimentos a serem utilizados na coleta de material, análise do
material e obtenção de informações.
Por fim, são tratados alguns aspectos da classificação, das características,
pontos fortes e fracos da situação das Micro e Pequenas Empresas Brasileiras.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Função Financeira na Empresa
2.1.1 Definição e objetivos da administração financeira
       Administração Financeira compreende o registro e análise da vida
econômica da empresa, metas a serem atingidas em determinado prazo,
gerência das fontes de renda e dos investimentos destinados a gerar recursos
que a sustentem. Trata das atividades de controle contábil, abrangendo tanto a
contabilidade comercial quanto a fiscal, o controle financeiro das contas a
receber e dos valores a pagar, bem como distribuição dos recursos na empresa.
Trata também das responsabilidades de manter um fluxo contínuo de recursos,
para que não sejam adiadas decisões importantes para a vida da organização.
       Segundo SANVICENTE (1987, p.21), “o objetivo básico da administração
financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento dos
proprietários, visando à rentabilidade máxima, sem comprometer a liquidez da
empresa”.
       Para LIMA (1980, p.11) a Administração Financeira tem por objetivos:

               “1) Manter a empresa em permanente situação de liquidez, como
               condição básica ao desenvolvimento normal de suas atividades;
               2) Obter novos recursos para planos de expansão, com base em
               estudos de viabilidade econômico-financeiro e aos menores



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               custos possível; 3) Assegurar o necessário equilíbrio entre os
               objetivos de lucro e os de liquidez financeira, quantificando os
               planos de expansão de acordo com as possibilidades de
               obtenção de recursos, próprios ou de terceiros”.

2.1.2 Importância da Administração Financeira para as Empresas
        A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande
parte, do tamanho da empresa. Segundo GITMAN (1984, p.9):

               “em empresas pequenas, a função financeira é geralmente
               realizada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a
               empresa cresce, a importância da função financeira leva à criação
               de um Departamento Financeiro, uma unidade organizacional
               autônoma, ligada diretamente ao Presidente da companhia,
               através de um Vice-Presidente de Finanças”.

       A figura 1 mostra um organograma destacando a estrutura da atividade
financeira dentro da empresa. Reportando ao Vice-Presidente de Finanças estão
o Tesoureiro e o “Controller”.
                        Figura 1 – Organograma Financeiro.

                                       PRESIDENTE




   VICE-PRESIDENTE DE              VICE-PRESIDENTE DE               VICE-PRESIDENTE DE
       PRODUÇÃO                         FINANÇAS                        MARKETING




                    TESOUREIRO                           CONTROLLER


Fonte: GITMAN, (1984, p.10)
        O tesoureiro é responsável pelo planejamento, controle e movimentação
de recursos financeiros e o “controller” é responsável pelo planejamento,
controle e análise das operações e investimentos. Ambos fornecem ao
administrador financeiro o suporte necessário para a tomada de decisões.
        A Administração Financeira é importante em todos os tipos de negócio,
incluindo-se bancos e outras instituições financeiras, bem como indústrias e
empresas varejistas. Ela também é importante em operações governamentais e
escolas. Tem a responsabilidade de buscar e utilizar efetivamente os recursos
necessários, visando o funcionamento eficiente da empresa. Essa dualidade de




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responsabilidade leva a entender que as dimensões da administração financeira
são muito mais vastas e mais complexas do que a mera aquisição de tais
recursos.
        Uma vez obtidos recursos, seja para ampliar a capacidade de produção,
seja para financiar maior volume de vendas, ou para qualquer outra modalidade
de aplicação, inicia-se uma série de medidas que a empresa precisa tomar com
a finalidade de obter o maior e melhor rendimento possível, tendo sempre em
mente sua responsabilidade perante a coletividade na qual existe, os
funcionários que nela colaboram, bem como os proprietários e terceiros,
fornecedores dos recursos necessários à empresa.

2.1.3 Atribuições do Administrador Financeiro de uma Empresa
       O Administrador Financeiro contribui consideravelmente com os
conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e
operações existentes em função do negócio da empresa. É um profissional que
cuida das finanças, cumprindo seus compromissos nas datas dos vencimentos,
captando recursos, quando necessário, a um custo mais baixo. Ou ainda, num
panorama melhor, aplicando as sobras nos investimentos mais atraentes.
       Segundo GITMAN (1984, p.20), “já que a maioria das tomadas de
decisões da empresa é medida em termos financeiros, não surpreende que o
administrador financeiro desempenhe um papel-chave na operação da
empresa”. É importante que todos os responsáveis por decisões, independente
de sua área de atuação, tenham uma visão básica sobre a função financeira.
       Para SANVICENTE (1987, p.17):

               “o Administrador Financeiro é o individuo ou grupo de indivíduos
               preocupados com (1) a obtenção de recursos monetários para
               que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e
               expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2)
               a análise da maneira (eficiência) com a qual os recursos obtidos
               são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de
               atuação da empresa”.

      Sendo assim, destaca-se três funções básicas do Administrador
Financeiro que são:
   ● Análise, planejamento e controle financeiro – envolve a transformação
      dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a
      posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da
      capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento deve ser
      feito.
   ● Administração da estrutura do ativo da empresa – compete ao
      administrador financeiro determinar a composição e os tipos de ativos



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        encontrados no Balanço da empresa. As decisões de investimentos
        dizem respeito à destinação dos recursos financeiros para aplicação em
        ativos circulantes, realizáveis a longo prazo e permanente, considerando-
        se aqui os riscos e retornos existentes em operações que viabilizem as
        respectivas aplicações dos recursos financeiros.
    ● Administração da estrutura financeira da empresa – deve avaliar a
        composição mais adequada de financiamento e saber quais as melhores
        fontes de financiamento para a empresa a curto e a longo prazo.
        Essas três funções do administrador financeiro estão refletidas no
Balanço, pois mostra a posição financeira da empresa num determinado
momento. É tarefa do Administrador Financeiro inspecionar as operações da
empresa e procurar áreas que mostrem problemas e áreas que possam ser
melhoradas.
        O Administrador Financeiro analisa os dados de modo a orientar o
progresso da empresa, ao administrar o ativo e a estrutura financeira da
empresa, toma decisões que afetam bastante a saúde da empresa, refletida no
seu balanço. Segundo GITMAN (1984, p.20) “o administrador financeiro precisa
realizar suas funções, tendo em vista o objetivo global da empresa de maximizar
a riqueza dos proprietários, que é uma estratégia mais importante do que a
maximização do lucro”.

2.1.4 A Meta do Administrador Financeiro
       O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos
proprietários da empresa. Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é
sempre a maximização do lucro; outros crêem que é a maximização da riqueza.
       Segundo GITMAN (1984, p.11), “a maximização da riqueza é a
abordagem preferida por cinco razões básicas: considera (1) o retorno realizável
do proprietário, (2) uma perspectiva a longo prazo, (3) a época de ocorrência dos
retornos, (4) risco e (5) a distribuição dos retornos”.
       Parafraseando GITMAN, pode se dizer que o proprietário de uma ação
possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos
periódicos de dividendos, ou através de valorizações no preço da ação, ou
ambos. Cabe então ao administrador financeiro maximizar essa riqueza.
       A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a
maximização da riqueza considera o longo prazo. As conseqüências da
maximização do lucro a curto prazo refletem no preço corrente da ação, que
pode ser menor do que se a empresa tivesse adotado uma estratégia de longo
prazo.
       A abordagem de maximização do lucro não reflete diferenças na época
de ocorrência de retornos, ao passo que a maximização da riqueza tende a
considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior
importância a um investimento que ofereça os maiores retornos totais, enquanto




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que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época
de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação.
        A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da
riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa básica na
administração financeira é que existe uma relação entre risco e retorno, os
acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco e
vice-versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o
risco ao avaliarem investimentos potenciais.
        O uso do objetivo da maximização do lucro não permite considerar que
os acionistas possam desejar receber uma parte dos retornos da empresa sob a
forma de dividendos periódicos. A estratégia da maximização da riqueza leva em
conta o fato de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular,
independentemente do seu montante. Os administradores financeiros devem
reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua
ação para tipos particulares de investidores. Esse efeito clientela é usado para
explicar o efeito de uma política de dividendos sobre o valor de mercado de
ação.
        Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno realizável
dos proprietários, considera as perspectivas de longo prazo da empresa, reflete
diferenças na época de ocorrência dos retornos. Além disso, considera o risco e
reconhece a importância da distribuição de retornos, a maximização da riqueza
refletida no preço da ação, considerada a meta da administração financeira. A
maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da
riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos
simultaneamente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos
lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza.

2.2. ferramentas Financeiras
        No desempenho de suas funções, o Administrador Financeiro deve ter
conhecimento das diversas demonstrações financeiras existentes, o que vem de
encontro com as palavras de GITMAN (1997, p.66), “é fundamental entender as
demonstrações financeiras para administrar um negócio e saber como ele opera.
As demonstrações financeiras fornecem uma rápida visão intuitiva da situação
da empresa, um ponto de partida para análises posteriores”.
        Entre elas pode-se citar:
    ● Fluxo de Caixa;
    ● Balanço Patrimonial;
    ● Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
    ● Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).




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2.2.1. Fluxo de Caixa
        Fluxo de Caixa é um controle adotado pelo administrador financeiro que
tem como objetivo básico, a projeção das entradas e saídas de recursos
financeiros para determinado período, visando identificar a necessidade de
captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações rentáveis
para a empresa.
        Segundo HOJI (2001, p.161):

               “para otimizar os recursos financeiros, a projeção do fluxo de
               caixa deve ser feita para um período de abrangência que permita
               ao tesoureiro tomar providencias com antecedência suficiente,
               principalmente, em casos de necessidade de cobertura de
               insuficiência de caixa, pois a efetivação de algumas modalidades
               de financiamento requer meses de planejamento e preparativos”.

     Como objetivos básicos do fluxo de caixa, pode-se destacar:
   ● honrar os compromissos nos prazos estabelecidos, evitando o
     pagamento de juros e multas. Através do fluxo de caixa o administrador
     financeiro prevê a falta de recursos;
   ● investir os recursos financeiros disponíveis, evitando que fiquem parados;
   ● saber antecipadamente quando faltará recurso para a empresa;
   ● analisar as melhores fontes de recursos para a empresa, tais como
     descontos, empréstimos, linhas de crédito;
   ● buscar o equilíbrio entre a liquidez e a rentabilidade;
   ● demais objetivos que visem o bom desempenho financeiro da empresa.

2.2.2 A Importância do Fluxo de Caixa
       Apesar de os objetivos citados já darem uma idéia da importância de
Fluxo de Caixa, pode-se dizer que ele é de suma relevância em uma empresa. É
através dele que o administrador financeiro, prevê antecipadamente a
necessidade de recursos para cumprir seus compromissos em seus respectivos
vencimentos ou seus excessos de disponibilidade para a escolha da melhor
forma de aplicação.
       Outra função importante é que pelas informações demonstradas no Fluxo
de Caixa, pode-se evitar a programação de desembolsos desnecessários em
períodos de baixo ou nenhum ingresso, ou seja, programar os desembolsos
conforme o grau de sua importância.
Nesse sentido contribui ZDANOWICZ (2002, p.33):

                “Com base nos registros dos recebimentos e pagamentos de
                caixa, a empresa poderá programar as suas necessidades
                financeiras, bem como aplicar os possíveis excedentes de forma



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                segura e rentável. O fluxo de caixa é o instrumento que permite
                demonstrar as operações financeiras que serão realizadas pela
                empresa, facilitando a analise e decisão, de comprometer os
                recursos financeiros, de selecionar o uso das linhas de crédito
                menos onerosas, de determinar o quanto à organização dispõe
                de capitais próprios, bem como utilizar as disponibilidades da
                melhor forma possível”.

       Deduz-se assim que o Fluxo de Caixa é de vital importância para a
continuidade da empresa.

2.2.3 Gerenciamento do Fluxo de Caixa
        Os relatórios provenientes do sistema contábil são os principais
instrumentos de gestão empresarial, tendo como objetivo fornecer informações
relevantes para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança.
No entanto, com a crescente complexidade das organizações empresariais,
somente com as informações clássicas da Contabilidade, ou seja, Balanço
Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício - DRE e Demonstração de
Origem e Aplicação dos Recursos - DOAR, dificilmente o gestor terá
conhecimento imediato e oportuno da verdadeira liquidez da sua empresa. Não
basta a empresa apresentar lucro contábil. É preciso que a equação "Ativo
Circulante vs. Passivo Circulante" esteja compatível com sua necessidade de
capital de giro. Isso faz com que o gestor se utilize de todos os instrumentos
disponíveis que, juntamente com os demais demonstrativos contábeis, ajude-o a
interpretar a realidade financeira da empresa, conhecendo e coibindo eventos
estranhos que possam afetar o seu desempenho financeiro.
        Assim, conforme SÁ (1998), o Fluxo de Caixa apresenta-se como uma
ferramenta de aferição e interpretação das variações dos saldos do Disponível
da empresa. É o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas
a Pagar, de tal forma que, quando se comparam as contas recebidas com as
contas pagas tem-se o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as
contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado. O
fluxo de caixa é o produto final da integração do Contas a Receber com o
Contas a Pagar.
        O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da
empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao
gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos
financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o
futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que
se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para
enfrentar a escassez ou o excesso de recursos.
        Por outro lado é importante ressaltar que o fluxo de caixa também
apresenta suas limitações, uma delas é a incapacidade de fornecer informações



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precisas sobre o lucro e sobre os custos dos produtos da empresa. Isso porque
as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não pelo
regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um
instrumento de controle e análise financeira que juntamente com as demais
demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de apoio à
tomada de decisões de caráter financeiro.

2.2.4 Tipos de Fluxo de Caixa
2.2.4.1 Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico
         A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram
as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa em determinado
período. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar
análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado.
         Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que existe
entre os fluxo de caixa realizado e o projetado. Isso possibilita identificar os
motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou por
falhas de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite
identificar as causas de eventuais divergências de valores; funciona como
feedback, gerando informações para o processo decisório e para o planejamento
financeiro futuro.

2.2.4.2 Fluxo de Caixa Projetado
         O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se
comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado
período, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. A curto prazo busca-se
identificar os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período
projetado, para que através dessas informações se possa traçar uma adequada
política financeira. A longo prazo, o fluxo de caixa projetado, além de identificar
os possíveis excessos ou escassez de recursos, visa também obter outras
informações importantes, tais como:
    ● verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para
         custear suas operações;
    ● determinar o capital em giro no período;
    ● determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF = capital
         em giro / capital de giro da empresa);
    ● determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa;
         etc.
         Pode-se observar que o Fluxo de Caixa Histórico limita-se a dados do
passado e já no Fluxo de Caixa Projetado prevê-se o futuro. Nessa visão,
prevendo o futuro, possibilita a uma melhor adaptação e agilidade de situações
que estão por vir, mas sempre tomando por base fatos históricos.




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2.2.5 A Periodicidade do Fluxo de Caixa
       A periodicidade para a elaboração do Fluxo de Caixa varia muito com o
tamanho e o ramo de atividade da empresa, empresas com atividades de
grandes oscilações tem a tendência de optarem por períodos curtos, já as que
têm uma atividade mais estável preferem períodos longos, como escreve
FREZATTI (1991, p.10):

               “Discutir horizonte implica na definição do período pelo qual a
               empresa se preocupa e mobiliza para obter resultados de caixa.
               Pode fazê-lo para 30 dias, 90, 360, enfim, o horizonte que trouxer
               benefício ao processo decisório da empresa. O critério para se
               definir horizonte não é o critério de "gosto", pelo simples fato de
               querer tê-lo. O critério correto consiste em usar o horizonte que
               tenha utilidade em termos de decisão para a empresa”.

      Assim, deduz-se que a periodicidade de um Fluxo de Caixa deve ser a
que melhor se adapta a empresa e não algo pré-definido.

2.2.6 O Fluxo de Caixa a Longo Prazo
        O Fluxo de Caixa a longo prazo dispensa muitos detalhes, pois sua
função é demonstrar apenas as situações significativas, para se traçar planos de
ação a serem tomados pela alta direção da empresa.
        Esse tipo de Fluxo de Caixa deve indicar a época em que os recursos
serão insuficientes para honrar compromissos, para que o administrador
financeiro, possa planejar e buscar caminhos para saldar os mesmos.
        O que condiz com as palavras de ZDANOWICZ (2002, p.129): “Tem por
objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as disponibilidades de
caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das
atividades planejadas para um dado período. Deverão indicar as épocas em que
as disponibilidades poderão ser insuficientes...”.
        Normalmente, o Fluxo de Caixa a longo prazo, é planejado de dois a
cinco anos, incluindo os projetos de expansão, modernização, recolocação ou
novas instalações da empresa.
        O motivo pelo qual se projeta um Fluxo de Caixa a longo prazo, vem da
importância do controle de possíveis necessidades de caixa, e conforme
ZDANOWICZ a prática de buscar recursos depois de ter surgido a necessidade,
denota a falta de planejamento e controle financeiros da empresa.

2.2.7 O Fluxo de Caixa a Curto Prazo
       O Fluxo de Caixa de curto prazo, segundo ZDANOWICZ, pode ser diário,
semanal ou mensal, é utilizado onde existem grandes oscilações, para assim se
ter um acompanhamento mais próximo e evitar surpresas. Ainda se a empresa




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pratica investimentos de forma intensiva, o curto prazo da demonstração do
Fluxo de Caixa é muito importante.
Essa demonstração parte de um Fluxo de longo prazo, alterando-se para
período mensal posteriormente em semanal e por fim em diário, para assim a
empresa ter em mãos um poderoso instrumento de planejamento e controle
financeiro para a tomada de decisões, como contribui, ZDANOWICZ (2002,
p.128):

               “É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo
               para três meses. O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente,
               transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário
               fornece a posição dos recursos em função dos ingressos e
               desembolsos de caixa, constituindo-se em poderoso instrumento
               de planejamento e controle financeiros para a empresa”.

        Nesses termos, o Fluxo de Caixa a Curto Prazo, para atingir seus
objetivos, também deve partir de um prazo mais alongado para compreender
todas as suas estimativas.

2.3 Balanço Patrimonial

2.3.1 Conceito
       SÁ (1994, p.48) define Balanço como sendo “a demonstração sintética do
estado patrimonial de uma empresa ou de uma entidade, através de seus
investimentos e da origem desses investimentos”.
       A demonstração contábil que apresenta todos os bens, direitos e
obrigações da empresa tem por finalidade apresentar a situação patrimonial em
dado momento, dentro de determinados critérios de avaliação.
       É a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos
contábeis, apresentando de forma ordenada os três elementos componentes do
patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
       Uma vez bem estudada a natureza do Ativo (bens e direitos), do Passivo
(obrigações), do Patrimônio Líquido (diferença entre o ativo e o Passivo) e as
rotinas e procedimentos contábeis, muito fácil se torna entender o que é o
Balanço.

2.3.2. Importância do Balanço
        O Balanço Patrimonial é a situação patrimonial resultante de uma série
de fatos ocorridos na empresa. Permite que análises sejam feitas, fornecendo
informações importantes aos interessados na situação patrimonial e nas
variações ocorridas em determinado período de tempo.
        A grande importância do Balanço reside na visão que ele demonstra as
aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativo) e qual a origem desses



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recursos (Passivo). É o grande instrumento que auxilia a administração a tomar
decisões.
       Diversas são as formas pelas quais são apresentadas as demonstrações
contábeis, financeiras e, em especial o Balanço Patrimonial, dentre as quais
podemos citar:
   ● Finalidade legal – o Código Comercial Brasileiro obriga a apresentação
       da situação patrimonial e suas variações pelas empresas. Destaca-se
       também a obrigatoriedade de apresentação de informações ao governo
       para exercer o seu poder de tributar e colher informações econômicas;
   ● Finalidade administrativa – as informações fornecidas no Balanço Geral
       das empresas, possibilitam avaliar a gestão e posicionar os tomadores de
       decisão sobre a continuidade dos planos de ação e metas, até então
       adotadas as necessidades de ajuste ou mesmo a sua reformulação;
   ● Finalidade econômica-financeira – de interesse das empresas de
       finanças e investidores, análises estruturais, de evolução, de solvência,
       de liquidez, de garantia de capitais, de retorno dos valores investidos e
       outras, podem ser feitas partindo-se dos demonstrativos elaborados e
       apresentados pela empresa.

2.3.3. Apresentação do Balanço
        A apresentação dos elementos patrimoniais assume grande importância,
pois se trata de peça contábil utilizada para revisão e análise dos negócios.
        O Ativo é indicado no lado esquerdo ou na parte superior. O Passivo no
lado direito ou na inferior. O Patrimônio Líquido, que dá a informação adicional,
mostra o investimento e o lucro (ou prejuízo) acumulado, é indicado no lado
direito ou inferior, somado ou subtraído do Passivo, conforme seja positivo ou
negativo.
        A classificação das contas depende da natureza da empresa e da função
de cada uma no conjunto. A liquidez é comumente utilizada como parâmetro. A
lei brasileira classifica os ativos dos mais líquidos aos menos líquidos.
        A Lei n.º 6.404/76 regulamenta as sociedades por ações: introduziu
inúmeras inovações na legislação societária do Brasil no que tange às normas e
aos princípios contábeis, inclusive na forma e conteúdo do Balanço.
        A adoção de agrupamentos padronizados e oficiais é útil, porque facilita a
preparação das demonstrações, análises, interpretações, comparações e
estudos estatísticos.
Quadro 1 – Modelo de Balanço Patrimonial
                                 BALANÇO PATRIMONIAL
                                    EM ___/___/___
 ATIVO                                      PASSIVO
 Ativo Circulante                           Passivo Circulante
   Disponível                                 Fornecedores
   Caixa                                      Empréstimos




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   Bancos c/ movimento                             Obrigações Sociais
 Créditos                                          Impostos a Recolher
   Duplicatas a Receber                            Outras Obrigações
   Outras Contas a Receber
 Estoques
   Mercadorias
 Despesas do Exercício Seguinte
   Prêmios Seguros a Apropriar
 Realizável a Longo Prazo                        Exigível a Longo Prazo
   Créditos                                       Financiamentos
   Duplicatas a Receber
 Permanente                                      Resultado de Exercícios Futuros
 Investimentos                                    Receitas Diferidas
   Ações de Outras CIAS                           (-) Custos/despesas
 Imobilizado                                     Patrimônio Líquido
   Terrenos
   Veículos                                        Capital Social
   Móveis e Utensílios                             Reservas de Capital
   Máquinas                                        Reserva de Reavaliação
 Diferido                                          Reserva de Lucros
   Despesas pré-operacionais                       Lucros ou Prejuízos Acumulados
Fonte: FAVERO, (1995, p.61)
2.4 Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
2.4.1 Conceito
        A Demonstração do Resultado do Exercício deve apresentar o resumo
das variações positivas, que são as receitas e os ganhos, e negativas, como
custos, despesas e perdas, ocorridas durante um determinado período de
tempo, normalmente no exercício social, em função da exploração das
atividades operacionais da empresa.
        Segundo ROSS (2002), a demonstração de resultado é elaborada por
diversas seções, sendo a operacional, na qual se apresenta as receitas e
despesas inerentes às operações principais da empresa; a seção não
operacional onde se inclui todos os custos de financiamento, tais como despesas
de juros; uma outra seção ainda indica como item separado os impostos
lançados contra o lucro; e, por o último, o Lucro Líquido.

2.4.2. Finalidade
       A finalidade básica da Demonstração do Resultado do Exercício é
descrever a formação do resultado gerado no exercício, mediante especificação
das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes, até o
resultado líquido final, que é o lucro ou prejuízo.
       Esse resultado líquido final, se lucro, representa o ganho efetivo obtido
pela empresa, que tem por finalidade remunerar os sócios ou acionistas e
manter e desenvolver o patrimônio da empresa. Se prejuízo líquido do exercício,
representar a parcela de desgaste sofrido pelo patrimônio no período, significa




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que as receitas geradas foram insuficientes para cobrir os custos e despesas
incorridas na obtenção de tais receitas.

2.4.3 Composição
2.4.3.1 Receitas Operacionais
        As Receitas Operacionais são provenientes da exploração das atividades
operacionais, principais e acessórias, desenvolvidas pela empresa, são as
receitas de vendas de mercadorias, produtos ou serviços. Essas receitas devem
ser demonstradas por seu montante bruto, de modo que fique consistente com o
valor faturado a clientes, contendo as deduções das receitas e a receita
operacional líquida.

2.4.3.2 Custos
        Em Contabilidade, o significado do termo custo consiste no valor
monetário pago por bens e serviços utilizados, fornecendo dados e informações
para que a entidade analise o andamento das suas atividades, podendo planejar
as operações futuras servindo de apoio ao gerenciamento da empresa.
        Segundo MARTINS (1996, p.25), “Custo é o gasto relativo a bem ou
serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Os Custos são
ligados à produção, como exemplo pode-se citar: matéria-prima utilizada na
produção, manutenção de máquinas de produção, aluguel da fábrica, entre
outros.

2.4.3.3 Despesas Operacionais
        As Despesas Operacionais são as despesas que contribuíram para a
consumação das operações realizadas no período. Representam os gastos
incorridos com as áreas comercial, administrativa e financeira para obtenção das
receitas operacionais do período. Incluem as despesas com vendas ou
comercialização, despesas administrativas, despesas financeiras e despesas
necessárias à consecução das operações.
        É muito comum existir confusão entre o que é Custo e o que é Despesa,
caso não sejam corretamente separados, podem prejudicar muito o nível das
informações. A diferença básica entre eles é que os gastos relativos ao processo
de produção são Custos, e os relativos à administração e aos financiamentos
são Despesas.

2.4.3.4 Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
        O Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício é o resultado final do exercício.
Se positivo após deduzidas as participações, obtém-se o lucro do exercício.
Sendo o resultado do exercício negativo antes das participações, ocorrerá um
prejuízo líquido, que deverá ser compensado com lucros acumulados, reserva de
lucros e reserva legal, respectivamente.




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Quadro 2 – Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
                            DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
                                    PERÍODO ___/___/___ a ___/___/___
 Receitas Operacionais Brutas
    Vendas
 (-) Deduções da Receita Bruta
    ICMS s/ Vendas
    Devoluções e Abatimentos
    PIS s/ Faturamento
    Cofins
 (=) Receitas Operacionais Líquidas
 (-) Custo das Mercadorias Vendidas
 (=) Lucro Bruto
 (-) Despesas Operacionais
    Despesas com Vendas
    Despesas Gerais e Administrativas
    (±) Despesas Financeiras Deduzidas das (-) Receitas Financeiras
    (±) Outras Receitas e outras Despesas Operacionais
 (=) Resultado Operacional Líquido
 (±) Resultado não Operacional
    (+) Ganhos de Capital
    (-) Perdas de Capital
 (±) Saldo da Correção Monetária do Balanço
 (=) Resultado Líquido antes da Contribuição Social e Imposto de Renda
 (-) Provisão para Contribuição Social
 (-) Provisão para Imposto de Renda
 (=) Resultado Líquido antes das Participações
 (-) Participações
    Participações de Empregados
    Participações de Administradores
 (=) Resultado Líquido do Exercício
Fonte: FAVERO, (1995, p.86)
2.5 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR
        Esse demonstrativo mostra a total diferença entre Ativo Circulante e
Passivo Circulante, a movimentação dos recursos em termos de variação do
capital circulante líquido, detalhando as diversas fontes e aplicações de recursos
que o afetaram.
        Através dessa demonstração o analista pode obter informações
relevantes sobre a gestão financeira da empresa em relação as origens e
aplicações, de curto e longo prazo, evidenciando as variações que ocorreram no
patrimônio das empresas no período em questão; saber se a empresa gerou
recursos em suas operações, se imobilizou recursos no período, se obteve
novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas fizeram novos
investimentos de capital.
        Complementa PADOVEZE (2000, p.62), “Com este relatório, ficará claro
se houve boa correlação entre os tipos de recursos obtidos e suas aplicações.
Exemplificando, se a empresa aportou substanciais recursos de longo prazo



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durante o exercício, deveríamos ter aplicações similares nos ativos
permanentes.”
       Segundo o FIPECAFI (2000, p.579), “a DOAR tem como objetivo
apresentar as informações relativas às operações de financiamento e
investimento da empresa e evidenciar as alterações da posição financeira da
empresa”.

2.5.1 Conceito de Origem e Aplicação
        Para fins de elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos – DOAR entende-se a origem como toda operação que aumenta o
capital circulante líquido. A obtenção de recursos através de financiamento a
longo prazo, aumento de capital em dinheiro, vendas de itens do permanente
(investimento e imobilizado) e recebimento de itens do realizável a longo prazo
são exemplos de origens de recursos. A redução do capital circulante líquido
geralmente decorre de uma aplicação de recursos no não circulante. Pode-se
exemplificar entre várias situações a aquisição de bens ou direitos que venham
integrar o permanente ou realizável a longo prazo, distribuição de dividendos,
redução de suas exigibilidades a longo prazo, etc.
        O FIPECAFI (2000, p.580) enfoca da seguinte forma as origens de
recursos:
                “a) Das próprias operações, quando as Receitas (que geram
                ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores
                que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital
                circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que
                não afetam o capital circulante líquido, temos:
                     • Se houver lucro, teremos uma origem de recursos.
                     • Se houver prejuízo, temos uma aplicação de recursos.
                b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados
                pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as
                disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital
                circulante líquido.
                c) De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa,
                pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da
                venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de
                transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante”.

2.5.2 Análise da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR
       A DOAR é introduzida a partir da Lei 6.404 (1976). Antes ela já existia
como a denominação de fluxos de fundos. Apenas um número reduzido de
empresas publicava o fluxo de fundos. Atualmente dada a sua obrigatoriedade
para uma boa parte das sociedades anônimas a DOAR está se tornando mais
conhecida.




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        Até então era uma demonstração considerada prescindível e por isso,
não há tantos trabalhos na bibliografia contábil sobre sua análise. Alguns índices
extraídos do Balanço patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício
terão seu poder de explicação ampliado quando relacionados a DOAR. A análise
da DOAR permite identificar quais os tipos de fontes de recursos que alimentam
a empresa, qual a fonte tem uma participação maior, qual o destino, que
administração da empresa está dando para os recursos, qual é o nível de
imobilização e de não imobilização da empresa, qual o nível de investimento em
outras atividades (não operacional).
Quadro 3 – Modelo de Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR)
                    DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
                                Exercício findo em 31 de dezembro de 19x0
 ORIGENS DE RECURSOS
 Das operações
  Lucro (prejuízo) Líquido do Exercício
  (+) Depreciação, Amortização e Exaustão
  (±) Variações Monetárias
  (±) Resultado da Correção Monetária do Balanço
  (±) Resultado da Equivalência Patrimonial
  (±) Ganhos ou perdas na venda de bens do Imobilizado
  (±) Ganhos ou perdas na venda de Investimentos
  (±) Ganhos ou perdas em itens do Ativo Diferido
 Dos acionistas
  Integralização de Capital
  Contribuições para aumento da Reserva de Capital
 De Terceiros
  Diminuição do Ativo Realizável a Longo Prazo
  Aumento de Exigível a Longo Prazo
  Valor da venda de Investimentos
  Valor da venda de bens do Imobilizado
  Dividendos recebidos
  Diminuição do Ativo Diferido
 TOTAL DAS ORIGENS
 APLICAÇÕES
  Distribuição de lucros ou dividendos
  Dividendos propostos
  Aumentos no Ativo Realizável a Longo Prazo
  Aumentos de Investimento
  Aumentos do Imobilizado
  Aumentos no Diferido
  Diminuição do Exigível a Longo Prazo
 TOTAL DAS APLICAÇÕES
 AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
Fonte: FAVERO, (1995, p.90)




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3.METODOLOGIA DE PESQUISA

       A metodologia empregada para o desenvolvimento do artigo foi baseada
propriamente em pesquisas bibliográficas do tema proposto, e de acordo com
HÜHNE (1999, p.247) “a pesquisa bibliográfica é fundamental em qualquer área
de estudo porque é ela quem levanta os dados de uma questão e oferece
fundamentação teórica para um problema”.

3.1. Método de Coleta de Dados
       Os procedimentos e métodos utilizados na coleta de dados são:
    ● Pesquisa em obras bibliográficas, revistas científicas, artigos,
       monografias, dissertações, páginas da web em sites voltados para o
       conhecimento da Administração Financeira. Tal acervo foi utilizado na
       elaboração, análise e interpretação dos dados.
    ● Entrevista com o Consultor do SEBRAE – Serviço de Apoio a Pequena
       Empresa no Paraná - Edison Charavara, coletando informações
       essenciais ao desenvolvimento do estudo.

3.2. Análise dos Dados
       Foi feita através da conciliação entre a visão dos autores sobre a
importância da Administração Financeira e a situação enfrentada pelos micro e
pequenos empresários.
       Desse confronto são retiradas informações e possíveis soluções para os
problemas enfrentados pelas organizações acerca das finanças empresarias, a
fim de apresentar soluções de caráter relevante e significativo.

4 CONCLUSÃO

       Pela abrangência deste trabalho e pela metodologia adotada, não são
apresentadas conclusões propriamente ditas, mas sim levantadas diversas
questões importantes obtidas após o término da pesquisa. Também são
colocadas algumas sugestões e recomendações que podem contribuir na
solução de deficiências nos procedimentos administrativos e financeiros das
micro e pequenas empresas.

4.1 Administração financeira das Micro e Pequenas Empresas
4.1.1 Classificação das Micro e Pequenas Empresas
       Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), as empresas podem ser classificadas em micro, pequena, média e
grande empresa, podendo ser, desde uma firma individual até uma empresa
com operações em bolsa de valores.




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         De acordo com o Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004, referente ao
Art. 2° da Lei 9.841, de 05 de outubro de 1999, os valores dos limites fixados são
os seguintes:
    1. Microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver
         receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta
         e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos);
    2. Empresa de Pequeno Porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil
         individual que, não enquadra como micro empresa, tiver receita bruta
         anual superior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil,
         setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos) e igual ou
         inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil,
         duzentos e vinte e dois reais).
         Apesar do que se estabelece na lei, outros meios de se classificar podem
ser utilizados como a classificação por faturamento, número de empregados, etc.
Na Tabela 1 está estabelecida a classificação das MPE de acordo com o
SEBRAE (2004).
Tabela 1 – Classificação das micro e pequenas empresas
 ME (Microempresa)                                       Indústria até 19 empregados e no
                                                         comércio/serviço até 09
 PE (Pequena Empresa)                                    Indústria de 20 até 99 empregados
                                                         e no comércio/serviço 10 a 49
 MDE (Média Empresa)                                     Indústria    de   100    até   499
                                                         empregados e no comércio/serviço
                                                         50 a 99
 GE (Grande Empresa)                                     Indústria acima de 499 empregados
                                                         e no comércio/serviço acima de 100
Fonte: SEBRAE (2004)
       Segundo os dados encontrados na Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS, 2000) existem no Brasil cerca de seis milhões de empresas e as
MPE respondem por 99% do total. Na Tabela 2 tem-se a distribuição do número
de empresas no Brasil, classificadas por setores da economia.
Tabela 2 – Distribuição do número de empresas no Brasil
            Indústria            Comércio              Serviços            Total
 Porte      N°           %       N°            %       N°           %      N°           %
            Empresas             Empresas              Empresas            Empresas
 Micro      939.267      17,8    2.414.652     45,8    1.923.389    36,4   5.277.308    100
 Pequena    48.314       19,7    88.941        36,2    108.203      44,1   245.458      100
 Média      9.856        33,3    5.724         19,4    13.999       47,3   29.579       100
 Grande     1.580        7,0     2.955         13,2    17.899       79,8   22.434       100
 Total      999.017      17,9    2.512.272     45,1    2.063.490    37,0   5.574.779    100
Fonte: RAIS (2000)
      Se considerada a distribuição por segmento específico de atividade
econômica, 45,8% das micro e 23,8% das pequenas empresas concentram-se
no comércio atacadista e varejista. Note-se que a representatividade das micro é



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significativa também nas outras atividades econômicas, de tal forma que sua
participação em cada atividade está próxima do percentual do total de empresas
que atuam (Tabela 3).
Tabela 3 – Distribuição percentual do número de empresas por atividade
econômica no Brasil
         ATIVIDADE               MICRO       PEQUENA        MEDIA        GRANDE        TOTAL
        ECONÔMICA
 Agricultura,       pecuária,      5,3           4,3          3,1           2,5          5,3
 silvicultura e exploração
 florestal
 Pesca                             0,1          0,1            0,1         0,1           0,1
 Indústrias extrativas             0,3          0,7            0,4         0,5           0,3
 Indústrias                de      8,2          23,4          25,7         20,0          8,7
 transformação
 Produção e distribuição           0,1           0,6          0,9           1,2          0,1
 de eletricidade, gás e
 água
 Construção                         3,1         6,4            6,2          3,5          3,2
 Comércio atacadista e             45,8         23,2          10,7          1,8          45,1
 varejista
 Alojamento e alimentação          5,9           5,6          1,7           0,6          5,9
 Transporte,                       3,6           5,7          6,8           8,0          3,6
 armazenagem                e
 comunicações
 Intermediação financeira           1,3          3,9           1,6         1,4           1,4
 Atividades      imobiliárias,     12,8          9,8          12,5         13,3          12,7
 aluguéis      e     serviços
 prestados às empresas
 Administração       pública,      0,3           1,4          16,6         35,7          0,4
 defesa      e    seguridade
 social
 Ensino                            1,6           5,6          4,2           3,4          1,7
 Saúde e serviços sociais          3,3           3,8          5,0           5,1          3,3
 Outras atividades de              8,3           5,6          4,6           2,9          8,2
 serviços coletivos, sociais
 e pessoais
 Residências particulares          0,1            -           0,01           -           0,1
 com            empregados
 domésticos
 Organismos                        0,01         0,01            -            -           0,01
 internacionais e outras
 instituições
 extraterritoriais
 Total                            100,0         100,0        100,0         100,0        100,0
Fonte: RAIS (2000)
       Embora as micro e pequenas empresas representem 99% da quantidade
de estabelecimentos, elas geram 41,4% dos postos de trabalho formais,
enquanto as médias 12,3% e as grandes 46,3%. Ainda de acordo com os dados
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos 27,2 milhões de trabalhadores



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com carteira assinada, 28% estão na indústria, 16% no comércio e 56% nos
serviços.
        Observando o número de trabalhadores distribuídos em cada setor de
atividade econômica, segundo o porte da empresa, nota-se que na indústria as
micro e pequenas empresas respondem por 51% dos trabalhadores com carteira
assinada, as médias por 26 % e as grandes por 23% (gráfico 1). No comércio,
cerca de 78% dos postos de trabalho formais estão nas MPEs, 9% nas médias e
13% nas grandes. Nos serviços, são as grandes empresas que respondem por
mais de dois terços dos empregos formais 68%. As micro e pequenas empresas
participam com 26% dos postos de trabalho, e as médias com 6%.
  Gráfico 1 – Distribuição percentual do número de trabalhadores por setor de
                        atividades e porte das empresas.

                 100
                                      78
                  80                                        68

                  60     51                                                47
             %                                                   41
                  40          26 23                26
                  20                       9 13         6
                                                                      12
                                                                                MPE
                  0
                                                                                Média
                          Indústria   Comércio     Serviços           Total
                                                                                Grande

Fonte: RAIS (2000)
4.2. Características das Micro e Pequenas Empresas
       Conforme Web Site IBGE <http://www.ibge.gov.br> (2006), as micros e
pequenas empresas podem ser de dois tipos: empregadoras e familiares. As
MPE’s empregadoras podem ser definidas como aquelas que têm pelo menos
uma pessoa na condição de empregado e as familiares como aquelas em que
apenas trabalham os proprietários, os sócios e/ou membros da família. Ainda
segundo o IBGE são características das micros e pequenas empresas:
    ● baixa intensidade de capital;
    ● altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada;
    ● forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-
       de-obra ocupada nos negócios;
    ● poder decisório centralizado;
    ● estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo,
       principalmente, em termos contábeis e financeiros, pessoa física e
       jurídica;
    ● registros contábeis pouco adequados;
    ● contratação direta de mão-de-obra;



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   ●   utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada;
   ●   baixo investimento em inovação tecnológica;
   ●   maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e,
   ●   relação de complementaridade e subordinação com as empresas de
       grande porte.

4.3. Fatores de Sucesso das Micro e Pequenas Empresas
       É de conhecimento geral que pequenas e médias empresas não se
organizam ou se estruturam de maneira eficiente e adequada, mas à medida
que se aumenta o grau de “alfabetização empresarial”, cresce também a força
das pequenas e médias empresas.
       As pequenas e médias empresas têm grande capacidade de se adaptar
às necessidades do mercado, podem tomar decisões rápidas e pontuais,
reagindo de imediato às mudanças e exigências do mercado, mantendo uma
boa organização e controle.
       Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004) há três características
comuns para os fatores de sucesso das micro e pequenas empresas:
    ● Habilidades gerenciais
    ● Capacidade empreendedora
    ● Logística empresarial
       Com base nisso, pode-se dizer que os fatores condicionantes do sucesso
empresarial segundo as habilidades gerenciais são: bom conhecimento do
mercado em que atua e boa estratégia de vendas. Esses fatores indicam que,
para se obter sucesso nas vendas, o empresário deve ter bom conhecimento do
mercado, como por exemplo, clientela potencial e quais os produtos eles
procuram e também avaliar e procurar as melhores fontes para a aquisição dos
bens para a formação do estoque da empresa.
       Quanto aos fatores condicionantes de sucesso da capacidade
empreendedora, tem-se: a criatividade do empresário, aproveitamento das
oportunidades de negócios, empresário com perseverança e capacidade de
liderança, os quais refletem a capacidade empresarial para comandar o
empreendimento.
       Já os fatores condicionantes da logística empresarial, refletem na escolha
de um bom administrador, ao uso de capital próprio, reinvestimento dos lucros
na empresa e acesso a novas tecnologias.
       Em suma, pode-se dizer que os dois primeiros fatores, refletem a
preparação do empresário para interagir com o mercado em que atua e a
competência para bem conduzir o seu negócio. E a logística empresarial fornece
as bases para a criação, sustentação e crescimento da atividade empresarial.




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4.4. Dificuldades Enfrentadas pelas Micro e Pequenas Empresas
        Embora as micro e pequenas empresas apresentem crescente relevância
na economia brasileira, bem como seu papel social na diminuição das
desigualdades entre indivíduos e regiões, elas ainda enfrentam dificuldades
diversas para exercer suas atividades.
        Um fator direto de tais dificuldades é a elevada taxa de mortalidade
empresarial, embora o Brasil tenha uma população empreendedora, por falta de
preparo e apoio adequado, o brasileiro também muito fracassa. O país
apresenta alta mobilidade social e econômica, nele despontam muitas
oportunidades. Todavia, a falta de estrutura adequada em termos de aparato
legal, contábil e gerencial, a legislação tributária ainda desfavorável, as
exigências burocráticas, a carência de crédito e de uma política sistêmica de
apoio e incentivo às micro e pequenas empresas levam a altas taxas de
insucesso.
        De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004), a taxa de
mortalidade empresarial no Brasil, apurada para as empresas constituídas e
registradas nas juntas comerciais dos Estados nos anos de 2000, 2001 e 2002,
revela que 49,4% encerraram as atividades com até 02 (dois) anos de
existência, 56,4% com até 03 (três) anos e 59,9% não sobrevivem além dos 04
(quatro) anos.
        A Tabela 4 apresenta as apurações para as regiões do País, mostrando
taxas de mortalidade elevadas, variando de 46,7% a 62,7%, segundo o ano de
constituição da empresa. O Sul é a região com maior percentual para as
empresas com até 2 (dois) e 3 (três) anos de constituição para as empresas com
até 4 (quatro) anos.
Tabela 4 – Taxa de mortalidade por região e Brasil (2000-2002)
                                                   Regiões
    ANO DE           SUDESTE       SUL       NORDESTE      NORTE      CENTRO       BRASIL
  CONSTITUIÇÃO                                                         OESTE
      2002             48,9        52,9         46,7         47,5       49,4        49,4
      2001             56,7        60,1         53,4         51,6       54,6        56,4
      2000             61,1        58,9         62,7         53,4       53,9        59,9
Fonte: SEBRAE (2004, p.9)
       A pesquisa SEBRAE também levantou as causas do fechamento das
empresas, conforme se observa na Tabela 5, encontram-se em primeiro lugar
entre as causas de fracasso questões relacionadas a falhas gerenciais na
condução dos negócios, falta de capital de giro (indicando descontrole de fluxo
de caixa), problemas financeiros (situação de alto endividamento), ponto
inadequado (falhas no planejamento inicial) e falta de conhecimentos gerenciais.
       Em segundo lugar, predominam as causas econômicas conjunturais,
como falta de clientes, maus pagadores, recessão econômica do País e,
também, com 14% de citações, a falta de crédito bancário.




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Tabela 5 – Causas das dificuldades e razões para fechamento das empresas
   CATEGORIAS         RANKING           DIFICULDADES/RAZÕES                  PERCENTUAL
                             1°    Falta de capital de giro            42%
                             3°    Problemas financeiros               21%
 Falhas Gerenciais          8°     Ponto/local inadequado              8%
                             9°    Falta de conhecimentos gerenciais   7%
                            2°     Falta de clientes                   25%
     Causas                  4°    Maus pagadores                      16%
   Econômicas                6°    Recessão econômica no país          14%
   Conjunturais
    Logística               12°    Instalações inadequadas             3%
   Empresarial              11°    Falta de mão-de-obra qualificada    5%
                              5°   Falta de crédito bancário           14%
 Políticas Públicas         10°    Problemas com a fiscalização        6%
 e arcabouço legal          13°    Carga tributária elevada            1%
                              7°   Outra razão                         14%
Fonte: SEBRAE (2004, p.13)
       Pode-se dizer que as causas da alta mortalidade das empresas no Brasil
estão relacionadas, com as falhas gerenciais na condução de seus
empreendimentos, seguida de causas econômicas conjunturais e tributação. As
falhas gerenciais podem ser relacionadas à falta de planejamento na abertura do
negócio, levando o empresário a não avaliar de forma correta, previamente,
dados importantes para o sucesso do seu negócio, como a existência de
concorrência, a presença dos consumidores, dentre outros fatores.

4.5. Medidas para se Obter um Bom Desempenho
       Diante de um mercado cada vez mais competitivo, para manter seu
negócio, os empresários e os administradores devem pensar estrategicamente,
pois os consumidores, de hoje, são bem educados, conscientes de suas opções
e exigem excelência. Por essa razão, os administradores e empresários devem
pensar sobre como construir uma força de trabalho capaz de gerenciar a
empresa, de modo que produza bens e serviços que forneçam maior valor
possível ao consumidor.
       Todo empreendimento se origina acreditando na possibilidade de crescer,
prosperar e contribuir para o desenvolvimento econômico do empreendedor e do
mercado da Região na qual está inserido. Para garantir estas condições,
segundo OLIVEIRA (1997), “os empresários necessitam adquirir conhecimentos
gerenciais, de forma a tomar decisões oportunas, baseadas na sua experiência
e nas informações contábeis”.
       Nesse sentido, são demonstradas algumas medidas para os empresários
obterem sucesso em seus empreendimentos, como a elaboração de um plano
estratégico de negócio, planejamento da administração, análise dos
demonstrativos de resultados e também análise do fluxo de caixa.




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4.5.1. Elaboração do Plano Estratégico de Negócio
        Para se obter sucesso de um empreendimento, é preciso aliar a
capacidade empreendedora à prática, definindo metas, calculando riscos,
buscando inovações e estando atento às novas oportunidades. A ferramenta
para isso pode ser o plano de negócios, em que o empresário define no papel
como manter e também como fazer crescer o seu empreendimento. Segundo
ANTONIK (2004, p.37), “com a elaboração do plano, o empreendedor terá uma
noção prévia do funcionamento de seu negócio em relação a: finanças, clientes,
fornecedores, concorrentes (mercado) e organização necessária para o seu bom
funcionamento”.
        O plano de negócios é um documento escrito que tem o objetivo de
estruturar as principais idéias e opções que o empreendedor analisará para
decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada. É também um meio de
manter a estratégia empresarial da empresa em dia, pronta para alterações
administrativas. Para tanto, deve-se realizar periodicamente a adequação da
estrutura organizacional à realidade do mercado em que a empresa atua, para
evitar o aparecimento de fatores que possam comprometer a sobrevivência do
negócio.
        Segundo Web Site SEBRAE <http://www.sebrae.com.br> (2006), as
funções do plano de negócio são:

“- Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico,
financeiro, jurídico e organizacional; - Avaliar a evolução do empreendimento ao
longo de sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no plano de
negócio, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado; -
Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu
capital próprio não é suficiente para cobrir não é suficiente para cobrir os
investimentos iniciais”.

4.5.2. Planejamento da Administração Financeira
        O planejamento é uma metodologia gerencial que estabelece o rumo a
ser seguido pela organização, visando a integração com o ambiente e a busca
dos resultados futuros. Para ANTONIK (2004, p.38):

               “a sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial
               para o sucesso da organização. O desenvolvimento de uma
               pequena e média empresa requer a definição de uma política
               realista, focada nas condições do mercado, em que as taxas de
               juros e os preços dos serviços cubram, os seguintes itens: Custos
               operacionais e financeiros; Riscos inerentes do negócio
               (inadimplências, roubo e perdas); Depreciação; Geração de




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               excedente financeiro para investimento no aumento e expansão
               do próprio negócio.”

         Portanto, o planejamento traça o caminho para a empresa alcançar seus
objetivos. É planejando que a empresa consegue organizar seu negócio,
identificar e tirar o melhor proveito das oportunidades com que se depara
constantemente. O planejamento da administração financeira é essencial para o
sucesso de qualquer organização, pois definem a natureza da relação entre a
empresa, os clientes e a concorrência.
         Para BRAGA (1989, p.228) “planejamento financeiro é o processo por
meio do qual se calcula quanto de financiamento é necessário para se dar
continuidade às operações de uma companhia e se decide quando e como a
necessidade de fundos será financiada”.
         Pode-se ainda dizer que, o planejamento financeiro é o processo formal
que conduz a administração da empresa a acompanhar as diretrizes de
mudanças e a rever, quando necessário, as metas já estabelecidas, assim
poderá a administração visualizar com antecedência as possibilidades de
investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere
necessário manter em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade.

4.5.3. Análise dos Demonstrativos de Resultados
        As demonstrações contábeis ou financeiras são elaboradas por
profissionais da área contábil e têm objetivo de fornecer dados para análise
econômica e financeira da empresa.
        O processo de análise dos demonstrativos financeiros é fator de sucesso
na pequena e média empresa, são considerados importantes ferramentas de
orientação e controle, pois demonstram:
    ● os valores de competência de determinado período, ou seja, o
        faturamento real;
    ● o custo da mercadoria vendida em relação ao faturamento do mês;
    ● os custos fixos do mês, impostos relativos ao faturamento, comissões
        devidas;
    ● os resultados mensais obtidos, o lucro operacional e o lucro liquido,
        considerando as despesas com investimento e financeiras;
    ● ponto de equilíbrio entre os custos fixos e variáveis da empresa.

4.5.4. Análise e Adequação do Fluxo de Caixa
        Atualmente, para que uma empresa possa administrar seus custos e
receitas de modo eficaz, é indispensável que ela utilize ferramentas de controle
financeiro, sendo o Fluxo de Caixa uma das mais indicadas para alcançar tal
objetivo. Segundo ANTONICK (2004, p.38):




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               “o fluxo de caixa retrata o movimento real do caixa no mês, é
               necessário para complementar a análise financeira da empresa,
               as entradas e saídas de dinheiro. Deve ser planejado, evitando
               assim sobressaltos durante a gestão empresarial ou necessidade
               de ajuste de caixa por meios de empréstimos a bancos, os quais,
               se realizados às pressas, acabam tornando-se dispendiosos para
               a empresa. Para o pequeno e médio empresário, é essencial
               desenvolver essa atividade".

       Porém, lembrando o contexto das micro e pequenas empresas, observa-
se que várias delas tem falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência.
Geralmente, os gestores dessas empresas atribuem a carga tributária, os
encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, como causa para a
mortalidade das empresas, sendo que muitas vezes o problema está na
administração do empreendimento.
       Dentre os objetivos do fluxo de caixa nas micro e pequenas empresas,
pode-se citar:
    ● facilitar análise e cálculo na seleção das linhas de crédito a obter;
    ● detectar antecipadamente as carências de recursos;
    ● planejar desembolsos evitando acúmulo de compromissos consideráveis
       em época de poucos recursos;
    ● quantificar os recursos próprios disponíveis para investimentos;
    ● intercambiar os diversos departamentos com área financeira;
    ● usar com eficiência e eficácia recursos disponíveis;
    ● manter determinado nível da caixa em função do capital de giro;
    ● auxiliar a análise dos valores a receber e estoques, para verificar sua
       conveniência;
    ● aplicar os excedentes de caixa;
    ● integrar os controles financeiros da empresa.
       Contudo, pode-se dizer que as micro e pequenas empresas,
independente de sua atividade, é movida à caixa. E é através do fluxo de caixa
que se identifica exatamente quanto está disponível para ser atribuído aos
credores e acionistas, ou quanto poderá ser investido na empresa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

      As micro e pequenas empresas representam importante papel no
desenvolvimento econômico-social de uma nação, através da geração de
empregos, renda e novas tecnologias, oportunidade para novos
empreendedores realizarem profissionalmente, constituindo seu próprio negócio.
      Muitas vezes as notícias desses empreendimentos vêm acompanhadas
de dados que falam dos fracassos nesses negócios. As causas mais comuns de



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insucesso, são os problemas financeiros, determinados por dificuldades nas
vendas, queda nos lucros, poucas perspectivas de crescimento e problemas
relacionados a gerenciamento e conhecimento do negócio.
         Nesse sentido é que se fez necessário destacar a importância de manter
pessoas qualificadas dentro das organizações, a fim de levantar informações
necessárias ao desenvolvimento das empresas.
         Com base nos estudos realizados, pode-se dizer que as empresas para
obterem um bom desempenho em seus empreendimentos, devem elaborar um
plano estratégico de negócios detalhado, levando em consideração todas as
possibilidades de mercado, seguido de um planejamento financeiro, verificando a
sustentabilidade econômica para obter o sucesso organizacional.
         As demonstrações financeiras consistem no processo no qual é
identificada, registrada e divulgada. Fornecem dados econômico-financeiro de
uma organização ou empresa, com a finalidade de possibilitar às pessoas
interessadas que avaliem a situação da entidade, fornecendo dados, que são
utilizados para avaliar a situação, e a informação financeira relevante da
empresa.
         Considera-se que os objetivos foram atingidos, e através dos conceitos
mencionados os Micro e Pequenos empresários podem ter uma base sobre a
importância da administração financeira na sua organização.
         Contudo, fica aberta a realização de novos estudos, a fim de explorar
ainda mais os assuntos acerca das finanças empresariais e sua importância para
a Administração das Micro e Pequenas Empresas.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTONIK, L. R. A administração financeira das pequenas e médias
empresas. Artigo revista FAE BUSINESS n° 8 maio 2004.

BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração Financeira. São
Paulo: Atlas, 1989.

DECRETO N° 5.028, de 31 de março de 2004.

FAVERO, H. L., LONARDONI, M., SOUZA, C. de, TAKAKURA,                                     M.
Contabilidade Teoria e Prática. Vol. 1. São Paulo: Atlas, 1995.

FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras,
USP. Sergio de Iudícibus./Eliseu Martins./Ernesto Rubens Gelbcke. Manual de
Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades.
4ª. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas, 1991.



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GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 3ª. ed. São Paulo:
Harba, 1984.

HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática: matemática
financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e
controle financeiro. São Paulo: Atlas, 2001.

HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: caderno de textos e técnicas. 7ª. ed.
Rio de Janeiro: Agir, 1999.

LEI No 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

LIMA, J. G. Administração Financeira. 4ª. ed. São Paulo: Atlas 1980.

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

MARTINS, E., NETO, A. A. Administração Financeira: as finanças das
empresas sob condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1986.

OLIVEIRA, D. de P. R. Sistemas de informações gerenciais: estratégicas,
táticas operacionais. São Paulo: Atlas, 1997.

PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial, Um Enfoque em Sistema de
Informação Contábil. 3ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2000.

ROSS, S. A. Administração Financeira. Tradução - Antonio Zoratto Sanvicente,
2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SÁ, A. L. de, SÁ, A. M. L. de. Dicionário de Contabilidade. 9ª. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Atlas, 1994.

SÁ, C. A. de. Gerenciamento do fluxo de caixa. Apostila, São Paulo: Top
Eventos, 1998.

SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 1987.

SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Fatores
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Pesquisa, Brasília: agosto/2004.

Web Site IBGE <http://www.ibge.gov.br> 2006.




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Web Site PLANALTO <http://www.planalto.gov.br> 2006.

Web Site RAIS <http://www.rais.gov.br> 2006.

Web Site SEBRAE <http://www.sebrae.com.br> 2006.

ZDANOWICZ, J. E. Fluxo de Caixa: Uma decisão de planejamento e controle
financeiro. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002.




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Finanças Empresariais e Controles Financeiros

  • 1. 1 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas CONTROLES FINANCEIROS: UM ENFOQUE ACERCA DAS FINANÇAS EMPRESARIAIS Mariane Litenski1 Jeferson Lozeckyi2 Aprovado em 12 de setembro de 2006 RESUMO O presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de chamar a atenção dos Micro e Pequenos Empresários para a administração financeira de seus empreendimentos. Consciente da falta de conhecimentos, por parte dos empresários, sobre as finanças empresariais, reuniu-se assuntos fundamentais à boa administração financeira. Foram evidenciados conceitos sobre a importância da Administração Financeira e do Administrador Financeiro, bem como os Demonstrativos Financeiros utilizados para o desempenho de suas funções e, ainda, uma visão geral sobre a situação da Administração Financeira das Micro e Pequenas Empresas. Palavras-chave: Administração Financeira, Administrador Financeiro, Fluxo de Caixa, Micro e Pequenas Empresas. ABSTRACT The present article was developed with the objective to call the attention of Small and Micro entrepreneurs to the Financial Administration of their enterprises. Conscious of the lack of knowledge, by the entrepreneurs, on enterprise finances, it was collected essential subjects to good Financial Administration. It has been evidenced concepts on the importance of Financial Administration and the Financial Administrator, as well as the Financial Demonstratives used for the performance of its functions and also a general vision on the situation of Small and Micro Enterprises Financial Administration. Key words: Financial Administration, Financial Administrator, Money flow , Small and Micro Enterprises. 1 INTRODUÇÃO A história vem provando que a sociedade depende de registros contábeis e econômico-financeiro para obter bons desempenhos quer no campo 1 Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação latu sensu) em Controladoria Estratégica e Finanças. UNICENTRO. 2006. 2 Professor Orientador. Ms em Ciências Sociais e Aplicadas - Contabilidade. Departamento de Ciências Contábeis. UNICENTRO. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 2. 2 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas governamental, empresarial ou mesmo familiar. Hoje, esses conceitos são fortes aliados aos empresários, fornecendo relatórios que podem ser analisados e a partir daí diagnosticar a situação financeira da empresa. Justifica-se o presente artigo, como sendo uma forma de apoio aos microempresários, fazendo com que eles possam planejar, implementar e controlar suas tomadas de decisões dentro da empresa, preenchendo a lacuna existente no mercado acerca do assunto controles financeiros. Primeiramente, faz-se uma análise sobre a Função Financeira na Empresa, apresentando conceitos e objetivos da administração financeira e do administrador financeiro. Em seguida são demonstradas as Ferramentas Financeiras utilizadas pelo administrador financeiro no desempenho de suas funções, conceitos e objetivos sobre o Fluxo de Caixa, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Após, é apresentada a metodologia utilizada na realização do artigo, os métodos e procedimentos a serem utilizados na coleta de material, análise do material e obtenção de informações. Por fim, são tratados alguns aspectos da classificação, das características, pontos fortes e fracos da situação das Micro e Pequenas Empresas Brasileiras. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A Função Financeira na Empresa 2.1.1 Definição e objetivos da administração financeira Administração Financeira compreende o registro e análise da vida econômica da empresa, metas a serem atingidas em determinado prazo, gerência das fontes de renda e dos investimentos destinados a gerar recursos que a sustentem. Trata das atividades de controle contábil, abrangendo tanto a contabilidade comercial quanto a fiscal, o controle financeiro das contas a receber e dos valores a pagar, bem como distribuição dos recursos na empresa. Trata também das responsabilidades de manter um fluxo contínuo de recursos, para que não sejam adiadas decisões importantes para a vida da organização. Segundo SANVICENTE (1987, p.21), “o objetivo básico da administração financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento dos proprietários, visando à rentabilidade máxima, sem comprometer a liquidez da empresa”. Para LIMA (1980, p.11) a Administração Financeira tem por objetivos: “1) Manter a empresa em permanente situação de liquidez, como condição básica ao desenvolvimento normal de suas atividades; 2) Obter novos recursos para planos de expansão, com base em estudos de viabilidade econômico-financeiro e aos menores LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 3. 3 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas custos possível; 3) Assegurar o necessário equilíbrio entre os objetivos de lucro e os de liquidez financeira, quantificando os planos de expansão de acordo com as possibilidades de obtenção de recursos, próprios ou de terceiros”. 2.1.2 Importância da Administração Financeira para as Empresas A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande parte, do tamanho da empresa. Segundo GITMAN (1984, p.9): “em empresas pequenas, a função financeira é geralmente realizada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financeira leva à criação de um Departamento Financeiro, uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao Presidente da companhia, através de um Vice-Presidente de Finanças”. A figura 1 mostra um organograma destacando a estrutura da atividade financeira dentro da empresa. Reportando ao Vice-Presidente de Finanças estão o Tesoureiro e o “Controller”. Figura 1 – Organograma Financeiro. PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE DE VICE-PRESIDENTE DE VICE-PRESIDENTE DE PRODUÇÃO FINANÇAS MARKETING TESOUREIRO CONTROLLER Fonte: GITMAN, (1984, p.10) O tesoureiro é responsável pelo planejamento, controle e movimentação de recursos financeiros e o “controller” é responsável pelo planejamento, controle e análise das operações e investimentos. Ambos fornecem ao administrador financeiro o suporte necessário para a tomada de decisões. A Administração Financeira é importante em todos os tipos de negócio, incluindo-se bancos e outras instituições financeiras, bem como indústrias e empresas varejistas. Ela também é importante em operações governamentais e escolas. Tem a responsabilidade de buscar e utilizar efetivamente os recursos necessários, visando o funcionamento eficiente da empresa. Essa dualidade de LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 4. 4 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas responsabilidade leva a entender que as dimensões da administração financeira são muito mais vastas e mais complexas do que a mera aquisição de tais recursos. Uma vez obtidos recursos, seja para ampliar a capacidade de produção, seja para financiar maior volume de vendas, ou para qualquer outra modalidade de aplicação, inicia-se uma série de medidas que a empresa precisa tomar com a finalidade de obter o maior e melhor rendimento possível, tendo sempre em mente sua responsabilidade perante a coletividade na qual existe, os funcionários que nela colaboram, bem como os proprietários e terceiros, fornecedores dos recursos necessários à empresa. 2.1.3 Atribuições do Administrador Financeiro de uma Empresa O Administrador Financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e operações existentes em função do negócio da empresa. É um profissional que cuida das finanças, cumprindo seus compromissos nas datas dos vencimentos, captando recursos, quando necessário, a um custo mais baixo. Ou ainda, num panorama melhor, aplicando as sobras nos investimentos mais atraentes. Segundo GITMAN (1984, p.20), “já que a maioria das tomadas de decisões da empresa é medida em termos financeiros, não surpreende que o administrador financeiro desempenhe um papel-chave na operação da empresa”. É importante que todos os responsáveis por decisões, independente de sua área de atuação, tenham uma visão básica sobre a função financeira. Para SANVICENTE (1987, p.17): “o Administrador Financeiro é o individuo ou grupo de indivíduos preocupados com (1) a obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) a análise da maneira (eficiência) com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa”. Sendo assim, destaca-se três funções básicas do Administrador Financeiro que são: ● Análise, planejamento e controle financeiro – envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento deve ser feito. ● Administração da estrutura do ativo da empresa – compete ao administrador financeiro determinar a composição e os tipos de ativos LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 5. 5 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas encontrados no Balanço da empresa. As decisões de investimentos dizem respeito à destinação dos recursos financeiros para aplicação em ativos circulantes, realizáveis a longo prazo e permanente, considerando- se aqui os riscos e retornos existentes em operações que viabilizem as respectivas aplicações dos recursos financeiros. ● Administração da estrutura financeira da empresa – deve avaliar a composição mais adequada de financiamento e saber quais as melhores fontes de financiamento para a empresa a curto e a longo prazo. Essas três funções do administrador financeiro estão refletidas no Balanço, pois mostra a posição financeira da empresa num determinado momento. É tarefa do Administrador Financeiro inspecionar as operações da empresa e procurar áreas que mostrem problemas e áreas que possam ser melhoradas. O Administrador Financeiro analisa os dados de modo a orientar o progresso da empresa, ao administrar o ativo e a estrutura financeira da empresa, toma decisões que afetam bastante a saúde da empresa, refletida no seu balanço. Segundo GITMAN (1984, p.20) “o administrador financeiro precisa realizar suas funções, tendo em vista o objetivo global da empresa de maximizar a riqueza dos proprietários, que é uma estratégia mais importante do que a maximização do lucro”. 2.1.4 A Meta do Administrador Financeiro O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros crêem que é a maximização da riqueza. Segundo GITMAN (1984, p.11), “a maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas: considera (1) o retorno realizável do proprietário, (2) uma perspectiva a longo prazo, (3) a época de ocorrência dos retornos, (4) risco e (5) a distribuição dos retornos”. Parafraseando GITMAN, pode se dizer que o proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou através de valorizações no preço da ação, ou ambos. Cabe então ao administrador financeiro maximizar essa riqueza. A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. As conseqüências da maximização do lucro a curto prazo refletem no preço corrente da ação, que pode ser menor do que se a empresa tivesse adotado uma estratégia de longo prazo. A abordagem de maximização do lucro não reflete diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a maximização da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior importância a um investimento que ofereça os maiores retornos totais, enquanto LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 6. 6 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação. A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa básica na administração financeira é que existe uma relação entre risco e retorno, os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco e vice-versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investimentos potenciais. O uso do objetivo da maximização do lucro não permite considerar que os acionistas possam desejar receber uma parte dos retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, independentemente do seu montante. Os administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Esse efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno realizável dos proprietários, considera as perspectivas de longo prazo da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retornos. Além disso, considera o risco e reconhece a importância da distribuição de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação, considerada a meta da administração financeira. A maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultaneamente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza. 2.2. ferramentas Financeiras No desempenho de suas funções, o Administrador Financeiro deve ter conhecimento das diversas demonstrações financeiras existentes, o que vem de encontro com as palavras de GITMAN (1997, p.66), “é fundamental entender as demonstrações financeiras para administrar um negócio e saber como ele opera. As demonstrações financeiras fornecem uma rápida visão intuitiva da situação da empresa, um ponto de partida para análises posteriores”. Entre elas pode-se citar: ● Fluxo de Caixa; ● Balanço Patrimonial; ● Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); ● Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 7. 7 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas 2.2.1. Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa é um controle adotado pelo administrador financeiro que tem como objetivo básico, a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros para determinado período, visando identificar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações rentáveis para a empresa. Segundo HOJI (2001, p.161): “para otimizar os recursos financeiros, a projeção do fluxo de caixa deve ser feita para um período de abrangência que permita ao tesoureiro tomar providencias com antecedência suficiente, principalmente, em casos de necessidade de cobertura de insuficiência de caixa, pois a efetivação de algumas modalidades de financiamento requer meses de planejamento e preparativos”. Como objetivos básicos do fluxo de caixa, pode-se destacar: ● honrar os compromissos nos prazos estabelecidos, evitando o pagamento de juros e multas. Através do fluxo de caixa o administrador financeiro prevê a falta de recursos; ● investir os recursos financeiros disponíveis, evitando que fiquem parados; ● saber antecipadamente quando faltará recurso para a empresa; ● analisar as melhores fontes de recursos para a empresa, tais como descontos, empréstimos, linhas de crédito; ● buscar o equilíbrio entre a liquidez e a rentabilidade; ● demais objetivos que visem o bom desempenho financeiro da empresa. 2.2.2 A Importância do Fluxo de Caixa Apesar de os objetivos citados já darem uma idéia da importância de Fluxo de Caixa, pode-se dizer que ele é de suma relevância em uma empresa. É através dele que o administrador financeiro, prevê antecipadamente a necessidade de recursos para cumprir seus compromissos em seus respectivos vencimentos ou seus excessos de disponibilidade para a escolha da melhor forma de aplicação. Outra função importante é que pelas informações demonstradas no Fluxo de Caixa, pode-se evitar a programação de desembolsos desnecessários em períodos de baixo ou nenhum ingresso, ou seja, programar os desembolsos conforme o grau de sua importância. Nesse sentido contribui ZDANOWICZ (2002, p.33): “Com base nos registros dos recebimentos e pagamentos de caixa, a empresa poderá programar as suas necessidades financeiras, bem como aplicar os possíveis excedentes de forma LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 8. 8 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas segura e rentável. O fluxo de caixa é o instrumento que permite demonstrar as operações financeiras que serão realizadas pela empresa, facilitando a analise e decisão, de comprometer os recursos financeiros, de selecionar o uso das linhas de crédito menos onerosas, de determinar o quanto à organização dispõe de capitais próprios, bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma possível”. Deduz-se assim que o Fluxo de Caixa é de vital importância para a continuidade da empresa. 2.2.3 Gerenciamento do Fluxo de Caixa Os relatórios provenientes do sistema contábil são os principais instrumentos de gestão empresarial, tendo como objetivo fornecer informações relevantes para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança. No entanto, com a crescente complexidade das organizações empresariais, somente com as informações clássicas da Contabilidade, ou seja, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício - DRE e Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos - DOAR, dificilmente o gestor terá conhecimento imediato e oportuno da verdadeira liquidez da sua empresa. Não basta a empresa apresentar lucro contábil. É preciso que a equação "Ativo Circulante vs. Passivo Circulante" esteja compatível com sua necessidade de capital de giro. Isso faz com que o gestor se utilize de todos os instrumentos disponíveis que, juntamente com os demais demonstrativos contábeis, ajude-o a interpretar a realidade financeira da empresa, conhecendo e coibindo eventos estranhos que possam afetar o seu desempenho financeiro. Assim, conforme SÁ (1998), o Fluxo de Caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e interpretação das variações dos saldos do Disponível da empresa. É o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar, de tal forma que, quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas tem-se o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado. O fluxo de caixa é o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar. O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. Por outro lado é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta suas limitações, uma delas é a incapacidade de fornecer informações LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 9. 9 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas precisas sobre o lucro e sobre os custos dos produtos da empresa. Isso porque as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não pelo regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um instrumento de controle e análise financeira que juntamente com as demais demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de apoio à tomada de decisões de caráter financeiro. 2.2.4 Tipos de Fluxo de Caixa 2.2.4.1 Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que existe entre os fluxo de caixa realizado e o projetado. Isso possibilita identificar os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou por falhas de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite identificar as causas de eventuais divergências de valores; funciona como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o planejamento financeiro futuro. 2.2.4.2 Fluxo de Caixa Projetado O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. A curto prazo busca-se identificar os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período projetado, para que através dessas informações se possa traçar uma adequada política financeira. A longo prazo, o fluxo de caixa projetado, além de identificar os possíveis excessos ou escassez de recursos, visa também obter outras informações importantes, tais como: ● verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações; ● determinar o capital em giro no período; ● determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF = capital em giro / capital de giro da empresa); ● determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa; etc. Pode-se observar que o Fluxo de Caixa Histórico limita-se a dados do passado e já no Fluxo de Caixa Projetado prevê-se o futuro. Nessa visão, prevendo o futuro, possibilita a uma melhor adaptação e agilidade de situações que estão por vir, mas sempre tomando por base fatos históricos. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 10. 10 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas 2.2.5 A Periodicidade do Fluxo de Caixa A periodicidade para a elaboração do Fluxo de Caixa varia muito com o tamanho e o ramo de atividade da empresa, empresas com atividades de grandes oscilações tem a tendência de optarem por períodos curtos, já as que têm uma atividade mais estável preferem períodos longos, como escreve FREZATTI (1991, p.10): “Discutir horizonte implica na definição do período pelo qual a empresa se preocupa e mobiliza para obter resultados de caixa. Pode fazê-lo para 30 dias, 90, 360, enfim, o horizonte que trouxer benefício ao processo decisório da empresa. O critério para se definir horizonte não é o critério de "gosto", pelo simples fato de querer tê-lo. O critério correto consiste em usar o horizonte que tenha utilidade em termos de decisão para a empresa”. Assim, deduz-se que a periodicidade de um Fluxo de Caixa deve ser a que melhor se adapta a empresa e não algo pré-definido. 2.2.6 O Fluxo de Caixa a Longo Prazo O Fluxo de Caixa a longo prazo dispensa muitos detalhes, pois sua função é demonstrar apenas as situações significativas, para se traçar planos de ação a serem tomados pela alta direção da empresa. Esse tipo de Fluxo de Caixa deve indicar a época em que os recursos serão insuficientes para honrar compromissos, para que o administrador financeiro, possa planejar e buscar caminhos para saldar os mesmos. O que condiz com as palavras de ZDANOWICZ (2002, p.129): “Tem por objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das atividades planejadas para um dado período. Deverão indicar as épocas em que as disponibilidades poderão ser insuficientes...”. Normalmente, o Fluxo de Caixa a longo prazo, é planejado de dois a cinco anos, incluindo os projetos de expansão, modernização, recolocação ou novas instalações da empresa. O motivo pelo qual se projeta um Fluxo de Caixa a longo prazo, vem da importância do controle de possíveis necessidades de caixa, e conforme ZDANOWICZ a prática de buscar recursos depois de ter surgido a necessidade, denota a falta de planejamento e controle financeiros da empresa. 2.2.7 O Fluxo de Caixa a Curto Prazo O Fluxo de Caixa de curto prazo, segundo ZDANOWICZ, pode ser diário, semanal ou mensal, é utilizado onde existem grandes oscilações, para assim se ter um acompanhamento mais próximo e evitar surpresas. Ainda se a empresa LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 11. 11 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas pratica investimentos de forma intensiva, o curto prazo da demonstração do Fluxo de Caixa é muito importante. Essa demonstração parte de um Fluxo de longo prazo, alterando-se para período mensal posteriormente em semanal e por fim em diário, para assim a empresa ter em mãos um poderoso instrumento de planejamento e controle financeiro para a tomada de decisões, como contribui, ZDANOWICZ (2002, p.128): “É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo para três meses. O fluxo de caixa mensal deverá, posteriormente, transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário fornece a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa, constituindo-se em poderoso instrumento de planejamento e controle financeiros para a empresa”. Nesses termos, o Fluxo de Caixa a Curto Prazo, para atingir seus objetivos, também deve partir de um prazo mais alongado para compreender todas as suas estimativas. 2.3 Balanço Patrimonial 2.3.1 Conceito SÁ (1994, p.48) define Balanço como sendo “a demonstração sintética do estado patrimonial de uma empresa ou de uma entidade, através de seus investimentos e da origem desses investimentos”. A demonstração contábil que apresenta todos os bens, direitos e obrigações da empresa tem por finalidade apresentar a situação patrimonial em dado momento, dentro de determinados critérios de avaliação. É a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos contábeis, apresentando de forma ordenada os três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Uma vez bem estudada a natureza do Ativo (bens e direitos), do Passivo (obrigações), do Patrimônio Líquido (diferença entre o ativo e o Passivo) e as rotinas e procedimentos contábeis, muito fácil se torna entender o que é o Balanço. 2.3.2. Importância do Balanço O Balanço Patrimonial é a situação patrimonial resultante de uma série de fatos ocorridos na empresa. Permite que análises sejam feitas, fornecendo informações importantes aos interessados na situação patrimonial e nas variações ocorridas em determinado período de tempo. A grande importância do Balanço reside na visão que ele demonstra as aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativo) e qual a origem desses LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 12. 12 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas recursos (Passivo). É o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Diversas são as formas pelas quais são apresentadas as demonstrações contábeis, financeiras e, em especial o Balanço Patrimonial, dentre as quais podemos citar: ● Finalidade legal – o Código Comercial Brasileiro obriga a apresentação da situação patrimonial e suas variações pelas empresas. Destaca-se também a obrigatoriedade de apresentação de informações ao governo para exercer o seu poder de tributar e colher informações econômicas; ● Finalidade administrativa – as informações fornecidas no Balanço Geral das empresas, possibilitam avaliar a gestão e posicionar os tomadores de decisão sobre a continuidade dos planos de ação e metas, até então adotadas as necessidades de ajuste ou mesmo a sua reformulação; ● Finalidade econômica-financeira – de interesse das empresas de finanças e investidores, análises estruturais, de evolução, de solvência, de liquidez, de garantia de capitais, de retorno dos valores investidos e outras, podem ser feitas partindo-se dos demonstrativos elaborados e apresentados pela empresa. 2.3.3. Apresentação do Balanço A apresentação dos elementos patrimoniais assume grande importância, pois se trata de peça contábil utilizada para revisão e análise dos negócios. O Ativo é indicado no lado esquerdo ou na parte superior. O Passivo no lado direito ou na inferior. O Patrimônio Líquido, que dá a informação adicional, mostra o investimento e o lucro (ou prejuízo) acumulado, é indicado no lado direito ou inferior, somado ou subtraído do Passivo, conforme seja positivo ou negativo. A classificação das contas depende da natureza da empresa e da função de cada uma no conjunto. A liquidez é comumente utilizada como parâmetro. A lei brasileira classifica os ativos dos mais líquidos aos menos líquidos. A Lei n.º 6.404/76 regulamenta as sociedades por ações: introduziu inúmeras inovações na legislação societária do Brasil no que tange às normas e aos princípios contábeis, inclusive na forma e conteúdo do Balanço. A adoção de agrupamentos padronizados e oficiais é útil, porque facilita a preparação das demonstrações, análises, interpretações, comparações e estudos estatísticos. Quadro 1 – Modelo de Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL EM ___/___/___ ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Disponível Fornecedores Caixa Empréstimos LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 13. 13 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas Bancos c/ movimento Obrigações Sociais Créditos Impostos a Recolher Duplicatas a Receber Outras Obrigações Outras Contas a Receber Estoques Mercadorias Despesas do Exercício Seguinte Prêmios Seguros a Apropriar Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Créditos Financiamentos Duplicatas a Receber Permanente Resultado de Exercícios Futuros Investimentos Receitas Diferidas Ações de Outras CIAS (-) Custos/despesas Imobilizado Patrimônio Líquido Terrenos Veículos Capital Social Móveis e Utensílios Reservas de Capital Máquinas Reserva de Reavaliação Diferido Reserva de Lucros Despesas pré-operacionais Lucros ou Prejuízos Acumulados Fonte: FAVERO, (1995, p.61) 2.4 Demonstração de Resultado do Exercício - DRE 2.4.1 Conceito A Demonstração do Resultado do Exercício deve apresentar o resumo das variações positivas, que são as receitas e os ganhos, e negativas, como custos, despesas e perdas, ocorridas durante um determinado período de tempo, normalmente no exercício social, em função da exploração das atividades operacionais da empresa. Segundo ROSS (2002), a demonstração de resultado é elaborada por diversas seções, sendo a operacional, na qual se apresenta as receitas e despesas inerentes às operações principais da empresa; a seção não operacional onde se inclui todos os custos de financiamento, tais como despesas de juros; uma outra seção ainda indica como item separado os impostos lançados contra o lucro; e, por o último, o Lucro Líquido. 2.4.2. Finalidade A finalidade básica da Demonstração do Resultado do Exercício é descrever a formação do resultado gerado no exercício, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes, até o resultado líquido final, que é o lucro ou prejuízo. Esse resultado líquido final, se lucro, representa o ganho efetivo obtido pela empresa, que tem por finalidade remunerar os sócios ou acionistas e manter e desenvolver o patrimônio da empresa. Se prejuízo líquido do exercício, representar a parcela de desgaste sofrido pelo patrimônio no período, significa LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 14. 14 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas que as receitas geradas foram insuficientes para cobrir os custos e despesas incorridas na obtenção de tais receitas. 2.4.3 Composição 2.4.3.1 Receitas Operacionais As Receitas Operacionais são provenientes da exploração das atividades operacionais, principais e acessórias, desenvolvidas pela empresa, são as receitas de vendas de mercadorias, produtos ou serviços. Essas receitas devem ser demonstradas por seu montante bruto, de modo que fique consistente com o valor faturado a clientes, contendo as deduções das receitas e a receita operacional líquida. 2.4.3.2 Custos Em Contabilidade, o significado do termo custo consiste no valor monetário pago por bens e serviços utilizados, fornecendo dados e informações para que a entidade analise o andamento das suas atividades, podendo planejar as operações futuras servindo de apoio ao gerenciamento da empresa. Segundo MARTINS (1996, p.25), “Custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Os Custos são ligados à produção, como exemplo pode-se citar: matéria-prima utilizada na produção, manutenção de máquinas de produção, aluguel da fábrica, entre outros. 2.4.3.3 Despesas Operacionais As Despesas Operacionais são as despesas que contribuíram para a consumação das operações realizadas no período. Representam os gastos incorridos com as áreas comercial, administrativa e financeira para obtenção das receitas operacionais do período. Incluem as despesas com vendas ou comercialização, despesas administrativas, despesas financeiras e despesas necessárias à consecução das operações. É muito comum existir confusão entre o que é Custo e o que é Despesa, caso não sejam corretamente separados, podem prejudicar muito o nível das informações. A diferença básica entre eles é que os gastos relativos ao processo de produção são Custos, e os relativos à administração e aos financiamentos são Despesas. 2.4.3.4 Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício O Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício é o resultado final do exercício. Se positivo após deduzidas as participações, obtém-se o lucro do exercício. Sendo o resultado do exercício negativo antes das participações, ocorrerá um prejuízo líquido, que deverá ser compensado com lucros acumulados, reserva de lucros e reserva legal, respectivamente. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 15. 15 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas Quadro 2 – Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PERÍODO ___/___/___ a ___/___/___ Receitas Operacionais Brutas Vendas (-) Deduções da Receita Bruta ICMS s/ Vendas Devoluções e Abatimentos PIS s/ Faturamento Cofins (=) Receitas Operacionais Líquidas (-) Custo das Mercadorias Vendidas (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas (±) Despesas Financeiras Deduzidas das (-) Receitas Financeiras (±) Outras Receitas e outras Despesas Operacionais (=) Resultado Operacional Líquido (±) Resultado não Operacional (+) Ganhos de Capital (-) Perdas de Capital (±) Saldo da Correção Monetária do Balanço (=) Resultado Líquido antes da Contribuição Social e Imposto de Renda (-) Provisão para Contribuição Social (-) Provisão para Imposto de Renda (=) Resultado Líquido antes das Participações (-) Participações Participações de Empregados Participações de Administradores (=) Resultado Líquido do Exercício Fonte: FAVERO, (1995, p.86) 2.5 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR Esse demonstrativo mostra a total diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante, a movimentação dos recursos em termos de variação do capital circulante líquido, detalhando as diversas fontes e aplicações de recursos que o afetaram. Através dessa demonstração o analista pode obter informações relevantes sobre a gestão financeira da empresa em relação as origens e aplicações, de curto e longo prazo, evidenciando as variações que ocorreram no patrimônio das empresas no período em questão; saber se a empresa gerou recursos em suas operações, se imobilizou recursos no período, se obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas fizeram novos investimentos de capital. Complementa PADOVEZE (2000, p.62), “Com este relatório, ficará claro se houve boa correlação entre os tipos de recursos obtidos e suas aplicações. Exemplificando, se a empresa aportou substanciais recursos de longo prazo LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 16. 16 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas durante o exercício, deveríamos ter aplicações similares nos ativos permanentes.” Segundo o FIPECAFI (2000, p.579), “a DOAR tem como objetivo apresentar as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa e evidenciar as alterações da posição financeira da empresa”. 2.5.1 Conceito de Origem e Aplicação Para fins de elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR entende-se a origem como toda operação que aumenta o capital circulante líquido. A obtenção de recursos através de financiamento a longo prazo, aumento de capital em dinheiro, vendas de itens do permanente (investimento e imobilizado) e recebimento de itens do realizável a longo prazo são exemplos de origens de recursos. A redução do capital circulante líquido geralmente decorre de uma aplicação de recursos no não circulante. Pode-se exemplificar entre várias situações a aquisição de bens ou direitos que venham integrar o permanente ou realizável a longo prazo, distribuição de dividendos, redução de suas exigibilidades a longo prazo, etc. O FIPECAFI (2000, p.580) enfoca da seguinte forma as origens de recursos: “a) Das próprias operações, quando as Receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos: • Se houver lucro, teremos uma origem de recursos. • Se houver prejuízo, temos uma aplicação de recursos. b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido. c) De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante”. 2.5.2 Análise da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR A DOAR é introduzida a partir da Lei 6.404 (1976). Antes ela já existia como a denominação de fluxos de fundos. Apenas um número reduzido de empresas publicava o fluxo de fundos. Atualmente dada a sua obrigatoriedade para uma boa parte das sociedades anônimas a DOAR está se tornando mais conhecida. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 17. 17 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas Até então era uma demonstração considerada prescindível e por isso, não há tantos trabalhos na bibliografia contábil sobre sua análise. Alguns índices extraídos do Balanço patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício terão seu poder de explicação ampliado quando relacionados a DOAR. A análise da DOAR permite identificar quais os tipos de fontes de recursos que alimentam a empresa, qual a fonte tem uma participação maior, qual o destino, que administração da empresa está dando para os recursos, qual é o nível de imobilização e de não imobilização da empresa, qual o nível de investimento em outras atividades (não operacional). Quadro 3 – Modelo de Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Exercício findo em 31 de dezembro de 19x0 ORIGENS DE RECURSOS Das operações Lucro (prejuízo) Líquido do Exercício (+) Depreciação, Amortização e Exaustão (±) Variações Monetárias (±) Resultado da Correção Monetária do Balanço (±) Resultado da Equivalência Patrimonial (±) Ganhos ou perdas na venda de bens do Imobilizado (±) Ganhos ou perdas na venda de Investimentos (±) Ganhos ou perdas em itens do Ativo Diferido Dos acionistas Integralização de Capital Contribuições para aumento da Reserva de Capital De Terceiros Diminuição do Ativo Realizável a Longo Prazo Aumento de Exigível a Longo Prazo Valor da venda de Investimentos Valor da venda de bens do Imobilizado Dividendos recebidos Diminuição do Ativo Diferido TOTAL DAS ORIGENS APLICAÇÕES Distribuição de lucros ou dividendos Dividendos propostos Aumentos no Ativo Realizável a Longo Prazo Aumentos de Investimento Aumentos do Imobilizado Aumentos no Diferido Diminuição do Exigível a Longo Prazo TOTAL DAS APLICAÇÕES AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Fonte: FAVERO, (1995, p.90) LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 18. 18 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas 3.METODOLOGIA DE PESQUISA A metodologia empregada para o desenvolvimento do artigo foi baseada propriamente em pesquisas bibliográficas do tema proposto, e de acordo com HÜHNE (1999, p.247) “a pesquisa bibliográfica é fundamental em qualquer área de estudo porque é ela quem levanta os dados de uma questão e oferece fundamentação teórica para um problema”. 3.1. Método de Coleta de Dados Os procedimentos e métodos utilizados na coleta de dados são: ● Pesquisa em obras bibliográficas, revistas científicas, artigos, monografias, dissertações, páginas da web em sites voltados para o conhecimento da Administração Financeira. Tal acervo foi utilizado na elaboração, análise e interpretação dos dados. ● Entrevista com o Consultor do SEBRAE – Serviço de Apoio a Pequena Empresa no Paraná - Edison Charavara, coletando informações essenciais ao desenvolvimento do estudo. 3.2. Análise dos Dados Foi feita através da conciliação entre a visão dos autores sobre a importância da Administração Financeira e a situação enfrentada pelos micro e pequenos empresários. Desse confronto são retiradas informações e possíveis soluções para os problemas enfrentados pelas organizações acerca das finanças empresarias, a fim de apresentar soluções de caráter relevante e significativo. 4 CONCLUSÃO Pela abrangência deste trabalho e pela metodologia adotada, não são apresentadas conclusões propriamente ditas, mas sim levantadas diversas questões importantes obtidas após o término da pesquisa. Também são colocadas algumas sugestões e recomendações que podem contribuir na solução de deficiências nos procedimentos administrativos e financeiros das micro e pequenas empresas. 4.1 Administração financeira das Micro e Pequenas Empresas 4.1.1 Classificação das Micro e Pequenas Empresas Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), as empresas podem ser classificadas em micro, pequena, média e grande empresa, podendo ser, desde uma firma individual até uma empresa com operações em bolsa de valores. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 19. 19 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas De acordo com o Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004, referente ao Art. 2° da Lei 9.841, de 05 de outubro de 1999, os valores dos limites fixados são os seguintes: 1. Microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos); 2. Empresa de Pequeno Porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que, não enquadra como micro empresa, tiver receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos) e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais). Apesar do que se estabelece na lei, outros meios de se classificar podem ser utilizados como a classificação por faturamento, número de empregados, etc. Na Tabela 1 está estabelecida a classificação das MPE de acordo com o SEBRAE (2004). Tabela 1 – Classificação das micro e pequenas empresas ME (Microempresa) Indústria até 19 empregados e no comércio/serviço até 09 PE (Pequena Empresa) Indústria de 20 até 99 empregados e no comércio/serviço 10 a 49 MDE (Média Empresa) Indústria de 100 até 499 empregados e no comércio/serviço 50 a 99 GE (Grande Empresa) Indústria acima de 499 empregados e no comércio/serviço acima de 100 Fonte: SEBRAE (2004) Segundo os dados encontrados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS, 2000) existem no Brasil cerca de seis milhões de empresas e as MPE respondem por 99% do total. Na Tabela 2 tem-se a distribuição do número de empresas no Brasil, classificadas por setores da economia. Tabela 2 – Distribuição do número de empresas no Brasil Indústria Comércio Serviços Total Porte N° % N° % N° % N° % Empresas Empresas Empresas Empresas Micro 939.267 17,8 2.414.652 45,8 1.923.389 36,4 5.277.308 100 Pequena 48.314 19,7 88.941 36,2 108.203 44,1 245.458 100 Média 9.856 33,3 5.724 19,4 13.999 47,3 29.579 100 Grande 1.580 7,0 2.955 13,2 17.899 79,8 22.434 100 Total 999.017 17,9 2.512.272 45,1 2.063.490 37,0 5.574.779 100 Fonte: RAIS (2000) Se considerada a distribuição por segmento específico de atividade econômica, 45,8% das micro e 23,8% das pequenas empresas concentram-se no comércio atacadista e varejista. Note-se que a representatividade das micro é LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 20. 20 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas significativa também nas outras atividades econômicas, de tal forma que sua participação em cada atividade está próxima do percentual do total de empresas que atuam (Tabela 3). Tabela 3 – Distribuição percentual do número de empresas por atividade econômica no Brasil ATIVIDADE MICRO PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL ECONÔMICA Agricultura, pecuária, 5,3 4,3 3,1 2,5 5,3 silvicultura e exploração florestal Pesca 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Indústrias extrativas 0,3 0,7 0,4 0,5 0,3 Indústrias de 8,2 23,4 25,7 20,0 8,7 transformação Produção e distribuição 0,1 0,6 0,9 1,2 0,1 de eletricidade, gás e água Construção 3,1 6,4 6,2 3,5 3,2 Comércio atacadista e 45,8 23,2 10,7 1,8 45,1 varejista Alojamento e alimentação 5,9 5,6 1,7 0,6 5,9 Transporte, 3,6 5,7 6,8 8,0 3,6 armazenagem e comunicações Intermediação financeira 1,3 3,9 1,6 1,4 1,4 Atividades imobiliárias, 12,8 9,8 12,5 13,3 12,7 aluguéis e serviços prestados às empresas Administração pública, 0,3 1,4 16,6 35,7 0,4 defesa e seguridade social Ensino 1,6 5,6 4,2 3,4 1,7 Saúde e serviços sociais 3,3 3,8 5,0 5,1 3,3 Outras atividades de 8,3 5,6 4,6 2,9 8,2 serviços coletivos, sociais e pessoais Residências particulares 0,1 - 0,01 - 0,1 com empregados domésticos Organismos 0,01 0,01 - - 0,01 internacionais e outras instituições extraterritoriais Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: RAIS (2000) Embora as micro e pequenas empresas representem 99% da quantidade de estabelecimentos, elas geram 41,4% dos postos de trabalho formais, enquanto as médias 12,3% e as grandes 46,3%. Ainda de acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos 27,2 milhões de trabalhadores LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 21. 21 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas com carteira assinada, 28% estão na indústria, 16% no comércio e 56% nos serviços. Observando o número de trabalhadores distribuídos em cada setor de atividade econômica, segundo o porte da empresa, nota-se que na indústria as micro e pequenas empresas respondem por 51% dos trabalhadores com carteira assinada, as médias por 26 % e as grandes por 23% (gráfico 1). No comércio, cerca de 78% dos postos de trabalho formais estão nas MPEs, 9% nas médias e 13% nas grandes. Nos serviços, são as grandes empresas que respondem por mais de dois terços dos empregos formais 68%. As micro e pequenas empresas participam com 26% dos postos de trabalho, e as médias com 6%. Gráfico 1 – Distribuição percentual do número de trabalhadores por setor de atividades e porte das empresas. 100 78 80 68 60 51 47 % 41 40 26 23 26 20 9 13 6 12 MPE 0 Média Indústria Comércio Serviços Total Grande Fonte: RAIS (2000) 4.2. Características das Micro e Pequenas Empresas Conforme Web Site IBGE <http://www.ibge.gov.br> (2006), as micros e pequenas empresas podem ser de dois tipos: empregadoras e familiares. As MPE’s empregadoras podem ser definidas como aquelas que têm pelo menos uma pessoa na condição de empregado e as familiares como aquelas em que apenas trabalham os proprietários, os sócios e/ou membros da família. Ainda segundo o IBGE são características das micros e pequenas empresas: ● baixa intensidade de capital; ● altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada; ● forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão- de-obra ocupada nos negócios; ● poder decisório centralizado; ● estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo, principalmente, em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica; ● registros contábeis pouco adequados; ● contratação direta de mão-de-obra; LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 22. 22 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas ● utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada; ● baixo investimento em inovação tecnológica; ● maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e, ● relação de complementaridade e subordinação com as empresas de grande porte. 4.3. Fatores de Sucesso das Micro e Pequenas Empresas É de conhecimento geral que pequenas e médias empresas não se organizam ou se estruturam de maneira eficiente e adequada, mas à medida que se aumenta o grau de “alfabetização empresarial”, cresce também a força das pequenas e médias empresas. As pequenas e médias empresas têm grande capacidade de se adaptar às necessidades do mercado, podem tomar decisões rápidas e pontuais, reagindo de imediato às mudanças e exigências do mercado, mantendo uma boa organização e controle. Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004) há três características comuns para os fatores de sucesso das micro e pequenas empresas: ● Habilidades gerenciais ● Capacidade empreendedora ● Logística empresarial Com base nisso, pode-se dizer que os fatores condicionantes do sucesso empresarial segundo as habilidades gerenciais são: bom conhecimento do mercado em que atua e boa estratégia de vendas. Esses fatores indicam que, para se obter sucesso nas vendas, o empresário deve ter bom conhecimento do mercado, como por exemplo, clientela potencial e quais os produtos eles procuram e também avaliar e procurar as melhores fontes para a aquisição dos bens para a formação do estoque da empresa. Quanto aos fatores condicionantes de sucesso da capacidade empreendedora, tem-se: a criatividade do empresário, aproveitamento das oportunidades de negócios, empresário com perseverança e capacidade de liderança, os quais refletem a capacidade empresarial para comandar o empreendimento. Já os fatores condicionantes da logística empresarial, refletem na escolha de um bom administrador, ao uso de capital próprio, reinvestimento dos lucros na empresa e acesso a novas tecnologias. Em suma, pode-se dizer que os dois primeiros fatores, refletem a preparação do empresário para interagir com o mercado em que atua e a competência para bem conduzir o seu negócio. E a logística empresarial fornece as bases para a criação, sustentação e crescimento da atividade empresarial. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 23. 23 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas 4.4. Dificuldades Enfrentadas pelas Micro e Pequenas Empresas Embora as micro e pequenas empresas apresentem crescente relevância na economia brasileira, bem como seu papel social na diminuição das desigualdades entre indivíduos e regiões, elas ainda enfrentam dificuldades diversas para exercer suas atividades. Um fator direto de tais dificuldades é a elevada taxa de mortalidade empresarial, embora o Brasil tenha uma população empreendedora, por falta de preparo e apoio adequado, o brasileiro também muito fracassa. O país apresenta alta mobilidade social e econômica, nele despontam muitas oportunidades. Todavia, a falta de estrutura adequada em termos de aparato legal, contábil e gerencial, a legislação tributária ainda desfavorável, as exigências burocráticas, a carência de crédito e de uma política sistêmica de apoio e incentivo às micro e pequenas empresas levam a altas taxas de insucesso. De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE (2004), a taxa de mortalidade empresarial no Brasil, apurada para as empresas constituídas e registradas nas juntas comerciais dos Estados nos anos de 2000, 2001 e 2002, revela que 49,4% encerraram as atividades com até 02 (dois) anos de existência, 56,4% com até 03 (três) anos e 59,9% não sobrevivem além dos 04 (quatro) anos. A Tabela 4 apresenta as apurações para as regiões do País, mostrando taxas de mortalidade elevadas, variando de 46,7% a 62,7%, segundo o ano de constituição da empresa. O Sul é a região com maior percentual para as empresas com até 2 (dois) e 3 (três) anos de constituição para as empresas com até 4 (quatro) anos. Tabela 4 – Taxa de mortalidade por região e Brasil (2000-2002) Regiões ANO DE SUDESTE SUL NORDESTE NORTE CENTRO BRASIL CONSTITUIÇÃO OESTE 2002 48,9 52,9 46,7 47,5 49,4 49,4 2001 56,7 60,1 53,4 51,6 54,6 56,4 2000 61,1 58,9 62,7 53,4 53,9 59,9 Fonte: SEBRAE (2004, p.9) A pesquisa SEBRAE também levantou as causas do fechamento das empresas, conforme se observa na Tabela 5, encontram-se em primeiro lugar entre as causas de fracasso questões relacionadas a falhas gerenciais na condução dos negócios, falta de capital de giro (indicando descontrole de fluxo de caixa), problemas financeiros (situação de alto endividamento), ponto inadequado (falhas no planejamento inicial) e falta de conhecimentos gerenciais. Em segundo lugar, predominam as causas econômicas conjunturais, como falta de clientes, maus pagadores, recessão econômica do País e, também, com 14% de citações, a falta de crédito bancário. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 24. 24 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas Tabela 5 – Causas das dificuldades e razões para fechamento das empresas CATEGORIAS RANKING DIFICULDADES/RAZÕES PERCENTUAL 1° Falta de capital de giro 42% 3° Problemas financeiros 21% Falhas Gerenciais 8° Ponto/local inadequado 8% 9° Falta de conhecimentos gerenciais 7% 2° Falta de clientes 25% Causas 4° Maus pagadores 16% Econômicas 6° Recessão econômica no país 14% Conjunturais Logística 12° Instalações inadequadas 3% Empresarial 11° Falta de mão-de-obra qualificada 5% 5° Falta de crédito bancário 14% Políticas Públicas 10° Problemas com a fiscalização 6% e arcabouço legal 13° Carga tributária elevada 1% 7° Outra razão 14% Fonte: SEBRAE (2004, p.13) Pode-se dizer que as causas da alta mortalidade das empresas no Brasil estão relacionadas, com as falhas gerenciais na condução de seus empreendimentos, seguida de causas econômicas conjunturais e tributação. As falhas gerenciais podem ser relacionadas à falta de planejamento na abertura do negócio, levando o empresário a não avaliar de forma correta, previamente, dados importantes para o sucesso do seu negócio, como a existência de concorrência, a presença dos consumidores, dentre outros fatores. 4.5. Medidas para se Obter um Bom Desempenho Diante de um mercado cada vez mais competitivo, para manter seu negócio, os empresários e os administradores devem pensar estrategicamente, pois os consumidores, de hoje, são bem educados, conscientes de suas opções e exigem excelência. Por essa razão, os administradores e empresários devem pensar sobre como construir uma força de trabalho capaz de gerenciar a empresa, de modo que produza bens e serviços que forneçam maior valor possível ao consumidor. Todo empreendimento se origina acreditando na possibilidade de crescer, prosperar e contribuir para o desenvolvimento econômico do empreendedor e do mercado da Região na qual está inserido. Para garantir estas condições, segundo OLIVEIRA (1997), “os empresários necessitam adquirir conhecimentos gerenciais, de forma a tomar decisões oportunas, baseadas na sua experiência e nas informações contábeis”. Nesse sentido, são demonstradas algumas medidas para os empresários obterem sucesso em seus empreendimentos, como a elaboração de um plano estratégico de negócio, planejamento da administração, análise dos demonstrativos de resultados e também análise do fluxo de caixa. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 25. 25 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas 4.5.1. Elaboração do Plano Estratégico de Negócio Para se obter sucesso de um empreendimento, é preciso aliar a capacidade empreendedora à prática, definindo metas, calculando riscos, buscando inovações e estando atento às novas oportunidades. A ferramenta para isso pode ser o plano de negócios, em que o empresário define no papel como manter e também como fazer crescer o seu empreendimento. Segundo ANTONIK (2004, p.37), “com a elaboração do plano, o empreendedor terá uma noção prévia do funcionamento de seu negócio em relação a: finanças, clientes, fornecedores, concorrentes (mercado) e organização necessária para o seu bom funcionamento”. O plano de negócios é um documento escrito que tem o objetivo de estruturar as principais idéias e opções que o empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada. É também um meio de manter a estratégia empresarial da empresa em dia, pronta para alterações administrativas. Para tanto, deve-se realizar periodicamente a adequação da estrutura organizacional à realidade do mercado em que a empresa atua, para evitar o aparecimento de fatores que possam comprometer a sobrevivência do negócio. Segundo Web Site SEBRAE <http://www.sebrae.com.br> (2006), as funções do plano de negócio são: “- Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional; - Avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado; - Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu capital próprio não é suficiente para cobrir não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais”. 4.5.2. Planejamento da Administração Financeira O planejamento é uma metodologia gerencial que estabelece o rumo a ser seguido pela organização, visando a integração com o ambiente e a busca dos resultados futuros. Para ANTONIK (2004, p.38): “a sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial para o sucesso da organização. O desenvolvimento de uma pequena e média empresa requer a definição de uma política realista, focada nas condições do mercado, em que as taxas de juros e os preços dos serviços cubram, os seguintes itens: Custos operacionais e financeiros; Riscos inerentes do negócio (inadimplências, roubo e perdas); Depreciação; Geração de LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 26. 26 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas excedente financeiro para investimento no aumento e expansão do próprio negócio.” Portanto, o planejamento traça o caminho para a empresa alcançar seus objetivos. É planejando que a empresa consegue organizar seu negócio, identificar e tirar o melhor proveito das oportunidades com que se depara constantemente. O planejamento da administração financeira é essencial para o sucesso de qualquer organização, pois definem a natureza da relação entre a empresa, os clientes e a concorrência. Para BRAGA (1989, p.228) “planejamento financeiro é o processo por meio do qual se calcula quanto de financiamento é necessário para se dar continuidade às operações de uma companhia e se decide quando e como a necessidade de fundos será financiada”. Pode-se ainda dizer que, o planejamento financeiro é o processo formal que conduz a administração da empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças e a rever, quando necessário, as metas já estabelecidas, assim poderá a administração visualizar com antecedência as possibilidades de investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário manter em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade. 4.5.3. Análise dos Demonstrativos de Resultados As demonstrações contábeis ou financeiras são elaboradas por profissionais da área contábil e têm objetivo de fornecer dados para análise econômica e financeira da empresa. O processo de análise dos demonstrativos financeiros é fator de sucesso na pequena e média empresa, são considerados importantes ferramentas de orientação e controle, pois demonstram: ● os valores de competência de determinado período, ou seja, o faturamento real; ● o custo da mercadoria vendida em relação ao faturamento do mês; ● os custos fixos do mês, impostos relativos ao faturamento, comissões devidas; ● os resultados mensais obtidos, o lucro operacional e o lucro liquido, considerando as despesas com investimento e financeiras; ● ponto de equilíbrio entre os custos fixos e variáveis da empresa. 4.5.4. Análise e Adequação do Fluxo de Caixa Atualmente, para que uma empresa possa administrar seus custos e receitas de modo eficaz, é indispensável que ela utilize ferramentas de controle financeiro, sendo o Fluxo de Caixa uma das mais indicadas para alcançar tal objetivo. Segundo ANTONICK (2004, p.38): LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 27. 27 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas “o fluxo de caixa retrata o movimento real do caixa no mês, é necessário para complementar a análise financeira da empresa, as entradas e saídas de dinheiro. Deve ser planejado, evitando assim sobressaltos durante a gestão empresarial ou necessidade de ajuste de caixa por meios de empréstimos a bancos, os quais, se realizados às pressas, acabam tornando-se dispendiosos para a empresa. Para o pequeno e médio empresário, é essencial desenvolver essa atividade". Porém, lembrando o contexto das micro e pequenas empresas, observa- se que várias delas tem falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Geralmente, os gestores dessas empresas atribuem a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, como causa para a mortalidade das empresas, sendo que muitas vezes o problema está na administração do empreendimento. Dentre os objetivos do fluxo de caixa nas micro e pequenas empresas, pode-se citar: ● facilitar análise e cálculo na seleção das linhas de crédito a obter; ● detectar antecipadamente as carências de recursos; ● planejar desembolsos evitando acúmulo de compromissos consideráveis em época de poucos recursos; ● quantificar os recursos próprios disponíveis para investimentos; ● intercambiar os diversos departamentos com área financeira; ● usar com eficiência e eficácia recursos disponíveis; ● manter determinado nível da caixa em função do capital de giro; ● auxiliar a análise dos valores a receber e estoques, para verificar sua conveniência; ● aplicar os excedentes de caixa; ● integrar os controles financeiros da empresa. Contudo, pode-se dizer que as micro e pequenas empresas, independente de sua atividade, é movida à caixa. E é através do fluxo de caixa que se identifica exatamente quanto está disponível para ser atribuído aos credores e acionistas, ou quanto poderá ser investido na empresa. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As micro e pequenas empresas representam importante papel no desenvolvimento econômico-social de uma nação, através da geração de empregos, renda e novas tecnologias, oportunidade para novos empreendedores realizarem profissionalmente, constituindo seu próprio negócio. Muitas vezes as notícias desses empreendimentos vêm acompanhadas de dados que falam dos fracassos nesses negócios. As causas mais comuns de LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 28. 28 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas insucesso, são os problemas financeiros, determinados por dificuldades nas vendas, queda nos lucros, poucas perspectivas de crescimento e problemas relacionados a gerenciamento e conhecimento do negócio. Nesse sentido é que se fez necessário destacar a importância de manter pessoas qualificadas dentro das organizações, a fim de levantar informações necessárias ao desenvolvimento das empresas. Com base nos estudos realizados, pode-se dizer que as empresas para obterem um bom desempenho em seus empreendimentos, devem elaborar um plano estratégico de negócios detalhado, levando em consideração todas as possibilidades de mercado, seguido de um planejamento financeiro, verificando a sustentabilidade econômica para obter o sucesso organizacional. As demonstrações financeiras consistem no processo no qual é identificada, registrada e divulgada. Fornecem dados econômico-financeiro de uma organização ou empresa, com a finalidade de possibilitar às pessoas interessadas que avaliem a situação da entidade, fornecendo dados, que são utilizados para avaliar a situação, e a informação financeira relevante da empresa. Considera-se que os objetivos foram atingidos, e através dos conceitos mencionados os Micro e Pequenos empresários podem ter uma base sobre a importância da administração financeira na sua organização. Contudo, fica aberta a realização de novos estudos, a fim de explorar ainda mais os assuntos acerca das finanças empresariais e sua importância para a Administração das Micro e Pequenas Empresas. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTONIK, L. R. A administração financeira das pequenas e médias empresas. Artigo revista FAE BUSINESS n° 8 maio 2004. BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1989. DECRETO N° 5.028, de 31 de março de 2004. FAVERO, H. L., LONARDONI, M., SOUZA, C. de, TAKAKURA, M. Contabilidade Teoria e Prática. Vol. 1. São Paulo: Atlas, 1995. FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, USP. Sergio de Iudícibus./Eliseu Martins./Ernesto Rubens Gelbcke. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 1994. FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas, 1991. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 29. 29 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 3ª. ed. São Paulo: Harba, 1984. HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. São Paulo: Atlas, 2001. HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: caderno de textos e técnicas. 7ª. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1999. LEI No 6.404, de 15 de dezembro de 1976. LIMA, J. G. Administração Financeira. 4ª. ed. São Paulo: Atlas 1980. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 1996. MARTINS, E., NETO, A. A. Administração Financeira: as finanças das empresas sob condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1986. OLIVEIRA, D. de P. R. Sistemas de informações gerenciais: estratégicas, táticas operacionais. São Paulo: Atlas, 1997. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial, Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil. 3ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2000. ROSS, S. A. Administração Financeira. Tradução - Antonio Zoratto Sanvicente, 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SÁ, A. L. de, SÁ, A. M. L. de. Dicionário de Contabilidade. 9ª. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1994. SÁ, C. A. de. Gerenciamento do fluxo de caixa. Apostila, São Paulo: Top Eventos, 1998. SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 1987. SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil. Relatório de Pesquisa, Brasília: agosto/2004. Web Site IBGE <http://www.ibge.gov.br> 2006. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais
  • 30. 30 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas Web Site PLANALTO <http://www.planalto.gov.br> 2006. Web Site RAIS <http://www.rais.gov.br> 2006. Web Site SEBRAE <http://www.sebrae.com.br> 2006. ZDANOWICZ, J. E. Fluxo de Caixa: Uma decisão de planejamento e controle financeiro. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002. LITENSKI, M.; LOZECKYI, J. - Controles Financeiros: Um Enfoque Acerca das Finanças Empresariais