O documento fornece um sumário detalhado de nove módulos de ensino sobre processo de trabalho em serviço social, estratégias de trabalho em serviço social, sociedade e cidadania, terceiro setor e serviço social, e conselhos populares e cidadania. O sumário lista os títulos de cada aula em cada módulo e unidade didática, abordando tópicos como diagnóstico, projetos sociais, trabalho e relações sociais, divisão social do trabalho, produção social e valor, entre outros.
1. Educação
sem fronteiras
SERVIÇO
SOCIAL
Autores
Edilene Maria de Oliveira Araújo
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho
Maria Aparecida da Silva
Maria Roney de Queiroz Leandro
5
www.interativa.uniderp.br
www.unianhanguera.edu.br
Anhanguera Publicações
Valinhos/SP, 2009
00 - Servico Social - 5 Sem.indd 1 1/5/09 3:52:57 PM
3. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Nossa Missão, Nossos Valores
____________________
A Anhanguera Educacional completa, em 2009, 15 anos. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotou-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições de
ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores da
Anhanguera.
Atuando também no Ensino à Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da UNIDERP Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
iii
4. Apresentação
____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no País e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo seu compromisso com
a qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos seus
propósitos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e ascensão social.
Reconhecida por sua ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais
um desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportuni-
dades de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação
a Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que em pouco tempo saiu das fronteiras
do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do País, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância, atua por meio de duas unidades operacionais, a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN), em função dos modelos alternativos ofe-
recidos e seus respectivos pólos de apoio presencial, localizados em diversas regiões do País e ex-
terior, oferecendo cursos de graduação, pós-graduação e educação continuada e possibilitando,
dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na sua estrutura organizacional e acadêmica, com
reflexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra pelos alunos de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado e
estimula-os a formar sua própria biblioteca, promovendo, dessa forma, a melhoria na qualidade
de sua aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena em sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
5. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Autores
____________________
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidades Católica de Mato Grosso – FUCMT – 1986
Especialização: Formação de Formadores em Educação de Jovens e Adultos –
Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Especialização: Gestão de Iniciativas Sociais –
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – 2002
ELISA CLÉIA PINHEIRO RODRIGUES NObRE
Graduação: Serviço Social – Universidade Católica Dom Bosco, UCDB – 1992
Especialização em Políticas Sociais – Universidade do
Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP – 2003
Mestrado em Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS – 2007
HELENROSE APARECIDA DA SILVA PEDROSO COELHO
Graduação: Ciências Sociais/Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP, Campinas /SP – 1982
Graduação: Psicologia/Universidade Católica
Dom Bosco – UCDB, Campo Grande/MS – 1992
Graduação: Direito/Universidade para o Desenvolvimento do
Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP, Campo Grande/MS – 2004
Especialização: Gestão Judiciária Estratégica
Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso, CEFETMT – 2007
Mestrado: A Construção dos Sentidos de Promoção e
Prevenção de Saúde na Mídia Impressa – UCDB – Campo Grande/MS, 2006
MARIA APARECIDA DA SILVA
Graduação: Serviço Social/Faculdades Unidas
Católicas Dom Bosco – FUCMT/ Campo Grande-MS – 1984
Especialização: Educação na Área da Saúde/Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/RJ, 1985
Mestrado: Saúde Coletiva/Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul – Campo Grande/MS, 1998
MARIA RONEY DE QUEIROZ LEANDRO
Graduação: Serviço Social/Faculdades Unidas
Católicas Dom Bosco – FUCMT/Campo Grande-MS/1987
Especialização: Saúde Pública – Escola Nacional
de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz/1993
v
6.
7. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Sumário
____________________
MÓDULO – PROCESSO DE TRAbALHO EM SERVIÇO SOCIAL
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁGIO SUPERVIONADO EM SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
O diagnóstico como ferramenta de trabalho do serviço social ......................................... 3
AULA 2
Projetos sociais: solucionando problemas .......................................................................... 10
UNIDADE DIDÁTICA – PROCESSO DE TRAbALHO EM SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
Trabalho e relações sociais na sociedade contemporânea ................................................. 19
AULA 2
Divisão social do trabalho ................................................................................................... 24
AULA 3
Produção social e valor ........................................................................................................ 29
AULA 4
Trabalho assalariado, capital e propriedade ........................................................................ 37
AULA 5
Processos de trabalho e produção da riqueza social ........................................................... 43
AULA 6
O trabalho coletivo – trabalho e cooperação ...................................................................... 48
AULA 7
Trabalho produtivo e improdutivo ...................................................................................... 52
AULA 8
A polêmica em torno da crise da sociedade do trabalho .................................................... 59
AULA 9
Trabalho e sociedade em rede .............................................................................................. 65
UNIDADE DIDÁTICA – ESTRATÉGIAS DE TRAbALHO EM SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
A inserção do assistente social nos processos do trabalho e as estratégias de trabalho
em serviço social ................................................................................................................... 75
AULA 2
Trabalho e serviço social: demandas tradicionais e demandas atuais ................................ 78
AULA 3
O redimensionamento da profissão: o mercado, as condições de trabalho, as
perspectivas e competências profissionais........................................................................... 81
vii
8. AULA 4
Condições de trabalho e respostas profissionais. A relação assistente social e usuários
dos serviços sociais ............................................................................................................... 86
AULA 5
As demandas e a intervenção profissional no âmbito das relações entre o estado e a
sociedade ............................................................................................................................... 89
AULA 6
A dimensão ético-política da prática profissional e o serviço social como instrumento
de cidadania e garantia de direitos....................................................................................... 92
AULA 7
Estratégia profissional e instrumental técnico-operativo utilizados no desempenho do
trabalho profissional – Parte 1 ............................................................................................. 95
AULA 8
Estratégia profissional e instrumental técnico-operativo utilizados no desempenho do
trabalho profissional – Parte 2 ............................................................................................. 99
AULA 9
Instrumentos, metodologias e técnicas utilizados pelo serviço social na busca de
respostas as demandas do trabalho...................................................................................... 103
SEMINÁRIO INTEGRADO...................................................................................................... 108
MÓDULO – SOCIEDADE E CIDADANIA
UNIDADE DIDÁTICA – TERCEIRO SETOR E SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
Considerações históricas sobre a emergência do terceiro setor ......................................... 111
AULA 2
Terceiro setor: conceitos, objetivos e características ........................................................... 114
AULA 3
Questões sociais, serviço social e as relações com o terceiro setor ..................................... 118
AULA 4
Organizações de interesse público e legislações pertinentes .............................................. 122
AULA 5
As organizações de interesse público e a gestão das políticas sociais ................................. 127
AULA 6
Responsabilidade social e suas dimensões........................................................................... 131
AULA 7
Voluntariado ......................................................................................................................... 135
AULA 8
O voluntariado no terceiro setor.......................................................................................... 140
AULA 9
Financiamento do terceiro setor .......................................................................................... 144
9. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
UNIDADE DIDÁTICA – CONSELHOS POPULARES E CIDADANIA
AULA 1
Contexto da cidadania .......................................................................................................... 153
AULA 2
Participação e controle social: instâncias de cidadania....................................................... 159
AULA 3
Conselhos de políticas públicas: assistência social .............................................................. 169
AULA 4
Conselhos de políticas públicas: saúde ................................................................................ 174
AULA 5
Conselhos de defesa de direitos: do idoso e da pessoa com deficiência ............................. 179
AULA 6
Conselhos de defesa de direitos: da criança e do adolescente (ECA)................................. 187
AULA 7
Conselhos de defesa de direitos: da mulher ........................................................................ 192
AULA 8
Conselhos de defesa de direitos: do indígena e do negro ................................................... 199
AULA 9
Atuação do profissional na efetivação do controle social ................................................... 207
SEMINÁRIO INTEGRADO...................................................................................................... 215
ix
10.
11. Módulo
PROCESSO DE
TRABALHO EM
SERVIÇO SOCIAL
Professora Especialista Edilene Maria de Oliveira Araújo
Professora Especialista Maria Roney de Queiroz Leandro
Professora MSc. Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho
12. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
Apresentação
Caro acadêmico!
Você irá começar o Estágio Supervisionado II do Curso de Serviço Social da UNIDERP Interativa. O está-
gio, sem dúvida alguma, é o momento de aprendizado prático, em meio a gama de conhecimentos teóricos
vivenciados no espaço da universidade, dando continuidade à prática de seu Estágio I. Porém, além da expe-
riência prática adquirida, o estágio também lhe proporcionará um estudo dessa vivência que engloba todas as
etapas, desde sua observação, supervisão, execução até a sua avaliação; enfim, um envolvimento das situações
reais vividas visando à integração do saber com o fazer, visão essa que atribuirá ao estágio um caráter de refle-
xão, o qual colocará você frente a inúmeras situações do dia-a-dia profissional, fazendo com que compreenda
o contexto da profissão que irá exercer a partir do conhecimento adquirido.
“O estágio é o locus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; volta-se para
o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e siste-
maticamente.” (BURIOLLA, 001, p. 13).
Para que o Estágio Supervisionado realmente contribua em sua formação, de vital importância serão as
seguintes atitudes:
• Ser responsável em todas as suas ações
• Ter atitudes éticas
• Realizar constantes reflexões
• Usar da autocrítica
• Ser colaborativo
Bom trabalho!
Professora Especialista Edilene Maria de Oliveira Araújo
“O possível não é o provável. Esse é o previsível, algo que podemos
calcular e antever, porque é uma probabilidade contida nos fatos e nos
dados que analisamos. O possível, porém, é aquilo criado pela nossa
própria ação. O que vem à existência graças ao nosso agir.”
Marilena Chauí
13. AULA 1 — O Diagnóstico como Ferramenta de Trabalho do Serviço Social
AULA
____________________ 1
Unidade Didática – Estágio Supervionado em
O DIAGNÓSTICO COMO FERRAMENTA DE
TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL
Conteúdo
Serviço Social
• Considerações sobre o estágio supervisionado
• O serviço social
• O diagnóstico como ferramenta para o assistente social
• Diagnóstico institucional
• Diagnóstico social
Competências e habilidades
• Entender o Estágio Supervisionado como o momento da prática das teorias aprendidas em sala
• Compreender as questões sociais como foco do trabalho do assistente social
• Verificar a importância do diagnóstico como ferramenta de trabalho para o assistente social
Textos e atividades para auto-estudo disponibilizados no Portal
Duração
h/a – via satélite com o professor interativo
h/a – presenciais com o professor local
6h/a – mínimo sugerido para auto-estudo
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO visão de um assistente social, fazendo com que o
SUPERVISIONADO acadêmico comece a correlacionar teoria e prá-
O Estágio Supervisionado é a exteriorização do tica, colaborando com o campo concedente de
aprendizado acadêmico fora dos limites da Uni- estágio.
versidade. É aquele ambiente onde o acadêmico irá O ambiente destinado ao estágio deverá propor-
aplicar e desenvolver os conhecimentos teóricos ad- cionar ao acadêmico a consolidação de seus conhe-
quiridos. cimentos por meio do que o cotidiano pode lhe
O estágio poderá ser realizado em instituições oferecer. Diante disso, a troca de experiência deverá
de direito privado, órgãos públicos, organizações levar o futuro profissional a tornar-se mais prepa-
não-governamentais, projetos sociais, como tam- rado para atuar em diferentes campos e trabalhar a
bém em movimentos sociais, mediante a super- complexidade da realidade em seu dia-a-dia.
3
14. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
Estágio supervisionado II O Serviço Social atua consciente da ação social recí-
O Estágio Supervisionado II deve oportunizar proca e dinâmica dos elementos biológicos, psicoló-
ao acadêmico conhecer e sistematizar o diagnós- gicos e socioeconômicos do ambiente em que vive o
tico da realidade organizacional em que estiver ser humano. No seu diagnóstico e planejamento para
encontrar a solução para os problemas de ajustamen-
inserido, de maneira que sejam identificadas as
to social, o assistente social não pode excluir qualquer
demandas dos usuários, bem como as possibi-
aspecto da vida do indivíduo com o qual trabalha,
lidades profissionais. Consiste na continuidade
nem qualquer consição social que exista na comuni-
da aproximação com a realidade das instituições
dade a que serve. (FRIEDLANDER 1975, p. 0).
iniciada no Estágio Supervisionado I. É inerente
ao Estágio II a iniciação do uso pelos alunos do Essa abordagem não tem apenas o objetivo de
instrumental técnico-operativo empregado pelo ajudar o indivíduo, a família e o grupo de pessoas
assistente social. nos seus relacionamentos sociais, mas sim o intui-
O Estágio Supervisionado II deve contemplar to da melhoria das condições sociais do ambiente,
ainda: elevando padrões sanitários e econômicos na busca
• Levantamento de necessidades sociais e conhe- de condições dignas de moradia e trabalho, não dei-
cimento institucional. xando de observar legislações sociais que atendam a
essa população.
• Ênfase no diagnóstico sócio-institucional e na
elaboração dos projetos de ação profissional. Para Iamamoto (007), o serviço social, hoje,
deixa de ser um mecanismo de distribuição de ca-
• Aprofundamento da articulação teórico-prá-
ridade, que até pouco tempo atrás era privativo das
tica por meio da mediação das expressões das
classes dominantes, para se transformar em uma
questões sociais apresentadas nos campos de
das engrenagens de políticas sociais.
estágio mediante a caracterização da popula-
ção usuária. O serviço social somente poderá ser considerado
uma prática institucionalizada e legítima dentro da
• Estudos de demandas e elaboração de registros
sociedade quando “responder a necessidades sociais
técnicos.
derivadas da prática histórica das classes sociais na
• Vivência do planejamento no âmbito dos pro-
produção e reprodução dos meios de vida e de tra-
cessos de trabalho do serviço social (metodolo-
balho de forma socialmente determinada”. (IAMA-
gias e procedimentos).
MOTO 007, p. 55).
• Articulação permanente no campo de estágio
Ainda segundo a autora, o serviço social se insti-
dos conceitos teóricos estudados nas demais
tucionaliza e legitima como profissão quando dei-
disciplinas do currículo.
xa à parte sua forte tendência religiosa, e o Estado
Nessa etapa, os estagiários deverão escolher uma centraliza as políticas assistenciais, efetivadas pela
instituição para realizar o diagnóstico das condições prestação de serviços sociais implementados pelas
concretas de trabalho para posterior proposição de grandes instituições.
um projeto de intervenção, o qual será elaborado
O Assistente Social está diretamente ligado às
nessa etapa, mas executado na próxima.
mais diversas expressões das questões sociais, a ma-
téria-prima de seu trabalho. Confronta-se diaria-
O SERVIÇO SOCIAL mente com as diversas manifestações dramáticas
Dentro de uma estrutura básica de valores, para das muitas questões sociais, tanto no nível indivi-
Friedlander (1975), o serviço social deve trabalhar dual como no coletivo. (ABESS/CEDEPSS, 1996).
para ajudar os indivíduos, grupos e comunidades a Nesse sentido, o assistente social passa a trabalhar
conseguir atingir um elevado índice de bem-estar as questões sociais como executor e proponente de
social, mental e físico. políticas sociais.
15. AULA 1 — O Diagnóstico como Ferramenta de Trabalho do Serviço Social
O DIAGNÓSTICO COMO FERRAMENTA DE Diagnóstico institucional
TRABALHO PARA O ASSISTENTE SOCIAL Quando se busca modificar a realidade dos pro-
Diagnóstico é uma palavra de origem grega (giag- cessos ou organizações, elabora-se um diagnóstico.
nósis) que significa “por meio da verdade”. Reme- Diagnostica-se para entender e compreender as
tendo-nos ao significado contemporâneo do termo condições em que se encontram os processos e a
a “exame, discernimento e conhecimento, leva-nos própria organização ou para medir e avaliar o quan-
também à noção de que não é um fim em si mesmo, to foi modificada em relação à realidade inicial, bem
mas algo através do que acontece”. (Oliveira, 003). como a qualidade dessa modificação.
O diagnóstico é a etapa do trabalho que irá sub- Pelo diagnóstico institucional pode-se ter uma
sidiar a base para os procedimentos de um planeja- melhor compreensão de diversos elementos anali-
mento de mudança e de desenvolvimento. Por meio sados dentro da instituição, possibilitando tomadas
dessa ferramenta procura-se identificar claramente de decisão julgadas necessárias. Segundo Krausz
uma dada situação, construindo uma opinião sobre (199), alguns dos seguintes elementos podem ser
ela, concretizando um conhecimento a partir do analisados: clima institucional, elementos de cul-
qual podem ser avaliadas possibilidades e alternati- tura, comunicação, relação interpessoal, estilos de
vas existentes para, então, definir o que se pretende liderança, motivação, trabalho em equipe, relações
realizar, a fim de se atingirem as metas e os objetivos interpessoais, tomadas de decisão, entre outros.
desejados. Para Oliveira (003), pode-se usar a figu- Para Oliveira (003), observar algo que não vai
ra do infinito ilustrando o processo do diagnóstico: bem no mundo físico é simples, porém, quando se
observa o mundo das relações humanas, fica um
Fatos, percepções Objetivos pouco mais complicado verificar onde estão as cau-
sas do problema, como é o caso das instituições,
?
pois é dentro do contexto delas que acontecem as
Caminho do Caminho da relações dos indivíduos que formam essa empresa/
conhecimento escolha
instituição.
Se as pessoas que trabalham na instituição não
Conceitos, conclusões Meios pararem para refletir a respeito do que não está fun-
cionando a contento, o risco de haver um colapso
Fonte: Oliveira – 003 (Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social)
em suas atividades aumentará cada vez mais. Para
a autora, “no campo social, efeitos e conseqüências
A autora fala que podemos entender o lado es-
de determinados problemas só vão aparecer quando
querdo da figura como sendo o caminho para o
estiverem num estágio mais adiantado”. Isso ocor-
conhecimento. Trata-se de um processo que ocorre
rendo, os transtornos serão bem maiores do que se
dinamicamente por meio de diálogos, observações
tivessem sido identificados logo no início.
de fatos, até chegar às devidas conclusões.
Para que as instituições caminhem em seus pro-
Em relação ao lado direito, a autora enfatiza que pósitos sem falhas que venham a prejudicar o bom
se trata do caminho para a ação, onde é definida por andamento dos trabalhos, de tempos em tempos,
meio do diálogo a ponderação dos objetivos e das di- principalmente se observado que algo não está de
versas alternativas em que se apresenta a situação. acordo ou mesmo quando estiver com expectativas
“... esses dois caminhos se iniciam com perguntas e de alterações em suas atuações, é muito importan-
estão interligados dinâmica e ciclicamente na vida te realizar reflexões para a verificação dos processos
prática, de tal forma que a vida prática e o que se que estão sendo desenvolvidos na instituição, veri-
pensa sobre ela influenciam-se mútua e continua- ficando como está a sua situação. Podemos então
mente”. (Oliveira, 003, p. 3) dizer que é saudável e necessária a realização de um
5
16. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
diagnóstico institucional, para que se possa analisar homem em uma sociedade, e também do propósito
se os propósitos dessa instituição estão no caminho técnico-social.
correto. Em caso de haver alguma alteração, pode-se
O conhecimento geral e principalmente o conheci-
retomar sua rota em prol do alcance dos objetivos
mento social são formas de expressão de uma cons-
inicialmente propostos.
telação de fatores psicológicos, históricos, culturais,
O diagnóstico institucional deve se constituir como políticos, econômicos e sociais que se interligam.
um acontecimento ou uma ocasião específica den- Como hipótese inicial admite-se que todo conhe-
tro de um processo dinâmico contínuo que altera cimento possui uma base socioeconômica, isto é,
as atividades práticas da instituição com a reflexão exprime a visão do mundo própria de uma deter-
e a aprendizagem, que se realiza em momentos es- minada época, de uma camada social e de um de-
truturados de monitoramento e avaliação das mu- terminado povo. (Faleiros, 1978, p. 1)
danças pelas quais a instituição passa. (Oliveira,
As questões sociais
003, p. )
Para Machado (1999), a questão social está en-
Segundo a autora, ao se fazer um diagnóstico ins- raizada na contradição capital versus trabalho. Em
titucional, realiza-se uma pesquisa para se conhecer outros termos, é uma categoria que tem sua especi-
a realidade em que a instituição analisada está inse- ficidade definida no âmbito do modo capitalista de
rida, identificando pontos fortes e fracos, podendo produção.
até ser ressaltados em relação as suas limitações para
A questão social não é senão as expressões do pro-
que sejam sanados os problemas diagnosticados.
cesso de formação e desenvolvimento da classe
operária e de seu ingresso no cenário político da so-
Diagnóstico social ciedade, exigindo seu reconhecimento como classe
O que antecede o diagnóstico social é a fase de re- por parte do empresariado e do Estado. É a mani-
conhecimento da questão social. Segundo Friedlan- festação, no cotidiano da vida social, da contradi-
der (1975), é onde o assistente social revê o projeto ção entre o proletariado e a burguesia, a qual passa
de planejamento e a viabilidade de sua adequação. a exigir outros tipos de intervenção mais além da
Após essa análise vem o diagnóstico e, nesse mo- caridade e repressão. (CARVALHO e IAMAMOTO,
1983, p. 77)
mento, o problema é especificado e são estabeleci-
dos os canais e meios de abordagem. O diagnóstico As diferenças sociais são diversas. Se houver a
social vai permitir que as ações sejam planejadas a comparação de classes sociais, verifica-se a exterio-
partir do conhecimento mais profundo da realidade rização de forma injusta, pois existe uma diferença
estudada. muito grande das classes mais abastadas em rela-
O diagnóstico social permitirá a compreensão da ção às mais pobres. Estas não possuem poder cul-
realidade social local ao incluir a identificação das tural, econômico e político. De acordo com a lei, o
necessidades e a detecção dos problemas prioritários povo deveria se posicionar melhor. Muito se fala
e respectivas causalidades, bem como os recursos e em democracia participativa. A priori todos teriam
potencialidades locais que constituem reais oportu- direitos iguais, livre-arbítrio e o compromisso de
nidades de desenvolvimento. Estabelece uma análi- participar nas questões sociais com o objetivo de
se por áreas problemáticas e por temas, permitindo reivindicar e oferecer propostas para a construção
uma compreensão mais abrangente dos problemas de uma sociedade mais justa. Infelizmente o que
que afetam o segmento trabalhado. ocorre é o oposto, ou seja, quem tem mais exer-
Já Faleiros (1978) apresenta o diagnóstico como ce também maior influência na política, na eco-
um instrumento que relaciona a existência das re- nomia, no acesso a educação, moradia, trabalho,
lações sociais, em relação ao que depende a vida do saúde etc.
6
17. AULA 1 — O Diagnóstico como Ferramenta de Trabalho do Serviço Social
Segundo Melo Neto e Froes (00), problemas ciedade dos sujeitos sociais”. (IAMAMOTO, 007,
sociais são desvios entre o que existe e o que deve- p. 1)
ria existir ou, mesmo, a diferença de algo que de- Para Andler (1987), a caracterização de uma ati-
veria ser alcançado e o que realmente se alcançou. vidade constituída sobre a noção de problema não
Os problemas sociais representam um estado de pode ser completa sem a presença do conceito de so-
carência dos serviços sociais básicos, afetando um lução, noção essa que certamente se aplica aos pro-
determinado segmento da população, que reside blemas sociais, reais ou potenciais, que num mundo
em uma dada área geográfica, com características globalizado afetam diretamente todo o planeta.
social, cultural, econômica e demográfica restritas
a essa população.
O reconhecimento da questão social e o
Quando existe a ocorrência de problemas so- diagnóstico social
ciais, verifica-se a carência ou mesmo a inexistência
Para a realização do reconhecimento da ques-
de serviços fundamentais para a sobrevivência, ou
tão social é necessário realizar um exame da via-
ainda a melhoria da qualidade de vida de um dado
bilidade do problema ou projeto. Para Friedlan-
segmento da população.
der (1975, p. 98), “... a primeira inspeção total do
A relevância dos problemas sociais, ainda segun- problema, sua posição prioritária nos encargos to-
do os autores, está ligada a extensão dos efeitos ad- tais, sua conveniência quanto ao tempo, à função
vindos dessa realidade, como, por exemplo, aumen- da agência e aos recursos humanos disponíveis e
to dos índices de mortalidade, desnutrição, doen- capacitados”.
ças, analfabetismo, violência, fome etc., em relação Ao determinar a real questão a ser trabalhada, o
a essa população, levando em conta o seu tamanho, autor sugere que sejam feitas as seguintes perguntas:
suas características e peculiaridades. Quem está interessado? Por que está interessado?
Iamamoto (007), em sua abordagem sobre tra- Qual é o histórico do problema? Quais são as causas
balho e serviço social, constata que a evolução de subjacentes? Ocorreu algum incidente ou crise para
um dos problemas centrais do mundo contemporâ- que o problema fosse focalizado? Qual a amplitude
neo em relação ao capital financeiro é o domínio do do problema – público, privado, campanha para ar-
capital produtivo: recadar fundos, compromisso com o local trabalha-
do, alguma questão de status do local em que traba-
O desemprego e a crescente exclusão de contingen-
tes expressivos de trabalhadores da possibilidade de lha ou mesmo o desejo de um único cidadão? O que
inserção ou reinserção no mercado de trabalho, que existe a respeito de disposições? Deveriam outros
se torna estreito em relação à força de trabalho dis- problemas ser resolvidos antes? Por quê? Quais são
ponível. Essa redução do emprego, aliada à retração as dificuldades práticas ou restrições legais? Quais
do Estado em suas responsabilidades públicas no são os recursos de tempo e de pesquisa da liderança
âmbito dos serviços e direitos sociais, faz crescerem interessada e do pessoal técnico?
a pobreza e a miséria, passa a comprometer os di- Em geral, a questão do reconhecimento é de
reitos sociais e humanos, inclusive o direito à pró- responsabilidade do assistente social e das pessoas
pria vida. (IAMAMOTO, 007, p. 87) envolvidas na questão, interessadas e preocupadas
A autora também ressalta que numa dinâmica com o problema e que desejam que algo seja feito.
tensa da vida social é que surgem possibilidades e Após o reconhecimento da situação a ser traba-
esperanças de se realizarem e ampliarem direitos lhada inicia-se o período de realização do diagnós-
próprios à condição de cidadania, como também tico social.
“possibilidades de universalização da democracia, Para Friedlander (1975), o diagnóstico social
irradiada para múltiplas esferas e dimensões da so- ocorrerá quando os envolvidos acreditarem que o
7
18. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
problema merece um maior exame. Nesse momen- A busca dos dados para que se transformem em
to, a área do problema será identificada. informações na execução do diagnóstico social
O autor também menciona que na fase do diag- Dados são registros do que está sendo estuda-
nóstico o assistente social terá dois objetivos bem do. Correspondem a uma anotação bastante direta
definidos: das observações, ou seja, com relativamente pouca
elaboração ou tratamento. Uma vez coletados, são
1) Estabelecimento de relacionamento a ser uti- compreendidos como um reflexo razoavelmente
lizado mais tarde quando o projeto estiver em confiável dos acontecimentos concretos.
andamento.
São classificados em dois grupos: os dados primá-
) Coleta de dados quanto à opinião, influências,
rios e os dados secundários. Os primários são aqueles
reações e soluções dos problema que forneçam
que ainda não foram coletados, estando em posse dos
uma base para a análise da situação-problema.
pesquisados, e que são coletados com o propósito de
O assistente social poderá fazer uma coleta de
dados preliminar. atender às necessidades de um problema em parti-
cular, o qual se encontra em investigação. Os se-
Apesar de a coleta de dados preliminar poder ser re- cundários são aqueles que já foram coletados, tabula-
alizada somente pelo assistente social, é necessário que dos, organizados e catalogados, estando à disposição
o estudo e as indagações da situação analisada sejam dos interessados. (Mattar, 199)
debatidos com a participação de todos os envolvidos. Após coletados os dados, transformamo-os em
O Assistente Social, além da coleta de dados, pode informação, pois uma informação são dados tra-
utilizar-se de outros instrumentais, como revisão de balhados, organizados e interpretados. Por exem-
estudos anteriores, leituras, revisão de minutas e re- plo: um nome (Maria José) ou um endereço (Rua
gistros existentes sobre o assunto já trabalhados em Tiradentes, no 35) são dados que, por si sós, não
outras ocasiões. Também poderá se valer de estudos dizem nada. Porém, quando combinados, podem
de programas locais que ofereçam serviços seme- representar muita coisa. Se Maria José for cadastra-
lhantes ou que tenham os mesmos interesses, man- da num projeto social de geração de renda e a Rua
ter contato com outros conselhos ou técnicos sobre Tiradentes, no 35 for seu endereço, já podemos saber
o assunto, realizar reuniões que interessam ou es- se ela mora perto ou longe desse projeto. Com uma
tão ligadas ao problema verificado, poderá também lista dos seus participantes e endereços podemos
estar planejando algum tipo de ação. Outro fator traçar a área de abrangência desse projeto.
apontado pelo autor, que é de extrema importância, É necessário saber diferenciar dados de informa-
é manter reuniões estratégicas com as pessoas que ções e também saber transformar dados em infor-
estão em posições decisivas para influenciar na to- mações para que elas sejam ferramentas úteis na
elaboração de um diagnóstico. Para transformar
mada de decisões.
os dados coletados em informação é preciso
O diagnóstico deve ser um instrumento dinâmi-
analisar e interpretar os dados coletados.
co que possibilitará o levantamento, análise e inter-
pretação das causas dos problemas sociais, definindo ... quando os dados são registrados num questio-
também as prioridades de intervenção com base em nário ou formulário, o pesquisador, primeiro, exa-
mina cada formulário para assegurar-se de que ele
critérios, como a dificuldade de resolução, gravidade
tenha sido preenchido completa e adequadamente.
ou dimensão dos problemas, entre outros aspectos.
Então o pesquisador codifica os dados, ou seja, atri-
Quando se realiza um diagnóstico social, tem-se bui símbolos ou números às respostas. Em seguida
como objetivo adquirir conhecimentos mais apro- os dados são tabulados, o que significa que o núme-
fundados da realidade social, por meio da constru- ro de casos que se encaixam em cada categoria ou
ção de uma base que sirva de referência para a pla- combinação de categoria de respostas são contados.
nificação e a tomada de decisões na área social. (CHURCHILL, 005, p. 13)
8
19. AULA 1 — O Diagnóstico como Ferramenta de Trabalho do Serviço Social
As questões sociais envolvem pessoas de uma so- o pai, o provedor da família, saía para o mercado de
ciedade, seus valores, crenças e comportamentos. trabalho. Atualmente são mínimas as famílias que
Para se realizar um diagnóstico de um determinado se encaixam nesse velho modelo.
problema social torna-se necessário analisar essas
As famílias de hoje incluem famílias compostas (a
pessoas em relação à idade, renda, sexo, padrão de
fusão de duas famílias por meio de um segundo
moradia, cidade natal etc., como também suas ca-
casamento ou união), família de pai/mãe solteiros,
racterísticas e cultura. Essa análise se dará por meio
família de pais adotivos e famílias de homossexuais.
do estudo demográfico dessa população. Até mesmo a composição de família de apenas pai
Conforme Churchill (005), a demografia trata ou mãe está mudando: embora a maioria dos filhos
do estudo das características de uma população hu- de casais separados more com a mãe, os homens
mana, incluindo idade, índices de natalidade e de estão recebendo a custódia dos filhos com mais
mortalidade, estado civil, instrução, renda, crença freqüência. Além disso, embora muitos dos pais
religiosa, etnia, imigração, como também distribui- nessa situação sejam divorciados, outros nunca se
ção geográfica. Geralmente, para se conhecer me- casaram, o que cria mais uma categoria de família.
lhor a população trabalhada combinam-se dados (CHURCHILL, 005, p. 38)
das diversas características demográficas. Em um A análise demográfica ajuda a conhecer a po-
diagnóstico, dependendo do projeto que será reali- pulação-alvo, identifica padrões de diversidade e
zado, saber quantas pessoas são aposentadas, mães fornece os subsídios indispensáveis para a reali-
de família, desempregadas, portadoras de alguma zação do diagnóstico social, permitindo a com-
doença, sem moradia ou negras é que vai propor- preensão da realidade social local ao incluir a
cionar o conhecimento da real situação. identificação das necessidades e a detecção dos
Para realizar um diagnóstico, também é possí- problemas prioritários, por meio de análise das
vel utilizar fontes de informações secundárias. No áreas problemáticas, fornecendo meios para me-
Brasil, temos diversas. O governo federal coloca à lhor compreensão dos problemas que afetam o
disposição dados demográficos por meio do IBGE segmento trabalhado.
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Outro ponto relevante em relação ao diagnósti-
Ministério do Trabalho e Emprego, do MEC (Mi- co, conforme Friedlander (1975), é a habilidade do
nistério da Educação e Cultura), do Ministério da assistente social, pois ele tem que ter a capacidade
Previdência e Assistência Social e do IPEA (Instituto de não antecipar sua opinião a respeito das possí-
de Pesquisa Econômica Aplicada), todos importan- veis alternativas ou resultados, devendo manter-se
tes fornecedores de dados sobre a população brasi- atento a uma grande variedade de opiniões e re-
leira. Também encontramos publicações em orga- ações. O assistente social deve ainda promover e
nizações privadas, como o Instituto Gallup. manter o interesse das diversas pessoas ligadas à
A população brasileira é muito variada. Chur- questão. Nesse momento, segundo o autor, o as-
chill (005) relata que, mesmo antes de os euro- sistente social deve perceber rapidamente as inte-
peus chegarem ao Brasil, nosso país já era povoado rações, pois uma falsa avaliação dos motivos ou
por diversas tribos. Hoje, a diversidade de nossa interesses, durante o início da fase do diagnósti-
população é muito grande. Muitos imigrantes, di- co, pode criar falta de confiança e desinteresse por
versas línguas, trazendo com eles novos costumes parte das pessoas envolvidas.
e valores. Portanto, o diagnóstico social tem como objetivo
A mudança da composição da família também é possuir um conhecimento mais aprofundado da re-
um dado demográfico importante. Antigamente as alidade social pela construção de uma base que sirva
famílias eram compostas de uma mãe que permane- de referência para a planificação e a tomada de deci-
cia em casa, cuidando dos diversos filhos, enquanto sões na área trabalhada.
9
20. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
AULA
____________________ 2
Unidade Didática – Estágio Supervionado em
PROjETOS SOCIAIS: SOLUCIONANDO
PROBLEMAS
Conteúdo
Serviço Social
• Projetos e projetos sociais
• Planejamentos
• Ciclo de vida do projeto
• Etapas para a elaboração de projetos
Competências e habilidades
• Entender o projeto como ferramenta de trabalho para o assistente social
• Identificar e compreender as diversas fases e etapas de um projeto
• Compreender as etapas da elaboração de um projeto
Textos e atividades para auto-estudo disponibilizados no Portal
Duração
h/a – via satélite com o professor interativo
h/a – presenciais com o professor local
6h/a – mínimo sugerido para auto-estudo
PROJETOS SOCIAIS: SOLUCIONANDO Projetos e projetos sociais
PROBLEMAS Para Maximiniano (006, p. 6), “projetos são
Projeto é um termo que vem do latim projec- sistemas ou seqüências de atividades finitas com
tus, tendo como significado lançar para frente uma começo, meio e fim bem definidos”. Uma atividade
idéia formada de algo que será realizado, um plano, que a instituição tem repetitivamente ou de duração
um intento, um desígnio. Para se realizar algo não contínua não é um projeto, trata-se de uma ativi-
basta apenas a nossa imaginação. É de primordial dade desenvolvida pelas funções inerentes daquela
importância se conhecer a realidade a ser traba- instituição. O autor ainda menciona que os proje-
lhada para que se possam diferenciar as potencia- tos são seqüências de atividades temporárias, tendo
lidades e os riscos dos possíveis cursos alternativos como objetivo fornecer um produto final ou trazer
da ação. a resolução de um problema.
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21. AULA 2 — Projetos Sociais: Solucionando Problemas
A ISO 10006 (1997) já o define como “um pro- Para Woiller (1996), o processo de planejamento
cesso único, consistindo de um grupo de atividades de uma instituição se dá por meio de informações
coordenadas e controladas com datas para início e parciais. A fim de se tomar uma decisão correta,
término, empreendido para alcance de um objetivo processa-se uma coleta de informações para se che-
conforme requisitos específicos, incluindo limita- gar a uma certeza. Esse processo é inerente ao pla-
ções de tempo, custo e recursos”. nejamento de uma instituição. Para o autor, enten-
Para se dar início a um projeto, Maximiniano diz de-se o planejamento como um processo de decisão
que é preciso ter três questões bem definidas: interdependente que tem por finalidade conduzir a
• Qual o produto que será fornecido? (Qual é o instituição a uma situação desejada.
escopo do projeto?) Portanto, planejar é decidir com antecipação
• Quando será fornecido? (Qual é o prazo do quais alternativas deverão ser analisadas para uma
projeto?) futura ação, escolhendo um curso para essa ação,
• Quanto custará? (Qual é o orçamento do pro- fixando objetivos a serem atingidos, verificando as
jeto?) atividades que deverão ser desenvolvidas, a fim de
Para o início de um projeto também deverá ser que sejam alcançados os objetivos da instituição em
estabelecido, previamente, o público-alvo a ser tra- um determinado tempo.
balhado ou seus beneficiários. O processo do planejamento é uma das tarefas
Todo projeto deve ter como resultado a presta- mais importantes da administração de projetos, es-
ção específica de um serviço ou a produção de um pecialmente quando se trata da fase de preparação,
respectivo bem. Segundo uma definição da ONU, fase essa em que se definem as necessidades a se-
de 198, “um projeto é um empreendimento plane- rem atendidas, os objetivos a serem alcançados e os
jado que consiste num conjunto de atividades inter- recursos necessários. Sem o planejamento torna-se
relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos impossível não só o início do projeto, como tam-
específicos dentro dos limites de um orçamento e de bém a avaliação do seu andamento. (MAXIMINIA-
um período de tempo dados”. NO, 1997)
Portanto, ao pensarmos em um projeto, temos
também que pensar nas atividades que serão desen-
Ciclos de vida do projeto
volvidas, nos recursos que serão necessários para a
sua execução, isto é, tempo, dinheiro, equipamento Conforme Maximiano (006), todo projeto ini-
e pessoas. Para tanto, é necessário contar com o pla- cia-se como uma idéia, passando por diversas fases
nejamento e a programação das atividades. antes de se concretizar como produto ou servi-
ço que possa ser utilizado ou experimentado. As
Os projetos sociais não diferem dos que já apre-
sentamos, surgem da necessidade de um problema idéias podem nascer de problemas que têm que ser
concreto em relação a questões sociais. No desenvol- solucionados, necessidades de mercado, encomen-
vimento dos projetos sociais são fundamentais que das realizadas por clientes ou, mesmo, por em-
sejam claros os objetivos, especificados os recursos, preendedores com idéias visionárias. Muitas vezes
declaradas as parcerias e como serão analisados os uma sugestão ou uma lembrança pode levar a uma
resultados. idéia.
Para o autor, a idéia corresponde a 10% do proje-
Planejamento to, o que ele chama de fase de inspiração; e os 90%
É o processo que tem por finalidade estabelecer, restantes, chama de fase de transpiração, pois é o ato
com antecedência, decisões e ações a serem executa- de executar o projeto. Contudo, os 10% de inspira-
das para se poder atingir um objetivo definido (VA- ção são o mais difícil em um projeto, pois requerem
LERIANO, 00) criatividade e talento.
11
22. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
Embora cada projeto tenha características dife- tas vezes, em função de alguns pressupostos, exis-
rentes, ele tem, pelo menos, quatro fases de seu ciclo te a necessidade de se alterar a programação do
de vida bem definidas, a saber: projeto.
1a) Preparação ou idéia: é o momento da iden- 4a) Encerramento: o projeto é concluído, ne-
tificação do problema e do tema a ser trabalhado. cessitando realizar a análise de seus resultados e
Define-se os objetivos do projeto, pautando-se nas impactos, comparando-se o que se pretendia origi-
expectativas do cliente (usuário). Nessa fase reali- nalmente com o realmente alcançado. Também é o
zam-se a programação das atividades e a confecção momento de cuidar da desmobilização do projeto,
da proposta técnica do projeto. caso não haja prosseguimento. Porém, algumas ve-
zes, muitas atividades precisam ser realizadas após
2a) Estruturação ou desenho: é a fase que predo-
o término do projeto, como por exemplo: manu-
minam o detalhamento e o planejamento do plano
tenção, treinamentos ou mesmo a identificação e o
operacional. Uma vez decidido que o projeto vai ser
planejamento de novos projetos.
realizado, o próximo passo é o momento de organi-
Ainda Maximiniano (006, p. 5), “cada tipo de
zar a equipe executora e mobilizar os meios neces-
projeto tem um tipo de ciclo de vida específico, e
sários para executá-lo.
o número de fases pode aumentar ou diminuir”.
3a) Desenvolvimento e implementação: nes- O início e o fim de cada fase se sobrepõem. Antes
se momento os planos são colocados em prática, de terminar uma fase do ciclo de vida, a próxima
começando a execução do projeto. É o período fase inicia-se. Sempre há elementos para que uma
em que as atividades previstas são realizadas e nova fase se inicie quando a anterior ainda não se
acompanhadas de acordo com o planejado. Mui- concluiu.
Etapas da elaboração do projeto
IDENTIFICAÇÃO E
ESCLARECIMENTO PLANEJAMENTO
DE NECESSIDADES DO PROJETO
EXECUÇÃO DO CONTROLE
PROJETO DO PROJETO
CONCLUSÃO
DO PROJETO
Processos principais de administração do projeto, segundo o PMBOK. Fonte: Maximiniano (2006)
1
23. AULA 2 — Projetos Sociais: Solucionando Problemas
DIAGNÓSTICO Podemos também acrescentar a criatividade e a ori-
Diagnosticar é identificar as reais necessidades ginalidade às soluções buscadas pelos projetos de
daquela pessoa, grupo ou organização social que re- intervenção social.
ceberá a ação. Conforme já verificado, para Faleiros A realização dos objetivos dá possibilidade de
(1978), o diagnóstico é que irá permitir a compreen- atendimento às necessidades e justifica a realização
são da realidade social da localidade que se pretende do projeto.
trabalhar, incluindo a identificação das necessidades
e a detecção dos problemas prioritários e também JUSTIFICATIVA
as respectivas causalidades, recursos e potencialida- Na justificativa, apresentam-se os elementos que
des locais. É nessa fase que se contextualiza o pro- responderão à questão: “Por que se pretende realizar
blema ou idéia, estabelecendo-se uma análise por o trabalho:” Para Barros e Lehfeld (00), a justificati-
áreas problemáticas e por temas, permitindo uma va determina a importância do projeto em relação ao
compreensão mais abrangente dos problemas que contexto social atual. Esse item é considerado como
afetam o segmento que se pretende trabalhar. defensor da necessidade e da efetivação dos problemas
levantados na fase do diagnóstico. A justificativa expli-
OBJETIVO ca os motivos da execução do projeto, como também a
É o ponto focal do projeto. Segundo Valeriano importância dele para a comunidade trabalhada.
(1998), é por meio dos objetivos que convergem to-
das as ações do projeto desde o início dos trabalhos. PÚBLICO-ALVO
Somente a partir dos objetivos, expressos de forma
Quando falamos de público-alvo, entendemos o
clara e lógica, é que se poderá elaborar o planeja-
conjunto de pessoas ao qual se destina o projeto. É
mento preliminar que deve guiar todas as demais o grupo de pessoas pertencente ao um dado local,
fases e etapas do ciclo de vida do projeto. “Um pro- com atributos, carências ou potencialidades em co-
jeto sem objetivos bem definidos é um barco à deri- mum que o projeto tem como pretensão atender. O
va.” (VALERIANO, 1998, p. 185) público-alvo são beneficiários diretamente ligados
Para Maximiniano (006, p. 56), “os objetivos são ao projeto. Existem também os indiretos, aquelas
resultados esperados de algum tipo de esforço, ação pessoas que de alguma forma recebem os impactos
ou decisão que envolve a utilização de recursos”. positivos do projeto sem terem sido alvo do proje-
Os objetivos são divididos em gerais e específicos: to inicialmente. Portanto, público-alvo são pessoas
– Objetivos gerais: é o que se pretende com o pro- ou grupos sociais que direta ou indiretamente serão
jeto, conforme descrito na fase do diagnóstico. beneficiados com o projeto.
– Objetivos específicos: serão os caminhos para
o alcance dos objetivos gerais. PARCEIROS TÉCNICOS E FINANCEIROS
Os objetivos devem ser verificáveis, pois têm que Nessa etapa procuram-se os parceiros que colabora-
ser passíveis de comparação. Para serem alcançáveis, rão com a execução do projeto. É o momento de iden-
eles têm que indicar uma situação para que seja pos- tificar os órgãos ou instituições que, de alguma forma,
sível seu alcance. As avaliações das condições para a participarão das atividades do projeto, podendo ser por
realização dos objetivos necessitam que elas sejam meio de financiamentos (promovendo recursos finan-
realistas. Em relação a ser específicos, têm que ser ceiros) como por ação de apoiadores (não provêm re-
claros, bem-definidos e completamente compreen- cursos, mas dão apoio logístico, de recursos humanos
síveis para terceiros. E, por fim, têm que ser adap- e outros para o desenvolvimento e/ou implementação
táveis ao tempo, isto é, devem ter condições plenas do projeto). É necessário relatar todas as instituições
de serem alcançados no tempo previsto no projeto. parceiras com suas respectivas colaborações.
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24. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
PRODUTOS DO PROJETO prazo de execução do projeto, indicando o início e o
Após estabelecer os objetivos do projeto, define- término de cada uma.
se o produto ou serviço real que atenda a esses obje- Para que sejam realizadas as atividades do proje-
tivos, ou seja, são resultados entregues pelo projeto to, é necessária a utilização de recursos. Maximinia-
para a solução do problema. Esse produto físico ou no (006) nos mostra que em teoria deve-se primei-
serviço é denominado produto, que pode ser de ca- ro listar todas as atividades e, em seguida, realizar a
ráter quantitativo ou qualitativo. Demonstra o que previsão de recursos. Essa seria a ação correta a ser
de fato se alcançou em relação aos compromissos incrementada, porém menciona que na prática, em
assumidos pelo projeto. determinados casos, há uma previsão inicial de re-
Exemplo: a realização de um festival beneficente cursos que determina o que se pode fazer.
tem como objetivo angariar fundos para que seja A preparação do cronograma baseia-se na duração
atendido o seu objetivo final, a sobrevivência da ins- das atividades. A estimativa da sua duração também
tituição. O produto será o festival beneficente. se baseia em lógica, decisão e dependências externas.
Segundo Maximiano (006), outro ponto que deve
CONCEITO DEFINIÇÃO EXEMPLO
ser observado é que a duração das atividades depen-
de da quantidade de recursos previstos. Para o autor,
NECESSIDADE
Problema que
Falta de recursos teoricamente quanto maior o número de pessoas en-
o projeto
DIAGNOSTICADA financeiros
procura resolver volvidas e recursos disponíveis para o projeto, maior
velocidade tem o ciclo de vida do projeto.
Produto ou serviço
FESTIVAL O cronograma do projeto indica as decisões so-
PRODUTO que resolve
BENEFICENTE
o problema bre a duração e as seqüências das atividades que se-
rão desenvolvidas para que se atinjam os objetivos.
Utilidade do produto Esse cronograma pode ter diversos modelos, porém
e sua contribuição
OBJETIVO para resolver o Angariar fundos optamos por acrescentar a seguir o Gráfico de Bar-
problema do objetivo
específico ras, ou seja, o Gráfico de Gantt.
Exemplo: Cronograma ou Gráfico de Barras (ou
Fonte: Maximiniano (006).
Gráfico de Gantt):
IMPACTOS ESPERADOS
Essa fase descreve os resultados e/ou produtos es-
JAN FEV MAR
perados. Verificam-se a repercussão e/ou os impactos
socioeconômicos, técnico-científicos e ambientais dos
ATIVIDADE 1
resultados esperados. Na realidade, trata-se da solução
ATIVIDADE 2
do problema em foco. Também podem ser compre-
endidas como as alterações percebidas em relação ao ATIVIDADE 3
público-alvo, podendo ser atribuídas exclusivamente ATIVIDADE 4
ao projeto social realizado. Os impactos são os resul- ATIVIDADE 5
tados fornecidos por meio dos efeitos dos projetos.
Fonte: Maximiniano (006).
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Nesse item se realiza a descrição das atividades INVESTIMENTOS
a serem desenvolvidas no projeto com a duração Na primeira etapa para a elaboração de um orça-
(dias, meses, anos) para cada etapa especificada. To- mento, segundo Maximiniano (006), deve-se elabo-
das as etapas devem estar programadas ao longo do rar uma relação dos recursos necessários para a reali-
1
25. AULA 2 — Projetos Sociais: Solucionando Problemas
zação do projeto. Isso quer dizer que essa fase inicia- não esquecendo nenhum valor. Depois de prepara-
se juntamente com o planejamento das atividades. do o orçamento em detalhes, realiza-se o orçamento
Ainda conforme o autor, os recursos necessários simplificado, é a somatória total dos custos.
para o andamento do projeto classificam-se nor- Exemplo: orçamento simplificado*.
malmente em quatro tipos:
– Mão-de-obra: gastos com funcionários da pró- METAS FÍSICAS
pria instituição ou serviços eventuais contrata- As metas físicas traduzem os objetivos em aspec-
dos. Este item divide-se em algumas categorias, tos quantitativos, definindo o produto final a ser
como coordenação, pessoal técnico, sênior, ad- obtido em relação à quantidade de pessoas atendi-
ministrativo etc. das, dentro de um limite de tempo.
– Material permanente: trata-se de bens, instala-
ções, equipamentos e bens, construídos, aluga- METODOLOGIA
dos ou mesmos comprados.
Durante a elaboração da metodologia, deve ser
– Material de consumo: material de escritório, relatada a forma que se pretende atingir em relação
combustível, canetas, lápis etc. aos objetivos do projeto, quem faz parte da equi-
– Serviços de terceiros: viagens, hospedagens, pe, coordenadores e demais participantes, forma de
transportes estaduais, municipais, serviços de acompanhamento e avaliação do projeto, se haverá
empresas especializadas etc. reuniões de acompanhamento semanais, periódicas
Após a verificação dos recursos necessários pre- ou mensais, ou seja, a forma que se pretende reali-
para-se a estimativa de custo, para tanto, é necessá- zar, acompanhar e avaliar o andamento e resultados
rio atentar para três informações: do projeto.
– Custo unitário de cada recurso: preço de uma
resma de papel, de uma hora trabalhada etc. INDICADORES DE DESEMPENHO
– Duração das atividades: devem ser multiplica- Indicadores de desempenho são os dados ou
das pelo custo unitário, permitindo estimar o mesmo informações, de preferência numéricos,
custo total. que representam um determinado fenômeno, os
– Custos indiretos: trata-se das despesas que não quais são utilizados para verificação de processos e
são produzidas pelo projeto, mas atribuídas a seus resultados. Podem ser conseguidos ao final do
ele. Por exemplo: custos relacionados ao admi- processo ou, ainda, durante a execução do projeto.
nistrativo. Portanto, os indicadores de desempenho têm por
O orçamento é a estimativa dos custos do proje- função medir o grau de realização das ações dos
to. Os custos devem ser lançados detalhadamente, projetos.
*Orçamento simplificado
ITENS DE CUSTO jAN. FEV. MAR. ABR. TOTAL
Mão-de-obra 100 100 100 100 400
Material permanente 50 50 50 50 200
Material de consumo 50 50 50 50 200
Terceiros 50 50 50 50 200
TOTAL 250 250 250 250 1.000
Fonte: Maximiniano (2006)
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26. Unidade Didática — Estágio Supervisionado em Serviço Social
Referências BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Estágio
BARROS, Aidil de Jesus Paes e LEHFELD, Supervisionado. a ed. São Paulo: Cortez, 006.
Neide Aparecida de Souza. Projeto de Pesquisa: _________, Estratégias em Serviço Social. 8a ed.,
Propostas Metodológicas. 15a ed., Rio de Janeiro: São Paulo: Cortez, 008.
Ed. Vozes, 00. _________, Saber Profissional e Poder
BIANCHI, Ana Maria de Moraes. Manual de Institucional. 7a ed., São Paulo: Cortez, 007.
Orientação: estágio supervisionado/Ana Cecília __________, Administração de Projetos. Como
de Moraes Bianchi, Marina Alvarenga, Roberto Transformar Idéias em Resultados. a ed., São
Bianchi. 3a ed., São Paulo: Cengage Learning, 008. Paulo: Atlas, 006.
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