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Capítulo 3
O Senhorio de Cristo


Colossenses 1.15-20

15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as
coisas ter a primazia,
19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as
coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.

• Os versículos de 15-20 formam uma unidade.
• Provavelmente, pela estrutura do texto, esta passagem foi um hino pertencente a igreja primitiva e adotado
  por Paulo para colocar aqui com ou sem alteração.
• Seja como for, esta passagem é uma unidade e deve ser analisada em sua totalidade.
• Esse texto consiste em duas partes, que expressam sobre a preeminência de Cristo. A primeira (v. 15-17)
  retrata sobre a criação e a segunda (v. 18-20) sobre a redenção.
• Note que as mesmas expressões aparecem em sequência em ambas as partes.
• Ele é (el cual) v.15, v.18
• o primogênito (el primogenito) v.15 v. 18
• porque nele (porque en él) v.16 v. 19
• nos céus e sobre a terra (en los cielos y en la tierra) v. 16 v. 20
• temos aqui um paralelismo definido de idéia e forma.
• A glória de Cristo na criação é igualada por sua magestade na redenção.
• Temos também outras expressões que se repetem: “todas as coisas”, “por meio dele”.
• Antes de fazermos o estudo das partes separadamente, devemos considerar a passagem em sua totalidade.
• Os seguintes pontos serão destacados:
• Mesmo havendo passado somente cerca de trinta anos desde que Jesus sofreu uma vergonhosa morte na
  cruz, já era atribuido a Ele honra divina.
• Ao insistir tão fortemente na grandeza de Cristo, esta passagem dá a entender que Ele é capaz de outorgar
  aos colossenses as coisas que Paulo havia pedido para eles em sua oração. O apóstolo Paulo havia pedido
  um conhecimento claro da vontade de Deus, toda sabedoria e entendimento espiritual, frutificação em toda
  boa obra, e poder para exercerem perseverança e longanimidade.
• A passagem descreve a Cristo tendo em sua mão e abarca com o seu amor tanta a criação, quanto a
  redenção. A atividade redentora de Cristo abarca todo o universo.
• Cristo: soberano na criação e na redenção
• As palavras de Paulo na carta aos Colossenses 1.15-20 são reconhecidas como uma declaração clara e forte
  do senhorio cósmico de Cristo.
• O Cristo que morreu na cruz por nossos pecados é o mesmo que criou todas as coisas. Não somente as
  visíveis, como montanhas, mares, estrelas, todos seres vivos e o homem, mas também as invisíveis, como
  poderes e autoridades que governam o mundo.


                                                                                                               18
• Mais do que isso, Paulo está dizendo que Cristo reconciliou consigo mesmo não apenas as almas dos
  homens, ou os homens individualmente, mas todas as coisas, nos céus e na terra.
• O quadro descrito por Paulo demonstra a plena coerência ou unidade entre criação e redenção, por meio de
  Cristo.
• Paulo afirma que Cristo é o Salvador de todas as coisas porque ele é também o Criador de todas as coisas.
  O escopo da redenção, portanto, é universal.
• Senhorio de Cristo na criação
• v.15 -> imagem do Deus invisível
• Cristo é a imagem de deus no sentido de que ele é o ser humano perfeito, o último Adão. No entanto,
  Cristo também se encaixa nessa definição no sentido de que ele é Deus encarnado. Cristo revela Deus.
• primogênito de toda a criação
• Paulo não quis dizer que o filho foi o primeiro ser criado, antes devemos entender o termo primogênito
  como significando o filho favorecido que é o principal herdeiro de um patrimônio familiar.
• v.16 -> pois, nele, foram criadas todas as coisas
• Cristo é tanto o agente como o objetivo da criação, Cristo é Senhor sobre tudo o que existe, até mesmo da
  hierarquia angélica que os colossenses pensavam que precisavam aplacar ou reverenciar. E também é
  Senhor de todos os poderes terrenos.
• Para entendermos melhor o senhorio de Cristo na criação, precisamos voltar ao Gênesis, ao começo de
  tudo.
• O primeiro capítulo do livro de Gênesis relata como foram criadas todas as coisas.
• Deus é representado como o grande jardineiro cósmico que não apenas criou todas as coisas do nada (ex-
  nihilo), como estabeleceu uma ordem cósmica.
• então podemos discernir dois momentos de atividade divina: na atribuição e na elaboração (ou
  aperfeiçoamento da existência).
• A palavra de Deus, por meio da qual ele criou todas as coisas, estabeleceu limites e responsabilidades.
• No início, Deus separou luz e trevas, água e terra.
• Depois criou os luminares, cada um deles recebendo o domínio sobre um tempo diferente.
• Deus criou também os vegetais e os animais, estabelecendo seus diferentes domínios e ordenando-lhes que
  crescessem e se multiplicassem.
• Finalmente, Deus criou o homem, dando-lhe o mandato de cultivar a terra e conservar o jardim.
• A soberania de Deus na criação e a cultura humana
• Deus deu ao homem o domínio sobre a natureza e a responsabilidade de cultivá-la e guardá-la.
• A tarefa de cultivar, isto é, produzir cultura, implica observar, aprender e desenvolver técnicas para lidar
  com a natureza. É uma tarefa complexa.
• A ordem para cultivar a terra envolve não apenas a aquisição de conhecimentos e técnicas, mas a
  constituição de um ordenamento social adequado ao trabalho produtivo.
• No relato da criação, Deus é apresentado como um jardineiro cósmico, que trabalhou seis dias e descansou
  no sétimo.
• Somos informados também que Deus criou o homem “à sua imagem” e colocou-o no jardim, para cultivá-
  lo e guardá-lo, trabalhando seis dias e descansando no sétimo.
• Parece claro que Deus encarregou o homem de manifestar a sua imagem por meio do trabalho criativo, ou
  seja, por meio da cultura. É nesse sentido que devemos compreender a doutrina da imago Dei.
• O que os teólogos reformados chamam de mandato cultural, portanto, é a ordem divina para que o homem
  explore de forma criativa e responsável os recursos da criação e recubra a natureza criada com uma
  “segunda natureza”.
• Então vemos que as Escrituras não descrevem Deus simplesmente trazendo objetos à existência. Ele
  ordena a criação e estabelece limites, responsabilidades e espaços.
• Deus estabeleceu uma ordem criacional. Esta ordem envolve uma diversidade de normas e estabelece
  limites e esferas de responsabilidade.
• A vontade criativa de Deus se expressa em uma pluriformidade de leis ou normas que habilitam cada
  criatura a operar segundo a intenção divina.
• V.17 Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste
                                                                                                           19
• Todas as coisas encontram sua coesão em Cristo, a finalidade de toda a criação. Por conseguinte, há
  unidade e propósito na natureza e na história. Como os gregos gostavam de falar, o mundo tem um
  “logos”, tem uma ordem que a razão consegue captar e compreender; tem uma arquitetura.
• A existência de cada criatura é regida pelo comando de Deus, e sua autenticidade depende da submissão a
  este comando.
• A pluriformidade da soberania de Deus
• O princípio das “esferas de soberania” desenvolvido por Abraham Kuyper.
• Ilustração da luz branca: Deus tem uma única vontade, perfeita e coerente. Porém, quando a sua vontade
  atravessa o primas do tempo, ela se expressa em diferentes leis. então temos leis que governam cada área
  da nossa existência.
• “Soberania dentro da própria esfera”: o princípio e as condições de operação das criaturas dentro de certas
  esferas não se fundamentam na vontade das criaturas ou nos princípios das outras esferas. Dentro de
  determinado espaço, aspecto ou dimensão da vida uma lógica distinta soberana mantém sua autonomia em
  relação às outras.
• Então a liberdade no sentido reformado é a autonomia para seguir a sua própria lei.
• Deus estabeleceu responsabilidades e privilégios ao homem, colocando limites à sua liberdade.
• Cada esfera da vida humana tem características próprias e expressa um dos aspectos da vontade de Deus.
  Viver a plenitude da vontade de Deus é descobrir as leis que ele estabeleceu para cada aspecto da vida. Isso
  é liberdade.
• Entretanto, o homem deixado por si só não consegue saber e entender qual é a vontade de Deus para cada
  aspecto da vida. E isso ocorreu por causa da queda. A queda foi total, ou seja, afetou todas as áreas da vida
  (a terra física, os animais e o homem).
• Mas Cristo, através da cruz nos trouxe a redenção.
• v.18 -> Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. O primogênito de entre os mortos
• A ressurreição de Jesus marcou o início de uma nova criação e moldou uma nova humanidade nele para
  substituir a antiga em Adão.
• Para em todas as coisas ter a primazia
• Pela virtude de sua ressurreição da morte, Jesus Cristo é o Senhor do universo que ele criou, sustenta e
  redimiu.
• v.19 -> porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
• v.20 -> e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo
  todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.
• Cristo reconciliou consigo mesmo não apenas as almas dos homens, ou os homens individualmente, mas
  todas as coisas, nos céus e na terra.
• Quando falamos da soberania de Cristo, não estamos nos referindo a uma soberania invisível ou
  “espiritual”, em um sentido dualista.
• Colossenses 2.15 “e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo,
  triunfando deles na cruz.”
• Essa imagem é de uma ironia sutil. Paulo está dizendo que os poderes romanos que crucificaram a Cristo
  em nome da pax romana foram derrotados e envergonhados por ele no momento da crucificação, com o
  estabelecimento da pax Dei.
• A pax Dei foi estabelecida em todo o universo e em toda sociedade humana. todas as forças, leis e poderes
  cósmicos estão sob a soberania de Cristo.
• Ele é o Senhor não só por ter criado todas as coisas, mas também por sua obra redentora, por meio da qual
  ele reconduz todas as coisas ao domínio divino, mesmo que contra a vontade dos principados e potestades.
• A reconciliação dos principados e potestades rebeldes implica o seu esmagamento e sua humilhação; não o
  seu desaparecimento, mas o seu aprisionamento pelo Filho de Deus.
• Esse é o verdadeiro sentido de batalha espiritual. A batalha tem amplitude cósmica e muitas frentes.
• A soberania sobre a alma e o corpo de um indivíduo possesso não é o único nível da grande batalha
  cósmica que Cristo venceu na cruz.
• Todos os poderes, visíveis e invisíveis, vão se dobrar e confessar que Jesus Cristo é o Senhor.

                                                                                                            20
• No campo da cultura humana, isso significa que os poderes políticos, os sistemas econômicos, as
  instituições científicas e artísticas, os formadores de opinião e a mídia, os líderes culturais e religiosos, as
  famílias e os chefes de família, todos vão se render à soberania de Cristo.
• “Nem um único espaço de nosso mundo mental pode ser hermeticamente selado em relação ao restante, e
  não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que
  é soberano sobre tudo não clame: é meu!”

                                                                               Guilherme Carvalho (Adaptado)




                                                                                                              21

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A Morte da Razão
 

Senhorio de Cristo na Criação e Redenção

  • 1. Capítulo 3 O Senhorio de Cristo Colossenses 1.15-20 15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. • Os versículos de 15-20 formam uma unidade. • Provavelmente, pela estrutura do texto, esta passagem foi um hino pertencente a igreja primitiva e adotado por Paulo para colocar aqui com ou sem alteração. • Seja como for, esta passagem é uma unidade e deve ser analisada em sua totalidade. • Esse texto consiste em duas partes, que expressam sobre a preeminência de Cristo. A primeira (v. 15-17) retrata sobre a criação e a segunda (v. 18-20) sobre a redenção. • Note que as mesmas expressões aparecem em sequência em ambas as partes. • Ele é (el cual) v.15, v.18 • o primogênito (el primogenito) v.15 v. 18 • porque nele (porque en él) v.16 v. 19 • nos céus e sobre a terra (en los cielos y en la tierra) v. 16 v. 20 • temos aqui um paralelismo definido de idéia e forma. • A glória de Cristo na criação é igualada por sua magestade na redenção. • Temos também outras expressões que se repetem: “todas as coisas”, “por meio dele”. • Antes de fazermos o estudo das partes separadamente, devemos considerar a passagem em sua totalidade. • Os seguintes pontos serão destacados: • Mesmo havendo passado somente cerca de trinta anos desde que Jesus sofreu uma vergonhosa morte na cruz, já era atribuido a Ele honra divina. • Ao insistir tão fortemente na grandeza de Cristo, esta passagem dá a entender que Ele é capaz de outorgar aos colossenses as coisas que Paulo havia pedido para eles em sua oração. O apóstolo Paulo havia pedido um conhecimento claro da vontade de Deus, toda sabedoria e entendimento espiritual, frutificação em toda boa obra, e poder para exercerem perseverança e longanimidade. • A passagem descreve a Cristo tendo em sua mão e abarca com o seu amor tanta a criação, quanto a redenção. A atividade redentora de Cristo abarca todo o universo. • Cristo: soberano na criação e na redenção • As palavras de Paulo na carta aos Colossenses 1.15-20 são reconhecidas como uma declaração clara e forte do senhorio cósmico de Cristo. • O Cristo que morreu na cruz por nossos pecados é o mesmo que criou todas as coisas. Não somente as visíveis, como montanhas, mares, estrelas, todos seres vivos e o homem, mas também as invisíveis, como poderes e autoridades que governam o mundo. 18
  • 2. • Mais do que isso, Paulo está dizendo que Cristo reconciliou consigo mesmo não apenas as almas dos homens, ou os homens individualmente, mas todas as coisas, nos céus e na terra. • O quadro descrito por Paulo demonstra a plena coerência ou unidade entre criação e redenção, por meio de Cristo. • Paulo afirma que Cristo é o Salvador de todas as coisas porque ele é também o Criador de todas as coisas. O escopo da redenção, portanto, é universal. • Senhorio de Cristo na criação • v.15 -> imagem do Deus invisível • Cristo é a imagem de deus no sentido de que ele é o ser humano perfeito, o último Adão. No entanto, Cristo também se encaixa nessa definição no sentido de que ele é Deus encarnado. Cristo revela Deus. • primogênito de toda a criação • Paulo não quis dizer que o filho foi o primeiro ser criado, antes devemos entender o termo primogênito como significando o filho favorecido que é o principal herdeiro de um patrimônio familiar. • v.16 -> pois, nele, foram criadas todas as coisas • Cristo é tanto o agente como o objetivo da criação, Cristo é Senhor sobre tudo o que existe, até mesmo da hierarquia angélica que os colossenses pensavam que precisavam aplacar ou reverenciar. E também é Senhor de todos os poderes terrenos. • Para entendermos melhor o senhorio de Cristo na criação, precisamos voltar ao Gênesis, ao começo de tudo. • O primeiro capítulo do livro de Gênesis relata como foram criadas todas as coisas. • Deus é representado como o grande jardineiro cósmico que não apenas criou todas as coisas do nada (ex- nihilo), como estabeleceu uma ordem cósmica. • então podemos discernir dois momentos de atividade divina: na atribuição e na elaboração (ou aperfeiçoamento da existência). • A palavra de Deus, por meio da qual ele criou todas as coisas, estabeleceu limites e responsabilidades. • No início, Deus separou luz e trevas, água e terra. • Depois criou os luminares, cada um deles recebendo o domínio sobre um tempo diferente. • Deus criou também os vegetais e os animais, estabelecendo seus diferentes domínios e ordenando-lhes que crescessem e se multiplicassem. • Finalmente, Deus criou o homem, dando-lhe o mandato de cultivar a terra e conservar o jardim. • A soberania de Deus na criação e a cultura humana • Deus deu ao homem o domínio sobre a natureza e a responsabilidade de cultivá-la e guardá-la. • A tarefa de cultivar, isto é, produzir cultura, implica observar, aprender e desenvolver técnicas para lidar com a natureza. É uma tarefa complexa. • A ordem para cultivar a terra envolve não apenas a aquisição de conhecimentos e técnicas, mas a constituição de um ordenamento social adequado ao trabalho produtivo. • No relato da criação, Deus é apresentado como um jardineiro cósmico, que trabalhou seis dias e descansou no sétimo. • Somos informados também que Deus criou o homem “à sua imagem” e colocou-o no jardim, para cultivá- lo e guardá-lo, trabalhando seis dias e descansando no sétimo. • Parece claro que Deus encarregou o homem de manifestar a sua imagem por meio do trabalho criativo, ou seja, por meio da cultura. É nesse sentido que devemos compreender a doutrina da imago Dei. • O que os teólogos reformados chamam de mandato cultural, portanto, é a ordem divina para que o homem explore de forma criativa e responsável os recursos da criação e recubra a natureza criada com uma “segunda natureza”. • Então vemos que as Escrituras não descrevem Deus simplesmente trazendo objetos à existência. Ele ordena a criação e estabelece limites, responsabilidades e espaços. • Deus estabeleceu uma ordem criacional. Esta ordem envolve uma diversidade de normas e estabelece limites e esferas de responsabilidade. • A vontade criativa de Deus se expressa em uma pluriformidade de leis ou normas que habilitam cada criatura a operar segundo a intenção divina. • V.17 Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste 19
  • 3. • Todas as coisas encontram sua coesão em Cristo, a finalidade de toda a criação. Por conseguinte, há unidade e propósito na natureza e na história. Como os gregos gostavam de falar, o mundo tem um “logos”, tem uma ordem que a razão consegue captar e compreender; tem uma arquitetura. • A existência de cada criatura é regida pelo comando de Deus, e sua autenticidade depende da submissão a este comando. • A pluriformidade da soberania de Deus • O princípio das “esferas de soberania” desenvolvido por Abraham Kuyper. • Ilustração da luz branca: Deus tem uma única vontade, perfeita e coerente. Porém, quando a sua vontade atravessa o primas do tempo, ela se expressa em diferentes leis. então temos leis que governam cada área da nossa existência. • “Soberania dentro da própria esfera”: o princípio e as condições de operação das criaturas dentro de certas esferas não se fundamentam na vontade das criaturas ou nos princípios das outras esferas. Dentro de determinado espaço, aspecto ou dimensão da vida uma lógica distinta soberana mantém sua autonomia em relação às outras. • Então a liberdade no sentido reformado é a autonomia para seguir a sua própria lei. • Deus estabeleceu responsabilidades e privilégios ao homem, colocando limites à sua liberdade. • Cada esfera da vida humana tem características próprias e expressa um dos aspectos da vontade de Deus. Viver a plenitude da vontade de Deus é descobrir as leis que ele estabeleceu para cada aspecto da vida. Isso é liberdade. • Entretanto, o homem deixado por si só não consegue saber e entender qual é a vontade de Deus para cada aspecto da vida. E isso ocorreu por causa da queda. A queda foi total, ou seja, afetou todas as áreas da vida (a terra física, os animais e o homem). • Mas Cristo, através da cruz nos trouxe a redenção. • v.18 -> Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. O primogênito de entre os mortos • A ressurreição de Jesus marcou o início de uma nova criação e moldou uma nova humanidade nele para substituir a antiga em Adão. • Para em todas as coisas ter a primazia • Pela virtude de sua ressurreição da morte, Jesus Cristo é o Senhor do universo que ele criou, sustenta e redimiu. • v.19 -> porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude • v.20 -> e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. • Cristo reconciliou consigo mesmo não apenas as almas dos homens, ou os homens individualmente, mas todas as coisas, nos céus e na terra. • Quando falamos da soberania de Cristo, não estamos nos referindo a uma soberania invisível ou “espiritual”, em um sentido dualista. • Colossenses 2.15 “e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” • Essa imagem é de uma ironia sutil. Paulo está dizendo que os poderes romanos que crucificaram a Cristo em nome da pax romana foram derrotados e envergonhados por ele no momento da crucificação, com o estabelecimento da pax Dei. • A pax Dei foi estabelecida em todo o universo e em toda sociedade humana. todas as forças, leis e poderes cósmicos estão sob a soberania de Cristo. • Ele é o Senhor não só por ter criado todas as coisas, mas também por sua obra redentora, por meio da qual ele reconduz todas as coisas ao domínio divino, mesmo que contra a vontade dos principados e potestades. • A reconciliação dos principados e potestades rebeldes implica o seu esmagamento e sua humilhação; não o seu desaparecimento, mas o seu aprisionamento pelo Filho de Deus. • Esse é o verdadeiro sentido de batalha espiritual. A batalha tem amplitude cósmica e muitas frentes. • A soberania sobre a alma e o corpo de um indivíduo possesso não é o único nível da grande batalha cósmica que Cristo venceu na cruz. • Todos os poderes, visíveis e invisíveis, vão se dobrar e confessar que Jesus Cristo é o Senhor. 20
  • 4. • No campo da cultura humana, isso significa que os poderes políticos, os sistemas econômicos, as instituições científicas e artísticas, os formadores de opinião e a mídia, os líderes culturais e religiosos, as famílias e os chefes de família, todos vão se render à soberania de Cristo. • “Nem um único espaço de nosso mundo mental pode ser hermeticamente selado em relação ao restante, e não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo não clame: é meu!” Guilherme Carvalho (Adaptado) 21