O documento discute três tópicos principais: 1) Maquiavel como o primeiro cientista social e o que significa praticar política cientificamente; 2) o cientificismo e sua relação com a racionalidade do Ocidente; 3) as origens do positivismo e socialismo como correntes sociológicas que surgiram no contexto do Iluminismo.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
1 trabalho maquiavel
1. RELATOS : Mitos da criação.
1)Por que podemos afirmar que Maquiavel é o primeiro cientista social? O que
significa praticar a política cientificamente?
Partindo do pressuposto de que Maquiavel possa ser considerado um cientista social,
somos levados a pensá-lo como alguém que em sua época procurava interpretar os
desafios que que se norteavam entre a ética, moralidade na política e transparência.
Podemos observar hoje os grandes desvios a nível de instituições políticas, bem como
os meios utilizados por nossos representantes para ascender ao poder. De certo modo
esse cenário revisita o tempo do cientista Maquiavel.
Praticar a política cientificamente pode representar uma busca de ações conjuntas,
analisadas e compreendidas com base na afirmação de que o homem é um ser social e
político ao mesmo tempo. Maquiavel foi o primeiro grande pensador moderno e
precursor da ciência política. Seguramente no pensamento político.
2)O que é Cientificismo e qual a sua relação com a vocação racionalista do Ocidente?
Cientificismo é a postura que afirma que a melhor maneira de investigar como as
coisas são, sejam naturais, sociais, artificiais ou conceituais, é pela adoção do método
científico. O termo também significa a atitude de valorização altamente positiva no
papel da ciência no desenvolvimento da cultura em particular, e da sociedade em
geral. Não é uma doutrina que quer aplicar a ciência em todos os níveis, mas a visão
de que a ciência é a melhor metodologia que existe para conhecer o mundo e
possibilitar o desenvolvimento tecnológico. No começo do século XIX, significava,
simplesmente, hábitos e modos de se expressar de um homem da ciência.
Determinados tipos de racionalização se desenvolveram no Ocidente, e apenas no
Ocidente, favorecendo sobremaneira a transformação e mudança social como também
ao avanço capitalista. Um apelo a hereditariedade colocaria de lado uma infinidade de
conhecimentos dados pela história dos povos. Vale destacar o importante papel da
historia vivida pelas nações, pelas influencias e relações sociais que satisfazem as
necessidades em dado ambiente, o importante estoque de conhecimento e
informações dentro de cada cultura. Muitos dos agentes da modernidade e do
capitalismo se encontravam fora do Ocidente, mas justamente o Ocidente
desenvolveu uma forma racional para a utilização do racionalismo.
As forças religiosas e mágicas, como também ideais éticos de dever são elementos
formativos de conduta, por este motivo o fenômeno religioso pode ser uma obstrução
ao desenvolvimento de uma conduta econômica. No Ocidente se deu o encontro de
uma organização econômica nascente (racional) como uma instituição ética (conduta,
2. comportamento) que possibilitou a busca racional do lucro renovado como se isto e o
trabalho fossem partes inerentes da vida do homem.
Finalmente podemos entender que a relação entre cientificismo e a vocação
racionalista se nota a partir do momento que o homem usa a metodologia científica
para descobertas, invenções e principalmente buscar a organização econômica,
melhorar seus lucros, e na maioria das vezes usando a tecnologia.
3) O Positivismo é uma corrente sociológica. Surgiu como desenvolvimento sociológico
do Iluminismo, caracterizando-se como afirmação social das ciências experimentais.
Propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando
radicalmente teologia ou metafísica.
O Socialismo seria, teoricamente, um sistema político onde todos os meios de
produção pertencem à coletividade, onde não existiria o direito à propriedade privada
destes meios de produção e, as desigualdades sociais seriam pequenas e a taxa de
analfabetismo chegaria quase 0%, pois seria um sistema de transição para o
comunismo - onde não existiria mais Estado nem desigualdade social - portanto o
Estado socialista deveria diminuir gradualmente até desaparecer.
Entre os séculos XVIII e XIX, as diversas transformações que marcaram a Europa e o
continente americano, possibilitaram o surgimento de novas concepções preocupadas
em dar sentido ou teorizar a rápida ascensão do sistema capitalista. Para tanto, vários
pensadores se debruçaram na árdua tarefa de negar, reformar ou legitimar as novas
relações de ordem social, econômica e política que ganhavam fôlego em um mundo
que passava a ter uma nova roupagem.
Uma das mais marcantes transformações trazidas pelo capitalismo foi, sem dúvida
alguma, a sua impressionante capacidade de racionalizar o gasto dos recursos e gerar
riquezas. Após a deflagração da Revolução Industrial, as possibilidades de se
aperfeiçoar a exploração da mão-de-obra, da tecnologia e dos recursos naturais
parecia ter alcançado patamares inimagináveis. Contudo, as transformações desse
novo período histórico não se resumiam somente à implicações de caráter positivo.
A corrente liberal defendia os vários pressupostos que compunham essa nova
realidade oferecida pelo capitalismo. Aprovavam o direito à propriedade privada,
amplas liberdades no desenvolvimento das atividades comerciais e a igualdade dos
indivíduos mediante a lei. Além disso, elogiavam a prosperidade do homem de
negócios ao verem que sua riqueza beneficiava a sociedade como um todo. Dessa
3. forma, ao acreditavam que a riqueza seria uma benesse acessível a todos que
trabalhassem.
Com relação à miséria e as desigualdades, a doutrina liberal acredita que a pobreza do
homem tem origem em seu fracasso pessoal. Para que pudesse superar essa situação
de penúria, o pobre deveria ter uma postura colaborativa para com seus patrões tendo
o cuidado em preservar os seus bens e dar o máximo de sua força de trabalho na
produção de mais riquezas. Concomitantemente, lhe seria exigida paciência e fé
enquanto virtudes que o ajudariam na superação de sua condição.
. Contudo, esses pressupostos serão posteriormente reinterpretados em um processo
de compreensão da sociedade que, até hoje, apresenta novas possibilidades. Por isso,
novos intelectuais se debruçam na mesma importante tarefa de se compreender,
criticar e apontar alternativas para nossos moldes de desenvolvimento.
4. CULTURA RELIGIOSA
A Religião tem como primeiro sentido o objetivo de religar um homem a uma
divindade. Através de um culto, prática religiosa, cerimônia, lei divina, santidade, o ser
humano busca a transcendência, isto é, procura um contato maior com algo que o
ajude a viver melhor e ter perspectivas do infinito. A ideia de que caberia à religião
atar os laços que unem a humanidade à esfera divina tem lá suas explicações: sem
nada que o direcione a objetivos de vida, o ser humano se perderá em seus caminhos.
Muitas questões sérias se levantam em relação ao relato da queda do homem. Além
do mais devemos refletir sobre a gravidade das consequências do homem partilhar o
fruto proibido à luz do que parece ser um assunto um tanto trivial. O primeiro texto
descreve a entrada do pecado na raça humana e a gravidade das consequências da
desobediência do homem. A partir da ruptura tudo pode ser consertado, através da
volta, da religação. O segundo texto nos leva a refletir sobre o mito da criação na
religião afro-brasileira onde são feitas homenagens aos antepassados com festas,
comidas e os objetos que os representam divindades. E tudo culmina com a relação
harmônica entre criatura e criador. Então nas religiões africanas os trabalhos de rituais
têm como uma das finalidades a preservação deste para o equilíbrio da natureza para
a prosperidade e felicidade humana. Renunciar à vitalidade perene, renunciar à
imortalidade é o que o terceiro texto nos propõe. A liberdade de caminhar e vivenciar
novas trajetórias é oferecida ao ser humano como proposta de felicidade passageira
até que complete os dias finais.
Guardar o caminho da vida, respeitar a decisão e a liberdade da criatura são pontos
observados nos três mitos propostos, onde a relação entre criador e criatura são
discutidas com a finalidade de reaver e religar as partes. O conteúdo estudado tem
como proposta dentro do fenômeno religioso levar o ser humano a um melhor
relacionamento com o transcendente, consigo mesmo e com os demais que com ele
convivem.
O papel que as crenças religiosas desempenham em nossa vida pessoal visa
primeiramente nos tornar pessoas melhores, responsáveis por nossos atos e
posteriormente viver melhor em sociedade. A religião deve ser escolhida livremente e
tem de provocar transformações na ordem social, sejam elas na esfera da economia,
da política ou da cultura em geral, visando em primeiro plano o nosso crescimento
integral. Os valores e princípios éticos constitutivos da crença religiosa devem nortear
nossa caminhada e vivência no dia-a-dia, assegurando a salvação através das virtudes,
do arrependimento e servindo como ponte para ligar aquilo que sofreu ruptura.