1. O documento propõe o Projeto Popular para a Educação (3PE) com o objetivo de transformar o sistema educacional brasileiro que atualmente reproduz desigualdades sociais.
2. Para implementar o 3PE, é necessário organizar os estudantes e trabalhadores das escolas através da criação de grêmios estudantis, oficinas permanentes, assembleias estudantis e comitês em defesa da educação.
3. A proposta é apresentada às escolas visando envolver a juventude na construção de um novo projeto educacional popular e soberano
Propostas para organizar estudantes em defesa da educação
1.
2. Sumário
Por que um Projeto Popular para a Educação? - 3
Por que trabalhar com as escolas? - 5
Qual escola devemos escolher? - 7
Como apresentar a proposta na escola? - 9
Qual é nossa proposta às escolas? - 12
1. Construir um Grêmio Estudantil na escola
2. Organizar uma oficina permanente
3. Organizar uma assembleia dos estudantes
4. Organizar um Comitê em defesa da educação
Agitação e propaganda: como comunicar o 3 PE? - 20
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4. Por que um Projeto Popular para a Educação?
Sabemos que para que ocorra uma transformação profunda na
vida da juventude brasileira, é indispensável que haja mudanças
profundas no sistema educacional do país. Ao longo de muitos anos as
instituições de ensino no Brasil foram um privilégio para os filhos das
elites. Hoje em dia, ainda que o acesso à educação formal tenha se
tornado bem mais amplo em comparação ao nosso passado, o
sistema educacional permanece operando de maneira desigual. Ou
seja, a educação acaba reproduzindo as diferenças sociais e
econômicas que existem na sociedade brasileira. Assim, quem é
pobre passa por este sistema e dificilmente deixa de ser pobre, e quem
é rico atravessa o sistema de ensino permanecendo cada vez mais
rico.
Para que a juventude construa uma alternativa de futuro, que vá
para além daquilo que nossos país obtiveram para si mesmos, é
preciso construirmos um Projeto Popular para Educação (3PE). Ou
seja, um projeto de transformações profundas na Educação do país
que atenda aos interesses do povo. Os jovens precisam construir um
novo sistema de educação para o país, que atenda as demandas de
cada um, e que possibilite um Brasil soberano e popular para todos.
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6. Por que trabalhar com as Escolas?
Para que o Projeto Popular de Educação (3PE) comece a
existir, é preciso que organizemos um grande mutirão envolvendo
todos os sujeitos que trabalham ou estudam nas mais distintas
instituições escolares. A opção do Levante Popular da Juventude em
colocar-se o desafio do trabalho com juventude nas escolas visa criar
uma identidade entre o projeto carregado pelo Levante e as demandas
presentes nas escolas tanto para professores e diretores como para os
alunos.
Construir o uma nova Educação, passa por identificarmos as
demandas dos jovens sobre os principais limites da escola e também
quais as reformas que podemos implementar. Além disso, para que
esse Projeto saia do papel será preciso que haja uma grande
mobilização da juventude do povo brasileiro para que pressionemos
os Governos a aceitarem uma reforma popular na educação.
Assim, encontramos nas escolas um espaço onde a juventude
está reunida, e onde se expressa a principal demanda da juventude
(por sua vontade e pelo papel colocado a ela pela sociedade) de se
formar e educar-se. Desejamos por tanto realizar um trabalho que crie
uma identidade ampla entre a escola e o projeto apresentado pelo
Levante.
O primeiro passo para isso é entramos nas escolas. Temos que
ter como meta colocar uma bandeira do Projeto Popular para a
Educação em cada escola do nosso estado. É preciso envolver o
máximo de pessoas na construção desse Projeto e na luta por um país
que ofereça uma educação a altura da grandeza do seu povo.
Compreendida a nossa tarefa, sempre vem a pergunta: 'Como
faremos isso? Responder esta questão é justamente o que busca este
material, a partir das experiências que já tivemos no trabalho com
escolas.
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8. Qual escola devemos escolher?
Antes de entrarmos numa escola, é preciso escolher o local
onde colocaremos em prática. Para escolher esta escola precisamos
nos ligar em alguns critérios:
a) Inserção: o que facilita a inserção em uma escola é conhecer
“alguma porta de entrada”, ou seja, ter algum militante que
estude na escola ou conhecer algum professor ou diretor. Os
responsáveis pela autorização da nossa entrada na escola
precisam confiar em quem está chegando, por isso é preciso
ganhar a confiança nesse primeiro momento, demonstrar
seriedade e comprometimento.
b) Proximidade com outros focos de organização: as ações do
Levante são desenvolvidas nos territórios, por isso o ideal é
escolher uma escola próxima da célula que atuamos ou
próxima do território dos movimentos sociais, como por
exemplo, escola no assentamentos rurais que queremos estar
atuando.
c) Público: de preferência escolher uma escola de Ensino Médio,
que abrange jovens com idade acima de 15 anos. É mais fácil
fazer um trabalho de conscientização, tendo em vista um
processo de luta e mobilização, com essa faixa etária, além de
conseguir mais facilmente autorização dos pais (os alunos
somente saem da escola, com permissão desta e com
autorização dos pais). Se temos o objetivo de desenvolver um
trabalho de base a longo prazo na escola, o foco preferencial
deverá ser as turmas de 1º e 2º ano, pois estas estarão na
escola no próximo ano. O que não impede de atuarmos e
mobilizarmos o 3º ano, mas tendo consciência que o contato
posterior não será via a escola.
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10. Como apresentar a proposta na escola?
a) Acionando contatos: Podemos buscar qualquer escola para
iniciarmos nosso trabalho, mas é mais fácil chegarmos até elas
através de algum contato que já tenhamos previamente. Se
conhecemos algum professor parceiro, algum aluno que conheça o
Levante, se temos alguma relação com o Grêmio Estudantil ou
outro grupo de jovens (grupo de bateria ou música, grupo de teatro,
etc.), ou qualquer relação que nos facilite a entrada na escola,
procurá-los para uma conversa sobre qual é a melhor forma de
envolver a escola na Campanha por um Projeto Popular para a
Educação (3PE) é nosso primeiro passo.
b) Nos identificando para a escola: O Levante coloca-se para as
escolas como um Movimento Social de juventude que reúne jovens
de comunidades da periferia urbana, estudantes das universidades
e secundaristas, além de jovens camponeses.Queremos formar
grupos de vivência da juventude, nos quais os jovens desenvolvam
uma identidade em comum e fortaleçam-se para enfrentar seus
problemas pessoais e coletivos, além de poderem desenvolver
atividades culturais como muralismo, teatro, dinâmicas de
animação, bateria, comunicação, etc. É importante deixarmos claro
os nossos objetivos para a direção da escola: 1- Queremos
contribuir para que os estudantes se envolvam na construção de
melhorias para escola, se tornando parceiros da direção; 2-
Queremos levantar o debate entre os estudantes sobre a
importância da escola, os rumos da educação no Brasil e a
construção de um projeto alternativo.
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11. Da mesma forma, é importante deixarmos claro o que não
somos:
a) Não somos um partido político e nem estamos diretamente
envolvidos em campanhas políticas de candidatos a vereador,
porém, não precisamos nos colocar em posição de
enfrentamento as eleições, muitos professores, principalmente
membros da diretoria da escola, podem estar envolvidos em
campanhas, temos que estar abertos a qualquer conversa
necessário.
b) Não somos uma organização religiosa, mas, também aqui
devemos estar abertos a qualquer diálogo, pois, podem haver
alunos participantes de diferentes religiões que podem
encontrar uma identidade conosco.
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13. Qual nossa proposta às escolas?
Nosso objetivo central é o Projeto Popular para a Educação, que não é
um manifesto vazio e apenas teórico, é um a reunião do conjunto de
reivindicações e demandas dos estudantes e professores.
Para que isso ocorra precisamos organizar um grupo de jovens dentro
da escola, que se reúna frequentemente em torno das tarefas de
construção desta Campanha.
Trazemos aqui 4 propostas de atividades que podemos propor para as
escolas.
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14. 1 - Construir um Grêmio Estudantil da escola: Esta forma de
organização para dar certo precisa de uma ambiente adequado, ou
seja, a direção tem que entender a importância de um Grêmio, e temos
que ter referências na escola que vejam sentido neste processo de
organização.
Passo 1- Entrar: Acionar nossos contatos na escola, fazer um
projeto com todas as atividades que queremos desenvolver;
apresentar para a direção.
Passo 2- Agitar: Promover um debate sobre a importância de um
Grêmio na escola; de preferência conseguir um tempo para fazer
este debate com cada turma.
Passo 3- Organizar um grupo: Ao término desse debate convidar
os interessados em construir um Grêmio para uma reunião de
construção da chapa.
Passo 4 – Consolidar o grupo: a partir de então é preciso
perceber que a nossa principal tarefa é manter este grupo
organizado, desenvolver atividades semanalmente com ele, em
um horário que não haja aula. É possível a) debater o estatuto do
Grêmio; b) debater quais serão as ações do Grêmio; c) organizar o
processo eleitoral na escola; d) organizar a campanha da chapa
(nome, camiseta, cartazes); e) dividir tarefas dentro do grupo
(comunicação; finanças, etc)
Passo 5 – Organizar a escola: na medida em que o grupo se
consolida o desafio passa a ser desenvolver ações para que o
Grêmio organize o conjunto dos estudantes para a construção de
um Projeto Popular para a Educação. Nesse sentido é possível: a)
promover um debate com os alunos sobre os principais problemas
da educação; b) identificar uma demanda que os alunos tenham
(Ginásio de esportes; ensino técnico, sala de informática); c)
mobilizar os estudantes em função dessas demandas (abaixo-
assinado; fazer uma manifestação; trancar uma rua próxima, etc.).
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15. 2 – Organizar uma Oficina permanente: as oficinas podem ser sobre
qualquer atividade que tenhamos capacidade de oferecer, mesmo que
não dialoguem diretamente com a temática da educação. Podem ser
tanto oficinas sobre alguma técnica, ligadas ao campo da arte e da
cultura (bateria, capoeira, vídeo, teatro, desenho, etc), quanto oficinas
temáticas, ou seja, que abordam um tema de debate (sexualidade;
diversidade sexual; gênero; bullyng, ecologia, etc). As oficinas podem
ser utilizadas nas escolas onde não temos nenhuma referência, pois
geralmente são bem aceitas pelos jovens e pela direção.
Passo 1- Entrar: Acionar nossos contatos na escola, fazer um
projeto com todas as atividades que queremos desenvolver;
apresentar para a direção; garantir um espaço dentro da escola em
um turno em que os alunos não tenham aula.
Passo 2- Agitar: Fazer uma boa divulgação na escola: a)
passando de turma em turma e apresentando a oficina; b)
cartazes; c) panfletos
Passo 3- Organizar um grupo: no primeiro encontro não
desanime se forem poucas pessoas, é importante mobilizar os
jovens que foram na atividade a convidarem seus colegas para
participar do próximo encontro. É preciso apostar na rede de
relações destes jovens. Além disso é fundamental garantir que o
horário da oficina seja bom para os possíveis interessados.
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16. Passo 4 – Consolidar o grupo: formado esse primeiro grupo, é
importante organizar um calendário de encontros sempre no
mesmo horário e local. Além de desenvolver a oficina é necessário
tornar aquele coletivo um grupo de amigos. Para isso é preciso se
envolver afetivamente, conversar sobre coisas do cotidiano,
marcar atividades (passeios, festas) fora do local da escola. Além
disso, para que a oficina ganhe mais sentido, é importante desafiar
o grupo a fazer alguma apresentação. Ou seja, tirar uma meta para
que o grupo apresente o resultado da oficina. Por fim, é importante
que se construa uma ponte entre a oficina e o Projeto Popular para
Educação. Exemplos: A oficina de teatro pode fazer um esquete
sobre os problemas da educação; da mesma forma a oficina de
vídeo, etc)
Passo 5 – Organizar a escola: Na medida em que o grupo se
consolida, e começa a compreender a necessidade de lutar por
uma educação melhor, é preciso desafiá-lo a organizar ações para
o todo da escola. Assim é possível, que se grupo a) se transforme
em uma chapa do Grêmio Estudantil, b) organize uma Assembleia
dos Estudantes; c) mobilize a escola em defesa de alguma
demanda que os estudantes tenham (Ginásio de esportes; ensino
técnico, sala de informática,etc.)
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17. 3 – Organizar uma Assembleia dos Estudantes: A assembleia
consiste em promover um grande debate na escola sobre os
problemas da educação e as soluções que queremos. Essa forma de
organização para ser viável requer uma boa relação com a Direção.
Passo 1- Entrar: Acionar nossos contatos na escola, fazer um
projeto apresentando os objetivos da Assembleia e da Campanha;
apresentar para a direção; garantir um período com as turmas para
realizar a Assembleia, de preferência que seja uma turma de cada
vez.
Passo 2- Agitar: Montar uma boa metodologia para este debate
com as turmas, através de dinâmicas. Levantar os principais
problemas da educação e apontar a mobilização por um Projeto
Popular de Educação com uma alternativa de futuro para a
juventude do povo brasileiro.
Passo 3- Organizar um grupo: Ao final de cada debate, devemos
pedir para que a turma indique um ou dois representantes para
encaminhar as reivindicações do grupo. Essa comissão será o
nosso grupo de referência.
Passo 4 – Consolidar o grupo: Essa comissão juntando todos os
representantes de turma, deverá se reunir para organizar todas as
demandas dos alunos;
Passo 5 – Organizar a escola: Assim esta comissão poderá: a)
apresentar as reivindicações para os próprios estudantes; b)
mobilizar a escola para conquistar essas reivindicações (abaixo-
assinado; fazer uma manifestação; trancar uma rua próxima,
escrever uma carta pra Secretaria de Educação, etc.).
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18. 4 - Organizar um Comitê em defesa da educação: O Comitê
quando organizado é um espaço para articular representação dos
estudantes (representantes de sala, grêmio e etc), dos professores e
dos funcionários e se possível até dos pais. Ele é um espaço para
debater os problemas da escola e propor. Deve ter data e horário que
todos possam, como o intervalo entre os turnos.
Passo 1 – Propor, após ter alguma relação com escola, para a
direção plano de discussões (devemos deixar claro que ele tem
finalidade e prazo) com pelo menos três reuniões. Propor para os
estudantes, passando em salas e convidando quem se
disponibiliza, de preferência uma dupla por sala. Não esquecendo
de convidar o Grêmio da escola se houver.
Passo 2 – Fazer a primeira reunião, explicar o objetivo deste grupo
de trabalho, com uma boa metodologia voltada para debater quais
os problemas da escola e da educação em geral, fazer uma
relatoria. Se necessário seguir outro dia com este debate, nas
próximas reuniões debater propostas para a melhoria, tirar o
representante da escola e pensar como vamos mobilizar a escola
para a luta. Sempre terminar a reunião com a data da próxima
marcada.
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19. Independentemente de qual dessas 4 formas vamos escolher
para organizar os estudantes, todos os encontros, todos os
contatos com os estudantes devem conter 3 elementos:
1- Relação: Fortalecer as relações de amizade;
2- Organização: É preciso se organizar para desenvolver a
atividade proposta (Ex: oficina de bateria tem que ensinar a
tocar bateria, o Grêmio tem que construir o Grêmio, etc);
3- Conscientização: Debater o Projeto Popular para Educação
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21. Agitação e Propaganda: como comunicar o Projeto Popular para
Educação?
Além de organizarmos estes grupos de jovens nas escolas,
precisamos nos comunicar com todos os sujeitos que compõem a
escola: estudantes, professores, funcionários, pais. Neste caso, nos
comunicar significa passar a mensagem do nosso Projeto Popular
para a Educação.
Para que nós, a juventude do povo brasileiro, tenhamos um futuro
decente, precisamos:
1- Educação: Transformar a Educação é transformar a nossa
vida. Transformar a nossa vida é transformar o futuro do
nosso país.
2- Popular: Uma Educação que não beneficie apenas os
ricos, mas o povo que a sustenta. Esta Educação deve estar
voltada para atender as necessidades do Povo Brasileiro.
3- Projeto: esta Educação não existe, mas podemos construí-
la nos organizando e lutando por uma reforma profunda, que
a torne possível.
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22. Precisamos relacionar os problemas específicos da escola com a
luta pelo 3PE. Esta mensagem pode ser comunicada através:
a) Estampa: é importante que os nossos militantes, bem como
nossos grupos utilizem camisetas, bottons, adesivos com a
identificação da Campanha.
b) Muros, Faixas: Trabalhar para que todas as escolas coloquem
uma faixa da Campanha em frente as suas entradas e/ou
pintem os muros da Escola com o Logo da Campanha.
c) Mutirão 3PE: organizar mutirões com a comunidade escolar
para melhorar a escola e debater sobre o 3xPEB.
d) Jornada 3PE: desenvolver uma espécie de Caravana,um
conjunto de atividades, shows, oficinas, debates, intervenções
nos intervalos de aula, durante uma mesma semana na Escola.
e) Mídias digitais: é fundamental divulgar todas as atividades
que desenvolvemos através da internet.
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