Este documento analisa as flutuações na produção de cana-de-açúcar no estado de São Paulo como resultado de choques de oferta e demanda. O autor desenvolve um modelo econômico para explicar como variáveis como preço da cana, exportações, produtividade e área plantada influenciam a produção ao longo do tempo. Os resultados mostram que choques de oferta predominaram no período analisado e que o preço da cana foi a variável mais importante para explicar a evolução da produtividade.
1. DINÂMICA ECONÔMICA DAS FLUTUAÇÕES NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR Luiz Fernando Satolo Mestre em Economia Aplicada Orientadora: Profa. Dra. Mirian R. P. Bacchi Piracicaba 12 de Junho de 2008
2.
3. INTRODUÇÃO DINÂMICA ECONÔMICA DAS FLUTUAÇÕES NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR “ Que diz respeito às forças e ao movimento” Forças: oferta e demanda Movimento: afastamento de um valor médio mais provável
4. OBJETIVO Explicar a evolução da produção de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo como um resultado de choques de oferta e de demanda. DINÂMICA ECONÔMICA DAS FLUTUAÇÕES NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR Choques de oferta: variações inesperadas na produtividade, na área plantada e no preço da cana-de-açúcar. Choques de demanda: variações inesperadas na renda doméstica, no preço médio de açúcar e álcool e nas exportações dos produtos finais.
5. REVISÃO DA LITERATURA Faseologia da agroindústria canavieira do Brasil Fonte: adaptado de VIAN (2003). EXPORTAÇÃO DINÂMICA ECONÔMICA PREÇOS PRODUÇÃO CONTEXTO Período Eventos deflagradores Políticas adotadas Resultados 1974/75 Queda dos preços mundiais do açúcar. Primeiro choque do petróleo. Lançamento do PROÁLCOOL. Crescimento da produção de álcool anidro. 1979/83 Segundo choque do petróleo. Estimativas quanto ao esgotamento das reservas de óleo. Reforço do PROÁLCOOL. Crescimento da produção de álcool hidratado. 1985/89 Reversão dos preços do petróleo, crise nas finanças públicas e falta de álcool. Investimentos na produção nacional de petróleo. Quebra da confiança no álcool combustível. Pós-1990 Extinção do IAA. Superprodução de álcool. Reestruturação produtiva: questão social e ambiental. Medidas paliativas. Auto-gestão setorial : CONSECANA, grupos de comercialização e redução do número de entidades de representação patronal Preços e mercados instáveis. Intensificação da mecanização da agricultura. Fusões, entrada de empresas estrangeiras e emergência de novas estratégias
6. REVISÃO DA LITERATURA Evolução da área plantada e da produção de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, de 1976 a 2006 Fonte: elaborado pelo autor a partir de UNICA (2007), São Paulo (1976-1978), São Paulo (1979-1994) e IBGE (2007). EXPORTAÇÃO DINÂMICA ECONÔMICA PREÇOS PRODUÇÃO CONTEXTO Açúcar Álcool anidro Álcool hidratado
7. REVISÃO DA LITERATURA Evolução do preço real da cana-de-açúcar e do ATR no Estado de São Paulo, de 1976 a 2006. Fonte: elaborado pelo autor, dados de UNICA (2007) e UDOP (2007). EXPORTAÇÃO DINÂMICA ECONÔMICA PREÇOS PRODUÇÃO CONTEXTO Evolução dos índices de preço real de açúcar, álcool hidratado e álcool anidro no Estado de São Paulo, de 1976 a 2006 Fonte: elaborado pelo autor, dados de UNICA (2007) e CEPEA (2007).
8. REVISÃO DA LITERATURA Evolução das exportações brasileiras de açúcar e álcool, de 1976 a 2006. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Brasil (2007b) e Brasil (2007c) EXPORTAÇÃO DINÂMICA ECONÔMICA PREÇOS PRODUÇÃO CONTEXTO
9.
10. MODELO ECONÔMICO ÁREA RENDA PREÇO MÉDIO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL PREÇO DA CANA PRODUTIVIDADE EXPORTAÇÃO Representação das relações contemporâneas entre as variáveis
13. RESULTADOS Coeficientes estimados para a matriz de relações contemporâneas Fonte: Resultados da pesquisa. Nota: Os sinais dos coeficientes já se encontram na forma em que devem ser analisados. Influência Coeficiente estimado Estatística t de sobre Preço da cana Produtividade 0,318 2,589 Preço de açúcar e álcool Preço da cana 0,214 0,015 Preço da cana Preço de açúcar e álcool 0,273 0,011 Área Exportação 0,612 0,376 Produtividade Exportação 0,298 0,411 Preço da Cana Exportação 0,558 0,775 Preço de açúcar e álcool Exportação -0,841 -2,000 Renda Exportação -1,091 -1,100
14. RESULTADOS Decomposição histórica das variâncias dos erros de previsão 10 períodos à frente 53,32% 23,62% 60,52% 28,13% 13,68% 70,90% 45,62% 20,08% 17,42% 12,16% 93,63% RENDA EXPORTAÇÃO PREÇO DA CANA PREÇO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL ÁREA PRODUTIVIDADE ÁREA PRODUTIVIDADE PREÇO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL PREÇO DA CANA EXPORTAÇÃO
16. RESULTADOS Elasticidades-impulso de choques nas demais variáveis sobre a exportação RENDA EXPORTAÇÃO PREÇO DA CANA PREÇO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL ÁREA PRODUTIVIDADE
17. RESULTADOS Elasticidades-impulso de choques nas demais variáveis sobre o preço da cana Elasticidades-impulso de choques nas demais variáveis sobre o preço de açúcar e álcool RENDA EXPORTAÇÃO PREÇO DA CANA PREÇO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL ÁREA PRODUTIVIDADE
18. RESULTADOS Elasticidades-impulso de choques nas demais variáveis sobre área, produtividade e produção de cana-de-açúcar ÁREA PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO RENDA EXPORTAÇÃO PREÇO DA CANA PREÇO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL ÁREA PRODUTIVIDADE
19.
20. Tirando os morros do Rio, onde a cana é difícil de pegar, a monocultura vai tomar de assalto nosso território. O Brasil vai ficar um verde só, do Oiapoque ao Chuí. Os ambientalistas que nos vigiam pelo Google Maps vão pensar que reflorestamos a nação. Mal sabem eles que o país do carnaval virou um canavial.[...] Sim, é inevitável que a cana substitua o arroz, o feijão e o bife, enquanto o álcool sobe no ranking das exportações, hoje encimado pelo minério, soja e brasileiros no exterior. O minério não é renovável e a soja dá também nos EUA. O jeito vai ser exportar álcool e brasileiros, não no mesmo vôo . Mario Persona Luiz Fernando Satolo E-mail: [email_address] (pessoal) Skype: luizfernandosatolo