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Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: Análises dos transportes férreos em meados de
1950-1990, geração de economia, turismo, migrações para a rota do desenvolvimento.

LIDIANE VIEIRA DA SILVA
Graduanda em Geografia Licenciatura Plena – 4º ano / UEMS de Jardim-MS
LAURA DA SILVA ARGUELHO
Graduanda em Geografia Licenciatura Plena – 4º ano / UEMS de Jardim-MS
Professor Orientador Msc. Elvis Mattos
RESUMO
O trabalho propõe análises históricas da estrada de ferro noroeste do brasil, na
década de 1950 até meados de 1990. Um estudo é voltado como resgate histórico e
geográfico, onde o meio de transporte através da linha férrea trouxe geração de renda,
emprego, economia, turismo entre outros aspectos demográficos para as cidades em
diversos estados brasileiros. No trabalho especifica a importância da linha férrea nas
cidades de Três Lagoas - MS e Aquidauana – MS, destino São Paulo, destacando que o
trabalho na empresa trouxe algumas famílias de migrantes nordestinos para os dois locais,
na busca de qualidade de vida e geração de renda.
PALAVRAS-CHAVE: Noroeste do Brasil, economia, migração, turismo,
transporte.

_______________________________
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul campus de Jardim-MS, Lidiane
Vieira da Silva e Laura da Silva Arguelho – acadêmicas do 4º ano do curso de Graduação
em Geografia Licenciatura Plena, artigo sobre a orientação do Prof.º Mestre Elvis Mattos,
da matéria curricular de Geografia de Mato Grosso do Sul.
Introdução
1
Nos meados do século XIX já se discutia a construção de uma linha férrea que ligaria
Mato Grosso ao Litoral brasileiro, sendo que o acesso era permitido apenas através da
navegação pela bacia platina. Com a Guerra do Paraguai, as críticas sobre a falta de meios
de transportes foram bastante evidenciadas. Com isso o primeiro contingente demorou
cerca de oito meses para chegar ao destino, percorrendo o trecho entre a Capital Imperial e
Vila de Coxim.
Vários planos surgiram com a intenção de construir ferrovias, entre elas a ferrovia
concedida a Barão de Mauá e a ferrovia entre Uberaba e Coxim, sendo a primeira não
aprovada e a segunda sendo o caminho percorrido pelo contingente pioneiro.
Em 1904 com a criação da Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a
Companhia percebeu que com o novo trajeto a linha seria desviada de São Paulo
prejudicando assim seus negócios. Com o patrocínio do Clube de Engenharia do Rio de
Janeiro, foi sugerido em Parecer técnico que a nova ferrovia deveria partir da vila São
Paulo dos Agudos, indo até Cuiabá.
Companhia ferroviária brasileira, denominada Estrada de Ferro Noroeste, que ainda
serve para os trens de minério, operava no sistema de bitolas, tendo os trilhos uma
distância de um metrô.
A Estrada de Ferro Noroeste teve o início com a linha-tronco em 1905, sendo o
trecho até o atual município de Guarantã na época Lauro Muller, totalizando 92 km.
Em 1907, o destino foi modificado de Cuiabá para o porto fluvial de Corumbá e no
ano seguinte foi dividida em duas partes, a primeira entre Bauru e Itapura que não se
alterou e a segunda parte entre Itapura a Corumbá que figurou como domínio da União,
mesmo tendo que ser construída pela própria Companhia e arrendada à mesma por sessenta
anos.
A Estrada de ferro foi construída na metade do século XX com extensão de 1622
quilômetros, ainda hoje seu traçado que vai da região central do estado de São Paulo, até a
divisa com a Bolívia em Corumbá, MS, tem sua integração com a rede ferroviária da
Bolívia, indo até Santa Cruz de Lá Sierra.
Em 1914 houve a inauguração da linha Trem do Pantanal, chegando em Corumbá no
ano de 1952. Partindo da iniciativa privada e antes de ser completada passou para União
em 1917. O Trem do Pantanal, na década de 1960 a 1980, alcançou o auge, e nesse
período de forma errônea, foi chamado de o Trem da Morte. Em 1957 a estrada de Ferro
Noroeste, com a criação da Rede Ferroviária Federal, a mesma foi incorporada e com a
2
desestatização da RFFSA, passou a Malha Oeste à Ferrovia Novoeste, e em 2006 houve a
fusão da Novoeste com a Brasil Ferrovias.
Atuou como trem de carga de 1996 a 2009, e os trens de passageiros foram
suprimidos e com isso os trilhos da área central de Campo Grande foram removidos.
A linha Pantanal Express, ligando Campo Grande a Miranda, foi criada através do
convênio entre o Estado de Mato Grosso do Sul e a Rede Ferroviária Federal. Esta linha
deveria chegar até Corumbá em 2011, mas não aconteceu. A volta do Trem do Pantanal
que deveria ter acontecido em 2005 aconteceu em 2009.
Mesmo com a denominação de Trem do Pantanal, a linha era de Campo GrandeAquidauana-Miranda, o trem tinha sua capacidade para 282 passageiros.
Alguns destaques estarão a seguir das linhas com ligação de uma cidade, ou mesmo,
estado à outro, e sua importância em termos econômicos centrais.
BAURU-ITAPORÃ
Falando no trecho Bauru a Itaporã, destacamos a inauguração de Araçatuba em 2 de
dezembro de 1908, onde a linha prossegui rumo a Oeste chegando a Itaporã.
ITAPORÃ-CORUMBÁ
Em 1908 iniciou a construção da ferrovia Itaporã-Corumbá, sendo que suas equipes
iniciaram os trabalhos ao mesmo tempo, uma em cada extremidade, completando o serviço
em 1914. Até 1926 a travessia dos vagões era feitas por balsas no Rio Paraná.
Devido a grande largura dos rios Paraná e Paraguai, a dificuldades eram enormes
para atravessá-los, e as construções das pontes caminhavam em passos lentos.
Até a inauguração da Ponte Francisco de Sá em 1926, sobre o rio Paraná a travessia
era feita por balsas auxiliadas por locomotivas nas margens.
INAUGURAÇÃO DA PONTE METÁLICA
Corumbá, sendo o ponto final e estando a 78 km rio acima, a maior dificuldade foi o
Rio Paraguai, mas em 1912 foi inaugurada a Estação Porto Esperança, chegada em
Corumbá era feita pelos passageiros por um navio a vapor, que demorava torno de 12
horas, posteriormente houve a idéia de construir a ponte sobre, pois o lado boliviano estava
bem a frente no avanço da linha férrea. Com a duração de dez anos a ponte quando
3
inaugurada em 1947, levou o nome de Ponte do Barão do Rio Branco e em 1952
finalmente chegou a Corumbá.
A ESTATIZAÇÃO / DESESTATIZAÇÃO
A Estrada de Ferro teve sua denominação definitiva como Estrada de Ferro Noroeste
do Brasil, após a fusão e ficar sob controle estatal, tudo isso ocorreu assim que o contrato
de empreitada e arrendamento foi rescindido com a Companhia Estrada de Ferro Noroeste
do Brasil em 1915.
A VARIANTE DE JUPIÁ E O RAMAL DE LUSSANVIRA
O trecho após Araçatuba até Itaporã ficou conhecido por ser um trecho infestado por
doenças tropicais, bem como a malária. Na década de 20, iniciou a construção da Variante
de Jupiá, sendo concluída em 1940, surgindo assim o espigão divisor de águas dos rios
Aguapé e Tietê. O trecho de Lussanvira, incluindo Ilha Seca, Timboré e Itaporã tiveram
seus trilhos arrancados e o trecho de Araçatuba e Lussanvira passou a ser ramal de
Lussanvira, que funcionou até 1962. A Estação foi submersa pelo lago da Usina
Hidrelétrica de Três Irmãos em 1990.
RAMAL DE PORTO LADÁRIO
Ficando a estação de Corumbá distante o leito do rio, um pequeno ramal foi criado
até Ladário para dar acesso portuário à ferrovia. Esta estação fica próximo a Base Naval da
Marinha do Brasil.
RAMAL DE PONTA PORÃ
O Ramal de Ponta Porã foi construído no ano de 1950, bifurcando-se da linha-tronco
de Indubrasil em Campo Grande, e sua inauguração aconteceu em três etapas, a primeira
até em Maracaju em 1944, a segunda em Itaum distrito de Dourados em 1949 e a terceira
até Ponta Porã em 1953.
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em 1957 foi uma das formadoras da Rede
Ferroviária Federal S.A., com a finalidade de concentrar todo patrimônio ferroviário da
União.
4
Já na década de 1990, a ferrovia foi a primeira a ser vendida, pelo processo de
privatização, sendo arrematada seis anos depois pela Ferrovia Novoeste S.A. Em 2002
houve uma nova cisão da Novoeste, sendo chamada de Novoeste do Brasil e em 2006, a
fusão com Brasil Ferrovias. Com a privatização os trens de passageiros foram suprimidos
totalmente ficando apenas como transporte de cargas. Algumas estações estão em total
abandono, raramente foram utilizadas, e não há interesse em concessão.

Figura 01 - MAPA DA ÁREAS DE INFLUÊNCIA: NOVOESTE S.A
História de migrações: famílias que migram para o Mato Grosso do Sul no
intuito do trabalho assalariado na Noroeste do Brasil em meados de 1950-1960.
Com a Guerra do Paraguai a região foi bastante castigada, e sofreu com as doenças,
mas a região leste, foi a única área que não foi esquecida durante o período de Guerra, e
após sua recuperação pós guerra, a frente colonizadora se expandiu ao sul, oeste e norte. E
a significação financeira se firmou através do retorno do ciclo do gado, com a chegada da
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no século XX, pela cidade de Três Lagoas.
Com esse advento da Estrada de Ferro, foi notável o crescimento da proximidade dos
sul-mato-grossense com Estado vizinho São Paulo, mas a ligação se fazia apenas com a
capital Cuiabá através de uma Estrada precária. Dessa maneira, o aumento de migrantes
dinamizou a economia sul-mato-grossense, mas com a transferência do eixo econômico do

5
Rio Paraguai, Corumbá e Cuiabá para Campo Grande, Três Lagoas e o leste do estado, a
economia veio a sofrer quebra.

Figura 02 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE TRÊS LAGOAS - SÃO
PAULO
Com a construção da Noroeste do Brasil várias famílias migram de diversos estados
para o Mato Grosso do Sul em busca de trabalho na empresa.
Existem alguns relatos de famílias que migraram do Nordeste para Três Lagoas no
Mato Grosso do Sul, onde começaram a trabalhar em meados da década de 1950, onde
após a Noroeste do Brasil resolve aposentar os trabalhadores mais velhos com intuito de
reduzir o quadro de funcionários para privatização da empresa.
Segundo entrevista com Douglas Ruzon, neto de nordestinos pernambucanos relata
sobre a história da família que migrou-se de Pernambuco no nordeste para trabalhar em
Três Lagoas na Noroeste do Brasil:
“Minha família por parte de mãe são pernambucanos, primeiro veio meu tio que
foi casado com uma irmã da minha mãe por parte de pai, depois meu avô veio pra
Três Lagoas e mandou buscar a minha avó com os filhos pequenos. Depois que
minha avó veio, veio muito parente, você sabe como são os nordestinos, vem um,
vem todo mundo atrás, nisso, veio esse irmão de criação da minha avó também,
depois de um tempo que ele entrou na soca, na conservação de via. Todos vieram
para trabalhar na noroeste.
_________________________________
Douglas Ruzon é Mecânico Automobilístico, mora em Bauru, faz trabalho comunitário no museu de artes
de Bauru pois, possui vínculo com a história da Noroeste do Brasil. Douglas tem um grupo na Rede Social:
facebook, chamado de EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL, onde relatou em
individual para este trabalho de estudo no ano de 2013, parte de sua história familiar, onde a importância da
noroeste do Brasil trouxe geração de renda para sua família.
Da parte de minha mãe, minha avó ficou viúva em 1950 com 4 filhos pequenos,
como eu já havia dito, daí por volta de 1957-19558 meu tio, filho mais velho veio
pra São Paulo trabalhar, e ela veio atrás dele, quando foi por volta de 1964 mais ou
menos esse meu tio avô sofreu um acidente e foi transferido para Bauru quando
minha avó ficou sabendo, veio atrás dele, foram morar em Tibiriçá, que é um

6
distrito de Bauru servido pela Noroeste também. Então perdeu-se um pouco do
contato com quem ficou em Três Lagoas e até mesmo com quem estava em
Pernambuco. Então esse tio avô veio trabalhar nas oficinas da nob. (Noroeste
Brasil), mas não sei o que ele fazia. Na verdade meus avós, migraram-se para Três
Lagos nos anos de 1940, para trabalharem na Noroeste, até meados da década de
1990, até mesmo porque, a Noroeste do Brasil fechou por volta do ano de 1992.
Só sei que se aposentou no começo dos anos 1980, quando a RFFSA estava
incentivando os mais velhos a se aposentarem para enxugar o quadro de
funcionários, enxugaram quase tudo depois de 1992 também, mas dai era para
poder privatizar a empresa”.

Havendo a necessidade da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
desiludidos com as Fazendas de Café, imigrantes de São Paulo e Minas Gerais vieram em
busca de bons salários. Em 1909, imigrantes partiram de Santos, em cargueiros fretados
para empresa responsável pela construção da Ferrovia e desembarcaram em Porto
Esperança.
Além das doenças, ataques indígenas, fizeram com que muitos imigrantes
desistissem do trabalho e se concentrassem nas cidades de Três Lagoas e Campo Grande,
buscando outro tipo de produção.
Estrada de Ferro Trem do Pantanal: Aquidauana / MS – Bauru / SP.
A construção da estrada de ferro que interligava Aquidauana à Bauru em meados de
1940, trouxe para a cidade avanços na economia e também migrantes e imigrantes que
buscavam no Mato Grosso do Sul, trabalho para melhoria econômica.
A Estrada de Ferro Trem do Pantanal ao chegar em Bauru/SP, fazia baldeação com a
Estrada de Ferro de Sorocabana e com a Companhia Paulista de Estradas de Ferro para
viajar-se até a grande capital paulista, assim, como o transporte de mercadorias em geral,
cargas leves, pesadas etc., transportava-se de tudo, destacando que neste período, este era o
único meio de transporte.
________________________________
Douglas Ruzon é Mecânico Automobilístico, mora em Bauru, faz trabalho comunitário no museu de artes
de Bauru pois, possui vínculo com a história da Noroeste do Brasil. Douglas tem um grupo na Rede Social:
facebook, chamado de EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL, onde relatou em
individual para este trabalho de estudo no ano de 2013, parte de sua história familiar, onde a importância da
noroeste do Brasil trouxe geração de renda para sua família.

O desenvolvimento de Aquidauana se fez com a chegada dos trilhos em sua região, e
com as instalações das ferrovias, a cidade se tornou a mais aberta e receptiva e com um
grande mercado de trabalho para os migrantes e imigrantes, mas devido a mudança das
7
oficinas para a cidade de Três Lagoas, houve um declínio tanto na cidade como no centro
ferroviário.

Figura 03 – ESTRADA DE FERRO NOROESTE AQUIDAUANA-BAURU
Em Aquidauana a Noroeste do Brasil teve sua importância, assim como, outras
cidades no Mato Grosso do Sul, pois, a empresa ferroviária teve seu auge como marco de
geração de renda, emprego e transportes em geral entre 1960-1990. Muitas famílias tinham
emprego na Noroeste, inclusive existe ainda na cidade, um vilarejo de casas onde, apenas
os funcionários da empresa residiam e residem até os dias atuais, moravam ali até
aposentarem na empresa e adquirir uma casa própria. Ainda há moradores que mesmo
aposentados, residem ali, pois a Noroeste ainda permitia para alguns funcionários sua
residência indefinida, em casos em específicos de estado de saúde grave, doenças
congênitas, etc. de familiares dos funcionários já aposentados e alguns até falecidos, assim,
nestes casos ficaram residindo ali como forma indenizatória.
A Noroeste do Brasil trouxe um crescimento acelerado na cidade de Aquidauana,
com a circulação das mercadorias pelas estradas de ferro, a importância na geração de
emprego e renda, trouxe também migrantes e imigrantes. Em Anastácio existe uma
Colônia onde os senhores donos e gerenciadores da noroeste do brasil, possuíam terras
exploradas em privatização, o nome da Colônia ficou conhecida como Colônia da Noroeste
do Brasil. Existem ainda a colônia, mas, as terras foram vendidas para outros fazendeiros,
que não possuíam vínculos com a Noroeste.
A empresa foi o único meio de transporte, no qual circulavam-se pessoas e
mercadorias, como rota para o desenvolvimento econômico, assim por meio férreo, tudo
8
que era preciso transportar, incluindo as pessoas, se fazia por este meio. Assim, seu
funcionamento resistiu até a década de 90, quando a empresa resolveu fazer a privatização.
A única coisa que ficou da Noroeste do Brasil, foram os vagões de trem, existentes
na cidade para passeio turístico e resgate histórico. A ferrovia foi reformada e preservada,
onde funciona apenas restaurantes e lanchonetes para atender os visitantes da antiga linha.
Quando existem rotas que geram economia, emprego, turismo, migrações entre
outros aspectos territoriais, estuda-se a organização geográfica. Assim, o estudo da linha
férrea Noroeste do Brasil entre as décadas de 1950 até 1990, trouxe determinantes
históricos em fatores com bases geográficas, onde o meio de transporte ferroviário
organizou o espaço territorial entre alguns estados existentes no Brasil, como rota para o
desenvolvimento econômico.
ANEXOS – CORPO DO TEXTO
Figura 01 - MAPA DA ÁREAS DE INFLUÊNCIA: NOVOESTE S.A, pág. 05;
Figura 02 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE TRÊS LAGOAS-SÃO PAULO,
pág. 06;
Figura 03 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE AQUIDAUANA-BAURU, pág.
08.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

Grupo Rede Social: facebook, EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL
endereço:https://www.facebook.com/groups/336778463045150/524806567575671/?
notif_t=group_activity
http://www.overmundo.com.br/overblog/trem-do-pantanal-o-resgate-da-historia
http://www.portali9.com.br/noticias/a-historia-do-velho-trem-do-pantanal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Mato_Grosso_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Novoeste_S.A.

9
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Bondes do Recife
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Release Intermodal 2017 - 150 anos da São Paulo Railway
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Estrada de ferro noroeste3

  • 1. Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: Análises dos transportes férreos em meados de 1950-1990, geração de economia, turismo, migrações para a rota do desenvolvimento. LIDIANE VIEIRA DA SILVA Graduanda em Geografia Licenciatura Plena – 4º ano / UEMS de Jardim-MS LAURA DA SILVA ARGUELHO Graduanda em Geografia Licenciatura Plena – 4º ano / UEMS de Jardim-MS Professor Orientador Msc. Elvis Mattos RESUMO O trabalho propõe análises históricas da estrada de ferro noroeste do brasil, na década de 1950 até meados de 1990. Um estudo é voltado como resgate histórico e geográfico, onde o meio de transporte através da linha férrea trouxe geração de renda, emprego, economia, turismo entre outros aspectos demográficos para as cidades em diversos estados brasileiros. No trabalho especifica a importância da linha férrea nas cidades de Três Lagoas - MS e Aquidauana – MS, destino São Paulo, destacando que o trabalho na empresa trouxe algumas famílias de migrantes nordestinos para os dois locais, na busca de qualidade de vida e geração de renda. PALAVRAS-CHAVE: Noroeste do Brasil, economia, migração, turismo, transporte. _______________________________ Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul campus de Jardim-MS, Lidiane Vieira da Silva e Laura da Silva Arguelho – acadêmicas do 4º ano do curso de Graduação em Geografia Licenciatura Plena, artigo sobre a orientação do Prof.º Mestre Elvis Mattos, da matéria curricular de Geografia de Mato Grosso do Sul. Introdução 1
  • 2. Nos meados do século XIX já se discutia a construção de uma linha férrea que ligaria Mato Grosso ao Litoral brasileiro, sendo que o acesso era permitido apenas através da navegação pela bacia platina. Com a Guerra do Paraguai, as críticas sobre a falta de meios de transportes foram bastante evidenciadas. Com isso o primeiro contingente demorou cerca de oito meses para chegar ao destino, percorrendo o trecho entre a Capital Imperial e Vila de Coxim. Vários planos surgiram com a intenção de construir ferrovias, entre elas a ferrovia concedida a Barão de Mauá e a ferrovia entre Uberaba e Coxim, sendo a primeira não aprovada e a segunda sendo o caminho percorrido pelo contingente pioneiro. Em 1904 com a criação da Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a Companhia percebeu que com o novo trajeto a linha seria desviada de São Paulo prejudicando assim seus negócios. Com o patrocínio do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, foi sugerido em Parecer técnico que a nova ferrovia deveria partir da vila São Paulo dos Agudos, indo até Cuiabá. Companhia ferroviária brasileira, denominada Estrada de Ferro Noroeste, que ainda serve para os trens de minério, operava no sistema de bitolas, tendo os trilhos uma distância de um metrô. A Estrada de Ferro Noroeste teve o início com a linha-tronco em 1905, sendo o trecho até o atual município de Guarantã na época Lauro Muller, totalizando 92 km. Em 1907, o destino foi modificado de Cuiabá para o porto fluvial de Corumbá e no ano seguinte foi dividida em duas partes, a primeira entre Bauru e Itapura que não se alterou e a segunda parte entre Itapura a Corumbá que figurou como domínio da União, mesmo tendo que ser construída pela própria Companhia e arrendada à mesma por sessenta anos. A Estrada de ferro foi construída na metade do século XX com extensão de 1622 quilômetros, ainda hoje seu traçado que vai da região central do estado de São Paulo, até a divisa com a Bolívia em Corumbá, MS, tem sua integração com a rede ferroviária da Bolívia, indo até Santa Cruz de Lá Sierra. Em 1914 houve a inauguração da linha Trem do Pantanal, chegando em Corumbá no ano de 1952. Partindo da iniciativa privada e antes de ser completada passou para União em 1917. O Trem do Pantanal, na década de 1960 a 1980, alcançou o auge, e nesse período de forma errônea, foi chamado de o Trem da Morte. Em 1957 a estrada de Ferro Noroeste, com a criação da Rede Ferroviária Federal, a mesma foi incorporada e com a 2
  • 3. desestatização da RFFSA, passou a Malha Oeste à Ferrovia Novoeste, e em 2006 houve a fusão da Novoeste com a Brasil Ferrovias. Atuou como trem de carga de 1996 a 2009, e os trens de passageiros foram suprimidos e com isso os trilhos da área central de Campo Grande foram removidos. A linha Pantanal Express, ligando Campo Grande a Miranda, foi criada através do convênio entre o Estado de Mato Grosso do Sul e a Rede Ferroviária Federal. Esta linha deveria chegar até Corumbá em 2011, mas não aconteceu. A volta do Trem do Pantanal que deveria ter acontecido em 2005 aconteceu em 2009. Mesmo com a denominação de Trem do Pantanal, a linha era de Campo GrandeAquidauana-Miranda, o trem tinha sua capacidade para 282 passageiros. Alguns destaques estarão a seguir das linhas com ligação de uma cidade, ou mesmo, estado à outro, e sua importância em termos econômicos centrais. BAURU-ITAPORÃ Falando no trecho Bauru a Itaporã, destacamos a inauguração de Araçatuba em 2 de dezembro de 1908, onde a linha prossegui rumo a Oeste chegando a Itaporã. ITAPORÃ-CORUMBÁ Em 1908 iniciou a construção da ferrovia Itaporã-Corumbá, sendo que suas equipes iniciaram os trabalhos ao mesmo tempo, uma em cada extremidade, completando o serviço em 1914. Até 1926 a travessia dos vagões era feitas por balsas no Rio Paraná. Devido a grande largura dos rios Paraná e Paraguai, a dificuldades eram enormes para atravessá-los, e as construções das pontes caminhavam em passos lentos. Até a inauguração da Ponte Francisco de Sá em 1926, sobre o rio Paraná a travessia era feita por balsas auxiliadas por locomotivas nas margens. INAUGURAÇÃO DA PONTE METÁLICA Corumbá, sendo o ponto final e estando a 78 km rio acima, a maior dificuldade foi o Rio Paraguai, mas em 1912 foi inaugurada a Estação Porto Esperança, chegada em Corumbá era feita pelos passageiros por um navio a vapor, que demorava torno de 12 horas, posteriormente houve a idéia de construir a ponte sobre, pois o lado boliviano estava bem a frente no avanço da linha férrea. Com a duração de dez anos a ponte quando 3
  • 4. inaugurada em 1947, levou o nome de Ponte do Barão do Rio Branco e em 1952 finalmente chegou a Corumbá. A ESTATIZAÇÃO / DESESTATIZAÇÃO A Estrada de Ferro teve sua denominação definitiva como Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, após a fusão e ficar sob controle estatal, tudo isso ocorreu assim que o contrato de empreitada e arrendamento foi rescindido com a Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em 1915. A VARIANTE DE JUPIÁ E O RAMAL DE LUSSANVIRA O trecho após Araçatuba até Itaporã ficou conhecido por ser um trecho infestado por doenças tropicais, bem como a malária. Na década de 20, iniciou a construção da Variante de Jupiá, sendo concluída em 1940, surgindo assim o espigão divisor de águas dos rios Aguapé e Tietê. O trecho de Lussanvira, incluindo Ilha Seca, Timboré e Itaporã tiveram seus trilhos arrancados e o trecho de Araçatuba e Lussanvira passou a ser ramal de Lussanvira, que funcionou até 1962. A Estação foi submersa pelo lago da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos em 1990. RAMAL DE PORTO LADÁRIO Ficando a estação de Corumbá distante o leito do rio, um pequeno ramal foi criado até Ladário para dar acesso portuário à ferrovia. Esta estação fica próximo a Base Naval da Marinha do Brasil. RAMAL DE PONTA PORÃ O Ramal de Ponta Porã foi construído no ano de 1950, bifurcando-se da linha-tronco de Indubrasil em Campo Grande, e sua inauguração aconteceu em três etapas, a primeira até em Maracaju em 1944, a segunda em Itaum distrito de Dourados em 1949 e a terceira até Ponta Porã em 1953. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em 1957 foi uma das formadoras da Rede Ferroviária Federal S.A., com a finalidade de concentrar todo patrimônio ferroviário da União. 4
  • 5. Já na década de 1990, a ferrovia foi a primeira a ser vendida, pelo processo de privatização, sendo arrematada seis anos depois pela Ferrovia Novoeste S.A. Em 2002 houve uma nova cisão da Novoeste, sendo chamada de Novoeste do Brasil e em 2006, a fusão com Brasil Ferrovias. Com a privatização os trens de passageiros foram suprimidos totalmente ficando apenas como transporte de cargas. Algumas estações estão em total abandono, raramente foram utilizadas, e não há interesse em concessão. Figura 01 - MAPA DA ÁREAS DE INFLUÊNCIA: NOVOESTE S.A História de migrações: famílias que migram para o Mato Grosso do Sul no intuito do trabalho assalariado na Noroeste do Brasil em meados de 1950-1960. Com a Guerra do Paraguai a região foi bastante castigada, e sofreu com as doenças, mas a região leste, foi a única área que não foi esquecida durante o período de Guerra, e após sua recuperação pós guerra, a frente colonizadora se expandiu ao sul, oeste e norte. E a significação financeira se firmou através do retorno do ciclo do gado, com a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no século XX, pela cidade de Três Lagoas. Com esse advento da Estrada de Ferro, foi notável o crescimento da proximidade dos sul-mato-grossense com Estado vizinho São Paulo, mas a ligação se fazia apenas com a capital Cuiabá através de uma Estrada precária. Dessa maneira, o aumento de migrantes dinamizou a economia sul-mato-grossense, mas com a transferência do eixo econômico do 5
  • 6. Rio Paraguai, Corumbá e Cuiabá para Campo Grande, Três Lagoas e o leste do estado, a economia veio a sofrer quebra. Figura 02 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE TRÊS LAGOAS - SÃO PAULO Com a construção da Noroeste do Brasil várias famílias migram de diversos estados para o Mato Grosso do Sul em busca de trabalho na empresa. Existem alguns relatos de famílias que migraram do Nordeste para Três Lagoas no Mato Grosso do Sul, onde começaram a trabalhar em meados da década de 1950, onde após a Noroeste do Brasil resolve aposentar os trabalhadores mais velhos com intuito de reduzir o quadro de funcionários para privatização da empresa. Segundo entrevista com Douglas Ruzon, neto de nordestinos pernambucanos relata sobre a história da família que migrou-se de Pernambuco no nordeste para trabalhar em Três Lagoas na Noroeste do Brasil: “Minha família por parte de mãe são pernambucanos, primeiro veio meu tio que foi casado com uma irmã da minha mãe por parte de pai, depois meu avô veio pra Três Lagoas e mandou buscar a minha avó com os filhos pequenos. Depois que minha avó veio, veio muito parente, você sabe como são os nordestinos, vem um, vem todo mundo atrás, nisso, veio esse irmão de criação da minha avó também, depois de um tempo que ele entrou na soca, na conservação de via. Todos vieram para trabalhar na noroeste. _________________________________ Douglas Ruzon é Mecânico Automobilístico, mora em Bauru, faz trabalho comunitário no museu de artes de Bauru pois, possui vínculo com a história da Noroeste do Brasil. Douglas tem um grupo na Rede Social: facebook, chamado de EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL, onde relatou em individual para este trabalho de estudo no ano de 2013, parte de sua história familiar, onde a importância da noroeste do Brasil trouxe geração de renda para sua família. Da parte de minha mãe, minha avó ficou viúva em 1950 com 4 filhos pequenos, como eu já havia dito, daí por volta de 1957-19558 meu tio, filho mais velho veio pra São Paulo trabalhar, e ela veio atrás dele, quando foi por volta de 1964 mais ou menos esse meu tio avô sofreu um acidente e foi transferido para Bauru quando minha avó ficou sabendo, veio atrás dele, foram morar em Tibiriçá, que é um 6
  • 7. distrito de Bauru servido pela Noroeste também. Então perdeu-se um pouco do contato com quem ficou em Três Lagoas e até mesmo com quem estava em Pernambuco. Então esse tio avô veio trabalhar nas oficinas da nob. (Noroeste Brasil), mas não sei o que ele fazia. Na verdade meus avós, migraram-se para Três Lagos nos anos de 1940, para trabalharem na Noroeste, até meados da década de 1990, até mesmo porque, a Noroeste do Brasil fechou por volta do ano de 1992. Só sei que se aposentou no começo dos anos 1980, quando a RFFSA estava incentivando os mais velhos a se aposentarem para enxugar o quadro de funcionários, enxugaram quase tudo depois de 1992 também, mas dai era para poder privatizar a empresa”. Havendo a necessidade da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, desiludidos com as Fazendas de Café, imigrantes de São Paulo e Minas Gerais vieram em busca de bons salários. Em 1909, imigrantes partiram de Santos, em cargueiros fretados para empresa responsável pela construção da Ferrovia e desembarcaram em Porto Esperança. Além das doenças, ataques indígenas, fizeram com que muitos imigrantes desistissem do trabalho e se concentrassem nas cidades de Três Lagoas e Campo Grande, buscando outro tipo de produção. Estrada de Ferro Trem do Pantanal: Aquidauana / MS – Bauru / SP. A construção da estrada de ferro que interligava Aquidauana à Bauru em meados de 1940, trouxe para a cidade avanços na economia e também migrantes e imigrantes que buscavam no Mato Grosso do Sul, trabalho para melhoria econômica. A Estrada de Ferro Trem do Pantanal ao chegar em Bauru/SP, fazia baldeação com a Estrada de Ferro de Sorocabana e com a Companhia Paulista de Estradas de Ferro para viajar-se até a grande capital paulista, assim, como o transporte de mercadorias em geral, cargas leves, pesadas etc., transportava-se de tudo, destacando que neste período, este era o único meio de transporte. ________________________________ Douglas Ruzon é Mecânico Automobilístico, mora em Bauru, faz trabalho comunitário no museu de artes de Bauru pois, possui vínculo com a história da Noroeste do Brasil. Douglas tem um grupo na Rede Social: facebook, chamado de EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL, onde relatou em individual para este trabalho de estudo no ano de 2013, parte de sua história familiar, onde a importância da noroeste do Brasil trouxe geração de renda para sua família. O desenvolvimento de Aquidauana se fez com a chegada dos trilhos em sua região, e com as instalações das ferrovias, a cidade se tornou a mais aberta e receptiva e com um grande mercado de trabalho para os migrantes e imigrantes, mas devido a mudança das 7
  • 8. oficinas para a cidade de Três Lagoas, houve um declínio tanto na cidade como no centro ferroviário. Figura 03 – ESTRADA DE FERRO NOROESTE AQUIDAUANA-BAURU Em Aquidauana a Noroeste do Brasil teve sua importância, assim como, outras cidades no Mato Grosso do Sul, pois, a empresa ferroviária teve seu auge como marco de geração de renda, emprego e transportes em geral entre 1960-1990. Muitas famílias tinham emprego na Noroeste, inclusive existe ainda na cidade, um vilarejo de casas onde, apenas os funcionários da empresa residiam e residem até os dias atuais, moravam ali até aposentarem na empresa e adquirir uma casa própria. Ainda há moradores que mesmo aposentados, residem ali, pois a Noroeste ainda permitia para alguns funcionários sua residência indefinida, em casos em específicos de estado de saúde grave, doenças congênitas, etc. de familiares dos funcionários já aposentados e alguns até falecidos, assim, nestes casos ficaram residindo ali como forma indenizatória. A Noroeste do Brasil trouxe um crescimento acelerado na cidade de Aquidauana, com a circulação das mercadorias pelas estradas de ferro, a importância na geração de emprego e renda, trouxe também migrantes e imigrantes. Em Anastácio existe uma Colônia onde os senhores donos e gerenciadores da noroeste do brasil, possuíam terras exploradas em privatização, o nome da Colônia ficou conhecida como Colônia da Noroeste do Brasil. Existem ainda a colônia, mas, as terras foram vendidas para outros fazendeiros, que não possuíam vínculos com a Noroeste. A empresa foi o único meio de transporte, no qual circulavam-se pessoas e mercadorias, como rota para o desenvolvimento econômico, assim por meio férreo, tudo 8
  • 9. que era preciso transportar, incluindo as pessoas, se fazia por este meio. Assim, seu funcionamento resistiu até a década de 90, quando a empresa resolveu fazer a privatização. A única coisa que ficou da Noroeste do Brasil, foram os vagões de trem, existentes na cidade para passeio turístico e resgate histórico. A ferrovia foi reformada e preservada, onde funciona apenas restaurantes e lanchonetes para atender os visitantes da antiga linha. Quando existem rotas que geram economia, emprego, turismo, migrações entre outros aspectos territoriais, estuda-se a organização geográfica. Assim, o estudo da linha férrea Noroeste do Brasil entre as décadas de 1950 até 1990, trouxe determinantes históricos em fatores com bases geográficas, onde o meio de transporte ferroviário organizou o espaço territorial entre alguns estados existentes no Brasil, como rota para o desenvolvimento econômico. ANEXOS – CORPO DO TEXTO Figura 01 - MAPA DA ÁREAS DE INFLUÊNCIA: NOVOESTE S.A, pág. 05; Figura 02 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE TRÊS LAGOAS-SÃO PAULO, pág. 06; Figura 03 - ESTRADA DE FERRO NOROESTE AQUIDAUANA-BAURU, pág. 08. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS Grupo Rede Social: facebook, EFNO - ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL endereço:https://www.facebook.com/groups/336778463045150/524806567575671/? notif_t=group_activity http://www.overmundo.com.br/overblog/trem-do-pantanal-o-resgate-da-historia http://www.portali9.com.br/noticias/a-historia-do-velho-trem-do-pantanal http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Mato_Grosso_do_Sul http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Novoeste_S.A. 9
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