2. A arte da Europa ocidental se desenvolveu
rapidamente nos dois séculos entre 1050 e 1350.
Como a Igreja continuou a patrocinar as artes,
praticamente todas as manifestações artísticas tinham
fins religiosos.
Catedrais, igrejas e capelas foram decoradas com
esculturas, pinturas e vitrais, tornando-se
monumentos deslumbrantes para a devoção
espiritual e para a consolidação do poder da Igreja.
3. A arte gótica surgiu na França e se espalhou
rapidamente através da Europa ocidental.
Neste
estilo o que mais se destaca é a
ARQUITETURA.
Os vitrais tiveram também grande importân-
cia.
4. No início, o termo “gó-
tico” era usado de forma
pejorativa, ou seja, com
o intuito de diminuir
aquela nova tendência
artística. Os italianos
empregavam o vocabu-
lário “godos” para desig-
nar todos os povos bár-
baros, originando a pa-
lavra “gótico” (coisa de
godo).
5.
6. Na ARQUITETURA,
o que marca a Arte
Gótica é a presen-
ça da ogiva (figura
formada por dois
arcos iguais que
se cortam superi-
ormente, formando
um ângulo agudo).
13. Na Arte Gótica, os
vitrais possuem
função arquitetô-
nica, preenchen-
do espaços va-
zios na estrutura
de pedra e faci-
litando a entrada
de luz multicolo-
rida que proporci-
ona um ambiente
favorável à contri-
ção e devoção.
Notre-Dame de Chartres
17. A Catedral de
Saint’Denis, em
Paris, é consi-
derada o centro
de irradiação do
estilo gótico.
Catedral de Saint’Denis
18. A arte gótica ex-
pressa a gran-
diosidade, tudo
se volta para o
alto, projetando-
se na direção do
céu, como se vê
nas pontas agu-
lhadas das tor-
res de algumas
igrejas góticas.
Nobre Dame de Milão
19. As igrejas góti-
cas têm três
portais que dão
acesso à três
naves do in-
terior da igreja.
Notre Dame de Amiens
20.
21. Os escultores fi-
zeram trabalhos
formais e estili-
zados, os rostos
das figuras são
humanos e natu-
rais.
22. Os túmulos es-
culpidos torna-
ram-se numero-
sos.
Túmulo de Inês de
Castro no Mosteiro de
Alcobaça
23. As figuras apare-
ceram com poses
afetadas e rostos
sorridentes.
Notre Damme de Reims:
O anjo sorridente
26. São estátuas em forma de pássaros monstruosos. "Podem ser
vistas no alto de prédios góticos, em geral igrejas e catedrais, e
eram esculpidas de maneira a disfarçar os canos por onde
escoava água de chuva dos telhados", diz o arquiteto Dárcio
Ottoni, da USP. Suas figuras grotescas e demoníacas seguem
o estilo gótico medieval, que usava e abusava de esculturas
nas construções de maneira teatral, como que contando
histórias. E as gárgulas, em alguma medida, inspiram os
pesadelos humanos - frente a frente, é quase impossível não
imaginá-las em súbito movimento, abandonando a vigia para
aterrorizar no escuro da noite. Essa estranheza colaborou para
que as pessoas passassem a acreditar que as gárgulas
serviam também para afastar os maus espíritos, ideia que se
consagrou e é recitada pelos guias de turismo em toda a
Europa.
27.
28. A sofisticação gó-
tica também se
espalhou pela pin-
tura, que era uma
das grandes for-
mas de arte da Itá-
lia. Entre os
princi-pais
pintores es-tão
Giotto, Cima-bue e
Duccio.
À esquerda, Giotto di
Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
29. Igrejas, câmaras
municipais e pa-
lácios eram de-
corados com a-
frescos e murais,
enquanto as ca-
pelas e altares
recebiam ima-
gens devocio-
nais pintadas em
paineis de ma-
deira com cama-
das de têmperas À esquerda, Giotto di
de ovo. Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
30. Crocifissione dal ciclo
della Cappella degli
Scrovegni a Padova,
Giotto, 1304-1306. À esquerda, Giotto di
Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
31. A Última Ceia por Giotto.
Repare na disposição
dos Apóstolos. Como no
quadro anterior, muitos
estão de costas para
nós. Com isso Giotto
buscava mais realismo à
cena, não apenas passar
a mensagem necessária,
mas tentar visualizar o
momento como teria
ocorrido. Reparem que
neste quadro também há
um erro, o mastro pa-
rece atravessar um dos
apóstolos. Giotto pagou
nesta obra o preço pela
inovação, pois estava fa-
zendo o que ninguém
mais fazia.
À esquerda, Giotto di
Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
32. A Lamentação de Cristo
- 1305 - Afresco da
Cappella Dell'Arena.
Além da perspectiva,
neste quadro vemos
outra inovação em
relação a Idade Média,
personagens aparecem
de costas, algo que não
acontecia antes de
Giotto.
Giotto foi um dos
precursores do Renas-
cimento italiano.
À esquerda, Giotto di
Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
33. Na verdade, Cenni di
Pepi (1240-12302). O
apelido Cimabue sig-
nifica “cabeça de
touro). Pouco se sabe
sobre a vida deste
pintor, inclusive quais
obras foram realmente
criadas por ele. Esta-
belecido em Florença,
pode ter sido mestre de
Giotto. Suas obras
inauguram um estilo
mais livre e tridimen-
sional.
35. Crucifixo de Cimabue,
1287-1288. Dimensões:
390 x 448 cm, Santa
Croce, Florence, Italy.
À esquerda, Giotto di
Bondone e acima Gio-
vanni) Cimabue.
36. Em 1966 a cidade de Flo-
rença sofreu uma terrível
enchente e o crucifixo de
Cimabue foi danificado.
Hoje está restaurado. Há
ainda, outro crucifixo
semelhante na Igreja de
Santo Domenico.
37.
38. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Na arte gótica italiana, um tema
tradicional dos retábulos era a
Virgem Maria, sentada com o
Menino Jesus no colo, rodeados
de anjos, em adoração. Em geral,
essas figuras são chamadas de
A Madona e o Menino Jesus Em-
tronizados ou Maestà (palavra
italiana para majestade). Maria, a
Madona, ocupava na cristandade
medieval um papel quase tão
sagrado quanto Cristo, e tais pin-
turas eram feitas para inspirara
meditação e a admiração.
39. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Como nos ícones bizantinos, a
Madona tem a cabeça coberta
por um véu redondo e escuro.
Na Maestà de Giotto, aquele
autor preferiu um tipo de véu
mais contemporâneo à época
da pintura.
40. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Um atributo característico de
uma Maestà era o fundo de
folha de ouro, uma convenção
diretamente inspirada nas tra-
dições bizantinas. A folha de
ouro também era utilizada para
halos, uma convenção artística
que representa a luz radiante
da completude.
41. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Para os olhos modernos, as
imagens do Menino Jesus
nessas pinturas são pouco
convincentes: seus traços e
proporções não correspondem
nem a bebês nem a crianças.
42. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Em algumas pinturas da Ma-
està, santos e figuras sagradas
elevadas aparecem, além dos
anjos.
43. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Os anjos estão dis-
postos de forma ab-
solutamente simé-
trica, o que já pre-
nuncia a fixação
dos pintores renas-
centistas pelo equi-
líbrio.
44. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Abaixo do arco central estão
Abraão e Davi, de cuja
estirpe Jesus descendia.
45. Maestà de Santa Trinità, Cimabue, (± 1295-1300), 356x229 cm, Galeria Uffizi, Florença
Dos arcos laterais,
Jeremias e Isaías
voltam o olhar para
cima, na direção do
Menino, confirman-
do com este gesto
as profecias que
aludiam ao nasci-
mento virginal de
Jesus por obra do
Espírito Santo.