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BEATRIZ CARVALHO D’ÁVILA LORENZONI




 AVALIAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL NA UNIDADE

SÃO SEBASTIÃO NO MUNICÍPIO DE RIBAS DO RIO PARDO

            NO MATO GROSSO DO SUL




             RIBAS DO RIO PARDO MS

                      2011
BEATRIZ CARVALHO D’ÁVILA LORENZONI




 AVALIAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL NA UNIDADE

SÃO SEBASTIÃO NO MUNICÍPIO DE RIBAS DO RIO PARDO

            NO MATO GROSSO DO SUL




                   Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
                   ao Curso de Pós-graduação em Atenção Básica
                   em Saúde da Família, da Universidade Federal
                   do Mato Grosso do Sul e Fundação Oswaldo
                   Cruz
                   Orientadora Profa. Dra. Adriane Pires Batiston




           RIBAS DO RIO PARDO MS


                    2011
RESUMO


       A doença periodontal é uma infecção bacteriana, crônica, progressiva e leva
a perda dos dentes. Novos paradigmas estão sendo adicionados a periodontia,
baseados em que a doença periodontal influência e é influenciada por doenças
sistêmicas. O objetivo deste estudo foi avaliar a condição periodontal dos usuários
cadastrados na ESF São Sebastião, no município de Ribas do Rio Pardo – MS,
Brasil. Foi realizado um projeto de intervenção que consistiu em três etapas: um
exame inicial, ações de educação em saúde bucal com orientações individuais e
coletivas, motivação para a promoção da saúde bucal e um novo exame clínico.
Foram examinados e entrevistados 100 pessoas de ambos os sexos, através de
procura espontânea do usuário para a área de odontologia, com idade entre 13 à 83
anos. Os parâmetros clínicos periodontais registrados foram: sangramento gengival
após sondagem, cálculo dentário, profundidade de sondagem e nível clinico de
inserção. Em relação à doença periodontal,no primeiro exame, 80 % apresentaram
algum tipo de alteração periodontal, a após as ações de orientações em saúde
bucal, foi realizado um segundo exame constatando uma redução de alterações no
periodonto de 17%.

      Palavras-Chave: Doenças Periodontais, Saúde Bucal, Saúde da Família.
SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO                          4



2 METODOLOGIA                         8




3 RESULTADOS                          10



4 CONSIDERAÇÕES FINAIS                13




5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA             14
4

          1 INTRODUÇÃO


     A doença periodontal é uma doença infecto-inflamatória que acomete os
tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso)
dos dentes. Segundo Lindhe et al., 1973, caracteriza-se pela perda de inserção do
ligamento periodontal e destruição do tecido ósseo adjacente. A evolução deste
processo leva à perda dos dentes, pois o comprometimento e a destruição, pela
ação bacteriana, acúmulo de tártaro e inflamação destas estruturas colaboram para
a formação de bolsas periodontais que levam à mobilidade dentária.

      Duas formas clássicas são descritas como manifestações do processo
saúde/doença periodontal: gengivite e periodontite. O termo doença periodontal
refere-se a diferentes quadros clínicos denominados doenças gengivais ou
gengivite quando limitados aos tecidos de proteção, e denominados periodontite
quando acometem os tecidos de suporte do elemento dentário (Brasil – Brasília,
2006).

      A mais comum das doenças periodontais é a gengivite, que é uma alteração
inflamatória envolvendo somente o tecido gengival, causada pelo acúmulo da placa
bacteriana nas superfícies dos dentes (CLARK, ;HIRSCH, 1995).

      Frente às dificuldades para a melhoria da saúde bucal, a saúde pública deve
reforçar as medidas de prevenção e promoção, que são desafios importantes nos
países em desenvolvimento (PETERSEN et al., 2005).

     Moimaz et al.,2007, afirmam que a Educação em Saúde Bucal tem papel
relevante na prevenção dos problemas bucais, pois leva o indivíduo a ter
consciência das doenças que podem acometer a boca e das medidas preventivas
para sua prevenção.

     As doenças da cavidade bucal são consideradas um grande problema de
saúde pública devido à alta prevalência e incidência, e aos impactos desses
agravos, por causarem muita dor e sofrimento, afeta a qualidade de vida das
pessoas (PETERSEN, 2003).

      As doenças periodontais já foram reconhecidas como um problema de saúde
publica há muitos anos. A conscientização da natureza destrutiva das doenças
periodontais e da importância de um rígido controle da placa bacteriana são
conceitos básicos do tratamento periodontal. Na última década , houve uma
mudança conceitual das doenças periodontais como um problema bucalpara o
impacto da periodontite sobre a saúde sistêmica. Evidências sugerem uma forte
relação entre a doença periodontal e doenças sistêmicas (Sheilesh et al., 2004).
A doença periodontal é referida como tendo seu início com a própria história
da humanidade. É identificada com todas as civilizações do mundo. Comprovada
através de estudos arqueológicos e paleontológicos como tendo existência desde
os tempos primitivos, é considerada o segundo problema de saúde pública (Marcos,
1977, apud Pinto et al, 1994, p. 1231). Atualmente, sabe-se que somente através de
métodos preventivos, podemos manter um estado de ausência ou de controle da
doença periodontal.
      A área da saúde, cada vez mais tem encontrado a sua frente a necessidade de
uma mudança. Não se deve mais enxergar o individuo em partes, e sim como um
todo, especificamente na Odontologia. A doença periodontal rompe as fronteiras da
Odontologia. Essa doença não pode ser vista apenas como um problema que
acomete os tecidos de sustentação dentaria por apresentar, muitas vezes relações
diretas e bidirecionais com outras doenças sistêmicas, a exemplo da diabetes,
doenças cardiovasculares, ocorrência de parto prematuro em bebês de baixo peso
(Silva, 2004).

     Uma das doenças mais freqüentes nos seres humanos é a doença
periodontal, e atinge todas as faixas etárias (Jahn et al.,1997).

    A doença periodontal é a patologia mais prevalente no mundo, principalmente
nos países em desenvolvimento, onde os cuidados básicos de higiene oral
adequada não atingem a população de forma homogênea (Serrano, 2006).

      As doenças periodontais estão entre as doenças crônicas mais comuns em
humanos, afetando até 30% da população adulta. Essas doenças estão entre as
causas mais importantes de desconforto e perda de dentes em adultos, e existem
evidências de que as periodontites aumentam o risco para certas doenças
sistêmicas. A prevenção e o tratamento da doença periodontal são necessários
para manter a saúde periodontal; e sem a saúde periodontal, a saúde geral pode
ficar comprometida (Cury et al., 2003).

     A doença periodontal e a cárie são altamente prevalentes e interferem na
qualidade de vida das pessoas em diversos aspectos além do físico, como na
função mastigatória, na aparência e até nas relações interpessoais (Locker, 1988).

      A placa bacteriana sempre foi considerada a maior responsável na etiologia da
doença periodontal. Houve uma época que sua importância foi diminuída, portanto,
a partir de 1960, foi novamente enfatizada sua atuação como principal agente
etiológico, permanecendo ate agora o conceito de que, com o controle da placa
bacteriana, a doença periodontal é clinicamente inexistente (Pinto et al.,1994).

     A etiologia primária da doença periodontal se deve a presença de placa
bacteriana que se acumula nos tecidos dentários (Rech et al., 2007).
     A doença periodontal é a segunda patologia bucal mais prevalente no mundo.
Constitui-se de um processo inflamatório bacteriano no tecido periodontal que
resulta do acúmulo de placa dentária na superfície externa do dente. Sua ocorrência
encontra-se associada a baixas condições socioeconômicas, dificuldade de acesso
aos serviços de saúde, bem como a comportamentos relacionados à saúde como:
tabagismo, alcoolismo, dieta rica em carboidratos e higiene bucal deficiente
(Mumghamba et al., 1995).
     Os principais fatores de risco da doença periodontal é a placa bacteriana,
película viscosa e incolor que constantemente se forma sobre os dentes.
Entretanto, outros fatores também podem afetar a saúde da gengiva, sendo eles:
fumo, fatores culturais e sócios econômicos, fatores genéticos, imunodepressão e
stress, ausência de controle de placa, medicamentos, má nutrição, Diabetes e
outras doenças sistêmicas (Cury et al., 2003).

     Estudos realizados por equipes multidisciplinares, compostas por
gastroenterologistas, psiquiatras, otorrinolaringologistas e periodontistas,
constataram que aproximadamente 87% das causas de halitose são de ordem
Bucal (Vieira, 2011).

      As bactérias da Doença Periodontal podem exacerbar ou predispor doenças
sistêmicas, tais como doenças respiratórias, cardiovasculares, diabetes, artrites, e
também parto prematuro de bebês de baixo peso, além de outras patologias, ou
seja, a presença e falta de tratamento ou controle das Doenças Periodontais pode
levar o individuo à morte. Portanto, além de prevenir a perda dentaria e o prejuízo
na qualidade de vida, a terapia periodontal pode ser indicadora de manutenção da
vida, evitando gastos financeiros no tratamento de doenças sistêmicas (Gonçalves,
2010).

      Para manter a saúde periodontal, é preciso haver um bom estado imunológico,
nutricional e endocrinológico e ausência de placa bacteriana, visando uma resposta
adequada do organismo frente às agressões (Grobler, 1989).

     As periodontites, nos estágios mais avançados, são as causas mais comuns
de perdas dentárias em adultos (Araujo e Sukekava, 2007, Zeeman).

     As doenças periodontais são uma causa significativa da perda dos dentes em
adultos (Graves et al., 2004).

     Segundo o Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira, 2009, a prevenção de
periodontopatias, ou melhor, das chamadas "doenças da gengiva" é fundamental
na saúde, pois ter saúde bucal é importante tanto na aparência, auto-estima, como
na saúde geral de seu corpo. Além disso, uma boca saudável é também aquela que
proporciona uma boa mastigação — que consequentemente trará uma boa
digestão e uma melhor absorção dos nutrientes.

         O diagnostico, a prevenção e o tratamento das doenças periodontais na
infância poderão contribuir para diminuir a incidência da doença periodontal no
adulto (Pinto, 1990).

     A teoria mais moderna diz que a doença manifesta-se através de surtos,
apresentando períodos de calma ou de exarcebação. A ausência de dor, que só se
manifesta realmente na doença em sua forma aguda, é, possivelmente, um fator
negativo no estabelecimento de um diagnostico precoce (Pinto et al., 1994).

     A alimentação é uma necessidade básica do organismo que envolve,
primariamente, a utilização da cavidade bucal para a realização dos processos de
mastigação, deglutição e início da digestão (Rouquayrol, 1999).

     Frente a esse universo que se abre com a Medicina Periodontal, o dentista, de
um modo geral, precisara estar mais envolvido com os conhecimentos relativos às
condições sistêmicas modificadas pela saúde bucal e vice versa, além disto,
necessita trabalhar integrado a sua equipe para obter mais resultados positivos na
saúde bucal e sistêmica de seus pacientes (Silva, 2004)

     Diante do exposto o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da doença
periodontal e inserir ações de educação em saúde visando a prevenção da doença
em pessoas cadastradas na Estratégia de Saúde da Família São Sebastião, no
município Ribas do Rio Pardo – MS.
8
      2 METODOLOGIA


      Foi realizado um projeto de intervenção, no período entre outubro de 2010 a
março de 2011, com dados coletados em três etapas, que serão descritas abaixo.

      A população estudada foi composta por indivíduos de ambos os sexos, de
idades variada, residentes na zona urbana de Ribas do Rio Pardo, MS – Brasil.

      A seleção dos participantes, deu-se de forma aleatória através da procura
espontânea por parte dos usuários da Unidade de Saúde São Sebastião.

       Os critérios para inclusão era possuir mais de 13 anos, pois, teoricamente, é
a idade em que todos os dentes permanentes já estão em oclusão, sem a presença
de falsas
bolsas acarretadas pelo processo de erupção dentária, presença mínima de seis
dentes naturais.

      Os critérios para exclusão era ter realizado tratamento periodontal em um
período menor que três meses antes da data do primeiro exame clínico.

       A investigação foi realizada por uma única examinadora. Uma auxiliar
treinada funcionou como anotadora.
       Um questionário também foi respondido por cada participante, visando
coletar dados como idade, sexo, uso de fio dental e freqüência de escovação,
sensação de mau hálito, sangramento gengival espontâneo, tipo de alimentação,
tabagismo, etilismo, problemas cardíacos, diabetes, outras doenças, última visita ao
dentista.
       Após a seleção dos 100 participantes foi realizado um primeiro exame
clínico, este exame foi realizado na própria ESF. Utilizando-se EPI (equipamento de
proteção individual), sonda periodontal milimetrada e espelho bucal estéreis.
Utilizou-se a sondagem periodontal.
       Os parâmetros clínicos para a avaliação da doença periodontal foram:
profundidade de sondagem (PS) , perda de inserção (PI), sangramento gengival,
cálculo supra gengival.
       Após o exame, os pacientes com necessidades foram submetidos a
procedimentos de raspagem supra gengival, raspagem sub gengival e alisamento
radicular sob anestesia, escovação orientada e instrução de higiene bucal.
      A segunda etapa do projeto consistiu em ações de educação em saúde
bucal, com realização de oficina individual e coletiva com escovação
supervisionada, com auxilio de material de apoio, tais como modelos anatômicos.
Roda de conversa abordando temas sobre a importância da saúde bucal, relação
saúde bucal e doenças sistêmicas, hábitos de higiene (escovação e fio dental),
hábitos alimentares e auto cuidado.
A terceira etapa do projeto foi o convite após quatro meses do primeiro
exame, aos pacientes já examinados, para realizar um segundo exame clinico com
nova sondagem periodontal, avaliando a saúde periodontal após as ações de
educação em saúde bucal.
10
         3 RESULTADOS

      Foram examinados 100 pessoas com idade entre 13 a 83 anos de idade. A
população foi composta por 53% de pessoas do sexo feminino e 47% do sexo
masculino.
      Comparando a doença periodontal entre o sexo masculino e feminino,
encontra-se uma proporcionalidade, já que dos 47 participantes do sexo masculino,
38 apresentaram a doença, e das 53 participantes do sexo feminino, 42 também
apresentaram a doença.
       A população estudada apresentou média de 2 escovações por dia, 5%
usavam fio dental, 48% relatam sensação de mau hálito e 56% que tem
sangramento gengival espontâneo. Foi observado elevado acumulo de biofilme e
cálculo dentário (Tabela 1).
TABELA 1
PERGUNTAS                                                       Número %

Uso do fio dental                                               5             5%

N° de escovação diária                                          2             100%

Sensação de mau hálito                                          48            48%

Sangramento gengival espontâneo                                 56            56%

Tabagismo                                                       23            23%

Problemas cardíacos                                             13            13%

Diabetes                                                        11            11

Mais de 6 meses da última visita ao dentista 87                               87

Etilismo                                                        11            11

Fonte: dados coletados através de exame clinico realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011.



       A maioria dos autores estudados consideraram a idade como um fator
altamente determinante da prevalência da doença periodontal, como Norderyd,
Hugoson e Grusovin (1999), Albandar e Kingman (1999), Petersen e Kaka (1999),
Timmermann et al. (2000), Suda et al. (2000), Hugoson e Laurell (2000), Moore et
al. (2001), Brennan, Spencer e Slade (2001) e Heldermann et al. (2001). Isto
também foi observado em nosso projeto (tabela 2).
TABELA 2
                          PERIODONTO              SAUDÁVEL            PERIDONTO NÃO SAUDÁVEL
 FAIXA ETÁRIA           N°    1°   %               N°    %              N°     %     N°   %
                         exame                     2°                   1°           2°
                                                 exame                exame        exame
 13 a 19 anos               5          46,2        9    69,2             7    53,8    4  30,8
 20 a 29 anos               5           20         9     36             20     80    16   64
 30 a 39 anos               3          11,5        9    34,6            23    88,5   17  65,4
 40 a 49 anos               3          18,8        6    37,5            13    81,2   10  62,5
 50 a 59 anos               2           25         3    37,5             6     75     5  62,5
Mais de 60 anos             1          8,3         1    8,3             11    91,7   11  91,7

Fonte: dados coletados através de exames clínicos realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011.



       Durante o período do tratamento, a maioria dos pacientes mostra-se
receptivos e ansiosos com o projeto.
      Após as orientações de educação em saúde, observa-se grande melhora na
saúde periodontal dos participantes do estudo, quando comparados os exames. Os
métodos para educação em saúde bucal que obtiveram melhores resultados, foram
os métodos participativos (tabela 3).


TABELA 3
  Estado       Periodontal                    N° de                         Percentual
                                            examinados

                                      1° exame 2° exame                   1°            2°
                                                                        exame         exame

Periodonto          Saudável               20              37             20%           37%

Gengivite                                  26              20             26%           20%

Periodontite          Leve                 31              28             31%           28%

Periodontite                               13              18             13%           8%
Moderada

Periodontite          Severa               10              07             10%           7%

Total                                     100              10            100%          100%

Fonte: dados coletados através de exame clinico realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011.


         Apesar de existirem muitos relatos na literatura da Doença Periodontal, estar
associada com o hábito de fumar, diabetes, problemas cardíacos, parto prematuro
de crianças de baixo peso, entre outras doenças, o número de pacientes
examinados com alguma dessas associações foi relativamente pequeno, então não
foi possível obter resultados.

       Evidências sugerem uma moderada associação, mas não um
relacionamento casual entre a Doença Periodontal e a Doença Cardiovascular
(Genco, 2002).

       Os pacientes com idade mais avançada, apesar de mostrarem-se
entusiasmados com o projeto, não obtiveram o mesmo resultado positivo, atribuo
isto também as dificuldades de coordenação motora que existe com o passar dos
anos.



      IMPACTOS


      Com base nos resultados apresentados, a doença periodontal na forma de
gengivite ou periodontite, parece ser altamente prevalente na população atendida
na ESF São Sebastião em Ribas do Rio Pardo.

      A doença periodontal pode ser cumulativa, aumenta com a idade, pode ser
encontrada em diversos graus de severidade.

       É provável que quanto pior a condição econômica e menor o acesso aos
serviços de saúde geral e odontológica, pior será a condição periodontal.    .
          Após o segundo exame, observa-se, uma melhora na condição
periodontal dos pacientes, já que esses receberam motivação e foram orientados
em corretas técnicas de higienização.

      O programa de ações de educação em saúde bucal possui estratégias de
baixo custo, que podem ser aplicadas à realidade brasileira, proporcionando uma
melhora na saúde bucal.

      Através do projeto, percebe-se que pessoas com doença periodontal têem a
oportunidade de ser monitoradas clinicamente, o que é imprescindível para a
preservação de sua saúde periodontal. É de fundamental importância o
acompanhamento contínuo destas pessoas para prevenir a reinfecção e
progressão contínua da doença periodontal.

      Um dos principais sinais das doenças da gengiva é cor da gengiva alterada,
supuração, mobilidade dental, índice de placa, sangramento gengival que estão
associado à doença. Outro sinal é o mau hálito, que muitas vezes está relacionado
à presença de pus que se forma nas feridas da gengiva (Ministério da
Saúde,Manual Técnico em Saúde Bucal, disponível no site http//bvsms.saude.gov,
acesso no dia 27/10/2011).

      Cada indivíduo deve ser esclarecido sobre o processo saúde-doença através
da conscientização de seu estado de saúde bucal e da motivação para
incorporar práticas de higiene bucal adequadas que são fundamentais para o
sucesso do tratamento.
13
            4 CONSIDERAÇÕES FINAIS



      É muito importante a aproximação, o vínculo, do cirurgião dentista com a
população a fim de promover os esclarecimentos necessários e o treinamento da
mecânica da escovação adequada às necessidades de cada indivíduo.

      O cirurgião dentista é o principal membro da equipe responsável na
prevenção, na promoção e no tratamento da doença periodontal, é através dele que
pode-se diminuir os agravos locais e sistêmicos ocasionados por sua presença na
cavidade bucal.

      A placa bacteriana é o principal agente da doença periodontal.

      A motivação e a instrução de higiene oral devem atingir níveis que
sensibilizem os pacientes no controle da placa bacteriana.

      Somente com a integração entre todos os membros da ESF, o cuidado com
os pacientes será melhorado.
5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA                                                       14




  1. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em http://pt.wikipedia.org, acesso
     no dia 05/03/2011.

  2. Tommasi, Antônio Fernando; Diagnóstico Patologia Bucal< Pancast.

  3. Buischi, Yvonne de Paiva, Promoção de Saúde Bucal na Clínica
     Odontológica,2000

  4. Pinto, Fernando Menezes; Azevedo e Silva, Francisco Reinaldo; Silva,
     Severino Celestino; Maciel, Sônia Maria de Luna Maciel; Revista da APCD
     volume 48, n.01, janeiro/fevereiro, 1994, páginas 1.227 a 1.230, no artigo
     Doença periodontal: uma orientação preventiva para o clínico geral.

  5. Brasil, Ministério da Saúde, 2006. Cadernos de Atenção Básica, Saúde
     Bucal, volume 17.

  6. Jahn, Maria Rosângela; Jahn,Ricardo Schmitutz; Revista da APCD volume
     51, n.4, julho/agosto em 1997, no artigo Fique atento: Criança também tem
     gengivite.

  7. Cury, Patrícia Ramos; Sallum, Emerson José; Sallum, Enilson Antônio;
     Sallum, Antônio Wilson; Revista da APCD, volume 57, n.2, março/abril de
     2003, no artigo Medicina Periodontal: Fatores sistêmicos de risco para
     Doenças Periodontais.

  8. Scannapieco, Frank A. / no artigo Inflamação periodontal: da Gengivite à
     Doença Sistêmica, Compêndio de Educação Continuada em Odontologia,
     julho de 2004/ volume 25, n.7

  9. SCIELO, disponível em http://www.scielo.br, acesso no dia 12/04/2011.

  10. PERIODONTIA.ORG disponível em htpp://www.periodontia.org, acesso no
     dia 12/04/2011.

  11. Sobrape – Sociedade Brasileira de Periodontologia Volume 17, n 02 junho de
      2007.

  12. UFES Rev. Odontol., Vitória, v.8, n.2, p.19-28, maio/ago. 2006 Estudo
      Epidemiológico da Doença Periodontal em pacientes adolescentes e adultos,
      Urubatan Vieira de MEDEIROS e Daniel Souza ROCHA.
13. SCIELO, disponível em http://www.scielo.br, acesso no dia 07/09/2011 Cad.
    Saúde Pública vol.20 n.2 Rio de Janeiro Março./April. 2004

14. Lopes dos Santos, Carolina de Alcântara, Prevalência e Fatores Associados
    à Doença Periodontal em Puépuras, Londrina- PR, disponível no site:
    http://www.ccs.uel.br/pos/saudecoletiva/Mestrado,    acesso     no    dia
    07/09/2011.

15. Lindhe J, Karring T, Lang NP, editores. Tratado de periodontia clínica e
    implantologia oral. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005 .

16. Boletim Epidemiológico Paulista Agosto, 2007       Volume4     Número 44),
    acesso no dia 13/10/2011.

17. Grobler SR, Blignaut JB. The effect of a high consumption of apples or grapes
    on dental caries and periodontal disease in humans. Clin Prev Dent 1989; 11
    (8):112-7.

18. Impacto das doenças periodontais na qualidade de vida, Manuela Wanderley
    Ferreira LOPES, Estela Santos GUSMÃO, Renato de Vasconcelos ALVES,
    Renata CIMÕES, disponível em www.revistargo.com.br, acesso no dia
    20/10/2001.

19. Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira, PORTAL DA FAMÍLIA, disponível em
    http://www.portaldafamilia.org, acesso no dia 13/10/2011 (Prevenção de
    doenças da gengiva).

20. Organização Pan-Americana de Saúde. Saúde Bucal, disponível em
    http://www.opas.org.br/mostrant.

21. Avezum A. Associação da Doença Periodontal com Sindrome Coronaria
    Aguda: um estudo caso – controle São Paulo, 2002. 183 p. Tese (Doutorado)
    – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo., disponível em http://
    www.teses.usp.br/teses/disponiveis.

22. Manual Técnico em Saúde Bucal, disponível no site http//bvsms.saude.gov,
    acesso no dia 27/10/2011.

23. Dr. Eduardo Luiz da Mata Gonçalves, 2010 ― A Importância da Prevenção e
    da Intervenção em Doença Periodonta Pela Equipe de Saúde da Família‖,
    disponível em http: http://www.nescon.medicina.ufmg.br, acesso no dia
    27/10/2011.

24. Lorentz Telma Campos Medeiros – Doutoranda em Periodontia e Profa
    Assistente de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG,
Coordenadora do Projeto de Extensão Terapia Periodontal de Suporte da
   FO-UFMG; Costa ,Fernando de Oliveira – Coordenador da área de
   Doutorado em Periodontia da FO-UFMG e Prof. Adjunto de Periodontia da
   FOUFMG; Moreira, Allyson Nogueira – Subcoordenador do Projeto de
   Extensão Terapia Periodontal de Suporte da FO-UFMG e Prof. Adjunto da
   FO-UFMG; Souza Cristiane Martins de, – monitora-bolsista de extensão e
   aluna de graduação; Souza Cristina Martins de cirurgiã-dentista voluntária.
   (Monitoramento dos parâmetros clínicos periodontais de pacientes
   submetidos à terapia periodontal de suporte), 2005.

25. Compêndio de Educação Continuada em Odontologia: ―Gengivite: Uma
    Doença Periodontal Inflamatória‖, com o suporte da The Colgate-Palmolive
    Company, 2004, Medical World Business Press, Inc.

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Avaliação da doença periodontal na Unidade São Sebastião no município de Ribas do Rio Pardo no Mato Grosso do Sul - Brasil

  • 1. BEATRIZ CARVALHO D’ÁVILA LORENZONI AVALIAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL NA UNIDADE SÃO SEBASTIÃO NO MUNICÍPIO DE RIBAS DO RIO PARDO NO MATO GROSSO DO SUL RIBAS DO RIO PARDO MS 2011
  • 2. BEATRIZ CARVALHO D’ÁVILA LORENZONI AVALIAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL NA UNIDADE SÃO SEBASTIÃO NO MUNICÍPIO DE RIBAS DO RIO PARDO NO MATO GROSSO DO SUL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-graduação em Atenção Básica em Saúde da Família, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e Fundação Oswaldo Cruz Orientadora Profa. Dra. Adriane Pires Batiston RIBAS DO RIO PARDO MS 2011
  • 3. RESUMO A doença periodontal é uma infecção bacteriana, crônica, progressiva e leva a perda dos dentes. Novos paradigmas estão sendo adicionados a periodontia, baseados em que a doença periodontal influência e é influenciada por doenças sistêmicas. O objetivo deste estudo foi avaliar a condição periodontal dos usuários cadastrados na ESF São Sebastião, no município de Ribas do Rio Pardo – MS, Brasil. Foi realizado um projeto de intervenção que consistiu em três etapas: um exame inicial, ações de educação em saúde bucal com orientações individuais e coletivas, motivação para a promoção da saúde bucal e um novo exame clínico. Foram examinados e entrevistados 100 pessoas de ambos os sexos, através de procura espontânea do usuário para a área de odontologia, com idade entre 13 à 83 anos. Os parâmetros clínicos periodontais registrados foram: sangramento gengival após sondagem, cálculo dentário, profundidade de sondagem e nível clinico de inserção. Em relação à doença periodontal,no primeiro exame, 80 % apresentaram algum tipo de alteração periodontal, a após as ações de orientações em saúde bucal, foi realizado um segundo exame constatando uma redução de alterações no periodonto de 17%. Palavras-Chave: Doenças Periodontais, Saúde Bucal, Saúde da Família.
  • 4. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 METODOLOGIA 8 3 RESULTADOS 10 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 13 5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 14
  • 5. 4 1 INTRODUÇÃO A doença periodontal é uma doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso) dos dentes. Segundo Lindhe et al., 1973, caracteriza-se pela perda de inserção do ligamento periodontal e destruição do tecido ósseo adjacente. A evolução deste processo leva à perda dos dentes, pois o comprometimento e a destruição, pela ação bacteriana, acúmulo de tártaro e inflamação destas estruturas colaboram para a formação de bolsas periodontais que levam à mobilidade dentária. Duas formas clássicas são descritas como manifestações do processo saúde/doença periodontal: gengivite e periodontite. O termo doença periodontal refere-se a diferentes quadros clínicos denominados doenças gengivais ou gengivite quando limitados aos tecidos de proteção, e denominados periodontite quando acometem os tecidos de suporte do elemento dentário (Brasil – Brasília, 2006). A mais comum das doenças periodontais é a gengivite, que é uma alteração inflamatória envolvendo somente o tecido gengival, causada pelo acúmulo da placa bacteriana nas superfícies dos dentes (CLARK, ;HIRSCH, 1995). Frente às dificuldades para a melhoria da saúde bucal, a saúde pública deve reforçar as medidas de prevenção e promoção, que são desafios importantes nos países em desenvolvimento (PETERSEN et al., 2005). Moimaz et al.,2007, afirmam que a Educação em Saúde Bucal tem papel relevante na prevenção dos problemas bucais, pois leva o indivíduo a ter consciência das doenças que podem acometer a boca e das medidas preventivas para sua prevenção. As doenças da cavidade bucal são consideradas um grande problema de saúde pública devido à alta prevalência e incidência, e aos impactos desses agravos, por causarem muita dor e sofrimento, afeta a qualidade de vida das pessoas (PETERSEN, 2003). As doenças periodontais já foram reconhecidas como um problema de saúde publica há muitos anos. A conscientização da natureza destrutiva das doenças periodontais e da importância de um rígido controle da placa bacteriana são conceitos básicos do tratamento periodontal. Na última década , houve uma mudança conceitual das doenças periodontais como um problema bucalpara o impacto da periodontite sobre a saúde sistêmica. Evidências sugerem uma forte relação entre a doença periodontal e doenças sistêmicas (Sheilesh et al., 2004).
  • 6. A doença periodontal é referida como tendo seu início com a própria história da humanidade. É identificada com todas as civilizações do mundo. Comprovada através de estudos arqueológicos e paleontológicos como tendo existência desde os tempos primitivos, é considerada o segundo problema de saúde pública (Marcos, 1977, apud Pinto et al, 1994, p. 1231). Atualmente, sabe-se que somente através de métodos preventivos, podemos manter um estado de ausência ou de controle da doença periodontal. A área da saúde, cada vez mais tem encontrado a sua frente a necessidade de uma mudança. Não se deve mais enxergar o individuo em partes, e sim como um todo, especificamente na Odontologia. A doença periodontal rompe as fronteiras da Odontologia. Essa doença não pode ser vista apenas como um problema que acomete os tecidos de sustentação dentaria por apresentar, muitas vezes relações diretas e bidirecionais com outras doenças sistêmicas, a exemplo da diabetes, doenças cardiovasculares, ocorrência de parto prematuro em bebês de baixo peso (Silva, 2004). Uma das doenças mais freqüentes nos seres humanos é a doença periodontal, e atinge todas as faixas etárias (Jahn et al.,1997). A doença periodontal é a patologia mais prevalente no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, onde os cuidados básicos de higiene oral adequada não atingem a população de forma homogênea (Serrano, 2006). As doenças periodontais estão entre as doenças crônicas mais comuns em humanos, afetando até 30% da população adulta. Essas doenças estão entre as causas mais importantes de desconforto e perda de dentes em adultos, e existem evidências de que as periodontites aumentam o risco para certas doenças sistêmicas. A prevenção e o tratamento da doença periodontal são necessários para manter a saúde periodontal; e sem a saúde periodontal, a saúde geral pode ficar comprometida (Cury et al., 2003). A doença periodontal e a cárie são altamente prevalentes e interferem na qualidade de vida das pessoas em diversos aspectos além do físico, como na função mastigatória, na aparência e até nas relações interpessoais (Locker, 1988). A placa bacteriana sempre foi considerada a maior responsável na etiologia da doença periodontal. Houve uma época que sua importância foi diminuída, portanto, a partir de 1960, foi novamente enfatizada sua atuação como principal agente etiológico, permanecendo ate agora o conceito de que, com o controle da placa bacteriana, a doença periodontal é clinicamente inexistente (Pinto et al.,1994). A etiologia primária da doença periodontal se deve a presença de placa bacteriana que se acumula nos tecidos dentários (Rech et al., 2007). A doença periodontal é a segunda patologia bucal mais prevalente no mundo.
  • 7. Constitui-se de um processo inflamatório bacteriano no tecido periodontal que resulta do acúmulo de placa dentária na superfície externa do dente. Sua ocorrência encontra-se associada a baixas condições socioeconômicas, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, bem como a comportamentos relacionados à saúde como: tabagismo, alcoolismo, dieta rica em carboidratos e higiene bucal deficiente (Mumghamba et al., 1995). Os principais fatores de risco da doença periodontal é a placa bacteriana, película viscosa e incolor que constantemente se forma sobre os dentes. Entretanto, outros fatores também podem afetar a saúde da gengiva, sendo eles: fumo, fatores culturais e sócios econômicos, fatores genéticos, imunodepressão e stress, ausência de controle de placa, medicamentos, má nutrição, Diabetes e outras doenças sistêmicas (Cury et al., 2003). Estudos realizados por equipes multidisciplinares, compostas por gastroenterologistas, psiquiatras, otorrinolaringologistas e periodontistas, constataram que aproximadamente 87% das causas de halitose são de ordem Bucal (Vieira, 2011). As bactérias da Doença Periodontal podem exacerbar ou predispor doenças sistêmicas, tais como doenças respiratórias, cardiovasculares, diabetes, artrites, e também parto prematuro de bebês de baixo peso, além de outras patologias, ou seja, a presença e falta de tratamento ou controle das Doenças Periodontais pode levar o individuo à morte. Portanto, além de prevenir a perda dentaria e o prejuízo na qualidade de vida, a terapia periodontal pode ser indicadora de manutenção da vida, evitando gastos financeiros no tratamento de doenças sistêmicas (Gonçalves, 2010). Para manter a saúde periodontal, é preciso haver um bom estado imunológico, nutricional e endocrinológico e ausência de placa bacteriana, visando uma resposta adequada do organismo frente às agressões (Grobler, 1989). As periodontites, nos estágios mais avançados, são as causas mais comuns de perdas dentárias em adultos (Araujo e Sukekava, 2007, Zeeman). As doenças periodontais são uma causa significativa da perda dos dentes em adultos (Graves et al., 2004). Segundo o Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira, 2009, a prevenção de periodontopatias, ou melhor, das chamadas "doenças da gengiva" é fundamental na saúde, pois ter saúde bucal é importante tanto na aparência, auto-estima, como na saúde geral de seu corpo. Além disso, uma boca saudável é também aquela que proporciona uma boa mastigação — que consequentemente trará uma boa digestão e uma melhor absorção dos nutrientes. O diagnostico, a prevenção e o tratamento das doenças periodontais na infância poderão contribuir para diminuir a incidência da doença periodontal no
  • 8. adulto (Pinto, 1990). A teoria mais moderna diz que a doença manifesta-se através de surtos, apresentando períodos de calma ou de exarcebação. A ausência de dor, que só se manifesta realmente na doença em sua forma aguda, é, possivelmente, um fator negativo no estabelecimento de um diagnostico precoce (Pinto et al., 1994). A alimentação é uma necessidade básica do organismo que envolve, primariamente, a utilização da cavidade bucal para a realização dos processos de mastigação, deglutição e início da digestão (Rouquayrol, 1999). Frente a esse universo que se abre com a Medicina Periodontal, o dentista, de um modo geral, precisara estar mais envolvido com os conhecimentos relativos às condições sistêmicas modificadas pela saúde bucal e vice versa, além disto, necessita trabalhar integrado a sua equipe para obter mais resultados positivos na saúde bucal e sistêmica de seus pacientes (Silva, 2004) Diante do exposto o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da doença periodontal e inserir ações de educação em saúde visando a prevenção da doença em pessoas cadastradas na Estratégia de Saúde da Família São Sebastião, no município Ribas do Rio Pardo – MS.
  • 9. 8 2 METODOLOGIA Foi realizado um projeto de intervenção, no período entre outubro de 2010 a março de 2011, com dados coletados em três etapas, que serão descritas abaixo. A população estudada foi composta por indivíduos de ambos os sexos, de idades variada, residentes na zona urbana de Ribas do Rio Pardo, MS – Brasil. A seleção dos participantes, deu-se de forma aleatória através da procura espontânea por parte dos usuários da Unidade de Saúde São Sebastião. Os critérios para inclusão era possuir mais de 13 anos, pois, teoricamente, é a idade em que todos os dentes permanentes já estão em oclusão, sem a presença de falsas bolsas acarretadas pelo processo de erupção dentária, presença mínima de seis dentes naturais. Os critérios para exclusão era ter realizado tratamento periodontal em um período menor que três meses antes da data do primeiro exame clínico. A investigação foi realizada por uma única examinadora. Uma auxiliar treinada funcionou como anotadora. Um questionário também foi respondido por cada participante, visando coletar dados como idade, sexo, uso de fio dental e freqüência de escovação, sensação de mau hálito, sangramento gengival espontâneo, tipo de alimentação, tabagismo, etilismo, problemas cardíacos, diabetes, outras doenças, última visita ao dentista. Após a seleção dos 100 participantes foi realizado um primeiro exame clínico, este exame foi realizado na própria ESF. Utilizando-se EPI (equipamento de proteção individual), sonda periodontal milimetrada e espelho bucal estéreis. Utilizou-se a sondagem periodontal. Os parâmetros clínicos para a avaliação da doença periodontal foram: profundidade de sondagem (PS) , perda de inserção (PI), sangramento gengival, cálculo supra gengival. Após o exame, os pacientes com necessidades foram submetidos a procedimentos de raspagem supra gengival, raspagem sub gengival e alisamento radicular sob anestesia, escovação orientada e instrução de higiene bucal. A segunda etapa do projeto consistiu em ações de educação em saúde bucal, com realização de oficina individual e coletiva com escovação supervisionada, com auxilio de material de apoio, tais como modelos anatômicos. Roda de conversa abordando temas sobre a importância da saúde bucal, relação saúde bucal e doenças sistêmicas, hábitos de higiene (escovação e fio dental), hábitos alimentares e auto cuidado.
  • 10. A terceira etapa do projeto foi o convite após quatro meses do primeiro exame, aos pacientes já examinados, para realizar um segundo exame clinico com nova sondagem periodontal, avaliando a saúde periodontal após as ações de educação em saúde bucal.
  • 11. 10 3 RESULTADOS Foram examinados 100 pessoas com idade entre 13 a 83 anos de idade. A população foi composta por 53% de pessoas do sexo feminino e 47% do sexo masculino. Comparando a doença periodontal entre o sexo masculino e feminino, encontra-se uma proporcionalidade, já que dos 47 participantes do sexo masculino, 38 apresentaram a doença, e das 53 participantes do sexo feminino, 42 também apresentaram a doença. A população estudada apresentou média de 2 escovações por dia, 5% usavam fio dental, 48% relatam sensação de mau hálito e 56% que tem sangramento gengival espontâneo. Foi observado elevado acumulo de biofilme e cálculo dentário (Tabela 1). TABELA 1 PERGUNTAS Número % Uso do fio dental 5 5% N° de escovação diária 2 100% Sensação de mau hálito 48 48% Sangramento gengival espontâneo 56 56% Tabagismo 23 23% Problemas cardíacos 13 13% Diabetes 11 11 Mais de 6 meses da última visita ao dentista 87 87 Etilismo 11 11 Fonte: dados coletados através de exame clinico realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011. A maioria dos autores estudados consideraram a idade como um fator altamente determinante da prevalência da doença periodontal, como Norderyd, Hugoson e Grusovin (1999), Albandar e Kingman (1999), Petersen e Kaka (1999), Timmermann et al. (2000), Suda et al. (2000), Hugoson e Laurell (2000), Moore et al. (2001), Brennan, Spencer e Slade (2001) e Heldermann et al. (2001). Isto também foi observado em nosso projeto (tabela 2).
  • 12. TABELA 2 PERIODONTO SAUDÁVEL PERIDONTO NÃO SAUDÁVEL FAIXA ETÁRIA N° 1° % N° % N° % N° % exame 2° 1° 2° exame exame exame 13 a 19 anos 5 46,2 9 69,2 7 53,8 4 30,8 20 a 29 anos 5 20 9 36 20 80 16 64 30 a 39 anos 3 11,5 9 34,6 23 88,5 17 65,4 40 a 49 anos 3 18,8 6 37,5 13 81,2 10 62,5 50 a 59 anos 2 25 3 37,5 6 75 5 62,5 Mais de 60 anos 1 8,3 1 8,3 11 91,7 11 91,7 Fonte: dados coletados através de exames clínicos realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011. Durante o período do tratamento, a maioria dos pacientes mostra-se receptivos e ansiosos com o projeto. Após as orientações de educação em saúde, observa-se grande melhora na saúde periodontal dos participantes do estudo, quando comparados os exames. Os métodos para educação em saúde bucal que obtiveram melhores resultados, foram os métodos participativos (tabela 3). TABELA 3 Estado Periodontal N° de Percentual examinados 1° exame 2° exame 1° 2° exame exame Periodonto Saudável 20 37 20% 37% Gengivite 26 20 26% 20% Periodontite Leve 31 28 31% 28% Periodontite 13 18 13% 8% Moderada Periodontite Severa 10 07 10% 7% Total 100 10 100% 100% Fonte: dados coletados através de exame clinico realizado no período de outubro de 2010 à março de 2011. Apesar de existirem muitos relatos na literatura da Doença Periodontal, estar
  • 13. associada com o hábito de fumar, diabetes, problemas cardíacos, parto prematuro de crianças de baixo peso, entre outras doenças, o número de pacientes examinados com alguma dessas associações foi relativamente pequeno, então não foi possível obter resultados. Evidências sugerem uma moderada associação, mas não um relacionamento casual entre a Doença Periodontal e a Doença Cardiovascular (Genco, 2002). Os pacientes com idade mais avançada, apesar de mostrarem-se entusiasmados com o projeto, não obtiveram o mesmo resultado positivo, atribuo isto também as dificuldades de coordenação motora que existe com o passar dos anos. IMPACTOS Com base nos resultados apresentados, a doença periodontal na forma de gengivite ou periodontite, parece ser altamente prevalente na população atendida na ESF São Sebastião em Ribas do Rio Pardo. A doença periodontal pode ser cumulativa, aumenta com a idade, pode ser encontrada em diversos graus de severidade. É provável que quanto pior a condição econômica e menor o acesso aos serviços de saúde geral e odontológica, pior será a condição periodontal. . Após o segundo exame, observa-se, uma melhora na condição periodontal dos pacientes, já que esses receberam motivação e foram orientados em corretas técnicas de higienização. O programa de ações de educação em saúde bucal possui estratégias de baixo custo, que podem ser aplicadas à realidade brasileira, proporcionando uma melhora na saúde bucal. Através do projeto, percebe-se que pessoas com doença periodontal têem a oportunidade de ser monitoradas clinicamente, o que é imprescindível para a preservação de sua saúde periodontal. É de fundamental importância o acompanhamento contínuo destas pessoas para prevenir a reinfecção e progressão contínua da doença periodontal. Um dos principais sinais das doenças da gengiva é cor da gengiva alterada, supuração, mobilidade dental, índice de placa, sangramento gengival que estão associado à doença. Outro sinal é o mau hálito, que muitas vezes está relacionado à presença de pus que se forma nas feridas da gengiva (Ministério da Saúde,Manual Técnico em Saúde Bucal, disponível no site http//bvsms.saude.gov,
  • 14. acesso no dia 27/10/2011). Cada indivíduo deve ser esclarecido sobre o processo saúde-doença através da conscientização de seu estado de saúde bucal e da motivação para incorporar práticas de higiene bucal adequadas que são fundamentais para o sucesso do tratamento.
  • 15. 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS É muito importante a aproximação, o vínculo, do cirurgião dentista com a população a fim de promover os esclarecimentos necessários e o treinamento da mecânica da escovação adequada às necessidades de cada indivíduo. O cirurgião dentista é o principal membro da equipe responsável na prevenção, na promoção e no tratamento da doença periodontal, é através dele que pode-se diminuir os agravos locais e sistêmicos ocasionados por sua presença na cavidade bucal. A placa bacteriana é o principal agente da doença periodontal. A motivação e a instrução de higiene oral devem atingir níveis que sensibilizem os pacientes no controle da placa bacteriana. Somente com a integração entre todos os membros da ESF, o cuidado com os pacientes será melhorado.
  • 16. 5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 14 1. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em http://pt.wikipedia.org, acesso no dia 05/03/2011. 2. Tommasi, Antônio Fernando; Diagnóstico Patologia Bucal< Pancast. 3. Buischi, Yvonne de Paiva, Promoção de Saúde Bucal na Clínica Odontológica,2000 4. Pinto, Fernando Menezes; Azevedo e Silva, Francisco Reinaldo; Silva, Severino Celestino; Maciel, Sônia Maria de Luna Maciel; Revista da APCD volume 48, n.01, janeiro/fevereiro, 1994, páginas 1.227 a 1.230, no artigo Doença periodontal: uma orientação preventiva para o clínico geral. 5. Brasil, Ministério da Saúde, 2006. Cadernos de Atenção Básica, Saúde Bucal, volume 17. 6. Jahn, Maria Rosângela; Jahn,Ricardo Schmitutz; Revista da APCD volume 51, n.4, julho/agosto em 1997, no artigo Fique atento: Criança também tem gengivite. 7. Cury, Patrícia Ramos; Sallum, Emerson José; Sallum, Enilson Antônio; Sallum, Antônio Wilson; Revista da APCD, volume 57, n.2, março/abril de 2003, no artigo Medicina Periodontal: Fatores sistêmicos de risco para Doenças Periodontais. 8. Scannapieco, Frank A. / no artigo Inflamação periodontal: da Gengivite à Doença Sistêmica, Compêndio de Educação Continuada em Odontologia, julho de 2004/ volume 25, n.7 9. SCIELO, disponível em http://www.scielo.br, acesso no dia 12/04/2011. 10. PERIODONTIA.ORG disponível em htpp://www.periodontia.org, acesso no dia 12/04/2011. 11. Sobrape – Sociedade Brasileira de Periodontologia Volume 17, n 02 junho de 2007. 12. UFES Rev. Odontol., Vitória, v.8, n.2, p.19-28, maio/ago. 2006 Estudo Epidemiológico da Doença Periodontal em pacientes adolescentes e adultos, Urubatan Vieira de MEDEIROS e Daniel Souza ROCHA.
  • 17. 13. SCIELO, disponível em http://www.scielo.br, acesso no dia 07/09/2011 Cad. Saúde Pública vol.20 n.2 Rio de Janeiro Março./April. 2004 14. Lopes dos Santos, Carolina de Alcântara, Prevalência e Fatores Associados à Doença Periodontal em Puépuras, Londrina- PR, disponível no site: http://www.ccs.uel.br/pos/saudecoletiva/Mestrado, acesso no dia 07/09/2011. 15. Lindhe J, Karring T, Lang NP, editores. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005 . 16. Boletim Epidemiológico Paulista Agosto, 2007 Volume4 Número 44), acesso no dia 13/10/2011. 17. Grobler SR, Blignaut JB. The effect of a high consumption of apples or grapes on dental caries and periodontal disease in humans. Clin Prev Dent 1989; 11 (8):112-7. 18. Impacto das doenças periodontais na qualidade de vida, Manuela Wanderley Ferreira LOPES, Estela Santos GUSMÃO, Renato de Vasconcelos ALVES, Renata CIMÕES, disponível em www.revistargo.com.br, acesso no dia 20/10/2001. 19. Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira, PORTAL DA FAMÍLIA, disponível em http://www.portaldafamilia.org, acesso no dia 13/10/2011 (Prevenção de doenças da gengiva). 20. Organização Pan-Americana de Saúde. Saúde Bucal, disponível em http://www.opas.org.br/mostrant. 21. Avezum A. Associação da Doença Periodontal com Sindrome Coronaria Aguda: um estudo caso – controle São Paulo, 2002. 183 p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo., disponível em http:// www.teses.usp.br/teses/disponiveis. 22. Manual Técnico em Saúde Bucal, disponível no site http//bvsms.saude.gov, acesso no dia 27/10/2011. 23. Dr. Eduardo Luiz da Mata Gonçalves, 2010 ― A Importância da Prevenção e da Intervenção em Doença Periodonta Pela Equipe de Saúde da Família‖, disponível em http: http://www.nescon.medicina.ufmg.br, acesso no dia 27/10/2011. 24. Lorentz Telma Campos Medeiros – Doutoranda em Periodontia e Profa Assistente de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UFMG,
  • 18. Coordenadora do Projeto de Extensão Terapia Periodontal de Suporte da FO-UFMG; Costa ,Fernando de Oliveira – Coordenador da área de Doutorado em Periodontia da FO-UFMG e Prof. Adjunto de Periodontia da FOUFMG; Moreira, Allyson Nogueira – Subcoordenador do Projeto de Extensão Terapia Periodontal de Suporte da FO-UFMG e Prof. Adjunto da FO-UFMG; Souza Cristiane Martins de, – monitora-bolsista de extensão e aluna de graduação; Souza Cristina Martins de cirurgiã-dentista voluntária. (Monitoramento dos parâmetros clínicos periodontais de pacientes submetidos à terapia periodontal de suporte), 2005. 25. Compêndio de Educação Continuada em Odontologia: ―Gengivite: Uma Doença Periodontal Inflamatória‖, com o suporte da The Colgate-Palmolive Company, 2004, Medical World Business Press, Inc.