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Colégio Batista do Cariri – 9º ano




APOSTILA
                DE

BIOLOGIA
9º ANO FUNDAMENTAL



                                           Prof. Luis Carlos




Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                   1
Colégio Batista do Cariri – 9º ano



                           COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS SERES VIVOS



            Todos os seres vivos são constituídos por substâncias químicas, que além de formá-lo, ainda
permite sua manutenção. Os elementos químicos que participam da composição da matéria viva
estão presentes também na matéria bruta. Entretanto, nesta última, os átomos se dispõem de forma
mais simples e muitas vezes não chegam a formar moléculas. É o que acontece com substâncias
como o cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha).
            Costuma-se classificar as substâncias em dois grupos: as substâncias inorgânicas e as
substâncias orgânicas. Estão incluídos no grupo dos inorgânicos a água e os sais minerais; e
fazendo parte das substâncias orgânicas temos: as proteínas, vitaminas, ácidos nucléicos,
carboidratos e lipídeos.


            Na natureza dos seres viventes, a água é o componente químico que entra em maior
quantidade, mas as substâncias orgânicas predominam em variedade, pois é grande o número de
proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e carboidratos diferentes que formam a estrutura das células e
dos organismos. Sais minerais e vitaminas participam em doses pequenas, mas também
desempenham papéis importantes.


            O estudo da composição química dos organismos tem a sua maior parte fundamentada na
bioquímica celular ou citoquímica. Afinal, os seres viventes têm a sua estrutura basicamente
organizada e estabelecida na célula.



                            PERCENTUAL DE SUBSTÂNCIAS NO ORGANISMO


         Principais elementos                                                                     :
Oxigênio                        65,0%              Cálcio (Ca)                1,80%

Carbono                         18,0%              Fósforo (P)                1,20%

Hidrogênio                      10,0%              Potássio (K).              0,35%

Nitrogênio                      3,05               Enxofre (S)                0,25%

Subtotal                        96,0%              Sódio (Na)                 0,15%
                                                   Cloro (Cl).                0,15%
                                                   Magnésio (Mg)              0,05%
Principais Substâncias
                                                   Flúor (F).                 0,007%
Água               65%
                                                   Ferro (Fe)                 0,005%
Proteínas          15%
                                                   Subtotal                   3,962%
Lipídios           8%
                                                   Outros(Zn,Br,Mn,Cu,I,Co)   0,038%
Carboidratos       6%
                                                   TOTAL                      100,00
Sais Minerais      5%
Outros             1%
TOTAL              100


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                                1. COMPOSTOS INORGÂNICOS


                                               1.1. ÁGUA




                             POR QUE A ÁGUA É TÃO FUNDAMENTAL?



        Na verdade, ela é um dos melhores solventes que existem na natureza; em outras palavras,
dissolve uma infinidade de tipos de substâncias. Grande parte das substâncias dos seres vivos fica,
então, dissolvida na água.
        Todo transporte de substâncias tanto dentro das células (meio intracelular) como fora das
células (meio extracelular) dependem da água. Alimentos, gases da respiração, excretas, tudo isso se
difunde nesse líquido e é por ele carregado.
        A excreção (eliminação) de substâncias que não são mais necessárias ao organismo e a
produção de substâncias que o corpo elimina de alguma forma são formadas, em sua grande maioria,
usando-se água. É a base do sangue, da linfa, dos líquidos intersticiais nos tecidos e das secreções
como a lágrima, o leite e o suor.
        A água favorece a ocorrência de reações químicas. As moléculas nela dissolvidas ficam em
constante movimento, podendo se “encontrar” e reagir quimicamente.
        O metabolismo depende sem dúvida da água. Em um nível de organismo, a água tem muita
importância na manutenção da temperatura de animais e plantas terrestres.




                                               A água é obtida através da ingestão de alimentos sólidos
                                       ou pastosos, de líquidos e da própria água. Alguns animais
                                       nunca bebem água, eles a obtêm exclusivamente através dos
                                       alimentos.
                                               Ao fim das reações químicas de fabricação de proteínas,
                                       glicídios e lipídios, bem como ao final do processo respiratório e
                                       da fotossíntese, ocorre a formação de moléculas de água.
                                               Por isso a quantidade de água na célula é proporcional à

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atividade celular, ou seja, varia de acordo com o metabolismo da célula. Quanto maior for sua
atividade, maior a necessidade de água.
          Nos tecidos muscular e nervoso, sua proporção é de 70% a 80%, enquanto que no tecido
ósseo é de cerca de 25%.


          Além da atividade da célula ou tecido, a quantidade de água em um organismo depende
também da espécie considerada. Nos cnidários (águas-vivas) a quantidade de água pode chegar a
98%, nos moluscos (polvo) é um pouco maior do que 80%, na espécie humana varia entre 60 e 70%.
          A proporção varia também com a idade do indivíduo. Nos embriões, a quantidade de água é
maior do que nos adultos.




                                        1.2. SAIS MINERAIS




          Os sais minerais são substâncias que auxiliam na regulação das atividades celulares e
participam da formação de diversos componentes, sendo encontrados tanto nas células vivas quanto
na natureza não-viva.
          Os sais também são usados como componentes de estruturas esqueléticas: neste caso são
pouco solúveis em água. É o caso dos esqueletos das cascas de ovos, das carapaças de insetos e
caranguejos.
       Eles são obtidos pela ingestão de água e junto com alimentos como frutos, cereais, leite, peixes,
etc.




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FUNÇÕES DOS SAIS MINERAIS


    •   Têm participação nos mecanismos de regulação da quantidade de água, estimulando a saída
        ou a entrada de água dentro da célula. Quanto maior for a concentração de sais, maior será a
        quantidade de água usada para dissolvê-los, quanto menor for sua concentração, menor será
        sua necessidade de água.


    •   A concentração dos sais na célula determina o grau de densidade do material intracelular em
        relação ao meio extracelular.



IMPORTÂNCIA DOS SAIS MINERAIS


    •   Os sais de ferro são importantes para a formação da hemoglobina. A deficiência de ferro no
        organismo causa um dos tipos de anemia.
    •   Os sais de iodo têm papel relevante na ativação da glândula tireóide, cujos hormônios
        possuem iodo na sua fórmula. A falta de sais de iodo na alimentação ocasiona o bócio.
    •   Os fosfatos e carbonatos de cálcio participam na sua forma cristalina da composição da
        substância intercelular do tecido ósseo e do tecido conjuntivo da dentina. A carência desses
        sais na alimentação implica no desenvolvimento anormal de ossos e dentes, determinando o
        raquitismo. Como íons isolados, os fosfatos e carbonatos atuam no equilíbrio do pH celular.
    •   Os íons de sódio e potássio têm ativa participação na transmissão dos impulsos nervosos
        através dos neurônios.
    •   Os íons cálcio atuam na contração das fibras musculares e no mecanismo de coagulação
        sangüínea.
    •   Os íons magnésio participam da formação da molécula de clorofila, essencial para a
        realização da fotossíntese.
    •   Os íons fósforo fazem parte da molécula do ATP (composto que armazena energia) e integra
        as moléculas de ácidos nucléicos (DNA e RNA).




    Os sais mais comuns na composição da matéria viva são os cloretos, os carbonatos, os fosfatos,
os nitratos e os sulfatos (de sódio, de potássio, de cálcio, de magnésio e outros).


        ⇒ Sódio: Sua concentração na célula é sempre menor do que a externa. As membranas
            celulares expulsão constantemente o sódio que tende a penetrar na célula.


        ⇒ Potássio: Inversamente ao sódio, é mais abundante dentro das células do que fora
            delas. Sódio e potássio se relacionam com fenômenos de condução nervosa.

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       ⇒ Cálcio: Necessário para ação de certas enzimas, como na coagulação, por exemplo.


       ⇒ Magnésio: Presente na clorofila, portanto necessário ao processo de fotossíntese.


       ⇒ Ferro: Presente na hemoglobina, que transporta o oxigênio. Faz parte dos citocromos,
          substâncias importantes que participam do processo de respiração celular.




                                     TABELA DE SAIS MINERAIS




 Sal mineral                Função                 Sua falta provoca               Fontes
Cálcio           Atua na formação de            Deformações ósseas;      Queijo, leite, nozes,
                 tecidos, ossos e dentes; age enfraquecimento dos        uva, cereais integrais,
                 na coagulação do sangue e      dentes                   nabo, couve, chicória,
                 na oxigenação dos tecidos;                              feijão, lentilha,
                 combate as infecções e                                  amendoim, castanha
                 mantém o equilíbrio de ferro                            de caju
                 no organismo
Fósforo          Atua na formação de ossos      Maior probabilidade de   Carnes, miúdos, aves,
                 e dentes; indispensável para ocorrência de fraturas;    peixes, ovo,
                 o sistema nervoso e o          músculos atrofiados;     leguminosas, queijo,
                 sistema muscular; junto com alterações nervosas;        cereais integrais
                 o cálcio e a vitamina D,       raquitismo
                 combate o raquitismo
Ferro            Indispensável na formação      Anemia                   Fígado, rim, coração,
                 do sangue; atua como                                    gema de ovo,
                 veiculador do oxigênio para                             leguminosas,
                 todo o organismo                                        verduras, nozes,
                                                                         frutas secas, azeitona
Iodo             Faz funcionar a glândula       Bócio; obesidade,        Agrião, alcachofra,
                 tireóide; ativa o              cansaço                  alface, alho, cebola,
                 funcionamento cerebral;                                 cenoura, ervilha,
                 permite que os músculos                                 aspargo, rabanete,
                 armazenem oxigênio e evita                              tomate, peixes, frutos
                 que a gordura se deposite                               do mar vegetais
                 nos tecidos


                         Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                  6
Colégio Batista do Cariri – 9º ano

Cloro      Constitui os sucos gástricos   É difícil haver carência e
           e pancreáticos                 cloro, pois existe em
                                          quase todos os
                                          vegetais; o excesso de
                                          cloro destrói a vitamina
                                          E e reduz a produção
                                          de iodo
Potássio   Atua associado ao sódio,       Diminuição da atividade      Azeitona verde,
           regularizando as batidas do    muscular, inclusive a do ameixa seca, ervilha,
           coração e o sistema            coração                      figo, lentilha,
           muscular; contribui para a                                  espinafre, banana,
           formação as células                                         laranja, tomate,
                                                                       carnes, vinagre de
                                                                       maçã, arroz integral
Flúor      Forma ossos e dentes;          A necessidade de flúor       Agrião, alho, aveia,
           previne dilatação das veias,   é muito pequena; ele é       brócolis, beterraba,
           cálculos da vesícula e         recomendado apenas           cebola, couve-flor,
           paralisia                      para gestantes para          maçã, trigo integral
                                          crianças durante a
                                          formação da segunda
                                          dentição
Sódio      Impede o endurecimento do      Cãibras e retardamento       Todos os vegetais
           cálcio e do magnésio, o que    na cicatrização de           (principalmente
           pode formar cálculos biliares feridas                       salsão, cenoura,
           ou nefríticos; previne a                                    agrião e cebolinha
           coagulação sangüínea                                        verde), queijo, nozes,
                                                                       aveia
Zinco      Atua no controle cerebral      Diminui a produção de        Carnes, fígado, peixe,
           dos músculos; ajuda na         hormônios masculinos e ovo, leguminosas,
           respiração dos tecidos;        favorece o diabete           nozes
           participa no metabolismo
           das proteínas e carboidratos




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                                     1.3. CARBOIDRATOS




       Também conhecidos como açúcares, glucídios ou hidratos de carbono, os carboidratos são
moléculas orgânicas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, são as principais substâncias
produzidas nas plantas durante o processo da fotossíntese. De modo geral, são utilizados pelas
células, como combustível, ou seja, fonte de energia; sendo, ainda, participadores de algumas
estruturas de diversos organismos.
       Os carboidratos são classificados em grupos de acordo com o tamanho e a função do açúcar.


   1. OS MONOSSACARÍDEOS (oses) - São os carboidratos que apresentam um número de
       carbono variando 3 a 7:
           •   Trioses – três átomos de carbono na molécula de açúcar
           •   Tetroses – quatro átomos de carbono na molécula de açúcar
           •   Pentoses – cinco átomos de carbono na molécula de açúcar
           •   Hexoses – seis átomos de carbono na molécula de açúcar
           •   Heptoses – sete átomos de carbono na molécula de açúcar


Os monossacarídeos que iremos destacar apresentam alto valor biológico, sendo eles:




        Pentoses     Desoxirribose – participa da        Ribose      –   participa   da
                     formação da molécula de             formação da molécula de
                     DNA.                                RNA.
        Hexoses      Glicose     –   principal   fonte   Galactose
                     energética.
                     Frutose – açúcar das frutas.




                          Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                              8
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        Frutose é o açúcar das frutas                     Desoxirribose é o açúcar que faz
                                                          parte do material genético




2. OS DISSACARÍDEOS - São carboidratos formados pela união de duas moléculas de
   monossacarídeos. Os principais são a maltose, a sacarose e a lactose. A maltose (glicose +
   glicose) é um produto da quebra do amido. A sacarose (glicose + frutose) é o açúcar da cana-
   de-açúcar e da beterraba. A lactose (glicose + galactose) é o açúcar do leite.


3. OS   POLISSACARÍDEOS            -    São      moléculas       constituídas    pela    união    de   vários
   monossacarídeos. Os monossacarídeos unem-se por uma reação em que ocorre saída de
   uma molécula de água por cada ligação química realizada (síntese por desidratação). Os
   polissacarídeos são moléculas enormes, às vezes ramificadas, constituídas por numerosos
   monossacarídeos, que são classificadas em dois grupos:




   Polissacarídeos de      Nos     animais       o    excesso      de    Já      nos       vegetais,      o
   reserva – são           carboidratos é armazenado sob a               polissacarídeo de reserva é
   carboidratos de         forma       de   um       polissacarídeo      conhecido como amido. E é
   reserva energética.     chamado            de       glicogênio,       encontrado      na      mandioca,
                           principalmente nos músculos e no              batatas, trigo, arroz, milho, etc.
                           fígado.
   Polissacarídeos         A     celulose        é    o      principal   A quitina é o polissacarídeo
   estruturais – são       componente         da     parede       das    que forma a carapaça dos
   os que participam       células vegetais, onde serve de               artrópodes (insetos, aracnídeos
   da constituição         proteção e sustentação.                       e crustáceos) e forma a parede
   física de alguns                                                      das células dos fungos.
   seres vivos




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                                                                                  A quitina é um polissacarídeo
 A madeira é rica em celulose sendo       O pão, o macarrão e outros produtos à   encontrado   na   carapaça   de
 fonte de matéria prima para a produção   base de cereais são ricos em amido.     besouros.
 do papel




                                                 1.4. LIPÍDEOS




                                                         São substâncias muito abundantes em animais e
                                               vegetais. Compreendem os óleos, as gorduras, as ceras, os
                                               lipídeos compostos e finalmente os esteróides, que apesar
                                               de estruturalmente diferentes dos outros lipídios, ainda assim
                                               são considerados lipídios.


                                                         Os lipídios são também compostos energéticos,
pois, na falta de glicose, a célula os oxida para liberação de energia. Uma molécula lipídica fornece o
dobro da quantidade de calorias em relação ao que oferece uma molécula glicídica. Entretanto, por
ser mais fácil a oxidação de uma molécula de glicose, os lipídios só são metabolizados na falta desta.
        Na célula eles têm também um papel estrutural. Participam da formação da estrutura da
membrana plasmática e de diversas outras.
        Nos animais homeotermos (temperatura corporal constante), existe uma camada adiposa sob
a pele que tem a função de isolante térmico, evitando a perda excessiva de calor.
        Os lipídios atuam como solventes de algumas vitaminas (A, D, E, K) e outras substâncias
ditas lipossolúveis, de grande importância para os organismos.
Uma característica importante de todos os lipídios é a circunstância de não se dissolverem na água,
sendo solúveis apenas nos chamados solventes orgânicos como o álcool, o éter, o clorofórmio e o
benzeno.




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                            CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS




                          TRIGLICERÍDEOS – Compreendem as gorduras e os óleos.
                          Possuem         elevados   teores   energéticos   e   são   os   principais
                          componentes lipídicos da dieta humana. Em mamíferos que vivem
                          em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa
                          camada subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e
                          permite o isolamento térmico do animal em relação ao ambiente frio.
                          As gorduras se mostram sólidas à temperatura ambiente, enquanto
os óleos se apresentam líquidos. Existem gorduras animais (banha de porco) e gorduras
vegetais (gordura de coco), bem como óleos animais (óleo de fígado de bacalhau) e óleos
vegetais (de oliva, soja, milho, etc.).




                          CERÍDEOS – Embora tenha valor econômico, não têm a mesma
                          importância que as gorduras e óleos. Os cerídeos ou ceras
                          abrangem produtos de origem animal (cerúmen do ouvido e cera de
                          abelha) e de origem vegetal (cera de carnaúba e babaçu). Auxiliam
                          na impermeabilização das folhas impedindo a perda excessiva de
água e na proteção do organismo (cera do ouvido e da pele).




⇒ CAROTENÓIDES – São pigmentos lipídicos amarelos e vermelhos sintetizados pelas
    plantas, encontrados em cenoura, abóbora, tomate e mamão. O carotenóide de maior
    importância biológica é o beta-caroteno que origina a vitamina A (retinol), necessária ao
    bom funcionamento da visão.




                         ESTERÓIDES – Os esteróides têm estrutura química bastante
                         diferente do resto dos lipídios. São todos semelhantes à molécula do
                         colesterol, da qual derivam. Uma parcela do colesterol precisa ser
                         obtida pela dieta e a outra é fabricada pelo corpo, principalmente no
                         fígado, que reúne o colesterol com triglicerídios e proteínas para
                         formar o HDL (lipoproteína de alta densidade) e o LDL (lipoproteína de
                         baixa densidade). Além do colesterol, temos como exemplos de
esteróides os hormônios sexuais, a vitamina D e os esteróis. Além de componentes das
membranas animais, os esteróides funcionam como hormônios importantes no metabolismo
animal.


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         ⇒ OS FOSFOLIPÍDIOS – possuem um radical fosforado, integrando uma cadeia
              nitrogenada. Formam a camada dupla da membrana celular. A molécula do fosfolipídio
              reage, ao mesmo tempo, com a água e com os lipídios. Isso é possível porque possui
              uma porção hidrófila (afeição a água), o fosfato, e uma porção hidrófoba (aversão a água)
              constituída pelas cadeias lipídicas. Os principais exemplos de fosfolipídios são a lecitina e
              a cefalina.(Importância Biológica).




Entupimento de uma artéria por acúmulo
de lipídeo.
                                                            Escultura à base de ceras
                                                            especiais




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                                            O PERIGO DO USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES




                                         Apesar do alerta de médicos, o consumo de esteróides anabolizantes
                                  não é raro entre atletas e freqüentadores de academias. A venda desses
                                  produtos sem receita é proibida, mas o produto é comprado facilmente. Entre
                                  os efeitos nocivos dessas substâncias estão doenças cardíacas, que levam a
morte súbita, e mau funcionamento do fígado e dos rins.
      A responsabilidade pelo consumo de anabolizantes não é só de atletas e alunos de academias. Alguns
médicos receitam essas drogas para fins estéticos ou visando ao aumento do rendimento de atletas. Nas
academias, tem aumentado muito o índice de mulheres, com mais de 30 anos, que usam esses produtos.
.
    No Brasil, as substâncias mais vendidas são o Winstrol, o Primobolan e o Anavar, com preços entre R$ 150
e R$ 300. As fórmulas em ampolas custam entre R$ 5 e R$ 10 cada. Nos Estados Unidos, os anabolizantes
são considerados drogas e o comércio ilegal está sendo investigado pelo FBI. A grande procura por
anabolizantes pode ser explicada, em parte, pela valorização do culto ao corpo.
    Os anabolizantes só devem ser indicados em casos de deficiência nutricional grave, que ocorre em pessoas
com AIDS, anemia crônica, má absorção das proteínas, câncer com metástase, deficiência de hormônios
androgênicos nos homens e em alguns casos de osteoporose. Além do risco de morte súbita e do mau
funcionamento do fígado e dos rins, os anabolizantes prejudicam o crescimento, causam hipertensão, doenças
hormonais, alteração da libido e de humor. Autópsias em atletas na faixa dos 20 anos mostraram cardiomiopatia
hipertrófica e fibrose no miocárdio.
    O primeiro e mais evidente efeito, reversível a médio prazo, é o aumento do colesterol ruim (LDL) e da taxa
de triglicerídeos. A longo prazo, pode ocorrer diminuição do colesterol bom (HDL). Esteróides contribuem ainda
para o desenvolvimento de câncer de próstata, testículos e fígado ou lesões irreversíveis no fígado. Em alguns
casos é necessário o transplante. Nas mulheres, observam-se alterações do ciclo menstrual, hipertrofia
irreversível do clitóris, mudanças na voz e nascimento de pêlos.
    Os efeitos colaterais dos anabolizantes também devem ser observados. Uma das substâncias mais
perigosas é o Clembuterol, cuja indicação nos Estados Unidos se limita ao tratamento de pacientes asmáticos.
No Brasil, o produto vem sendo usado por atletas e praticantes de musculação. Como a venda é ilegal no país,
o Clembuterol só é conseguido através de contrabando ou em algumas farmácias de manipulação. Ele aumenta
a pressão arterial e a freqüência cardíaca, causa falta de ar e tremores. Em casos graves, leva ao coma e pode
matar.
    Recentemente, um paciente de 35 anos ficou no CTI por uma semana, devido aos efeitos colaterais
causados pela ingestão de uma única cápsula de Clembuterol. O paciente disse que o produto tinha sido
recomendado por um professor de musculação. O mesmo aconteceu com uma mulher de 40 anos, que ficou 15
dias em coma.
    Além de inúmeros problemas de saúde, os esteróides interrompem abruptamente o crescimento e podem
levar um pré-adolescente a consumir outros tipos de drogas no futuro. As epífises ósseas, responsáveis pelo
crescimento, fecham precocemente, diminuindo a estatura final.
    Uma pesquisa recente, realizada com estudantes do estado de Massachusetts (EUA), revelou que 3% das
crianças com mais de 10 anos usam ilegalmente esteróides para aumentar a massa muscular e melhorar a
performance em competições esportivas. E 38% dessas crianças foram influenciadas por amigos a comprar os
anabolizantes. Estudos da Universidade de Oklahoma revelaram que um milhão de pessoas já usavam

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anabolizantes há mais de cinco anos. Outra pesquisa, do Hospital Pediátrico de New Orleans, mostra que o
consumo entre os jovens aumentou 300% nos últimos cinco anos.


Fonte: Jornal O Globo de 18/10/98
Artigo de Hélio Ventura e João Michel El-Khouri, médicos especialistas em medicina do exercício e cardiologia,
respectivamente




                                    COLESTEROL: ENTENDA COMO ELE AGE E QUANDO É UM PERIGO À
                                    NOSSA SAÚDE




                                       Um dos vilões em moda no final deste século é o colesterol. Popularizado
                                    em várias matérias jornalísticas, este elemento da nossa alimentação
                                    também tem seu valor e precisa ser entendido como age em nosso
                                    organismo. Ele é nada mais que uma gordura e pode ser recebido pelo
nosso corpo de duas maneiras, pelos alimentos de origem animal e como um produto fabricado pelo próprio
fígado.


   Sua função é fundamental para a vida. Ele age na composição da membrana que envolve todas as nossas
células, necessário para a formação dos nossos hormônios sexuais, ácidos biliares e vitamina D. Ele circula por
todo o corpo e não é solúvel no sangue. Utiliza uma proteína, a lipoproteína, para se movimentar. Depois de
fazer viagem do fígado para os tecidos o excesso deve ser eliminado.




                                             Aí Está o Problema


   O excesso ocorre se a pessoa ingere alimentos que contenham colesterol em demasia, como carnes gordas
e ovos, quando o fígado o produz demais ou o somatório dos dois. Este excesso pode se depositar nas artérias
endurecendo a parede e formando placas que gradualmente as entopem. Esse processo é conhecido, pois
pode gerar doenças como a arteriosclerose, isquemia cerebral e obstrução das veias das pernas.


   As pessoas sedentárias, obesas e que ingerem alimentos ricos em colesterol são mais propensas a ter
níveis elevados. Os homens correm mais riscos do que as mulheres, já que o organismo feminino fica menos
exposto devido à ação do hormônio estrógeno. Ele equilibra a proporção dos dois tipos de lipoproteínas que
fazem o transporte do colesterol. As altas taxas de colesterol no organismo não mandam avisos prévios. Os
sintomas só aparecem depois que as placas já se formaram. Para evitar que isto ocorra o ideal é fazer exames
periódicos para que se possa controlar o nível de colesterol no organismo.




                                              Tratamentos


   Em alguns casos apenas uma dieta específica e equilibrada, à base de alimentos que ajudam a diminuir a
dosagem de colesterol, basta para manter os níveis aceitáveis de colesterol. Exercícios físicos leves como,

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caminhadas e natação também auxiliam. Mas nem sempre é tão fácil corrigir o problema. Quando o aumento se
deve a uma produção excessiva do fígado, há necessidade de uso de medicamentos indicados pelo
endocrinologista. Cuidados preliminares podem combater este risco do excesso. Exames periódicos a partir dos
20 anos de idade, correção de hábitos alimentares e uma melhor distribuição das refeições são fundamentais.
Caso exista a necessidade de refeições fora de casa, o uso de pratos com pouca ou nenhuma gordura é o
ideal.


   Apenas um exame de sangue indica a taxa de colesterol no organismo. O nível considerado bom é de 200
mg/dl. A faixa limite é entre 200 mg e 240 mg/dl. Acima disto, o risco de ter obstruções nas artérias e problemas
cardíacos aumenta. A relação entre o risco de aterosclerose cardíaca e os níveis séricos de lipoproteínas
encontra-se bem estabelecida. Níveis elevados de colesterol total e de colesterol ruim (LDL), assim como níveis
baixos de colesterol bom (HDL), estão associados a um risco elevado. Em algumas situações, tais como
diabetes melito e níveis elevados de triglicerídeos são também um indicador do aumento do risco de doença
cardiovascular.




                                              Atenção


1. Alimentos que você pode consumir à vontade: Cereais, legumes e verduras, frutas, iogurte desnatado, aveia,
  gelatina, farinhas em geral, pão, queijo branco e outros.


2. Alimentos com moderação: Sementes oleaginosas (nozes e amendoim), óleos (soja, milho e girassol) e
  margarina.




3. Alimentos com alto risco: Carnes gordas, pele de frango, camarão, lagosta, carne de porco. miúdos
  embutidos, ovos, chocolate, leite integral, creme de leite, bacon, empanados, frituras, presunto, mortadela,
  salame, queijos amarelos e outros.




 Fonte: Manual de Terapêutica Clínica - 28a. Ed. - 1996.
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                                        1.5. PROTEINAS



        Elas constituem o componente orgânico mais abundante na célula e isso se explica
porque são as principais substâncias sólidas que formam praticamente todas as estruturas celulares.
        As proteínas são formadas pela união de várias unidades chamadas de aminoácidos,e
podem ser agrupadas em várias categorias de acordo com a sua função. De uma maneira geral, as
proteínas desempenham nos seres vivos as seguintes funções: estrutural, enzimática, hormonal,
de defesa, nutritivo, coagulação sangüínea e transporte.




    •   FUNÇÃO ESTRUTURAL OU FUNÇÃO PLÁSTICA - participam da estrutura dos tecidos.
        Plástico é uma palavra grega que pode ser traduzida como algo fácil de moldar. Por essa
        característica das proteínas é que elas entram na constituição física dos organismos.


- Colágeno: proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões.
- Actina o Miosina: proteínas contráteis, abundantes nos músculos, onde participam do mecanismo
da contração muscular.
- Queratina: proteína impermeabilizante encontrada na pele, no cabelo e nas unhas.
- Albumina: proteína mais abundante do sangue, relacionada com a regulação osmótica e com a
viscosidade do plasma (porção líquida do sangue).




    •   FUNÇÃO ENZIMÁTICA - toda enzima é uma proteína. As enzimas são fundamentais como
        moléculas reguladoras das reações biológicas.


- Lipases: enzimas que transformam os lipídios em sua unidades constituintes, como os ácidos
graxos e glicerol.




    •   FUNÇÃO HORMONAL - muitos hormônios de nosso organismo são de natureza protéica.
        Resumidamente, podemos caracterizar os hormônios como substâncias elaboradas pelas
        glândulas endócrinas e que, uma vez lançadas no sangue, vão estimular ou inibir a atividade
        de certos órgãos.


- Insulina: hormônio produzido no pâncreas e que se relaciona com e manutenção da glicemia (taxa
de glicose no sangue).




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    •   FUNÇÃO DE DEFESA - existem células no organismo capazes de "reconhecer" proteínas
        "estranhas" que são chamadas de antígenos. Na presença dos antígenos o organismo
        produz proteínas de defesa, denominados anticorpos. O anticorpo combina-se,
        quimicamente, com o antígeno, de maneira a neutralizar seu efeito. A reação antígeno-
        anticorpo é altamente específica, o que significa que um determinado anticorpo neutraliza
        apenas o antígeno responsável pela sua formação.


    •   FUNÇÃO NUTRITIVA - as proteínas servem como fontes de aminoácidos, incluindo os
        essenciais requeridos pelo homem e outros animais. Esses aminoácidos podem, ainda, ser
        oxidados como fonte de energia no mecanismo respiratório.


    •   COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA - vários são os fatores da coagulação que possuem natureza
        protéica, como por exemplo:


Fibrinogênio.
Globulina anti-hemofílica.




    •   TRANSPORTE - pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo
        transporte de oxigênio no sangue.




        O ovo é rico em albumina             As unhas são feitas de queratina




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                           COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS PROTEÍNAS


     Na composição das proteínas comuns que formam a matéria viva são comumente encontrados
cerca de 20 aminoácidos diversos. Nos animais, um aminoácido é considerado essencial quando não
pode ser sintetizado pelas células, tendo que ser absorvido através da alimentação, e natural quando
pode ser sintetizado pelas células. Nos seres humanos, o fígado é o responsável pelas reações de
síntese de aminoácidos.




     Os aminoácidos se unem entre si através de ligações químicas chamadas de ligações
peptídicas. Nesse tipo de ligação, dois aminoácidos se ligam ocorrendo a perda de uma molécula de
água. Quando ocorre perda de água na união de moléculas, dizemos que houve uma síntese por
desidratação. Síntese devido a formação de uma substância maior pela união de partículas menores
e desidratação porque ocorre a perda de água.




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                         Classificação dos Aminoácidos nos Seres Humanos



                                                 Naturais
      Essenciais
                                                 Alanina (ALA)
      Fenilalanina(FEN)
                                                 Ácido aspártico(ASP)
      Isoleucina (ILE)
                                                 Ácido glutâmico (GLU)
      Leucina (LEU)
                                                 Arginina (ARG)
      Lisina (LIS)
                                                 Asparagina (ASN)
      Metionina (MET)
                                                 Cisteína (CIS)
      Treonina (TRE)
                                                 Glutamina (GLN)
      Triptofano (TRI)
                                                 Glicina (GLI)
      Valina (VAL)
                                                 Histidina (HIS)
                                                 Prolina (PRO)
                                                 Serina (SER)
                                                 Tirosina (TIR)



       A seqüência de aminoácidos forma uma cadeia peptídica que pode conter dois (dipeptídios),
três (tripeptídios) ou mais aminoácidos. A partir de 4 aminoácidos a cadeia peptídica é chamada de
polipeptídio. Geralmente as proteínas podem conter mais de mil aminoácidos em cadeia
polipeptídica, ligados em uma seqüencia variável, ou seja, os vinte aminoácidos podem se encontrar
em quantidades diferentes e também em ordens diferentes, o que justifica o número incalculável de
proteínas diferentes na natureza. Às vezes, basta uma inversão na posição entre dois aminoácidos, a
ausência de um ou a presença de mais um, em qualquer ponto da seqüência, para que já se tenha
uma nova proteína, com propriedades diversas.




                                           TIPOS DE PROTEÍNAS


       Algumas moléculas protéicas se mostram como finos e longos filamentos que são insolúveis
em água. Essas são as proteínas fibrosas como o colágeno e a fibrina. Na maioria dos casos, a
molécula protéica é formada por cadeias enroscadas como um novelo, assumindo aspecto globular,
formando as proteínas globulares. Estas participam das estruturas celulares (na membrana
plasmática, no colóide citoplasmático, na formação dos cromossomos e genes, etc.) ou têm ação
ativadora das reações químicas (enzimas).
       As proteínas podem ser simples, sendo formadas apenas pelo encadeamento de
aminoácidos, ou podem ser proteínas complexas, em cuja composição se encontra também um
radical não protéico. São as glicoproteínas, as lipoproteínas, as cromoproteínas e as nucleoproteínas.


                            Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                               19
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                      Os glóbulos vermelhos do sangue possui
                                                               O colágeno une os tecidos, auxiliando na
                   uma proteína globular chamada de
                                                               elasticidade da pele e impedindo o
                   hemoglobina
                                                               aparecimento das rugas




        As proteínas necessitam de temperaturas e pH específicos. Alterações muito grandes na
temperatura ou no pH podem inativar ou desnaturar as proteínas, fazendo com que ela não funcione.
Ao se tornar inativa ela deixa de realizar suas funções. Algumas proteínas podem voltar ao normal se
o meio se tornar propício, outras não. Ao se desnaturar ela perde a sua forma e função
características e não mais retorna à condição inicial.




                                                      AS ENZIMAS




        Enzimas são proteínas especiais que têm ação catalisadora (facilitadoras de reações
químicas), estimulando ou desencadeando reações químicas importantíssimas para a vida, que
dificilmente se realizariam sem elas. São sempre produzidas pelas células, mas podem evidenciar
sua atividade intra ou extracelularmente. Realizada a sua ação, a enzima permanece intacta. Ela
acelera a reação, mas não participa dela. Assim, uma mesma molécula de enzima pode atuar
inúmeras vezes.


São características das enzimas:


    •   Atividade específica na relação enzima-substrato: Cada enzima só atua em uma determinada
        substância.     Os substratos são as substâncias sobre as quais agem as enzimas. Cada
        enzima atua exclusivamente sobre determinado ou determinados substratos, não tendo
        qualquer efeito sobre outros.


                              Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                    20
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    •      Intensidade de ação proporcional à temperatura: Dentro de certos limites, a intensidade de
           ação da enzima aumenta ou diminui quando a temperatura se eleva ou abaixa. O ponto ótimo
           de ação das enzimas varia de um organismo para outro. Variações muito grandes de
           temperatura levam à inativação ou desnaturação da enzima.


    •      Intensidade de ação relacionada com o pH: Algumas enzimas só agem em meio ácido, outras
           somente em meio alcalino. Mudanças no pH podem inativar ou desnaturar a enzima.




                                           OS ANTICORPOS


                                                      Outro grupo importante de proteínas são os
                                             anticorpos. Quando uma proteína estranha (antígeno)
                                             penetra em um organismo animal, ocorre a produção de
                                             uma proteína de defesa chamada anticorpo. Eles são
                                             produzidos      por   células   do   sistema   imunológico
                                             (linfócitos).
                                                      Os anticorpos são específicos; determinado
                                             anticorpo age somente contra aquele antígeno (proteína
                                             estranha) particular que induziu a sua formação. Desde
                                             que um certo antígeno tenha penetrado uma primeira vez
no organismo, provocando a fabricação de anticorpos, o organismo guarda uma “lembrança” da
proteína invasora. Ocorrendo novas invasões, o organismo se defende com os anticorpos formados.
Diz-se que o organismo ficou imunizado.


        Se a ação do antígeno for muito rápida, perigosa ou letal (mortal), a ciência recorre a vacinas
e soros.
As vacinas vão induzir o organismo a produzir anticorpos contra determinado antígeno. Elas contém o
antígeno morto ou enfraquecido, que estimula o organismo a se defender (esse processo é chamado
de imunização ativa). Os soros são diferentes das vacinas, pois contêm o anticorpo específico
(processo chamado de imunização passiva).




                             Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                               21
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                                                      1.6. VITAMINAS




                                                             São substâncias orgânicas especiais que atuam a
                                                     nível celular como desencadeadores da atividade de enzimas
                                                     (coenzimas). Elas são atuantes em quantidades mínimas na
                                                     química da célula, com função exclusivamente reguladora.


                                                             São produzidas habitualmente nas estruturas das
                                                     plantas e por alguns organismos unicelulares. Os seres mais
                                                     desenvolvidos necessitam obtê-las através da alimentação.


                    Algumas vitaminas são obtidas pelos animais na forma de provitamina, substância não ativa,
        precursora (antecessora) das vitaminas propriamente ditas. Assim acontece com a vitamina A, que é
        encontrada como provitamina A ou caroteno; e a vitamina D (calciferol), obtida de certos óleos
        vegetais na forma de ergosterol ou provitamina D. A falta de determinada vitamina no organismo
        humano causa distúrbios que caracterizam uma avitaminose (falta de vitaminas) ou doença carencial
        (carência de vitaminas). A melhor forma de se evitar as avitaminoses é consumir uma dieta rica em
        frutos, verduras, cereais, leite e derivados, ovos e carnes.


                    As vitaminas se classificam em hidrossolúveis e lipossolúveis, conforme sejam solúveis em
        água ou lipídios (óleos e gorduras).


                •   São lipossolúveis as vitaminas que são dissolvidas em lipídeos – A, D, E e K;
                •   As demais são hidrossolúveis, isto é, são dissolvidas em água.



VITAMINA                     FUNÇÃO                    SUA PRESENÇA                          FONTES

                    Atua sobre a pele, a retina    Fortalecimento de dentes,     Manteiga, leite, gema de ovo,
                    dos olhos e as mucosas;        unhas e cabelos; prevenção    fígado,   espinafre,  chicória,
Vitamina A
                    aumenta a resistência aos      de doenças respiratórias      tomate, mamão, batata, cará,
 (Retinol)
                    agentes infecciosos                                          abóbora

                    Auxilia no metabolismo dos     Alívio de dores musculares    Carne de porco, cereais integrais,
                    carboidratos; favorece a       e cólicas da menstruação;     nozes, lentilha, soja, gema de ovo
Vitamina B1         absorção de oxigênio pelo      pele saudável
 (tiamina)          cérebro; equilibra o sistema
                    nervoso e assegura o
                    crescimento normal

                    Conserva     os    tecidos,    Benefícios para a visão e     Fígado, rim, lêvedo de cerveja,
                    principalmente os do globo     diminuição do cansaço         espinafre, berinjela
Vitamina B2
                    ocular                         ocular; bom estado da pele,
(riboflavina)
                                                   unhas, cabelos e mucosas



                                       Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                 22
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                 Possibilita o metabolismo       Produção de hormônios          Lêvedo, fígado, rim, coração, ovo,
Vitamina B3
                 das gorduras e                  sexuais; auxílio no            cereais integrais
  (niacina)
                 carboidratos                    processo digestivo

                 Auxilia o metabolismo em        Prevenção da fadiga;           Fígado, rim, carnes, gema de ovo,
Vitamina B5      geral                           produção do colesterol,        brócolis, trigo integral, batata
   (ácido
pantotênico)
                                                 gorduras e glóbulos
                                                 vermelhos

                 Permite a assimilação das       Melhora de sintomas da         Carnes de boi e de porco, fígado,
                 proteínas e das gorduras        tensão pré-menstrual;          cereais integrais, batata, banana
Vitamina B6
                                                 prevenção de doenças
(Piridoxina)
                                                 nervosas e de afecções da
                                                 pele

                 Atua na formação dos            Prevenção de defeitos          Carnes, fígado, leguminosas,
Vitamina B9      glóbulos vermelhos              congênitos graves na           vegetais de folhas escuras,
(ácido fólico)                                   gravidez; prevenção do         banana, melão
                                                 câncer

 Vitamina        Colabora na formação dos        Melhora na concentração e      Fígado e rim de boi, ostra, ovo,
    B12          glóbulos vermelhos e na         memória; alívio da             peixe, aveia
(cobalamina)     síntese do ácido nucléico       irritabilidade

                 Conserva os vasos               Produção de colágeno;          Limão, laranja, abacaxi, mamão,
                 sangüíneos e os tecidos;        redução do efeito de           goiaba, caju, alface, agrião,
                 ajuda na absorção do ferro;     substâncias que causam         tomate, cenoura, pimentão, nabo,
Vitamina C       aumenta a resistência a         alergia; previne o resfriado   espinafre
   (Ácido
 ascórbico)
                 infecções; favorece a
                 cicatrização e o
                 crescimento normal dos
                 ossos

                 fixa o cálcio e o fósforo em    Prevenção da osteoporose       Óleo de fígado de peixes, leite,
                 dentes e ossos e é muito        e do raquitismo                manteiga, gema de ovo, raios de
Vitamina D
                 importante para crianças,                                      sol
 (Calciferol)
                 gestantes e mães que
                 amamentam

                 Antioxidante; favorece o        Alívio da fadiga;              Germe de trigo, nozes, carnes,
                 metabolismo muscular e          retardamento do                amendoim, óleo, gema de ovo
Vitamina E       auxilia a fertilidade           envelhecimento; prevenção
 (Tocoferol)                                     de abortos espontâneos e
                                                 cãibras nas pernas

                 Essencial para que o            Formação de determinadas       Fígado, verduras, ovo
                 organismo produza               proteínas
                 protombrina, uma
Vitamina K
                 substância indispensável
(Filoquinona)
                 para a coagulação do
                 sangue

                         Fonte: Enciclopédia Conhecer 2000, Nova Cultural, 1995




                                     Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                    23
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                                   1.7. ÁCIDOS NUCLÉICOS




        Existem dois tipos básicos de ácidos nucléicos: O ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO (DNA)
e o ÁCIDO RIBONUCLÉICO (RNA).


        Os ácidos nucléicos compõem o nosso material genético e são encontrados em todos os
seres vivos. Essa regra não vale para os vírus, que possuem apenas um tipo de ácido nucléico, ou
possuem o DNA ou RNA, nunca os dois. Os ácidos nucléicos constituem a base química da
hereditariedade.


        O ácido desoxirribonucléico (DNA) é uma molécula formada por duas cadeias na forma de
uma dupla hélice (escada em caracol). Essas cadeias são constituídas por um açúcar (desoxirribose),
um grupo fosfato e uma base nitrogenada (T-timina, A-adenina, C-citosina ou G-guanina).


        O ácido ribonucléico (RNA) é uma molécula também formada por um açúcar (ribose), um
grupo fosfato e uma base nitrogenada (U-uracila, A-adenina, C-citosina ou G-guanina). Um grupo
reunindo um açúcar, um fosfato e uma base é um "nucleotídeo".




                                           O DNA e os genes


Código genético - A informação contida no DNA, o código genético, está registrada na
seqüência de suas bases nitrogenadas na cadeia (timina sempre ligada à adenina, e citosina sempre
com guanina). O nome dessa informação contida no DNA é o gene. Podemos considerar um gene,
de um modo simplificado, como a região do cromossomo que contém o código para produzir uma
substância específica que a célula, e, portanto o organismo, precisa para viver.
        O gene é a parte funcional do DNA. No código genético humano são encontrados milhares de
genes e cada uma armazena uma informação que pode ser traduzida do DNA para a montagem de
uma molécula específica de proteína. Os genes, portanto, são seqüências especiais de centenas ou

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até milhares de pares (do tipo A-T ou C-G) que oferecem as informações básicas para a produção de
todas as proteínas que o corpo precisa produzir.
        A seqüência de base em um determinado gene indica outra seqüência, a de aminoácidos -
substâncias que constituem as proteínas. O DNA não é o fabricante direto das proteínas; para isso
ele forma um tipo específico de RNA, o RNA mensageiro, no processo chamado transcrição. O
código genético, na forma de unidades conhecidas como genes, está no DNA, no núcleo das células.
Já a "fábrica" de proteínas se localiza no citoplasma celular em estruturas específicas, os ribossomos,
para onde se dirige o RNA mensageiro. Na transcrição, apenas os genes relacionados à proteína que
se quer produzir são copiados na forma de RNA mensageiro. Cada grupo de três bases (ACC, GAG,
CGU etc.) é chamado códon e é específico para um tipo de aminoácido. Um pedaço de ácido
nucléico com cerca de mil nucleotídeos de comprimento pode, portanto, ser responsável pela síntese
de uma proteína composta de centenas de aminoácidos. Nos ribossomos, o RNA mensageiro é por
sua vez lido por moléculas de RNA transportador, responsável pelo transporte dos aminoácidos até o
local onde será montada a cadeia protéica.




                                             O papel do RNA

        O RNA é encontrado tanto no núcleo como no citoplasma, embora sua função de controle da
síntese de proteínas seja exercida exclusivamente no citoplasma. São encontrados no núcleo,
formando os nucléolos e no citoplasma, formando os ribossomos. Os RNA são formados modelando-
se em moléculas de DNA (transcrição). O RNA, formado no molde do DNA, passa ao citoplasma,
levando consigo a mensagem do DNA. No citoplasma ele vai cumprir o seu papel, determinando a
síntese de uma proteína (tradução). Essa proteína terá um papel na manifestação do caráter
hereditário condicionado pela presença daquele DNA nas células do indivíduo. Logo, o DNA tem uma
função eminentemente genética, mas que só é exercida pela atividade dos RNA, que são
sintetizadores de proteínas.




                               COMPOSIÇÃO DO ÁCIDO NUCLÉICO


        As unidades estruturais de um ácido nucléico são as mesmas, tanto numa bactéria como em
um mamífero. Todos os ácidos nucléicos são constituídos de filamentos longos nos quais se
sucedem, por polimerização, unidades chamadas nucleotídeos.




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        Cada nucleotídeo é constituído por um fosfato (P), uma pentose (ribose ou desoxirribose) e
uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila).


As bases nitrogenadas são de dois tipos: bases púricas e bases pirimídicas.


    •   As bases púricas são a adenina (A) e a guanina (G), ambas encontradas tanto no DNA
        como no RNA.
    •   As bases pirimídicas são a citosina, encontrada no DNA e no RNA; a timina (T),
        encontrada no DNA; e a uracila (U), encontrada no RNA.




    No DNA, encontramos sempre duas cadeias paralelas de nucleotídeos. No RNA, só há uma
cadeia de nucleotídeos. As cadeias de ácidos nucléicos são longas e encerram muitas centenas de
nucleotídeos. A molécula de DNA tem a forma de uma espiral dupla, assemelhando-se a uma
escada retorcida (caracol), onde os corrimões seriam formados pelos fosfatos e pentoses e cada
degrau seria uma dupla de bases ligadas às pentoses. A seqüência das bases nitrogenadas ao longo
da cadeia de polinucleotídeos pode variar, mas a outra cadeia terá de ser complementar sabendo
que Adenina se liga com Timina e que Guanina se liga com Citosina.


Se numa das cadeias tivermos:      ATCGCTGTACAT
Na cadeia complementar teremos: T A G C G A C A T G T A




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                                         2. CITOLOGIA


                                   O COMEÇO DA CITOLOGIA


       O conhecimento biológico sempre esteve ligado a uma série de métodos que se
desenvolveram, principalmente, com a Física e a química. Devemos ter sempre em mente o
paralelismo constante que existe entre as diferentes ciências, cada uma auxiliando o
desenvolvimento das demais.
       Dentro da Biologia, um típico deste paralelismo é a Citologia, que não teria surgido sem o
progresso da Física e da Química. Hoje, a imagem que se tem da célula é muito mais complexa e
diversa daquela que se tinha há 20 ou 30 anos, quando os citologistas não podiam ter certos
conhecimentos que podem adquirir hoje, pois naquela época não havia condições técnicas para tal.
A citologia de 20 anos atrás era muito mais morfológica (forma) que a atual, que com o
desenvolvimento das técnicas e dos métodos de estudo oferece possibilidades cada vez maiores de
traduzir os termos morfológicos da célula para termos fisiológicos (função), ou seja, correlacionar
forma-função como um todo.




O SURGIMENTO DO MICROSCÓPIO – UM SALTO NA BIOLOGIA!



                                         O crédito pela invenção do microscópio é dado ao holandês
                                 Zacharias Jansen, por volta do ano 1595. Como era muito jovem
                                 na época, é provável que o primeiro microscópio, com duas lentes,
                                 tenha sido desenvolvido pelo seu pai, Hans Jansen. Contudo, era
                                 Zacharias quem montava os microscópios, distribuídos para realeza
                                 européia. No início, o instrumento era considerado um brinquedo,
                                 que possibilitava a observação de pequenos objetos.




       O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios. A própria palavra
microscópio foi oficializada na época pelos membros da Academia dei Lincei, uma importante
sociedade científica. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência.
A magnificação dos objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente
novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos vivos logo estaria ao
alcance dos nossos olhos, com a ajuda dos microscópios: a célula.




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                  Modelo de microscópio italiano,
                   possivelmente utilizado por
                  volta do ano 1600. Os modelos
                  italianos eram simples e pequenos
                  A geração seguinte




                                          No final do século XVII, os microscópios sofreram uma
                                  mudança em seu desenho básico. Devido provavelmente à
                                  instabilidade do sistema lateral de sustentação, um tripé de apoio
                                  passou a ser utilizado. O primeiro esquema de microscópio com
                                  tripé foi divulgado na Alemanha em 1631. Contudo, somente em
                                  1683, o microscopista inglês John Yarwell construiu o primeiro
                                  modelo de que se tem notícia.


                                  Fonte: www.invivo.fiocruz.br




                                   HISTÓRIA DAS LENTES


       Citam os historiadores que no século XV, era moda entre os juízes esconder o olhar e
encobrir as reações que lhes produziam os relatos expressados pelos réus, advogados e promotores,
e utilizavam para isto cristais fumês. Dessa forma mantinham à margem de tornar publicas suas
expressões, o que evitava também que nas entrelinhas, os autores e réus dos juízos não pudessem
se aproveitar e acomodar os relatos de acordo com as expressões que viam no magistrado. Os
cristais fumês eram de enorme ajuda para que os juízes também pudessem manter imparcialidade
ante o júri e a deliberação deste, já que não tinham sido influenciados pelas reações do magistrado.
       E foi antes de se formularem as leis da óptica, que os chineses já dominavam a arte de
produzir lentes simples manufaturando cristais de quartzo e outros materiais, inclusive armações de
diferentes materiais. Alguns destes óculos eram para fins ornamentais e outros para fins medicinais.
       Mas sabe-se que os primeiros óculos foram fabricados pelo italiano Salvino D'Armato em
1285. Uma inscrição lapidária no sepulcro em Florença o atesta. O escrito diz: - "Aqui jaz Salvino
D'Armato de Amati de Florença. Inventor dos Óculos. Deus perdoe os seus pecados. A. D. 1317". -
Tudo isto se refere à fabricação ou construção dos óculos, pois não é menos certo que as
"propriedades ópticas das superfícies curvas de cristais" já foram conhecidas pelo mesmo Euclides,
390 a.C. e por Cláudio Ptolomeo, 127-151 d.C.
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        Séculos depois apareceu o eminente matemático árabe Alhazen (965-1038), que refutou e
emendou a teoria que desde a época de Euclides se mantinha como veraz, que consistia na crença
"que os raios visuais procediam de um ponto dentro do olho e que estes se espalhavam formando um
cone visual cuja base descansava sobre o objeto", Abu-Ali al-Hasan demonstrou o contrário,
indicando que "os raios visuais passam do objeto ao olho" e insinuou a "verdadeira conduta da luz ao
passar de um meio tênue a um meio denso". A fim de explicar e descrever o resultado de seus testes
costumava utilizar pequenos segmentos de cristal em forma oval.


        Graças à descoberta das primeiras lentes, que se produziu a lupa e o microscópio, para o
qual há ciências baseadas exclusivamente nestes descobrimentos. A medicina, a biologia, a história
natural, a química entre outras são bons exemplos.
        Posteriormente, e com destino a pesquisa científica, apareceram as lentes ou lupas e o
microscópio "simples" com dispositivos especiais e com um poder de ampliação da imagem
observada de não mais de quarenta diâmetros. Oportuno é consignar aqui que tanto os óculos como
as lupas ou lentes (antecessores do microscópio) operam como microscópios simples. Praticamente
são iguais.
        Imaginemos que sem as lentes e por sua vez sem a lupa, o microscópio, ficariam a margem
da ciência o estudo das coisas e dos seres, ou entidades sumamente pequenas, microscópicas e
impossíveis de serem estudadas pelo olho humano. Os diminutos indivíduos viventes que abundam a
milhares em uma gota de água, tem sido o assombro científico em todos os tempos.
        A comprovação experimental de que a textura de animais e plantas em última análise se
reduz a uma confederação de tecidos e estes por sua vez de células confederadas, potencialmente
capazes cada uma delas de vida independente, com uma organização e estrutura complexas; assim
como o fato comprovado de que a soma total de energias elaboradas por cada um destes
microscópicos componentes celulares, imprimem a totalidade do individuo, vegetal ou animal, o selo
específico de sua estirpe na escala correspondente, é, repetimos, coisa que maravilha e causa
sensação ao cientista.


                                                             O    microscópio        nos   dá   imagens
                                                     invertidas, ou seja que o lado direito do objeto
                                                     amplificado aparece à esquerda na imagem
                                                     óptica, e a cara superior daquele se vê na
                                                     parte inferior desta. Goza de um enorme poder
                                                     de amplificação, podendo sobrepor a vários
                                                     milhares de diâmetros. Fundamentalmente
                                                     consiste seu mecanismo na adaptação de
                                                     sistemas     de   lentes   de    aumento    (lentes
                                                     convergentes) nas extremidades de um tubo
                                                     cilíndrico enegrecido interiormente. As lentes
colocadas na parte superior do tubo se chamam oculares e as do extremo inferior, objetivas.


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        A denominação de "microscópio" foi dada por Johann Giovanni Faber (1570-1640) de
Bamberg em 1624; médico residente em Roma e a serviço do papa Urbano VI I. O vocábulo provêem
de dois vocábulos gregos: - "micros, pequeno e skopein, ver, examinar".
        Parece evidente que o microscópio "composto" foi inventado no final do ano de 1590 por
Hans (pai) e Zacarias (filho) Janssen, de Middelbourg, Holanda; principalmente por Zacarias, que
asseguram, combinava duas lentes simples convergentes: uma operava de "objetiva" e a outra de
"ocular".
        Não obstante, a paternidade do microscópio tem sido muito discutida e disputada. Temos por
exemplo que os italianos atribuem o singular invento a seu compatriota o famoso Galileu Galilei,
(1564-1642), natural de Pisa, eminente físico e matemático. Segundo testemunhos, o que Galileu fez,
fundador do método experimental e da ciência dinâmica foi, em 1609, combinar as lentes ou cristais
de aumento em um tubo de chumbo ou papelão, construído por ele mesmo, aplicando-as ao estudo
da astronomia, mas afirmam, em conhecimento já do aparato óptico inventado pelos Janssen.
        Tal aparato de Galileu, conseguiu com que aumentasse trinta vezes é considerado como o
primeiro telescópio produzido. Mas parece ainda não ser este o seu descobridor, pois sabe-se que
seu contemporâneo Hans Lippershey tinha um telescópio e que Galileu indagou sobre seus
fundamentos, e em posse destes construiu o seu, aprimorando-o. - O fato de haver construído seus
próprios    microscópios, como aconteceu com        Galileu, Fontana, Drebbel, Kircher, Hooke,
Leeuwenhoek, etc., não lhes credita obter a patente de inventores como seus biógrafos pretendem.
Pelas computações cronológicas, como veremos, o progenitor do invento sem disputa pertence aos
Janssen.




        O famoso Anton van Leeuwenhoek, considerado como o pai ou progenitor da Microscopia,
que em 1675 relatou ter descoberto “animaizinhos” na água da chuva e afirmava que "eram dez mil
vezes menores que as moscas de água" vistas por Swammerdan. Suas numerosas observações
microscópicas e descrições que delas constituem um positivo valor científico, pese a seu profundo
espírito mercantil. Leeuwenhoek biólogo, nasceu na Holanda em 1632. A princípio, construiu
microscópios por distração. Chegou a construir mais de 400 deles. O mais potente aumentava os



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objetos 275 vezes. Conseguiu descobrir os animais unicelulares. Também foi o primeiro em ver as
células vermelhas nos seres humanos e animais.
       Em 1827, Karl Ernest von Baer (1792-1876) descobriu o óvulo dos mamíferos. Em 1831,
Roberto Brown (1773-1858) observou pela primeira vez o núcleo celular das orquídeas. Em 1835,
James Paget (1814-1899) e Richard Owen (1804-1892) descrevem a traquina de um verme
nematóide parasitário que estava enquistado no tecido muscular, de preferência na carne de porco.
No mesmo ano, 1835, Agostino Bassi fala sobre "Os descobrimentos dos agentes patogênicos", e
reconheceu em um fungo a causa da enfermidade dos bichos de seda. Em 1836, Charles Caignard
da Tour (1777-1859) descobriu a importância do fungo na levedura em fermentação. E a cabeça de
todos eles, em sitial cimero da ciência biológica, figuram Mathías Jacob Schleiden (1804-1881) e
Theodor Schwann (1810-1882), que formularam e preconizaram a famosa doutrina sobre a "Teoria
Celular". Isto ocorreu nos anos de 1838 e 1839.




                                                           A Bausch & Lomb, primeira empresa óptica
                                                  americana, foi fundada em 1850 por dois amigos,
                                                  J.J. Bausch e H. Lomb. Em 1853, quando John
                                                  Jacob Bausch, alemão, abriu uma pequena ótica em
                                                  Rochester, Nova York, necessitou mais dinheiro para
                                                  manter    o   crescimento   do    negócio   e   pediu
                                                  emprestados 60 dólares para o seu amigo Henry
                                                  Lomb, a quem prometeu torna-lo sócio se o negócio
                                                  desse certo. Em 1920, a Força Aérea dos Estados
                                                  Unidos fez uma encomenda: - Produzir uma proteção
                                                  ocular para os seus pilotos de caça, que enfrentavam
sérios problemas de visibilidade. Depois de dez anos de pesquisa, apresentaram óculos com lentes
verdes, que refletiam os raios solares. Somente em 1936 a novidade foi batizada de Ray-Ban e
começou a ser vendida ao grande público.




                                                            Fonte: www.sdr.com.br



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                    ENTENDENDO O FUNCIONAMENTO DA CÉLULA.



          A célula pode ser comparada, de maneira bem simples, com uma fábrica. Através das portas
da fábrica chega o material que será usado para a fabricação de seus produtos, esse processo
requer o emprego de energia e funcionários devidamente preparados para sua função específica.
Contudo para que haja um bom funcionamento da fábrica é necessário um corpo administrativo,
responsável por organizar o trabalho de cada funcionário e pelo contato com o mundo exterior.


          Tudo isso ocorre no interior da fábrica, que é delimitada por seus muros. De maneira
semelhante encontraremos a vida celular. Delimitada por uma membrana (membrana plasmática),
responsável por separar o conteúdo interno da célula do meio externo. Dentro da fábrica, isto é, no
citoplasma celular, encontraremos as organelas (espécie de funcionários com atividades
específicas), e o núcleo, que funciona como o corpo administrativo mantendo o bom funcionamento
da célula e administrando o contato com o meio exterior. Veja abaixo um exemplo de uma célula
animal.




                                                                      MEMBRANA PLASMÁTICA


                                                                            CITOPLASMA


                                                                          NÚCLEO




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                           Conhecendo a membrana plasmática


       A membrana plasmática é uma estrutura celular de grande importância. Ela é responsável
não apenas por determinar os limites de uma célula, mas também, porque regula a entrada e saída
de substâncias da mesma.


       Basicamente a membrana plasmática é constituída de moléculas de proteína e lipídios,
segundo o modelo mais aceito hoje em dia (Modelo do Mosaico Fluido de Singer e Nicholson).
       É a membrana plasmática quem é responsável pelos processos de transporte de substâncias
(que estudaremos mais adiante). Esse controle só é possível porque a membrana plasmática possui
uma característica denominada permeabilidade seletiva.




                                               Proteínas




             Dupla camada
             de lipídios



       Nessa imagem observamos a dupla camada lipídica com moléculas de proteína anexas,
destas expande-se estruturas que lembram uma "árvore", na verdade trata-se de uma estrutura
envolvida em processos de reconhecimento de estruturas estranhas, denominado glicocálix.




                       TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA


       Muitas das substâncias (gases, íons, açúcares, etc.) dissolvidas dentro (intracelular) ou fora
(extracelular) da célula, podem atravessar a membrana celular e passar de um compartimento a
outro. Existem várias formas através das quais as diversas substâncias podem atravessar a
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membrana celular. As principais e mais bem conhecidas são: Difusão simples, osmose, difusão
facilitada e transporte ativo. O transporte de substâncias pode ou não gastar energia


   •   DIFUSÃO SIMPLES – Neste tipo de transporte a substância passa de um meio a outro (do
       intracelular para o extracelular ou do extracelular para o intracelular) simplesmente devido ao
       movimento aleatório (desordenado) e contínuo de suas partículas. As substâncias tendem a
       passar de onde tem em maior quantidade ( meio mais concentrado) para o local de menor
       concentração de partículas. Em tal meio de transporte não ocorre gasto de ATP (gasto de
       energia) e nem ajuda de carreadores.


             o     EXEMPLO: Gases como oxigênio ou
                   dióxido      de    carbono   atravessam       a
                   membrana celular com grande facilidade,
                   simplesmente se dissolvendo na matriz
                   lipídica desta membrana (oxigênio e
                   dióxido de carbono são lipossolúveis).




   •   OSMOSE – Neste tipo de transporte, a água (solvente) passa, por difusão, do local onde ela
       está em maior concentração para o local onde ela está em menor concentração. Com isso, a
       água passa para o local onde se encontra a maior concentração de solutos (substâncias
       capazes de ser dissolvidas). Nesse tipo de transporte não ocorre gasto de energia.


         o       EXEMPLO:        Se   a concentração        de
                 solutos dentro de uma hemácia (glóbulo
                 vermelho) aumenta, a água passa para
                                                                                                         Meio Hipertônico
                 o seu interior na tentativa de dissolver            Meio isotônico

                 os   solutos    encontrados    ali.   Se    a                        Meio Hipertônico
                 quantidade de solutos fora da célula for
                 maior, ocorre a passagem da água do
                 interior para o exterior da célula. O
                 equilíbrio ocorre quando a concentração
                 de solutos dentro e fora da célula for
                 igual.



                                Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                              35
Colégio Batista do Cariri – 9º ano


•   DIFUSÃO FACILITADA – Neste tipo de transporte a substância se utiliza também de seus
    movimentos aleatórios e contínuos nos líquidos corporais e passa também de um lado a outro
    da membrana celular. Porém, por ser insolúvel na membrana plasmática (não lipossolúvel) e
    de tamanho molecular grande demais para passar através dos diminutos "poros" que se
    encontram na membrana celular, a substância atravessa de um lado para o outro através de
    proteínas específicas encontrada na membrana celular. Essas proteínas formam canis que
    consegue facilitam a locomoção da substância através da membrana plasmática. Em tal
    transporte também não há gasto de ATP
    (energia).


        o   EXEMPLO:         A     glicose,   importante
            monossacarídeo, atravessa a membrana
            celular de fora para dentro da célula (do
            meio de maior concentração para o meio
            de menor concentração de glicose) ligada
            a uma proteína carreadora específica para
            glicose.



•   TRANSPORTE ATIVO – Neste tipo de transporte a substância é levada de um meio a outro
    através da membrana celular por uma proteína carreadora que é capaz, inclusive, de
    transportar esta substância contra um gradiente de concentração, de pressão ou elétrico (a
    substância pode, por exemplo, ser transportada de um meio de baixa concentração para um
    de alta concentração da mesma). Para tanto, O carreador liga-se quimicamente à substância
    a ser transportada através da
    utilização de enzima específica,
    que catalisaria (aceleraria) tal
    reação. Além disso há um
    consumo de ATP (energia) para
    transportar a substância contra
    um gradiente de concentração.



        o   EXEMPLO: Bomba de
            Sódio e Potássio -
            transporta
            constantemente, nas
            células excitáveis,
            através da membrana,




                         Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                                36
Colégio Batista do Cariri – 9º ano

                   íon sódio de dentro para fora e íon potássio de fora para dentro da célula. Ambos os
                   íons são transportados contra um gradiente de concentração, isto é, de um meio
                   menos concentrado para um mais concentrado do mesmo íon.




                     ENDOCITOSE – FORMAS DE ENTRAR NA CÉLULA


            Em algumas células ocorrem processos que permitem a entrada de partículas (sólidas ou
líquidas) do meio exterior para o meio interior da célula. Esses processos são chamados de
endocitose. A endocitose pode ocorrer de duas maneiras: por fagocitose ou por pinocitose.




FAGOCITOSE – Processo utilizado pela célula para
englobar partículas sólidas, que lhe irão servir de alimento.
A célula produz expansões da membrana plasmática
(pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam.
No interior da célula (citoplasma) a partícula fica em uma
bolsa, chamada fagossomo, onde recebe a ação de
enzimas digestivas. Ocorre a digestão e os materiais úteis
são aproveitados pela célula.
            Esse processo é utilizado por seres unicelulares, como forma de alimentação, mas também
pode ser visto em leucócitos, que defendem o nosso organismo usando-se da fagocitose para
destruir corpos estranhos.




PINOCITOSE – Processo semelhante ao da
fagocitose, pelo qual certas células ingerem
líquidos ou pequenas partículas através de
minúsculos canais que se formam em sua
membrana plasmática. Quando as bordas desse
canal se fecham, contendo o alimento em seu
interior,     forma-se   uma    bolsa   membranosa
chamada de pinossomo. Posteriormente esses
materiais são digeridos e aproveitados pela célula. No organismo humano, por exemplo, é através do
processo de pinocitose que as células do intestino delgado capturam gotículas de lipídios resultantes
da digestão.




                               Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos                              37
Colégio Batista do Cariri – 9º ano




CLASMOCITOSE – O caminho inverso também
pode ser percorrido por determinadas substâncias
que devem ser eliminadas da célula. Isto ocorre, por
exemplo, através de um processo chamado de
clasmocitose e que garante a eliminação de
resíduos celulares não digeridos. Os resíduos
envoltos em uma bolsa membranosa são levados
até a membrana plasmática, onde a bolsa se funde
a ela, eliminando seu conteúdo para o exterior da
célula.




                           Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos   38

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  • 1. Colégio Batista do Cariri – 9º ano APOSTILA DE BIOLOGIA 9º ANO FUNDAMENTAL Prof. Luis Carlos Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 1
  • 2. Colégio Batista do Cariri – 9º ano COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS SERES VIVOS Todos os seres vivos são constituídos por substâncias químicas, que além de formá-lo, ainda permite sua manutenção. Os elementos químicos que participam da composição da matéria viva estão presentes também na matéria bruta. Entretanto, nesta última, os átomos se dispõem de forma mais simples e muitas vezes não chegam a formar moléculas. É o que acontece com substâncias como o cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha). Costuma-se classificar as substâncias em dois grupos: as substâncias inorgânicas e as substâncias orgânicas. Estão incluídos no grupo dos inorgânicos a água e os sais minerais; e fazendo parte das substâncias orgânicas temos: as proteínas, vitaminas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídeos. Na natureza dos seres viventes, a água é o componente químico que entra em maior quantidade, mas as substâncias orgânicas predominam em variedade, pois é grande o número de proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e carboidratos diferentes que formam a estrutura das células e dos organismos. Sais minerais e vitaminas participam em doses pequenas, mas também desempenham papéis importantes. O estudo da composição química dos organismos tem a sua maior parte fundamentada na bioquímica celular ou citoquímica. Afinal, os seres viventes têm a sua estrutura basicamente organizada e estabelecida na célula. PERCENTUAL DE SUBSTÂNCIAS NO ORGANISMO Principais elementos : Oxigênio 65,0% Cálcio (Ca) 1,80% Carbono 18,0% Fósforo (P) 1,20% Hidrogênio 10,0% Potássio (K). 0,35% Nitrogênio 3,05 Enxofre (S) 0,25% Subtotal 96,0% Sódio (Na) 0,15% Cloro (Cl). 0,15% Magnésio (Mg) 0,05% Principais Substâncias Flúor (F). 0,007% Água 65% Ferro (Fe) 0,005% Proteínas 15% Subtotal 3,962% Lipídios 8% Outros(Zn,Br,Mn,Cu,I,Co) 0,038% Carboidratos 6% TOTAL 100,00 Sais Minerais 5% Outros 1% TOTAL 100 Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 2
  • 3. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 1. COMPOSTOS INORGÂNICOS 1.1. ÁGUA POR QUE A ÁGUA É TÃO FUNDAMENTAL? Na verdade, ela é um dos melhores solventes que existem na natureza; em outras palavras, dissolve uma infinidade de tipos de substâncias. Grande parte das substâncias dos seres vivos fica, então, dissolvida na água. Todo transporte de substâncias tanto dentro das células (meio intracelular) como fora das células (meio extracelular) dependem da água. Alimentos, gases da respiração, excretas, tudo isso se difunde nesse líquido e é por ele carregado. A excreção (eliminação) de substâncias que não são mais necessárias ao organismo e a produção de substâncias que o corpo elimina de alguma forma são formadas, em sua grande maioria, usando-se água. É a base do sangue, da linfa, dos líquidos intersticiais nos tecidos e das secreções como a lágrima, o leite e o suor. A água favorece a ocorrência de reações químicas. As moléculas nela dissolvidas ficam em constante movimento, podendo se “encontrar” e reagir quimicamente. O metabolismo depende sem dúvida da água. Em um nível de organismo, a água tem muita importância na manutenção da temperatura de animais e plantas terrestres. A água é obtida através da ingestão de alimentos sólidos ou pastosos, de líquidos e da própria água. Alguns animais nunca bebem água, eles a obtêm exclusivamente através dos alimentos. Ao fim das reações químicas de fabricação de proteínas, glicídios e lipídios, bem como ao final do processo respiratório e da fotossíntese, ocorre a formação de moléculas de água. Por isso a quantidade de água na célula é proporcional à Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 3
  • 4. Colégio Batista do Cariri – 9º ano atividade celular, ou seja, varia de acordo com o metabolismo da célula. Quanto maior for sua atividade, maior a necessidade de água. Nos tecidos muscular e nervoso, sua proporção é de 70% a 80%, enquanto que no tecido ósseo é de cerca de 25%. Além da atividade da célula ou tecido, a quantidade de água em um organismo depende também da espécie considerada. Nos cnidários (águas-vivas) a quantidade de água pode chegar a 98%, nos moluscos (polvo) é um pouco maior do que 80%, na espécie humana varia entre 60 e 70%. A proporção varia também com a idade do indivíduo. Nos embriões, a quantidade de água é maior do que nos adultos. 1.2. SAIS MINERAIS Os sais minerais são substâncias que auxiliam na regulação das atividades celulares e participam da formação de diversos componentes, sendo encontrados tanto nas células vivas quanto na natureza não-viva. Os sais também são usados como componentes de estruturas esqueléticas: neste caso são pouco solúveis em água. É o caso dos esqueletos das cascas de ovos, das carapaças de insetos e caranguejos. Eles são obtidos pela ingestão de água e junto com alimentos como frutos, cereais, leite, peixes, etc. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 4
  • 5. Colégio Batista do Cariri – 9º ano FUNÇÕES DOS SAIS MINERAIS • Têm participação nos mecanismos de regulação da quantidade de água, estimulando a saída ou a entrada de água dentro da célula. Quanto maior for a concentração de sais, maior será a quantidade de água usada para dissolvê-los, quanto menor for sua concentração, menor será sua necessidade de água. • A concentração dos sais na célula determina o grau de densidade do material intracelular em relação ao meio extracelular. IMPORTÂNCIA DOS SAIS MINERAIS • Os sais de ferro são importantes para a formação da hemoglobina. A deficiência de ferro no organismo causa um dos tipos de anemia. • Os sais de iodo têm papel relevante na ativação da glândula tireóide, cujos hormônios possuem iodo na sua fórmula. A falta de sais de iodo na alimentação ocasiona o bócio. • Os fosfatos e carbonatos de cálcio participam na sua forma cristalina da composição da substância intercelular do tecido ósseo e do tecido conjuntivo da dentina. A carência desses sais na alimentação implica no desenvolvimento anormal de ossos e dentes, determinando o raquitismo. Como íons isolados, os fosfatos e carbonatos atuam no equilíbrio do pH celular. • Os íons de sódio e potássio têm ativa participação na transmissão dos impulsos nervosos através dos neurônios. • Os íons cálcio atuam na contração das fibras musculares e no mecanismo de coagulação sangüínea. • Os íons magnésio participam da formação da molécula de clorofila, essencial para a realização da fotossíntese. • Os íons fósforo fazem parte da molécula do ATP (composto que armazena energia) e integra as moléculas de ácidos nucléicos (DNA e RNA). Os sais mais comuns na composição da matéria viva são os cloretos, os carbonatos, os fosfatos, os nitratos e os sulfatos (de sódio, de potássio, de cálcio, de magnésio e outros). ⇒ Sódio: Sua concentração na célula é sempre menor do que a externa. As membranas celulares expulsão constantemente o sódio que tende a penetrar na célula. ⇒ Potássio: Inversamente ao sódio, é mais abundante dentro das células do que fora delas. Sódio e potássio se relacionam com fenômenos de condução nervosa. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 5
  • 6. Colégio Batista do Cariri – 9º ano ⇒ Cálcio: Necessário para ação de certas enzimas, como na coagulação, por exemplo. ⇒ Magnésio: Presente na clorofila, portanto necessário ao processo de fotossíntese. ⇒ Ferro: Presente na hemoglobina, que transporta o oxigênio. Faz parte dos citocromos, substâncias importantes que participam do processo de respiração celular. TABELA DE SAIS MINERAIS Sal mineral Função Sua falta provoca Fontes Cálcio Atua na formação de Deformações ósseas; Queijo, leite, nozes, tecidos, ossos e dentes; age enfraquecimento dos uva, cereais integrais, na coagulação do sangue e dentes nabo, couve, chicória, na oxigenação dos tecidos; feijão, lentilha, combate as infecções e amendoim, castanha mantém o equilíbrio de ferro de caju no organismo Fósforo Atua na formação de ossos Maior probabilidade de Carnes, miúdos, aves, e dentes; indispensável para ocorrência de fraturas; peixes, ovo, o sistema nervoso e o músculos atrofiados; leguminosas, queijo, sistema muscular; junto com alterações nervosas; cereais integrais o cálcio e a vitamina D, raquitismo combate o raquitismo Ferro Indispensável na formação Anemia Fígado, rim, coração, do sangue; atua como gema de ovo, veiculador do oxigênio para leguminosas, todo o organismo verduras, nozes, frutas secas, azeitona Iodo Faz funcionar a glândula Bócio; obesidade, Agrião, alcachofra, tireóide; ativa o cansaço alface, alho, cebola, funcionamento cerebral; cenoura, ervilha, permite que os músculos aspargo, rabanete, armazenem oxigênio e evita tomate, peixes, frutos que a gordura se deposite do mar vegetais nos tecidos Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 6
  • 7. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Cloro Constitui os sucos gástricos É difícil haver carência e e pancreáticos cloro, pois existe em quase todos os vegetais; o excesso de cloro destrói a vitamina E e reduz a produção de iodo Potássio Atua associado ao sódio, Diminuição da atividade Azeitona verde, regularizando as batidas do muscular, inclusive a do ameixa seca, ervilha, coração e o sistema coração figo, lentilha, muscular; contribui para a espinafre, banana, formação as células laranja, tomate, carnes, vinagre de maçã, arroz integral Flúor Forma ossos e dentes; A necessidade de flúor Agrião, alho, aveia, previne dilatação das veias, é muito pequena; ele é brócolis, beterraba, cálculos da vesícula e recomendado apenas cebola, couve-flor, paralisia para gestantes para maçã, trigo integral crianças durante a formação da segunda dentição Sódio Impede o endurecimento do Cãibras e retardamento Todos os vegetais cálcio e do magnésio, o que na cicatrização de (principalmente pode formar cálculos biliares feridas salsão, cenoura, ou nefríticos; previne a agrião e cebolinha coagulação sangüínea verde), queijo, nozes, aveia Zinco Atua no controle cerebral Diminui a produção de Carnes, fígado, peixe, dos músculos; ajuda na hormônios masculinos e ovo, leguminosas, respiração dos tecidos; favorece o diabete nozes participa no metabolismo das proteínas e carboidratos Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 7
  • 8. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 1.3. CARBOIDRATOS Também conhecidos como açúcares, glucídios ou hidratos de carbono, os carboidratos são moléculas orgânicas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, são as principais substâncias produzidas nas plantas durante o processo da fotossíntese. De modo geral, são utilizados pelas células, como combustível, ou seja, fonte de energia; sendo, ainda, participadores de algumas estruturas de diversos organismos. Os carboidratos são classificados em grupos de acordo com o tamanho e a função do açúcar. 1. OS MONOSSACARÍDEOS (oses) - São os carboidratos que apresentam um número de carbono variando 3 a 7: • Trioses – três átomos de carbono na molécula de açúcar • Tetroses – quatro átomos de carbono na molécula de açúcar • Pentoses – cinco átomos de carbono na molécula de açúcar • Hexoses – seis átomos de carbono na molécula de açúcar • Heptoses – sete átomos de carbono na molécula de açúcar Os monossacarídeos que iremos destacar apresentam alto valor biológico, sendo eles: Pentoses Desoxirribose – participa da Ribose – participa da formação da molécula de formação da molécula de DNA. RNA. Hexoses Glicose – principal fonte Galactose energética. Frutose – açúcar das frutas. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 8
  • 9. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Frutose é o açúcar das frutas Desoxirribose é o açúcar que faz parte do material genético 2. OS DISSACARÍDEOS - São carboidratos formados pela união de duas moléculas de monossacarídeos. Os principais são a maltose, a sacarose e a lactose. A maltose (glicose + glicose) é um produto da quebra do amido. A sacarose (glicose + frutose) é o açúcar da cana- de-açúcar e da beterraba. A lactose (glicose + galactose) é o açúcar do leite. 3. OS POLISSACARÍDEOS - São moléculas constituídas pela união de vários monossacarídeos. Os monossacarídeos unem-se por uma reação em que ocorre saída de uma molécula de água por cada ligação química realizada (síntese por desidratação). Os polissacarídeos são moléculas enormes, às vezes ramificadas, constituídas por numerosos monossacarídeos, que são classificadas em dois grupos: Polissacarídeos de Nos animais o excesso de Já nos vegetais, o reserva – são carboidratos é armazenado sob a polissacarídeo de reserva é carboidratos de forma de um polissacarídeo conhecido como amido. E é reserva energética. chamado de glicogênio, encontrado na mandioca, principalmente nos músculos e no batatas, trigo, arroz, milho, etc. fígado. Polissacarídeos A celulose é o principal A quitina é o polissacarídeo estruturais – são componente da parede das que forma a carapaça dos os que participam células vegetais, onde serve de artrópodes (insetos, aracnídeos da constituição proteção e sustentação. e crustáceos) e forma a parede física de alguns das células dos fungos. seres vivos Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 9
  • 10. Colégio Batista do Cariri – 9º ano A quitina é um polissacarídeo A madeira é rica em celulose sendo O pão, o macarrão e outros produtos à encontrado na carapaça de fonte de matéria prima para a produção base de cereais são ricos em amido. besouros. do papel 1.4. LIPÍDEOS São substâncias muito abundantes em animais e vegetais. Compreendem os óleos, as gorduras, as ceras, os lipídeos compostos e finalmente os esteróides, que apesar de estruturalmente diferentes dos outros lipídios, ainda assim são considerados lipídios. Os lipídios são também compostos energéticos, pois, na falta de glicose, a célula os oxida para liberação de energia. Uma molécula lipídica fornece o dobro da quantidade de calorias em relação ao que oferece uma molécula glicídica. Entretanto, por ser mais fácil a oxidação de uma molécula de glicose, os lipídios só são metabolizados na falta desta. Na célula eles têm também um papel estrutural. Participam da formação da estrutura da membrana plasmática e de diversas outras. Nos animais homeotermos (temperatura corporal constante), existe uma camada adiposa sob a pele que tem a função de isolante térmico, evitando a perda excessiva de calor. Os lipídios atuam como solventes de algumas vitaminas (A, D, E, K) e outras substâncias ditas lipossolúveis, de grande importância para os organismos. Uma característica importante de todos os lipídios é a circunstância de não se dissolverem na água, sendo solúveis apenas nos chamados solventes orgânicos como o álcool, o éter, o clorofórmio e o benzeno. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 10
  • 11. Colégio Batista do Cariri – 9º ano CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS TRIGLICERÍDEOS – Compreendem as gorduras e os óleos. Possuem elevados teores energéticos e são os principais componentes lipídicos da dieta humana. Em mamíferos que vivem em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa camada subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e permite o isolamento térmico do animal em relação ao ambiente frio. As gorduras se mostram sólidas à temperatura ambiente, enquanto os óleos se apresentam líquidos. Existem gorduras animais (banha de porco) e gorduras vegetais (gordura de coco), bem como óleos animais (óleo de fígado de bacalhau) e óleos vegetais (de oliva, soja, milho, etc.). CERÍDEOS – Embora tenha valor econômico, não têm a mesma importância que as gorduras e óleos. Os cerídeos ou ceras abrangem produtos de origem animal (cerúmen do ouvido e cera de abelha) e de origem vegetal (cera de carnaúba e babaçu). Auxiliam na impermeabilização das folhas impedindo a perda excessiva de água e na proteção do organismo (cera do ouvido e da pele). ⇒ CAROTENÓIDES – São pigmentos lipídicos amarelos e vermelhos sintetizados pelas plantas, encontrados em cenoura, abóbora, tomate e mamão. O carotenóide de maior importância biológica é o beta-caroteno que origina a vitamina A (retinol), necessária ao bom funcionamento da visão. ESTERÓIDES – Os esteróides têm estrutura química bastante diferente do resto dos lipídios. São todos semelhantes à molécula do colesterol, da qual derivam. Uma parcela do colesterol precisa ser obtida pela dieta e a outra é fabricada pelo corpo, principalmente no fígado, que reúne o colesterol com triglicerídios e proteínas para formar o HDL (lipoproteína de alta densidade) e o LDL (lipoproteína de baixa densidade). Além do colesterol, temos como exemplos de esteróides os hormônios sexuais, a vitamina D e os esteróis. Além de componentes das membranas animais, os esteróides funcionam como hormônios importantes no metabolismo animal. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 11
  • 12. Colégio Batista do Cariri – 9º ano ⇒ OS FOSFOLIPÍDIOS – possuem um radical fosforado, integrando uma cadeia nitrogenada. Formam a camada dupla da membrana celular. A molécula do fosfolipídio reage, ao mesmo tempo, com a água e com os lipídios. Isso é possível porque possui uma porção hidrófila (afeição a água), o fosfato, e uma porção hidrófoba (aversão a água) constituída pelas cadeias lipídicas. Os principais exemplos de fosfolipídios são a lecitina e a cefalina.(Importância Biológica). Entupimento de uma artéria por acúmulo de lipídeo. Escultura à base de ceras especiais Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 12
  • 13. Colégio Batista do Cariri – 9º ano O PERIGO DO USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES Apesar do alerta de médicos, o consumo de esteróides anabolizantes não é raro entre atletas e freqüentadores de academias. A venda desses produtos sem receita é proibida, mas o produto é comprado facilmente. Entre os efeitos nocivos dessas substâncias estão doenças cardíacas, que levam a morte súbita, e mau funcionamento do fígado e dos rins. A responsabilidade pelo consumo de anabolizantes não é só de atletas e alunos de academias. Alguns médicos receitam essas drogas para fins estéticos ou visando ao aumento do rendimento de atletas. Nas academias, tem aumentado muito o índice de mulheres, com mais de 30 anos, que usam esses produtos. . No Brasil, as substâncias mais vendidas são o Winstrol, o Primobolan e o Anavar, com preços entre R$ 150 e R$ 300. As fórmulas em ampolas custam entre R$ 5 e R$ 10 cada. Nos Estados Unidos, os anabolizantes são considerados drogas e o comércio ilegal está sendo investigado pelo FBI. A grande procura por anabolizantes pode ser explicada, em parte, pela valorização do culto ao corpo. Os anabolizantes só devem ser indicados em casos de deficiência nutricional grave, que ocorre em pessoas com AIDS, anemia crônica, má absorção das proteínas, câncer com metástase, deficiência de hormônios androgênicos nos homens e em alguns casos de osteoporose. Além do risco de morte súbita e do mau funcionamento do fígado e dos rins, os anabolizantes prejudicam o crescimento, causam hipertensão, doenças hormonais, alteração da libido e de humor. Autópsias em atletas na faixa dos 20 anos mostraram cardiomiopatia hipertrófica e fibrose no miocárdio. O primeiro e mais evidente efeito, reversível a médio prazo, é o aumento do colesterol ruim (LDL) e da taxa de triglicerídeos. A longo prazo, pode ocorrer diminuição do colesterol bom (HDL). Esteróides contribuem ainda para o desenvolvimento de câncer de próstata, testículos e fígado ou lesões irreversíveis no fígado. Em alguns casos é necessário o transplante. Nas mulheres, observam-se alterações do ciclo menstrual, hipertrofia irreversível do clitóris, mudanças na voz e nascimento de pêlos. Os efeitos colaterais dos anabolizantes também devem ser observados. Uma das substâncias mais perigosas é o Clembuterol, cuja indicação nos Estados Unidos se limita ao tratamento de pacientes asmáticos. No Brasil, o produto vem sendo usado por atletas e praticantes de musculação. Como a venda é ilegal no país, o Clembuterol só é conseguido através de contrabando ou em algumas farmácias de manipulação. Ele aumenta a pressão arterial e a freqüência cardíaca, causa falta de ar e tremores. Em casos graves, leva ao coma e pode matar. Recentemente, um paciente de 35 anos ficou no CTI por uma semana, devido aos efeitos colaterais causados pela ingestão de uma única cápsula de Clembuterol. O paciente disse que o produto tinha sido recomendado por um professor de musculação. O mesmo aconteceu com uma mulher de 40 anos, que ficou 15 dias em coma. Além de inúmeros problemas de saúde, os esteróides interrompem abruptamente o crescimento e podem levar um pré-adolescente a consumir outros tipos de drogas no futuro. As epífises ósseas, responsáveis pelo crescimento, fecham precocemente, diminuindo a estatura final. Uma pesquisa recente, realizada com estudantes do estado de Massachusetts (EUA), revelou que 3% das crianças com mais de 10 anos usam ilegalmente esteróides para aumentar a massa muscular e melhorar a performance em competições esportivas. E 38% dessas crianças foram influenciadas por amigos a comprar os anabolizantes. Estudos da Universidade de Oklahoma revelaram que um milhão de pessoas já usavam Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 13
  • 14. Colégio Batista do Cariri – 9º ano anabolizantes há mais de cinco anos. Outra pesquisa, do Hospital Pediátrico de New Orleans, mostra que o consumo entre os jovens aumentou 300% nos últimos cinco anos. Fonte: Jornal O Globo de 18/10/98 Artigo de Hélio Ventura e João Michel El-Khouri, médicos especialistas em medicina do exercício e cardiologia, respectivamente COLESTEROL: ENTENDA COMO ELE AGE E QUANDO É UM PERIGO À NOSSA SAÚDE Um dos vilões em moda no final deste século é o colesterol. Popularizado em várias matérias jornalísticas, este elemento da nossa alimentação também tem seu valor e precisa ser entendido como age em nosso organismo. Ele é nada mais que uma gordura e pode ser recebido pelo nosso corpo de duas maneiras, pelos alimentos de origem animal e como um produto fabricado pelo próprio fígado. Sua função é fundamental para a vida. Ele age na composição da membrana que envolve todas as nossas células, necessário para a formação dos nossos hormônios sexuais, ácidos biliares e vitamina D. Ele circula por todo o corpo e não é solúvel no sangue. Utiliza uma proteína, a lipoproteína, para se movimentar. Depois de fazer viagem do fígado para os tecidos o excesso deve ser eliminado. Aí Está o Problema O excesso ocorre se a pessoa ingere alimentos que contenham colesterol em demasia, como carnes gordas e ovos, quando o fígado o produz demais ou o somatório dos dois. Este excesso pode se depositar nas artérias endurecendo a parede e formando placas que gradualmente as entopem. Esse processo é conhecido, pois pode gerar doenças como a arteriosclerose, isquemia cerebral e obstrução das veias das pernas. As pessoas sedentárias, obesas e que ingerem alimentos ricos em colesterol são mais propensas a ter níveis elevados. Os homens correm mais riscos do que as mulheres, já que o organismo feminino fica menos exposto devido à ação do hormônio estrógeno. Ele equilibra a proporção dos dois tipos de lipoproteínas que fazem o transporte do colesterol. As altas taxas de colesterol no organismo não mandam avisos prévios. Os sintomas só aparecem depois que as placas já se formaram. Para evitar que isto ocorra o ideal é fazer exames periódicos para que se possa controlar o nível de colesterol no organismo. Tratamentos Em alguns casos apenas uma dieta específica e equilibrada, à base de alimentos que ajudam a diminuir a dosagem de colesterol, basta para manter os níveis aceitáveis de colesterol. Exercícios físicos leves como, Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 14
  • 15. Colégio Batista do Cariri – 9º ano caminhadas e natação também auxiliam. Mas nem sempre é tão fácil corrigir o problema. Quando o aumento se deve a uma produção excessiva do fígado, há necessidade de uso de medicamentos indicados pelo endocrinologista. Cuidados preliminares podem combater este risco do excesso. Exames periódicos a partir dos 20 anos de idade, correção de hábitos alimentares e uma melhor distribuição das refeições são fundamentais. Caso exista a necessidade de refeições fora de casa, o uso de pratos com pouca ou nenhuma gordura é o ideal. Apenas um exame de sangue indica a taxa de colesterol no organismo. O nível considerado bom é de 200 mg/dl. A faixa limite é entre 200 mg e 240 mg/dl. Acima disto, o risco de ter obstruções nas artérias e problemas cardíacos aumenta. A relação entre o risco de aterosclerose cardíaca e os níveis séricos de lipoproteínas encontra-se bem estabelecida. Níveis elevados de colesterol total e de colesterol ruim (LDL), assim como níveis baixos de colesterol bom (HDL), estão associados a um risco elevado. Em algumas situações, tais como diabetes melito e níveis elevados de triglicerídeos são também um indicador do aumento do risco de doença cardiovascular. Atenção 1. Alimentos que você pode consumir à vontade: Cereais, legumes e verduras, frutas, iogurte desnatado, aveia, gelatina, farinhas em geral, pão, queijo branco e outros. 2. Alimentos com moderação: Sementes oleaginosas (nozes e amendoim), óleos (soja, milho e girassol) e margarina. 3. Alimentos com alto risco: Carnes gordas, pele de frango, camarão, lagosta, carne de porco. miúdos embutidos, ovos, chocolate, leite integral, creme de leite, bacon, empanados, frituras, presunto, mortadela, salame, queijos amarelos e outros. Fonte: Manual de Terapêutica Clínica - 28a. Ed. - 1996. Copyright © 2000 eHealth Latin America Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 15
  • 16. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 1.5. PROTEINAS Elas constituem o componente orgânico mais abundante na célula e isso se explica porque são as principais substâncias sólidas que formam praticamente todas as estruturas celulares. As proteínas são formadas pela união de várias unidades chamadas de aminoácidos,e podem ser agrupadas em várias categorias de acordo com a sua função. De uma maneira geral, as proteínas desempenham nos seres vivos as seguintes funções: estrutural, enzimática, hormonal, de defesa, nutritivo, coagulação sangüínea e transporte. • FUNÇÃO ESTRUTURAL OU FUNÇÃO PLÁSTICA - participam da estrutura dos tecidos. Plástico é uma palavra grega que pode ser traduzida como algo fácil de moldar. Por essa característica das proteínas é que elas entram na constituição física dos organismos. - Colágeno: proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões. - Actina o Miosina: proteínas contráteis, abundantes nos músculos, onde participam do mecanismo da contração muscular. - Queratina: proteína impermeabilizante encontrada na pele, no cabelo e nas unhas. - Albumina: proteína mais abundante do sangue, relacionada com a regulação osmótica e com a viscosidade do plasma (porção líquida do sangue). • FUNÇÃO ENZIMÁTICA - toda enzima é uma proteína. As enzimas são fundamentais como moléculas reguladoras das reações biológicas. - Lipases: enzimas que transformam os lipídios em sua unidades constituintes, como os ácidos graxos e glicerol. • FUNÇÃO HORMONAL - muitos hormônios de nosso organismo são de natureza protéica. Resumidamente, podemos caracterizar os hormônios como substâncias elaboradas pelas glândulas endócrinas e que, uma vez lançadas no sangue, vão estimular ou inibir a atividade de certos órgãos. - Insulina: hormônio produzido no pâncreas e que se relaciona com e manutenção da glicemia (taxa de glicose no sangue). Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 16
  • 17. Colégio Batista do Cariri – 9º ano • FUNÇÃO DE DEFESA - existem células no organismo capazes de "reconhecer" proteínas "estranhas" que são chamadas de antígenos. Na presença dos antígenos o organismo produz proteínas de defesa, denominados anticorpos. O anticorpo combina-se, quimicamente, com o antígeno, de maneira a neutralizar seu efeito. A reação antígeno- anticorpo é altamente específica, o que significa que um determinado anticorpo neutraliza apenas o antígeno responsável pela sua formação. • FUNÇÃO NUTRITIVA - as proteínas servem como fontes de aminoácidos, incluindo os essenciais requeridos pelo homem e outros animais. Esses aminoácidos podem, ainda, ser oxidados como fonte de energia no mecanismo respiratório. • COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA - vários são os fatores da coagulação que possuem natureza protéica, como por exemplo: Fibrinogênio. Globulina anti-hemofílica. • TRANSPORTE - pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. O ovo é rico em albumina As unhas são feitas de queratina Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 17
  • 18. Colégio Batista do Cariri – 9º ano COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS PROTEÍNAS Na composição das proteínas comuns que formam a matéria viva são comumente encontrados cerca de 20 aminoácidos diversos. Nos animais, um aminoácido é considerado essencial quando não pode ser sintetizado pelas células, tendo que ser absorvido através da alimentação, e natural quando pode ser sintetizado pelas células. Nos seres humanos, o fígado é o responsável pelas reações de síntese de aminoácidos. Os aminoácidos se unem entre si através de ligações químicas chamadas de ligações peptídicas. Nesse tipo de ligação, dois aminoácidos se ligam ocorrendo a perda de uma molécula de água. Quando ocorre perda de água na união de moléculas, dizemos que houve uma síntese por desidratação. Síntese devido a formação de uma substância maior pela união de partículas menores e desidratação porque ocorre a perda de água. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 18
  • 19. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Classificação dos Aminoácidos nos Seres Humanos Naturais Essenciais Alanina (ALA) Fenilalanina(FEN) Ácido aspártico(ASP) Isoleucina (ILE) Ácido glutâmico (GLU) Leucina (LEU) Arginina (ARG) Lisina (LIS) Asparagina (ASN) Metionina (MET) Cisteína (CIS) Treonina (TRE) Glutamina (GLN) Triptofano (TRI) Glicina (GLI) Valina (VAL) Histidina (HIS) Prolina (PRO) Serina (SER) Tirosina (TIR) A seqüência de aminoácidos forma uma cadeia peptídica que pode conter dois (dipeptídios), três (tripeptídios) ou mais aminoácidos. A partir de 4 aminoácidos a cadeia peptídica é chamada de polipeptídio. Geralmente as proteínas podem conter mais de mil aminoácidos em cadeia polipeptídica, ligados em uma seqüencia variável, ou seja, os vinte aminoácidos podem se encontrar em quantidades diferentes e também em ordens diferentes, o que justifica o número incalculável de proteínas diferentes na natureza. Às vezes, basta uma inversão na posição entre dois aminoácidos, a ausência de um ou a presença de mais um, em qualquer ponto da seqüência, para que já se tenha uma nova proteína, com propriedades diversas. TIPOS DE PROTEÍNAS Algumas moléculas protéicas se mostram como finos e longos filamentos que são insolúveis em água. Essas são as proteínas fibrosas como o colágeno e a fibrina. Na maioria dos casos, a molécula protéica é formada por cadeias enroscadas como um novelo, assumindo aspecto globular, formando as proteínas globulares. Estas participam das estruturas celulares (na membrana plasmática, no colóide citoplasmático, na formação dos cromossomos e genes, etc.) ou têm ação ativadora das reações químicas (enzimas). As proteínas podem ser simples, sendo formadas apenas pelo encadeamento de aminoácidos, ou podem ser proteínas complexas, em cuja composição se encontra também um radical não protéico. São as glicoproteínas, as lipoproteínas, as cromoproteínas e as nucleoproteínas. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 19
  • 20. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Os glóbulos vermelhos do sangue possui O colágeno une os tecidos, auxiliando na uma proteína globular chamada de elasticidade da pele e impedindo o hemoglobina aparecimento das rugas As proteínas necessitam de temperaturas e pH específicos. Alterações muito grandes na temperatura ou no pH podem inativar ou desnaturar as proteínas, fazendo com que ela não funcione. Ao se tornar inativa ela deixa de realizar suas funções. Algumas proteínas podem voltar ao normal se o meio se tornar propício, outras não. Ao se desnaturar ela perde a sua forma e função características e não mais retorna à condição inicial. AS ENZIMAS Enzimas são proteínas especiais que têm ação catalisadora (facilitadoras de reações químicas), estimulando ou desencadeando reações químicas importantíssimas para a vida, que dificilmente se realizariam sem elas. São sempre produzidas pelas células, mas podem evidenciar sua atividade intra ou extracelularmente. Realizada a sua ação, a enzima permanece intacta. Ela acelera a reação, mas não participa dela. Assim, uma mesma molécula de enzima pode atuar inúmeras vezes. São características das enzimas: • Atividade específica na relação enzima-substrato: Cada enzima só atua em uma determinada substância. Os substratos são as substâncias sobre as quais agem as enzimas. Cada enzima atua exclusivamente sobre determinado ou determinados substratos, não tendo qualquer efeito sobre outros. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 20
  • 21. Colégio Batista do Cariri – 9º ano • Intensidade de ação proporcional à temperatura: Dentro de certos limites, a intensidade de ação da enzima aumenta ou diminui quando a temperatura se eleva ou abaixa. O ponto ótimo de ação das enzimas varia de um organismo para outro. Variações muito grandes de temperatura levam à inativação ou desnaturação da enzima. • Intensidade de ação relacionada com o pH: Algumas enzimas só agem em meio ácido, outras somente em meio alcalino. Mudanças no pH podem inativar ou desnaturar a enzima. OS ANTICORPOS Outro grupo importante de proteínas são os anticorpos. Quando uma proteína estranha (antígeno) penetra em um organismo animal, ocorre a produção de uma proteína de defesa chamada anticorpo. Eles são produzidos por células do sistema imunológico (linfócitos). Os anticorpos são específicos; determinado anticorpo age somente contra aquele antígeno (proteína estranha) particular que induziu a sua formação. Desde que um certo antígeno tenha penetrado uma primeira vez no organismo, provocando a fabricação de anticorpos, o organismo guarda uma “lembrança” da proteína invasora. Ocorrendo novas invasões, o organismo se defende com os anticorpos formados. Diz-se que o organismo ficou imunizado. Se a ação do antígeno for muito rápida, perigosa ou letal (mortal), a ciência recorre a vacinas e soros. As vacinas vão induzir o organismo a produzir anticorpos contra determinado antígeno. Elas contém o antígeno morto ou enfraquecido, que estimula o organismo a se defender (esse processo é chamado de imunização ativa). Os soros são diferentes das vacinas, pois contêm o anticorpo específico (processo chamado de imunização passiva). Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 21
  • 22. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 1.6. VITAMINAS São substâncias orgânicas especiais que atuam a nível celular como desencadeadores da atividade de enzimas (coenzimas). Elas são atuantes em quantidades mínimas na química da célula, com função exclusivamente reguladora. São produzidas habitualmente nas estruturas das plantas e por alguns organismos unicelulares. Os seres mais desenvolvidos necessitam obtê-las através da alimentação. Algumas vitaminas são obtidas pelos animais na forma de provitamina, substância não ativa, precursora (antecessora) das vitaminas propriamente ditas. Assim acontece com a vitamina A, que é encontrada como provitamina A ou caroteno; e a vitamina D (calciferol), obtida de certos óleos vegetais na forma de ergosterol ou provitamina D. A falta de determinada vitamina no organismo humano causa distúrbios que caracterizam uma avitaminose (falta de vitaminas) ou doença carencial (carência de vitaminas). A melhor forma de se evitar as avitaminoses é consumir uma dieta rica em frutos, verduras, cereais, leite e derivados, ovos e carnes. As vitaminas se classificam em hidrossolúveis e lipossolúveis, conforme sejam solúveis em água ou lipídios (óleos e gorduras). • São lipossolúveis as vitaminas que são dissolvidas em lipídeos – A, D, E e K; • As demais são hidrossolúveis, isto é, são dissolvidas em água. VITAMINA FUNÇÃO SUA PRESENÇA FONTES Atua sobre a pele, a retina Fortalecimento de dentes, Manteiga, leite, gema de ovo, dos olhos e as mucosas; unhas e cabelos; prevenção fígado, espinafre, chicória, Vitamina A aumenta a resistência aos de doenças respiratórias tomate, mamão, batata, cará, (Retinol) agentes infecciosos abóbora Auxilia no metabolismo dos Alívio de dores musculares Carne de porco, cereais integrais, carboidratos; favorece a e cólicas da menstruação; nozes, lentilha, soja, gema de ovo Vitamina B1 absorção de oxigênio pelo pele saudável (tiamina) cérebro; equilibra o sistema nervoso e assegura o crescimento normal Conserva os tecidos, Benefícios para a visão e Fígado, rim, lêvedo de cerveja, principalmente os do globo diminuição do cansaço espinafre, berinjela Vitamina B2 ocular ocular; bom estado da pele, (riboflavina) unhas, cabelos e mucosas Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 22
  • 23. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Possibilita o metabolismo Produção de hormônios Lêvedo, fígado, rim, coração, ovo, Vitamina B3 das gorduras e sexuais; auxílio no cereais integrais (niacina) carboidratos processo digestivo Auxilia o metabolismo em Prevenção da fadiga; Fígado, rim, carnes, gema de ovo, Vitamina B5 geral produção do colesterol, brócolis, trigo integral, batata (ácido pantotênico) gorduras e glóbulos vermelhos Permite a assimilação das Melhora de sintomas da Carnes de boi e de porco, fígado, proteínas e das gorduras tensão pré-menstrual; cereais integrais, batata, banana Vitamina B6 prevenção de doenças (Piridoxina) nervosas e de afecções da pele Atua na formação dos Prevenção de defeitos Carnes, fígado, leguminosas, Vitamina B9 glóbulos vermelhos congênitos graves na vegetais de folhas escuras, (ácido fólico) gravidez; prevenção do banana, melão câncer Vitamina Colabora na formação dos Melhora na concentração e Fígado e rim de boi, ostra, ovo, B12 glóbulos vermelhos e na memória; alívio da peixe, aveia (cobalamina) síntese do ácido nucléico irritabilidade Conserva os vasos Produção de colágeno; Limão, laranja, abacaxi, mamão, sangüíneos e os tecidos; redução do efeito de goiaba, caju, alface, agrião, ajuda na absorção do ferro; substâncias que causam tomate, cenoura, pimentão, nabo, Vitamina C aumenta a resistência a alergia; previne o resfriado espinafre (Ácido ascórbico) infecções; favorece a cicatrização e o crescimento normal dos ossos fixa o cálcio e o fósforo em Prevenção da osteoporose Óleo de fígado de peixes, leite, dentes e ossos e é muito e do raquitismo manteiga, gema de ovo, raios de Vitamina D importante para crianças, sol (Calciferol) gestantes e mães que amamentam Antioxidante; favorece o Alívio da fadiga; Germe de trigo, nozes, carnes, metabolismo muscular e retardamento do amendoim, óleo, gema de ovo Vitamina E auxilia a fertilidade envelhecimento; prevenção (Tocoferol) de abortos espontâneos e cãibras nas pernas Essencial para que o Formação de determinadas Fígado, verduras, ovo organismo produza proteínas protombrina, uma Vitamina K substância indispensável (Filoquinona) para a coagulação do sangue Fonte: Enciclopédia Conhecer 2000, Nova Cultural, 1995 Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 23
  • 24. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 1.7. ÁCIDOS NUCLÉICOS Existem dois tipos básicos de ácidos nucléicos: O ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO (DNA) e o ÁCIDO RIBONUCLÉICO (RNA). Os ácidos nucléicos compõem o nosso material genético e são encontrados em todos os seres vivos. Essa regra não vale para os vírus, que possuem apenas um tipo de ácido nucléico, ou possuem o DNA ou RNA, nunca os dois. Os ácidos nucléicos constituem a base química da hereditariedade. O ácido desoxirribonucléico (DNA) é uma molécula formada por duas cadeias na forma de uma dupla hélice (escada em caracol). Essas cadeias são constituídas por um açúcar (desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (T-timina, A-adenina, C-citosina ou G-guanina). O ácido ribonucléico (RNA) é uma molécula também formada por um açúcar (ribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (U-uracila, A-adenina, C-citosina ou G-guanina). Um grupo reunindo um açúcar, um fosfato e uma base é um "nucleotídeo". O DNA e os genes Código genético - A informação contida no DNA, o código genético, está registrada na seqüência de suas bases nitrogenadas na cadeia (timina sempre ligada à adenina, e citosina sempre com guanina). O nome dessa informação contida no DNA é o gene. Podemos considerar um gene, de um modo simplificado, como a região do cromossomo que contém o código para produzir uma substância específica que a célula, e, portanto o organismo, precisa para viver. O gene é a parte funcional do DNA. No código genético humano são encontrados milhares de genes e cada uma armazena uma informação que pode ser traduzida do DNA para a montagem de uma molécula específica de proteína. Os genes, portanto, são seqüências especiais de centenas ou Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 24
  • 25. Colégio Batista do Cariri – 9º ano até milhares de pares (do tipo A-T ou C-G) que oferecem as informações básicas para a produção de todas as proteínas que o corpo precisa produzir. A seqüência de base em um determinado gene indica outra seqüência, a de aminoácidos - substâncias que constituem as proteínas. O DNA não é o fabricante direto das proteínas; para isso ele forma um tipo específico de RNA, o RNA mensageiro, no processo chamado transcrição. O código genético, na forma de unidades conhecidas como genes, está no DNA, no núcleo das células. Já a "fábrica" de proteínas se localiza no citoplasma celular em estruturas específicas, os ribossomos, para onde se dirige o RNA mensageiro. Na transcrição, apenas os genes relacionados à proteína que se quer produzir são copiados na forma de RNA mensageiro. Cada grupo de três bases (ACC, GAG, CGU etc.) é chamado códon e é específico para um tipo de aminoácido. Um pedaço de ácido nucléico com cerca de mil nucleotídeos de comprimento pode, portanto, ser responsável pela síntese de uma proteína composta de centenas de aminoácidos. Nos ribossomos, o RNA mensageiro é por sua vez lido por moléculas de RNA transportador, responsável pelo transporte dos aminoácidos até o local onde será montada a cadeia protéica. O papel do RNA O RNA é encontrado tanto no núcleo como no citoplasma, embora sua função de controle da síntese de proteínas seja exercida exclusivamente no citoplasma. São encontrados no núcleo, formando os nucléolos e no citoplasma, formando os ribossomos. Os RNA são formados modelando- se em moléculas de DNA (transcrição). O RNA, formado no molde do DNA, passa ao citoplasma, levando consigo a mensagem do DNA. No citoplasma ele vai cumprir o seu papel, determinando a síntese de uma proteína (tradução). Essa proteína terá um papel na manifestação do caráter hereditário condicionado pela presença daquele DNA nas células do indivíduo. Logo, o DNA tem uma função eminentemente genética, mas que só é exercida pela atividade dos RNA, que são sintetizadores de proteínas. COMPOSIÇÃO DO ÁCIDO NUCLÉICO As unidades estruturais de um ácido nucléico são as mesmas, tanto numa bactéria como em um mamífero. Todos os ácidos nucléicos são constituídos de filamentos longos nos quais se sucedem, por polimerização, unidades chamadas nucleotídeos. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 25
  • 26. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Cada nucleotídeo é constituído por um fosfato (P), uma pentose (ribose ou desoxirribose) e uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila). As bases nitrogenadas são de dois tipos: bases púricas e bases pirimídicas. • As bases púricas são a adenina (A) e a guanina (G), ambas encontradas tanto no DNA como no RNA. • As bases pirimídicas são a citosina, encontrada no DNA e no RNA; a timina (T), encontrada no DNA; e a uracila (U), encontrada no RNA. No DNA, encontramos sempre duas cadeias paralelas de nucleotídeos. No RNA, só há uma cadeia de nucleotídeos. As cadeias de ácidos nucléicos são longas e encerram muitas centenas de nucleotídeos. A molécula de DNA tem a forma de uma espiral dupla, assemelhando-se a uma escada retorcida (caracol), onde os corrimões seriam formados pelos fosfatos e pentoses e cada degrau seria uma dupla de bases ligadas às pentoses. A seqüência das bases nitrogenadas ao longo da cadeia de polinucleotídeos pode variar, mas a outra cadeia terá de ser complementar sabendo que Adenina se liga com Timina e que Guanina se liga com Citosina. Se numa das cadeias tivermos: ATCGCTGTACAT Na cadeia complementar teremos: T A G C G A C A T G T A Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 26
  • 27. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 27
  • 28. Colégio Batista do Cariri – 9º ano 2. CITOLOGIA O COMEÇO DA CITOLOGIA O conhecimento biológico sempre esteve ligado a uma série de métodos que se desenvolveram, principalmente, com a Física e a química. Devemos ter sempre em mente o paralelismo constante que existe entre as diferentes ciências, cada uma auxiliando o desenvolvimento das demais. Dentro da Biologia, um típico deste paralelismo é a Citologia, que não teria surgido sem o progresso da Física e da Química. Hoje, a imagem que se tem da célula é muito mais complexa e diversa daquela que se tinha há 20 ou 30 anos, quando os citologistas não podiam ter certos conhecimentos que podem adquirir hoje, pois naquela época não havia condições técnicas para tal. A citologia de 20 anos atrás era muito mais morfológica (forma) que a atual, que com o desenvolvimento das técnicas e dos métodos de estudo oferece possibilidades cada vez maiores de traduzir os termos morfológicos da célula para termos fisiológicos (função), ou seja, correlacionar forma-função como um todo. O SURGIMENTO DO MICROSCÓPIO – UM SALTO NA BIOLOGIA! O crédito pela invenção do microscópio é dado ao holandês Zacharias Jansen, por volta do ano 1595. Como era muito jovem na época, é provável que o primeiro microscópio, com duas lentes, tenha sido desenvolvido pelo seu pai, Hans Jansen. Contudo, era Zacharias quem montava os microscópios, distribuídos para realeza européia. No início, o instrumento era considerado um brinquedo, que possibilitava a observação de pequenos objetos. O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios. A própria palavra microscópio foi oficializada na época pelos membros da Academia dei Lincei, uma importante sociedade científica. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência. A magnificação dos objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos vivos logo estaria ao alcance dos nossos olhos, com a ajuda dos microscópios: a célula. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 28
  • 29. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Modelo de microscópio italiano, possivelmente utilizado por volta do ano 1600. Os modelos italianos eram simples e pequenos A geração seguinte No final do século XVII, os microscópios sofreram uma mudança em seu desenho básico. Devido provavelmente à instabilidade do sistema lateral de sustentação, um tripé de apoio passou a ser utilizado. O primeiro esquema de microscópio com tripé foi divulgado na Alemanha em 1631. Contudo, somente em 1683, o microscopista inglês John Yarwell construiu o primeiro modelo de que se tem notícia. Fonte: www.invivo.fiocruz.br HISTÓRIA DAS LENTES Citam os historiadores que no século XV, era moda entre os juízes esconder o olhar e encobrir as reações que lhes produziam os relatos expressados pelos réus, advogados e promotores, e utilizavam para isto cristais fumês. Dessa forma mantinham à margem de tornar publicas suas expressões, o que evitava também que nas entrelinhas, os autores e réus dos juízos não pudessem se aproveitar e acomodar os relatos de acordo com as expressões que viam no magistrado. Os cristais fumês eram de enorme ajuda para que os juízes também pudessem manter imparcialidade ante o júri e a deliberação deste, já que não tinham sido influenciados pelas reações do magistrado. E foi antes de se formularem as leis da óptica, que os chineses já dominavam a arte de produzir lentes simples manufaturando cristais de quartzo e outros materiais, inclusive armações de diferentes materiais. Alguns destes óculos eram para fins ornamentais e outros para fins medicinais. Mas sabe-se que os primeiros óculos foram fabricados pelo italiano Salvino D'Armato em 1285. Uma inscrição lapidária no sepulcro em Florença o atesta. O escrito diz: - "Aqui jaz Salvino D'Armato de Amati de Florença. Inventor dos Óculos. Deus perdoe os seus pecados. A. D. 1317". - Tudo isto se refere à fabricação ou construção dos óculos, pois não é menos certo que as "propriedades ópticas das superfícies curvas de cristais" já foram conhecidas pelo mesmo Euclides, 390 a.C. e por Cláudio Ptolomeo, 127-151 d.C. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 29
  • 30. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Séculos depois apareceu o eminente matemático árabe Alhazen (965-1038), que refutou e emendou a teoria que desde a época de Euclides se mantinha como veraz, que consistia na crença "que os raios visuais procediam de um ponto dentro do olho e que estes se espalhavam formando um cone visual cuja base descansava sobre o objeto", Abu-Ali al-Hasan demonstrou o contrário, indicando que "os raios visuais passam do objeto ao olho" e insinuou a "verdadeira conduta da luz ao passar de um meio tênue a um meio denso". A fim de explicar e descrever o resultado de seus testes costumava utilizar pequenos segmentos de cristal em forma oval. Graças à descoberta das primeiras lentes, que se produziu a lupa e o microscópio, para o qual há ciências baseadas exclusivamente nestes descobrimentos. A medicina, a biologia, a história natural, a química entre outras são bons exemplos. Posteriormente, e com destino a pesquisa científica, apareceram as lentes ou lupas e o microscópio "simples" com dispositivos especiais e com um poder de ampliação da imagem observada de não mais de quarenta diâmetros. Oportuno é consignar aqui que tanto os óculos como as lupas ou lentes (antecessores do microscópio) operam como microscópios simples. Praticamente são iguais. Imaginemos que sem as lentes e por sua vez sem a lupa, o microscópio, ficariam a margem da ciência o estudo das coisas e dos seres, ou entidades sumamente pequenas, microscópicas e impossíveis de serem estudadas pelo olho humano. Os diminutos indivíduos viventes que abundam a milhares em uma gota de água, tem sido o assombro científico em todos os tempos. A comprovação experimental de que a textura de animais e plantas em última análise se reduz a uma confederação de tecidos e estes por sua vez de células confederadas, potencialmente capazes cada uma delas de vida independente, com uma organização e estrutura complexas; assim como o fato comprovado de que a soma total de energias elaboradas por cada um destes microscópicos componentes celulares, imprimem a totalidade do individuo, vegetal ou animal, o selo específico de sua estirpe na escala correspondente, é, repetimos, coisa que maravilha e causa sensação ao cientista. O microscópio nos dá imagens invertidas, ou seja que o lado direito do objeto amplificado aparece à esquerda na imagem óptica, e a cara superior daquele se vê na parte inferior desta. Goza de um enorme poder de amplificação, podendo sobrepor a vários milhares de diâmetros. Fundamentalmente consiste seu mecanismo na adaptação de sistemas de lentes de aumento (lentes convergentes) nas extremidades de um tubo cilíndrico enegrecido interiormente. As lentes colocadas na parte superior do tubo se chamam oculares e as do extremo inferior, objetivas. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 30
  • 31. Colégio Batista do Cariri – 9º ano A denominação de "microscópio" foi dada por Johann Giovanni Faber (1570-1640) de Bamberg em 1624; médico residente em Roma e a serviço do papa Urbano VI I. O vocábulo provêem de dois vocábulos gregos: - "micros, pequeno e skopein, ver, examinar". Parece evidente que o microscópio "composto" foi inventado no final do ano de 1590 por Hans (pai) e Zacarias (filho) Janssen, de Middelbourg, Holanda; principalmente por Zacarias, que asseguram, combinava duas lentes simples convergentes: uma operava de "objetiva" e a outra de "ocular". Não obstante, a paternidade do microscópio tem sido muito discutida e disputada. Temos por exemplo que os italianos atribuem o singular invento a seu compatriota o famoso Galileu Galilei, (1564-1642), natural de Pisa, eminente físico e matemático. Segundo testemunhos, o que Galileu fez, fundador do método experimental e da ciência dinâmica foi, em 1609, combinar as lentes ou cristais de aumento em um tubo de chumbo ou papelão, construído por ele mesmo, aplicando-as ao estudo da astronomia, mas afirmam, em conhecimento já do aparato óptico inventado pelos Janssen. Tal aparato de Galileu, conseguiu com que aumentasse trinta vezes é considerado como o primeiro telescópio produzido. Mas parece ainda não ser este o seu descobridor, pois sabe-se que seu contemporâneo Hans Lippershey tinha um telescópio e que Galileu indagou sobre seus fundamentos, e em posse destes construiu o seu, aprimorando-o. - O fato de haver construído seus próprios microscópios, como aconteceu com Galileu, Fontana, Drebbel, Kircher, Hooke, Leeuwenhoek, etc., não lhes credita obter a patente de inventores como seus biógrafos pretendem. Pelas computações cronológicas, como veremos, o progenitor do invento sem disputa pertence aos Janssen. O famoso Anton van Leeuwenhoek, considerado como o pai ou progenitor da Microscopia, que em 1675 relatou ter descoberto “animaizinhos” na água da chuva e afirmava que "eram dez mil vezes menores que as moscas de água" vistas por Swammerdan. Suas numerosas observações microscópicas e descrições que delas constituem um positivo valor científico, pese a seu profundo espírito mercantil. Leeuwenhoek biólogo, nasceu na Holanda em 1632. A princípio, construiu microscópios por distração. Chegou a construir mais de 400 deles. O mais potente aumentava os Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 31
  • 32. Colégio Batista do Cariri – 9º ano objetos 275 vezes. Conseguiu descobrir os animais unicelulares. Também foi o primeiro em ver as células vermelhas nos seres humanos e animais. Em 1827, Karl Ernest von Baer (1792-1876) descobriu o óvulo dos mamíferos. Em 1831, Roberto Brown (1773-1858) observou pela primeira vez o núcleo celular das orquídeas. Em 1835, James Paget (1814-1899) e Richard Owen (1804-1892) descrevem a traquina de um verme nematóide parasitário que estava enquistado no tecido muscular, de preferência na carne de porco. No mesmo ano, 1835, Agostino Bassi fala sobre "Os descobrimentos dos agentes patogênicos", e reconheceu em um fungo a causa da enfermidade dos bichos de seda. Em 1836, Charles Caignard da Tour (1777-1859) descobriu a importância do fungo na levedura em fermentação. E a cabeça de todos eles, em sitial cimero da ciência biológica, figuram Mathías Jacob Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882), que formularam e preconizaram a famosa doutrina sobre a "Teoria Celular". Isto ocorreu nos anos de 1838 e 1839. A Bausch & Lomb, primeira empresa óptica americana, foi fundada em 1850 por dois amigos, J.J. Bausch e H. Lomb. Em 1853, quando John Jacob Bausch, alemão, abriu uma pequena ótica em Rochester, Nova York, necessitou mais dinheiro para manter o crescimento do negócio e pediu emprestados 60 dólares para o seu amigo Henry Lomb, a quem prometeu torna-lo sócio se o negócio desse certo. Em 1920, a Força Aérea dos Estados Unidos fez uma encomenda: - Produzir uma proteção ocular para os seus pilotos de caça, que enfrentavam sérios problemas de visibilidade. Depois de dez anos de pesquisa, apresentaram óculos com lentes verdes, que refletiam os raios solares. Somente em 1936 a novidade foi batizada de Ray-Ban e começou a ser vendida ao grande público. Fonte: www.sdr.com.br Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 32
  • 33. Colégio Batista do Cariri – 9º ano ENTENDENDO O FUNCIONAMENTO DA CÉLULA. A célula pode ser comparada, de maneira bem simples, com uma fábrica. Através das portas da fábrica chega o material que será usado para a fabricação de seus produtos, esse processo requer o emprego de energia e funcionários devidamente preparados para sua função específica. Contudo para que haja um bom funcionamento da fábrica é necessário um corpo administrativo, responsável por organizar o trabalho de cada funcionário e pelo contato com o mundo exterior. Tudo isso ocorre no interior da fábrica, que é delimitada por seus muros. De maneira semelhante encontraremos a vida celular. Delimitada por uma membrana (membrana plasmática), responsável por separar o conteúdo interno da célula do meio externo. Dentro da fábrica, isto é, no citoplasma celular, encontraremos as organelas (espécie de funcionários com atividades específicas), e o núcleo, que funciona como o corpo administrativo mantendo o bom funcionamento da célula e administrando o contato com o meio exterior. Veja abaixo um exemplo de uma célula animal. MEMBRANA PLASMÁTICA CITOPLASMA NÚCLEO Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 33
  • 34. Colégio Batista do Cariri – 9º ano Conhecendo a membrana plasmática A membrana plasmática é uma estrutura celular de grande importância. Ela é responsável não apenas por determinar os limites de uma célula, mas também, porque regula a entrada e saída de substâncias da mesma. Basicamente a membrana plasmática é constituída de moléculas de proteína e lipídios, segundo o modelo mais aceito hoje em dia (Modelo do Mosaico Fluido de Singer e Nicholson). É a membrana plasmática quem é responsável pelos processos de transporte de substâncias (que estudaremos mais adiante). Esse controle só é possível porque a membrana plasmática possui uma característica denominada permeabilidade seletiva. Proteínas Dupla camada de lipídios Nessa imagem observamos a dupla camada lipídica com moléculas de proteína anexas, destas expande-se estruturas que lembram uma "árvore", na verdade trata-se de uma estrutura envolvida em processos de reconhecimento de estruturas estranhas, denominado glicocálix. TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA Muitas das substâncias (gases, íons, açúcares, etc.) dissolvidas dentro (intracelular) ou fora (extracelular) da célula, podem atravessar a membrana celular e passar de um compartimento a outro. Existem várias formas através das quais as diversas substâncias podem atravessar a Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 34
  • 35. Colégio Batista do Cariri – 9º ano membrana celular. As principais e mais bem conhecidas são: Difusão simples, osmose, difusão facilitada e transporte ativo. O transporte de substâncias pode ou não gastar energia • DIFUSÃO SIMPLES – Neste tipo de transporte a substância passa de um meio a outro (do intracelular para o extracelular ou do extracelular para o intracelular) simplesmente devido ao movimento aleatório (desordenado) e contínuo de suas partículas. As substâncias tendem a passar de onde tem em maior quantidade ( meio mais concentrado) para o local de menor concentração de partículas. Em tal meio de transporte não ocorre gasto de ATP (gasto de energia) e nem ajuda de carreadores. o EXEMPLO: Gases como oxigênio ou dióxido de carbono atravessam a membrana celular com grande facilidade, simplesmente se dissolvendo na matriz lipídica desta membrana (oxigênio e dióxido de carbono são lipossolúveis). • OSMOSE – Neste tipo de transporte, a água (solvente) passa, por difusão, do local onde ela está em maior concentração para o local onde ela está em menor concentração. Com isso, a água passa para o local onde se encontra a maior concentração de solutos (substâncias capazes de ser dissolvidas). Nesse tipo de transporte não ocorre gasto de energia. o EXEMPLO: Se a concentração de solutos dentro de uma hemácia (glóbulo vermelho) aumenta, a água passa para Meio Hipertônico o seu interior na tentativa de dissolver Meio isotônico os solutos encontrados ali. Se a Meio Hipertônico quantidade de solutos fora da célula for maior, ocorre a passagem da água do interior para o exterior da célula. O equilíbrio ocorre quando a concentração de solutos dentro e fora da célula for igual. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 35
  • 36. Colégio Batista do Cariri – 9º ano • DIFUSÃO FACILITADA – Neste tipo de transporte a substância se utiliza também de seus movimentos aleatórios e contínuos nos líquidos corporais e passa também de um lado a outro da membrana celular. Porém, por ser insolúvel na membrana plasmática (não lipossolúvel) e de tamanho molecular grande demais para passar através dos diminutos "poros" que se encontram na membrana celular, a substância atravessa de um lado para o outro através de proteínas específicas encontrada na membrana celular. Essas proteínas formam canis que consegue facilitam a locomoção da substância através da membrana plasmática. Em tal transporte também não há gasto de ATP (energia). o EXEMPLO: A glicose, importante monossacarídeo, atravessa a membrana celular de fora para dentro da célula (do meio de maior concentração para o meio de menor concentração de glicose) ligada a uma proteína carreadora específica para glicose. • TRANSPORTE ATIVO – Neste tipo de transporte a substância é levada de um meio a outro através da membrana celular por uma proteína carreadora que é capaz, inclusive, de transportar esta substância contra um gradiente de concentração, de pressão ou elétrico (a substância pode, por exemplo, ser transportada de um meio de baixa concentração para um de alta concentração da mesma). Para tanto, O carreador liga-se quimicamente à substância a ser transportada através da utilização de enzima específica, que catalisaria (aceleraria) tal reação. Além disso há um consumo de ATP (energia) para transportar a substância contra um gradiente de concentração. o EXEMPLO: Bomba de Sódio e Potássio - transporta constantemente, nas células excitáveis, através da membrana, Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 36
  • 37. Colégio Batista do Cariri – 9º ano íon sódio de dentro para fora e íon potássio de fora para dentro da célula. Ambos os íons são transportados contra um gradiente de concentração, isto é, de um meio menos concentrado para um mais concentrado do mesmo íon. ENDOCITOSE – FORMAS DE ENTRAR NA CÉLULA Em algumas células ocorrem processos que permitem a entrada de partículas (sólidas ou líquidas) do meio exterior para o meio interior da célula. Esses processos são chamados de endocitose. A endocitose pode ocorrer de duas maneiras: por fagocitose ou por pinocitose. FAGOCITOSE – Processo utilizado pela célula para englobar partículas sólidas, que lhe irão servir de alimento. A célula produz expansões da membrana plasmática (pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam. No interior da célula (citoplasma) a partícula fica em uma bolsa, chamada fagossomo, onde recebe a ação de enzimas digestivas. Ocorre a digestão e os materiais úteis são aproveitados pela célula. Esse processo é utilizado por seres unicelulares, como forma de alimentação, mas também pode ser visto em leucócitos, que defendem o nosso organismo usando-se da fagocitose para destruir corpos estranhos. PINOCITOSE – Processo semelhante ao da fagocitose, pelo qual certas células ingerem líquidos ou pequenas partículas através de minúsculos canais que se formam em sua membrana plasmática. Quando as bordas desse canal se fecham, contendo o alimento em seu interior, forma-se uma bolsa membranosa chamada de pinossomo. Posteriormente esses materiais são digeridos e aproveitados pela célula. No organismo humano, por exemplo, é através do processo de pinocitose que as células do intestino delgado capturam gotículas de lipídios resultantes da digestão. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 37
  • 38. Colégio Batista do Cariri – 9º ano CLASMOCITOSE – O caminho inverso também pode ser percorrido por determinadas substâncias que devem ser eliminadas da célula. Isto ocorre, por exemplo, através de um processo chamado de clasmocitose e que garante a eliminação de resíduos celulares não digeridos. Os resíduos envoltos em uma bolsa membranosa são levados até a membrana plasmática, onde a bolsa se funde a ela, eliminando seu conteúdo para o exterior da célula. Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 38