Este documento resume o seminário sobre a obra "Vigiar e Punir" de Michel Foucault. Foucault analisa como as prisões e outras instituições modernas produzem "corpos dóceis" através de técnicas disciplinares como a vigilância. O poder é exercido através da normalização do comportamento e da coerção. A obra teve grande influência ao questionar como o poder é exercido de forma sutil na sociedade moderna.
6. Michel Foucault
Professor da cátedra de História dos
Sistemas de Pensamento no Collège de
France de 1970 a 1984.
Todo o seu trabalho foi
desenvolvido em uma arqueologia
do saber filosófico, da experiência
literária e da análise do discurso.
Seu trabalho também se
concentrou sobre a relação entre
poder e governamentalidade,
e das práticas de subjetivação.
7. Os Estados Unidos atraíram
Foucault em função do apoio à
liberdade intelectual e em função
de São Francisco, cidade onde
Foucault pode vivenciar algumas
experiências marcantes em sua
vida pessoal no que diz respeito
à sua homossexualidade.
8. "Vigiar e Punir", é um amplo
estudo sobre a disciplina na
sociedade moderna, para ele, "uma
técnica de produção de corpos
dóceis".
Foucault analisou os processos
disciplinares empregados nas
prisões, considerando-os
exemplos da imposição, às
pessoas, e padrões "normais" de
conduta estabelecida pelas
ciências sociais.
A partir desse trabalho, explicitouse a noção de que as formas de
pensamento são também relações
de poder, que implicam a coerção e
imposição.
9. Vigiar e punir (em francês: (Surveiller et
Punir: Naissance de La prison) é um livro do
filósofo francês Michel Foucault, publicado
originalmente em 1975 e visto como uma
obra que alterou o modo de pensar e fazer
política social no mundo ocidental.
É um exame dos mecanismos sociais e
teóricos que motivaram as grandes mudanças
que se produziram nos sistemas penais
ocidentais durante a era moderna.
10. Focault propõe regras ou
cautelas metodológicas
Depois de comparar diferentes
concepções, correntes de poder
mostrando sua dependente na
noção de um soberano ,define-se
o poder em Foucault como uma
relação simétrica que institui a
autoridade a obediência ,e não
como um objeto persistente em
um soberano ,que o usa para
dominar seus sutitos.
11. É dedicado à análise da vigilância e
da punição que se encontram em
várias entidades estatais (hospitais,
prisões e escolas). Foca documentos
históricos franceses, mas as questões
sobre as quais se enfoca são
relevantes para as sociedades
contemporâneas. É uma obra seminal
que teve grande influência:
intelectuais, políticos, ativistas sociais
e artistas.
12. Foucault muda a idéia habitualmente aceita de que a
prisão é uma forma humanista de cumprir pena,
assinalando seis princípios sobre os quais assenta o
novo poder de castigar:
1.Regra da quantidade mínima
2.Regra da idealidade suficiente
3.Regra dos efeitos (co)laterais
4.Regra da certeza perfeita
5.Regra da verdade comum
6.Regra da especificação ideal
13. 1.Regra da quantidade mínima
Um crime é cometido porque traz vantagens.
É preciso admitir uma proximidade da pena e
do crime.
14. 2.Regra da idealidade suficiente
Se o motivo do crime é a vantagem
que se representa com ele, a eficácia
da pena está na desvantagem que se
espera dela. A punição não precisa
utilizar o corpo, mas a representação
dele.
15. 3.Regra dos efeitos (co)laterais
A pena é fisicamente mais
cruel que a morte?
Absolutamente, dizia ele:
pois a dor da escravidão, para
o condenado, está dividida em
tantas parcelas, quantos
instantes de vida lhe restam;
pena indefinidamente divisível,
pena eleática, muito menos
severa que o castigo capital,
que logo se equipara ao
suplício.
16. 4.Regra da certeza perfeita
É preciso que, à idéia de cada crime e das
vantagens que se esperam dele, esteja associada
a idéia de um determinado castigo, com as
desvantagens precisas que dele resultam; é
preciso que, de um a outro, o laço seja
considerado necessário e nada possa rompê-lo.
Esse elemento geral de certeza que deve dar
eficácia ao sistema punitivo implica um certo
número de medidas precisas.
17. 5.Regra da verdade comum
O antigo sistema das provas legais, o uso da
tortura, a extorsão da confissão, a utilização
do suplício, do corpo e do espetáculo para a
reprodução da verdade havia, durante muito
tempo, isolado a prática penal das formas
comuns da demonstração: as meias-provas
faziam meias-verdades e meios-culpados,
frases arrancadas pelo sofrimento tinham valor
de autentificação, uma presunção acarretava
um grau de pena.
18. 6.Regra da especificação ideal
Para que a semiótica penal
recubra bem todo o campo
das ilegalidades que se quer
reduzir, todas as infrações
têm que ser qualificadas;
têm que ser classificadas e
reunidas em espécie que
não deixem escapar
nenhuma ilegalidade.
19. Foucault
Foucault é amplamente conhecido pelas
suas críticas às instituições sociais,
especialmente à psiquiatria, à medicina e às
prisões.
20. Michel Foucault: Doença Mental e
Personalidade / Doença Mental e Psicologia
A punição e a vigilância são
poderes destinados a educar
(adestrar) as pessoas para que
essas cumpram normas, leis e
exercícios de acordo com a
vontade de quem detêm o poder.
21. Ele aplica na exclusão a técnica do
quadriculamento disciplinar.
O modelo da disciplina é um aperfeiçoamento
do modelo de exclusão, sendo seu substituto.
O principal objetivo desta “máquina” é fazer
com que o detento tenha total consciência de
que pode estar sendo vigiado a qualquer
momento, pois desta forma ele não irá infringir
nenhuma norma dentro da prisão que se
encontra, pois sabe que tem alguém o vigiando
e que será punido se faltar com a ordem.
22. Nesta nova sociedade, sociedade
disciplinar, o Estado não tem mais o
direito de morte, pelo contrário, ele deve
proporcionar a vida para os seres
humanos.
Há o medo da punição, mas não da
morte, o medo de ser castigado por quem
o vigia. Neste modelo o poder se torna
independente
23. EDUCAÇÃO E PARADIGMAS DE ÉPOCA
Foucault discorre sobre disciplina e
obediência, enfatizando diferentes tipos de
organização para alcançar os melhores
resultados.
Ele compara, no tempo, as metodologias
educativas prevalecentes nos séculos
XVII e XVIII.Foucault examina quatro
segmentos diferentes, que são estudados
“nos mínimos detalhes”, como ele mesmo
ressalta.
25. Ao começar pela formação dos soldados e dos
exércitos, Foucault observa que a formação física
do homem desempenha uma função muito
importante. O soldado é selecionado e treinado
para ter uma postura inflexível e atlética, ereta,
cabeça erguida e peito saliente, de modo a
infundir a idéia de um ser bem produzido, forte e
capaz.
26. Este modelo de educação militar,
arbitrária e autoritária e que
prepara os homens para a
"guerra", foi, portanto, copiado e
transferido para diversas outras
instituições sociais, tais como: a
escola, a Igreja, a fábrica, a
família, etc.
27. Foucault procura demonstrar imparcialidade
em relação ao que descreve,seus textos
podem ser analisados atualmente, como
uma severa crítica à utilização
indiscriminada da educação como mero
instrumento de reprodução de condições
sociais, políticas, econômicas, culturais e
organizacionais, que visam à geração de um
estado cego e total de controle entre os
membros da mesma, objetivando, com isto,
a sua sobrevivência e perpetuação, seja ela
boa, justa, humana - ou não
28. “Os Corpos Dóceis”, significando o tipo
de organização que, através de sua
estrutura disciplinar, transforma - não
só o indivíduo como a coletividade – em
elementos que, forjados na rigidez
disciplinar, tornam-se dóceis e
prontamente obedientes ao
comando, dentro de uma sociedade
extremamente autoritária, controladora
e claramente hierarquizada.
29. Quanto ao ato de educar, infinitas possibilidades
teóricas e metodológicas que, com o acúmulo das
experiências educativas, encontra-se, hoje, à
disposição dos educadores – possibilidades estas
que, por sua vez, são utilizadas de diferentes
maneiras, caracterizando, assim, diferentes contextos
de época e gerando, conseqüentemente, através do
tempo, diferentes tipos de homem e sociedades, tudo
está em permanente transformação, sendo impossível
se mergulhar no mesmo rio duas vezes.
Portanto, generalizando a teoria da plasticidade
educativa, o que é bom para uma sociedade em
determinado estágio de sua evolução, pode
representar a sua ruína se aplicada em outros
contextos de época.
30. Para sobreviver, precisava educar aquele tipo
específico de homem.
Por outro lado, esta mesma educação descrita por Foucault - mostrar-se
inadequada para a época atual, e seria
profundamente criticada por todos os
educadores modernos, pois o material
humano que precisamos gerar – a fim de
manter as sociedades de hoje – apresenta,
com certeza, características opostas em
relação àquele capaz de manter as
sociedades geridas pelas gerações
passadas.
31. Meu objeto de estudo! Criminalidade e
delinqüência em confronto com a
repressão e a punição...
Foucault desvenda a
relação entre as
práticas discursivas
e os poderes que as
permeiam.
O anormal é
um monstro
cotidiano, um
monstro
banalizado.
32. “Todo sistema de educação é uma
maneira política de manter ou de
modificar a apropriação dos
discursos, com os saberes e os
poderes que eles trazem consigo”.
33. “Devemos não
somente nos defender,
mas também nos
afirmar, e nos afirmar
não somente enquanto
identidades, mas
enquanto força
criativa”
34. O poder que se chama “disciplina”
O poder em termos negativos:
ELE
Exclui
Reprime
Recalca
Cesura
Abstrai
Mascara
Esconde