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NORMA REGULADORA RURAL 4 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL - EPI 154.000-9)

4.1. Considera-se EPI, para os fins de aplicação desta Norma, todo dispositivo de uso
individual destinado a preservar e proteger a integridade física do trabalhador.
4.2. O empregador rural é obrigado a fornecer, gratuitamente, EPI adequados ao risco e
em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não
oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças
profissionais; (154.001-7 / I2)
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (154.002-5 /
I2)
c) para atender a situações de emergência. (154.003-3 / I2)
4.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade, o empregador rural deve fornecer aos
trabalhadores os seguintes EPI:
I - Proteção da cabeça:
a) capacete de segurança contra impactos provenientes de queda ou projeção de objetos;
b) chapéu de palha de abas largas e cor clara para proteção contra o sol, chuva, salpicos,
etc.;
c) protetores de cabeça impermeáveis e resistentes nos trabalhos com produtos químicos.
II - Proteção dos olhos e da face:
a) protetores faciais destinados à proteção contra lesões ocasionadas por partículas,
respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos provenientes do
impacto de partículas, ou de objetos pontiagudos ou cortantes;
c) óculos de segurança contra respingos para trabalhos que possam causar irritação e
outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;
d) óculos de segurança contra poeira e pólen.
III - Proteção auditiva
Protetores auriculares nas atividades em que o ruído seja excessivo.
IV - Proteção das vias respiratórias:
a) respiradores com filtros mecânicos para trabalhos que impliquem produção de poeiras;
b) respiradores e máscaras de filtro químico, para trabalhos com produtos químicos;
c) respiradores e máscaras de filtros combinados (químicos e mecânicos) para atividades
em que haja emanação de gases e poeiras tóxicas;
d) aparelhos de isolamento, autônomos ou de adução de ar para locais de trabalho onde
o teor de oxigênio (O2) seja inferior a 18% (dezoito por cento) em volume.
V - Proteção dos membros superiores
Luvas e/ou mangas de proteção nas atividades em que haja perigo de lesões provocadas
por:
a) materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
b) produtos químicos tóxicos, alergênicos, corrosivos, cáusticos, solventes orgânicos e
derivados de petróleo;
c) materiais ou objetos aquecidos;
d) operações com equipamentos elétricos;
e) tratos com animais, suas vísceras e detritos e na possibilidade de transmissão de
doenças decorrentes de produtos infecciosos ou parasitários;
f) picadas de animais peçonhentos.
VI - Proteção dos membros inferiores:
a) botas impermeáveis e com estrias no solado para trabalhos em terrenos úmidos,
lamacentos, encharcados ou com dejetos de animais;
b) botas com biqueira reforçada para trabalhos em que haja perigo de queda de materiais,
objetos pesados e pisões de animais;
c) botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presença de animais
peçonhentos;
d) perneiras em atividades onde haja perigo de lesões provocadas por materiais ou
objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes;
e) calçados impermeáveis e resistentes em trabalhos com produtos químicos;
f) calçados de couro para as demais atividades.
VII - Proteção do tronco
Aventais, jaquetas, capas e outros para proteção nos trabalhos em que haja perigo de
lesões provocadas por:
a) riscos de origem térmica;
b) riscos de origem mecânica;
c) riscos de origem meteorológica;
d) produtos químicos.
VIII - Proteção contra quedas com diferença de nível
Cintas e correias de segurança.
4.4. Os EPI e roupas utilizados em tarefas onde se empregam substâncias tóxicas ou
perigosas serão rigorosamente higienizados e mantidos em locais apropriados, onde não
possam contaminar a roupa de uso comum do trabalhador e seus familiares. (154.0041/I2)
4.5. Compete ao empregador rural, e cabe a ele exigir de seus subcontratantes de mãode-obra, quanto aos EPI:
a) instrução e conscientização do trabalhador quanto ao uso adequado; (154.005-0 / I2)
b) substituição imediata do equipamento danificado ou extraviado; (154.006-8 / I2)
c) responsabilização pela manutenção e esterilização. (154.007-6 / I2)
4.6. Compete ao trabalhador:
a) usar obrigatoriamente os EPI indicados para a finalidade a que se destinarem;
b) responsabilizar-se pela danificação dos EPI, ocasionada pelo uso inadequado ou fora
das atividades a que se destinam, bem como pelo seu extravio.
4.7. Compete aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho:
a) orientar os empregadores e trabalhadores rurais quanto ao uso dos EPI, quando
solicitados ou em inspeção de rotina;
b) fiscalizar o uso adequado e qualidade dos EPI.
4.8. O Ministério do Trabalho poderá determinar o uso de outros EPI, quando julgar
necessário.
RESUMINDO:
Relaciona-se os equipamentos de proteção individual (EPIs), equipamentos de
proteção coletiva (EPCs) e instrumentos mais usados no Brasil para prevenir os acidentes
nesses locais. Confira a relação:
EPIs:
1. Capacete com jugular
2. Luvas (PVC ou raspa)
3. Trava-quedas e acessórios
4. Botas de segurança
5. Óculos de segurança

EPCs:
1. Ventilador/insuflador de ar
2. Rádio para comunicação
3. Tripé
4. Detector de gases e/ou poeiras
5. Lanternas apropriadas
6. Sistema autônomo com peça facial
Instrumentação:
1. Detector de gases
2. Cromatógrafo
3. Explosímetro
INTOXICAÇÃO POR GASES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS.
Os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da
produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua
dimensão e complexidade, podem ser fonte de vários e graves acidentes do trabalho. Por
serem os silos locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, são conhecidos
como espaços confinados e são objeto da NR33 - Espaços Confinados, da NBR 14.787
da ABNT e de alguns itens da NR 18 - Construção Civil do MTE. A Revista Proteção
(N.181, janeiro de 2007, p.63) apresenta um excelente artigo de Ary de Sá (Eng.de Seg. e
especialista em ventilação industrial e controle de riscos ambientais com poeiras
explosiva) intitulado Efeito devastador, sobre explosões em locais onde existe muita
poeira acumulada.
Essas explosões ocorrem freqüentemente em instalações agrícolas ou
industriais onde são processados:
a) farinhas = de trigo, milho, soja, cereais, etc.; e
b) particulados = acúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio,
eletrometal (ligas), etc.
O milho é considerado um dos grãos mais voláteis e perigosos, embora toda poeira de
grãos possa ser tida como MUITO PERIGOSA. Na Agricultura, existem ainda os
chamados espaços confinados móveis: os tanques que são levados para o campo, onde
são armazenados os agrotóxicos usados na lavoura; e os caminhões-tanque
transportadores de combustível ou de água (carros-pipa).
Exemplos de espaços confinados que podem ser encontrados nas diversas
atividades ligadas à agroindústria são: tonéis (de vinho/aguardente, p.ex.), reatores,
colunas de destilação, vasos, cubas, tinas, misturadores, secadores, moinhos, depósitos
e outros.
Um espaço confinado apresenta sérios riscos com danos à saúde, sequelas e
morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e mecânicos e são uma triste
realidade no Brasil inteiro.
Vejamos alguns dos riscos dos acidentes em Silos e Armazéns agrícolas:
1 - explosões;
2 - problemas ergonômicos;
3 - lesões do trato respiratório (poeiras) e do globo ocular;
4 - riscos físicos (ruído, iluminação, umidade, vibrações, etc.); e
5 - acidentes em geral (quedas, sufocamento, etc.).
RISCOS DE EXPLOSÕES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS

As indústrias que processam produtos alimentícios e as unidades
armazenadoras de grãos, apresentam alto potencial de risco de incêndios e explosões,
pois o trabalho nessas unidades consiste basicamente em receber os produtos,
armazenar, transportar e descarregar. O processo inicia com a chegada dos caminhões
graneleiros e ao descarregar seu produto nas moegas, produzem uma enorme núvem de
poeira, em condições e concentrações propícias a uma explosão.

O acumulo de poeiras no local de trabalho, depositada nos pisos, elevadores,
túneis e transportadores, apresentam um risco de incêndio muito grande. Isso ocorre
quando, uma superfície de poeira de grãos é aquecida até o ponto de liberação de gases
de combustão que, com o auxílio de uma fonte de ignição com energia, dá início ao
incêndio. Além disso, a decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis; se a
umidade do grão for superior a 20%, poderá gerar metanol, propanol ou butanol. Os
gases metano e etano, também produzidos pela decomposição de grãos, são igualmente
inflamáveis e podem gerar explosões.
A poeira depositada ao longo do tempo, quando agitada ou colocada em
suspensão e na presença de uma chama, poderá explodir, causando vibrações
subsequentes pela onda de choque; isto fará com que mais pó depositado no ambiente
entre em suspensão e mais explosões aconteçam. Cada qual mais devastadora que a
anterior, causando prejuizos irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo e
o pior, vidas humanas são ceifadas ou ficam permanentemente incapacitadas para o
trabalho.
Nos Estados Unidos, que estudam as explosões de poeira de grãos há mais
tempo, recomenda-se que a concentração máxima de poeira de grãos no ambiente de
trabalho seja de 4 g/m3 de ar. A faixa mais perigosa para gerar uma explosão, varia entre
20 e 4.000 g/m3 de ar. Se uma lâmpada de bulbo (incandescente) de 25 watts pode ser
vista a 2 m de distância num ambiente empoeirado, isso significa que a concentração de
poeira é inferior a 40 g/m3 de armas, mesmo assim, dentro do limite da explosividade. Foi
criado nos Estados Unidos um equipamento experimental para testar poeiras explosivas,
com sensores diversos que permitem conhecer as características destas poeiras.

Para o trabalho em espaços confinados, existem pequenos aparelhos (como o
da foto ao lado) que indicam a concentração de gases perigosos no interior dos silos (e
demais espaços confinados), que dão segurança ao operário que vai adentrar esse
recinto.
Há umas poucas REGRAS BÁSICAS a observar para ver se uma determinada
poeira apresenta RISCO DE EXPLOSÃO:
> a poeira deve ser combustível;
> ela deve ser capaz de permanecer em suspensão no ar;
> deve ter um arranjo e tamanho passível de propagar a chama;
> a concentração da poeira deve estar dentro da faixa explosiva;
> uma fonte de ignição com energia suficiente deve estar presente; e
> a atmosfera deve conter oxigênio suficiente para suportar e sustentar a combustão.

Se todas essas condições estiverem presentes, pode ocorrer explosão. A
melhor maneira de evitá-la é anular a maior parte dessas pré-condições.
PARÂMETROS CRÍTICOS PARA A EXPLOSÃO DE POEIRAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.

tamanho da partícula: < 0,1 mm;
concentração da poeira: 40 a 4.000 g/m3;
teor de umidade do grão: <11 %;
índice de oxigênio no ar: > 12%;
energia de ignição: > 10 a 100 mJ (mega Joule); e
temperatura de ignição: 410 a 600oC.

Outras temperaturas de ignição da nuvem, adotadas nos EUA (NFPA,
Revista Proteção N.181) para poeiras agrícolas, em graus centígrados (ºoC) são:
> açúcar em pó = 400
> amido de milho = 350
> arroz = 450
> cacau 19% gordura = 240
> café instantâneo = 350
> café torrado = 270
> canela = 230
> casca de amêndoa = 210
> casca de amendoim = 210
> casca de arroz = 220
> casca de coco = 220
> casca de noz de cacau = 370
> casca de semente de pêssego = 210
> casca de noz preta = 220
> celoluse = 270; e
> celulose alfa = 300
Para diminuir o risco de explosões, deve-se:
1 - proceder à limpeza frequente do local;
2 - evitar fontes de ignição (solda, fumo, etc.);
3 - manutenção periódica dos equipamentos;
4 - peças girantes devem trabalhar sem pó;
5 - instalar bom sistema de aterramento (eletricidade estática);
6 -nunca varrer o armazém; usar o aspirador de pó;
7 - equipar elevadores, balanças e coletores de alívios contra pressões;
8 - usar sistemas corta-fogo em dutos de transporte, e outros;
9 - cuidados com ventiladores e peças girantes (faíscas); e
10 - manter umidade do local => 50% (ambiente sêco é explosivo).
Recomenda-se, sempre que possível, a VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA,
que é a solução ideal. Ela tem como objetivo principal a proteção da saúde do
trabalhador, uma vez que capta os poluentes da fonte, antes que os mesmos se
dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração
do trabalhador. Os sistemas de controle de particulados para a atmosfera, são compostos
basicamente de:
> captores no ponto de entrada ou de captação;
> dutos para o transporte do produto granulado;
> ventiladores industriais para mover os gases; e
> equipamentos de coleta de poeiras (filtros, ciclones, lavadores e outros).

Alguns fumigantes contêm produtos inflamáveis: dissulfeto de carbono,
dicloreto de etileno, fosfina e outros.
Fumigantes e pesticidas são um risco habitual para os trabalhadores das
unidades armazenadoras de grãos. Normalmente implicam na exposição ao tetracloreto
de carbono, dissulfeto de carbono, dibrometano, fosfeto de alumínio e dióxido de enxofre,
todos potencialmente perigosos. A foto acima mostra o EPI (máscara) indicado para
gases.
A maior parte dos acidentes ocorre nas regiões em que a umidade relativa do
ar atinge valores inferiores a 50%, e onde se armazenam produtos de risco como: trigo,
milho e soja, ricos em óleos inflamáveis.

PROBLEMAS ERGONÔMICOS
Os problemas ergonômicos, normalmente, estão associados às reduzidas
dimensões do acesso ao espaço confinado (exigindo contorsões do corpo, o uso das
mãos e dificultando o resgate em caso de acidente) e ao transporte de grãos ensacados.
São eles:
1.
2.
3.
4.
5.

portinhola de acesso;
agressões à coluna vertebral;
lombalgias;
torções; e
esmagamento de discos da vértebra.
A figura ao lado mostra um operário entrando num espaço confinado. A seção
transversal, normalmente, é circular mas a da foto é quadrada. Observe que ele leva,
pendurado no pescoço, um instrumento para verificar a existência e a concentração de
gases perigosos no interior do recinto. O aparelhinho é mostrado em detalhes, à direita.
Porta, também, o indispensável capacete e luvas.
A figura esquemática abaixo mostra a forma errada (ou não ergonômica) de
levantar peso, à esquerda e a forma correta, à direita.

Da mesma forma, para transportar sacos...

Problemas com os pulmões e os olhos
Alguns grãos armazenados, como o arroz em casca, desprendem uma poeira
que pode causar lesão aos olhos ou dificuldades respiratórias.
A soja, por ser uma planta de porte baixo, ao ser colhida com colheitadeira,
leva consigo muita terra. Assim, ao ser armazenada, ao movimentar-se, desprende essa
poeira, que pode provocar uma doença terrivel chamada silicose ou o empedramento dos
pulmões.
Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI's recomendados são:
a) máscaras contra poeiras; e
b) óculos de segurança.
Riscos físicos (ruídos, iluminação, etc.)
Além dos riscos físicos já relacionados anteriormente, juntam-se: a falta de
aterramento de motores, o uso de lâmpadas inadequadas e a temível eletricidade
estática.
Os EPI's recomendados são:
a) protetores auriculares;
b) óculos ray-ban (para raios ultravioletas) nas fornalhas à lenha; e
c) capacete de segurança.
Acidentes em geral

Vários tipos de acidente podem acontecer com os trabalhadores de silos e
armazéns. Nos silos grandes, como o do croqui abaixo, quando o operário entrar sozinho
no seu interior e tentar andar sem o cinto de segurança sobre a superfície dos grãos,
aparentemente firmes. Na figura ao lado, pode-se ver o que restou de uma bateria de
silos de concreto, após uma explosão em cadeia, que causou prejuizos de monta ao
patrimônio.
O interior de um silo é um ambiente hostil. Há necessidade que a pessoa
designada para executar qualquer tarefa em seu interior esteja devidamente treinada,
orientada quanto aos riscos de acidentes e com boa saúde. Antes de entrar num silo para
executar qualquer tarefa, recomenda-se que:
1.
2.
3.
4.

O operário nunca entre sozinho num silo;
Use equipamento de descida (como o da foto menor ao lado);
Tenha permissão prévia do seu superior;
Verifique se há gases e poeiras perigosas;

Sempre que houver necessidade, pode-se lançar mão de aparelhos de
comunicação, como o da foto, seja para transmitir orientações por alguém que esteja do
lado de fora do silo, como quando obstáculos físicos impeçam a sinalização visual entre
parceiros.

Nos casos em que foi constatado previamente (pelo detector de gases
mostrado acima) que a atmosfera no interior do silo está pobre em oxigênio, pode-se
utilizar o equipamento portátil ao lado, fabricado para esse fim.

Em casos extremos, pode ser utilizado um equipamento externo que
fornecesse oxigênio, através da ventilação forçada, com a mangueira que aparece na
imagem ao lado.
Sérios acidentes também podem ocorrer no sistema transportador de grãos
dos silos (a rosca sem-fim) que, por ser um elemento girante, é muito perigoso.
CONTROLE DE ROEDORES EM UNIDADES ARMAZENADORAS
Autor: Prof. Luís César Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
Danos Causados
Em indústrias de alimentos e unidades de armazenagem de grãos, roedores
apresentam-se como problema devido ao volume de produtos, que estes podem
consumir, danificar e contaminar. Estudos revelam que em média um roedor consome
25g de alimentos por dia. Fato, que pode gerar um prejuízo anual de 5 dólares. No
entanto, um roedor ao alimentar-se geralmente danifica um volume que varia de 5 a 10
vezes ao consumido. O que estende o prejuízo anual para a faixa de 25 a 50 dólares, por
roedor.
Quanto as possibilidades de contaminação dos produtos são estimados
que por meio dos pelos, fezes, urina e mordidas dos roedores possam ser transmitidas
quarenta e cinco tipos de doenças.
Outro fator, são os danos estruturais causados pelos roedores, como por
exemplo os provocados aos cabos elétricos. O que pode causar curtos-circuitos ou ser
fonte de ignição em processos de explosões.
Deste modo, demonstra-se que empreendimentos agroindustriais
necessitam implementar programas de controle de roedores. E estes fundamentam-se na
adoção das seguintes medidas:
(a) implantação de barreiras físicas,
(b) adoção de métodos para saneamento de ambientes, e
(c) redução do número de indivíduos de uma população.
Espécies de Roedores Urbano
São descritos a seguir características das três principais espécies de
roedores responsáveis por infestações em complexos agro-industriais, sendo estas:
camundongos (Mus musculus), ratos de telhado (Rattus rattus), e ratazanas (Rattus
novergicus).
a) Camundongo
Figura 1 - Camundongo (Mus musculus) - Foto: Microbiotécnica
Os Camundongos dentre as três espécies citadas são os de menor porte e
estes possuem por características:
(a) peso médio de 10 a 20 g,
(b) expectativa de vida 12 meses,
(c) período de gestação de 19 a 21 dias e este repete-se de 5 a 6 vezes ao
ano, sendo que de cada gestação nascem de 3 a 8 filhotes,
(d) caudas afiladas e
(e) orelhas salientes em relação ao tamanho da cabeça.
Estes roedores, geralmente, vivem em pequenos grupos familiares e
abrigam-se em caixas, moveis, pilhas de caixas e, ou, sacarias, e tocas escavadas em
paredes. O raio de ação a partir do abrigo é de aproximadamente 3 metros.
b) Rato de Telhado

Figura 2 - Rato de Telhado (Rattus rattus)
Foto: Microbiotécnica
Os ratos de telhado chegam a pesar 300g. Possuem corpo esguio, orelhas e
olhos grandes em relação a cabeça, a cauda é afilada e o comprimento desta é maior que
o do corpo. Fato, que os conferem mobilidade e equilíbrio ao escalar paredes, cabos
elétricos, galhos de árvores e outros tipos de superfícies verticais. A maturidade sexual
ocorre de 60 a 75 dias e o período de gestação é de 20 a 22 dias, com ninhadas de 7 a
12 filhotes (4 a 8 ninhadas/ano). A expectativa de vida é de 18 meses e estes organizamse em colônias.
Geralmente, abrigam-se em lugares altos, onde constroem seus ninhos,
descendo ao solo em busca de alimento e água.
c) Ratazana
Figura 3 - Ratazana ou Rato de Esgoto (Rattus novergicus)
Foto:Microbiotécnica
As ratazanas dentre as três espécies é a que possui maior porte. Estas
possuem por características: (a) peso médio de 600 g, (b) olhos e orelhas pequenas em
relação ao tamanho da cabeça, (c) cauda grossa com pêlos e (d) período de gestação de
22 a 24 dias, podendo ocorrer de 8 a 12 gestações por ano, sendo que a cada uma delas
gerado de 7 a 12 filhotes. A maturidade sexual ocorre aos 60 a 90 dias de vida.
Estes roedores abrigam-se, preferencialmente, em tocas em forma de túneis
escavados no solo e estas podem chegar a profundidade de até 1,5 m. Fato que pode
causar danos estruturais às edificações. Outros locais utilizados como abrigo são galerias
de esgoto ou de águas pluviais, caixas subterrâneas de telefone e rede elétrica e margens
de córregos. O raio de ação, destes roedores, é de aproximadamente 50 metros. No
entanto, estes podem nadar distâncias superiores a 500 m. O que é propiciado, pelo fato
destes roedores possuirem membranas interdigitais.
Normalmente, vivem em colônias que podem conter um grande número de
indivíduos, o que irá depender da disponibilidade de: alimentos, água e abrigo. Estas
colônias possuem divisões hierárquicas determinando dominados e dominantes.

Avaliação do tipo e nível de Infestação
A avaliação do nível e tipo de infestação baseia-se nos seguintes fatores:
(a) a identificação das espécies de roedores presente,
(b) o mapeamento dos pontos críticos nas instalações e
(c) a estimativa do nível de infestação.
A identificação das espécies de roedores deve ser feita com base nas
características descritas no item anterior. Caso não seja possível visualizar os roedores
os tamanhos das cápsulas das fezes são um bom indicativo. Pois, normalmente, para as
ratazanas, ratos de telhado e camundongos, as capsulas das fezes possuem o
comprimento de 2,0; 1,3 e 0,6 cm, respectivamente.
O mapeamento dos pontos críticos nas instalações faz-se necessário para a
melhor estruturação do programa de controle, bem como, não despender recursos
desnecessariamente.
Quanto a estimativa nível de infestação pode ser utilizado de três
procedimentos práticos como: (a) constatação de indicadores da presença de roedores,
(b) a capturação de roedores e (c) a medição do consumo de alimentos.
a) constatação indicadores da presença de roedores
Neste método por meio de observações de indicadores determina-se o nível
de infestação.
Quadro 1 - Indicadores subjetivos do nível de infestação de roedores
Indicadores

Baixa

Média

Alta

Trilhas

ausentes

Algumas

várias

Manchas de
gordura por
atrito corporal

ausentes

Roeduras

ausentes

algumas

visíveis em
diversos locais

Fezes

algumas

vários locais

numerosas e
frescas

1 a 3 / 300 4 a 10 / 300
m² área ext m² área ext

+ de 10 / 300
m² área ext

Tocas ou
ninhos

Ratos vistos

não
constatado

pouco
evidências em
perceptível vários locais

vários em
alguns em
ambiente
ambiente
escuro e
alguns a luz do
escuro
dia

Fonte: FULMIRAT® Raticida, Manual Técnico - Bernardo Química
b) capturação de roedores
Este procedimento é recomendado para avaliações do nível de infestação
em áreas abertas como: portos, pátios, áreas comerciais e quadras residências. O
método consiste em distribuir 100 armadilhas com iscas. Sendo as armadilhas colocadas
às 22 horas e recolhidas às 5 horas. O que deverá ser repetido por três dias. Ao final
deste período apura-se o número de roedores capturados e determina-se o grau de
infestação, conforme definido a seguir:
baixa infestação - 01 a 05 roedores capturados
média infestação - 06 a 15 roedores capturados
alta infestação - 16 a 29 roedores capturados
altíssima infestação - acima de 30
c) medição do consumo de alimentos
A estimativa do número de roedores em ambientes fechados como depósitos
almoxarifados e armazéns, pode ser determinada segundo a quantidade de alimentos
consumida por uma população de roedores.
Deste modo, o método consiste em distribuir recipientes com capacidade de
30 gramas, contento, preferencialmente, cereais moídos pela área onde pretende-se fazer
o levantamento. No dia seguinte por diferença de peso determina-se o quanto de produto
foi consumido, sendo então, os recipientes novamente reabastecidos. Esta operação
deverá ser repetida, até que o consumo diário seja estabilizado. Ocorrido este fato,
seleciona-se os dias correspondentes a estabilização do consumo e determina-se o
consumo médio de alimentos por dia.
Determinado consumo médio de alimentos por dia, ao dividir este valor por
15 é estimado o número de roedores que constituem a população. O número 15 foi
adotado como o consumo médio para os roedores da espécie ratos de telhado.
Adoção de medidas sanitárias
A eliminação de fontes de alimentos e higienização da área são essenciais para o
sucesso no controle de roedores.
- Manter a área externa limpa: sem entulhos, materiais empilhados (madeira, canos,
telhas), mato
e grama devidamente aparados, poda de galhos de árvores que se projetem sobre a
construção.
- Eliminar ou proteger as fontes de água: fossos, valas, poças estagnadas, poços, caixas
d”água e outros reservatórios.
- Armazenamento adequado e protegido: cereais e forragens, alimentos, rações.
- Acondicionamento do lixo em recipientes a prova de roedores, ou de difícil acesso.
- Manutenção adequada das instalações hidráulicas e rede de esgoto.
Controle químico
Cada técnica e produto possui suas particularidades as quais devem ser analisadas e
empregadas em conjunto para obtenção de um controle mais efetivo e seguro dos
roedores. O controle químico consiste na distribuição estratégica de iscas e armadilhas de
forma a obter a máxima taxa de controle possível.
Iscas
- A isca deve conter ingredientes inertes que estimulem o paladar e o consumo da isca
pelos roedores.
- Uma boa formulação de isca deve ter uma taxa de aceitação entre 70-80% e 100% de
mortalidade.
- Iscagem externa: distribuir nos pontos estratégicos determinados pela inspeção, as iscas
utilizando um porta-isca à prova de impacto. Posicione em intervalos de 10-15 m,
fechando o perímetro da edificação.
- Iscagem interior: utilize porta-isca ao longo de paredes, cantos, sob estrados e outros
locais determinados pela inspeção. Posicione um ponto de iscagem a cada 5-10 metros
para ratos, ou 2-4 metros para camundongos.
Vantagens da utilização de porta-iscas
- Pessoas e animais não poderão remover e manipular a isca.
- Os roedores não conseguem mover as iscas instaladas, continuando inacessíveis para
homens e animais domésticos.
- Os roedores não carregam a isca para outras localidades.
- As iscas ficam protegidas das condições ambientais externas.

Programa de Controle
O programa de controle de roedores fundamenta-se na adoção das
seguintes medidas: (a) implantação de barreiras físicas, (b) adoção de métodos para
saneamento de ambientes e (c) redução do número de indivíduos da população. Sendo
as duas primerias medidas de cárater preventivo visam minimizar as disponibilidades dos
três fatores essências a sobrevivência dos roedores, que são: (a) água, (b) fonte de
alimento e (c) refúgio. Enquanto a última visa o emprego agentes químicos para eliminar
ou reduzir populações de roedores.
a) Barreiras Físicas
A adoção de barreiras físicas, visão prover as edificações de artifícios que
minimizem a ação de roedores. Desta forma, edificações devem ser construídas com: (a)
pisos em concreto com espessura maior que 7,5 cm sob bases adequadamente
compactadas e (b) alicerces em concreto, os quais devem projetar no mínimo 30 cm
acima da linha de terra.
Além desses detalhes, no caso de unidades armazenadoras de grãos, as
aberturas externas dos dutos de aeração e entradas dos ventiladores devem ser fechadas
quando não estão sendo usadas.
Ressalta-se que existem outras alternativas aplicáveis a cada tipo de
edificação.
b)Saneamento de Ambientes
Saneamento de ambientes constitui-se em procedimentos que visam
eliminar possíveis locais de abrigo e fontes de alimentos e água. Para tanto são
recomendados:
eliminar vegetação em torno das instalações a pelo menos a uma distância de 1 m;
manter as instalações em bom estado de conservação procurando eliminar
possíveis locais de abrigo, como buracos em paredes;
remover pilhas de lixo, restos de materiais de construção e sucatas. Pois, estes
entulhos podem servir de abrigo. Caso, seja necessário empilhar algum material, a
pilha deve ser montada a uma distância superior a 30 cm das paredes e a uma
altura de 30 cm do solo;
tampar reservatórios de água;
sanar vazamentos em tubulações de abastecimento de água; e
limpar periodicamente galerias de escoamento de águas pluviais, evitando o
acumulo de água.
c)Redução da População de Roedores
A redução do tamanho de uma população de roedores pode ser feito pelo
uso de ratoeiras ou pelo uso de agentes químicos denominados raticidas. As ratoeiras
basicamente são comercializadas em dois tamanhos, destinadas ao controle dos
camundongos e dos ratos de telhado. A eficiência do emprego das ratoeiras esta: (a) no
emprego de iscas apropriadas como: queijo, carne fresca e toucinho, e (b) na colocação
destas em locais onde hajam infestação.
Quanto aos raticidas, estes apresentam-se basicamente em duas
modalidades de formulações: as de ação rápida e as de ação lenta. As de ação rápida,
geralmente, são empregadas em dose única. Nesta categoria tem-se substâncias como:
arsênio, fluoracetato de sódio e alfa-naftil-tioureia.
Enquanto dentre os de ação lenta tem-se os anticoagulantes. Estes raticidas
possuem como princípio ativos substâncias que inibem a formação da protombina em
animas de sangue quente. Fato que promove o aparecimento de hemorragias capilares e
em órgãos internos. O uso deste tipo de raticida é preterido pelo fato de evitar que os
roedores venham a repelir a isca.
Considerando os potências de intoxicação dos raticidas aos seres humanos
e a outros animais de sangue quente é recomendado que estas substâncias sejam
manipuladas em conformidade com as recomendações estipuladas nas embalagens. E ao
final dos tratamentos os retos dos raticidas devem ser descartados conforme
determinação dos fabricantes.
Outro fator importante é que os recipientes utilizados para colocarem as
iscas não permitam: (a) que as iscas sejam atingidas por água de chuva, (b) que crianças
tenham facilidade de abrir o recipiente, e (c) que outros animais consigam ingerir as iscas.
Ressalta-se que tanto no emprego das ratoeiras como dos raticidas é
importante aguardar de dois a três dias para que estes agentes venham a surtir efeito.
Pois, geralmente, os roedores possuem neofobia (desconfiança a objetos e alimentos
novos).
Além dos métodos discutidos, outros como emprego de substâncias
repelentes, esterilizantes e fumigantes, podem ser utilizados no controle de populações
de roedores.
Referências
GRAIN JORNAL, A rodent control program. Decatur: IL, July/Aug. 1999
MASON, L. J. Reducing rodent risk.Grain Journal, Decatur: IL, July/Aug. 1999
SURGEONER, G. A., Rodent control in livestock facilities, 86-036.htm
MICROBIOTÉCNICA SANEAMENTO LTDA São Paulo: SP
INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO/SABIO, Ratos: roedores em áreas
urbanas, São Paulo: SP.
PUZZI, D. Abastecimento e armazenagem de grãos, Instituto Campineiro de
Ensino Agrícola, Campinas: SP, 1986
FUNGOS E MICOTOXINAS EM GRÃOS ARMAZENADOS
Autor: Prof. Luís César Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
Introdução
Fungos, também denominados mofos ou bolores, são microrganismos
multicelulares e filamentosos, que ao infestarem os grãos e alimentos podem produzir
substâncias tóxicas tais como micotoxinas. E estas ao serem ingeridas, inaladas ou
absorvidas pela pele podem causar: estado de letargia, perda de peso, intoxicações,
câncer
e
óbito
em
homens
e
animais.
No caso de grãos, estes podem ser infestados durante o cultivo ou no período póscollheita. Desta forma, os fungos são classificados em Fungos do Campo e Fungos do
Armazenamento.
Os fungos do campo contaminam os grãos durante o cultivo por estes requererem
ambientes com umidade relativa superior a 80%. Enquanto fungos do armazenamento
demandam menor quantidade de água, desta forma, estes proliferam em maior
intensidade na massa de grãos no período pós-colheita.
Materiais biológicos, como grãos, sementes e alimentos, possuem a
característica de serem higroscópios, pois, entre estes e o ar são estabelecidos trocas de
água, principalmente na forma de vapor. Deste modo, sobre as superfícies dos produtos
são estabelecidos microclimas, que têm suas situações de estado influenciadas
principalmente
pelo
teor
de
umidade
dos
produtos.
Neste microclima a quantidade de água disponível é expressa pelo fator atividade
aquosa (aa), que varia de 0 a 1. Define-se este fator como sendo a razão entre os valores
da pressão de vapor de água atual no microclima e a pressão de vapor na superfície de
uma porção de água pura, que representa a pressão de vapor para condição do ar
saturado. Deste modo, o teor de umidade define os valores da pressão de vapor e do
fator
aa
sobre
a
superfície
do
produto.
Sendo assim, no espaço formado entre os grãos, denominado como espaço
intergranular, durante o período de armazenagem é estabelecido um ambiente, que tem
suas condições de estado afetadas principalmente pelo teor de umidade da massa grãos.
O que pode favorecer ou não o desenvolvimento de microrganismo. Fato que irá
depender
do
fator
aa.
As bactérias desenvolvem em produtos cuja a atividade aquosa é superior a 0,90,
enquanto para fungos os valores variam de 0,65 a 0,90, faixa que os grãos podem possuir
teor de umidade de 14 a 22%. Por isto, na conservação de grãos é empregado o
processo de secagem. Este visa reduzir o teor de umidade dos produtos a níveis que a
atividade aquosa não propicie a proliferação de fungos.
Em situações de equilíbrio higroscópio a umidade relativa do ar intergranular
corresponde a 100 vezes ao valor da atividade aquosa. Para esta situação a umidade
relativa do ar é denominada como umidade relativa de equilíbrio e a umidade do grãos
umidade
de
equilíbrio.
Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos
são a: (a) redução do potencial de geminação, (b) descoloração, (c) geração de focos de
aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos, (d) aceleração das trocas
químicas e (e) redução da quantidade de matéria seca.
Espécies de Fungos
Muitas espécies de fungos podem desenvolver utilizando os grãos como
substrato, no entanto as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium-spp,
Figura 1, são as mais encontradas, em maior destaque as duas primeiras. Sob condições
de armazenagem as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. proliferam caso ocorram
as condições apresentadas no Quadro 1.

Figura 1 - Espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp. ( Site Fungusweb)
Quadro 1 - Condições para o crescimento de fungos em grãos para
temperaturas de 25 a 27oC
Espécie
Umidade relativa do ar
Teor de umidade dos
intergranular - %
grãos - %
Aspergillus
68
12-14
halophilieus
Aspergillus
70
13-15
restrictus
Aspergillus glaucus
73
13-15
A. candidus, A.
80
14-16
ochraeus
A.
flavus,
82
15-18
parasiticus
Penicillium spp.
80-90
15-18
Fonte: BAKKER-ARKEMA (1999)
Micotoxinas
Micotoxinas são substâncias químicas resultantes da atividade metabólica de
fungos, que podem intoxicar seres humanos e animais. A intoxicação pode proceder de
forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na
alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta quanto
subprodutos e derivados contaminados são empregados.
Dentre as principais micotoxinas encontradas em produtos alimentícios e
grãos têm-se a: aflatoxina, tricotecenos, zearalenona e ocratoxinas. A aflatoxina constitui
um grupo de toxinas produzidas pelo fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e
são identificadas como B1, B2, G1 e G2. Sendo que as iniciadas B e G devem ao fato
destas apresentarem fluorescência azulada e esverdeada, respectivamente, quando
observadas sob luz ultravioleta. Duas outras micotoxinas M1 e M2 foram detectadas no
leite, urina e fezes de mamíferos, resultantes do metabolismo das toxinas B1 e B2.
Quanto ao efeito, a aflatoxina é extremamente tóxica e cancerígena. A
intoxicação é chamada de aflatoxicose. Esta trata-se da falha do fígado devido a
destruição das células parenquimatosas, o que pode ser acompanhado de hemorragias e
alterações das funções nervosas em combinação com espasmos. Animais jovens
apresentam redução de consumo de ração, redução de crescimento bem como perda de
peso. Em humanos o processo de intoxicação pode dar-se de forma gradual, desta forma,
os
efeitos
podem
levar
anos
para
manifestar.
Animais como cavalo, macaco, peru e pato são extremamente sensíveis. No caso de
patos são apresentados no Quadro 2 DL50 quando da ingestão de aflatoxinas.
Quadro 2 - Doses DL50 de aflatoxinas para patos de um dia de idade.
Tipo de Aflatoxina
B1
B2
G1
G2
M1
M2

DL 50 mg/kg
3,6
17,0
8,0
25,0
8,0
31

Fonte: Faculdade de Farmácia - UFRS
Micotoxinas: aflatoxinas
Nota - DL50 corresponde a dose letal em mg/kg de peso necessária para
causar a morte em 50% de um dado plantel de animais.
Quanto às ocratoxinas, são produzidas pelas espécies Aspergillus alutaceus,
A. alliaceus e outras, em cereais e leguminosas. Promovem acumulação de gordura no
fígado e sérios danos renais, principalmente em suínos e cães. Normalmente, retardam a
maturação sexual em galinhas e diminui a produção de ovos.
Os tricotecenos são toxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium, que
podem causar aos homens e animais problemas como: (a) vômitos, (b) hemorragias, (c)
recusa do alimento, (d) necrose da epiderme, (e) aleucia tóxica alimentar (ATA), (f)
redução do ganho de peso, da produção de ovos e leite, (g) interferência com o sistema
imunológico e (h) morte. Ocorrem em grãos como o milho, trigo, cevada e outros.
Zearalenonas é uma toxina produzida pela espécie Fusarium graminearum,
principalmente em grãos de milho. Em casos de intoxicações podem causar:
hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade,
efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas. Esta toxina age como
hormônio
feminino.
São apresentados no Quadro 3 os níveis de toxinas permitidos em alimentos e grãos,
em diferentes países conforme legislações específicas.

Quadro 3 - Níveis de toxinas em alimentos e grãos permitidos em diferentes
países
País/Produt
o
Argentina
Alimentos infantis
Amendoim, milho e
derivados
Farelo de soja
Leite in natura e em pó
Produtos lácteos
Uruguai
Alimentos infantis
Leite e derivados
Amendoim,
soja
e
frutas secas
Milho e cevada
Arroz, cevada, café e
milho
Brasil
Alimentos
para
consumo humano
Matérias
primas
e
rações
Estados Unidos
Rações de crescimento
- aves e suínos
Ração final - suínos
Produtos lácteos
MERCOSUL
Milho
Farelo de milho

Micotoxina
B1
B1
B1B2G1G2
B1
M1
M1
B1B2G1G2
M1
B1B2G1G2

Limite - ppb
0
5
20
30
0,05
0,5
3
0,5
30

zearalenona
ocratoxina

200
50

B1B2G1G2

20

B1B2G1G2

50

B1B2G1G2

20

zearalenona
B1B2G1G2
M1

2
200
0,5

B1B2G1G2
B1B2G1G2

20
20
Amendoim
subprodutos

e

B1B2G1G2

20

Fonte: FONSECA (Micotoxinas), BAKKER-ARKEMA(1999)
Nota - ppb corresponde a partes por bilhão.
Cuidados na Armazenagem de Grãos
Como no controle de insetos e roedores, o controle da proliferação de fungos
na massa de grãos fundamenta-se em cuidados a serem procedidos durante as
operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos; e na sanificação dos graneleiros,
silos e equipamentos mecânicos. Desta forma, são descritos a seguir alguns
recomendações:
Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita proceder a
operação;
Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da massa de
grãos e evitar danos mecânicos;
Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e
graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais;
Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; removendo:
impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois estes podem ser
utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos;
Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução e
uniformidade do teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de
fungos;
Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, para
uniformizar a temperatura; e
Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a
proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas.
Referências
BAKKER-ARKEMA, F. W. CIGR Handbook of Agricultural Engineering Volume IV
Agro-Processing Engineering, Published by: American Society of Agricultural Engineers.
1999. 527 p.
FONSECA, H. Micotoxinas. [Site informativo]
SWEETS, L. Stored Grain Fungi Commercial Agriculture Program, Department of Plant
Pathology, University of Missouri. [Site informativo]
CAMARGO, R. (et. al.) Tecnologia dos produtos agropecuários. São Paulo: SP, Nobel,
1984.
GAVA, A. J. Princípios de tecnologia de alimentos. 6. ed, SãoPaulo: SP, Nobel, 1984.
ALLTECH BIOTECHNOLOGY KnowMycotoxins. [Site informativo]

AUDITORIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO NO MEIO RURAL
1. QUANDO DESENCADEAR O PROCESSO DE AUDITORIA NO MEIO RURAL
O processo de auditoria no meio rural deve ser executado em empresas que possuem
acima de 50 (cinqüenta) empregados, devendo ser considerados os seguintes critérios de
prioridade:
• Ocorrência de acidentes fatais: quando houver um caso de acidente fatal em empresa
do meio rural o processo de auditoria deve ser desencadeado o mais rápido possível,
concomitantemente à análise do acidente;
• Incidência de doenças e acidentes do trabalho: empresas com elevada incidência de
doenças e/ou acidentes do trabalho devem passar pelo processo de auditoria, que deverá
enfatizar, entre outros, a prevenção destes problemas;
• Riscos acentuados;
• Empresas-problema:
- aquelas submetidas a ações fiscais repetidas com desrespeito contínuo às
questões de SST e com pouca ou nenhuma transformação dos ambientes e condições de
trabalho;
- elevado número de denúncias de Saúde e Segurança do Trabalho - SST ou
importância de uma denúncia;
• Empresas com sistema de gestão complexos e sofisticados já implantados;
• Demais empresas com mais de 50 (cinqüenta) empregados.
Obs: no caso de empresas com menos de 51 empregados e que preencham os critérios
acima, ou que o Auditor Fiscal do Trabalho – AFT considere que as ferramentas ou parte
delas possam ser úteis, esta metodologia ou parte dela poderá ser empregada.
2. ETAPAS DA AUDITORIA
A auditoria terá o seguinte desenvolvimento:
2.1 – PLANEJAMENTO;
2.2 – ANÁLISE DE DOCUMENTOS;
2.3 – OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS;
2.4 – DIAGNÓSTICO;
2.5 – INTERVENÇÃO;
2.6 – ACOMPANHAMENTO.
Obs: durante o processo de auditoria as etapas e estratégias podem ser modificadas em
função do próprio processo.
2.1. PLANEJAMENTO
Após a definição da empresa a ser auditada os seguintes procedimentos deverão ser
seguidos:
• Consulta ao Sistema Federal Informações do Trabalho - SFIT sobre o histórico da
empresa;
• Informações junto ao Sindicato de trabalhadores da categoria;
• Estudo da convenção coletiva do trabalho da categoria;
• Estudo prévio da atividade.
É nesta etapa que se define o número de Auditores Fiscais do Trabalho que participarão
da Auditoria. A escolha da equipe depende do tamanho e complexidade da empresa e
todos devem estar envolvidos em todas as etapas do processo. Uma reunião prévia com
a participação de toda a equipe deve ser feita e conduzida pelo coordenador da auditoria
(definido previamente) para a definição de atribuições e estratégias. Auditores com
conhecimentos técnicos específicos em determinados assuntos podem fazer parte da
equipe ou serem chamados a participar em momentos particulares da auditoria.
2.2. ANÁLISE DE DOCUMENTOS
Esta etapa compreende o início do processo de auditoria propriamente dito. Para isto,
segue-se a seguinte seqüência:
• Apresentação das credenciais e comunicação à empresa sobre como se dará a
auditoria e qual o seu objetivo;
• Notificação para apresentação de documentos (NAD), em data e hora a ser marcada. A
cada visita deve ser agendada a próxima, procurando dar continuidade o mais rápido
possível ao processo;
• Análise dos documentos: os documentos centrais referem-se as avaliações dos riscos
para a segurança e saúde dos trabalhadores e a indicação das medidas de eliminação,
controle ou redução dos mesmos; os registros das avaliações das condições de trabalho,
indicadores de saúde dos trabalhadores, acidentes e doenças do trabalho, além das
ações desenvolvidas pelo SESTR; as atas da Comissão Permanente contra Acidentes de
Trabalho Rural - CPATR, que juntamente com outros documentos de SST tais como
comprovantes de treinamentos, análises de acidentes de trabalho, ordens de serviço e até
possíveis auditorias internas nos darão uma idéia da gestão da empresa em SST.
Durante as análises devem ser feitas anotações de pontos fortes e fracos averiguados e
informações a serem levantadas ou verificadas na inspeção dos ambientes de trabalho e
durante as entrevistas.
A partir dos dados levantados, outros documentos, além dos previstos na NAD, podem
ser solicitados (por exemplo, exames complementares devem ser solicitados
preferencialmente após análise de riscos e no caso de grandes empresas, pelo volume de
exames, podem ser solicitados apenas os resultados de empregados que trabalham em
setores de maior exposição do possível agente agressor);
2.3. OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS
É o momento da inspeção no estabelecimento e de entrevistas. Devem ser observados
todos os setores e postos de trabalho e entrevistados os trabalhadores. Nesta etapa
pretende-se estabelecer um dossiê sobre os riscos, as condições de trabalho e as
medidas de controle adotadas pela empresa, que passarão a orientar o processo de
intervenção fiscal e de correção dos ambientes de trabalho. Também é o momento
oportuno de confrontar todas as informações contidas nos Programas de Gestão de SST
e demais documentos com as observações de campo, considerando especialmente a
coerência e compatibilidade entre:
• Os exames médicos realizados e os riscos encontrados em cada local de trabalho;
• As avaliações ambientais e os riscos físicos, químicos e biológicos observados;
• Os produtos químicos utilizados, a forma de armazenamento e a destinação de
embalagens vazias;
• Os riscos ergonômicos, especialmente os decorrentes da organização do trabalho e as
medidas de controle adotadas;
• As medidas de controle coletivo e individual e os riscos de acidentes e doenças do
trabalho;
• Os riscos de acidentes maiores, as condições de certificação de equipamentos e a
existência de planos de contingências;
• As condições de higiene e conforto e as exigências do processo de trabalho;
• O treinamento, a habilitação profissional e as necessidades requeridas pelo trabalho;
• Outras medidas adotadas e seus respectivos controles.
Nesta fase também deve ser confirmado através de entrevistas se a estrutura de
gerenciamento de SST na empresa existe, tem apoio central e funciona.
Para isto, as entrevistas devem acontecer com funcionários da alta administração como
gerentes gerais e chefes de recursos humanos, profissionais do campo, como engenheiro
agrônomo e técnico agrícola, além dos profissionais de SST. A indagação fundamental é
como se dá a gestão de SST na empresa. Nas entrevistas com os profissionais de SST
também deve ser verificado se suas atribuições são claras e definidas, se há canais de
comunicação adequados entre eles e deles com a empresa, se a CPATR tem suas
recomendações atendidas e/ou analisadas e se o fluxo de informações em SST ocorre de
maneira funcional e participativa.
A partir de agendamento prévio deve ser realizada reunião com os membros da CPATR
(titulares e suplentes). Nesta reunião devemos buscar informações sobre o
relacionamento da CPATR com a empresa, legitimidade do processo eleitoral, as
condições como foi realizado o treinamento, o cumprimento do Plano de Trabalho
preestabelecido, bem como a participação dos Cipeiros nas investigações e análises de
acidentes e demais atribuições previstas na NR-33. Esta reunião pode ter a participação
do técnico de segurança ou outro profissional de SST da empresa, à critério da equipe
auditora.
2.4. DIAGNÓSTICO
O objetivo geral é avaliar a necessidade de intervenção na gestão de SST da empresa.
Para tanto, na análise geral de documentos e dos ambientes de trabalho devemos estar
atentos para a maneira como se desenvolvem as relações entre a empresa e os
empregados nas questões de SST, ou seja, se a definição de responsabilidades é clara,
se o fluxo de informações ocorre com liberdade e é eficaz, se o desenvolvimento dos
programas é efetivo e tem apoio real, e se o envolvimento acontece em todos os
níveis.Neste momento confrontamos as informações obtidas dos representantes da
empresa e da análise documental com aquelas da etapa de campo objetivando visualizar
o nível de comprometimento da empresa com as questões de SST. Para isto, os
Auditores envolvidos na fiscalização devem se reunir preferencialmente fora da empresa
(como forma de evitar pressões) para discutir a auditoria como um todo e definir as
estratégias a serem utilizadas na intervenção.
2.5. INTERVENÇÃO
Nesta etapa apresenta-se à empresa os resultados da auditoria em SST e as ações que
deverão ser implementadas para adequá-la à legislação vigente. Estas serão indicadas
através do respectivo Termo de Notificação que poderá ser acompanhado de
interdição/embargo, autuação, solicitação de Mesa de Entendimento, ou mesmo
encaminhamento de questões a serem levadas para a órgãos como IBAMA, Ministério da
Agricultura, INSS, Ministério Público, Sindicatos, etc.
Durante a apresentação devem estar presentes (mediante solicitação prévia) o
responsável ou preposto da empresa, os profissionais agrícolas e de SST, a CPATR, o
responsável pela área de RH, o gerente de produção e outros profissionais porventura
necessários (outros membros da CPATR, representantes sindicais, etc.).
Esta etapa se encerra com a verificação do cumprimento por parte da empresa de todas
as modificações determinadas.
2.6. ACOMPANHAMENTO
Ao final do trabalho de auditoria o gerente do grupo rural da DRT deverá ser informado da
necessidade ou não de acompanhamento da empresa, e periodicidade, através de
relatório circunstanciado que será anexado ao dossiê da empresa. Em caso afirmativo
devem ser identificadas quais as medidas ou ações a serem priorizadas na etapa
seguinte. A partir destas indicações dos Auditores Fiscais do Trabalho envolvidos serão
definidas estratégias e objetivos futuros e será elaborado um cronograma para
acompanhamento das empresas que sofreram a auditoria inicial.
Nas situações acima, as inspeções futuras devem ter preferencialmente a inclusão de
novos auditores, porém permanecendo ao menos um componente da equipe de auditoria
inicial.
Atividades:
Sexta: vídeo: Migrantes

Divisão de grupos para apresentação de trabalho
Temas:

1 - NR 31
2 - Riscos com uso de ferramentas e no trato com animais
3 - Riscos e prevenções em áreas de armazenamentos
4 - Controle de roedores e fungos em áreas de armazenamentos

Sábado - manhã
Sistematização do trabalho
Sábado - tarde
- início das apresentações
Apresentação de trabalho

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  • 1. NORMA REGULADORA RURAL 4 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 154.000-9) 4.1. Considera-se EPI, para os fins de aplicação desta Norma, todo dispositivo de uso individual destinado a preservar e proteger a integridade física do trabalhador. 4.2. O empregador rural é obrigado a fornecer, gratuitamente, EPI adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais; (154.001-7 / I2) b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (154.002-5 / I2) c) para atender a situações de emergência. (154.003-3 / I2) 4.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade, o empregador rural deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI: I - Proteção da cabeça: a) capacete de segurança contra impactos provenientes de queda ou projeção de objetos; b) chapéu de palha de abas largas e cor clara para proteção contra o sol, chuva, salpicos, etc.; c) protetores de cabeça impermeáveis e resistentes nos trabalhos com produtos químicos. II - Proteção dos olhos e da face: a) protetores faciais destinados à proteção contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas; b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos provenientes do impacto de partículas, ou de objetos pontiagudos ou cortantes; c) óculos de segurança contra respingos para trabalhos que possam causar irritação e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos; d) óculos de segurança contra poeira e pólen. III - Proteção auditiva Protetores auriculares nas atividades em que o ruído seja excessivo. IV - Proteção das vias respiratórias: a) respiradores com filtros mecânicos para trabalhos que impliquem produção de poeiras;
  • 2. b) respiradores e máscaras de filtro químico, para trabalhos com produtos químicos; c) respiradores e máscaras de filtros combinados (químicos e mecânicos) para atividades em que haja emanação de gases e poeiras tóxicas; d) aparelhos de isolamento, autônomos ou de adução de ar para locais de trabalho onde o teor de oxigênio (O2) seja inferior a 18% (dezoito por cento) em volume. V - Proteção dos membros superiores Luvas e/ou mangas de proteção nas atividades em que haja perigo de lesões provocadas por: a) materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes; b) produtos químicos tóxicos, alergênicos, corrosivos, cáusticos, solventes orgânicos e derivados de petróleo; c) materiais ou objetos aquecidos; d) operações com equipamentos elétricos; e) tratos com animais, suas vísceras e detritos e na possibilidade de transmissão de doenças decorrentes de produtos infecciosos ou parasitários; f) picadas de animais peçonhentos. VI - Proteção dos membros inferiores: a) botas impermeáveis e com estrias no solado para trabalhos em terrenos úmidos, lamacentos, encharcados ou com dejetos de animais; b) botas com biqueira reforçada para trabalhos em que haja perigo de queda de materiais, objetos pesados e pisões de animais; c) botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presença de animais peçonhentos; d) perneiras em atividades onde haja perigo de lesões provocadas por materiais ou objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes; e) calçados impermeáveis e resistentes em trabalhos com produtos químicos; f) calçados de couro para as demais atividades. VII - Proteção do tronco Aventais, jaquetas, capas e outros para proteção nos trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por: a) riscos de origem térmica; b) riscos de origem mecânica; c) riscos de origem meteorológica; d) produtos químicos.
  • 3. VIII - Proteção contra quedas com diferença de nível Cintas e correias de segurança. 4.4. Os EPI e roupas utilizados em tarefas onde se empregam substâncias tóxicas ou perigosas serão rigorosamente higienizados e mantidos em locais apropriados, onde não possam contaminar a roupa de uso comum do trabalhador e seus familiares. (154.0041/I2) 4.5. Compete ao empregador rural, e cabe a ele exigir de seus subcontratantes de mãode-obra, quanto aos EPI: a) instrução e conscientização do trabalhador quanto ao uso adequado; (154.005-0 / I2) b) substituição imediata do equipamento danificado ou extraviado; (154.006-8 / I2) c) responsabilização pela manutenção e esterilização. (154.007-6 / I2) 4.6. Compete ao trabalhador: a) usar obrigatoriamente os EPI indicados para a finalidade a que se destinarem; b) responsabilizar-se pela danificação dos EPI, ocasionada pelo uso inadequado ou fora das atividades a que se destinam, bem como pelo seu extravio. 4.7. Compete aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho: a) orientar os empregadores e trabalhadores rurais quanto ao uso dos EPI, quando solicitados ou em inspeção de rotina; b) fiscalizar o uso adequado e qualidade dos EPI. 4.8. O Ministério do Trabalho poderá determinar o uso de outros EPI, quando julgar necessário. RESUMINDO: Relaciona-se os equipamentos de proteção individual (EPIs), equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e instrumentos mais usados no Brasil para prevenir os acidentes nesses locais. Confira a relação: EPIs: 1. Capacete com jugular 2. Luvas (PVC ou raspa) 3. Trava-quedas e acessórios 4. Botas de segurança
  • 4. 5. Óculos de segurança EPCs: 1. Ventilador/insuflador de ar 2. Rádio para comunicação 3. Tripé 4. Detector de gases e/ou poeiras 5. Lanternas apropriadas 6. Sistema autônomo com peça facial Instrumentação: 1. Detector de gases 2. Cromatógrafo 3. Explosímetro
  • 5. INTOXICAÇÃO POR GASES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS. Os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e complexidade, podem ser fonte de vários e graves acidentes do trabalho. Por serem os silos locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, são conhecidos como espaços confinados e são objeto da NR33 - Espaços Confinados, da NBR 14.787 da ABNT e de alguns itens da NR 18 - Construção Civil do MTE. A Revista Proteção (N.181, janeiro de 2007, p.63) apresenta um excelente artigo de Ary de Sá (Eng.de Seg. e especialista em ventilação industrial e controle de riscos ambientais com poeiras explosiva) intitulado Efeito devastador, sobre explosões em locais onde existe muita poeira acumulada. Essas explosões ocorrem freqüentemente em instalações agrícolas ou industriais onde são processados: a) farinhas = de trigo, milho, soja, cereais, etc.; e b) particulados = acúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio, eletrometal (ligas), etc. O milho é considerado um dos grãos mais voláteis e perigosos, embora toda poeira de grãos possa ser tida como MUITO PERIGOSA. Na Agricultura, existem ainda os chamados espaços confinados móveis: os tanques que são levados para o campo, onde são armazenados os agrotóxicos usados na lavoura; e os caminhões-tanque transportadores de combustível ou de água (carros-pipa). Exemplos de espaços confinados que podem ser encontrados nas diversas atividades ligadas à agroindústria são: tonéis (de vinho/aguardente, p.ex.), reatores, colunas de destilação, vasos, cubas, tinas, misturadores, secadores, moinhos, depósitos e outros. Um espaço confinado apresenta sérios riscos com danos à saúde, sequelas e morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e mecânicos e são uma triste realidade no Brasil inteiro. Vejamos alguns dos riscos dos acidentes em Silos e Armazéns agrícolas: 1 - explosões; 2 - problemas ergonômicos; 3 - lesões do trato respiratório (poeiras) e do globo ocular; 4 - riscos físicos (ruído, iluminação, umidade, vibrações, etc.); e 5 - acidentes em geral (quedas, sufocamento, etc.).
  • 6. RISCOS DE EXPLOSÕES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS As indústrias que processam produtos alimentícios e as unidades armazenadoras de grãos, apresentam alto potencial de risco de incêndios e explosões, pois o trabalho nessas unidades consiste basicamente em receber os produtos, armazenar, transportar e descarregar. O processo inicia com a chegada dos caminhões graneleiros e ao descarregar seu produto nas moegas, produzem uma enorme núvem de poeira, em condições e concentrações propícias a uma explosão. O acumulo de poeiras no local de trabalho, depositada nos pisos, elevadores, túneis e transportadores, apresentam um risco de incêndio muito grande. Isso ocorre quando, uma superfície de poeira de grãos é aquecida até o ponto de liberação de gases de combustão que, com o auxílio de uma fonte de ignição com energia, dá início ao incêndio. Além disso, a decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis; se a umidade do grão for superior a 20%, poderá gerar metanol, propanol ou butanol. Os gases metano e etano, também produzidos pela decomposição de grãos, são igualmente inflamáveis e podem gerar explosões. A poeira depositada ao longo do tempo, quando agitada ou colocada em suspensão e na presença de uma chama, poderá explodir, causando vibrações subsequentes pela onda de choque; isto fará com que mais pó depositado no ambiente entre em suspensão e mais explosões aconteçam. Cada qual mais devastadora que a anterior, causando prejuizos irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo e o pior, vidas humanas são ceifadas ou ficam permanentemente incapacitadas para o trabalho.
  • 7. Nos Estados Unidos, que estudam as explosões de poeira de grãos há mais tempo, recomenda-se que a concentração máxima de poeira de grãos no ambiente de trabalho seja de 4 g/m3 de ar. A faixa mais perigosa para gerar uma explosão, varia entre 20 e 4.000 g/m3 de ar. Se uma lâmpada de bulbo (incandescente) de 25 watts pode ser vista a 2 m de distância num ambiente empoeirado, isso significa que a concentração de poeira é inferior a 40 g/m3 de armas, mesmo assim, dentro do limite da explosividade. Foi criado nos Estados Unidos um equipamento experimental para testar poeiras explosivas, com sensores diversos que permitem conhecer as características destas poeiras. Para o trabalho em espaços confinados, existem pequenos aparelhos (como o da foto ao lado) que indicam a concentração de gases perigosos no interior dos silos (e demais espaços confinados), que dão segurança ao operário que vai adentrar esse recinto. Há umas poucas REGRAS BÁSICAS a observar para ver se uma determinada poeira apresenta RISCO DE EXPLOSÃO: > a poeira deve ser combustível; > ela deve ser capaz de permanecer em suspensão no ar; > deve ter um arranjo e tamanho passível de propagar a chama; > a concentração da poeira deve estar dentro da faixa explosiva; > uma fonte de ignição com energia suficiente deve estar presente; e > a atmosfera deve conter oxigênio suficiente para suportar e sustentar a combustão. Se todas essas condições estiverem presentes, pode ocorrer explosão. A melhor maneira de evitá-la é anular a maior parte dessas pré-condições.
  • 8. PARÂMETROS CRÍTICOS PARA A EXPLOSÃO DE POEIRAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. tamanho da partícula: < 0,1 mm; concentração da poeira: 40 a 4.000 g/m3; teor de umidade do grão: <11 %; índice de oxigênio no ar: > 12%; energia de ignição: > 10 a 100 mJ (mega Joule); e temperatura de ignição: 410 a 600oC. Outras temperaturas de ignição da nuvem, adotadas nos EUA (NFPA, Revista Proteção N.181) para poeiras agrícolas, em graus centígrados (ºoC) são: > açúcar em pó = 400 > amido de milho = 350 > arroz = 450 > cacau 19% gordura = 240 > café instantâneo = 350 > café torrado = 270 > canela = 230 > casca de amêndoa = 210 > casca de amendoim = 210 > casca de arroz = 220 > casca de coco = 220 > casca de noz de cacau = 370 > casca de semente de pêssego = 210 > casca de noz preta = 220 > celoluse = 270; e > celulose alfa = 300 Para diminuir o risco de explosões, deve-se: 1 - proceder à limpeza frequente do local; 2 - evitar fontes de ignição (solda, fumo, etc.); 3 - manutenção periódica dos equipamentos; 4 - peças girantes devem trabalhar sem pó; 5 - instalar bom sistema de aterramento (eletricidade estática); 6 -nunca varrer o armazém; usar o aspirador de pó; 7 - equipar elevadores, balanças e coletores de alívios contra pressões; 8 - usar sistemas corta-fogo em dutos de transporte, e outros; 9 - cuidados com ventiladores e peças girantes (faíscas); e 10 - manter umidade do local => 50% (ambiente sêco é explosivo).
  • 9. Recomenda-se, sempre que possível, a VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA, que é a solução ideal. Ela tem como objetivo principal a proteção da saúde do trabalhador, uma vez que capta os poluentes da fonte, antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. Os sistemas de controle de particulados para a atmosfera, são compostos basicamente de: > captores no ponto de entrada ou de captação; > dutos para o transporte do produto granulado; > ventiladores industriais para mover os gases; e > equipamentos de coleta de poeiras (filtros, ciclones, lavadores e outros). Alguns fumigantes contêm produtos inflamáveis: dissulfeto de carbono, dicloreto de etileno, fosfina e outros. Fumigantes e pesticidas são um risco habitual para os trabalhadores das unidades armazenadoras de grãos. Normalmente implicam na exposição ao tetracloreto de carbono, dissulfeto de carbono, dibrometano, fosfeto de alumínio e dióxido de enxofre, todos potencialmente perigosos. A foto acima mostra o EPI (máscara) indicado para gases. A maior parte dos acidentes ocorre nas regiões em que a umidade relativa do ar atinge valores inferiores a 50%, e onde se armazenam produtos de risco como: trigo, milho e soja, ricos em óleos inflamáveis. PROBLEMAS ERGONÔMICOS Os problemas ergonômicos, normalmente, estão associados às reduzidas dimensões do acesso ao espaço confinado (exigindo contorsões do corpo, o uso das mãos e dificultando o resgate em caso de acidente) e ao transporte de grãos ensacados. São eles: 1. 2. 3. 4. 5. portinhola de acesso; agressões à coluna vertebral; lombalgias; torções; e esmagamento de discos da vértebra.
  • 10. A figura ao lado mostra um operário entrando num espaço confinado. A seção transversal, normalmente, é circular mas a da foto é quadrada. Observe que ele leva, pendurado no pescoço, um instrumento para verificar a existência e a concentração de gases perigosos no interior do recinto. O aparelhinho é mostrado em detalhes, à direita. Porta, também, o indispensável capacete e luvas. A figura esquemática abaixo mostra a forma errada (ou não ergonômica) de levantar peso, à esquerda e a forma correta, à direita. Da mesma forma, para transportar sacos... Problemas com os pulmões e os olhos Alguns grãos armazenados, como o arroz em casca, desprendem uma poeira que pode causar lesão aos olhos ou dificuldades respiratórias. A soja, por ser uma planta de porte baixo, ao ser colhida com colheitadeira, leva consigo muita terra. Assim, ao ser armazenada, ao movimentar-se, desprende essa
  • 11. poeira, que pode provocar uma doença terrivel chamada silicose ou o empedramento dos pulmões. Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI's recomendados são: a) máscaras contra poeiras; e b) óculos de segurança. Riscos físicos (ruídos, iluminação, etc.) Além dos riscos físicos já relacionados anteriormente, juntam-se: a falta de aterramento de motores, o uso de lâmpadas inadequadas e a temível eletricidade estática. Os EPI's recomendados são: a) protetores auriculares; b) óculos ray-ban (para raios ultravioletas) nas fornalhas à lenha; e c) capacete de segurança. Acidentes em geral Vários tipos de acidente podem acontecer com os trabalhadores de silos e armazéns. Nos silos grandes, como o do croqui abaixo, quando o operário entrar sozinho no seu interior e tentar andar sem o cinto de segurança sobre a superfície dos grãos, aparentemente firmes. Na figura ao lado, pode-se ver o que restou de uma bateria de silos de concreto, após uma explosão em cadeia, que causou prejuizos de monta ao patrimônio.
  • 12. O interior de um silo é um ambiente hostil. Há necessidade que a pessoa designada para executar qualquer tarefa em seu interior esteja devidamente treinada, orientada quanto aos riscos de acidentes e com boa saúde. Antes de entrar num silo para executar qualquer tarefa, recomenda-se que: 1. 2. 3. 4. O operário nunca entre sozinho num silo; Use equipamento de descida (como o da foto menor ao lado); Tenha permissão prévia do seu superior; Verifique se há gases e poeiras perigosas; Sempre que houver necessidade, pode-se lançar mão de aparelhos de comunicação, como o da foto, seja para transmitir orientações por alguém que esteja do lado de fora do silo, como quando obstáculos físicos impeçam a sinalização visual entre parceiros. Nos casos em que foi constatado previamente (pelo detector de gases mostrado acima) que a atmosfera no interior do silo está pobre em oxigênio, pode-se utilizar o equipamento portátil ao lado, fabricado para esse fim. Em casos extremos, pode ser utilizado um equipamento externo que fornecesse oxigênio, através da ventilação forçada, com a mangueira que aparece na imagem ao lado.
  • 13. Sérios acidentes também podem ocorrer no sistema transportador de grãos dos silos (a rosca sem-fim) que, por ser um elemento girante, é muito perigoso.
  • 14. CONTROLE DE ROEDORES EM UNIDADES ARMAZENADORAS Autor: Prof. Luís César Silva Universidade Federal do Espírito Santo Danos Causados Em indústrias de alimentos e unidades de armazenagem de grãos, roedores apresentam-se como problema devido ao volume de produtos, que estes podem consumir, danificar e contaminar. Estudos revelam que em média um roedor consome 25g de alimentos por dia. Fato, que pode gerar um prejuízo anual de 5 dólares. No entanto, um roedor ao alimentar-se geralmente danifica um volume que varia de 5 a 10 vezes ao consumido. O que estende o prejuízo anual para a faixa de 25 a 50 dólares, por roedor. Quanto as possibilidades de contaminação dos produtos são estimados que por meio dos pelos, fezes, urina e mordidas dos roedores possam ser transmitidas quarenta e cinco tipos de doenças. Outro fator, são os danos estruturais causados pelos roedores, como por exemplo os provocados aos cabos elétricos. O que pode causar curtos-circuitos ou ser fonte de ignição em processos de explosões. Deste modo, demonstra-se que empreendimentos agroindustriais necessitam implementar programas de controle de roedores. E estes fundamentam-se na adoção das seguintes medidas: (a) implantação de barreiras físicas, (b) adoção de métodos para saneamento de ambientes, e (c) redução do número de indivíduos de uma população. Espécies de Roedores Urbano São descritos a seguir características das três principais espécies de roedores responsáveis por infestações em complexos agro-industriais, sendo estas: camundongos (Mus musculus), ratos de telhado (Rattus rattus), e ratazanas (Rattus novergicus). a) Camundongo
  • 15. Figura 1 - Camundongo (Mus musculus) - Foto: Microbiotécnica Os Camundongos dentre as três espécies citadas são os de menor porte e estes possuem por características: (a) peso médio de 10 a 20 g, (b) expectativa de vida 12 meses, (c) período de gestação de 19 a 21 dias e este repete-se de 5 a 6 vezes ao ano, sendo que de cada gestação nascem de 3 a 8 filhotes, (d) caudas afiladas e (e) orelhas salientes em relação ao tamanho da cabeça. Estes roedores, geralmente, vivem em pequenos grupos familiares e abrigam-se em caixas, moveis, pilhas de caixas e, ou, sacarias, e tocas escavadas em paredes. O raio de ação a partir do abrigo é de aproximadamente 3 metros. b) Rato de Telhado Figura 2 - Rato de Telhado (Rattus rattus) Foto: Microbiotécnica Os ratos de telhado chegam a pesar 300g. Possuem corpo esguio, orelhas e olhos grandes em relação a cabeça, a cauda é afilada e o comprimento desta é maior que o do corpo. Fato, que os conferem mobilidade e equilíbrio ao escalar paredes, cabos elétricos, galhos de árvores e outros tipos de superfícies verticais. A maturidade sexual ocorre de 60 a 75 dias e o período de gestação é de 20 a 22 dias, com ninhadas de 7 a 12 filhotes (4 a 8 ninhadas/ano). A expectativa de vida é de 18 meses e estes organizamse em colônias. Geralmente, abrigam-se em lugares altos, onde constroem seus ninhos, descendo ao solo em busca de alimento e água. c) Ratazana
  • 16. Figura 3 - Ratazana ou Rato de Esgoto (Rattus novergicus) Foto:Microbiotécnica As ratazanas dentre as três espécies é a que possui maior porte. Estas possuem por características: (a) peso médio de 600 g, (b) olhos e orelhas pequenas em relação ao tamanho da cabeça, (c) cauda grossa com pêlos e (d) período de gestação de 22 a 24 dias, podendo ocorrer de 8 a 12 gestações por ano, sendo que a cada uma delas gerado de 7 a 12 filhotes. A maturidade sexual ocorre aos 60 a 90 dias de vida. Estes roedores abrigam-se, preferencialmente, em tocas em forma de túneis escavados no solo e estas podem chegar a profundidade de até 1,5 m. Fato que pode causar danos estruturais às edificações. Outros locais utilizados como abrigo são galerias de esgoto ou de águas pluviais, caixas subterrâneas de telefone e rede elétrica e margens de córregos. O raio de ação, destes roedores, é de aproximadamente 50 metros. No entanto, estes podem nadar distâncias superiores a 500 m. O que é propiciado, pelo fato destes roedores possuirem membranas interdigitais. Normalmente, vivem em colônias que podem conter um grande número de indivíduos, o que irá depender da disponibilidade de: alimentos, água e abrigo. Estas colônias possuem divisões hierárquicas determinando dominados e dominantes. Avaliação do tipo e nível de Infestação A avaliação do nível e tipo de infestação baseia-se nos seguintes fatores: (a) a identificação das espécies de roedores presente, (b) o mapeamento dos pontos críticos nas instalações e (c) a estimativa do nível de infestação. A identificação das espécies de roedores deve ser feita com base nas características descritas no item anterior. Caso não seja possível visualizar os roedores os tamanhos das cápsulas das fezes são um bom indicativo. Pois, normalmente, para as ratazanas, ratos de telhado e camundongos, as capsulas das fezes possuem o comprimento de 2,0; 1,3 e 0,6 cm, respectivamente. O mapeamento dos pontos críticos nas instalações faz-se necessário para a melhor estruturação do programa de controle, bem como, não despender recursos desnecessariamente. Quanto a estimativa nível de infestação pode ser utilizado de três procedimentos práticos como: (a) constatação de indicadores da presença de roedores, (b) a capturação de roedores e (c) a medição do consumo de alimentos.
  • 17. a) constatação indicadores da presença de roedores Neste método por meio de observações de indicadores determina-se o nível de infestação. Quadro 1 - Indicadores subjetivos do nível de infestação de roedores Indicadores Baixa Média Alta Trilhas ausentes Algumas várias Manchas de gordura por atrito corporal ausentes Roeduras ausentes algumas visíveis em diversos locais Fezes algumas vários locais numerosas e frescas 1 a 3 / 300 4 a 10 / 300 m² área ext m² área ext + de 10 / 300 m² área ext Tocas ou ninhos Ratos vistos não constatado pouco evidências em perceptível vários locais vários em alguns em ambiente ambiente escuro e alguns a luz do escuro dia Fonte: FULMIRAT® Raticida, Manual Técnico - Bernardo Química b) capturação de roedores Este procedimento é recomendado para avaliações do nível de infestação em áreas abertas como: portos, pátios, áreas comerciais e quadras residências. O método consiste em distribuir 100 armadilhas com iscas. Sendo as armadilhas colocadas às 22 horas e recolhidas às 5 horas. O que deverá ser repetido por três dias. Ao final deste período apura-se o número de roedores capturados e determina-se o grau de infestação, conforme definido a seguir: baixa infestação - 01 a 05 roedores capturados média infestação - 06 a 15 roedores capturados alta infestação - 16 a 29 roedores capturados altíssima infestação - acima de 30 c) medição do consumo de alimentos
  • 18. A estimativa do número de roedores em ambientes fechados como depósitos almoxarifados e armazéns, pode ser determinada segundo a quantidade de alimentos consumida por uma população de roedores. Deste modo, o método consiste em distribuir recipientes com capacidade de 30 gramas, contento, preferencialmente, cereais moídos pela área onde pretende-se fazer o levantamento. No dia seguinte por diferença de peso determina-se o quanto de produto foi consumido, sendo então, os recipientes novamente reabastecidos. Esta operação deverá ser repetida, até que o consumo diário seja estabilizado. Ocorrido este fato, seleciona-se os dias correspondentes a estabilização do consumo e determina-se o consumo médio de alimentos por dia. Determinado consumo médio de alimentos por dia, ao dividir este valor por 15 é estimado o número de roedores que constituem a população. O número 15 foi adotado como o consumo médio para os roedores da espécie ratos de telhado. Adoção de medidas sanitárias A eliminação de fontes de alimentos e higienização da área são essenciais para o sucesso no controle de roedores. - Manter a área externa limpa: sem entulhos, materiais empilhados (madeira, canos, telhas), mato e grama devidamente aparados, poda de galhos de árvores que se projetem sobre a construção. - Eliminar ou proteger as fontes de água: fossos, valas, poças estagnadas, poços, caixas d”água e outros reservatórios. - Armazenamento adequado e protegido: cereais e forragens, alimentos, rações. - Acondicionamento do lixo em recipientes a prova de roedores, ou de difícil acesso. - Manutenção adequada das instalações hidráulicas e rede de esgoto. Controle químico Cada técnica e produto possui suas particularidades as quais devem ser analisadas e empregadas em conjunto para obtenção de um controle mais efetivo e seguro dos roedores. O controle químico consiste na distribuição estratégica de iscas e armadilhas de forma a obter a máxima taxa de controle possível. Iscas - A isca deve conter ingredientes inertes que estimulem o paladar e o consumo da isca pelos roedores. - Uma boa formulação de isca deve ter uma taxa de aceitação entre 70-80% e 100% de mortalidade.
  • 19. - Iscagem externa: distribuir nos pontos estratégicos determinados pela inspeção, as iscas utilizando um porta-isca à prova de impacto. Posicione em intervalos de 10-15 m, fechando o perímetro da edificação. - Iscagem interior: utilize porta-isca ao longo de paredes, cantos, sob estrados e outros locais determinados pela inspeção. Posicione um ponto de iscagem a cada 5-10 metros para ratos, ou 2-4 metros para camundongos. Vantagens da utilização de porta-iscas - Pessoas e animais não poderão remover e manipular a isca. - Os roedores não conseguem mover as iscas instaladas, continuando inacessíveis para homens e animais domésticos. - Os roedores não carregam a isca para outras localidades. - As iscas ficam protegidas das condições ambientais externas. Programa de Controle O programa de controle de roedores fundamenta-se na adoção das seguintes medidas: (a) implantação de barreiras físicas, (b) adoção de métodos para saneamento de ambientes e (c) redução do número de indivíduos da população. Sendo as duas primerias medidas de cárater preventivo visam minimizar as disponibilidades dos três fatores essências a sobrevivência dos roedores, que são: (a) água, (b) fonte de alimento e (c) refúgio. Enquanto a última visa o emprego agentes químicos para eliminar ou reduzir populações de roedores. a) Barreiras Físicas A adoção de barreiras físicas, visão prover as edificações de artifícios que minimizem a ação de roedores. Desta forma, edificações devem ser construídas com: (a) pisos em concreto com espessura maior que 7,5 cm sob bases adequadamente compactadas e (b) alicerces em concreto, os quais devem projetar no mínimo 30 cm acima da linha de terra. Além desses detalhes, no caso de unidades armazenadoras de grãos, as aberturas externas dos dutos de aeração e entradas dos ventiladores devem ser fechadas quando não estão sendo usadas. Ressalta-se que existem outras alternativas aplicáveis a cada tipo de edificação. b)Saneamento de Ambientes
  • 20. Saneamento de ambientes constitui-se em procedimentos que visam eliminar possíveis locais de abrigo e fontes de alimentos e água. Para tanto são recomendados: eliminar vegetação em torno das instalações a pelo menos a uma distância de 1 m; manter as instalações em bom estado de conservação procurando eliminar possíveis locais de abrigo, como buracos em paredes; remover pilhas de lixo, restos de materiais de construção e sucatas. Pois, estes entulhos podem servir de abrigo. Caso, seja necessário empilhar algum material, a pilha deve ser montada a uma distância superior a 30 cm das paredes e a uma altura de 30 cm do solo; tampar reservatórios de água; sanar vazamentos em tubulações de abastecimento de água; e limpar periodicamente galerias de escoamento de águas pluviais, evitando o acumulo de água. c)Redução da População de Roedores A redução do tamanho de uma população de roedores pode ser feito pelo uso de ratoeiras ou pelo uso de agentes químicos denominados raticidas. As ratoeiras basicamente são comercializadas em dois tamanhos, destinadas ao controle dos camundongos e dos ratos de telhado. A eficiência do emprego das ratoeiras esta: (a) no emprego de iscas apropriadas como: queijo, carne fresca e toucinho, e (b) na colocação destas em locais onde hajam infestação. Quanto aos raticidas, estes apresentam-se basicamente em duas modalidades de formulações: as de ação rápida e as de ação lenta. As de ação rápida, geralmente, são empregadas em dose única. Nesta categoria tem-se substâncias como: arsênio, fluoracetato de sódio e alfa-naftil-tioureia. Enquanto dentre os de ação lenta tem-se os anticoagulantes. Estes raticidas possuem como princípio ativos substâncias que inibem a formação da protombina em animas de sangue quente. Fato que promove o aparecimento de hemorragias capilares e em órgãos internos. O uso deste tipo de raticida é preterido pelo fato de evitar que os roedores venham a repelir a isca. Considerando os potências de intoxicação dos raticidas aos seres humanos e a outros animais de sangue quente é recomendado que estas substâncias sejam manipuladas em conformidade com as recomendações estipuladas nas embalagens. E ao final dos tratamentos os retos dos raticidas devem ser descartados conforme determinação dos fabricantes. Outro fator importante é que os recipientes utilizados para colocarem as iscas não permitam: (a) que as iscas sejam atingidas por água de chuva, (b) que crianças tenham facilidade de abrir o recipiente, e (c) que outros animais consigam ingerir as iscas. Ressalta-se que tanto no emprego das ratoeiras como dos raticidas é importante aguardar de dois a três dias para que estes agentes venham a surtir efeito. Pois, geralmente, os roedores possuem neofobia (desconfiança a objetos e alimentos novos).
  • 21. Além dos métodos discutidos, outros como emprego de substâncias repelentes, esterilizantes e fumigantes, podem ser utilizados no controle de populações de roedores. Referências GRAIN JORNAL, A rodent control program. Decatur: IL, July/Aug. 1999 MASON, L. J. Reducing rodent risk.Grain Journal, Decatur: IL, July/Aug. 1999 SURGEONER, G. A., Rodent control in livestock facilities, 86-036.htm MICROBIOTÉCNICA SANEAMENTO LTDA São Paulo: SP INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO/SABIO, Ratos: roedores em áreas urbanas, São Paulo: SP. PUZZI, D. Abastecimento e armazenagem de grãos, Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, Campinas: SP, 1986
  • 22. FUNGOS E MICOTOXINAS EM GRÃOS ARMAZENADOS Autor: Prof. Luís César Silva Universidade Federal do Espírito Santo Introdução Fungos, também denominados mofos ou bolores, são microrganismos multicelulares e filamentosos, que ao infestarem os grãos e alimentos podem produzir substâncias tóxicas tais como micotoxinas. E estas ao serem ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele podem causar: estado de letargia, perda de peso, intoxicações, câncer e óbito em homens e animais. No caso de grãos, estes podem ser infestados durante o cultivo ou no período póscollheita. Desta forma, os fungos são classificados em Fungos do Campo e Fungos do Armazenamento. Os fungos do campo contaminam os grãos durante o cultivo por estes requererem ambientes com umidade relativa superior a 80%. Enquanto fungos do armazenamento demandam menor quantidade de água, desta forma, estes proliferam em maior intensidade na massa de grãos no período pós-colheita. Materiais biológicos, como grãos, sementes e alimentos, possuem a característica de serem higroscópios, pois, entre estes e o ar são estabelecidos trocas de água, principalmente na forma de vapor. Deste modo, sobre as superfícies dos produtos são estabelecidos microclimas, que têm suas situações de estado influenciadas principalmente pelo teor de umidade dos produtos. Neste microclima a quantidade de água disponível é expressa pelo fator atividade aquosa (aa), que varia de 0 a 1. Define-se este fator como sendo a razão entre os valores da pressão de vapor de água atual no microclima e a pressão de vapor na superfície de uma porção de água pura, que representa a pressão de vapor para condição do ar saturado. Deste modo, o teor de umidade define os valores da pressão de vapor e do fator aa sobre a superfície do produto. Sendo assim, no espaço formado entre os grãos, denominado como espaço intergranular, durante o período de armazenagem é estabelecido um ambiente, que tem suas condições de estado afetadas principalmente pelo teor de umidade da massa grãos. O que pode favorecer ou não o desenvolvimento de microrganismo. Fato que irá depender do fator aa. As bactérias desenvolvem em produtos cuja a atividade aquosa é superior a 0,90, enquanto para fungos os valores variam de 0,65 a 0,90, faixa que os grãos podem possuir teor de umidade de 14 a 22%. Por isto, na conservação de grãos é empregado o processo de secagem. Este visa reduzir o teor de umidade dos produtos a níveis que a atividade aquosa não propicie a proliferação de fungos. Em situações de equilíbrio higroscópio a umidade relativa do ar intergranular corresponde a 100 vezes ao valor da atividade aquosa. Para esta situação a umidade relativa do ar é denominada como umidade relativa de equilíbrio e a umidade do grãos umidade de equilíbrio. Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são a: (a) redução do potencial de geminação, (b) descoloração, (c) geração de focos de
  • 23. aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos, (d) aceleração das trocas químicas e (e) redução da quantidade de matéria seca. Espécies de Fungos Muitas espécies de fungos podem desenvolver utilizando os grãos como substrato, no entanto as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium-spp, Figura 1, são as mais encontradas, em maior destaque as duas primeiras. Sob condições de armazenagem as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. proliferam caso ocorram as condições apresentadas no Quadro 1. Figura 1 - Espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp. ( Site Fungusweb) Quadro 1 - Condições para o crescimento de fungos em grãos para temperaturas de 25 a 27oC Espécie Umidade relativa do ar Teor de umidade dos intergranular - % grãos - % Aspergillus 68 12-14 halophilieus Aspergillus 70 13-15 restrictus Aspergillus glaucus 73 13-15 A. candidus, A. 80 14-16 ochraeus A. flavus, 82 15-18 parasiticus Penicillium spp. 80-90 15-18 Fonte: BAKKER-ARKEMA (1999) Micotoxinas Micotoxinas são substâncias químicas resultantes da atividade metabólica de fungos, que podem intoxicar seres humanos e animais. A intoxicação pode proceder de forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta quanto subprodutos e derivados contaminados são empregados.
  • 24. Dentre as principais micotoxinas encontradas em produtos alimentícios e grãos têm-se a: aflatoxina, tricotecenos, zearalenona e ocratoxinas. A aflatoxina constitui um grupo de toxinas produzidas pelo fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e são identificadas como B1, B2, G1 e G2. Sendo que as iniciadas B e G devem ao fato destas apresentarem fluorescência azulada e esverdeada, respectivamente, quando observadas sob luz ultravioleta. Duas outras micotoxinas M1 e M2 foram detectadas no leite, urina e fezes de mamíferos, resultantes do metabolismo das toxinas B1 e B2. Quanto ao efeito, a aflatoxina é extremamente tóxica e cancerígena. A intoxicação é chamada de aflatoxicose. Esta trata-se da falha do fígado devido a destruição das células parenquimatosas, o que pode ser acompanhado de hemorragias e alterações das funções nervosas em combinação com espasmos. Animais jovens apresentam redução de consumo de ração, redução de crescimento bem como perda de peso. Em humanos o processo de intoxicação pode dar-se de forma gradual, desta forma, os efeitos podem levar anos para manifestar. Animais como cavalo, macaco, peru e pato são extremamente sensíveis. No caso de patos são apresentados no Quadro 2 DL50 quando da ingestão de aflatoxinas. Quadro 2 - Doses DL50 de aflatoxinas para patos de um dia de idade. Tipo de Aflatoxina B1 B2 G1 G2 M1 M2 DL 50 mg/kg 3,6 17,0 8,0 25,0 8,0 31 Fonte: Faculdade de Farmácia - UFRS Micotoxinas: aflatoxinas Nota - DL50 corresponde a dose letal em mg/kg de peso necessária para causar a morte em 50% de um dado plantel de animais. Quanto às ocratoxinas, são produzidas pelas espécies Aspergillus alutaceus, A. alliaceus e outras, em cereais e leguminosas. Promovem acumulação de gordura no fígado e sérios danos renais, principalmente em suínos e cães. Normalmente, retardam a maturação sexual em galinhas e diminui a produção de ovos. Os tricotecenos são toxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium, que podem causar aos homens e animais problemas como: (a) vômitos, (b) hemorragias, (c) recusa do alimento, (d) necrose da epiderme, (e) aleucia tóxica alimentar (ATA), (f) redução do ganho de peso, da produção de ovos e leite, (g) interferência com o sistema imunológico e (h) morte. Ocorrem em grãos como o milho, trigo, cevada e outros. Zearalenonas é uma toxina produzida pela espécie Fusarium graminearum, principalmente em grãos de milho. Em casos de intoxicações podem causar: hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade,
  • 25. efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas. Esta toxina age como hormônio feminino. São apresentados no Quadro 3 os níveis de toxinas permitidos em alimentos e grãos, em diferentes países conforme legislações específicas. Quadro 3 - Níveis de toxinas em alimentos e grãos permitidos em diferentes países País/Produt o Argentina Alimentos infantis Amendoim, milho e derivados Farelo de soja Leite in natura e em pó Produtos lácteos Uruguai Alimentos infantis Leite e derivados Amendoim, soja e frutas secas Milho e cevada Arroz, cevada, café e milho Brasil Alimentos para consumo humano Matérias primas e rações Estados Unidos Rações de crescimento - aves e suínos Ração final - suínos Produtos lácteos MERCOSUL Milho Farelo de milho Micotoxina B1 B1 B1B2G1G2 B1 M1 M1 B1B2G1G2 M1 B1B2G1G2 Limite - ppb 0 5 20 30 0,05 0,5 3 0,5 30 zearalenona ocratoxina 200 50 B1B2G1G2 20 B1B2G1G2 50 B1B2G1G2 20 zearalenona B1B2G1G2 M1 2 200 0,5 B1B2G1G2 B1B2G1G2 20 20
  • 26. Amendoim subprodutos e B1B2G1G2 20 Fonte: FONSECA (Micotoxinas), BAKKER-ARKEMA(1999) Nota - ppb corresponde a partes por bilhão. Cuidados na Armazenagem de Grãos Como no controle de insetos e roedores, o controle da proliferação de fungos na massa de grãos fundamenta-se em cuidados a serem procedidos durante as operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos; e na sanificação dos graneleiros, silos e equipamentos mecânicos. Desta forma, são descritos a seguir alguns recomendações: Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita proceder a operação; Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da massa de grãos e evitar danos mecânicos; Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais; Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; removendo: impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois estes podem ser utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos; Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução e uniformidade do teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de fungos; Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, para uniformizar a temperatura; e Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas. Referências BAKKER-ARKEMA, F. W. CIGR Handbook of Agricultural Engineering Volume IV Agro-Processing Engineering, Published by: American Society of Agricultural Engineers. 1999. 527 p. FONSECA, H. Micotoxinas. [Site informativo] SWEETS, L. Stored Grain Fungi Commercial Agriculture Program, Department of Plant Pathology, University of Missouri. [Site informativo] CAMARGO, R. (et. al.) Tecnologia dos produtos agropecuários. São Paulo: SP, Nobel, 1984. GAVA, A. J. Princípios de tecnologia de alimentos. 6. ed, SãoPaulo: SP, Nobel, 1984.
  • 27. ALLTECH BIOTECHNOLOGY KnowMycotoxins. [Site informativo] AUDITORIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NO MEIO RURAL 1. QUANDO DESENCADEAR O PROCESSO DE AUDITORIA NO MEIO RURAL O processo de auditoria no meio rural deve ser executado em empresas que possuem acima de 50 (cinqüenta) empregados, devendo ser considerados os seguintes critérios de prioridade: • Ocorrência de acidentes fatais: quando houver um caso de acidente fatal em empresa do meio rural o processo de auditoria deve ser desencadeado o mais rápido possível, concomitantemente à análise do acidente; • Incidência de doenças e acidentes do trabalho: empresas com elevada incidência de doenças e/ou acidentes do trabalho devem passar pelo processo de auditoria, que deverá enfatizar, entre outros, a prevenção destes problemas; • Riscos acentuados; • Empresas-problema: - aquelas submetidas a ações fiscais repetidas com desrespeito contínuo às questões de SST e com pouca ou nenhuma transformação dos ambientes e condições de trabalho; - elevado número de denúncias de Saúde e Segurança do Trabalho - SST ou importância de uma denúncia; • Empresas com sistema de gestão complexos e sofisticados já implantados; • Demais empresas com mais de 50 (cinqüenta) empregados. Obs: no caso de empresas com menos de 51 empregados e que preencham os critérios acima, ou que o Auditor Fiscal do Trabalho – AFT considere que as ferramentas ou parte delas possam ser úteis, esta metodologia ou parte dela poderá ser empregada. 2. ETAPAS DA AUDITORIA A auditoria terá o seguinte desenvolvimento: 2.1 – PLANEJAMENTO; 2.2 – ANÁLISE DE DOCUMENTOS;
  • 28. 2.3 – OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS; 2.4 – DIAGNÓSTICO; 2.5 – INTERVENÇÃO; 2.6 – ACOMPANHAMENTO. Obs: durante o processo de auditoria as etapas e estratégias podem ser modificadas em função do próprio processo. 2.1. PLANEJAMENTO Após a definição da empresa a ser auditada os seguintes procedimentos deverão ser seguidos: • Consulta ao Sistema Federal Informações do Trabalho - SFIT sobre o histórico da empresa; • Informações junto ao Sindicato de trabalhadores da categoria; • Estudo da convenção coletiva do trabalho da categoria; • Estudo prévio da atividade. É nesta etapa que se define o número de Auditores Fiscais do Trabalho que participarão da Auditoria. A escolha da equipe depende do tamanho e complexidade da empresa e todos devem estar envolvidos em todas as etapas do processo. Uma reunião prévia com a participação de toda a equipe deve ser feita e conduzida pelo coordenador da auditoria (definido previamente) para a definição de atribuições e estratégias. Auditores com conhecimentos técnicos específicos em determinados assuntos podem fazer parte da equipe ou serem chamados a participar em momentos particulares da auditoria. 2.2. ANÁLISE DE DOCUMENTOS Esta etapa compreende o início do processo de auditoria propriamente dito. Para isto, segue-se a seguinte seqüência: • Apresentação das credenciais e comunicação à empresa sobre como se dará a auditoria e qual o seu objetivo; • Notificação para apresentação de documentos (NAD), em data e hora a ser marcada. A cada visita deve ser agendada a próxima, procurando dar continuidade o mais rápido possível ao processo; • Análise dos documentos: os documentos centrais referem-se as avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e a indicação das medidas de eliminação, controle ou redução dos mesmos; os registros das avaliações das condições de trabalho, indicadores de saúde dos trabalhadores, acidentes e doenças do trabalho, além das ações desenvolvidas pelo SESTR; as atas da Comissão Permanente contra Acidentes de Trabalho Rural - CPATR, que juntamente com outros documentos de SST tais como comprovantes de treinamentos, análises de acidentes de trabalho, ordens de serviço e até possíveis auditorias internas nos darão uma idéia da gestão da empresa em SST. Durante as análises devem ser feitas anotações de pontos fortes e fracos averiguados e informações a serem levantadas ou verificadas na inspeção dos ambientes de trabalho e durante as entrevistas. A partir dos dados levantados, outros documentos, além dos previstos na NAD, podem ser solicitados (por exemplo, exames complementares devem ser solicitados
  • 29. preferencialmente após análise de riscos e no caso de grandes empresas, pelo volume de exames, podem ser solicitados apenas os resultados de empregados que trabalham em setores de maior exposição do possível agente agressor); 2.3. OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS É o momento da inspeção no estabelecimento e de entrevistas. Devem ser observados todos os setores e postos de trabalho e entrevistados os trabalhadores. Nesta etapa pretende-se estabelecer um dossiê sobre os riscos, as condições de trabalho e as medidas de controle adotadas pela empresa, que passarão a orientar o processo de intervenção fiscal e de correção dos ambientes de trabalho. Também é o momento oportuno de confrontar todas as informações contidas nos Programas de Gestão de SST e demais documentos com as observações de campo, considerando especialmente a coerência e compatibilidade entre: • Os exames médicos realizados e os riscos encontrados em cada local de trabalho; • As avaliações ambientais e os riscos físicos, químicos e biológicos observados; • Os produtos químicos utilizados, a forma de armazenamento e a destinação de embalagens vazias; • Os riscos ergonômicos, especialmente os decorrentes da organização do trabalho e as medidas de controle adotadas; • As medidas de controle coletivo e individual e os riscos de acidentes e doenças do trabalho; • Os riscos de acidentes maiores, as condições de certificação de equipamentos e a existência de planos de contingências; • As condições de higiene e conforto e as exigências do processo de trabalho; • O treinamento, a habilitação profissional e as necessidades requeridas pelo trabalho; • Outras medidas adotadas e seus respectivos controles. Nesta fase também deve ser confirmado através de entrevistas se a estrutura de gerenciamento de SST na empresa existe, tem apoio central e funciona. Para isto, as entrevistas devem acontecer com funcionários da alta administração como gerentes gerais e chefes de recursos humanos, profissionais do campo, como engenheiro agrônomo e técnico agrícola, além dos profissionais de SST. A indagação fundamental é como se dá a gestão de SST na empresa. Nas entrevistas com os profissionais de SST também deve ser verificado se suas atribuições são claras e definidas, se há canais de comunicação adequados entre eles e deles com a empresa, se a CPATR tem suas recomendações atendidas e/ou analisadas e se o fluxo de informações em SST ocorre de maneira funcional e participativa. A partir de agendamento prévio deve ser realizada reunião com os membros da CPATR (titulares e suplentes). Nesta reunião devemos buscar informações sobre o relacionamento da CPATR com a empresa, legitimidade do processo eleitoral, as condições como foi realizado o treinamento, o cumprimento do Plano de Trabalho preestabelecido, bem como a participação dos Cipeiros nas investigações e análises de acidentes e demais atribuições previstas na NR-33. Esta reunião pode ter a participação do técnico de segurança ou outro profissional de SST da empresa, à critério da equipe auditora.
  • 30. 2.4. DIAGNÓSTICO O objetivo geral é avaliar a necessidade de intervenção na gestão de SST da empresa. Para tanto, na análise geral de documentos e dos ambientes de trabalho devemos estar atentos para a maneira como se desenvolvem as relações entre a empresa e os empregados nas questões de SST, ou seja, se a definição de responsabilidades é clara, se o fluxo de informações ocorre com liberdade e é eficaz, se o desenvolvimento dos programas é efetivo e tem apoio real, e se o envolvimento acontece em todos os níveis.Neste momento confrontamos as informações obtidas dos representantes da empresa e da análise documental com aquelas da etapa de campo objetivando visualizar o nível de comprometimento da empresa com as questões de SST. Para isto, os Auditores envolvidos na fiscalização devem se reunir preferencialmente fora da empresa (como forma de evitar pressões) para discutir a auditoria como um todo e definir as estratégias a serem utilizadas na intervenção. 2.5. INTERVENÇÃO Nesta etapa apresenta-se à empresa os resultados da auditoria em SST e as ações que deverão ser implementadas para adequá-la à legislação vigente. Estas serão indicadas através do respectivo Termo de Notificação que poderá ser acompanhado de interdição/embargo, autuação, solicitação de Mesa de Entendimento, ou mesmo encaminhamento de questões a serem levadas para a órgãos como IBAMA, Ministério da Agricultura, INSS, Ministério Público, Sindicatos, etc. Durante a apresentação devem estar presentes (mediante solicitação prévia) o responsável ou preposto da empresa, os profissionais agrícolas e de SST, a CPATR, o responsável pela área de RH, o gerente de produção e outros profissionais porventura necessários (outros membros da CPATR, representantes sindicais, etc.). Esta etapa se encerra com a verificação do cumprimento por parte da empresa de todas as modificações determinadas. 2.6. ACOMPANHAMENTO Ao final do trabalho de auditoria o gerente do grupo rural da DRT deverá ser informado da necessidade ou não de acompanhamento da empresa, e periodicidade, através de relatório circunstanciado que será anexado ao dossiê da empresa. Em caso afirmativo devem ser identificadas quais as medidas ou ações a serem priorizadas na etapa seguinte. A partir destas indicações dos Auditores Fiscais do Trabalho envolvidos serão definidas estratégias e objetivos futuros e será elaborado um cronograma para acompanhamento das empresas que sofreram a auditoria inicial. Nas situações acima, as inspeções futuras devem ter preferencialmente a inclusão de novos auditores, porém permanecendo ao menos um componente da equipe de auditoria inicial.
  • 31. Atividades: Sexta: vídeo: Migrantes Divisão de grupos para apresentação de trabalho Temas: 1 - NR 31 2 - Riscos com uso de ferramentas e no trato com animais 3 - Riscos e prevenções em áreas de armazenamentos 4 - Controle de roedores e fungos em áreas de armazenamentos Sábado - manhã Sistematização do trabalho Sábado - tarde - início das apresentações Apresentação de trabalho