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Os Primórdios da Teoria do
Design
Letícia Lopes de Souza
Núcleo D
MOBILIÁRIO THONET
Michael Thonet
THONET
Michael Thonet viveu entre 1796 e 1871 e foi um carpinteiro
entalhador. Sua história ficou conhecida quando resolveu dar início as
experiências com madeira laminada, e a partir disso, desenvolveu um
processo de arquear madeira a vapor e produzir cadeiras inovadoras e com
alto padrão estético, em série. Thonet também foi o criador da cadeira
mais fabricada da história (60 mil exemplares) , o que evidencia que seu
trabalho é muito valorizado pelo design.
THONET
Em 1859 Michael Thonet revoluciona a indústria imobiliária e
apresenta o modelo mais marcante de todas as suas obras, uma cadeira de
madeira com apenas 6 peças, e ainda seguindo o princípio de arqueação e
produção em série, a Cadeira nº 14. Na época do seu lançamento foi um
sucesso, e até os dias atuais é considerada inspiração para o
desenvolvimento de outros modelos.
THONET
Através da Cadeira nº14 Thonet conseguiu, sem perder a linguagem
simples e a qualidade estética, que em um espaço de apenas um metro
cúbico coubessem 36 cadeiras. Estes fatores fizeram com que houvesse um
crescimento em larga escala no setor de vendas , e devido a produção em
série, a cadeira fosse vendida por um preço acessível .
ARTS AND CRAFTS
1860-1880
ARTS AND CRAFTS
Arts and Crafts foi um movimento inglês , social e estético que
tinha como principal teoria o artesanato criativo em sucessão ao mecanismo
e a produção em massa. Suas inspirações buscavam formas mais simples e
orgânicas encontradas na natureza.
Foi considerado um movimento reformista em razão de ter
gerado uma reforma social, que, recorrendo ao valores medievais, aonde o
artesanato a arte e a beleza obtinham uma certa valorização, lutava para que
a produção industrial fosse majoritariamente rejeitada. Estes fatores fizeram
com que o artesanato, junto da sua qualidade, tivessem uma importante
relevância neste movimento, e que, consequentemente a indústria e o
historicismo fossem altamente rejeitados.
Embora “Arts and Crafts” ter surgido na Inglaterra, o movimento
também teve grande relevância na Alemanha e na França. Seu expoente
mais ressaltado foi William Morris, designer inglês, escritor e socialista. Outra
figura importante do movimento foi John Ruskin (1819-1900), escritor
inglês e crítico da arte.
ARTS AND CRAFTS
WILLIAM MORRIS
William Morris (1834-1896) viveu na Inglaterra durante a Era
Vitoriana. Em meados do século XIX, a paz e a prosperidade
invadiram o país em decorrência da expansão do Império Britânico e
sua consolidação com a Revolução Industrial. Porém, Morris, era um
crítico da indústria, opunha-se a produção em massa e lamentava a
perda da qualidade dos objetos. Por este motivo, foi um ícone
importante no design. Desenvolveu, ao lado de John Ruskin, a
primeira teoria social do Design, que defendia a compreensão da arte.
MORRIS & CO.
Morris & CO. foi lançada em 1861 por William Morris. A empresa
fabricava móveis, produzidos artesanalmente, tecidos estampados,
tapetes tecidos manualmente, azulejos coloridos e vitrais. Junto da
qualidade artesanal a empresa apostava em matérias primas
diferenciadas e apostava em elementos da natureza. A figura acima
mostra um dos móveis fabricados por Morris & CO. de madeira e
inspirado na arte medieval e nas plantas.
Arts and Crafts, Educação e Indústria
No movimento Arts and Crafts, nem todos os seus representantes
eram contra a indústria, conforme ditava a teoria central do movimento.
William H. Cole, O. Jones e Christopher Dresser tinham ideias favoráveis a
produção industrial.
Gottfried Semper foi um dos arquitetos alemães mais influentes do
século XIX. Em suas teorias não descartava a produção da indústria, porém
defendia a necessidade de melhorar a qualidade dos produtos. Em seus estudos,
ocupou-se de promover uma Reforma Educacional, aonde a ideia era defender
uma “arte elevada e industrial” sem desprezar o lado artístico. Deste modo
Semper ficou conhecido na história da arte e do design por antecipar as ideias
e conceitos das escolas de artes e ofícios do século XX, nomeada de Bauhaus.
JUGENDSTIL, ART NOUVEAU
1890-1914
ART NOUVEAU
Art Nouveau foi um movimento artístico que perdurou entre 1890
e 1914. Ocorreu em vários países e recebeu diferentes nomes; na França
ficou conhecido por Art Nouveau, na Inglaterra recebeu o nome de Modern
Style, na Aústria de Secessionsstil, na Alemanha de Judendstil e na Espanha de
Modernismo. Como uma resposta a produção industrial o movimento tinha
como objetivo reconstituir todos os espaços vitais, deste modo, utilizar o
conceito de “obra de arte integral”, aonde ocorre todos os tipos de arte e uma
corrrelação entre artes e artesanato.
O artesanato, com sua ênfase na qualidade, muito citado no tempo
de Morris foi uma condição prévia para que o Art Nouveau fosse conhecido no
mundo inteiro. Também se posicionava contra o historicismo e a indústria,
porém buscou inspirações na decoração do período historicista, diferenciando-
se de que os objetos tinham traços orgânicos com características da natureza.
Henry Van de Velde, através da sua intervenção teórica tornou-se o
principal representante do Art Nouveau. Outra figura importante foi Herman
Obrist (1863-1927). Foi na área do Design Gráfico, através da sua
preferência por ornamentos lineares de origem floral ou geométrica, que o
movimento se concretizou. Mais tarde ele também teve espeço no Design de
Interiores, na decoração de residências burguesas.
ART NOUVEAU
A linha simples, dentro do Art Nouveau era rejeitada pela maioria.
Os objetos eram criados com forte atuação nas questões funcionais, fazendo
com que as superfícies fossem lisas, sem excesso de ornamentos. A principal
corrente foi um movimento artístico. E a estética dos objetos prevalece os
aspectos funcionais
Cartaz para o papel de cigarros
JOB, 1898
HENRY VAN DE VELDE
Henry Van de Velde, nascido em 1863, na cidade de Antuérpia, foi um
arquiteto, pintor e designer belga. Viveu na Alemanha e dedicou parte de sua
vida ao ensino da Arquitetura e das artes decorativas. Foi também muito
importante para os estudos do Design devido a sua forte influência teórica a
respeito do movimento Art Nouveau. Em suas teorias, determinava a existência
da arte na criação, denominado de “obra de arte integral” e juntava com
fundamentos ornamentais orgânicos, mais intensamente que outros, com o
conceito de função.
HENRY VAN DE VELDE
A respeito do Design Industrial, Van de Velde diferenciava-se de Morris,
dizendo o seguinte “... éramos da opinião de que a criação de modelos e a
escolha de materiais nos processos industriais deveriam ser confiadas a
artistas...”
Van de Velde com a família
na frente da casa Hohe
Pappeln
Arts and Crafts, Art Nouveau e Século XX
O Movimento Reformista Art Nouveau, teve em sua estrutura uma
arte privada, constituída de mecenas e artistas, aonde parte da aristocracia
possuía uma vantagem cultural própria. Porém, na virada do século XIX para o
século XX, com o surgimento da Primeira Guerra Mundial, a decoração
refinada do cotidiano do Art Nouveau, junto da sua arte nobre, chegou ao fim.
No século XIX, os movimentos reformistas, entre eles, Art Nouveau,
deixaram como dilema fundamental a seguinte afirmação: Como o design deve
se posicionar diante da indústria e do processo industrial? É permitido
desconsiderá-lo ou deve se assumir contra ele? A maioria dos representantes
do Art Nouveau e do Arts and Crafts soube resolver essa questão de forma a
rejeitar a processo industrial e a produção em massa, optando por recorrer ao
artesanato pré-industrial, aonde teve breve aceitação, pelo mercado rebuscado.
Art Nouveau e o Pré Modernismo
O Art Nouveau Severo foi caracterizado por superfícies lisas, sem
excesso de ornamentos, havendo uma minoria que desse prioridade para linhas
mais simples, desta forma, a criação de artigos teve forte influência do
funcionalismo. Faziam parte deste conjunto, o grupo escocês de Mackintosh ou
as Wierner Werkstätten (Oficinas Vienenses), e algumas figuras da Colônia de
Artistas de Darmstadt. Os objetos desenvolvidos por eles eram compostos por
um artesanato de alta categoria, com características funcionalistas.
CHICAGO, GLASGOW, VIENA
Pré-Modernismo
PRÉ-MODERNISMO: CHICAGO
No Pré-Modernismo, a fase inicial do surgimento do Design foi
essencial para estabelecer a relação entre seus membros e a produção em
massa. Os movimentos Arts and Crafts e Art Nouveau promoveram o fim da
crítica a produção industrial, desta forma elegeram elementos do passado e
criaram uma sensibilidade ao cultivo do artesanato.
Henry Van de Velde, importante figura do movimento Art Nouveau,
seguiu para um caminho com um estilo de linguagem mais formal e objetiva.
Já Peter Behrens, protagonista do Pré-Modernismo, se ocupou com os novos
deveres da indústria, de modo a criar produtos em massa, propriamente ditos.
ESCOLA DE CHICAGO: EUA
A Escola de Chicago surgiu nos Estados Unidos, na década de
1910 e foi um movimento artístico no campo da arquitetura. Sullivan,
Burnham, Coolidge, Le Baron Jenney, Hollaburd, F. L. Wright, entre outros,
foram algumas figuras que faziam parte da Escola de Chicago. A inciativa deste
grupo em se unir foi dada após a missão de reconstruir a cidade de Chicago,
devido ao incêndio, ocorrido em 1871. Nas construções, foram utilizados
principalmente, esqueletos de aço, posicionados nos sentidos vertical e
horizontal, desta forma, manteve uma estética com características construtivas.
Luis H. Sullivan, foi um dos primeiros teóricos do funcionalismo, sua
frase mais famosa foi: “Form follows function” (A forma decorre da função),
esta serviu como base para a arquitetura moderna, para o design e para o
modernismo em geral do século XX. O movimento Escola de Chicago, com a
sua teoria de que a “a forma estética decorre das tarefas funcionais”, teve
influência no Modernismo Vienense e na Escola de Bauhaus, além disso,
funcionalistas, de diversas fases do Modernismo recorreram a esta ideia para
formar a sua teoria.
FRANK LLOYD WRIGHT
Frank Lloyd Wright (1867- 1959) foi um arquiteto, escritor e educador
estadunidense, nascido na cidade de Richland Center, nos EUA. Wright, depois
de ter sido um engenheiro colaborador de Louis H. Sullivan, tornou-se um dos
principais arquitetos do século XX. Materiais simples, junto de mais sofisticados,
como vidro, pedra natural e concreto eram os responsáveis por compor as
obras de Frank. Seu principal tema era a natureza, para o arquiteto quanto
mais perto o homem estivesse do meio natural, melhor ficaria seu estado físico
e espiritual.
FRANK LLOYD WRIGHT
Em suas obras, Frank, concentrava-se na exploração de materiais e sua
integração com a paisagem natural – uma ligação entre o interior e o exterior
da edificação. Também antecipou e utilizou alguns aspectos como: expressão
dos materiais, relevância da tecnologia, traços horizontais e espaços interiores
livres, que seriam vistos na contemporaneidade.
LOUIS H. SULLIVAN
Louis H. Sullivan (1856-1924) nasceu em Boston, e é considerado o pai da
arquitetura moderna, também foi um dos primeiros a falar sobre funcionalismo.
Suas obras foram marcadas pelo início do arranha-céus na história da
arquitetura e do design.
LOUIS H. SULLIVAN
A disponibilidade de materiais como o aço, ferro, e vidro, conduziu a
invenção de novas técnicas construtivas. O melhor exemplo dessas é o
desenvolvimento do arranha-céus, utilizando o aço, em Chicago, por volta de
1890 por William Le Baron Jenney e Louis Sullivan.
PRÉ MODERNISMO: GLASGOW
A Escola de Glasgow, criada em 1890, foi uma instituição de importante
utilidade para divulgação da arquitetura moderna. Charles R. Mackintosh,é
considerado o principal representante do movimento, que através de suas linhas
predominantemente horizontais e verticais, com formas geométricas e
construtivas, contribuiu para o impulso do design moderno.
O trabalho do movimento que merece destaque é o primeiro sistema
de metrô elétrico de Londres, chamado de “Underground Electric Railway”,
inaugurado em 1890. Para a publicidade do metrô utilizava-se de um design
com uma linguagem corporativa e de fácil entendimento.
Locomotiva Elétrica no Metrô de Londres
CHARLES R. MACKINTOSH
Charles R. Mackintosh foi arquiteto, pintor e designer, nasceu em 1868, em
Glasgow. Na área do design recebeu destaque por conceder originalidade em
móveis, vidros e outros aspectos decorativos. Já na arquitetura, seus trabalhos
para a Escola de Artes de Glasgow foram considerados os primeiros modelos
de Arte Nova no Reino Unido. Mackinstosh contribuiu para a teoria do design,
em uma carta enviada para Fritz Waerndorfer, em 1903, que dizia “Todo
objeto (...) deve apresentar uma marca acentuada de individualidade, beleza e
exato feitio.”
CHARLES R. MACKINTOSH
A imagem acima mostra uma das obras de Mackintosh, a “Glasgow School of
Art”. Nela percebe-se que a arquitetura do artista possui características da
corrente Neogótica, junto de uma abordagem artesanal. Foi construída com
granito e tijolo rebocado, mas o vidro e o ferro estiveram muito presentes nos
estúdios da Escola.
EDWARD JOHNSTON
Edward Johnston junto de Rudolf Koch é visto como o pai da
caligrafia moderna. Teve uma grande influência no projeto do metrô elétrico de
Londres, o “Underground Electric Railway”, onde a marca e o sistema de
sinalização do local foram de sua responsabilidade. Um logotipo simples, mas
que atendia as necessidades da época, foi utilizado nos cartazes publicitários e
nos corredores de acesso do metrô londrino.
Logotipo do Metrô de Londres,1908
MODERNISMO VIENENSE
O grupo de artistas vienenses, conhecido por Secession, assim como
o Modernismo Vienense, tinham uma posição contra as academias de arte
tradicionais e ao historicismo. O Modernismo Vienense também buscou
inspirações na reforma de artes e ofícios. As figuras mais conhecidas do
movimento foram Gustav Klimt e Otto Wagner.
Das raízes do Secession, surgiu, em 1903, a Wierner Werstätte
(Oficina Vienense), o principal objetivo da oficina era fazer com que o
artesanato e o design aparecesse da forma mais bonita nos campos de atuação
da arte, por exemplo, na cerâmica, nos mobiliários e nas artes gráficas. A
Wierner Werkstätte, em contraste com o ornamento floral que restou do Art
Nouveau, criou uma linguagem formal clara, marcada por ângulos retos e por
linhas de traçado bem definido.
E assim como o Arts and Crafts, a Oficina Vienense adotou uma
posição contrária a produção em massa, o design para produtos de consumo
em massa nunca os interessou. Por este motivo, a Oficina foi fortemente
criticada pelo arquiteto Adolf Loos, que em uma conferência disse as seguintes
palavras: “... Os objetos modernos não existem para uma camada superior, mas
para todos.” Esta afirmação e o assunto produção em massa trouxe para o
design pré-modernismo uma nova estética industrial.
ADOLF LOOS
Adolf Loos foi um arquiteto e teórico austríaco, nasceu na cidade de Brno, na
República Checa. Uma de suas principais características era o desprezo pelo
ornamento. Para ele, as formas teriam que ser funcionais, tanto na arquitetura
quanto no design. Também era contrário ao grupo Secession, e expressou isto
através da obra “Ornamento e Crime” lançada em 1908.
PRÉ-MODERNISMO DARMSTADT
A Colônia de Artistas de Darmstadt refere-se a um grupo de artistas
de Mathildenhöhe e foi fundada por Joseph Maria Olbrich e por Peter Behrens,
através de um convite do Grão-Duque Ernst Ludwig von Hessen, na virada do
século XIX para o século XX.
O Grão-Duque gostaria, através da criação do movimento, construir
moradias por valores acessíveis à classe média. O arquiteto Olbrich ficou
responsável pela construção de edificações da Colônia, como o ateliê, hall de
exposições e moradias, enquanto Behrens elaborou uma linguagem puramente
objetiva, que abordava desde a planta de uma casa até os objetos domésticos.
Em 1904 a Colônia de Artistas de Darmstadt mostrou suas
criações; cômodos confortáveis e produtos fabricados em série, através de uma
exposição.
PETER BEHRENS
Peter Behrens foi um arquiteto alemão, nasceu em Berlim, na cidade de
Hamburgo, em 1868. Além de ser um dos fundadores da Colônia dos
Artistas de Darmstadt, entre os anos de 1899 e 1903 lecionou na Colônia,
junto com outros seis artistas, a convite do grão-duque Ernst Ludwig von
Hessen. Behrens recebeu o título de primeiro designer industrial, e foi também
o primeiro a criar uma cultura de identidade corporativa.
PETER BEHRENS
A imagem mostra uma das obras de Behrens, sua própria casa em Darmstadt.
Percebe-se a ausência de ornamentos, a presença marcante de traços verticais
e materiais mais comuns, como o vidro e o tijolo.
DEUSTSCHER WERKBUND
Século XX
SÉCULO XX: DEUTSCHER WERKBUND
Por volta de 1876, a Alemanha passava por algumas
consequências, pelo fato da falta de qualidade em seus produtos, esta situação
teria que ser corrigida urgentemente para que o país pudesse concorrer com o
mercado interno e internacional. O local que ficou responsável para resolver
este problema foi a Deutscher Werkbund (Liga Alemã do Trabalho), criada em
1907.
A Werkbund Alemã foi fundada por Hermann Muthesius, Peter
Behrens, Henry Van de Velde e Joseph Olbrich, como uma associação de
empresários, arquitetos, artistas e profissionais de artes e ofícios. O objetivo da
Liga era, através das artes, da indústria e do artesanato, levar qualidade aos
produtos alemães, cuja realidade era bem diferente nos produtos da época. Em
seus projetos, o foco eram as diferentes funções do Design.
Ao contrário do Arts and Crafts, movimento que a Werkbund
procurava parecer-se, a indústria era aceita pela maioria de seus integrantes.
Porém, existiam dois pontos controversos dentro da Liga Alemã, um deles era
defendido por Hermann Muthesius, que dizia: “A arquitetura e, com ela, todo o
campo criativo da Werkbund, clama por tipificação (...)”, enquanto Henry Van
de Velde contrapunha-se e argumentava o seguinte: “Enquanto ainda houver
artistas na Werkbund e enquanto estes ainda tiverem alguma influência sobre
sua história, eles protestarão contra toda proposta de cânone ou de
tipificação.”
PETER BEHRENS & AEG
Em 1906, a AEG encarregou Peter Behrens de criar seu material
publicitário, para mais tarde contratá-lo como “assessor artístico”. Feito este
trabalho, de 1907 a 1914 , Behrens foi responsável por vários itens da
empresa, tais como: projetar edifícios de usinas, espaços para exposições,
moradia para trabalhadores, a mídia publicitária da empresa, eletrodomésticos,
e por fim a identidade corporativa. Tudo isso deveria se encaixar com os
desejos dos consumidores e possuir características objetivas e funcionais.
Marca registrada da AEG,
1907
PETER BEHRENS & AEG
Além de ter sido um dos fundadores da Werkbund Alemã e uma
figura importante para as teorias do movimento, Behrens também foi uma das
peças chaves para o Design, sendo o pioneiro em identidade corporativa e o
reformista da caligrafia sem serifas.
A AEG é uma empresa alemã de eletrodomésticos, que logo no
início século XX recebeu o título de uma das maiores empresas mundiais da
área elétrica, acompanhada da General Electric Company , a Westinghouse e a
Simens. O trabalho de Behrens para a empresa transformou o então pintor,
designer gráfico e designer industrial no pioneiro da cultura moderna industrial.
A AEG também ganhou seu reconhecimento por utilizar métodos norte-
americanos, onde o maquinário da empresa era o mai moderno, e seu método
de trabalho possuía um alto nível de organização.
BAUHAUS
Século XX
BAUHAUS
A Bauhaus (Casa Estatal de Construção), foi fundada em 1919,
por Walter A. Gropius, como uma reação a situação em que a Alemanha se
encontrava na época. A Primeira Guerra Mundial tinha chego ao fim, e o país
estava destruído, a economia estava em crise, e a pobreza, junto do
desemprego devastavam a Alemanha. O princípio de Gropius e seus seguidores
era unir a arte e o artesanato, com uma herança medieval, junto de um ideal de
sociedade democrática, na ausência de hierarquias, ou seja, sem distinção de
classes.
A Escola de Bauhaus foi dividida em 3 fases, a primeira ocorreu de
1919 a 1923, em Weimar. Pretendia-se nesta fase um trabalho criativo, cujo
objetivo era tornar a Bauhaus uma instituição educacional, que atendia ao
comércio e a indústria, e tivesse influência no design e no mundo. O ensino era
fundamento próprio da Escola, onde os estudantes eram libertos de qualquer
pré-conceito sobre o belo e à estética. Também valoriza-se a produção
artesanal. A segunda fase ocorreu de 1923 a 1928, sendo que no ano de
1926, a Escola mudou-se para Dessau. Neste período o construtivismo do
húngaro Lazlo Maholy-Nagy domina a escola. A Bauhaus criou uma linguagem
formal, que reduzia todos os objetos a elementos geométricos, desta forma,
construiu-se uma ponte entre o design e a produção industrial.
BAUHAUS
A terceira fase, conhecida como a Era Meyer, compreendida entre
1929 e 1933, os conflitos pela arte e pela indústria se acenderam
novamente, fato que levou a demissão de Walter Gropius, em 1928. Quem o
substituiu foi Hannes Meyer, que deu ênfase para o “funcionalismo social”,
onde exigia produtos padronizados, fabricados em série, mas que satisfizessem
as necessidades básicas dos trabalhadores.
O Funcionalismo do ano de 1920, junto da sua finalidade e da sua
beleza foi entendido para a Bauhaus, como uma expressão social da
racionalidade industrial.
Com inspirações nas ideias do movimento Arts and Crafs (Escola de
Artes e Ofícios), na Deutscher Werkbund (Liga Alemã do Trabalho) e outras
correntes reformistas, a Escola de Bauhaus é considerada a Escola mais
importante de desenho industrial, arte e arquitetura do século XX.
BAUHAUS E WALTER GROPIUS
Walter Gropius é considerado um dos principais nomes da
arquitetura do século XX. Estudou arquitetura de 1903 a 1907 no
Technische Hochschule de Berlim e Munique. Depois de obter a licenciatura fez
as habituais viagens ao exterior, visitando vários países europeus. Trouxe uma
grande contribuição para o movimento modernista, em 1919, quando fundou
a Escola Vanguardista, Bauhaus, em Weimar. Seu objetivo era combinar o
ensino artístico e técnico em apenas um lugar.
BAUHAUS E WALTER GROPIUS
A imagem acima mostra a primeira obra de Walter Gropius, a
Fábrica Fagus, em 1911. Influenciado por Peter Behrens, Gropius evidenciou
alguns elementos que iriam caracterizar o restante das suas obras, são eles:
estrutura independente, fechamento em vidro e volumetria pura.
BAUHAUS E MARCEL BREUER
Marcel Breuer, arquiteto e designer húngaro-americano, nasceu em
Pécs, na Hungria, no dia 21 de maio de 1902. Foi um dos principais
discípulos da escola artística alemã Bauhaus, e também, um dos principais
professores. Iniciou sua carreira profissional em 1928, mas foi perseguido pelos
soldados de Hitler e obrigado a refugiar-se na Inglaterra. Desta parte inicial de
sua carreira, o que recebeu maior destaque foi o desenho de mobiliário,
sobretudo as cadeiras de metal, cuja estas foi de sua invenção.
BAUHAUS E MARCEL BREUER
Marcel Breuer foi responsável por vários projetos mobiliários, um
deles, até hoje vendido, é a Cadeira Wassily, desenhada em 1925/26. Através
desta revolucionou o design do século XX, utilizando em sua estrutura o aço
tubular.
BAUHAUS E LAZLO MOHOLY NAGY
Lazlo Moholy Nagy, pintor, escultor e artista experimental, nasceu na Hungria.
Entre 1923 e 1928 foi professor da Bauhaus coeditor de publicações desta
escola. Junto à docência, desenvolvia filmes experimentais, teatro, desenho
industrial e publicitário, fotografia e tipografia, além da pintura e da escultura.
No ano de 1935 mudou-se para Londres onde formou o grupo construtivista
responsável pela publicação do periódico Circle. Em 1937 foi para Chicago,
onde tornou-se diretor da New Bauhaus e fundou o Instituto de Design.
BAUHAUS E LAZLO MOHOLY NAGY
Moholy-Nagy fez uma ótima e vigorosa Tipografia e Design Gráfico.
Praticou uma técnica humorística de foto colagem e reinventou o Fotograma,
usando interferências artísticas na impressão das fotografias elementares. Um
exemplo de fotograma é a obra da imagem acima, de 1922.
A METÁFORA DAS MÁQUINAS E LE CORBUSIER
Le Corbusier é considerado a figura mais importante da arquitetura moderna.
Estudou artes e ofícios em sua cidade natal, na Suíça, e depois estagiou por dois
anos no estúdio parisiense de Auguste Perret, na França. Uma de suas principais
contribuições, foi o conhecimento da casa como uma máquina de habitar
(machine à habiter), em concordância com as evoluções industriais. Seu foco era
a funcionalidade. As edificações eram projetadas para serem usadas. Interpretou
a arquitetura como o jogo correto e magnífico dos volumes sob a luz,
fundamentada na utilização dos novos materiais: concreto armado, vidro plano
em grandes dimensões e outros produtos artificiais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://pt.slideshare.net/SaraPlcido/a-bauhaus
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo368/bauhaus
http://arcdesigners.blogspot.com.br/2009/11/nasceu-na-alemanha-em-
weimar-apos.html
http://www.macamp.com.br/variedades/walterGropius.htm
http://casavogue.globo.com/MostrasExpos/noticia/2013/02/marcel-breuer-
arquiteto-e-designer.html
http://educacao.uol.com.br/biografias/le-corbusier.jhtm
http://www.tipografos.net/bauhaus/moholy-nagy.html
SCHNEIDER, B.; SPEARBER, G. B.; BERTUOL, S.; Design – Uma Introdução:
O design no contexto social, cultural e econômico.

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História do Design

  • 1. Os Primórdios da Teoria do Design Letícia Lopes de Souza Núcleo D
  • 3. THONET Michael Thonet viveu entre 1796 e 1871 e foi um carpinteiro entalhador. Sua história ficou conhecida quando resolveu dar início as experiências com madeira laminada, e a partir disso, desenvolveu um processo de arquear madeira a vapor e produzir cadeiras inovadoras e com alto padrão estético, em série. Thonet também foi o criador da cadeira mais fabricada da história (60 mil exemplares) , o que evidencia que seu trabalho é muito valorizado pelo design.
  • 4. THONET Em 1859 Michael Thonet revoluciona a indústria imobiliária e apresenta o modelo mais marcante de todas as suas obras, uma cadeira de madeira com apenas 6 peças, e ainda seguindo o princípio de arqueação e produção em série, a Cadeira nº 14. Na época do seu lançamento foi um sucesso, e até os dias atuais é considerada inspiração para o desenvolvimento de outros modelos.
  • 5. THONET Através da Cadeira nº14 Thonet conseguiu, sem perder a linguagem simples e a qualidade estética, que em um espaço de apenas um metro cúbico coubessem 36 cadeiras. Estes fatores fizeram com que houvesse um crescimento em larga escala no setor de vendas , e devido a produção em série, a cadeira fosse vendida por um preço acessível .
  • 7. ARTS AND CRAFTS Arts and Crafts foi um movimento inglês , social e estético que tinha como principal teoria o artesanato criativo em sucessão ao mecanismo e a produção em massa. Suas inspirações buscavam formas mais simples e orgânicas encontradas na natureza. Foi considerado um movimento reformista em razão de ter gerado uma reforma social, que, recorrendo ao valores medievais, aonde o artesanato a arte e a beleza obtinham uma certa valorização, lutava para que a produção industrial fosse majoritariamente rejeitada. Estes fatores fizeram com que o artesanato, junto da sua qualidade, tivessem uma importante relevância neste movimento, e que, consequentemente a indústria e o historicismo fossem altamente rejeitados. Embora “Arts and Crafts” ter surgido na Inglaterra, o movimento também teve grande relevância na Alemanha e na França. Seu expoente mais ressaltado foi William Morris, designer inglês, escritor e socialista. Outra figura importante do movimento foi John Ruskin (1819-1900), escritor inglês e crítico da arte.
  • 9. WILLIAM MORRIS William Morris (1834-1896) viveu na Inglaterra durante a Era Vitoriana. Em meados do século XIX, a paz e a prosperidade invadiram o país em decorrência da expansão do Império Britânico e sua consolidação com a Revolução Industrial. Porém, Morris, era um crítico da indústria, opunha-se a produção em massa e lamentava a perda da qualidade dos objetos. Por este motivo, foi um ícone importante no design. Desenvolveu, ao lado de John Ruskin, a primeira teoria social do Design, que defendia a compreensão da arte.
  • 10. MORRIS & CO. Morris & CO. foi lançada em 1861 por William Morris. A empresa fabricava móveis, produzidos artesanalmente, tecidos estampados, tapetes tecidos manualmente, azulejos coloridos e vitrais. Junto da qualidade artesanal a empresa apostava em matérias primas diferenciadas e apostava em elementos da natureza. A figura acima mostra um dos móveis fabricados por Morris & CO. de madeira e inspirado na arte medieval e nas plantas.
  • 11. Arts and Crafts, Educação e Indústria No movimento Arts and Crafts, nem todos os seus representantes eram contra a indústria, conforme ditava a teoria central do movimento. William H. Cole, O. Jones e Christopher Dresser tinham ideias favoráveis a produção industrial. Gottfried Semper foi um dos arquitetos alemães mais influentes do século XIX. Em suas teorias não descartava a produção da indústria, porém defendia a necessidade de melhorar a qualidade dos produtos. Em seus estudos, ocupou-se de promover uma Reforma Educacional, aonde a ideia era defender uma “arte elevada e industrial” sem desprezar o lado artístico. Deste modo Semper ficou conhecido na história da arte e do design por antecipar as ideias e conceitos das escolas de artes e ofícios do século XX, nomeada de Bauhaus.
  • 13. ART NOUVEAU Art Nouveau foi um movimento artístico que perdurou entre 1890 e 1914. Ocorreu em vários países e recebeu diferentes nomes; na França ficou conhecido por Art Nouveau, na Inglaterra recebeu o nome de Modern Style, na Aústria de Secessionsstil, na Alemanha de Judendstil e na Espanha de Modernismo. Como uma resposta a produção industrial o movimento tinha como objetivo reconstituir todos os espaços vitais, deste modo, utilizar o conceito de “obra de arte integral”, aonde ocorre todos os tipos de arte e uma corrrelação entre artes e artesanato. O artesanato, com sua ênfase na qualidade, muito citado no tempo de Morris foi uma condição prévia para que o Art Nouveau fosse conhecido no mundo inteiro. Também se posicionava contra o historicismo e a indústria, porém buscou inspirações na decoração do período historicista, diferenciando- se de que os objetos tinham traços orgânicos com características da natureza. Henry Van de Velde, através da sua intervenção teórica tornou-se o principal representante do Art Nouveau. Outra figura importante foi Herman Obrist (1863-1927). Foi na área do Design Gráfico, através da sua preferência por ornamentos lineares de origem floral ou geométrica, que o movimento se concretizou. Mais tarde ele também teve espeço no Design de Interiores, na decoração de residências burguesas.
  • 14. ART NOUVEAU A linha simples, dentro do Art Nouveau era rejeitada pela maioria. Os objetos eram criados com forte atuação nas questões funcionais, fazendo com que as superfícies fossem lisas, sem excesso de ornamentos. A principal corrente foi um movimento artístico. E a estética dos objetos prevalece os aspectos funcionais Cartaz para o papel de cigarros JOB, 1898
  • 15. HENRY VAN DE VELDE Henry Van de Velde, nascido em 1863, na cidade de Antuérpia, foi um arquiteto, pintor e designer belga. Viveu na Alemanha e dedicou parte de sua vida ao ensino da Arquitetura e das artes decorativas. Foi também muito importante para os estudos do Design devido a sua forte influência teórica a respeito do movimento Art Nouveau. Em suas teorias, determinava a existência da arte na criação, denominado de “obra de arte integral” e juntava com fundamentos ornamentais orgânicos, mais intensamente que outros, com o conceito de função.
  • 16. HENRY VAN DE VELDE A respeito do Design Industrial, Van de Velde diferenciava-se de Morris, dizendo o seguinte “... éramos da opinião de que a criação de modelos e a escolha de materiais nos processos industriais deveriam ser confiadas a artistas...” Van de Velde com a família na frente da casa Hohe Pappeln
  • 17. Arts and Crafts, Art Nouveau e Século XX O Movimento Reformista Art Nouveau, teve em sua estrutura uma arte privada, constituída de mecenas e artistas, aonde parte da aristocracia possuía uma vantagem cultural própria. Porém, na virada do século XIX para o século XX, com o surgimento da Primeira Guerra Mundial, a decoração refinada do cotidiano do Art Nouveau, junto da sua arte nobre, chegou ao fim. No século XIX, os movimentos reformistas, entre eles, Art Nouveau, deixaram como dilema fundamental a seguinte afirmação: Como o design deve se posicionar diante da indústria e do processo industrial? É permitido desconsiderá-lo ou deve se assumir contra ele? A maioria dos representantes do Art Nouveau e do Arts and Crafts soube resolver essa questão de forma a rejeitar a processo industrial e a produção em massa, optando por recorrer ao artesanato pré-industrial, aonde teve breve aceitação, pelo mercado rebuscado.
  • 18. Art Nouveau e o Pré Modernismo O Art Nouveau Severo foi caracterizado por superfícies lisas, sem excesso de ornamentos, havendo uma minoria que desse prioridade para linhas mais simples, desta forma, a criação de artigos teve forte influência do funcionalismo. Faziam parte deste conjunto, o grupo escocês de Mackintosh ou as Wierner Werkstätten (Oficinas Vienenses), e algumas figuras da Colônia de Artistas de Darmstadt. Os objetos desenvolvidos por eles eram compostos por um artesanato de alta categoria, com características funcionalistas.
  • 20. PRÉ-MODERNISMO: CHICAGO No Pré-Modernismo, a fase inicial do surgimento do Design foi essencial para estabelecer a relação entre seus membros e a produção em massa. Os movimentos Arts and Crafts e Art Nouveau promoveram o fim da crítica a produção industrial, desta forma elegeram elementos do passado e criaram uma sensibilidade ao cultivo do artesanato. Henry Van de Velde, importante figura do movimento Art Nouveau, seguiu para um caminho com um estilo de linguagem mais formal e objetiva. Já Peter Behrens, protagonista do Pré-Modernismo, se ocupou com os novos deveres da indústria, de modo a criar produtos em massa, propriamente ditos.
  • 21. ESCOLA DE CHICAGO: EUA A Escola de Chicago surgiu nos Estados Unidos, na década de 1910 e foi um movimento artístico no campo da arquitetura. Sullivan, Burnham, Coolidge, Le Baron Jenney, Hollaburd, F. L. Wright, entre outros, foram algumas figuras que faziam parte da Escola de Chicago. A inciativa deste grupo em se unir foi dada após a missão de reconstruir a cidade de Chicago, devido ao incêndio, ocorrido em 1871. Nas construções, foram utilizados principalmente, esqueletos de aço, posicionados nos sentidos vertical e horizontal, desta forma, manteve uma estética com características construtivas. Luis H. Sullivan, foi um dos primeiros teóricos do funcionalismo, sua frase mais famosa foi: “Form follows function” (A forma decorre da função), esta serviu como base para a arquitetura moderna, para o design e para o modernismo em geral do século XX. O movimento Escola de Chicago, com a sua teoria de que a “a forma estética decorre das tarefas funcionais”, teve influência no Modernismo Vienense e na Escola de Bauhaus, além disso, funcionalistas, de diversas fases do Modernismo recorreram a esta ideia para formar a sua teoria.
  • 22. FRANK LLOYD WRIGHT Frank Lloyd Wright (1867- 1959) foi um arquiteto, escritor e educador estadunidense, nascido na cidade de Richland Center, nos EUA. Wright, depois de ter sido um engenheiro colaborador de Louis H. Sullivan, tornou-se um dos principais arquitetos do século XX. Materiais simples, junto de mais sofisticados, como vidro, pedra natural e concreto eram os responsáveis por compor as obras de Frank. Seu principal tema era a natureza, para o arquiteto quanto mais perto o homem estivesse do meio natural, melhor ficaria seu estado físico e espiritual.
  • 23. FRANK LLOYD WRIGHT Em suas obras, Frank, concentrava-se na exploração de materiais e sua integração com a paisagem natural – uma ligação entre o interior e o exterior da edificação. Também antecipou e utilizou alguns aspectos como: expressão dos materiais, relevância da tecnologia, traços horizontais e espaços interiores livres, que seriam vistos na contemporaneidade.
  • 24. LOUIS H. SULLIVAN Louis H. Sullivan (1856-1924) nasceu em Boston, e é considerado o pai da arquitetura moderna, também foi um dos primeiros a falar sobre funcionalismo. Suas obras foram marcadas pelo início do arranha-céus na história da arquitetura e do design.
  • 25. LOUIS H. SULLIVAN A disponibilidade de materiais como o aço, ferro, e vidro, conduziu a invenção de novas técnicas construtivas. O melhor exemplo dessas é o desenvolvimento do arranha-céus, utilizando o aço, em Chicago, por volta de 1890 por William Le Baron Jenney e Louis Sullivan.
  • 26. PRÉ MODERNISMO: GLASGOW A Escola de Glasgow, criada em 1890, foi uma instituição de importante utilidade para divulgação da arquitetura moderna. Charles R. Mackintosh,é considerado o principal representante do movimento, que através de suas linhas predominantemente horizontais e verticais, com formas geométricas e construtivas, contribuiu para o impulso do design moderno. O trabalho do movimento que merece destaque é o primeiro sistema de metrô elétrico de Londres, chamado de “Underground Electric Railway”, inaugurado em 1890. Para a publicidade do metrô utilizava-se de um design com uma linguagem corporativa e de fácil entendimento. Locomotiva Elétrica no Metrô de Londres
  • 27. CHARLES R. MACKINTOSH Charles R. Mackintosh foi arquiteto, pintor e designer, nasceu em 1868, em Glasgow. Na área do design recebeu destaque por conceder originalidade em móveis, vidros e outros aspectos decorativos. Já na arquitetura, seus trabalhos para a Escola de Artes de Glasgow foram considerados os primeiros modelos de Arte Nova no Reino Unido. Mackinstosh contribuiu para a teoria do design, em uma carta enviada para Fritz Waerndorfer, em 1903, que dizia “Todo objeto (...) deve apresentar uma marca acentuada de individualidade, beleza e exato feitio.”
  • 28. CHARLES R. MACKINTOSH A imagem acima mostra uma das obras de Mackintosh, a “Glasgow School of Art”. Nela percebe-se que a arquitetura do artista possui características da corrente Neogótica, junto de uma abordagem artesanal. Foi construída com granito e tijolo rebocado, mas o vidro e o ferro estiveram muito presentes nos estúdios da Escola.
  • 29. EDWARD JOHNSTON Edward Johnston junto de Rudolf Koch é visto como o pai da caligrafia moderna. Teve uma grande influência no projeto do metrô elétrico de Londres, o “Underground Electric Railway”, onde a marca e o sistema de sinalização do local foram de sua responsabilidade. Um logotipo simples, mas que atendia as necessidades da época, foi utilizado nos cartazes publicitários e nos corredores de acesso do metrô londrino. Logotipo do Metrô de Londres,1908
  • 30. MODERNISMO VIENENSE O grupo de artistas vienenses, conhecido por Secession, assim como o Modernismo Vienense, tinham uma posição contra as academias de arte tradicionais e ao historicismo. O Modernismo Vienense também buscou inspirações na reforma de artes e ofícios. As figuras mais conhecidas do movimento foram Gustav Klimt e Otto Wagner. Das raízes do Secession, surgiu, em 1903, a Wierner Werstätte (Oficina Vienense), o principal objetivo da oficina era fazer com que o artesanato e o design aparecesse da forma mais bonita nos campos de atuação da arte, por exemplo, na cerâmica, nos mobiliários e nas artes gráficas. A Wierner Werkstätte, em contraste com o ornamento floral que restou do Art Nouveau, criou uma linguagem formal clara, marcada por ângulos retos e por linhas de traçado bem definido. E assim como o Arts and Crafts, a Oficina Vienense adotou uma posição contrária a produção em massa, o design para produtos de consumo em massa nunca os interessou. Por este motivo, a Oficina foi fortemente criticada pelo arquiteto Adolf Loos, que em uma conferência disse as seguintes palavras: “... Os objetos modernos não existem para uma camada superior, mas para todos.” Esta afirmação e o assunto produção em massa trouxe para o design pré-modernismo uma nova estética industrial.
  • 31. ADOLF LOOS Adolf Loos foi um arquiteto e teórico austríaco, nasceu na cidade de Brno, na República Checa. Uma de suas principais características era o desprezo pelo ornamento. Para ele, as formas teriam que ser funcionais, tanto na arquitetura quanto no design. Também era contrário ao grupo Secession, e expressou isto através da obra “Ornamento e Crime” lançada em 1908.
  • 32. PRÉ-MODERNISMO DARMSTADT A Colônia de Artistas de Darmstadt refere-se a um grupo de artistas de Mathildenhöhe e foi fundada por Joseph Maria Olbrich e por Peter Behrens, através de um convite do Grão-Duque Ernst Ludwig von Hessen, na virada do século XIX para o século XX. O Grão-Duque gostaria, através da criação do movimento, construir moradias por valores acessíveis à classe média. O arquiteto Olbrich ficou responsável pela construção de edificações da Colônia, como o ateliê, hall de exposições e moradias, enquanto Behrens elaborou uma linguagem puramente objetiva, que abordava desde a planta de uma casa até os objetos domésticos. Em 1904 a Colônia de Artistas de Darmstadt mostrou suas criações; cômodos confortáveis e produtos fabricados em série, através de uma exposição.
  • 33. PETER BEHRENS Peter Behrens foi um arquiteto alemão, nasceu em Berlim, na cidade de Hamburgo, em 1868. Além de ser um dos fundadores da Colônia dos Artistas de Darmstadt, entre os anos de 1899 e 1903 lecionou na Colônia, junto com outros seis artistas, a convite do grão-duque Ernst Ludwig von Hessen. Behrens recebeu o título de primeiro designer industrial, e foi também o primeiro a criar uma cultura de identidade corporativa.
  • 34. PETER BEHRENS A imagem mostra uma das obras de Behrens, sua própria casa em Darmstadt. Percebe-se a ausência de ornamentos, a presença marcante de traços verticais e materiais mais comuns, como o vidro e o tijolo.
  • 36. SÉCULO XX: DEUTSCHER WERKBUND Por volta de 1876, a Alemanha passava por algumas consequências, pelo fato da falta de qualidade em seus produtos, esta situação teria que ser corrigida urgentemente para que o país pudesse concorrer com o mercado interno e internacional. O local que ficou responsável para resolver este problema foi a Deutscher Werkbund (Liga Alemã do Trabalho), criada em 1907. A Werkbund Alemã foi fundada por Hermann Muthesius, Peter Behrens, Henry Van de Velde e Joseph Olbrich, como uma associação de empresários, arquitetos, artistas e profissionais de artes e ofícios. O objetivo da Liga era, através das artes, da indústria e do artesanato, levar qualidade aos produtos alemães, cuja realidade era bem diferente nos produtos da época. Em seus projetos, o foco eram as diferentes funções do Design. Ao contrário do Arts and Crafts, movimento que a Werkbund procurava parecer-se, a indústria era aceita pela maioria de seus integrantes. Porém, existiam dois pontos controversos dentro da Liga Alemã, um deles era defendido por Hermann Muthesius, que dizia: “A arquitetura e, com ela, todo o campo criativo da Werkbund, clama por tipificação (...)”, enquanto Henry Van de Velde contrapunha-se e argumentava o seguinte: “Enquanto ainda houver artistas na Werkbund e enquanto estes ainda tiverem alguma influência sobre sua história, eles protestarão contra toda proposta de cânone ou de tipificação.”
  • 37. PETER BEHRENS & AEG Em 1906, a AEG encarregou Peter Behrens de criar seu material publicitário, para mais tarde contratá-lo como “assessor artístico”. Feito este trabalho, de 1907 a 1914 , Behrens foi responsável por vários itens da empresa, tais como: projetar edifícios de usinas, espaços para exposições, moradia para trabalhadores, a mídia publicitária da empresa, eletrodomésticos, e por fim a identidade corporativa. Tudo isso deveria se encaixar com os desejos dos consumidores e possuir características objetivas e funcionais. Marca registrada da AEG, 1907
  • 38. PETER BEHRENS & AEG Além de ter sido um dos fundadores da Werkbund Alemã e uma figura importante para as teorias do movimento, Behrens também foi uma das peças chaves para o Design, sendo o pioneiro em identidade corporativa e o reformista da caligrafia sem serifas. A AEG é uma empresa alemã de eletrodomésticos, que logo no início século XX recebeu o título de uma das maiores empresas mundiais da área elétrica, acompanhada da General Electric Company , a Westinghouse e a Simens. O trabalho de Behrens para a empresa transformou o então pintor, designer gráfico e designer industrial no pioneiro da cultura moderna industrial. A AEG também ganhou seu reconhecimento por utilizar métodos norte- americanos, onde o maquinário da empresa era o mai moderno, e seu método de trabalho possuía um alto nível de organização.
  • 40. BAUHAUS A Bauhaus (Casa Estatal de Construção), foi fundada em 1919, por Walter A. Gropius, como uma reação a situação em que a Alemanha se encontrava na época. A Primeira Guerra Mundial tinha chego ao fim, e o país estava destruído, a economia estava em crise, e a pobreza, junto do desemprego devastavam a Alemanha. O princípio de Gropius e seus seguidores era unir a arte e o artesanato, com uma herança medieval, junto de um ideal de sociedade democrática, na ausência de hierarquias, ou seja, sem distinção de classes. A Escola de Bauhaus foi dividida em 3 fases, a primeira ocorreu de 1919 a 1923, em Weimar. Pretendia-se nesta fase um trabalho criativo, cujo objetivo era tornar a Bauhaus uma instituição educacional, que atendia ao comércio e a indústria, e tivesse influência no design e no mundo. O ensino era fundamento próprio da Escola, onde os estudantes eram libertos de qualquer pré-conceito sobre o belo e à estética. Também valoriza-se a produção artesanal. A segunda fase ocorreu de 1923 a 1928, sendo que no ano de 1926, a Escola mudou-se para Dessau. Neste período o construtivismo do húngaro Lazlo Maholy-Nagy domina a escola. A Bauhaus criou uma linguagem formal, que reduzia todos os objetos a elementos geométricos, desta forma, construiu-se uma ponte entre o design e a produção industrial.
  • 41. BAUHAUS A terceira fase, conhecida como a Era Meyer, compreendida entre 1929 e 1933, os conflitos pela arte e pela indústria se acenderam novamente, fato que levou a demissão de Walter Gropius, em 1928. Quem o substituiu foi Hannes Meyer, que deu ênfase para o “funcionalismo social”, onde exigia produtos padronizados, fabricados em série, mas que satisfizessem as necessidades básicas dos trabalhadores. O Funcionalismo do ano de 1920, junto da sua finalidade e da sua beleza foi entendido para a Bauhaus, como uma expressão social da racionalidade industrial. Com inspirações nas ideias do movimento Arts and Crafs (Escola de Artes e Ofícios), na Deutscher Werkbund (Liga Alemã do Trabalho) e outras correntes reformistas, a Escola de Bauhaus é considerada a Escola mais importante de desenho industrial, arte e arquitetura do século XX.
  • 42. BAUHAUS E WALTER GROPIUS Walter Gropius é considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX. Estudou arquitetura de 1903 a 1907 no Technische Hochschule de Berlim e Munique. Depois de obter a licenciatura fez as habituais viagens ao exterior, visitando vários países europeus. Trouxe uma grande contribuição para o movimento modernista, em 1919, quando fundou a Escola Vanguardista, Bauhaus, em Weimar. Seu objetivo era combinar o ensino artístico e técnico em apenas um lugar.
  • 43. BAUHAUS E WALTER GROPIUS A imagem acima mostra a primeira obra de Walter Gropius, a Fábrica Fagus, em 1911. Influenciado por Peter Behrens, Gropius evidenciou alguns elementos que iriam caracterizar o restante das suas obras, são eles: estrutura independente, fechamento em vidro e volumetria pura.
  • 44. BAUHAUS E MARCEL BREUER Marcel Breuer, arquiteto e designer húngaro-americano, nasceu em Pécs, na Hungria, no dia 21 de maio de 1902. Foi um dos principais discípulos da escola artística alemã Bauhaus, e também, um dos principais professores. Iniciou sua carreira profissional em 1928, mas foi perseguido pelos soldados de Hitler e obrigado a refugiar-se na Inglaterra. Desta parte inicial de sua carreira, o que recebeu maior destaque foi o desenho de mobiliário, sobretudo as cadeiras de metal, cuja estas foi de sua invenção.
  • 45. BAUHAUS E MARCEL BREUER Marcel Breuer foi responsável por vários projetos mobiliários, um deles, até hoje vendido, é a Cadeira Wassily, desenhada em 1925/26. Através desta revolucionou o design do século XX, utilizando em sua estrutura o aço tubular.
  • 46. BAUHAUS E LAZLO MOHOLY NAGY Lazlo Moholy Nagy, pintor, escultor e artista experimental, nasceu na Hungria. Entre 1923 e 1928 foi professor da Bauhaus coeditor de publicações desta escola. Junto à docência, desenvolvia filmes experimentais, teatro, desenho industrial e publicitário, fotografia e tipografia, além da pintura e da escultura. No ano de 1935 mudou-se para Londres onde formou o grupo construtivista responsável pela publicação do periódico Circle. Em 1937 foi para Chicago, onde tornou-se diretor da New Bauhaus e fundou o Instituto de Design.
  • 47. BAUHAUS E LAZLO MOHOLY NAGY Moholy-Nagy fez uma ótima e vigorosa Tipografia e Design Gráfico. Praticou uma técnica humorística de foto colagem e reinventou o Fotograma, usando interferências artísticas na impressão das fotografias elementares. Um exemplo de fotograma é a obra da imagem acima, de 1922.
  • 48. A METÁFORA DAS MÁQUINAS E LE CORBUSIER Le Corbusier é considerado a figura mais importante da arquitetura moderna. Estudou artes e ofícios em sua cidade natal, na Suíça, e depois estagiou por dois anos no estúdio parisiense de Auguste Perret, na França. Uma de suas principais contribuições, foi o conhecimento da casa como uma máquina de habitar (machine à habiter), em concordância com as evoluções industriais. Seu foco era a funcionalidade. As edificações eram projetadas para serem usadas. Interpretou a arquitetura como o jogo correto e magnífico dos volumes sob a luz, fundamentada na utilização dos novos materiais: concreto armado, vidro plano em grandes dimensões e outros produtos artificiais.