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A ARTROSE NA TERCEIRA IDADE: UM ESTUDO DE CASO
Carla Simone Pessota Ribeiro ¹, Guilherme Bolzan¹, Anna Raquel Zappe¹, Andriele
Gasparetto², Carla Mai².
¹ Acadêmicos do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS.
² Docentes do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS.
Resumo: A Artrose ou Osteoartrose é uma doença articular degenerativa, uma resposta
complexa dos tecidos articulares à idade, fatores genéticos e ambientais. É a principal causa de
dor articular e incapacidade nos pacientes de meia idade e idosos. As ações do fisioterapeuta
não se restringem apenas ao ato técnico, mas se expandem por ações que possam mais que
desenvolver as ações de saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um sentido mais amplo, com
grande responsabilidade social. O objetivo do estudo foi relatar o caso de uma idosa com
diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril, investigando sua rotina e relatando as ações
da fisioterapia na promoção da saúde. Este relato ocorreu a partir da disciplina de Fisioterapia e
Promoção da Saúde I, referente ao terceiro semestre do curso de graduação em Fisioterapia do
Centro Universitário Franciscano. Percebeu-se a importância da fisioterapia na promoção da
saúde, no momento em que proporciona ao indivíduo uma melhor qualidade de vida.
Palavras chave: Artrose, Fisioterapia, Promoção da saúde.
Abstract: Arthritis or Osteoarthritis is a degenerative joint disease, a complex response of joint tissues
to age, genetic and environmental factors. It is the leading cause of joint pain and disability in middle
aged and elderly. The therapist's actions are not restricted to the technical act, but actions that can span
more than developing health actions to individuals, educating them, taking a broader sense, with great
social responsibility. The purpose of this study was to report the case of an elderly woman with a clinical
diagnosis of osteoarthritis in the knee and hip, investigating and reporting on its routine actions of
physiotherapy in health promotion. This report came from the discipline of Physiotherapy and Health
Promotion I, for the third semester of undergraduate physiotherapy students of Franciscan University
Center. He realized the importance of physiotherapy in health promotion at the moment that gives the
individual a better quality of life.
Keywords: Osteoarthritis, Physiotherapy, Health promotion.
1 INTRODUÇÃO
A Artrose ou Osteoartrose é uma
doença articular degenerativa, uma resposta
complexa dos tecidos articulares à idade,
fatores genéticos e ambientais [1].
Caracteriza-se por uma degeneração da
cartilagem, remodelamento e
hipercrescimento ósseo. É a principal causa
de dor articular e incapacidade nos
pacientes de meia idade e idosos. A dor
crônica é fator limitante de funções,
aumenta a agitação, o risco de estresse
emocional e de mortalidade, afetando parte
do corpo, ou regiões, e limitando o
funcionamento físico dos indivíduos idosos
[2]. A literatura aponta o impacto da dor
nas atividades diárias e a influência dos
altos níveis de inabilidade funcional na
maior fragilidade e níveis aumentados de
comorbidades nesses pacientes. As ações do
fisioterapeuta não se restringem apenas ao
ato técnico, mas se expandem por ações que
possam mais que desenvolver as ações de
saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um
sentido mais amplo, com grande
responsabilidade social. A fisioterapia,
buscando a promoção da saúde, pode
contribuir tanto na reabilitação quanto na
conscientização da população idosa
exercendo seu papel de agente promotor da
saúde, colaborando para o envelhecimento
saudável [3]. Além disso, a fisioterapia
preventiva possibilita maior flexibilidade do
movimento do corpo, coordenação,
concentração, melhoria na postura,
relaxamento muscular, diminuição da
tensão, além de trabalhar a auto-estima. O
objetivo do estudo foi relatar o caso de uma
idosa com diagnóstico clínico de artrose no
joelho e quadril, investigando sua rotina e
relatando as ações da fisioterapia na
promoção da saúde.
2 METODOLOGIA
Este relato ocorreu a partir da
disciplina de Fisioterapia e Promoção da
Saúde I, referente ao terceiro semestre do
curso de graduação em Fisioterapia do
Centro Universitário Franciscano
(UNIFRA), onde foi possível acompanhar
uma senhora com diagnóstico clínico de
artrose. As atividades eram realizadas na
comunidade, através da Estratégia de Saúde
da Família (ESF) Roberto Binato na cidade
de Santa Maria, RS. Através dos agentes
comunitários de saúde, os acadêmicos eram
encaminhados aos pacientes que
necessitavam de acompanhamento. As
visitas foram realizadas nas segundas–
feiras, durante nove semanas, no período de
setembro a novembro de 2010
possibilitando o acompanhamento da rotina
diária dos pacientes, seus relatos de
limitações, de dores e sua dificuldade de
locomoção imposta pela doença. As visitas
tinham como objetivo a promoção da saúde.
3 RESULTADOS
Foi acompanhada uma paciente, sexo
feminino, 74 anos, com diagnóstico clínico
de artrose no joelho e quadril. A avaliação
de sua rotina deu-se por meio de relatos em
relação às dores e limitações impostas pela
doença, aplicação de um questionário que
serviu para conhecermos sua história de
vida e observações feitas a cada visita,
nestas nove semanas. O questionário,
desenvolvido pelos acadêmicos, contava
com perguntas sobre idade, peso, altura,
estado civil, número de filhos, quantas
pessoas moram na residência, sua profissão,
se faz uso de bebidas alcoólicas e fumo, se
pratica exercícios físicos, como avalia sua
alimentação, patologias, casos de doenças
hereditárias na família, medicações,
incidência de dores, tempo, intensidade, o
que piora, o que melhora, se tem
acompanhamento médico e meio de
transporte mais utilizado. A paciente era
viúva, mãe de dois filhos, mora sozinha, ex
costureira e doméstica aposentada, que não
faz uso de fumo ou bebidas alcoólicas, tem
em média oito horas de sono por noite e
considera sua alimentação saudável.
Apresenta como patologias hipertensão,
artrose e osteoporose, mas tem a artrose
como principal fonte de dores e
impossibilidade de locomoção. Não possui
doenças hereditárias na família, não faz
acompanhamento médico regular, em
detrimento da sua dificuldade de locomoção
e tem como meio de transporte mais viável
o carro. Faz uso de medicação controlada,
antihipertensivos e utiliza remédios para
dor. Não pratica exercícios físicos
regularmente e utiliza uma muleta para
melhor se locomover. A paciente relatava
muitas dores em decorrência da artrose,
principalmente nos joelhos, e quadril. A
partir disso, foi criada uma série de
alongamentos que foram desenvolvidos
com ela ao longo das visitas.
4 DISCUSSÃO
O imobilismo leva à inativação do
líquido sinovial, o qual nutre e lubrifica a
articulação, levando à atrofia da cartilagem
[4]. Associada à artrose a paciente
apresentava quadro de osteoporose, assim
sendo foi trabalhado maneiras de prevenir
possíveis quedas, através de uma cartilha
explicativa que foi desenvolvida para ela
com base na Cartilha do Ministério da
Saúde. Estas medidas tinham o objetivo de
contribuir para uma melhor qualidade de
vida da paciente. Ainda segundo seu
questionário, viu-se que a idosa trabalhava
no campo, quando jovem, podendo ter sido
essa uma das causas de seus desgaste
articular. Trabalhou durante toda sua vida,
no campo, como costureira e doméstica.
Hoje, aposentada, desenvolve atividades do
lar. Atividades estas, que nos últimos dez
anos ficaram comprometidas pela doença.
Acerca de três anos utiliza uma muleta para
melhor se locomover. Afirmou que
dificilmente sai de casa, não pratica
exercícios físicos em detrimento das
exacerbadas dores que sente nas
articulações, dores que pioram quando ela
caminha. Assim sendo, só sai de casa,
quando seu filho pode levá-la aos lugares
de carro. Foi possível observar sua angústia
por não mais poder desempenhar suas
atividades com a mesma eficiência de anos
atrás, sentimento expresso nitidamente nas
conversas. Cerca de ¼ dos indivíduos com
idade superior a 50 anos referem ter
limitação ou dificuldade para fazer as suas
atividades habituais, por causa de algum
problema de saúde ou incapacitação [5]. Os
idosos constituem o grupo mais suscetível à
incapacidade funcional. Dentre os fatores
que explicam este quadro destacam-se a
maior prevalência de doenças e a redução
do nível de atividade física, que ocorre
nessa faixa etária. As visitas dos
acadêmicos de fisioterapia tinham o intuito
de promover a saúde. A promoção da saúde
tem a finalidade de promover mudanças de
comportamento organizacional, capazes de
beneficiar a saúde das camadas mais amplas
da população [6]. A partir disso e através
dos relatos da paciente, foram trabalhados
os movimentos fisiológicos das articulações
do ombro, joelho, quadril, punho,
pé/tornozelo. Estes tinham o intuito de
movimentar as articulações, auxiliando na
secreção do liquido sinovial, o qual tem a
função de lubrificar as articulações. Foram
trabalhados alongamentos que visavam
melhorar a flexibilidade muscular e a
amplitude de movimento das articulações.
A atividade física proporciona aos idosos
oportunidade para uma vida mais ativa e
independente, contribuindo para a
manutenção da autonomia e melhor
qualidade de vida [7]. A prevenção de
quedas foi também trabalhada. Orientações
foram passadas através de uma cartilha
explicativa, que continha cuidados a serem
tomados no intuito de prevenir possíveis
quedas. As alterações próprias da idade no
controle da postura e do andar
provavelmente desempenham um papel
maior em muitas quedas em idosos. Os
idosos têm dificuldades na regulação das
respostas relacionadas à velocidade e a
precisão. As quedas são uma das principais
causas de incapacitação entre os idosos [1].
A promoção da saúde representa uma
estratégia promissora para enfrentar os
múltiplos problemas de saúde que afetam as
populações humanas e seus entornos [8].
Partindo de uma concepção ampla do
processo saúde-doença e de seus
determinantes, propõem-se a articulação de
saberes técnicos e populares, e a
mobilização de recursos institucionais e
comunitários, públicos e privados, para seu
enfrentamento e resolução. Programas de
promoção da saúde do idoso são cada vez
mais requeridos em face das demandas
crescentes do envelhecimento populacional
[9]. A promoção da saúde é um tema em
evidência na atualidade e que traz desafios
para a ampliação das práticas no sentido de
ressaltar os componentes socioeconômicos
e culturais da saúde e a necessidade de
políticas públicas e da participação social
no processo de sua conquista. A
importância da fisioterapia nas ESF vem se
ampliando a cada dia, seja na reabilitação
quanto na promoção da saúde. O
fisioterapeuta vem adquirindo crescente
importância nos serviços de atenção básica
à saúde [10]. As práticas fisioterapêuticas
podem ser desenvolvidas em todos os
âmbitos de atenção à saúde e estas vão de
acordo com as necessidades dos usuários da
ESF.
5 CONCLUSÃO
A partir desta disciplina e da possibilidade
de acompanhar uma idosa com artrose no
período de setembro a novembro de 2010,
foi possível observar como é sua rotina
devido à doença. Foi constatado que a
artrose limitou seus movimentos
comprometendo assim suas atividades de
vida diária. As atividades desenvolvidas
durante este período, como a prática de
movimentação das principais articulações,
os alongamentos e as orientações de
prevenção de quedas tiveram o intuito de
contribuir para melhorar a qualidade de
vida da paciente. Percebeu-se a importância
da fisioterapia na promoção da saúde, no
momento em que proporciona ao indivíduo
uma melhor qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
[1]Yuaso, D.R; Sguizzatto, G. T.
Gerontologia. A velhice e o
envelhecimento em visão globalizada. São
Paulo: Atheneu, 1996. p. 331-347.
[2] Andrade, F. A; Pereira, L. V; Sousa, F.
A. E. F. Mensuração da dor no idoso: uma
revisão. Revista latino-americana de
enfermagem, Ribeirão Preto, abr. 2006.
Scielo Brasil.
[3] Sampaio, F. V. S. Fisioterapia como
estratégia de promoção da saúde em idosos.
Fisioweb. Nov. 2010. Atualização
Científica, Rio de Janeiro, n. 61, p. 7-10,
set./out. 2003.
[4] Raposo, A. C.; Lopéz, R. F. A. Efeitos
da imobilização prolongada e atividade
física. Revista digital. Buenos Aires, jul.
2002. Efdeportes.com.
[5] Ministério da Saúde. Inquérito
domiciliar sobre comportamentos de risco e
morbidade referida de doenças e agravos
não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e
Distrito Federal. Brasília; 2004.
<http://www.inca.gov.br/inquerito/docs/co
mpleta.pdf> Acesso em: 12 nov. 2010.
[6] Candeias, N. M. F. Conceitos de
educação e de promoção em saúde:
mudanças individuais e comportamentais.
Revista de saúde pública, São Paulo, abr.
1997. Scielo Brasil.
[7] Salvador, E. P.; et al. Percepção do
ambiente e prática de atividade física no
lazer entre idosos. Revista de saúde
pública, São Paulo, dez. 2009. Scielo
Brasil.
[8] Buss, P.M. Promoção da saúde e
qualidade de vida. Ciência e saúde
coletiva. Rio de Janeiro, 2000. Scielo
Brasil.
[9] Assis, M.; Hartz, Z. M. A.;Valla. V.
Programas de promoção da saúde do idoso:
uma revisão da literatura cientifica no
período de 1990 a 2002. Ciência e saúde
coletiva, Rio de Janeiro, set. 2004. Scielo
Brasil.
[10] Barbosa, E.G. et al. Experiência da
fisioterapia no núcleo de apoio a saúde da
família em Governador Valadares, MG.
Fisioterapia em movimento. Curitiba, jun.
2010. Scielo Brasil.

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  • 1. A ARTROSE NA TERCEIRA IDADE: UM ESTUDO DE CASO Carla Simone Pessota Ribeiro ¹, Guilherme Bolzan¹, Anna Raquel Zappe¹, Andriele Gasparetto², Carla Mai². ¹ Acadêmicos do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS. ² Docentes do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS. Resumo: A Artrose ou Osteoartrose é uma doença articular degenerativa, uma resposta complexa dos tecidos articulares à idade, fatores genéticos e ambientais. É a principal causa de dor articular e incapacidade nos pacientes de meia idade e idosos. As ações do fisioterapeuta não se restringem apenas ao ato técnico, mas se expandem por ações que possam mais que desenvolver as ações de saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um sentido mais amplo, com grande responsabilidade social. O objetivo do estudo foi relatar o caso de uma idosa com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril, investigando sua rotina e relatando as ações da fisioterapia na promoção da saúde. Este relato ocorreu a partir da disciplina de Fisioterapia e Promoção da Saúde I, referente ao terceiro semestre do curso de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano. Percebeu-se a importância da fisioterapia na promoção da saúde, no momento em que proporciona ao indivíduo uma melhor qualidade de vida. Palavras chave: Artrose, Fisioterapia, Promoção da saúde. Abstract: Arthritis or Osteoarthritis is a degenerative joint disease, a complex response of joint tissues to age, genetic and environmental factors. It is the leading cause of joint pain and disability in middle aged and elderly. The therapist's actions are not restricted to the technical act, but actions that can span more than developing health actions to individuals, educating them, taking a broader sense, with great social responsibility. The purpose of this study was to report the case of an elderly woman with a clinical diagnosis of osteoarthritis in the knee and hip, investigating and reporting on its routine actions of physiotherapy in health promotion. This report came from the discipline of Physiotherapy and Health Promotion I, for the third semester of undergraduate physiotherapy students of Franciscan University Center. He realized the importance of physiotherapy in health promotion at the moment that gives the individual a better quality of life. Keywords: Osteoarthritis, Physiotherapy, Health promotion. 1 INTRODUÇÃO A Artrose ou Osteoartrose é uma doença articular degenerativa, uma resposta complexa dos tecidos articulares à idade, fatores genéticos e ambientais [1]. Caracteriza-se por uma degeneração da cartilagem, remodelamento e hipercrescimento ósseo. É a principal causa de dor articular e incapacidade nos pacientes de meia idade e idosos. A dor crônica é fator limitante de funções, aumenta a agitação, o risco de estresse emocional e de mortalidade, afetando parte do corpo, ou regiões, e limitando o funcionamento físico dos indivíduos idosos [2]. A literatura aponta o impacto da dor nas atividades diárias e a influência dos altos níveis de inabilidade funcional na maior fragilidade e níveis aumentados de
  • 2. comorbidades nesses pacientes. As ações do fisioterapeuta não se restringem apenas ao ato técnico, mas se expandem por ações que possam mais que desenvolver as ações de saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um sentido mais amplo, com grande responsabilidade social. A fisioterapia, buscando a promoção da saúde, pode contribuir tanto na reabilitação quanto na conscientização da população idosa exercendo seu papel de agente promotor da saúde, colaborando para o envelhecimento saudável [3]. Além disso, a fisioterapia preventiva possibilita maior flexibilidade do movimento do corpo, coordenação, concentração, melhoria na postura, relaxamento muscular, diminuição da tensão, além de trabalhar a auto-estima. O objetivo do estudo foi relatar o caso de uma idosa com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril, investigando sua rotina e relatando as ações da fisioterapia na promoção da saúde. 2 METODOLOGIA Este relato ocorreu a partir da disciplina de Fisioterapia e Promoção da Saúde I, referente ao terceiro semestre do curso de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), onde foi possível acompanhar uma senhora com diagnóstico clínico de artrose. As atividades eram realizadas na comunidade, através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Roberto Binato na cidade de Santa Maria, RS. Através dos agentes comunitários de saúde, os acadêmicos eram encaminhados aos pacientes que necessitavam de acompanhamento. As visitas foram realizadas nas segundas– feiras, durante nove semanas, no período de setembro a novembro de 2010 possibilitando o acompanhamento da rotina diária dos pacientes, seus relatos de limitações, de dores e sua dificuldade de locomoção imposta pela doença. As visitas tinham como objetivo a promoção da saúde. 3 RESULTADOS Foi acompanhada uma paciente, sexo feminino, 74 anos, com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril. A avaliação de sua rotina deu-se por meio de relatos em relação às dores e limitações impostas pela doença, aplicação de um questionário que serviu para conhecermos sua história de vida e observações feitas a cada visita, nestas nove semanas. O questionário, desenvolvido pelos acadêmicos, contava com perguntas sobre idade, peso, altura, estado civil, número de filhos, quantas pessoas moram na residência, sua profissão, se faz uso de bebidas alcoólicas e fumo, se pratica exercícios físicos, como avalia sua alimentação, patologias, casos de doenças hereditárias na família, medicações, incidência de dores, tempo, intensidade, o que piora, o que melhora, se tem acompanhamento médico e meio de transporte mais utilizado. A paciente era viúva, mãe de dois filhos, mora sozinha, ex costureira e doméstica aposentada, que não
  • 3. faz uso de fumo ou bebidas alcoólicas, tem em média oito horas de sono por noite e considera sua alimentação saudável. Apresenta como patologias hipertensão, artrose e osteoporose, mas tem a artrose como principal fonte de dores e impossibilidade de locomoção. Não possui doenças hereditárias na família, não faz acompanhamento médico regular, em detrimento da sua dificuldade de locomoção e tem como meio de transporte mais viável o carro. Faz uso de medicação controlada, antihipertensivos e utiliza remédios para dor. Não pratica exercícios físicos regularmente e utiliza uma muleta para melhor se locomover. A paciente relatava muitas dores em decorrência da artrose, principalmente nos joelhos, e quadril. A partir disso, foi criada uma série de alongamentos que foram desenvolvidos com ela ao longo das visitas. 4 DISCUSSÃO O imobilismo leva à inativação do líquido sinovial, o qual nutre e lubrifica a articulação, levando à atrofia da cartilagem [4]. Associada à artrose a paciente apresentava quadro de osteoporose, assim sendo foi trabalhado maneiras de prevenir possíveis quedas, através de uma cartilha explicativa que foi desenvolvida para ela com base na Cartilha do Ministério da Saúde. Estas medidas tinham o objetivo de contribuir para uma melhor qualidade de vida da paciente. Ainda segundo seu questionário, viu-se que a idosa trabalhava no campo, quando jovem, podendo ter sido essa uma das causas de seus desgaste articular. Trabalhou durante toda sua vida, no campo, como costureira e doméstica. Hoje, aposentada, desenvolve atividades do lar. Atividades estas, que nos últimos dez anos ficaram comprometidas pela doença. Acerca de três anos utiliza uma muleta para melhor se locomover. Afirmou que dificilmente sai de casa, não pratica exercícios físicos em detrimento das exacerbadas dores que sente nas articulações, dores que pioram quando ela caminha. Assim sendo, só sai de casa, quando seu filho pode levá-la aos lugares de carro. Foi possível observar sua angústia por não mais poder desempenhar suas atividades com a mesma eficiência de anos atrás, sentimento expresso nitidamente nas conversas. Cerca de ¼ dos indivíduos com idade superior a 50 anos referem ter limitação ou dificuldade para fazer as suas atividades habituais, por causa de algum problema de saúde ou incapacitação [5]. Os idosos constituem o grupo mais suscetível à incapacidade funcional. Dentre os fatores que explicam este quadro destacam-se a maior prevalência de doenças e a redução do nível de atividade física, que ocorre nessa faixa etária. As visitas dos acadêmicos de fisioterapia tinham o intuito de promover a saúde. A promoção da saúde tem a finalidade de promover mudanças de comportamento organizacional, capazes de beneficiar a saúde das camadas mais amplas da população [6]. A partir disso e através dos relatos da paciente, foram trabalhados
  • 4. os movimentos fisiológicos das articulações do ombro, joelho, quadril, punho, pé/tornozelo. Estes tinham o intuito de movimentar as articulações, auxiliando na secreção do liquido sinovial, o qual tem a função de lubrificar as articulações. Foram trabalhados alongamentos que visavam melhorar a flexibilidade muscular e a amplitude de movimento das articulações. A atividade física proporciona aos idosos oportunidade para uma vida mais ativa e independente, contribuindo para a manutenção da autonomia e melhor qualidade de vida [7]. A prevenção de quedas foi também trabalhada. Orientações foram passadas através de uma cartilha explicativa, que continha cuidados a serem tomados no intuito de prevenir possíveis quedas. As alterações próprias da idade no controle da postura e do andar provavelmente desempenham um papel maior em muitas quedas em idosos. Os idosos têm dificuldades na regulação das respostas relacionadas à velocidade e a precisão. As quedas são uma das principais causas de incapacitação entre os idosos [1]. A promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e seus entornos [8]. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, propõem-se a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu enfrentamento e resolução. Programas de promoção da saúde do idoso são cada vez mais requeridos em face das demandas crescentes do envelhecimento populacional [9]. A promoção da saúde é um tema em evidência na atualidade e que traz desafios para a ampliação das práticas no sentido de ressaltar os componentes socioeconômicos e culturais da saúde e a necessidade de políticas públicas e da participação social no processo de sua conquista. A importância da fisioterapia nas ESF vem se ampliando a cada dia, seja na reabilitação quanto na promoção da saúde. O fisioterapeuta vem adquirindo crescente importância nos serviços de atenção básica à saúde [10]. As práticas fisioterapêuticas podem ser desenvolvidas em todos os âmbitos de atenção à saúde e estas vão de acordo com as necessidades dos usuários da ESF. 5 CONCLUSÃO A partir desta disciplina e da possibilidade de acompanhar uma idosa com artrose no período de setembro a novembro de 2010, foi possível observar como é sua rotina devido à doença. Foi constatado que a artrose limitou seus movimentos comprometendo assim suas atividades de vida diária. As atividades desenvolvidas durante este período, como a prática de movimentação das principais articulações, os alongamentos e as orientações de prevenção de quedas tiveram o intuito de contribuir para melhorar a qualidade de vida da paciente. Percebeu-se a importância
  • 5. da fisioterapia na promoção da saúde, no momento em que proporciona ao indivíduo uma melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS [1]Yuaso, D.R; Sguizzatto, G. T. Gerontologia. A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 331-347. [2] Andrade, F. A; Pereira, L. V; Sousa, F. A. E. F. Mensuração da dor no idoso: uma revisão. Revista latino-americana de enfermagem, Ribeirão Preto, abr. 2006. Scielo Brasil. [3] Sampaio, F. V. S. Fisioterapia como estratégia de promoção da saúde em idosos. Fisioweb. Nov. 2010. Atualização Científica, Rio de Janeiro, n. 61, p. 7-10, set./out. 2003. [4] Raposo, A. C.; Lopéz, R. F. A. Efeitos da imobilização prolongada e atividade física. Revista digital. Buenos Aires, jul. 2002. Efdeportes.com. [5] Ministério da Saúde. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal. Brasília; 2004. <http://www.inca.gov.br/inquerito/docs/co mpleta.pdf> Acesso em: 12 nov. 2010. [6] Candeias, N. M. F. Conceitos de educação e de promoção em saúde: mudanças individuais e comportamentais. Revista de saúde pública, São Paulo, abr. 1997. Scielo Brasil. [7] Salvador, E. P.; et al. Percepção do ambiente e prática de atividade física no lazer entre idosos. Revista de saúde pública, São Paulo, dez. 2009. Scielo Brasil. [8] Buss, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e saúde coletiva. Rio de Janeiro, 2000. Scielo Brasil. [9] Assis, M.; Hartz, Z. M. A.;Valla. V. Programas de promoção da saúde do idoso: uma revisão da literatura cientifica no período de 1990 a 2002. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, set. 2004. Scielo Brasil. [10] Barbosa, E.G. et al. Experiência da fisioterapia no núcleo de apoio a saúde da família em Governador Valadares, MG. Fisioterapia em movimento. Curitiba, jun. 2010. Scielo Brasil.