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GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL NA
                           MICRO E PEQUENA EMPRESA

                                    Ademir Vicente da Silva
               Mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente
                          Centro Universitário Senac Santo Amaro – SP
                                E-mail: ademir.vicente@fiepr.org.br

RESUMO

Este artigo utiliza-se de estratégia de pesquisa constituída essencialmente por revisão da
literatura. O resultado da pesquisa aqui apresentado é marco parcial de projeto de pesquisa que
envolverá pesquisa de campo e aplicação de questionário para identificação das ferramentas e
indicadores de gestão da responsabilidade social empresarial. Considera-se que a contribuição de
originalidade é a aplicação de tais práticas de ferramentas e de indicadores em pequenas
empresas, particularmente no Estado do Paraná.

PALAVRAS CHAVE: Responsabilidade social empresarial, Gestão responsável,
Sustentabilidade.

1 - INTRODUÇÃO
1.1 - Considerações Iniciais:

As organizações empresariais estão buscando novas formas de gestão para assegurar mercado,
reter talentos e produzir com qualidade. Para Grayson & Hodges (2002), Agregar valor ao
processo de gestão empresarial ficou mais complexo e algumas questões, tais como: uso de
recursos naturais, saúde e segurança, educação e cidadania, relação com a comunidade e gestão
baseada na ética e transparência das ações que não integravam a pauta de decisões e eram
variáveis irrelevantes para o sucesso, tornaram-se estratégicas para a perpetuidade das empresas.
Segundo Orchis (2002), a empresa deve assumir compromisso com a qualidade ambiental,
eqüidade social, retorno econômico, além de incorporar conceitos e práticas da responsabilidade
social empresarial como princípio de existência.

Para o Instituto Ethos (2000), a empresa socialmente responsável é aquela que possui capacidade
de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços,
fornecedores, consumidores, comunidade, meio ambiente, governo e sociedade).
2



Para a FNQ – Fundação Nacional da Qualidade (2005), responsabilidade social é o
relacionamento ético e transparente da organização com todas as partes interessadas, visando o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as
gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

A responsabilidade social deixou de ser uma opção para as empresas. É uma questão de visão, de
estratégia e, muitas vezes, de sobrevivência. Prova disso é que o número de empresas que
aplicaram os indicadores ETHOS de responsabilidade social em seus negócios saltou de 71, no
ano 2000, para 442 em 2004.

Segundo Grayson & Hodges (2002), o tema emergente de gestão sobre comunidades refere-se a
mudanças nas relações humanitárias e ao fato de que o que era considerado por muitos executivos
e gerentes como “é legal fazer” hoje “é obrigatório fazer”.

No entanto, responsabilidade social está geralmente relacionada à imagem de grandes
corporações que investem em projetos sociais e comunicam através do relatório e balanço social
conhecido no mercado como diferencial destas organizações.

1.2 - Situação Problema

As grandes organizações empresariais, graças à riqueza que acumulam, trazem em si o grande
potencial de mudar e melhorar o ambiente social, enquanto que as micros e pequenas lutam para
manter-se em funcionamento assegurando renda para milhares de cidadãos brasileiros, possuem
capacidade de articulação comunitária e principalmente uma pré-disposição para a formação de
redes associativas.

É neste contexto de gestão moderna e competitividade empresarial que surge o desafio de
responder a seguinte questão: Responsabilidade social empresarial na micro e pequena empresa –
Por onde iniciar? Quais ferramentas e indicadores de gestão da responsabilidade social
empresarial podem ser recomendados? Por que adotar ferramentas e indicadores de gestão de
responsabilidade social empresarial?

1.3 - Objetivos da pesquisa

Identificar ferramentas e indicadores sociais, oriundos de práticas empresariais em
responsabilidade social que possam ser aplicados na gestão de micros e pequenas empresas no
Estado do Paraná.
3



1.4 - Estratégia de pesquisa
Neste estudo foi adotada a pesquisa de natureza bibliográfica e descritiva, para identificação do
estado da arte da gestão da responsabilidade social na micro e pequenas empresas. Esta revisão
bibliográfica fundamenta e sistematiza o assunto em questão através do levantamento de
informações em livros, artigos, dissertações, sites e revistas especializadas da área. Os assuntos
pesquisados referem-se a micro e pequena empresa, responsabilidade social e ambiental.

2. - REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Considerações iniciais

A micro, segundo o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (2005),
no setor industrial, possui até 19 funcionários e a pequena empresa é aquela que possui entre 20 e
99 funcionários.

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2003), as micros e
pequenas empresas foram responsáveis por 40% dos salários pagos aos trabalhadores formais,
96% dos estabelecimentos na década de 90, das 4,7 milhões de empresas abertas 55% eram
micros empresas, além do que enquanto as grandes aumentaram pouco mais de 2% as micros e
pequenas aumentaram mais de 25% entre o ano 1995 e 2000.

Em todo o mundo e principalmente no Brasil a micro e pequena empresa é um segmento
importante de inclusão econômica e social. O setor tem destacada participação no acesso às
oportunidades de emprego e no desenvolvimento econômico do País. Por gerarem grande parte
dos postos de trabalho e oportunidades de geração de renda, as micros e pequenas empresas
tornam-se o principal sustentáculo da livre iniciativa e da democracia no Brasil.

Segundo o SEBRAE (2005), o segmento representa nada menos que 99% do total de
empreendimentos do País, contribuem com 20% do PIB. Além disso, os pequenos negócios são
responsáveis por 95% dos novos empregos líquidos gerados a cada ano. Ainda, 60 % dos
empregos formais estão nas empresas que se encaixam nestes perfis, porém, cerca de 70% delas
desaparecem até o segundo ano de existência. Em geral, as principais causas, dentre outras, são as
deficiências de gestão empresarial e planejamento.

Para estas empresas é urgente que suas lideranças saibam responder às demandas do mercado de
responsabilidade social. Além da lucratividade, precisam preocupar-se também com o bem-estar
4



das partes impactadas pelo seu negócio e responder às demandas sócio-ambientais emergentes
principalmente para manter suas relações comerciais com as grandes corporações empresariais,
com o consumidor final e com mercados externos, que a cada dia tornam-se mais exigentes.

2.2 - A importância crescente da responsabilidade social para as empresas

Segundo Lourenço & Schröeder (2003), de acordo com a pesquisa da BSR – Business for Social
Responsability (1999), 76% dos consumidores americanos preferem marcas e produtos
associados a algum tipo de ação social.

No Brasil, em pesquisa do Instituto Ethos, Valor Econômico e Indicador de Opinião Pública
(2000), denominada “Responsabilidade Social das Empresas – Percepção do Consumidor
Brasileiro” apresentou as atitudes mais valorizadas pelo consumidor: Contratação de deficientes
físicos (46%), Colaboração com escolas, posto de saúde e entidades sociais da comunidade
(43%), Manter programa de alfabetização para os funcionários e familiares (32%) e Adotar
práticas efetivas de combate à poluição (27%).

O processo de gestão empresarial é um tema amplamente estudado a partir de objetivos que
visam garantir maior retorno econômico sobre os investimentos. Adotar um sistema de gestão
eficiente é uma estratégia de competitividade empresarial. Todavia, a competência acumulada em
métodos e tecnologias tradicionais, e no caso da micro empresa, que quase sempre é de origem
familiar, já não respondem aos princípios da responsabilidade social. No mundo, o
desenvolvimento é monitorado principalmente a partir do indicador de crescimento econômico
denominado PIB – Produto Interno Bruto, traduzido para o ambiente das empresas como
indicador de produtividade (retorno sobre investimento, lucratividade, aumento de produção,
sustentabilidade financeira, etc.).

Segundo Jannuzzi (2003), a despeito do crescimento do produto interno bruto (PIB), persistiam
altos os níveis de pobreza e acentuavam-se as desigualdades sociais em vários países.
Crescimento econômico não era, pois, condição suficiente para garantir o desenvolvimento
social. Ora, é coerente observar que empresas rentáveis pelos indicadores tradicionais,
necessariamente podem não garantir compromisso com a responsabilidade social empresarial.

Na última década o desafio da responsabilidade social baseada na proposta de equilíbrio entre os
fatores econômicos, sociais e ambientais tornou-se tema permanente em fóruns nacionais e
internacionais, especialmente no meio empresarial. Com isso determinam à necessidade de novas
5



ferramentas e ou indicadores para a gestão de empresas, mais abrangentes, éticos e transparentes,
sobretudo convergentes com a necessidade de gerar valor “hoje” sem comprometer as futuras
gerações.

De acordo com Kofi Annan, Secretário Geral da ONU, Fórum Econômico Mundial, Davos
(1999) a expansão dos mercados é muito mais rápida do que a capacidade das sociedades e de
seus sistemas políticos de se adaptarem a eles, quanto mais de ditar o rumo que eles tomam.

Este estudo é parte de um projeto de pesquisa que visa à dissertação do curso de mestrado em
gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente que será desenvolvido junto às indústrias
do pólo moveleiro de Arapongas no estado do Paraná.

Considerando o desafio da micro e pequena empresa permanecer e se fortalecer no mercado, o
volume de empregos gerados anualmente, renda e ainda, que a gestão de responsabilidade social
é uma ação estratégica para uma organização, as micros e pequenas empresas devem inserir-se no
contexto e adotar ferramentas e indicadores de gerenciamento que permitam alinhar-se ao
conceito de responsabilidade social.

2.3 – A importância de ferramentas de gestão para micro e pequena empresa na geração de
desenvolvimento econômico

Segundo Drucker (2003), não é possível administrar o que ainda não se conhece. Portanto é
necessário relacionar, de acordo com as bibliografias existentes, alternativas e ou indicadores de
gestão de responsabilidade social empresarial que possam ser recomendados para a micro e
pequena empresa. Relacionados os indicadores de gestão de responsabilidade social será
necessária à realização de pesquisa de campo para identificar o uso dos mesmos na gestão das
micros e pequenas empresas. Logicamente não será possível a realização da pesquisa neste
estudo, mas, estaremos contribuindo para o estabelecimento de um novo paradigma na gestão de
micros e pequenos negócios socialmente responsáveis.

Para Krüger (2003), poucos se dão conta de que uma das maiores forças das unidades produtivas
capitalistas – e em decorrência do próprio sistema capitalista – reside em ter como seu objetivo e
finalística, obter um resultado unificado e mensurado por meio de apenas uma variável, e de
natureza integralmente quantitativa, qual seja, a quantidade monetária apropriada como lucro.
6



Segundo Jannuzzi (2003), um indicador social é uma medida, em geral quantitativa, dotada de
significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito
social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação
de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um
aspecto da realidade social e sobre mudanças que estão processando na mesma.

Para Passos (2003), indicadores são instrumentos de mediação, na medida em que são utilizados
para captar aspectos dos fenômenos e processos da realidade social, cuja totalidade é impossível
apreender.

2.4 - Gestão sistêmica para empresas: base da sustentabilidade

Para Gray (2003), a sustentabilidade é um conceito difícil de aplicar em qualquer corporação
individual. Ele é basicamente um conceito global. Mas isto não significa que não tenha aplicação
em corporações – como um número cada vez maior de empresas, grupos de pressão e
solucionadores de problemas corporativos estão rapidamente reconhecendo.

Segundo Bateson (1987), um sistema vivo não se sustenta somente com a energia que recebe de
fora, mas fundamentalmente pela organização da informação que o sistema processar.

As empresas, para Capra apud Callenbach (1993), são sistemas vivos cuja compreensão não é
possível apenas pelo prisma econômico. Como sistema vivo, a empresa não pode ser rigidamente
controlada por meio de intervenção direta, porém, pode ser influenciada pela transmissão de
orientações e emissão de impulsos. Esse novo estilo de administração é conhecido como
administração sistêmica.

No Brasil, de acordo com o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, citado pela
Revista Exame – Guia de Boa Cidadania Corporativa (2003), 60% das empresas do país
desenvolvem ou apóiam ações sociais e apenas 2% das companhias controlam a destinação de
seus recursos, avaliam e monitoram os resultados de seus projetos sociais; 12% acompanham os
resultados informalmente; 86% delas apenas disponibilizam verbas num mercado de 2,5 bilhões
de dólares em investimentos em projetos comunitários, anualmente.

Assim entendemos que o lucro financeiro justifica o esforço econômico, então, gerenciar e
mensurar o resultado do esforço social da micro e pequena empresa se justifica por apresentar o
7



“lucro” social. Podemos ainda acreditar que conhecer ferramentas e indicadores possam subsidiar
os gestores na reflexão sobre a gestão dos micros e pequenos negócios brasileiros.

2.5 Ferramentas e indicadores de gestão identificados

Através de pesquisa bibliográfica, identificaram-se um conjunto de ferramentas e de indicadores
sociais que estão sendo utilizados por empresas e instituições comprometidas com a
responsabilidade social empresarial.

2.5.1 - Responsabilidade social empresarial para micro e pequena empresa - ETHOS e
SEBRAE

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e o SEBRAE publicaram os
“Indicadores de Responsabilidade Social Empresarial para as Micros e Pequenas
Empresas”( 2003), baseados em sete diretrizes que coincidem com os públicos definidos pelo
Ethos para o tratamento da responsabilidade social empresarial, a saber: governo e sociedade,
meio ambiente, comunidade, consumidores e clientes, fornecedores, público interno, valores,
transparência e governança.

O documento desenvolvido pelo Sebrae e Ethos indica o passo-a-passo para adoção da
responsabilidade social na micro e pequena empresa. Está estruturado em sete diretrizes que
formam um conjunto de frases afirmativas e apreciativas, a saber: “adote valores e trabalhe com
transparência, valorizem empregados e colaboradores, façam sempre mais pelo meio ambientes,
envolva parceiros e fornecedores, proteja clientes e consumidores, promova sua comunidade e
comprometa-se com o bem comum”.

Como exemplo de aplicação de tais Indicadores, cita-se a sua aplicação específica para o público
interno: cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho em dois níveis:

   1. Nível básico - cumprimento de legislação;

   2. Nível elevado - gestão de indicadores e participação da pauta de elaboração do plano
       estratégico da empresa.

2.5.2 - Relatório e balanço social

O Instituto ETHOS também disponibiliza guias com as orientações e modelos para as empresas
que desejam apresentar aos seus públicos impactados um relatório e balanço anual de
8



responsabilidade social empresarial. Para especialistas e o próprio ETHOS, o balanço social
constitui-se numa das ferramentas mais importantes na gestão ética e transparente das
organizações alem de um excelente diagnóstico para o monitoramento da evolução dos resultados
dos indicadores.

O modelo ETHOS de relatório e balanço social está estruturado em 15 campos: Introdução,
estrutura do balanço social, missão e visão da empresa, mensagem do presidente, perfil do
empreendimento, setor da economia, histórico, princípios e valores, estrutura e funcionamento,
governança corporativa, diálogo entre as partes interessadas, indicadores de desempenho
econômico, social e ambiental (qualitativos e quantitativos), demonstrativo do balanço social,
iniciativas de interesse da sociedade (projetos sociais) e notas gerais.

O próprio Instituto Ethos ainda recomenda os nove princípios do pacto global da ONU –
Organização das Nações Unidas, que tratam do respeito aos direitos humanos, trabalho e meio
ambiente que podem ser adotados e monitorados na forma de indicadores para a gestão
empresarial, a saber: respeitar e proteger os direitos humanos, impedir violações de direitos
humanos, apoiar a liberdade de associação ao trabalho, abolir o trabalho forçado e o trabalho
infantil, eliminar a discriminação no ambiente de trabalho, apoiar abordagem preventiva aos
desafios ambientais, promover a responsabilidade ambiental e encorajar tecnologias que não
agridam ao meio ambiente.

2.5.3 - AA 1000

Também no contexto da responsabilidade social encontra-se a AA1000 – uma norma que não
certifica, mas que confere consistência às ações socialmente responsável da empresa que a adota
como modelo de gestão. Foi desenvolvida pelo ISEA – Institute of Social Ethical Accountability,
e define algumas das melhores práticas de prestação de contas a partir dos princípios da
responsabilidade social empresarial. A implementação da norma ocorre em 05 fases:
Planejamento, contabilidade, auditoria e relatório, implementação e engajamento das partes
interessadas.

2.5.4 - SA 8000

De acordo com o Guia da Sustentabilidade e Cidadania Corporativa (2005), há a norma SA 8000
da SAI – Social Accountability International, que tem a finalidade de certificar empresas que
atendam a um conjunto de requisitos sociais tais como: extinção do trabalho infantil ou o trabalho
9



forçado, discriminação ou práticas abusivas de gestão, saúde e segurança no trabalho, liberdade
de associação, negociação coletiva e remuneração justa. A SA 8000 busca aferir o grau de
responsabilidade social das empresas no que diz respeito à implantação e manutenção de
condições de trabalho.

2.5.5 - As Metas do Milênio, ONU

O guia trata também dos ODM’s – Oito Objetivos do Milênio, definidas pela ONU em setembro
de 2000, com a finalidade de definição de grandes metas mundiais. São elas: redução da pobreza,
desigualdades sociais e promover o desenvolvimento sustentável. Os oito objetivos são:
erradicação da pobreza e da fome, universalização do acesso à educação básica, igualdade entre
os gêneros, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna, combate a AIDS, malária
e outras doenças, promoção da sustentabilidade ambiental e desenvolvimento de parcerias para o
desenvolvimento global.

2.5.6 - O Global reporting initiative - GRI

Na década de 90 surgiu o GRI – Global Reporting Initiative, com a finalidade de se tornar um
padrão internacional de sustentabilidade. Baseado em indicadores de gestão empresarial o GRI já
é adotado por mais de 250 empresas do mundo sendo considerado um dos mais completos
modelos de relatório social.

Quadro 1 - Elementos e indicadores GRI.

               Inclui, por exemplo, os gastos e benefícios, produtividade no trabalho, criação
               de emprego, despesas em serviços externos, despesas em investigação e
               desenvolvimento, investimentos em educação e outras formas de capital
               humano. O aspecto econômico inclui, embora não se limite só a ele, a
Econômico      informação financeira e respectivas declarações.

               Inclui, por exemplo, impacto dos processos, produtos, serviços no ar, água, solo,

Ambiental      biodiversidade e saúde humana.

               Inclui, por exemplo, o tratamento que se dá aos grupos minoritários e às
               mulheres, o trabalho feito em favor dos menores, a saúde e a segurança
               ocupacionais, estabilidade do empregado, direitos laborais, direitos humanos,
Social
10



               salários e condições de trabalho nas relações externas.

Fonte: http://www.globalreporting.org citado por Kraemer (2005).

2.5.7 – International organization for standardization – ISO 14000

Ainda a série ISO 14000 – norma internacional que estabelece requisitos e parâmetros para o
desempenho ambiental das organizações. A norma é um excelente recurso para estimular a
definição de políticas ambientais, auditorias, gestão de resíduos, monitoramento ambiental,
comunicação e disseminação de informações. No entanto, os indicadores selecionados devem ser
relacionados aos aspectos ambientais significativos da organização, influir no seu desempenho
ambiental e refletir as visões das partes interessadas no negócio. A norma está fundamentada na
lógica do PDCA - plan (planejar), do (executar), check (avaliar) e action (agir corretivamente) e
leva em consideração os indicadores gerenciais, operacionais e de condições ambientais, além de
aspectos culturais e econômicos.



2.5.8 – Prêmio SESI qualidade no trabalho

No setor industrial encontramos o Prêmio SESI Qualidade no Trabalho que pode ser definido
como uma campanha nacional desenvolvida pelo Serviço Social da indústria – SESI, cujo
objetivo é estimular a responsabilidade social empresarial da indústria brasileira, despertando
colaboradores e empregadores para o exercício da ética e da transparência nas relações de
trabalho.

O prêmio é baseado em cinco áreas temáticas (gestão, educação/desenvolvimento,
saúde/segurança e meio ambiente, ações sociais e lazer/cultura). As avaliações ocorrem no
ambiente empresarial de acordo com sete fundamentos, a saber:

   1. Introdução a processos inovadores na gestão de pessoas;

   2. Melhoria constante na qualidade de vida do colaborador;

   3. Aumento da qualidade e competitividade;

   4. Melhoria da qualidade no ambiente de trabalho;

   5. Valorização das relações interpessoais;
11



   6. Satisfação do cliente interno e crescente investimento em capital social.

As informações coletadas nas avaliações serão consolidadas em um relatório de indicadores
denominado de “devolutivas do Prêmio SESI”. Poderão ser adotados pelas empresas como
parâmetros de reflexão sobre o ambiente de trabalho e a imagem da empresa (comunicada e
percebida) pelos trabalhadores, pelo SESI e por representantes de instituições ligadas às questões
do trabalho que integram uma comissão julgadora responsável por definir as empresas
vencedoras.

2.5.9 – Critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ

Também encontramos disponível para as empresas junto a FNQ (2005), o documento rumo a
excelência - critérios para avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional. Os critérios
facilitam a identificação do grau de aderência das organizações empresariais aos fundamentos de
excelência, que são valores e diretrizes encontrados em organizações de sucesso consideradas de
“classe mundial”. Os critérios são baseados nos fundamentos de excelência do PNQ – Prêmio
Nacional da Qualidade: visão sistêmica, aprendizado organizacional, agilidade, inovação,
liderança e constância de propósitos, visão de futuro, foco no cliente e no mercado,
responsabilidade social, gestão baseada em fatos, valorização das pessoas, abordagem por
processos e orientação para resultados.

É no critério quatro (Sociedade) que o documento examina como a organização contribui para o
desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável, por meio da minimização
dos impactos negativos potenciais de seus produtos, operações na sociedade e como a
organização interage com a sociedade de forma ética e transparente.

Segundo a FNQ (2005), excelência é uma situação excepcional da gestão e dos resultados obtidos
pela organização, alcançada por meio da prática continuada dos fundamentos do modelo
sistêmico.

Em geral as ferramentas e indicadores adotados pelas empresas socialmente responsáveis se
estruturam em torno do equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e financeiro.

Figura 1 – Desenvolvimento Sustentável – Tripé da sustentabilidade empresarial
12




  Fonte: www.copesul.com.br citado por Kraemer (2005).

A figura acima dá a dimensão do desafio das micros e pequenas empresas na busca de um
modelo de ferramentas e indicadores que possam definir o modelo de gestão de responsabilidade
social empresarial que atendam as demandas de seu público impactado.

4- Considerações finais

As ferramentas e indicadores de responsabilidade social descritas sinteticamente neste estudo,
indicam a riqueza de alternativas que podem ser adotadas pela micro e pequena empresa
brasileira na gestão de negócios socialmente responsáveis.

Logicamente não se trata de seguir uma prescrição, mas apontar caminhos para a reflexão sobre a
incorporação dos princípios da responsabilidade social na gestão deste segmento que tem forte
impacto na sociedade brasileira.

Considera-se que a micro e pequena empresa, pelas suas limitações de recursos, deve se iniciar na
responsabilidade social empresarial através de um diagnóstico reflexivo sobre o ambiente de
trabalho, observando as legislações sociais relacionadas à sua atividade. Neste contexto, observar
o cumprimento das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, requisitos
da SA 8000 e a observação/adequação as legislações ambientais impactantes na atividade
empresarial.

Não está descartada a possibilidade de uma micro e pequena empresa buscar uma certificação
ISO 14000 ou SA 8000. Também não podemos negar a importância dos projetos sociais com a
13



comunidade de entorno cuja finalidade principal é consolidar a imagem empresarial além de
beneficiar a sociedade local. Fundamentalmente, entendemos que uma das principais
oportunidades de desenvolvimento é a reflexão de como os gestores e trabalhadores das micros e
pequenas empresas estão conduzindo seus processos produtivos. Esta reflexão, deve ser de tal
forma a permitir que a gestão assegure a qualidade de vida no trabalho, relacionamento com a
comunidade de entorno, além de tecnologias e processos de produção que assegurem a
preservação do meio ambiente.

Contudo, o gestor da micro e pequena empresa deve integrar os princípios da responsabilidade
social em seu sistema de gestão ao optar por ferramentas e indicadores sociais que respondam aos
objetivos estratégicos de sua empresa para garantir melhores condições de competitividade,
atuação ética, transparência e justiça social nos negócios.

Naturalmente este estudo não tem a finalidade de esgotar o assunto e será aprofundado na
pesquisa de campo que dará fundamentação a dissertação no curso de mestrado de gestão
integrada em saúde do trabalho e meio ambiente do centro universitário do SENAC – SP. A
pesquisa pretendida e sugerida pelo autor destina-se a identificar práticas socioambientais que já
estão sendo utilizados pelo micro e pequena empresa, possíveis resultados que podem ser
referenciadas para o desenvolvimento da micro e pequena empresa no Brasil.

5 - Referências bibliográficas

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responsabilidade Social, São Paulo : 2004.
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edição. Brasília: SESI, Departamento Nacional, 2002.
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. 6. ed. Belo
Horizonte: DG, 1998.

CALLENBACH, E. et. al. Gerenciamento ecológico: guia do Instituto Elmwood de auditoria
ecológica e negócios sustentáveis. São Paulo: Cultrix, 1993.
DRUCKER, Peter Ferdinand. A administração na próxima sociedade. 1. ed. São Paulo:
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FÉLIX, Luiz Fernando Fortes. Artigo: O ciclo virtuoso do desenvolvimento responsável. Escola
de Governo da Fundação João Pinheiro : 2004.
14



FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Rumo a excelência – critérios para avaliação do
desempenho e diagnóstico organizacional, SP : 2005.
FURTADO, Celso. Brasil, a construção interrompida. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
GARCIA, Bruno Gaspar.et al. Responsabilidade social das empresas. Vários autores. 1. ed. São
Paulo: Fundação Peirópolis, 2002.
GRAYSON, David et al. Compromisso social e gestão empresarial. 1. ed. São Paulo:
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GUILLORY, Willian A. A empresa viva - espiritualidade no local de trabalho. 1. ed. São
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JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil – conceitos, fontes de dados e
aplicações. 2. ed, Campinas, SP: Editora Alínea, 2003.
KRAEMER, M.E.P. artigo: responsabilidade social – uma alavanca para sustentabilidade. Itajaí -
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KRÜGER, Carlos Arthur Passos. Indicadores, ONG’s e Cidadania - Contribuições sócio-políticas
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LOURENÇO, Alex Guimarães et al. Artigo: Vale investir em responsabilidade social?
Stakholders, ganhos e perdas. Universidade Federal do Rio de Janeiro : 2003.
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia empresarial. Curitiba: Cargraphics, 2002.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (2003) A
micro e pequena empresa no Brasil. Dados. Brasília, disponível em http://www.mdic.gov.br
ORCHIS, Marcelo A. et al. Artigo:Impactos da responsabilidade social nos objetos e estratégias
empresariais. Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, São Paulo: 2002.
REVISTA EXAME GUIA DA BOA CIDADANIA CORPORATIVA. Edição especial. São
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RIZZI, Fernanda Basaglia. Artigo: Balanço social e ação de responsabilidade social das
empresas. Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio- CEUNSP. São Paulo: 2003
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez,
2002.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI. DEPARTAMENTO NACIONAL. Regulamento e
manual para as empresas industriais participantes do prêmio sesi qualidade no trabalho 2006.
Brasília : 2006.

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  • 1. GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL NA MICRO E PEQUENA EMPRESA Ademir Vicente da Silva Mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente Centro Universitário Senac Santo Amaro – SP E-mail: ademir.vicente@fiepr.org.br RESUMO Este artigo utiliza-se de estratégia de pesquisa constituída essencialmente por revisão da literatura. O resultado da pesquisa aqui apresentado é marco parcial de projeto de pesquisa que envolverá pesquisa de campo e aplicação de questionário para identificação das ferramentas e indicadores de gestão da responsabilidade social empresarial. Considera-se que a contribuição de originalidade é a aplicação de tais práticas de ferramentas e de indicadores em pequenas empresas, particularmente no Estado do Paraná. PALAVRAS CHAVE: Responsabilidade social empresarial, Gestão responsável, Sustentabilidade. 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - Considerações Iniciais: As organizações empresariais estão buscando novas formas de gestão para assegurar mercado, reter talentos e produzir com qualidade. Para Grayson & Hodges (2002), Agregar valor ao processo de gestão empresarial ficou mais complexo e algumas questões, tais como: uso de recursos naturais, saúde e segurança, educação e cidadania, relação com a comunidade e gestão baseada na ética e transparência das ações que não integravam a pauta de decisões e eram variáveis irrelevantes para o sucesso, tornaram-se estratégicas para a perpetuidade das empresas. Segundo Orchis (2002), a empresa deve assumir compromisso com a qualidade ambiental, eqüidade social, retorno econômico, além de incorporar conceitos e práticas da responsabilidade social empresarial como princípio de existência. Para o Instituto Ethos (2000), a empresa socialmente responsável é aquela que possui capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores, comunidade, meio ambiente, governo e sociedade).
  • 2. 2 Para a FNQ – Fundação Nacional da Qualidade (2005), responsabilidade social é o relacionamento ético e transparente da organização com todas as partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. A responsabilidade social deixou de ser uma opção para as empresas. É uma questão de visão, de estratégia e, muitas vezes, de sobrevivência. Prova disso é que o número de empresas que aplicaram os indicadores ETHOS de responsabilidade social em seus negócios saltou de 71, no ano 2000, para 442 em 2004. Segundo Grayson & Hodges (2002), o tema emergente de gestão sobre comunidades refere-se a mudanças nas relações humanitárias e ao fato de que o que era considerado por muitos executivos e gerentes como “é legal fazer” hoje “é obrigatório fazer”. No entanto, responsabilidade social está geralmente relacionada à imagem de grandes corporações que investem em projetos sociais e comunicam através do relatório e balanço social conhecido no mercado como diferencial destas organizações. 1.2 - Situação Problema As grandes organizações empresariais, graças à riqueza que acumulam, trazem em si o grande potencial de mudar e melhorar o ambiente social, enquanto que as micros e pequenas lutam para manter-se em funcionamento assegurando renda para milhares de cidadãos brasileiros, possuem capacidade de articulação comunitária e principalmente uma pré-disposição para a formação de redes associativas. É neste contexto de gestão moderna e competitividade empresarial que surge o desafio de responder a seguinte questão: Responsabilidade social empresarial na micro e pequena empresa – Por onde iniciar? Quais ferramentas e indicadores de gestão da responsabilidade social empresarial podem ser recomendados? Por que adotar ferramentas e indicadores de gestão de responsabilidade social empresarial? 1.3 - Objetivos da pesquisa Identificar ferramentas e indicadores sociais, oriundos de práticas empresariais em responsabilidade social que possam ser aplicados na gestão de micros e pequenas empresas no Estado do Paraná.
  • 3. 3 1.4 - Estratégia de pesquisa Neste estudo foi adotada a pesquisa de natureza bibliográfica e descritiva, para identificação do estado da arte da gestão da responsabilidade social na micro e pequenas empresas. Esta revisão bibliográfica fundamenta e sistematiza o assunto em questão através do levantamento de informações em livros, artigos, dissertações, sites e revistas especializadas da área. Os assuntos pesquisados referem-se a micro e pequena empresa, responsabilidade social e ambiental. 2. - REVISÃO DA LITERATURA 2.1 - Considerações iniciais A micro, segundo o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (2005), no setor industrial, possui até 19 funcionários e a pequena empresa é aquela que possui entre 20 e 99 funcionários. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2003), as micros e pequenas empresas foram responsáveis por 40% dos salários pagos aos trabalhadores formais, 96% dos estabelecimentos na década de 90, das 4,7 milhões de empresas abertas 55% eram micros empresas, além do que enquanto as grandes aumentaram pouco mais de 2% as micros e pequenas aumentaram mais de 25% entre o ano 1995 e 2000. Em todo o mundo e principalmente no Brasil a micro e pequena empresa é um segmento importante de inclusão econômica e social. O setor tem destacada participação no acesso às oportunidades de emprego e no desenvolvimento econômico do País. Por gerarem grande parte dos postos de trabalho e oportunidades de geração de renda, as micros e pequenas empresas tornam-se o principal sustentáculo da livre iniciativa e da democracia no Brasil. Segundo o SEBRAE (2005), o segmento representa nada menos que 99% do total de empreendimentos do País, contribuem com 20% do PIB. Além disso, os pequenos negócios são responsáveis por 95% dos novos empregos líquidos gerados a cada ano. Ainda, 60 % dos empregos formais estão nas empresas que se encaixam nestes perfis, porém, cerca de 70% delas desaparecem até o segundo ano de existência. Em geral, as principais causas, dentre outras, são as deficiências de gestão empresarial e planejamento. Para estas empresas é urgente que suas lideranças saibam responder às demandas do mercado de responsabilidade social. Além da lucratividade, precisam preocupar-se também com o bem-estar
  • 4. 4 das partes impactadas pelo seu negócio e responder às demandas sócio-ambientais emergentes principalmente para manter suas relações comerciais com as grandes corporações empresariais, com o consumidor final e com mercados externos, que a cada dia tornam-se mais exigentes. 2.2 - A importância crescente da responsabilidade social para as empresas Segundo Lourenço & Schröeder (2003), de acordo com a pesquisa da BSR – Business for Social Responsability (1999), 76% dos consumidores americanos preferem marcas e produtos associados a algum tipo de ação social. No Brasil, em pesquisa do Instituto Ethos, Valor Econômico e Indicador de Opinião Pública (2000), denominada “Responsabilidade Social das Empresas – Percepção do Consumidor Brasileiro” apresentou as atitudes mais valorizadas pelo consumidor: Contratação de deficientes físicos (46%), Colaboração com escolas, posto de saúde e entidades sociais da comunidade (43%), Manter programa de alfabetização para os funcionários e familiares (32%) e Adotar práticas efetivas de combate à poluição (27%). O processo de gestão empresarial é um tema amplamente estudado a partir de objetivos que visam garantir maior retorno econômico sobre os investimentos. Adotar um sistema de gestão eficiente é uma estratégia de competitividade empresarial. Todavia, a competência acumulada em métodos e tecnologias tradicionais, e no caso da micro empresa, que quase sempre é de origem familiar, já não respondem aos princípios da responsabilidade social. No mundo, o desenvolvimento é monitorado principalmente a partir do indicador de crescimento econômico denominado PIB – Produto Interno Bruto, traduzido para o ambiente das empresas como indicador de produtividade (retorno sobre investimento, lucratividade, aumento de produção, sustentabilidade financeira, etc.). Segundo Jannuzzi (2003), a despeito do crescimento do produto interno bruto (PIB), persistiam altos os níveis de pobreza e acentuavam-se as desigualdades sociais em vários países. Crescimento econômico não era, pois, condição suficiente para garantir o desenvolvimento social. Ora, é coerente observar que empresas rentáveis pelos indicadores tradicionais, necessariamente podem não garantir compromisso com a responsabilidade social empresarial. Na última década o desafio da responsabilidade social baseada na proposta de equilíbrio entre os fatores econômicos, sociais e ambientais tornou-se tema permanente em fóruns nacionais e internacionais, especialmente no meio empresarial. Com isso determinam à necessidade de novas
  • 5. 5 ferramentas e ou indicadores para a gestão de empresas, mais abrangentes, éticos e transparentes, sobretudo convergentes com a necessidade de gerar valor “hoje” sem comprometer as futuras gerações. De acordo com Kofi Annan, Secretário Geral da ONU, Fórum Econômico Mundial, Davos (1999) a expansão dos mercados é muito mais rápida do que a capacidade das sociedades e de seus sistemas políticos de se adaptarem a eles, quanto mais de ditar o rumo que eles tomam. Este estudo é parte de um projeto de pesquisa que visa à dissertação do curso de mestrado em gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente que será desenvolvido junto às indústrias do pólo moveleiro de Arapongas no estado do Paraná. Considerando o desafio da micro e pequena empresa permanecer e se fortalecer no mercado, o volume de empregos gerados anualmente, renda e ainda, que a gestão de responsabilidade social é uma ação estratégica para uma organização, as micros e pequenas empresas devem inserir-se no contexto e adotar ferramentas e indicadores de gerenciamento que permitam alinhar-se ao conceito de responsabilidade social. 2.3 – A importância de ferramentas de gestão para micro e pequena empresa na geração de desenvolvimento econômico Segundo Drucker (2003), não é possível administrar o que ainda não se conhece. Portanto é necessário relacionar, de acordo com as bibliografias existentes, alternativas e ou indicadores de gestão de responsabilidade social empresarial que possam ser recomendados para a micro e pequena empresa. Relacionados os indicadores de gestão de responsabilidade social será necessária à realização de pesquisa de campo para identificar o uso dos mesmos na gestão das micros e pequenas empresas. Logicamente não será possível a realização da pesquisa neste estudo, mas, estaremos contribuindo para o estabelecimento de um novo paradigma na gestão de micros e pequenos negócios socialmente responsáveis. Para Krüger (2003), poucos se dão conta de que uma das maiores forças das unidades produtivas capitalistas – e em decorrência do próprio sistema capitalista – reside em ter como seu objetivo e finalística, obter um resultado unificado e mensurado por meio de apenas uma variável, e de natureza integralmente quantitativa, qual seja, a quantidade monetária apropriada como lucro.
  • 6. 6 Segundo Jannuzzi (2003), um indicador social é uma medida, em geral quantitativa, dotada de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social e sobre mudanças que estão processando na mesma. Para Passos (2003), indicadores são instrumentos de mediação, na medida em que são utilizados para captar aspectos dos fenômenos e processos da realidade social, cuja totalidade é impossível apreender. 2.4 - Gestão sistêmica para empresas: base da sustentabilidade Para Gray (2003), a sustentabilidade é um conceito difícil de aplicar em qualquer corporação individual. Ele é basicamente um conceito global. Mas isto não significa que não tenha aplicação em corporações – como um número cada vez maior de empresas, grupos de pressão e solucionadores de problemas corporativos estão rapidamente reconhecendo. Segundo Bateson (1987), um sistema vivo não se sustenta somente com a energia que recebe de fora, mas fundamentalmente pela organização da informação que o sistema processar. As empresas, para Capra apud Callenbach (1993), são sistemas vivos cuja compreensão não é possível apenas pelo prisma econômico. Como sistema vivo, a empresa não pode ser rigidamente controlada por meio de intervenção direta, porém, pode ser influenciada pela transmissão de orientações e emissão de impulsos. Esse novo estilo de administração é conhecido como administração sistêmica. No Brasil, de acordo com o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, citado pela Revista Exame – Guia de Boa Cidadania Corporativa (2003), 60% das empresas do país desenvolvem ou apóiam ações sociais e apenas 2% das companhias controlam a destinação de seus recursos, avaliam e monitoram os resultados de seus projetos sociais; 12% acompanham os resultados informalmente; 86% delas apenas disponibilizam verbas num mercado de 2,5 bilhões de dólares em investimentos em projetos comunitários, anualmente. Assim entendemos que o lucro financeiro justifica o esforço econômico, então, gerenciar e mensurar o resultado do esforço social da micro e pequena empresa se justifica por apresentar o
  • 7. 7 “lucro” social. Podemos ainda acreditar que conhecer ferramentas e indicadores possam subsidiar os gestores na reflexão sobre a gestão dos micros e pequenos negócios brasileiros. 2.5 Ferramentas e indicadores de gestão identificados Através de pesquisa bibliográfica, identificaram-se um conjunto de ferramentas e de indicadores sociais que estão sendo utilizados por empresas e instituições comprometidas com a responsabilidade social empresarial. 2.5.1 - Responsabilidade social empresarial para micro e pequena empresa - ETHOS e SEBRAE O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e o SEBRAE publicaram os “Indicadores de Responsabilidade Social Empresarial para as Micros e Pequenas Empresas”( 2003), baseados em sete diretrizes que coincidem com os públicos definidos pelo Ethos para o tratamento da responsabilidade social empresarial, a saber: governo e sociedade, meio ambiente, comunidade, consumidores e clientes, fornecedores, público interno, valores, transparência e governança. O documento desenvolvido pelo Sebrae e Ethos indica o passo-a-passo para adoção da responsabilidade social na micro e pequena empresa. Está estruturado em sete diretrizes que formam um conjunto de frases afirmativas e apreciativas, a saber: “adote valores e trabalhe com transparência, valorizem empregados e colaboradores, façam sempre mais pelo meio ambientes, envolva parceiros e fornecedores, proteja clientes e consumidores, promova sua comunidade e comprometa-se com o bem comum”. Como exemplo de aplicação de tais Indicadores, cita-se a sua aplicação específica para o público interno: cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho em dois níveis: 1. Nível básico - cumprimento de legislação; 2. Nível elevado - gestão de indicadores e participação da pauta de elaboração do plano estratégico da empresa. 2.5.2 - Relatório e balanço social O Instituto ETHOS também disponibiliza guias com as orientações e modelos para as empresas que desejam apresentar aos seus públicos impactados um relatório e balanço anual de
  • 8. 8 responsabilidade social empresarial. Para especialistas e o próprio ETHOS, o balanço social constitui-se numa das ferramentas mais importantes na gestão ética e transparente das organizações alem de um excelente diagnóstico para o monitoramento da evolução dos resultados dos indicadores. O modelo ETHOS de relatório e balanço social está estruturado em 15 campos: Introdução, estrutura do balanço social, missão e visão da empresa, mensagem do presidente, perfil do empreendimento, setor da economia, histórico, princípios e valores, estrutura e funcionamento, governança corporativa, diálogo entre as partes interessadas, indicadores de desempenho econômico, social e ambiental (qualitativos e quantitativos), demonstrativo do balanço social, iniciativas de interesse da sociedade (projetos sociais) e notas gerais. O próprio Instituto Ethos ainda recomenda os nove princípios do pacto global da ONU – Organização das Nações Unidas, que tratam do respeito aos direitos humanos, trabalho e meio ambiente que podem ser adotados e monitorados na forma de indicadores para a gestão empresarial, a saber: respeitar e proteger os direitos humanos, impedir violações de direitos humanos, apoiar a liberdade de associação ao trabalho, abolir o trabalho forçado e o trabalho infantil, eliminar a discriminação no ambiente de trabalho, apoiar abordagem preventiva aos desafios ambientais, promover a responsabilidade ambiental e encorajar tecnologias que não agridam ao meio ambiente. 2.5.3 - AA 1000 Também no contexto da responsabilidade social encontra-se a AA1000 – uma norma que não certifica, mas que confere consistência às ações socialmente responsável da empresa que a adota como modelo de gestão. Foi desenvolvida pelo ISEA – Institute of Social Ethical Accountability, e define algumas das melhores práticas de prestação de contas a partir dos princípios da responsabilidade social empresarial. A implementação da norma ocorre em 05 fases: Planejamento, contabilidade, auditoria e relatório, implementação e engajamento das partes interessadas. 2.5.4 - SA 8000 De acordo com o Guia da Sustentabilidade e Cidadania Corporativa (2005), há a norma SA 8000 da SAI – Social Accountability International, que tem a finalidade de certificar empresas que atendam a um conjunto de requisitos sociais tais como: extinção do trabalho infantil ou o trabalho
  • 9. 9 forçado, discriminação ou práticas abusivas de gestão, saúde e segurança no trabalho, liberdade de associação, negociação coletiva e remuneração justa. A SA 8000 busca aferir o grau de responsabilidade social das empresas no que diz respeito à implantação e manutenção de condições de trabalho. 2.5.5 - As Metas do Milênio, ONU O guia trata também dos ODM’s – Oito Objetivos do Milênio, definidas pela ONU em setembro de 2000, com a finalidade de definição de grandes metas mundiais. São elas: redução da pobreza, desigualdades sociais e promover o desenvolvimento sustentável. Os oito objetivos são: erradicação da pobreza e da fome, universalização do acesso à educação básica, igualdade entre os gêneros, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna, combate a AIDS, malária e outras doenças, promoção da sustentabilidade ambiental e desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento global. 2.5.6 - O Global reporting initiative - GRI Na década de 90 surgiu o GRI – Global Reporting Initiative, com a finalidade de se tornar um padrão internacional de sustentabilidade. Baseado em indicadores de gestão empresarial o GRI já é adotado por mais de 250 empresas do mundo sendo considerado um dos mais completos modelos de relatório social. Quadro 1 - Elementos e indicadores GRI. Inclui, por exemplo, os gastos e benefícios, produtividade no trabalho, criação de emprego, despesas em serviços externos, despesas em investigação e desenvolvimento, investimentos em educação e outras formas de capital humano. O aspecto econômico inclui, embora não se limite só a ele, a Econômico informação financeira e respectivas declarações. Inclui, por exemplo, impacto dos processos, produtos, serviços no ar, água, solo, Ambiental biodiversidade e saúde humana. Inclui, por exemplo, o tratamento que se dá aos grupos minoritários e às mulheres, o trabalho feito em favor dos menores, a saúde e a segurança ocupacionais, estabilidade do empregado, direitos laborais, direitos humanos, Social
  • 10. 10 salários e condições de trabalho nas relações externas. Fonte: http://www.globalreporting.org citado por Kraemer (2005). 2.5.7 – International organization for standardization – ISO 14000 Ainda a série ISO 14000 – norma internacional que estabelece requisitos e parâmetros para o desempenho ambiental das organizações. A norma é um excelente recurso para estimular a definição de políticas ambientais, auditorias, gestão de resíduos, monitoramento ambiental, comunicação e disseminação de informações. No entanto, os indicadores selecionados devem ser relacionados aos aspectos ambientais significativos da organização, influir no seu desempenho ambiental e refletir as visões das partes interessadas no negócio. A norma está fundamentada na lógica do PDCA - plan (planejar), do (executar), check (avaliar) e action (agir corretivamente) e leva em consideração os indicadores gerenciais, operacionais e de condições ambientais, além de aspectos culturais e econômicos. 2.5.8 – Prêmio SESI qualidade no trabalho No setor industrial encontramos o Prêmio SESI Qualidade no Trabalho que pode ser definido como uma campanha nacional desenvolvida pelo Serviço Social da indústria – SESI, cujo objetivo é estimular a responsabilidade social empresarial da indústria brasileira, despertando colaboradores e empregadores para o exercício da ética e da transparência nas relações de trabalho. O prêmio é baseado em cinco áreas temáticas (gestão, educação/desenvolvimento, saúde/segurança e meio ambiente, ações sociais e lazer/cultura). As avaliações ocorrem no ambiente empresarial de acordo com sete fundamentos, a saber: 1. Introdução a processos inovadores na gestão de pessoas; 2. Melhoria constante na qualidade de vida do colaborador; 3. Aumento da qualidade e competitividade; 4. Melhoria da qualidade no ambiente de trabalho; 5. Valorização das relações interpessoais;
  • 11. 11 6. Satisfação do cliente interno e crescente investimento em capital social. As informações coletadas nas avaliações serão consolidadas em um relatório de indicadores denominado de “devolutivas do Prêmio SESI”. Poderão ser adotados pelas empresas como parâmetros de reflexão sobre o ambiente de trabalho e a imagem da empresa (comunicada e percebida) pelos trabalhadores, pelo SESI e por representantes de instituições ligadas às questões do trabalho que integram uma comissão julgadora responsável por definir as empresas vencedoras. 2.5.9 – Critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ Também encontramos disponível para as empresas junto a FNQ (2005), o documento rumo a excelência - critérios para avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional. Os critérios facilitam a identificação do grau de aderência das organizações empresariais aos fundamentos de excelência, que são valores e diretrizes encontrados em organizações de sucesso consideradas de “classe mundial”. Os critérios são baseados nos fundamentos de excelência do PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade: visão sistêmica, aprendizado organizacional, agilidade, inovação, liderança e constância de propósitos, visão de futuro, foco no cliente e no mercado, responsabilidade social, gestão baseada em fatos, valorização das pessoas, abordagem por processos e orientação para resultados. É no critério quatro (Sociedade) que o documento examina como a organização contribui para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável, por meio da minimização dos impactos negativos potenciais de seus produtos, operações na sociedade e como a organização interage com a sociedade de forma ética e transparente. Segundo a FNQ (2005), excelência é uma situação excepcional da gestão e dos resultados obtidos pela organização, alcançada por meio da prática continuada dos fundamentos do modelo sistêmico. Em geral as ferramentas e indicadores adotados pelas empresas socialmente responsáveis se estruturam em torno do equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e financeiro. Figura 1 – Desenvolvimento Sustentável – Tripé da sustentabilidade empresarial
  • 12. 12 Fonte: www.copesul.com.br citado por Kraemer (2005). A figura acima dá a dimensão do desafio das micros e pequenas empresas na busca de um modelo de ferramentas e indicadores que possam definir o modelo de gestão de responsabilidade social empresarial que atendam as demandas de seu público impactado. 4- Considerações finais As ferramentas e indicadores de responsabilidade social descritas sinteticamente neste estudo, indicam a riqueza de alternativas que podem ser adotadas pela micro e pequena empresa brasileira na gestão de negócios socialmente responsáveis. Logicamente não se trata de seguir uma prescrição, mas apontar caminhos para a reflexão sobre a incorporação dos princípios da responsabilidade social na gestão deste segmento que tem forte impacto na sociedade brasileira. Considera-se que a micro e pequena empresa, pelas suas limitações de recursos, deve se iniciar na responsabilidade social empresarial através de um diagnóstico reflexivo sobre o ambiente de trabalho, observando as legislações sociais relacionadas à sua atividade. Neste contexto, observar o cumprimento das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, requisitos da SA 8000 e a observação/adequação as legislações ambientais impactantes na atividade empresarial. Não está descartada a possibilidade de uma micro e pequena empresa buscar uma certificação ISO 14000 ou SA 8000. Também não podemos negar a importância dos projetos sociais com a
  • 13. 13 comunidade de entorno cuja finalidade principal é consolidar a imagem empresarial além de beneficiar a sociedade local. Fundamentalmente, entendemos que uma das principais oportunidades de desenvolvimento é a reflexão de como os gestores e trabalhadores das micros e pequenas empresas estão conduzindo seus processos produtivos. Esta reflexão, deve ser de tal forma a permitir que a gestão assegure a qualidade de vida no trabalho, relacionamento com a comunidade de entorno, além de tecnologias e processos de produção que assegurem a preservação do meio ambiente. Contudo, o gestor da micro e pequena empresa deve integrar os princípios da responsabilidade social em seu sistema de gestão ao optar por ferramentas e indicadores sociais que respondam aos objetivos estratégicos de sua empresa para garantir melhores condições de competitividade, atuação ética, transparência e justiça social nos negócios. Naturalmente este estudo não tem a finalidade de esgotar o assunto e será aprofundado na pesquisa de campo que dará fundamentação a dissertação no curso de mestrado de gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente do centro universitário do SENAC – SP. A pesquisa pretendida e sugerida pelo autor destina-se a identificar práticas socioambientais que já estão sendo utilizados pelo micro e pequena empresa, possíveis resultados que podem ser referenciadas para o desenvolvimento da micro e pequena empresa no Brasil. 5 - Referências bibliográficas ALMEIDA, Juliana. Guia de compatibilidade de ferramentas – Instituto ETHOS de empresas e responsabilidade Social, São Paulo : 2004. BACELLAR, José Edson Jr. Et al. Ferramentas de gestão: responsabilidade social empresarial. autores. 1. ed. São Paulo: Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2003. BARTHOLO, Roberto dos Santos Jr. et al. Elaboração e monitoramento de projetos sociais. 1. edição. Brasília: SESI, Departamento Nacional, 2002. CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. 6. ed. Belo Horizonte: DG, 1998. CALLENBACH, E. et. al. Gerenciamento ecológico: guia do Instituto Elmwood de auditoria ecológica e negócios sustentáveis. São Paulo: Cultrix, 1993. DRUCKER, Peter Ferdinand. A administração na próxima sociedade. 1. ed. São Paulo: Nobel, 2003. FÉLIX, Luiz Fernando Fortes. Artigo: O ciclo virtuoso do desenvolvimento responsável. Escola de Governo da Fundação João Pinheiro : 2004.
  • 14. 14 FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Rumo a excelência – critérios para avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional, SP : 2005. FURTADO, Celso. Brasil, a construção interrompida. São Paulo: Paz e Terra, 1992. GARCIA, Bruno Gaspar.et al. Responsabilidade social das empresas. Vários autores. 1. ed. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2002. GRAYSON, David et al. Compromisso social e gestão empresarial. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2002. GUILLORY, Willian A. A empresa viva - espiritualidade no local de trabalho. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 2000. JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil – conceitos, fontes de dados e aplicações. 2. ed, Campinas, SP: Editora Alínea, 2003. KRAEMER, M.E.P. artigo: responsabilidade social – uma alavanca para sustentabilidade. Itajaí - SC: 2005. KRÜGER, Carlos Arthur Passos. Indicadores, ONG’s e Cidadania - Contribuições sócio-políticas e metodológicas. 1. ed. Curitiba: GT Indicadores, 2003. LOURENÇO, Alex Guimarães et al. Artigo: Vale investir em responsabilidade social? Stakholders, ganhos e perdas. Universidade Federal do Rio de Janeiro : 2003. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia empresarial. Curitiba: Cargraphics, 2002. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (2003) A micro e pequena empresa no Brasil. Dados. Brasília, disponível em http://www.mdic.gov.br ORCHIS, Marcelo A. et al. Artigo:Impactos da responsabilidade social nos objetos e estratégias empresariais. Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, São Paulo: 2002. REVISTA EXAME GUIA DA BOA CIDADANIA CORPORATIVA. Edição especial. São Paulo : Editora Abril, p. 08 a 10 : 2003. RIZZI, Fernanda Basaglia. Artigo: Balanço social e ação de responsabilidade social das empresas. Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio- CEUNSP. São Paulo: 2003 SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI. DEPARTAMENTO NACIONAL. Regulamento e manual para as empresas industriais participantes do prêmio sesi qualidade no trabalho 2006. Brasília : 2006.