[1] O documento discute estudos de coorte, que envolvem o acompanhamento prospectivo de grupos de pessoas para investigar fatores de risco e incidência de doenças. [2] Estudos de coorte podem envolver populações gerais ou grupos específicos e podem ser concorrentes ou retrospectivos. [3] Exemplos incluem a coorte de nascidos em Pelotas no Brasil e o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto.
1. ESTUD
OS DE
COORT
E Disciplina: Epidemiologia
Docente: Janaina Paula Costa
da Silva
Discentes: Jocione Medeiros;
Larissa Pinheiro; Lucas
Reinold; Luis César; Luis
Henrique Dantas.
3. ESTUDOS DE COORTE
1. O termo “coorte” designava originalmente a unidades de combate
romanas, identificadas nos campos de batalha pelo uniforme
padronizado;
2. A história dos estudos de coorte foi explorada por Liddell (1988);
3. Origem: tábuas de mortalidade (calcula as probabilidades de vida e
morte de uma população, em função da idade);
4. Observações prospectivas iniciadas na metade da década de 1940
(ambas ainda em curso):
• Pesquisa sobre efeito da bomba atômica em seres humanos;
• Estudo de Framingham (sobre doenças cardiovasculares).
Demonstrou a
importância de alguns
fatores de risco para o
desenvolvimento de
doença cardíaca e
cérebro-vascular
4. ESTUDOS DE COORTE
1. Também chamado de follow-up;
2. Abordam hipóteses etiológicas produzindo medidas de incidência
e medidas diretas de risco;
3. São chamados de prospectivos, pois partem da observação de
grupos comprovadamente expostos a um fator de risco suposto
como causa de doença a ser detectada no futuro;
4. Essa característica propõe a antecipação das possíveis causas e a
investigação de seus efeitos;
5. Os estudos de coorte têm inicio ao se colocar em foco uma variável
cuja contribuição como fator de risco para determinada doença
deseja-se conhecer, avaliar ou confirmar.
5. ESTUDOS DE COORTE
1. Etapa inicial dessa modalidade de estudo epidemiológico:
• Seleção de um grupo de pessoas consideradas sadias quanto à doença sob
investigação. O grupo deverá ser o mais homogêneo possível em relação à sua
composição por vários fatores.
2. Caracterização segundo o grupo estudado:
• Coortes De População Geral;
• Coortes De Grupos Populacionais Restritos;
• Coortes De Exposição Especial;
3. São dois tipos gerais de estudos de coortes:
• Coorte Concorrente;
• Estudo não-concorrente de coorte Histórica (ou retrospectivo).
6. ESTUDOS DE COORTE –
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO O
GRUPO ESTUDADO
1. COORTES DE POPULAÇÃO GERAL: seguimento de uma amostra de
uma população geral, de uma área bem definida geograficamente
ou administrativamente;
2. COORTES DE GRUPOS POPULACIONAIS RESTRITOS: são escolhidos
grupos que oferecem facilidades para a avaliação da exposição, do
seguimento e do desfecho (ex. profissionais de saúde);
3. COORTES DE EXPOSIÇÃO ESPECIAL: Seleciona-se um grupo de
pessoas submetidas a níveis elevados de uma exposição não usual
(exposições ocupacionais, acidentes químicos, acidentes nucleares,
por exemplo)
7. ESTUDOS DE COORTE – COORTE
CONCORRENTE
1. A coorte é acompanhada desde o momento da exposição,
procedendo-se como etapa do próprio estudo, o monitoramento e
registro dos casos de doença ou óbito na medida em que esses
ocorram, até a data prevista para encerramento das observações.
2. A qualificação de “concorrente” para esse tipo de estudo
prospectivo, deve-se ao fato de que o encaminhamento da
pesquisa e o fenômeno (a doença) progridem em paralelo,
concomitantemente.
• Objetiva determinar diferenças na velocidade com que surge a
doença nos subgrupos de expostos e não expostos ao suposto fator
de risco.
8. ESTUDOS DE COORTE – ESTUDO NÃO-CONCORRENTE
DE COORTE
HISTÓRICA (OU RETROSPECTIVO)
1. Envolvem usualmente grupos sociais ou profissionais específicos,
selecionados por terem sido expostos a fatores de risco em
potencial e por se dispor de registros sistemáticos da exposição e
do efeito.
2. Fundamento na reconstrução de coortes em algum ponto do
passado (sendo justamente por isso chamado de “coorte
histórica”), com seleção e classificação dos seus elementos no
presente e com inicio e fim do acompanhamento no passado,
antes do momento da realização da pesquisa. Sendo classificada
também como coorte retrospectiva.
3. A classificação de “não-concorrente” decorre da constatação de
que o desenvolvimento da pesquisa e a evolução dos fatos que a
motivaram decorrem em tempos históricos diferentes.
9. ESTUDOS DE COORTE - EXEMPLOS
Coorte de nascidos em Pelotas
A coorte de nascimentos com seguimento regular mais longo em um
país em desenvolvimento tem sido conduzida pelo Centro de
Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas, no Rio
Grande do Sul. A investigação monitorou todas as crianças nascidas
vivas na cidade de Pelotas, nos anos de 1982, 1993 e 2004.
Nas três fases do estudo, foram realizadas visitas no terceiro e 12º
mês de idade. Eram aplicados questionários às mães, além de
medidas e avaliações do desenvolvimento das crianças. Os
participantes continuam sendo acompanhados até o presente, e
questões como mortalidade infantil, desnutrição, crescimento,
sexualidade, gravidez na adolescência e hipertensão têm sido
exploradas na pesquisa.
10. ESTUDOS DE COORTE - EXEMPLOS
Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA Brasil
O Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA Brasil - é uma investigação
multicêntrica de coorte composta por 15 mil funcionários de seis instituições
públicas de ensino superior e pesquisa das regiões Nordeste, Sul e Sudeste
do Brasil. A pesquisa tem o propósito de investigar a incidência e os fatores
de risco para doenças crônicas, em particular, as cardiovasculares e o
diabetes, durante o período de 20 anos (iniciando em 2008).
Em cada centro integrante do estudo, os sujeitos da pesquisa – com idade
entre 35 e 74 anos – fazem exames e entrevistas nas quais são avaliados
aspectos como condições de vida, diferenças sociais, relação com o
trabalho, gênero e especificidades da dieta da população brasileira.
Além de fomentar o desenvolvimento de novas investigações, o estudo é
fundamental para a adequação de políticas públicas de saúde às
necessidades nacionais.
11. ESTUDOS DE COORTE
1. VANTAGENS:
• Produz medidas diretas de risco;
• Alto poder analítico;
• Simplicidade de desenho;
• Facilidade de análise.
2. DESVANTAGENS:
• Vulnerável a perdas (attrition bias);
• Inadequado para doenças de baixa frequência;
• Alto custo relativo.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. – [reimpr.] – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 596 p.
ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar de; Epidemiologia &
Saúde. – 6 ed. – Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. 728 p.
Estudo de Coorte. Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - IESC/UFRJ.
Disponível em
http://www.iesc.ufrj.br/cursos/fono/n)%20AT15%20Est%20Coorte.pdf.
Acesso em 05 de novembro de 2015.
Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA Brasil – Disponível em
http://www.elsa.org.br/oelsabrasil.html. Acesso em 05 de novembro de
2014.
Coorte de Nascidos em Pelotas. – Disponível em
http://www.elsa.org.br/estudos_coorte.html ou http://www.epidemio-ufpel.
org.br/site/content/coorte_1993/index.php. Acesso em 05 de
novembro de 2014.
Notas do Editor
Luis H.
Luis H.
Lucas
Luis H.
Outra definição: São estudos observacionais onde os indivíduos são classificados (ou selecionados) segundo o status de exposição, sendo seguidos para avaliar a incidência de doença.
Jocione
Como por exemplo de seleção de grupos: experiência compartilhada num período de tempo definido, ano de nascimento, ocupação, área geográfica onde se situa o domicilio ou o trabalho, etc.
Luis Cesar
Jocione
1. O momento da exposição pode referir-se a um evento pontual, de curta duração, ou a uma ocorrência constante ou periódica no decorrer de todo o período de observação.
Luis Cesar
A principal circunstância favorável à realização de estudos retrospectivos de coorte consiste na disponibilidade de registros médicos confiáveis.
Larissa
Lucas
O ELSA torna-se possível pelo interesse do Ministério da Saúde e do Ministério da Ciência e Tecnologia em realizar pesquisas nacionais de grande porte sobre a saúde da população adulta no Brasil.