1. DIABETES:
COMO PREVENIR?
PORTUGAL
TECNOLÓGICO
VIII ENCONTRO DE
ECONOMISTAS
DE LÍNGUA
PORTUGUESA
OUTUBRO‘10|EDIÇÃO30ESTESUPLEMENTOFAZPARTEINTEGRANTEDOJORNAL‘DIÁRIODENOTÍCIAS’ESEMANÁRIO‘SOL’(ANGOLA,MOÇAMBIQUEECABOVERDE)
“No mercado segurador, é
necessário reafirmar a lógica
de cooperação na Península
Ibérica”, garante
ANTÓNIO VILELA, PRESIDENTE DA APROSE
(I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS EM DESTAQUE)
FOTOGRAFIA:DIANAQUINTELA
2. >>RQ30 // SEGUROS: I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS 2010
5
14 de Outubro de 2010
Hotel Tiara Park Atlantic Lisboa
I Fórum Ibérico dos Seguros | FIS
“Portugal e Espanha: O Desafio
do Mercado Ibérico dos Seguros”
F
oisobosignodaconfiançaquede-
correu,nopassadodia14deOutu-
bro de 2010, no Hotel Tiara Park
Atlantic, em Lisboa, o I Fórum Ibérico
dos Seguros, subordinado ao tema “Por-
tugaleEspanha:ODesafiodoMercado
Ibérico dos Seguros”. António Vilela,
presidente da Associação Portuguesa
dos Produtores Profissionais de Seguros
(APROSE) e José María Campadaval
Castellvi, presidente do Consejo Gene-
ral de los Colegios de Mediadores de
Seguros, entidade espanhola congénere
da APROSE, foram os anfitriões deste
evento que contou com a participação
de um distinto leque de oradores, distri-
buídos por três sessões. A conferência
inaugural esteve a cargo de Gustavo de
Aristegui, Deputado e Porta-voz dos
Assuntos Parlamentares do Partido Po-
pularnoParlamentodeEspanha,tendo-
se seguido duas mesas redondas dedi-
cadas, respectivamente, à “Situação dos
Mercados e Modelos de Negócio” e às
“Relações transfronteiriças de negócio:
seguradores e mediadores de seguros”.
Nesta ocasião foi lançado o novo livro
“Xeque à Globalização” de José An-
tónio Almaça, professor catedrático de
Economia, seguido de um jantar onde
António Vilela e José María Campada-
val Castellvi assinaram o Protocolo de
Cooperação Internacional APROSE
– Consejo General, tendo em vista, por
um lado, o reforço do desenvolvimento
de um mercado comum ibérico e, por
outro, a conquista de massa crítica nas
instâncias internacionais representativas
domercadosegurador.
Umnovocicloseabrirá
Os momentos difíceis que a Economia,
a Sociedade e a Política atravessam exi-
gemaoscidadãoscoragem,perseverança
e criatividade. Na sua intervenção, Gus-
tavodeAristeguichamouestesdesígnios
até si e, inspirado pelo conceito de luz e
sombra de uma História ibérica comum
- ora brilhante, consagrada nos Desco-
brimentos, ora obscura, sofrida nos con-
flitos - vaticinou que um dia se cumprirá
aimportânciaestratégicadosdoispaíses.
Iluminado pelo conceito de profunda
transformação global que estamos a vi-
ver, a mensagem de Gustavo de Ariste-
guiganhaumadimensãoquaseoracular
na forma como perspectiva as sinergias
que deverão ser seguidas, nomeadamen-
te através da potenciação das heranças
identitárias mais tradicionalistas como a
língua, o território e os costumes. Consi-
derando que Portugal e Espanha devem
transformarassuasactuaisincertezasem
oportunidades,Aristeguimostra-semuito
confiante nas mais-valias que o mercado
ibérico poderá trazer ao reconhecimento
dasoberaniaalém-fronteiras.
Embuscadereferênciasco-
muns
O conhecimento mútuo da realidade
dosmercados,naperspectivaeconómica
e legislativa, princípio norteador deste I
Fórum Ibérico dos Seguros, implicou,
em primeira instância, a percepção de
ameaças e oportunidades de que não é
despiciendo o foco constante na neces-
sidade de maior ética nos negócios, da
valorização do processo de venda e da
constituição de margens realistas, face à
grande disparidade de preços que a con-
corrência traz ao mercado liberalizado.
Existe,igualmente,anecessidadedecon-
cederumamaiornormalizaçãodainfor-
mação prestada aos clientes e uma devi-
da harmonização do mercado com base
naadaptaçãodoriscoàsnecessidadesde
cada consumidor. Na medida em que a
legislação e a supervisão têm garantido
umdesenvolvimentosustentáveldomer-
cado segurador, assume particular im-
portânciaocumprimentododispostono
‘Solvência II’, o novo conjunto de requi-
sitos regulamentares de índole financeira
paraasempresasdesegurosqueoperam
naUniãoEuropeia.
A reinvenção da confiança num mundo em mutação
SEGUROS05
O sector segu-
rador enfrenta
hoje desafios ao
nível da criação
e gestão de valor,
que se prendem,
por um lado, com
a ética comercial,
harmonização do
mercado e for-
mação de preços
e, por outro, com
as exigências
financeiras da
União Euro-
peia, ao abrigo do
projecto Solvên-
cia II. Fique a
conhecer alguns
dos contornos do
I Fórum Ibérico
dos Seguros e
uma breve visão
do Presidente
da Associação
Portuguesa
dos Produtores
Profissionais de
Seguros, António
Vilela.
3. >> RQ30 // SEGUROS: I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS 2010
6
Quais é que são as grandes conclu-
sões que emergem do I Fórum Ibérico
dos Seguros?
A primeira grande conclusão que
eu tiro é a da necessidade de rea-
firmar a lógica de cooperação na
Península Ibérica, na medida em
que Portugal e Espanha são dois
países vizinhos, sem fronteiras,
constituintes de dois mercados
muito semelhantes, mas não exac-
tamente iguais, que têm vivido,
absurdamente, de costas voltadas.
Há uma seguradora espanhola que
investiu fortemente em Portugal, a
Mapfre, numa base de que não hou-
ve muito mais replicações. Por sua
vez, há uma seguradora portuguesa
que investiu muito em Espanha, a
Fidelidade Mundial, integrante do
Grupo Caixa Geral de Depósitos.
Se outro mérito este Fórum não ti-
vesse, teve pelo menos o de afirmar
que afinal estamos cá e temos tudo
a ganhar, se deixarmos de estar de
costas e colaborarmos uns com os
outros. O mercado não vai crescer,
milagrosamente, por nos juntarmos
e pelo facto de habitarem nos dois
países cerca de 50 milhões de pesso-
as, mas abrem-se novas oportunida-
des para os operadores. Um outro
aspecto importante, que também
nos satisfez, é que há lugar para
existir regularmente um encontro
desta natureza.
Um dos pontos debatidos no Fórum
foi o do desenvolvimento do merca-
do com base em parcerias descentra-
lizadas. Que caminho há a percorrer
neste sentido?
Neste momento há sistemas que
colocam um cliente deslocalizado
em contacto com um novo corretor
que corresponda às suas necessi-
dades, por iniciativa do seu agente
inicial. Considero, obviamente,
Entrevista a António Vilela, Presidente da Associação
Portuguesa dos Produtores Profissionais de Seguros
(APROSE), entidade co-organizadora do evento
que é uma iniciativa interessante,
mas não podemos esquecer que o
direito à escolha do mediador é da
responsabilidade do cliente e que
deve existir uma boa articulação do
processo.
Em que pilares assenta o protocolo
assinado entre a APROSE e o Consejo
General de los Colegios de Mediado-
res de Seguros?
O protocolo estabelece uma base
de entendimento entre Portugal
e Espanha no seio da Confedera-
ção Europeia de Seguros (Euro-
pean Confederation Insurance),
na COPAPROSE - Confederación
Panamericana de Productores de
Seguros, em que estamos represen-
tados a lado a lado com os países da
América Latina e com os Estados
Unidos da América, bem como na
Federação Mundial de mediadores
de seguros (WFII). No passado,
sempre que Portugal e Espanha ali-
nharam posições, nós conseguimos
resultados extremamente positivos
para todos, o que garante massa
crítica de decisão e o desenvolvi-
mento harmonizado de um merca-
do comum.
Sendo a lusofonia um apelativo
cartão-de-visita para estabelecer
contactos com países em pleno cres-
cimento, quer em África, quer na
América Latina, o que é que falta a
Portugal para se afirmar nestes mer-
cados emergentes?
Temos um capital enorme que é a
nossa língua e somos, efectivamen-
te, a porta para a África Lusófona,
mas o que é certo é que não temos
sabido potenciar os eixos que esta
herança cultural proporciona, tan-
to em África, como na América.
Nesse campo particular os espa-
nhóis têm sido mais inteligentes do
que nós e não dá para adiar muito
mais o que é inadiável, no entanto
há que ter em conta que ao avançar
para mercados maduros como o
Brasil, terá de se aportar inovação
e competitividade aos projectos a
desenvolver.
Considera que a credibilização do
sector dos Seguros passa pelo refor-
ço da importância da ética do negó-
cio e da valorização da venda, como é
frequentemente apontado pelos seus
pares?
O que eu penso como represen-
tante dos operadores, é que mais
do que vendedores, somos con-
selheiros e, mais do que isso, os
alfaiates do fato por medida que
cada risco precisa. Quando nos
reduzem à mera expressão de dis-
tribuidores, não gostamos muito,
porque muitas vezes distribuímos
aquilo que nós próprios concebe-
mos. Temos uma fábrica que são
as seguradoras, detentoras de uma
panóplia de capacidades de subs-
crição de riscos. O que nós temos é
de adaptar os riscos à necessidade
de cada consumidor. Quando se
foca a questão da remuneração e
da transparência, que vem focada
na próxima directiva Solvência
II, o novo conjunto de requisitos
regulamentares para as empresas
de seguros que operam na União
Europeia, há que não esquecer que
a mediação profissional de segu-
ros acrescenta valor ao negócio e
presta serviço às seguradoras e aos
clientes.
Neste momento, que mensagem é
que gostaria de enviar aos profissio-
nais de seguros e aos leitores?
Uma palavra: Esperança.
José María Campadaval Castellví e António Vilela assinando o protocolo de cooperação Internacional entre o Consejo General e a APROSE
4. >>RQ30 // SEGUROS: I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS 2010
7
I Fórum Ibérico dos Seguros | FIS
Conferência inaugural:
“Portugal e Espanha como eixo da triangulação
económica e política do século XXI”
António Vilela, Presidente da APROSE (à direita) e José María Campadabal Castellvi, Presidente
do Consejo General de los Colegios de Mediadores de Seguros
Gustavo de Aristegui, Deputado e Porta-voz dos Assuntos Exteriores do
Partido Popular no Parlamento de Espanha, na Conferência Inaugural
«É muito agradável ouvir palavras de
esperança em tempos de crise».
António Vilela, presidente da APROSE,
sobre as declarações de Gustavo de Aristegui
«Num tempo de ameaças, incertezas, mas também
de oportunidades, é estratégico olhar para o mercado
ibérico como um desafio comum. E no momento pre-
sente talvez nenhum outro sector tenha entendido tão
bem esse desafio como o dos Seguros».
«Um dia far-se-á justiça sobre o valor que estas duas
nações [Portugal e Espanha] têm no mundo, pelo seu
passado imperial e colonial».
«Não são as condições geográficas que condicionam
o futuro de um país. Veja-se o exemplo da evolução
do Chile, encaixado entre o Oceano Pacífico e os An-
des, numa posição ultraperiférica».
«Há histórias de êxito em África depois dos conflitos de
décadas, na História que se pode construir em conjun-
to e no potencial económico que muitos desses países
apresentam.»
«Eu tenho um fundamental op-
timismo no futuro dos nossos
países, apesar das incertezas e
dos cenários exógenos que se
colocam no domínio das riva-
lidades, posições agressivas e
política externa. Com serieda-
de, ambição e responsabilida-
de histórica, enfrentaremos os
desafios do século XXI».
GGusttav do d Ae A iristteg iui DDe tput dado e PPortta voz ddo As Assu tnto Es E txte iriores ddo
TESTEMUNHOS DOS ORADORES
5. >> RQ30 // SEGUROS: I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS 2010
8
Segunda Sessão:
“Situação dos Mercados e Modelos de Negócio”
Ricardo Lozano, Director-Geral da “Dirección General de
Seguros e Fondos de Pensiones” (Espanha)
Fernando Dias Nogueira, Presidente do Instituto de Seguros
de Portugal (ISP)
Pedro Seixas Vale, Presidente da Associação Portuguesa
de Seguradores (APS)
«Os seguros e os fundos de pensões apresentam-se hoje de uma forma
muito fechada a nível europeu, ainda que este mercado tenha resistido
à situação económica e financeira das últimas décadas».
«É imprescindível que os operadores assegurem o rigor e a transpa-
rência no sistema europeu, numa base de profissionalização e credi-
bilização do sector, porque nem a legislação, nem o mercado podem
construir, por si só, modelos de sucesso».
«É de realçar o trabalho de harmonização do sector dos seguros que
está a ser levado a cabo pela União Europeia, mas o efectivo êxito
da profissão depende do empenho que for colocado na resolução dos
desafios que se colocam».
«Portugal resistiu à crise financeira, no sector
segurador, verificando-se no nosso país uma
grande capacidade de gerência de poupanças
de longo prazo, por parte das operadoras».
«O ISP defende uma só directiva europeia
para o sector segurador, com partes específi-
cas consoante a matéria e os destinatários».
«Em Portugal vive-se
num mercado bipolar e
relativamente pequeno,
composto ora por ban-
cos, ora por seguradoras
internacionais.Existeno
nosso país um elevado
número de mediadores,
em detrimento da quan-
tidade de corretores, que
é muito pequena para o
seu potencial».
«A imagem do sector tem crescido acentuadamente, ao
invés dos bancos, segundo dados do European Consumer
Satisfaction Index, uma realidade que não será alheia ao
facto de as seguradoras portuguesas estarem a apostar
na melhoria da qualidade de serviços, no que respeita à
gestão de sinistros, por exemplo.»
«A supervisão opera com qualidade em Portugal, num
sector que não é nem conservador, nem resistente à mu-
dança, e que se rege por legislação actualizada. Creio que
o sector segurador português não vai ter grandes dificul-
dades em assumir as exigências do programa ‘Solvência
II’, uma vez que apresenta bons índices».
«É preciso caminhar no rumo da harmoniza-
ção do mercado e da normalização da infor-
mação prestada ao cliente a seu pedido».
RicRicardardo Lo Lozaozanono DiDirecrectortor GeGeralral dada ““DDireireccicciónón GenGeneraeral dl dee
6. >>RQ30 // SEGUROS: I FÓRUM IBÉRICO DOS SEGUROS 2010
9
I Fórum Ibérico dos Seguros | FIS
«O nível de conhecimento exigido aos operadores vai ser muito maior, em termos de
produtos, serviços, preços e distribuição».
«A importância do ramo vida em Portugal é muito elevada, sendo que 52 por cento
dos produtos de aforro de longo prazo são geridos pelas seguradoras. Esta realidade
coloca desafios ao nível da gestão de activos que devem ser explorados numa lógica de
integração».
«Há muitos factores de ligação na definição de um mercado ibérico, porque as econo-
mias estão cada vez a integrar-se mais».
«O mercado espa-
nhol apresenta-se
solvente, de cresci-
mento plano e au-
tonomizado».
«Face a uma cadeia de custos que era preocupante, tem ha-
vido uma efectiva redução dos mesmos, o que eu considero
que é uma medida inteligente.»
«No sector segurador, A Península
Ibérica apresenta bons índices de
solidez, margens consistentes e con-
fiança do mercado».
“Penso que o facto de ainda não se ter avançado para um mercado ibé-
rico a funcionar em pleno, se deva ao desconhecimento da legislação e
da própria actividade seguradora, nas especificidades que assume em
cada país».
«Temos conhecimento de que as
operadoras portuguesas no merca-
do da mediação de seguros em Es-
panha são muito poucas».
«Estamos perante um mercado ibé-
rico por descobrir».
«É imprescindível harmonizar os canais de distribuição
como cadeia de valor para as seguradoras e para os consu-
midores, porque neste sector nada pode viver isolado».
Pedro Seixas Vale, Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS)
José María Campadabal,
Presidente do “Consejo
General de los Colegios de
Mediadores de Seguros”
Adolfo Campos, Presidente do “Instituto Atlântico de
Dirección de Empresas (INADE) – Espanha”
Conclusões da Segunda Sessão, pelo seu moderador, António Vilela:
Terceira Sessão:
“Relações transfronteiriças de
negócio: seguradores e mediadores
de seguros”
7. >> RQ30 // SEGUROS
10
Fiel a um mercado em que a confiança é a palavra-chave, a SABSEG
tem orientado o seu crescimento sustentado numa lógica de satisfa-
ção global das necessidades dos clientes e da sua fidelização o que,
face aos desafios de competitividade do sector segurador, se afigura
como a chave para o sempre desejado sucesso.
SABSEG
“Construímos relações seguras”
Quando, onde e com que objectivos é que
foi criada a SABSEG –Mediação de Segu-
ros,S.A.?
A SABSEG foi criada em 1999, tendo
sede no Porto e marcando presença em
Braga, com o objectivo, à época, de ser
umaempresademediaçãodesegurosde
referência na Região Norte. Na fase ini-
cial da actividade o desenvolvimento da
empresa esteve centrado no eixo Braga-
Porto. A rede de distribuição da SAB-
SEG é hoje composta por 13 escritórios
deNorteaSuldopaísecompresençaem
Angola (Luanda). Através destes escritó-
rios estamos a desenvolver uma rede de
agentesligadosaogrupoSABSEG.
QualéavocaçãodaSABSEGnodomínioda
mediaçãodeseguros?
Inicialmente, o desenvolvimento do
negócio da SABSEG esteve focado no
segmentodeempresasessencialmenteno
ramo ‘Não Vida’. Esta especialização es-
tavamuitorelacionadacomascompetên-
cias e experiência da equipa que fundou
a SABSEG. Porém, com o crescimento
da empresa, novos colaboradores se jun-
taram ao projecto com novas competên-
cias, o que permite que hoje a SABSEG
seja um Grupo de Corretagem Global,
apresentandoaosseusclientes-empresas
eparticulares-asmelhoressoluçõespara
a cobertura dos seus riscos quer na área
‘Vida’quernaárea‘NãoVida’.
Comoéquesedesdobraaofertacomercial
desegurosdaSABSEGnosdomíniosgené-
ricosparaosquaisestávocacionada?
No segmento de empresas, a forma de
apresentação do Grupo SABSEG é
como consultor especializado na gestão
deriscosdopatrimónioedaspessoasque
compõemomeioenvolvente.Écomesta
perspectiva que as equipas comerciais do
Grupo SABSEG procuram, para cada
situação, a melhor e mais eficiente cober-
turaderisco,recorrendonãosóaomerca-
do nacional, mas também a soluções no
mercado internacional. Por outro lado,
no apoio ao cliente num dos momentos
da verdade mais crítico nesta actividade,
que é o momento do sinistro, procura-
mos fornecer um serviço de excelência.
Nosegmentodeparticulares,partindoda
oferta de seguros obrigatórios, procura-
mos sensibilizar os clientes para a protec-
çãofinanceiraglobal,atravésdeumvasto
lequedesoluçõesparaaprotecçãodoseu
património,apreparaçãodareformaoua
protecçãodosrendimentosfamiliaresem
casodeinfortúnio.
Se pudessem fazer um breve retrato do
sector dos Seguros em Portugal, como é
queapresentariamessequadroaosnossos
leitores?
É sempre complicado resumir o estado
de um sector de actividade tão impor-
tante para o funcionamento das socie-
dades modernas, assentes nos princípios
da propriedade privada e no direito das
pessoas, na qual os seguros funcionam
como garantes do equilíbrio das relações
entre os vários actores. Imaginem o que
seriaacirculaçãoautomóvelemPortugal
senãoexistissedeformaobrigatóriaose-
guro automóvel? Como iríamos garantir
a reposição do automóvel danificado
num acidente em que não tivéssemos
culpa?Ousenãoexistissemosfundosde
pensões privados para permitir equilibrar
o rendimento familiar após o período da
reforma? Neste sentido diríamos que a
actual situação dos Seguros em Portugal
éboapoisestáacumprirasuafunçãode
base. Os aspectos de melhoria da situa-
ção podem ser colocados a dois níveis.
Em primeiro lugar ao nível da rentabili-
dade do sector segurador, porque as difi-
culdades económicas actuais podem por
em causa o seu desenvolvimento futuro.
Neste particular, existem indicadores
preocupantes uma vez que pelas infor-
mações disponíveis o rácio combinado
do sector segurador é superior a cem por
cento. Em segundo lugar, no profissiona-
lismo do sector da distribuição. Para que
o desenvolvimento do sector seja perene
e consistente é necessário que o cliente
veja incrementada a qualidade de atendi-
mento e do serviço que lhe é fornecido.
Para que estes factores sejam uma reali-
dade é necessário investir em formação
do Capital Humano e em Tecnologia
de Informação. Este investimento só será
possível para operadores com um míni-
mo de dimensão crítica. Neste sentido
pensamos que a consolidação ao nível
da distribuição é uma tendência para os
próximosanos.
Sabendo que, em primeira instância, a
compra de um seguro se pauta por uma
relação de confiança e por uma lógica de
complementaridade, qual é a importância
queatribuemao‘crossselling’?
A palavra “cross selling” é inicialmente
adoptada no sector bancário na década
de noventa, para orientar a rede de distri-
buição para a venda de novos produtos
queentretantotinhamsidodesenvolvidos
para além dos depósitos e do crédito. Do
ponto de vista do cliente a palavra “cross
selling” deve ser entendida como satisfa-
çãoglobaldasnecessidades.Nestesentido
aimportânciaquelheatribuímosémáxi-
ma.Sógarantindoasatisfaçãoglobaldas
necessidades é que conseguimos garantir
a satisfação do cliente e a sua fidelização.
Oquenãopoderemosconfundiréasatis-
fação das necessidades dos clientes com
a vontade própria de vender muitos pro-
dutos, pois aí podem surgir conflitos que
invertemosentidodafidelização.
Gostariam de deixar alguma mensagem
finalaosnossosleitores?
Em jeito de mensagem final, par-
tilhamos com o público os objec-
tivos do Grupo SABSEG para o
triénio 2011-2014 que são atingir o
TOP 3 no ranking da Corretagem
em Portugal, bem como ser um
operador de referência no Mundo
Lusófono. Para tal estão em curso
dois programas chave - o Progra-
ma de consolidação em Portugal,
procurando trazer para dentro do
Grupo SABSEG, empresas e pro-
fissionais com iniciativa e visão de
progresso, bem como o Programa
de internacionalização, que conta
já com presença em Angola. Temos
previsto ainda para 2010 a abertura
da SABSEG Espanha e da SAB-
SEG Brasil e em 2011 está prevista
a abertura da SABSEG Cabo Verde
e da SABSEG Moçambique. Este
desenvolvimento será realizado
mantendo a fidelidade ao lema da
SABSEG: “Construímos Relações
Seguras”.
LER NA ÍNTEGRA EM WWW.QUALIDADEONLINE.COM
8. >> RQ30 // ECONOMIA: QUALIDADE
66
Criada em finais de Junho de 2008, em Viseu, com o objectivo primordial de actuar na área das inspecções de gás, a Intervertical desen-
volveu um sustentado processo de certificação de qualidade que visa a criação de valor numa lógica de complementaridade de produtos e
serviços, como explica João Miguel Bento, director técnico e um dos fundadores da empresa, à Revista da Qualidade.
Intervertical
Qualidade e segurança no rumo da excelência
H
á dois anos nascia no Centro
do país, na cidade de Viseu,
a Intervertical, uma empresa
dedicada à fiscalização, inspecção e
certificação de energias. Norteada
pelos princípios do licenciamen-
to da Direcção-Geral de Energia
e Geologia (DGEG), aos quais se
juntou a imprescindível acreditação
do Instituto Português de Acredita-
ção (IPAC), a Intervertical está hoje
consolidada em termos processuais
e operacionais, como refere João
Miguel Bento, director técnico. A
inspecção de gás em imóveis, redes,
ramais e outras instalações, que
constitui o core business da Interver-
tical, foi o ponto de partida para a
prestação de outro tipo de serviços,
nomeadamente certificações e audi-
torias energéticas e acústicas, bem
como coordenação de segurança em
ambiente de obra. “Nesta fase esta-
mos a desenvolver estas actividades
complementares em parceria, mas o
objectivo é aglutiná-las na estrutura
da Intervertical, assumindo uma
maior proximidade com os clientes,
tal como já vem acontecendo com
a actividade de inspecção de gás”,
revela João Miguel Bento, assegu-
rando que “a Intervertical procura
a consolidação do mercado, numa
perspectiva de realização de investi-
mentos, por norma muito elevados,
em especial na área da Certificação
Acústica.”
A abrangência nacional da Interver-
tical, sustentada numa base de inter-
mediação com subempreiteiros que
trabalham para grandes empresas
nacionais, é uma mais-valia na opi-
nião de João Miguel Bento. Neste
sentido, o director técnico concreti-
za que 80 por cento do volume de
negócios da Intervertical é com-
posto por instaladores que, muitas
vezes, trabalham directamente para
as entidades distribuidoras, nomea-
damente na área do gás natural.
Atento às singularidades da utili-
zação do gás e sensível a algumas
notícias de acidentes com infra-es-
truturas e equipamentos ligados a
este tipo de combustível, o director
técnico da Intervertical reconhece
o problema da falta de inspecção,
em alguns casos, mas salienta que
as pessoas se têm vindo a tornar
mais conscientes. “Viveu-se muitos
anos neste país a achar que não era
preciso ir fazendo uma verificação
periódica das instalações, apesar
de estar previsto na legislação esse
procedimento”, notando, por outro
lado que “há uma grande falha de
informação na medida em que no
momento em que nós entramos em
casa das pessoas e se detecta algu-
ma anomalia, elas pensam que so-
mos nós que vamos reparar e não
é assim que acontece, porque legal-
mente não podemos realizar essa
operação. Há directrizes em termos
de confidencialidade e exclusivida-
de dos nossos técnicos que não po-
dem fazer mais nenhuma interven-
ção para além da inspecção”.
A valorização dos recursos humanos
é uma importante meta desta em-
presa e, neste campo, João Miguel
Bento indica que a Intervertical tem
apostado na área da qualidade, no
sentido de dotar os técnicos de refe-
renciais de qualidade nas diferentes
fases de implementação dos sistemas
Viveu-se muitos anos
neste país a achar
que não era preciso
ir fazendo uma veri-
ficação periódica das
instalações, apesar
de estar previsto na
legislação esse pro-
cedimento
João Miguel Bento, Director Técnico
9. >>RQ30 // ECONOMIA: QUALIDADE
67
adjudicados. “É imprescindível o
conhecimento da norma ISO/IEC
17020, que é aquela em que estamos
acreditados, para que se verifique a
uniformização de processos. Este ano
já todos os nossos recursos humanos
frequentaram formação na área da
qualidade e a aposta terá de continuar
nesse sentido”, defende o director téc-
nico. No campo da coordenação de
segurança em obra, uma actividade
ligada, fortemente, à questão da Segu-
rança, Higiene e Saúde no Trabalho,
a Intervertical dispõe de um técnico
dedicado, detentor do Certificado de
Aptidão Profissional de Nível 5 em
Higiene e Segurança no Trabalho.
Questionado sobre os desafios que
se colocam à Intervertical, João
Miguel Bento assegura que a maior
parte dos clientes consumidores
de gás natural já são detentores do
respectivo certificado de inspecção,
daí assumir particular importância
a inspecção dos equipamentos que
ainda operam com garrafas de gás
- um mercado que, de resto, tende
a desaparecer, em detrimento do
gás canalizado. “O nosso objectivo
é, partindo do sistema de gestão da
qualidade que já temos implementa-
do, avançar para a norma ISO 9001
para nos acreditarmos no domínio
de outras valências, tendo em vista
a afirmação plena da Intervertical
e o lançamento de novos produtos
e serviços”, revela João Miguel
Bento, denotando interesse na in-
ternacionalização da empresa para
Angola, um mercado que está a ser
estudado com atenção. Partindo do
princípio de que a legislação ango-
Um desejo
chamado Certicasa
O serviço Certicasa, que irá ser
lançado brevemente, prevê a
realização de uma inspecção
global a um imóvel, ao nível das
infra-estruturas e equipamentos
de base (água, electricidade,
gás), no campo das certificações
acústicas e térmicas e na moni-
torização da qualidade geral
da construção. O Certicasa per-
spectiva a valorização do imóvel
analisado e terá como principais
destinatários, por um lado, os
construtores, as imobiliárias e
os bancos, nos domínios da edi-
ficação, promoção e venda e, por
outro, os clientes finais. Dividir-
se-á em dois segmentos: o Cer-
ticasa Light, que se baseia num
relatório simplificado de ins-
pecção, e o Certicasa Premium
que prevê a emissão de certifi-
cados oficiais por cada valência
analisada.
lana na área das infra-estruturas de
gás tem fortes similitudes com a
legislação portuguesa, João Miguel
Bento é optimista: “Gostaríamos
de encarar essa possibilidade. É
uma aposta estratégica para nós,
porque há milhares de lares que
vão precisar de ser inspeccionados,
o que nos leva a um mercado muito
importante para conquistar.
A terminar e consciente de que o
competitivo negócio da Interver-
tical se afigura em expansão, quer
dentro, quer fora de portas, João
Miguel Bento aponta, em primeira
instância, o crescimento sustentado
da empresa, suportado pelos bons
indicadores de operacionalidade
verificados ao longo do último ano,
como o caminho a seguir rumo ao
sucesso.