8. 1.
O excerto, localizado no final do ato I,
corresponde a um momento decisivo da
ação: o da designação (arbitrária), por
parte do poder, do general Gomes Freire de
Andrade como o chefe da conjura. Este
facto terá como consequências a prisão e
posterior execução do general, que
constituem o núcleo da ação subsequente
(ato II) e conduzem ao desfecho trágico da
peça.
9.
10. 3.
A réplica de Beresford tem um efeito
irónico na medida em que, no contexto,
define o perfil exemplar traçado por D.
Miguel (homem «lúcido», «inteligente»,
«idolatrado pelo povo», «soldado
brilhante»...) como «inimigo natural» da
Regência do país, deixando entender que
esta só pode subsistir rodeada de
mediocridade, isto é, as pessoas com
qualidades morais, intelectuais e sociais
constituem uma ameaça para o governo.
11.
12. a.
O segundo ato principia exatamente
do mesmo modo que o primeiro, como
forma de evidenciar a inexistência de
qualquer evolução na situação do povo e
mesmo o agravamento das suas
condições de vida.
13. b.
A repetição de formas do verbo
«compreender», associadas ao público,
nas três primeiras notas à margem do
segundo ato, evidencia a preocupação
do autor com a vertente didática da sua
peça, na linha do teatro épico.
14. c.
As suspensões frásicas do discurso
de Manuel denotam o seu entusiasmo na
descrição da situação dos populares.
As suspensões frásicas evidenciam
o desalento de Manuel.
15. d.
O monólogo de Manuel permite
tomar conhecimento dos factos
ocorridos desde o final do ato I até ao
presente da ação.
16. e.
A intervenção policial que dispersa
os populares, como sucedera no ato I,
confirma a transformação ocorrida ao
nível da ordem social.
A intervenção policial confirma a
manutenção da ordem social.
17.
18. Em Felizmente Há Luar!, como no Portugal
ditatorial e na imagem do cartoon, as
personagens vivem condicionadas pelo
medo e pela falta da liberdade. Quando
alguém «pensa diferente» é reprimido,
como acontecerá com Gomes Freire de
Andrade.
19. 2.1. Passagens possíveis: «Sempre que
há uma esperança os tambores abafam-
lhe a voz...» e «E cai-nos tudo em cima: o
rei, a polícia, a fome...».