Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Os heterónimos de Pessoa: características e influências
1.
2. Os protótipos textuais mais presentes neste
excerto de carta são
a) descritivo, expositivo, instrucional.
b) conversacional, argumentativo,
instrucional.
c) descritivo, narrativo, injuntivo.
d) expositivo, argumentativo, narrativo.
injuntivo = instrucional
NB — «instrucional» não é ‘explicativo, expositivo’
3. Em aula, referi recentemente que o
género epistolar — o deste texto, afinal
—
a) se inclui no modo narrativo.
b) se inclui no modo lírico.
c) se inclui na oratória.
d) não se inclui nos três modos
tradicionais.
4. Pessoa considera que a propensão para
a criação heteronímica
a) não radica em características mentais.
b) se deve a uma tendência para a
despersonalização e o fingimento.
c) foi exclusivamente casual.
d) foi coonsequência de trauma após
pisadela de cocó de cão.
5. O Chevalier de Pas foi
a) o primeiro heterónimo de Pessoa,
escrevendo poemas de índole pagã.
b) o futuro Ricardo Reis.
c) um ortónimo.
d) uma primeira experiência de quase
heterónimo, aos seis anos.
6. O heterónimo que Pessoa considera ser
mestre de todos os outros (e até do
ortónimo) é
a) Álvaro de Campos.
b) Chevalier de Pas.
c) Ricardo Reis.
d) Alberto Caeiro.
7. Pessoa considera que os poemas de
Álvaro de Campos
a) são um alarme para a vizinhança.
b) não são um alarme para a vizinhança.
c) foram escritos por 1912.
d) são histéricos.
«Se eu fosse mulher […], cada poema de
Álvaro de Campos (o mais histericamente
histérico de mim) seria um alarme para a
vizinhança»
8. O poeta bucólico que Pessoa resolvera
criar para fazer partida a Mário de SáCarneiro foi
a) Álvaro de Campos.
b) Bernardo Soares.
c) Alberto Caeiro.
d) Ricardo Reis.
9. O heterónimo Ricardo Reis foi criado por
Pessoa em
a) 1914. («foi em março de 1914»)
b) 1935.
c) 1910.
d) 1887. («nasceu em 1887»)
10. O surgimento de Álvaro de Campos énos descrito como momento
a) calmo.
b) vertiginoso.
c) demorado.
d) planeado.
11. À época da enunciação — a da escrita da
carta —, ainda estavam vivos
a) Caeiro, Campos, Reis.
b) Campos e Reis.
c) Reis e Caeiro.
d) Caeiro e Campos.
12. Os dois heterónimos de Pessoa que
aprenderam latim foram
a) Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
b) Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
c) Alberto Caeiro e Bernardo Soares.
d) Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
13. As formações de Caeiro, Campos e Reis,
eram, respetivamente,
a) CEF de pastor; pintura; línguas
clássicas.
b) ensino secundário; engenharia naval;
medicina dentária.
c) instrução primária; engenharia;
medicina.
d) estilismo; datilografia; genealogia.
14. A «Ode triunfal», de Álvaro de Campos,
foi escrita
a) num avião a jato.
b) em 1914.
c) em Tavira.
d) no Brasil.
15. O «Opiário»
a) foi escrito em latim.
b) foi inspirado por viagem ao Oriente.
c) é um poema de férias.
d) foi inspirado por ida ao Parque das
Nações.
16. Para Pessoa, Álvaro de Campos,
«sensacionista», foi influenciado
a) por Alberto Caeiro, sobretudo, e por
Walt Whitman.
b) por Walt Whitman, sobretudo, e por
Alberto Caeiro.
c) por Ricardo Reis.
d) pelo lado intelectual e pagão de Reis.
«em que predomina, ainda que abaixo da de
Caeiro, a [influência] de Walt Whitman»
17. Segundo o que se depreende da «Tábua
bibliográfica», Álvaro de Campos seria
a) o heterónimo mais diferente do ortónimo.
b) quem subscreveu textos mais polémicos
e vanguardistas.
c) o mais irritadiço dos heterónimos.
d) o menos emotivo dos heterónimos.
«produziu diversas composições, em geral de
índole escandalosa e irritante»
18.
19. Ser assíduo (seja indireta seja diretamente, ausências refletem-se na
classifica-
,
).
20. Fazer os tepecês e entregá-los com
prontidão (tepecês não feitos são tarefas
cuja
é 0 valores).
E prefiro não receber tepecês atrasados em série.
Quem falhou até aqui, comece agora a fazer sempre.
21. Se o tepecê for a simples
de textos,
não deixar de os
mesmo.
22. Verificar as correções que f
nas
redações (é uma boa maneira de ir
melhorando a sintaxe e advertindo erros
que se repetem).
23. Rever sempre o que escrevam (há
muitos lapsos de mera distração;
repetições evitáveis; agramaticalidades
que se
riam se houvesse uma
ura final)
-e
24. Não plagi
(não usar nunca net, nem
quaisquer sebentas, nem se contentar com
a ajuda de outros, na realização de
escritos).
25. Fazer as tarefas de aula — sobretudo as
relativas à compreensão de textos —
individualmente e sem se demorar muito
em
versa.
26. Nas tarefas que impliquem escrita
pequena (em geral, não recolhidas) ser
cuidadoso (e, caso peça eu para ouvir
alguma resposta, ler de forma
audí
).
-a
27. Ter o caderno organizado (pondero pedir
para
os cadernos no final dos
períodos).
28. Nos momentos de exposição minha ou de
algum colega, ou até de alguma gravação,
estar mesmo a ouvir (e não a
para
o lado).
31. Há uma estrofe que traduz bem a
reflexão que o Pessoa ortónimo fazia em
«Ela canta, pobre ceifeira» e em «Gato
que brincas na rua». É a quinta estrofe.
32.
33.
34.
35.
36. 15 de Outubro = data do aniversário
de Álvaro de Campos
13 de Junho = a data do aniversário
de Fernando Pessoa.
38. Eu tinha a grande saúde de não
perceber coisa nenhuma
6
8
E de não perceber as esperanças que
os outros tinham por mim
O que fui — ai, meus Deus!, o que só
hoje sei que fui...
15
36-37
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
39. comparações inesperadas:
estar eu sobrevivente a mim-mesmo
como um fósforo frio
o que eu sou hoje é como a
humidade no corredor do fim da casa
comer o passado como pão de fome
40. metáforas inesperadas:
Raiva de não ter trazido o passado
roubado na algibeira!...
O que eu sou hoje é terem vendido a
casa
comer o passado como pão de fome,
sem tempo de manteiga nos dentes
48. fuga para a recordação e/ou sonho:
vejo tudo outra vez com uma nitidez
que me cega
49. poetização do prosaico, comum e
quotidiano:
O aparador com muitas coisas —
doces, frutas, o resto na sombra
debaixo do alçado —, / As tias velhas,
os primos diferentes
52. O passado era o tempo da infância
feliz, da alegria partilhada pela família,
da inocência e despreocupação.
53. O pretérito imperfeito exprime um
tempo passado que teve duração, a
duração da infância.
54. Na infância, o sujeíto poético era feliz,
mas não sabia que o era. Só no presente,
em que já perdeu essa felicidade
inocente da infância, é que sabe que foi
feliz.
56. A expressão «Vejo tudo outra vez»
inicia a presentificação do passado que,
assim, substitui o presente.
57. À euforia do passado tornado
presente segue-se, na estrofe seguinte,
a disforia da tomada de consciência de
que é impossível recuperar a felicidade
perdida da infância e de que o presente
vazio é a única possibilidade.
59. a. O verso «Quando vim a ter esperanças,
já não sabia ter esperanças.» (v. 9) é
constituído por duas orações, sendo a
primeira uma oração subordinante.
oração subordinada temporal
60. b. Na frase «Quando vim a olhar para a
vida, perdera o sentido da vida.» (v. 10),
a forma verbal «perdera» corresponde,
em relação ao complexo verbal «vim a
olhar», a um tempo anterior.
61. c. A forma verbal «Vejo» (v. 31) funciona,
no contexto em que ocorre, como deítico
pessoal e temporal.
62. d. Os vocábulos «mesa» (v. 32) e
«aparador» (v. 33) são merónimos do
mesmo holónimo.
Hiperónimo
Hipónimos
móvel
mesa, aparador, cadeira
63. e. As frases dos versos 36 e 37
configuram atos ilocutórios
compromissivos.
Para, meu coração! / Não penses! Deixa o
pensar na cabeça!
Ato ilocutório diretivo