O poema descreve o sensacionismo do sujeito poético que deseja sentir todas as experiências de forma intensa, ultrapassando os limites das sensações. O poema usa recursos como verso livre, repetições e enumerações para expressar essa busca pela totalidade da existência através da percepção sensorial. O sujeito poético reflete sobre seu próprio sensacionismo paradoxal.
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 38-39
2. 1.
O texto insere-se na fase
futurista/sensacionista da obra de Álvaro
de Campos, uma vez que se caracteriza
pela exaltação das sensações e pelo
desejo do sujeito poético de poder
“Sentir tudo de todas as maneiras” (v. 1).
3. 2.
Para o sujeito poético, o mais
importante é sentir e viver todas as
experiências de forma intensa, ultrapassando todos os limites das sensações,
vivenciando todas as suas possibilidades
e multiplicando-se para sentir tudo. Afirma
que quer “Viver tudo de todos os lados”
(v. 2), que simpatiza com tudo (v. 11), e
que, por isso, se transforma e se entrega
para melhor apreender as realidades
envolventes (vv. 31-33).
4. 3.
A emotividade e o dinamismo servem-se,
no plano da linguagem e do estilo, dos seguintes
recursos: verso livre; irregularidade métrica;
iteração da conjunção “e”; anáforas dos versos
6-7 e 9-10; formulações causais simples e
seguidas nos versos 12 e 13; enumeração dos
versos 27 a 29; ritmo rápido; tom coloquial;
repetições de palavras que denotam a tentativa
de integrar a totalidade da existência na
perceção sensorial do poeta (“tudo”, vv. 1, 2, 11
e 32, “todos(as)”, vv. 1, 2, 3, 4, 19 e 30,
“simpatizo”, vv. 6, 8, 11, 16, 17 e 18).
5. 4.
O poema está centrado no “eu”, que se
torna presente, no discurso, através de deíticos
de primeira pessoa, como pronomes (“Eu”, vv.
6, 7, “me”, vv. 7, 12, 13…), determinantes
(“minha”, vv. 20, 30 e 35) e formas verbais
(“quero”, v. 6, “simpatizo”, v. 11, “sou”, v. 20…).
O sujeito poético reflete sobre o seu sensacionismo que, por ser tão exacerbado, confere à
sua personalidade uma dimensão paradoxal,
expressa em afirmações como as presentes nos
versos 12-13 e 16-17 e resumidas no verso final
da composição (que sintetiza metaforicamente a
sua veneração por aspetos distintos, mesmo
que contraditórios).
8. Eu quero a sorte de um cartoon
Nas manhãs da RTP1
És o meu Tom Sawyer
E o meu Huckleberry Finn
E vens de mascarilha e espadachim
Lá em cima, há planetas sem fim
9. Tu és o meu super-herói
Sem tirar o chapéu de cowboy
Com o teu galeão e uma garrafa de rum
Eu era tua e de mais nenhum
Um por todos e todos por um
10. Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
11. Eu sou a Jane e tu Tarzan
A Julieta do meu D’Artagnan
Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto para contar
Ao fantasma debaixo dos meus lençóis
Dos tesouros que escondemos dos
espanhóis
12. Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim
13. Quando chegar o final
Já podemos mudar de canal
Nos desenhos animados
É raro chover
E nunca, quase nunca acaba mal.
15. TPC
(1) Resolve as quatro perguntas
sobre o trecho de «A Passagem das Horas»,
de Álvaro de Campos.
(2) Lê «Cruz na porta da tabacaria!»
(que pus no blogue).
16. (3) Consoante o teu grupo na Liga
dos Campeões, prepara leitura em voz alta
de…
[Grupo A:] «Ode triunfal» (mas só pp. 117-118);
[Grupo B:] «Ode triunfal» (mas só pp. 119-120);
[Grupo C:] «Tabacaria» (pp. 133-135);
[Grupo D:] «Lisbon Revisited (1923)» (pp. 131132) + «Aniversário» (pp. 127-128).