Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 80-81
1.
2. No romance Memorial do Convento,
os dois principais traços do carácter de D.
João V são a megalomania e a
prepotência.
Assim, este soberano apresenta-senos, ao longo da acção, sobretudo
preocupado com o investimento da
riqueza vinda do Brasil no cumprimento
dos seus projectos megalómanos, o mais
importante dos quais é a construção do
Convento de Mafra. A par disso,
3. para impor as suas decisões, não
hesitou em recorrer à mobilização
forçada de trabalhadores para as obras
de Mafra, numa atitude de inaudita
prepotência que ainda hoje nos indigna.
Concluindo, Saramago retrata-nos
um rei ridiculamente megalómano e
prepotente que, para realizar os seus
caprichos e ostentar as suas riquezas,
não hesita em escravizar o povo que
devia proteger.
(120 palavras)
8. Observações
1. Para efeitos de contagem,
considera-se uma palavra qualquer
sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre
elementos ligados por hífen (ex.: /dir-seia/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2009/).
2. Um desvio dos limites de extensão
indicados implica uma desvalorização
parcial (até 5 pontos) do texto produzido.
9. Grupo I-B. [futuramente 40]
=
30
• Aspectos de conteúdo (C)
=
18
• Aspectos de organização e
correcção linguística (F)
=
12
– Estruturação do discurso
– Correcção linguística
= 7
= 5
10. 18 Refere, com pertinência e rigor, dois
dos traços de caráter de D. João V
determinantes na ação de Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um bom conhecimento da obra.
15 Refere, com pertinência, dois dos
traços de caráter de D. João V
determinantes na ação de Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um bom conhecimento da obra.
11. 12 Refere, com pertinência, dois dos
traços de carácter de D. João V
determinantes na ação de Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um conhecimento suficiente da obra.
OU
Refere, com pertinência, um dos
traços de caráter de D. João V
determinante na acção de Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um bom conhecimento da obra.
12. 9
Refere, com ligeiras ou esporádicas
imprecisões, pelo menos um dos traços de
caráter de D. João V determinante na ação
de Memorial do Convento, fazendo alusões
que refletem um conhecimento suficiente
da obra.
6
Refere, com acentuadas imprecisões,
um dos traços de caráter de D. João V
determinante na ação de Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um conhecimento suficiente da obra.
13. 3
Discorre superficialmente sobre o
caráter de D. João V, em Memorial do
Convento, fazendo alusões que refletem
um conhecimento incipiente da obra.
14.
15. 1711 — «D. Maria Ana Josefa, que
chegou há mais de dois anos da Áustria»
(cap. I) [chegou em 1708]; «D. João V, um
homem que ainda não fez vinte e dois
anos» (cap. I) [nasceu em 1689]; «ainda
S. Francisco andava pelo mundo,
precisamente há quinhentos anos, em
mil duzentos e onze» (cap. II).
«D. Maria Ana não irá hoje ao auto-de
fé. Está de luto por seu irmão José [...]
Apesar de já ir no quinto mês.» (cap. V).
16. O narrador de Memorial do Convento é,
em geral, omnisciente, mas, por vezes,
focaliza-se numa personagem (e, então,
vemos os acontecimentos na perspetiva
dessa figura).
No trecho do capítulo V que temos no
manual («[Baltasar e Blimunda]», pp. 292293), percebemos que essa focalização
interna é feita através da personagem
Sebastiana, logo que começam a aparecer
deíticos que só fazem sentido se os
acontecimentos estiverem a ser vistos por
17. quem está a ser julgado no auto de fé. Não
se confunda esta focalização interna
esporádica — classificação do domínio da
ciência do narrador — com a participação
do narrador na história, enquanto
personagem. Nesse outro tipo de
classificação, quanto à presença do
narrador, diremos que é heterodiegético,
embora haja muitas primeiras pessoas,
que não chegam para o implicar como
homodiegético (isto é, como participante
na intriga).
18. [foi omitido o passo no manual]
Simeão de Oliveira e Sousa
não sendo padre, dava missa
19. «aquele que ali vai» (ll. 21-22)
Domingos Afonso Lagareiro
fingia-se santo
21. «e esta sou eu» (l. 26); mas também:
«tenho»; «me»; «aqui vou»; «as
minhas»; «comigo»; «ouvi», «minha»,
«mim», «ali está»; «já me viu»; etc.
Sebastiana Maria de Jesus
tem visões e é, em parte, cristã-nova
22. A focalização interna em Sebastiana
termina na antepenúltima linha da p. 292, com
uma sequência em que há discurso direto, ainda
que sem a pontuação convencional.
Transcreve as linhas 39-43, reformulando o
texto, de modo a ficar com a disposição mais
clássica do discurso direto. (Evita acrescentar
ou omitir palavras. Opera sobretudo com a
pontuação: travessões, parágrafo, etc.)
— Adeus, Blimunda, que não te
verei mais — murmurou Sebastiana.
23. — Adeus, Blimunda, que não te verei
mais — murmurou Sebastiana.
— Ali vai minha mãe — disse
Blimunda ao padre.
— Que nome é o seu? — perguntou
depois, voltando-se para o homem alto
que lhe estava perto.
— Baltasar Mateus — disse o homem,
naturalmente, assim reconhecendo o
direito de aquela mulher lhe fazer
perguntas — mas também me chamam
Sete-Sóis.
24. — Ali vai minha mãe — disse
Blimunda ao padre; depois, voltando-se
para o homem alto que lhe estava perto,
perguntou — Que nome é o seu?
25. 3.1.
Ao regressar a casa com o padre
Bartolomeu Lourenço, Blimunda deixou a
porta aberta para receber Baltasar, que os
seguia. Mais tarde, durante a refeição,
Blimunda serviu-se da colher de Baltasar
depois de este ter acabado de comer
(embora pudesse ter usado a do padre,
que terminara antes de Baltasar).
26. 3.2.
As falas de Baltasar e Blimunda
evidenciam o caráter transcendente da
sua união. Blimunda antevê a
necessidade de permanência daquele que
escolheu para que ambos se completem e
se concretizem humana e espiritualmente,
e anuncia-o, embora de forma enigmática,
a Baltasar.
27. a. Com a comparação do som das
«moedas de cobre» com o dos «ferros do
alforge» (ll. 1 e 2),
4. o narrador destaca a pobreza da
personagem.
28. b. Com a mudança na pessoa verbal do
pronome pessoal em «quem é ele, donde
vem, que vai ser deles» (l. 38),
3. o narrador antecipa a ligação entre
Baltasar e Blimunda.
29. c. Com a utilização do advérbio
«naturalmente» (l. 41),
1. o narrador salienta a espontaneidade e
a autenticidade da relação de Baltasar e
Blimunda.
30. d. Com a enumeração dos elementos
abrangidos pela «bênção» do padre
Bartolomeu (ll. 53-55),
2. o narrador sugere a aceitação da união
de Baltasar e Blimunda.
31.
32. Transpõe «Baltasar e Blimunda» para
contexto actual.
extensão será a que permitem … minutos.
33. Em termos de conteúdo, deves
encontrar correspondências que mantenham
estes denominadores comuns:
algum espetáculo ou reunião de gente — um
«Baltasar» (homem com algum tipo de
deficiência ou idiossincrasia física); uma
«Blimunda» (rapariga, com algum poder
fantástico); conhecimento e aproximação
(favorecidos por um familiar, uma «Sebastiana»);
«primeiro encontro» do par — em casa; perto, um
adjuvante (um «Bartolomeu», que escusa de ser
padre); final igualmente sibilino.
34. Em termos de forma, pode — mas não
obrigatoriamente — imitar-se:
reprodução do discurso no discurso
saramaguiana, pondo alguns passos em
discurso direto livre.
Note-se que, no Memorial, a sintaxe é perfeitamente
gramatical (embora pareça faltarem pontos finais,
porque as frases são longas, descritivas);
enumerações, polissíndeto, etc.
Título será — como «Baltasar e
Blimunda» — os dois nomes dos vossos
protagonistas.
35. TPC — Lê os textos expositivos
«Gastar, gastar, gastar» (pp. 284-285);
«Memorial do Convento: um imaginário
marcado pelo tempo» (p. 285); «Sete-Sóis
e Sete-Luas, heróis do pé descalço» (p.
296); e ainda os curtos trechos
enquadrados da p. 295 («O mistério do
sete» e «O simbolismo das alcunhas»).