O documento apresenta perguntas sobre um texto literário. Na primeira parte, questiona o uso e significado de alguns termos e expressões do texto, como o grau de adjetivos e o sentido de palavras. Na segunda parte, pede para identificar elementos comunicativos como atos ilocutórios e referências deícticas. O documento parece testar o entendimento fino de detalhes linguísticos e estilísticos de um excerto.
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 31-32
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 88-89
1.
2. Nas três primeiras linhas (ll. 1-3) há
discurso
a) indireto.
b) direto e indireto.
c) direto livre.
d) indireto livre.
e) direto livre e indireto livre.
3. Disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis, Falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta, E quando será isso, padre, quis
Baltasar saber,
4. Disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis: «falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta». «E quando será isso, padre»,
quis Baltasar saber.
5. — Falei com os desembargadores
destas matérias, disseram-me que iam
ponderar o teu caso, se vale a pena
fazeres petição, depois me darão uma
resposta —
disse o padre Bartolomeu Lourenço a
Sete-Sóis.
— E quando será isso, padre? — quis
Baltasar saber.
discurso direto
discurso indireto
6. O pronome «lhe» (l. 4) tem como
referente
a) ‘a corte’ (4).
b) ‘Baltasar’.
c) ‘Bartolomeu’.
d) ‘curiosidade’ (l. 4).
e) ‘usos’ (4).
8. A anáfora «outro» (l. 14) reporta-se a
a) «Sete-Sóis» (13).
b) «Bartolomeu Lourenço» (15).
c) «trabalho» (14).
d) «o padre» (10).
e) «moço de quinze anos» (18).
9. porém são duas diferentes vidas, a de
Sete-Sóis trabalho e guerra, uma
acabada, outro que terá de recomeçar, a
de […]
10. porém são duas diferentes vidas, a de
Sete-Sóis trabalho e guerra, esta
acabada, aquele que terá de recomeçar,
a de […]
11. Segundo as ll. 9-25, Bartolomeu
a) era aldrabão.
b) tinha qualidades intelectuais
indiscutíveis.
c) prometera muito, mas, na verdade,
falhara.
d) tinha agora quinze anos.
e) era mais velho que Baltasar.
12. O espanto de Baltasar (l. 6) advinha de
Bartolomeu
a) voar.
b) poder ser da Inquisição e, ao mesmo
tempo, conhecer o rei.
c) ter acesso ao rei e, simultaneamente,
conhecer Sebastiana.
d) conhecer Blimunda e o rei.
e) ser da Inquisição.
13. Pode falar com el-rei, espantou-se
Baltasar, e acrescentou, Pode falar a elrei e conhecia a mãe de Blimunda, que
foi condenada pela Inquisição, que padre
é este padre
14. Já na p. 298, ficamos a saber que o rei
autorizara Bartolomeu a fazer as suas
experiências
a) numa pedreira.
b) em Aveiro.
c) nos arredores de Lisboa.
d) sob a jurisdição do Santo Ofício.
e) em Mafra.
15. na quinta do duque de Aveiro, a S.
Sebastião da Pedreira
16.
17. No início do texto, o que Bartolomeu
procurara apurar («o teu caso», p. 297,
l. 3) era a possibilidade de Baltasar
a) casar com Blimunda.
b) ter um espigão novo.
c) ter uma pensão.
d) ter uma casa.
e) ter gancho benzido.
18. João Francisco era da família de
a) D. João V.
b) Bartolomeu.
c) D. Maria Ana.
d) Baltasar.
e) Blimunda.
19. Álvaro Diogo era
a) pai de Blimunda.
b) irmão de Bartolomeu.
c) cunhado de Baltasar.
d) irmão de António Diogo.
e) irmão de Baltasar.
20. Bartolomeu Lourenço era
a) músico, padre, inventor.
b) cientista, orador, soldado.
c) inventor, voador, músico.
d) padre, orador, inventor.
e) jornalista, padre, jurista.
21. Depois da guerra, Baltasar
a) esteve poucos dias em Lisboa,
seguindo logo para Mafra.
b) parou em Lisboa apenas para comer e
seguiu para Mafra.
c) fixou-se em Lisboa, nunca mais
saindo da cidade.
d) passou anos em Lisboa, até seguir
para Mafra.
e) dirigiu-se a Coimbra, ao encontro de
Bartolomeu.
22. Baltasar chegou a trabalhar como
a) escriba.
b) camareiro-mor.
c) almeida.
d) empresário.
e) talhante.
23. Aquando da epidemia de febre amarela,
Baltasar e Blimunda
a) instalaram-se em Coimbra.
b) percorriam as ruas de Lisboa.
c) fugiram para Mafra.
d) não saíram de casa.
e) adoeceram.
24. O boato de que passara o Espírito Santo
por cima das obras de Mafra resultara
de
a) uma composição de Domenico
Scarlatti.
b) sobre a localidade ter passado uma
passarola.
c) uma visão de D. João V.
d) Blimunda ter andado pelo local.
e) intervenção franciscana.
25. A «Ilha da Madeira» de que se fala em
Memorial do Convento é
a) Madeira e Porto Santo.
b) um bairro de casas de madeira.
c) uma oficina.
d) o arquipélago os Açores.
e) alusão a Cristiano Ronaldo.
26. A certa altura, o narrador
a) informa que, desde a promessa de edificação
do convento, passaram dois anos até que a
rainha engravidasse.
b) insinua que a rainha já estaria grávida antes
mesmo da promessa feita pelo rei.
c) insinua que a rainha poderia ter dormido com
um franciscano.
d) põe a hipótese de Maria Bárbara ser filha de
Madre Paula.
e) diz-nos que a rainha tivera relações sexuais
com o cunhado.
27. Agora não se vá dizer que, por segredos de
confissão divul-gados, souberam os
arrábidos que a rainha estava grávida
antes mesmo que ela o participasse ao rei.
Agora não se vá dizer que D. Maria Ana,
por ser tão piedosa senhora, concordou
calar-se o tempo bastante para aparecer
com o chamariz da promessa o escolhido e
virtuoso frei António. Agora não se vá dizer
que el-rei contará as luas que decorrerem
desde a noite do voto ao dia em que nascer
o infante, e as achará completas. Não se
diga mais do que ficou dito.
28. Marta Maria é
a) uma das Martas das minhas turmas.
b) alguém que fica feliz quando cai
granizo.
c) sogra de Blimunda.
d) mãe de Bartolomeu.
e) filha de Maria Ana.
29. Scarlatti viera para Portugal como
a) padre e orador.
b) mestre da infanta.
c) cozinheiro do rei.
d) arquiteto do convento.
e) cantor castrado.
30. Scarlatti levaria para a quinta onde se
construía a passarola
a) uma rosa.
b) um malmequer.
c) um violino.
d) um cravo.
e) diversas plantas.
34. Por retórica ou por convicção, Abel
Xavier assumiu que «treinador»,
«lutador» e «vencedor» seriam formados
por composição morfossintática
(«treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» =
‘luta a dor’; «vencedor» = ‘vence a dor’).
35. Na verdade, trata-se de palavras
derivadas por sufixação, constituídas pelas
formas de base «treina(r)», «luta(r)» ou
«vence(r)» a que se acrescentou o
afixo/sufixo -dor. Este sufixo de
nominalização tem o significado de
‘profissão, agente’, inscrevendo-se num
grupo de sufixos que servem para formar
37. O ex-treinador do Olhanense comete
ainda um lapso, ao criar a palavra
«eficacidade» (em vez de «eficácia»).
Porém, foi um erro com lógica. Entre os
vários sufixos de nominalização que
significam ‘qualidade, estado, propriedade’
estão -idade («velocidade») e -ia («alegria»),
ao lado de, por exemplo, -ice («tolice») e
-ura («ternura»). Só que ao adjetivo «eficaz»
cabe o sufixo -ia (e não -idade).
40. Quando os adjetivos surgem em posição
pós-nominal costumam ter valor restritivo:
Os alunos passaram de ano.
Os alunos estudiosos passaram de ano.
As casas são caras.
As casas grandes são caras.
(O adjetivo incide sobre a realidade designada pelo
nome, especificando-a, limitando-a, reduzindo-a.)
41. Estes adjetivos pospostos ao nome
podem aliás ser substituídos por uma
oração relativa de valor restritivo:
Os alunos que estudaram passaram de ano.
As casas que são grandes são caras.
42. Em posição pré-nominal surgem sobretudo
adjetivos que exprimem qualidades,
avaliações, noções associadas a certa
subjetividade. Estes adjetivos têm um valor
não restritivo:
Um bom aluno.
Um esplêndido dia.
(Neste caso, os adjetivos não restringem a
realidade designada, avaliam-na.)
43. Muitos adjetivos podem surgir em qualquer
das posições, mas a opção de colocação
trará um sentido ora mais subjetivo
(conotativo), quando antes do nome, ora
mais objetivo (denotativo), quando depois
do nome:
Um amigo velho (= ‘idoso’)
Um velho amigo (= ‘querido’)
Um homem pobre (= ‘sem dinheiro’)
Um pobre homem (= ‘infeliz’)
44. À margem: os adjetivos relacionais não
surgem antes do nome nem são graduáveis:
A revolta estudantil
*A estudantil revolta / *A revolta muito estudantil
O campeonato mundial
*O campeonato muito mundial / *O mundial campeonato.
45. adjetivos qualificativos
o brioso comandante; o comandante alegre
a mais bela moça; o jovem inteligentíssimo
adjetivos relacionais
o governo português; a língua materna
adjetivos numerais
o quinto golo; o primeiríssimo filme
46.
47. normal (sorumbático)
comparativo
de superioridade (mais sorumbático do que)
de igualdade (tão sorumbático como)
de inferioridade (menos sorumbático do que)
superlativo absoluto
sintético (sorumbaticíssimo)
analítico (muito sorumbático)
superlativo relativo
de superioridade (o mais sorumbático)
de inferioridade (o menos sorumbático)
48.
49. 1.1 O adjetivo «simpático» (l. 2) é
utilizado no primeiro parágrafo no grau
a) normal.
b) comparativo de superioridade.
c) superlativo relativo de superioridade.
d) superlativo absoluto analítico.
50. 1.2 A palavra «pontes» (ll. 6-7) é utilizada
com o sentido figurado de
a)construções.
b)ligações.
c)passagens.
d)elevações.
51. 1.3 Em «dando pretexto ao narrador
para a crítica política» (l. 9), o
constituinte «ao narrador» desempenha
a função sintática de
a)modificador frásico.
b)complemento direto.
c)sujeito.
d)complemento indireto.
52. 1.4 No segmento «da qual sai maneta» (ll.
8-9) o referente de «da qual» é
a) «guerra» (l. 8).
b) «sucessão espanhola» (l. 8).
c) «guerra da sucessão espanhola» (l. 8).
d) «construção da máquina voadora» (ll. 9-10).
53. 1.5 A expressão «Heróis do pé descalço»
(l. 17 e 38) significa
a) Heróis sem recursos financeiros.
b) Heróis sem sapatos.
c) Heróis caminhantes.
d) Heróis extravagantes.
54. 1.6 O recurso ao vocábulo de cariz
religioso «via-sacra» (l. 26) salienta
a) o sofrimento de Blimunda em busca de
Baltasar.
b) o sacrifício de Baltasar.
c) os meios de procura utilizados por Blimunda
durante a sua viagem.
d) o carácter inconstante e débil de Blimunda.
55. 1.7 Os adjetivos presentes na passagem
«uma história invulgar ou insólita, de
personagens modeladas ou redondas» (l.
29) possuem um valor
a)exemplificativo.
b)restritivo.
c)explicativo.
d)conclusivo.
56. 2.1 Identifica o ato ilocutório
concretizado no sexto parágrafo (ll. 20-21).
No sexto parágrafo há um ato
ilocutório assertivo.
57. 2.2 Indica o antecedente de «esta», usado
na linha 23.
O antecedente de «esta» é «Blimunda»
(l. 23).
58. 2.3 Refere o valor da referência deítica
«No último auto de fé» (l. 25).
A suposta referência deítica «No
último auto de fé» tem valor temporal.
Nesse meu último auto de fé
Há pouco, quando começava a escrever
este texto
Ontem, fui visitar Mafra
61. Nas pp. 48 e 49 há dois textos de
Pessoa (A e B), ortónimo, e uma crónica de
Luís de Sttau Monteiro.
Depois de leres os três textos, escreve
um comentário focado no modo como em
Pessoa se alude à infância, com referência
sobretudo àqueles dois poemas (ou só a
um deles), mas em que poderás, se
quiseres, aproveitar algum contraste com o
texto de Sttau Monteiro.
(Cerca de 130-150 palavras.)
62. TPC
[Pergunta B do exame de 2010, 1.ª
fase:]
Comente a importância de Blimunda
na consecução do sonho de voar, em
Memorial do Convento, de José Saramago,
fazendo referências pertinentes à obra.
Escreva um texto de oitenta a cento e
trinta palavras.