1. Os efeitos da fofoca
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Da mesma maneira que a lenha é combustível para o fogo,
aquele que dá ouvidos aos mexericos alimenta uma tendência
que pode provocar as discórdias.
Já sofremos muitas vezes com os efeitos malévolos da
fofoca em nossos relacionamentos.
Muito longe de um diálogo, certos comentários rompem
com qualquer possibilidade de entendimento, pois nunca
acontecem na presença da pessoa de quem se fala.
Quase sempre as observações feitas nesta conversa
acontecem em tom de maldade e exageros, sobre uma
verdade distorcida, a qual, as pessoas se julgam capazes
de dar soluções para a vida de outros.
Seja por conta de um problema que alguém está vivendo
momentaneamente ou até mesmo pelo sucesso em seus
empreendimentos, sempre haverá alguém desejoso (a)
em fazer suas especulações.
Assim, no propósito de “fazer apenas um comentário”, a
conversa termina estabelecendo conceitos nada
edificadores a respeito de quem não pode se defender.
2. A fofoca age como uma praga e se espalha rapidamente
entre as pessoas dentro de nossos relacionamentos. Da
mesma maneira que a lenha é combustível para o fogo,
aquele que dá ouvidos aos mexericos alimenta uma
tendência que pode provocar as discórdias entre aqueles
com quem até pouco tempo conviviam.
Quem se presta a esse tipo de serviço, certamente conta
com a sua credibilidade para reforçar aquilo que se tem
interesse em divulgar. E um fator que torna este tipo de
conversa ainda mais prejudicial é a maneira como o fato
é transmitido, pois cada pessoa ao fazer seu comentário
a um terceiro, agrega elementos que ofuscam ou
desvirtuam a verdade.
As reuniões familiares, que têm como proposta a
confraternização e a aproximação entre os parentes,
podem da mesma maneira ser palco para situações nada
agradáveis.
Dessa forma, a fim de evitar maiores constrangimentos,
precisamos estar atentos sobre aquilo que queremos
partilhar, pois, quando nos envolvemos em determinados
assuntos, tornamo-nos também responsáveis por aquilo
que falamos.
Algumas pessoas, não contentes em falar da vida de
outrem, ainda se comprometem em divulgar a notícia,
segundo as suas próprias deduções. Em uma atmosfera
onde a ponderação nas palavras corre, muitas vezes, às
margens da maledicência, não será difícil de acontecer os
cismas e as indiferenças entre parentes. Entretanto,
quando as consequências de um comentário infeliz
ganham grandes proporções, raramente, essas pessoas
que promoveram as injúrias serão capazes de assumir a
responsabilidade sobre aquilo que foi falado, esquivando-se
sorrateiramente ou em outros casos, simplesmente,
procuram se afastar de quem ela própria ajudou caluniar.
O restabelecimento da amizade provocado pelos abalos
de uma fofoca em nossas relações, poderá ser possível
após a pessoa reconhecer os males provocados na vida
do outro. Por meio da reconciliação, a reaproximação
3. poderá acontecer a partir das atividades que eram
vividas em comum. Todavia, há situações que a
prudência nos ensina a manter somente a cordialidade da
boa educação, sem grandes intimidades; especialmente,
se percebemos que os vícios acima citados ainda existem
como sinal da personalidade de pessoas, as quais, ainda
não aprenderam a dominar a própria língua.
Podemos conversar sobre tudo e sobre todos, apenas
tomando o cuidado de identificar se a pauta da nossa
conversa tem a intenção de erguer, denegrir ou apenas
de expor a intimidade da vida de alguém que se encontra
sufocado por uma situação delicada.
Se há, verdadeiramente, uma intenção de ajudar o nosso
próximo que está com problemas, a pessoa mais indicada
para você apresentar sua opinião ou conselho – e de
maneira reservada – é aquela cujo o (a) fofoqueiro (a)
faz uso para ter assunto em suas conversas.
Um abraço
Dado Moura