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tópicos de compreensão textual no enem 
Aspectos de história da língua portuguesa 
Manoel Neves
No 
Brasil 
colonial, 
os 
portugueses 
procuravam 
ocupar 
e 
explorar 
os 
territórios 
descobertos, 
nos 
quais 
viviam 
índios, 
que 
eles 
queriam 
cris:anizar 
e 
usar 
como 
força 
de 
trabalho. 
Os 
missionários 
aprendiam 
os 
idiomas 
dos 
na:vos 
para 
catequizá-­‐los 
nas 
suas 
próprias 
línguas. 
Ao 
longo 
do 
tempo, 
as 
línguas 
se 
influenciaram. 
O 
resultado 
desse 
processo 
foi 
a 
formação 
de 
uma 
língua 
geral, 
desdobrada 
em 
duas 
variedades: 
o 
abanheenga, 
ao 
sul, 
e 
o 
nheengatu, 
ao 
norte. 
Quase 
todos 
se 
comunicavam 
na 
língua 
geral, 
sendo 
poucos 
aqueles 
que 
falavam 
apenas 
o 
português.
QUESTÃO 01 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2010) 
De 
acordo 
com 
o 
texto, 
a 
língua 
geral 
formou-­‐se 
e 
consolidou-­‐se 
no 
contexto 
histórico 
do 
Brasil-­‐Colônia. 
Portanto, 
a 
formação 
desse 
idioma 
e 
suas 
variedades 
foi 
condicionada 
a) 
pelo 
interesse 
dos 
indígenas 
em 
aprender 
a 
religião 
dos 
portugueses. 
b) 
pelo 
interesse 
dos 
portugueses 
em 
aprimorar 
o 
saber 
linguís:co 
dos 
índios. 
c) 
pela 
percepção 
dos 
indígenas 
de 
que 
as 
suas 
línguas 
precisavam 
aperfeiçoar-­‐se. 
d) 
pelo 
interesse 
unilateral 
dos 
indígenas 
em 
aprender 
uma 
nova 
língua 
com 
os 
portugueses. 
e) 
pela 
distribuição 
espacial 
das 
línguas 
indígenas, 
que 
era 
anterior 
à 
chegada 
dos 
portugueses.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
De 
acordo 
com 
o 
texto 
fornecido, 
do 
contato 
entre 
a 
língua 
do 
estrangeiro 
e 
as 
línguas 
indígenas 
surgiu 
uma 
língua 
geral 
que 
:nha 
duas 
variantes 
regionais, 
uma 
do 
norte 
e 
outra 
do 
sul. 
Marque-­‐se, 
pois, 
a 
alterna:va 
“e”.
Boa 
parte 
dos 
180 
idiomas 
sobreviventes 
está 
ameaçada 
de 
ex:nção 
– 
mais 
da 
metade 
(110) 
é 
falada 
por 
menos 
de 
500 
pessoas. 
No 
passado, 
era 
comum 
pessoas 
serem 
amarradas 
em 
árvores 
quando 
se 
expressavam 
em 
suas 
línguas, 
lembra 
o 
cacique 
Felisberto 
Kokama, 
um 
analfabeto 
para 
os 
nossos 
padrões 
e 
um 
guardião 
da 
pureza 
de 
seu 
idioma 
(caracterizado 
por 
uma 
diferença 
marcante 
entre 
a 
fala 
masculina 
e 
a 
feminina), 
lá 
no 
Amazonas, 
no 
Alto 
Solimões. 
Outro 
Kokama, 
o 
professor 
Leonel, 
da 
região 
de 
Santo 
Antônio 
do 
Içá 
(AM), 
mostra 
o 
problema 
atual: 
“Nosso 
povo 
se 
rendeu 
às 
pessoas 
brancas 
pelas 
dificuldades 
de 
sobrevivência. 
O 
contato 
com 
a 
língua 
portuguesa 
foi 
exterminando 
e 
dificultando 
a 
prá:ca 
da 
nossa 
língua. 
Há 
poucos 
falantes, 
e 
com 
vergonha 
de 
falar. 
A 
língua 
é 
muito 
preconceituada 
entre 
nós 
mesmos”. 
RIQUEZA 
AMEAÇADA 
Revista 
Língua 
Portuguesa. 
São 
Paulo: 
Segmento, 
nº 
26 
, 
2007.
QUESTÃO 02 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2010) 
O 
desaparecimento 
gradual 
ou 
abrupto 
de 
partes 
importantes 
do 
patrimônio 
linguís:co 
e 
cultural 
do 
país 
possui 
causas 
variadas. 
Segundo 
o 
professor 
Leonel, 
da 
região 
de 
Santo 
Antônio 
do 
Içá 
(AM), 
os 
idiomas 
indígenas 
sobreviventes 
estão 
ameaçados 
de 
ex:nção 
devido 
ao 
a) 
medo 
que 
as 
pessoas 
:nham 
de 
serem 
cas:gadas 
por 
falarem 
a 
sua 
língua. 
b) 
número 
reduzido 
de 
índios 
que 
con:nuam 
falando 
entre 
si 
nas 
suas 
reservas. 
c) 
contato 
com 
falantes 
de 
outras 
línguas 
e 
a 
imposição 
de 
um 
outro 
idioma. 
d) 
desaparecimento 
das 
reservas 
indígenas 
em 
decorrência 
da 
influência 
do 
branco. 
e) 
descaso 
dos 
governantes 
em 
preservar 
esse 
patrimônio 
cultural 
brasileiro.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
No 
trecho 
O 
contato 
com 
a 
língua 
portuguesa 
foi 
exterminando 
e 
dificultando 
a 
prá:ca 
de 
nossa 
língua, 
encontra-­‐se 
a 
explicitação 
da 
principal 
ameaça 
de 
que 
são 
ví:mas 
os 
idiomas 
indígenas. 
Assinale-­‐se, 
pois, 
a 
alterna:va 
“c”.
Quando 
os 
portugueses 
se 
instalaram 
no 
Brasil, 
o 
país 
era 
povoado 
de 
índios. 
Importaram, 
depois, 
da 
África, 
grande 
número 
de 
escravos. 
O 
Português, 
o 
Índio 
e 
o 
Negro 
cons:tuem, 
durante 
o 
período 
colonial, 
as 
três 
bases 
da 
população 
brasileira. 
Mas 
no 
que 
se 
refere 
à 
cultura, 
a 
contribuição 
do 
Português 
foi 
de 
longe 
a 
mais 
notada. 
Durante 
muito 
tempo 
o 
português 
e 
o 
tupi 
viveram 
lado 
a 
lado 
como 
línguas 
de 
comunicação. 
Era 
o 
tupi 
que 
u:lizavam 
os 
bandeirantes 
nas 
suas 
expedições. 
Em 
1694, 
dizia 
o 
Padre 
Antônio 
Vieira 
que 
“as 
famílias 
dos 
portugueses 
e 
índios 
em 
São 
Paulo 
estão 
tão 
ligadas 
hoje 
umas 
com 
as 
outras, 
que 
as 
mulheres 
e 
os 
filhos 
se 
criam 
mís:ca 
e 
domes:camente, 
e 
a 
língua 
que 
nas 
ditas 
famílias 
se 
fala 
é 
a 
dos 
Índios, 
e 
a 
portuguesa 
a 
vão 
os 
meninos 
aprender 
à 
escola.” 
TEYSSIER, 
P. 
História 
da 
língua 
portuguesa. 
Lisboa: 
Livraria 
Sá 
da 
Costa, 
1984. 
Adaptado.
QUESTÃO 03 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2011) 
A 
iden:dade 
de 
uma 
nação 
está 
diretamente 
ligada 
à 
cultura 
de 
seu 
povo. 
O 
texto 
mostra 
que, 
no 
período 
colonial 
brasileiro, 
o 
Português, 
o 
Índio 
e 
o 
Negro 
formaram 
a 
base 
da 
população 
e 
que 
o 
patrimônio 
linguís:co 
brasileiro 
é 
resultado 
da 
a) 
contribuição 
dos 
índios 
na 
escolarização 
dos 
brasileiros. 
b) 
diferença 
entre 
as 
línguas 
dos 
colonizadores 
e 
as 
dos 
indígenas. 
c) 
importância 
do 
padre 
Antônio 
Vieira 
para 
a 
literatura 
de 
língua 
portuguesa. 
d) 
origem 
das 
diferenças 
entre 
a 
língua 
portuguesa 
e 
as 
línguas 
tupi. 
e) 
interação 
pacífica 
no 
uso 
da 
língua 
portuguesa 
e 
da 
língua 
tupi.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
Da 
leitura 
do 
texto 
base 
para 
esta 
questão, 
depreende-­‐se 
que 
o 
português 
e 
o 
tupi 
foram 
as 
línguas 
que 
mais 
significa:vamente 
contribuíram 
para 
a 
formação 
do 
português 
brasileiro. 
Sendo 
assim, 
a 
alterna:va 
mais 
per:nente 
é 
a 
letra 
“e”. 
Atente-­‐se, 
ainda, 
que 
havia 
dois 
dialetos 
tupis: 
um 
do 
norte 
e 
outro 
do 
sul 
e 
que 
a 
língua 
portuguesa 
se 
torna 
idioma 
oficial 
[com 
a 
proibição 
do 
uso 
do 
tupi] 
por 
intermédio 
da 
Lei 
do 
Diretório, 
promulgada 
pelo 
Marquês 
de 
Pombal, 
em 
1757.
ENTRE 
IDEIA 
E 
TECNOLOGIA 
O 
grande 
conceito 
por 
trás 
do 
Museu 
da 
Língua 
é 
apresentar 
o 
idioma 
como 
algo 
vivo 
e 
fundamental 
para 
o 
entendimento 
do 
que 
é 
ser 
brasileiro. 
Se 
nada 
nos 
define 
com 
clareza, 
a 
forma 
como 
falam 
o 
português 
nas 
mais 
diversas 
situações 
co:dianas 
é 
talvez 
a 
melhor 
expressão 
da 
brasilidade. 
SCARDOVELLI, 
E. 
Revista 
de 
Língua 
Portuguesa. 
São 
Paulo: 
Segmento, 
ano 
II, 
n.6, 
2006.
QUESTÃO 04 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2011) 
O 
texto 
propõe 
uma 
reflexão 
acerca 
da 
língua 
portuguesa, 
ressaltando 
para 
o 
leitor 
a 
a) 
inauguração 
do 
museu 
e 
o 
grande 
inves:mento 
em 
cultura 
no 
país. 
b) 
importância 
da 
língua 
para 
a 
construção 
da 
iden:dade 
nacional. 
c) 
afe:vidade 
tão 
comum 
ao 
brasileiro, 
retratada 
através 
da 
língua. 
d) 
relação 
entre 
o 
idioma 
e 
as 
polí:cas 
públicas 
na 
área 
de 
cultura. 
e) 
diversidade 
étnica 
e 
linguís:ca 
no 
território 
nacional.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
O 
texto 
apresenta 
a 
língua 
como 
um 
dos 
elementos 
que 
colaboram 
na 
definição 
da 
iden:dade 
de 
um 
povo. 
Marque-­‐se, 
pois, 
a 
alterna:va 
“b”.
HISTÓRIA 
DO 
CONTATO 
ENTRE 
LÍNGUAS 
NO 
BRASIL 
No 
Brasil, 
o 
contato 
dos 
colonizadores 
portugueses 
com 
milhões 
de 
falantes 
de 
mais 
de 
mil 
línguas 
autóctones 
e 
de 
cerca 
de 
duzentas 
línguas 
que 
vieram 
na 
boca 
de 
cerca 
de 
quatro 
milhões 
de 
africanos 
trazidos 
para 
o 
país 
como 
escravos 
é, 
sem 
sombra 
de 
dúvida, 
o 
principal 
parâmetro 
histórico 
para 
a 
contextualização 
das 
mudanças 
linguís:cas 
que 
afetaram 
o 
português 
brasileiro. 
E 
processos 
como 
esses 
não 
devem 
ser 
levados 
em 
conta 
apenas 
para 
a 
compreensão 
das 
diferenças 
entre 
as 
variedades 
linguís:cas 
nacionais. 
O 
próprio 
mapeamento 
das 
variedades 
linguís:cas 
contemporâneas 
do 
português 
europeu 
e, 
sobretudo, 
do 
português 
brasileiro, 
tanto 
no 
plano 
diatópico 
quanto 
no 
plano 
diastrá:co, 
depende 
crucialmente 
de 
uma 
apurada 
compreensão 
do 
processo 
histórico 
de 
sua 
formação. 
LUCCHESI, 
BAXTER, 
RIBEIRO 
(Orgs.). 
O 
português 
afro-­‐brasileiro. 
Salvador: 
EdUFBA, 
2009. 
Adptação. 
Autóctone: 
na:vo 
de 
uma 
região. 
Diatópico: 
referente 
à 
variação 
de 
uma 
mesma 
língua 
no 
plano 
regional 
(país, 
estado, 
cidade). 
DiastráNco: 
referente 
à 
variação 
de 
uma 
mesma 
língua 
em 
função 
das 
diversas 
classes 
sociais.
QUESTÃO 05 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2011) 
Do 
ponto 
de 
vista 
histórico, 
as 
mudanças 
linguís:cas 
que 
afetaram 
o 
português 
do 
Brasil 
têm 
sua 
origem 
no 
contato 
dos 
colonizadores 
com 
inúmeras 
línguas 
indígenas 
e 
africanas. 
Considerando 
as 
reflexões 
apresentadas 
no 
texto, 
verifica-­‐se 
que 
esse 
processo 
iniciado 
no 
começo 
da 
colonização, 
teve 
como 
resultado 
a) 
a 
aceitação 
da 
escravidão, 
em 
que 
seres 
humanos 
foram 
reduzidos 
à 
condição 
de 
objeto 
por 
seus 
senhores. 
b) 
a 
cons:tuição 
do 
patrimônio 
linguís:co, 
uma 
vez 
que 
representa 
a 
iden:dade 
nacional 
do 
povo 
brasileiro. 
c) 
o 
isolamento 
de 
um 
número 
enorme 
de 
índios 
durante 
todo 
o 
período 
da 
colonização. 
d) 
a 
separação 
entre 
pessoas 
que 
desfrutavam 
bens 
e 
outras 
que 
não 
:nham 
acesso 
aos 
bens 
de 
consumo. 
e) 
a 
supremacia 
dos 
colonizadores 
portugueses, 
que 
muito 
se 
empenharam 
para 
conquistar 
os 
indígenas.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
O 
texto 
e 
o 
comando 
da 
questão 
demonstram 
que 
o 
contato 
da 
língua 
do 
colonizador 
com 
as 
línguas 
dos 
africanos 
e 
indígenas 
foi 
determinante 
para 
a 
construção 
do 
patrimônio 
linguís:co 
brasileiro. 
Assinale-­‐se, 
pois, 
a 
letra 
“b”.
Sou 
feliz 
pelos 
amigos 
que 
tenho. 
Um 
deles 
sofre 
pelo 
meu 
descuido 
com 
o 
vernáculo. 
Por 
alguns 
anos 
ele 
sistema:camente 
me 
enviava 
missivas 
eruditas 
com 
precisas 
informações 
sobre 
as 
regras 
de 
gramá:ca, 
que 
eu 
não 
respeitava, 
e 
sobre 
a 
grafia 
correta 
dos 
vocábulos, 
que 
eu 
ignorava. 
Fi-­‐lo 
sofrer 
pelo 
uso 
errado 
que 
fiz 
de 
uma 
palavra 
num 
desses 
meus 
badulaques. 
Acontece 
que 
eu, 
acostumado 
a 
conversar 
com 
a 
gente 
das 
Minas 
Gerais, 
falei 
em 
“varreção” 
– 
do 
verbo 
“varrer”. 
De 
fato, 
trata-­‐se 
de 
um 
equívoco 
que, 
num 
ves:bular, 
poderia 
me 
valer 
uma 
reprovação. 
Pois 
o 
meu 
amigo, 
paladino 
da 
língua 
portuguesa, 
se 
deu 
ao 
trabalho 
de 
fazer 
um 
xérox 
da 
página 
827 
do 
dicionário, 
aquela 
que 
tem, 
no 
topo, 
a 
fotografia 
de 
uma 
“varroa” 
(sic!) 
(você 
não 
sabe 
o 
que 
é 
uma 
“varroa”?) 
par 
corrigir-­‐me 
do 
meu 
erro. 
E 
confesso: 
ele 
está 
certo. 
O 
certo 
é 
“varrição” 
e 
não 
“varreção”. 
Mas 
estou 
com 
medo 
de 
que 
os 
mineiros 
da 
roça 
façam 
troça 
de 
mim 
porque 
nunca 
os 
vi 
falar 
de 
“varrição”. 
E 
se 
eles 
rirem 
de 
mim 
não 
vai 
me 
adiantar 
mostrar-­‐lhes 
o 
xerox 
da 
página 
do 
dicionário 
com 
a 
“varroa” 
no 
topo. 
Porque 
para 
eles 
não 
é 
o 
dicionário 
que 
faz 
a 
língua. 
É 
o 
povo. 
E 
o 
povo, 
lá 
nas 
montanhas 
de 
Minas 
Gerais, 
fala 
“varreção” 
quando 
não 
“barreção”. 
O 
que 
me 
deixa 
triste 
sobre 
esse 
amigo 
oculto 
é 
que 
nunca 
tenha 
dito 
nada 
sobre 
o 
que 
eu 
escrevo, 
se 
é 
bonito 
ou 
se 
é 
feio; 
Toma 
a 
minha 
sopa, 
não 
diz 
nada 
sobre 
ela, 
mas 
reclama 
sempre 
que 
o 
prato 
está 
rachado. 
ALVES, 
R. 
Mais 
badulaques. 
São 
Paulo: 
Parábola, 
2004. 
(fragmento)
QUESTÃO 06 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2012) 
De 
acordo 
com 
o 
texto, 
após 
receber 
a 
carta 
de 
um 
amigo 
“que 
se 
deu 
ao 
trabalho 
de 
fazer 
um 
xerox 
da 
página 
827 
do 
dicionário” 
sinalizando 
um 
erro 
de 
grafia, 
o 
autor 
reconhece 
a) 
a 
supremacia 
das 
formas 
da 
língua 
em 
relação 
ao 
seu 
conteúdo. 
b) 
a 
necessidade 
da 
norma 
padrão 
em 
situações 
formais 
de 
comunicação 
escrita. 
c) 
a 
obrigatoriedade 
da 
norma 
culta 
da 
língua, 
para 
a 
garan:a 
de 
uma 
comunicação 
efe:va. 
d) 
a 
importância 
da 
variedade 
culta 
da 
língua, 
para 
a 
preservação 
da 
iden:dade 
cultural 
de 
um 
povo. 
e) 
a 
necessidade 
do 
dicionário 
como 
guia 
de 
adequação 
linguís:ca 
em 
contextos 
informais 
privados.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
Ao 
acatar 
a 
validade 
da 
observação 
feita 
pelo 
amigo, 
o 
autor 
acaba 
por 
concordar 
que 
o 
dicionário 
e 
a 
língua 
padrão 
são 
realmente 
adequados 
a 
situações 
formais 
de 
comunicação. 
Marque-­‐se 
a 
alterna:va 
“b”.
O 
LÉXICO 
E 
A 
CULTURA 
Potencialmente, 
todas 
as 
línguas 
de 
todos 
os 
tempos 
podem 
candidatar-­‐se 
a 
expressar 
qualquer 
conteúdo. 
A 
pesquisa 
linguís:ca 
do 
século 
XX 
demonstrou 
que 
não 
há 
diferença 
qualita:va 
entre 
os 
idiomas 
do 
mundo 
– 
ou 
seja, 
não 
há 
idiomas 
grama:calmente 
mais 
primi:vos 
ou 
mais 
desenvolvidos. 
Entretanto, 
para 
que 
possa 
ser 
efe:vamente 
u:lizada, 
essa 
igualdade 
potencial 
precisa 
realizar-­‐se 
na 
prá:ca 
histórica 
do 
idioma, 
o 
que 
nem 
sempre 
acontece. 
Teoricamente, 
uma 
língua 
com 
pouca 
tradição 
escrita 
(como 
as 
línguas 
indígenas 
brasileiras) 
ou 
uma 
língua 
já 
ex:nta 
(como 
o 
la:m 
ou 
grego 
clássicos) 
podem 
ser 
empregadas 
para 
falar 
sobre 
qualquer 
assunto, 
como, 
digamos, 
{sica 
quân:ca 
ou 
biologia 
molecular. 
Na 
prá:ca, 
contudo, 
não 
é 
possível 
de 
uma 
hora 
para 
outra, 
expressar 
tais 
conteúdos 
em 
camaiurá 
ou 
la:m, 
simplesmente 
porque 
não 
haveria 
vocabulário 
próprio 
para 
esses 
conteúdos. 
É 
perfeitamente 
possível 
desenvolver 
esse 
vocabulário 
específico, 
seja 
por 
meio 
de 
emprés:mos 
de 
outras 
línguas, 
seja 
por 
meio 
da 
criação 
de 
novos 
termos 
na 
língua 
em 
questão, 
mas 
tal 
tarefa 
não 
se 
realizaria 
em 
pouco 
tempo 
nem 
com 
pouco 
esforço. 
BEARZOTI 
FILHO, 
P. 
Miniaurélio: 
o 
dicionário 
da 
língua 
portuguesa. 
Manual 
do 
professor. 
Curi:va: 
Posi:vo, 
2004.
QUESTÃO 07 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2012) 
Estudos 
contemporâneos 
mostram 
que 
cada 
língua 
possui 
sua 
própria 
complexidade 
e 
dinâmica 
de 
funcionamento. 
O 
texto 
ressalta 
essa 
dinâmica, 
na 
medida 
em 
que 
enfa:za 
a) 
a 
inexistência 
de 
conteúdo 
comum 
a 
todas 
as 
línguas, 
pois 
o 
léxico 
contempla 
a 
visão 
de 
mundo 
par:cular 
específica 
de 
uma 
cultura. 
b) 
a 
existência 
de 
línguas 
limitadas 
por 
não 
permi:rem 
ao 
falante 
na:vo 
se 
comunicar 
perfeitamente 
a 
respeito 
de 
qualquer 
conteúdo. 
c) 
a 
tendência 
a 
serem 
mais 
restritos 
o 
vocabulário 
e 
a 
gramá:ca 
de 
línguas 
indígenas, 
se 
comparados 
com 
outras 
línguas 
de 
origem 
europeia. 
d) 
a 
existência 
de 
diferenças 
vocabulares 
entre 
os 
idiomas, 
especificidades 
relacionadas 
à 
própria 
cultura 
dos 
falantes 
de 
uma 
comunidade. 
e) 
a 
atribuição 
de 
maior 
importância 
sociocultural 
às 
línguas 
contemporâneas, 
pois 
permitem 
que 
sejam 
abordadas 
quaisquer 
temá:cas, 
sem 
dificuldades.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
O 
texto 
em 
análise 
apresenta, 
basicamente, 
duas 
ideias: 
a) 
as 
línguas, 
quaisquer 
que 
sejam, 
são 
igualmente 
complexas; 
b) 
o 
vocabulário 
reflete 
a 
produção 
cultural 
do 
povo 
que 
usa 
a 
língua. 
Marque-­‐se, 
pois, 
a 
letra 
“d’.
No 
Brasil 
de 
hoje, 
são 
falados 
por 
volta 
de 
200 
idiomas. 
As 
nações 
indígenas 
do 
país 
falam 
cerca 
de 
180 
línguas, 
e 
as 
comunidades 
descendentes 
de 
imigrantes 
cerca 
de 
30 
línguas. 
Há 
uma 
ampla 
riqueza 
de 
usos, 
prá:cas 
e 
variedades 
no 
âmbito 
da 
própria 
língua 
portuguesa 
falada 
no 
Brasil, 
diferenças 
estas 
de 
caráter 
diatópico 
(variações 
regionais) 
e 
diastrá:co 
(variações 
de 
classes 
sociais) 
pelo 
menos. 
Somos, 
portanto, 
um 
país 
de 
muitas 
línguas, 
tal 
qual 
a 
maioria 
dos 
países 
do 
mundo 
(em 
94% 
dos 
países 
são 
faladas 
mais 
de 
uma 
língua). 
Fomos, 
no 
passado, 
ainda 
muito 
mais 
do 
que 
hoje, 
um 
território 
plurilíngue. 
Cerca 
de 
1078 
línguas 
indígenas 
eram 
faladas 
quando 
aqui 
aportaram 
os 
portugueses, 
há 
500 
anos, 
segundo 
es:ma:vas 
de 
Rodrigues 
(1993). 
Porém, 
o 
Estado 
português 
e, 
depois 
da 
independência, 
o 
Estado 
Brasileiro, 
que 
o 
sucedeu, 
:veram 
por 
polí:ca 
impor 
o 
português 
como 
a 
única 
língua 
legí:ma, 
considerando-­‐a 
companheira 
do 
império. 
A 
polí:ca 
linguís:ca 
principal 
do 
Estado 
sempre 
foi 
a 
de 
reduzir 
o 
número 
de 
línguas, 
num 
processo 
de 
glotocídio 
(eliminação 
de 
línguas) 
por 
meio 
do 
deslocamento 
linguís:co, 
isto 
é, 
de 
sua 
subs:tuição 
pela 
língua 
portuguesa. 
Somente 
na 
primeira 
metade 
do 
século 
XX, 
segundo 
Darcy 
Ribeiro, 
67 
línguas 
indígenas 
desapareceram 
no 
Brasil 
– 
mais 
de 
uma 
por 
ano, 
portanto. 
Das 
ceca 
de 
1078 
línguas 
faladas 
em 
1500 
anos, 
ficamos 
com 
aproximadamente 
180 
em 
2000 
(um 
decréscimo 
de 
85%), 
e 
várias 
destas 
180 
encontram-­‐se 
em 
estado 
avançado 
de 
desaparecimento. 
Disponível 
em: 
hp://www.cultura.gov.br. 
Aceso 
em: 
28 
fev. 
2012.
QUESTÃO 08 
tópicos de compreensão textual no enem 
(ENEM-­‐2012) 
As 
línguas 
indígenas 
contribuíram, 
entre 
outros 
aspectos, 
para 
a 
introdução 
de 
novas 
palavras 
no 
português 
do 
Brasil. 
De 
acordo 
com 
o 
texto 
apresentado, 
infere-­‐se 
que 
a 
redução 
de 
línguas 
indígenas 
a) 
ocasionou 
graves 
consequências 
para 
a 
preservação 
do 
nosso 
patrimônio 
linguís:co 
e 
cultural, 
uma 
vez 
que 
a 
redução 
dessas 
línguas 
significa 
a 
perda 
da 
herança 
cultural 
de 
um 
povo. 
b) 
manteve 
a 
preservação 
de 
nosso 
patrimônio 
linguís:co 
e 
cultural, 
porque, 
assim 
como 
algumas 
línguas 
morrem, 
outras 
nascem 
de 
tempos 
em 
tempos, 
o 
que 
contribui 
para 
a 
preservação 
do 
idioma. 
c) 
foi 
um 
processo 
natural 
pelo 
qual 
língua 
portuguesa 
passou, 
não 
significando, 
portanto, 
prejuízos 
para 
o 
patrimônio 
linguís:co 
do 
Brasil, 
que 
se 
conservou 
inalterado 
até 
nossos 
dias. 
d) 
contribuiu 
para 
a 
mudança 
de 
posicionamento 
da 
polí:ca 
linguís:ca 
do 
Estado, 
que 
passou 
a 
desconsiderar 
as 
línguas 
indígenas 
como 
um 
importante 
meio 
de 
comunicação 
dos 
primeiros 
habitantes. 
e) 
representou 
uma 
fase 
do 
desenvolvimento 
da 
língua 
portuguesa, 
que, 
como 
qualquer 
outra 
língua, 
passou 
pelo 
processo 
de 
renovação 
vocabular, 
que 
exige 
a 
redução 
das 
línguas.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
O 
texto 
base 
aborda 
o 
papel 
dos 
Estados 
português 
e 
brasileiro 
na 
ex:nção 
de 
centenas 
de 
línguas 
indígenas 
e 
de 
como 
a 
preservação 
das 
línguas 
faladas 
em 
um 
determinado 
território 
corrobora 
posi:vamente 
na 
preservação 
da 
memória 
cultural 
e 
linguís:ca 
da 
Nação. 
A 
alterna:va 
que 
melhor 
se 
aproxima 
de 
uma 
leitura 
parafrás:ca 
do 
texto 
é 
a 
letra 
“a”.
A 
forte 
presença 
de 
palavras 
indígenas 
e 
africanas 
e 
de 
termos 
trazidos 
pelos 
imigrantes 
a 
par:r 
do 
século 
XIX 
é 
um 
dos 
traços 
que 
dis:nguem 
o 
português 
do 
Brasil 
e 
o 
português 
de 
Portugal. 
Mas, 
olhando 
para 
a 
história 
dos 
emprés:mos 
que 
o 
português 
brasileiro 
recebeu 
de 
línguas 
europeias 
a 
par:r 
do 
século 
XX, 
outra 
diferença 
também 
aparece: 
com 
a 
vinda 
ao 
Brasil 
da 
família 
real 
portuguesa 
(1808) 
e, 
par:cularmente, 
com 
a 
Independência, 
Portugal 
deixou 
de 
ser 
intermediário 
obrigatório 
da 
assimilação 
desses 
emprés:mos 
e, 
assim, 
Brasil 
e 
Portugal 
começaram 
a 
divergir, 
não 
só 
por 
terem 
sofrido 
influências 
diferentes, 
mas 
também 
pela 
maneira 
como 
reagiram 
a 
elas. 
ILARI, 
R; 
BASSO, 
R. 
O 
português 
da 
gente: 
a 
língua 
que 
estudamos, 
a 
língua 
que 
falamos. 
São 
Paulo: 
Contexto, 
2008.
QUESTÃO 09 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
Os 
emprés:mos 
linguís:cos, 
recebidos 
de 
diversas 
línguas, 
são 
importantes 
na 
cons:tuição 
do 
Português 
do 
Brasil 
porque 
a) 
deixaram 
marcas 
na 
história 
vivida 
pela 
nação, 
como 
a 
colonização 
e 
a 
imigração. 
b) 
transformaram 
em 
um 
só 
idioma 
línguas 
diferentes, 
como 
as 
africanas, 
as 
indígenas 
e 
as 
europeias. 
c) 
promoveram 
uma 
língua 
acessível 
a 
falantes 
de 
origens 
dis:ntas 
, 
como 
o 
africano, 
o 
indígena 
e 
o 
europeu. 
d) 
guardaram 
uma 
relação 
de 
iden:dade 
entre 
os 
faltantes 
do 
português 
do 
Brasil 
e 
os 
do 
português 
de 
Portugal. 
e) 
tornaram 
a 
língua 
do 
Brasil 
mais 
complexa 
do 
que 
as 
línguas 
de 
outros 
países 
que 
também 
:veram 
colonização 
portuguesa.
SOLUÇÃO COMENTADA 
tópicos de compreensão textual no ENEM 
Os 
emprés:mo 
linguís:cos 
de 
que 
trata 
o 
texto 
são, 
na 
verdade, 
um 
desdobramento 
das 
influências 
culturais 
que 
operam 
na 
construção 
da 
iden:dade 
de 
uma 
nação. 
Marque-­‐se 
a 
letra 
“a”.

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Aspectos de história da língua portuguesa no enem

  • 1. tópicos de compreensão textual no enem Aspectos de história da língua portuguesa Manoel Neves
  • 2. No Brasil colonial, os portugueses procuravam ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios, que eles queriam cris:anizar e usar como força de trabalho. Os missionários aprendiam os idiomas dos na:vos para catequizá-­‐los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo, as línguas se influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português.
  • 3. QUESTÃO 01 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2010) De acordo com o texto, a língua geral formou-­‐se e consolidou-­‐se no contexto histórico do Brasil-­‐Colônia. Portanto, a formação desse idioma e suas variedades foi condicionada a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos portugueses. b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguís:co dos índios. c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam aperfeiçoar-­‐se. d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova língua com os portugueses. e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior à chegada dos portugueses.
  • 4. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM De acordo com o texto fornecido, do contato entre a língua do estrangeiro e as línguas indígenas surgiu uma língua geral que :nha duas variantes regionais, uma do norte e outra do sul. Marque-­‐se, pois, a alterna:va “e”.
  • 5. Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de ex:nção – mais da metade (110) é falada por menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique Felisberto Kokama, um analfabeto para os nossos padrões e um guardião da pureza de seu idioma (caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina e a feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), mostra o problema atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas brancas pelas dificuldades de sobrevivência. O contato com a língua portuguesa foi exterminando e dificultando a prá:ca da nossa língua. Há poucos falantes, e com vergonha de falar. A língua é muito preconceituada entre nós mesmos”. RIQUEZA AMEAÇADA Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26 , 2007.
  • 6. QUESTÃO 02 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2010) O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes do patrimônio linguís:co e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão ameaçados de ex:nção devido ao a) medo que as pessoas :nham de serem cas:gadas por falarem a sua língua. b) número reduzido de índios que con:nuam falando entre si nas suas reservas. c) contato com falantes de outras línguas e a imposição de um outro idioma. d) desaparecimento das reservas indígenas em decorrência da influência do branco. e) descaso dos governantes em preservar esse patrimônio cultural brasileiro.
  • 7. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM No trecho O contato com a língua portuguesa foi exterminando e dificultando a prá:ca de nossa língua, encontra-­‐se a explicitação da principal ameaça de que são ví:mas os idiomas indígenas. Assinale-­‐se, pois, a alterna:va “c”.
  • 8. Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país era povoado de índios. Importaram, depois, da África, grande número de escravos. O Português, o Índio e o Negro cons:tuem, durante o período colonial, as três bases da população brasileira. Mas no que se refere à cultura, a contribuição do Português foi de longe a mais notada. Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado a lado como línguas de comunicação. Era o tupi que u:lizavam os bandeirantes nas suas expedições. Em 1694, dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias dos portugueses e índios em São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as outras, que as mulheres e os filhos se criam mís:ca e domes:camente, e a língua que nas ditas famílias se fala é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos aprender à escola.” TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1984. Adaptado.
  • 9. QUESTÃO 03 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2011) A iden:dade de uma nação está diretamente ligada à cultura de seu povo. O texto mostra que, no período colonial brasileiro, o Português, o Índio e o Negro formaram a base da população e que o patrimônio linguís:co brasileiro é resultado da a) contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros. b) diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos indígenas. c) importância do padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa. d) origem das diferenças entre a língua portuguesa e as línguas tupi. e) interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi.
  • 10. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM Da leitura do texto base para esta questão, depreende-­‐se que o português e o tupi foram as línguas que mais significa:vamente contribuíram para a formação do português brasileiro. Sendo assim, a alterna:va mais per:nente é a letra “e”. Atente-­‐se, ainda, que havia dois dialetos tupis: um do norte e outro do sul e que a língua portuguesa se torna idioma oficial [com a proibição do uso do tupi] por intermédio da Lei do Diretório, promulgada pelo Marquês de Pombal, em 1757.
  • 11. ENTRE IDEIA E TECNOLOGIA O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falam o português nas mais diversas situações co:dianas é talvez a melhor expressão da brasilidade. SCARDOVELLI, E. Revista de Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, ano II, n.6, 2006.
  • 12. QUESTÃO 04 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2011) O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a a) inauguração do museu e o grande inves:mento em cultura no país. b) importância da língua para a construção da iden:dade nacional. c) afe:vidade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua. d) relação entre o idioma e as polí:cas públicas na área de cultura. e) diversidade étnica e linguís:ca no território nacional.
  • 13. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM O texto apresenta a língua como um dos elementos que colaboram na definição da iden:dade de um povo. Marque-­‐se, pois, a alterna:va “b”.
  • 14. HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE LÍNGUAS NO BRASIL No Brasil, o contato dos colonizadores portugueses com milhões de falantes de mais de mil línguas autóctones e de cerca de duzentas línguas que vieram na boca de cerca de quatro milhões de africanos trazidos para o país como escravos é, sem sombra de dúvida, o principal parâmetro histórico para a contextualização das mudanças linguís:cas que afetaram o português brasileiro. E processos como esses não devem ser levados em conta apenas para a compreensão das diferenças entre as variedades linguís:cas nacionais. O próprio mapeamento das variedades linguís:cas contemporâneas do português europeu e, sobretudo, do português brasileiro, tanto no plano diatópico quanto no plano diastrá:co, depende crucialmente de uma apurada compreensão do processo histórico de sua formação. LUCCHESI, BAXTER, RIBEIRO (Orgs.). O português afro-­‐brasileiro. Salvador: EdUFBA, 2009. Adptação. Autóctone: na:vo de uma região. Diatópico: referente à variação de uma mesma língua no plano regional (país, estado, cidade). DiastráNco: referente à variação de uma mesma língua em função das diversas classes sociais.
  • 15. QUESTÃO 05 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2011) Do ponto de vista histórico, as mudanças linguís:cas que afetaram o português do Brasil têm sua origem no contato dos colonizadores com inúmeras línguas indígenas e africanas. Considerando as reflexões apresentadas no texto, verifica-­‐se que esse processo iniciado no começo da colonização, teve como resultado a) a aceitação da escravidão, em que seres humanos foram reduzidos à condição de objeto por seus senhores. b) a cons:tuição do patrimônio linguís:co, uma vez que representa a iden:dade nacional do povo brasileiro. c) o isolamento de um número enorme de índios durante todo o período da colonização. d) a separação entre pessoas que desfrutavam bens e outras que não :nham acesso aos bens de consumo. e) a supremacia dos colonizadores portugueses, que muito se empenharam para conquistar os indígenas.
  • 16. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM O texto e o comando da questão demonstram que o contato da língua do colonizador com as línguas dos africanos e indígenas foi determinante para a construção do patrimônio linguís:co brasileiro. Assinale-­‐se, pois, a letra “b”.
  • 17. Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistema:camente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras de gramá:ca, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-­‐lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-­‐se de um equívoco que, num ves:bular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xérox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa” (sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) par corrigir-­‐me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-­‐lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio; Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado. ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004. (fragmento)
  • 18. QUESTÃO 06 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2012) De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece a) a supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo. b) a necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita. c) a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garan:a de uma comunicação efe:va. d) a importância da variedade culta da língua, para a preservação da iden:dade cultural de um povo. e) a necessidade do dicionário como guia de adequação linguís:ca em contextos informais privados.
  • 19. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM Ao acatar a validade da observação feita pelo amigo, o autor acaba por concordar que o dicionário e a língua padrão são realmente adequados a situações formais de comunicação. Marque-­‐se a alterna:va “b”.
  • 20. O LÉXICO E A CULTURA Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-­‐se a expressar qualquer conteúdo. A pesquisa linguís:ca do século XX demonstrou que não há diferença qualita:va entre os idiomas do mundo – ou seja, não há idiomas grama:calmente mais primi:vos ou mais desenvolvidos. Entretanto, para que possa ser efe:vamente u:lizada, essa igualdade potencial precisa realizar-­‐se na prá:ca histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já ex:nta (como o la:m ou grego clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, {sica quân:ca ou biologia molecular. Na prá:ca, contudo, não é possível de uma hora para outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou la:m, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico, seja por meio de emprés:mos de outras línguas, seja por meio da criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curi:va: Posi:vo, 2004.
  • 21. QUESTÃO 07 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2012) Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfa:za a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla a visão de mundo par:cular específica de uma cultura. b) a existência de línguas limitadas por não permi:rem ao falante na:vo se comunicar perfeitamente a respeito de qualquer conteúdo. c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramá:ca de línguas indígenas, se comparados com outras línguas de origem europeia. d) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de uma comunidade. e) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que sejam abordadas quaisquer temá:cas, sem dificuldades.
  • 22. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM O texto em análise apresenta, basicamente, duas ideias: a) as línguas, quaisquer que sejam, são igualmente complexas; b) o vocabulário reflete a produção cultural do povo que usa a língua. Marque-­‐se, pois, a letra “d’.
  • 23. No Brasil de hoje, são falados por volta de 200 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 180 línguas, e as comunidades descendentes de imigrantes cerca de 30 línguas. Há uma ampla riqueza de usos, prá:cas e variedades no âmbito da própria língua portuguesa falada no Brasil, diferenças estas de caráter diatópico (variações regionais) e diastrá:co (variações de classes sociais) pelo menos. Somos, portanto, um país de muitas línguas, tal qual a maioria dos países do mundo (em 94% dos países são faladas mais de uma língua). Fomos, no passado, ainda muito mais do que hoje, um território plurilíngue. Cerca de 1078 línguas indígenas eram faladas quando aqui aportaram os portugueses, há 500 anos, segundo es:ma:vas de Rodrigues (1993). Porém, o Estado português e, depois da independência, o Estado Brasileiro, que o sucedeu, :veram por polí:ca impor o português como a única língua legí:ma, considerando-­‐a companheira do império. A polí:ca linguís:ca principal do Estado sempre foi a de reduzir o número de línguas, num processo de glotocídio (eliminação de línguas) por meio do deslocamento linguís:co, isto é, de sua subs:tuição pela língua portuguesa. Somente na primeira metade do século XX, segundo Darcy Ribeiro, 67 línguas indígenas desapareceram no Brasil – mais de uma por ano, portanto. Das ceca de 1078 línguas faladas em 1500 anos, ficamos com aproximadamente 180 em 2000 (um decréscimo de 85%), e várias destas 180 encontram-­‐se em estado avançado de desaparecimento. Disponível em: hp://www.cultura.gov.br. Aceso em: 28 fev. 2012.
  • 24. QUESTÃO 08 tópicos de compreensão textual no enem (ENEM-­‐2012) As línguas indígenas contribuíram, entre outros aspectos, para a introdução de novas palavras no português do Brasil. De acordo com o texto apresentado, infere-­‐se que a redução de línguas indígenas a) ocasionou graves consequências para a preservação do nosso patrimônio linguís:co e cultural, uma vez que a redução dessas línguas significa a perda da herança cultural de um povo. b) manteve a preservação de nosso patrimônio linguís:co e cultural, porque, assim como algumas línguas morrem, outras nascem de tempos em tempos, o que contribui para a preservação do idioma. c) foi um processo natural pelo qual língua portuguesa passou, não significando, portanto, prejuízos para o patrimônio linguís:co do Brasil, que se conservou inalterado até nossos dias. d) contribuiu para a mudança de posicionamento da polí:ca linguís:ca do Estado, que passou a desconsiderar as línguas indígenas como um importante meio de comunicação dos primeiros habitantes. e) representou uma fase do desenvolvimento da língua portuguesa, que, como qualquer outra língua, passou pelo processo de renovação vocabular, que exige a redução das línguas.
  • 25. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM O texto base aborda o papel dos Estados português e brasileiro na ex:nção de centenas de línguas indígenas e de como a preservação das línguas faladas em um determinado território corrobora posi:vamente na preservação da memória cultural e linguís:ca da Nação. A alterna:va que melhor se aproxima de uma leitura parafrás:ca do texto é a letra “a”.
  • 26. A forte presença de palavras indígenas e africanas e de termos trazidos pelos imigrantes a par:r do século XIX é um dos traços que dis:nguem o português do Brasil e o português de Portugal. Mas, olhando para a história dos emprés:mos que o português brasileiro recebeu de línguas europeias a par:r do século XX, outra diferença também aparece: com a vinda ao Brasil da família real portuguesa (1808) e, par:cularmente, com a Independência, Portugal deixou de ser intermediário obrigatório da assimilação desses emprés:mos e, assim, Brasil e Portugal começaram a divergir, não só por terem sofrido influências diferentes, mas também pela maneira como reagiram a elas. ILARI, R; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2008.
  • 27. QUESTÃO 09 tópicos de compreensão textual no ENEM Os emprés:mos linguís:cos, recebidos de diversas línguas, são importantes na cons:tuição do Português do Brasil porque a) deixaram marcas na história vivida pela nação, como a colonização e a imigração. b) transformaram em um só idioma línguas diferentes, como as africanas, as indígenas e as europeias. c) promoveram uma língua acessível a falantes de origens dis:ntas , como o africano, o indígena e o europeu. d) guardaram uma relação de iden:dade entre os faltantes do português do Brasil e os do português de Portugal. e) tornaram a língua do Brasil mais complexa do que as línguas de outros países que também :veram colonização portuguesa.
  • 28. SOLUÇÃO COMENTADA tópicos de compreensão textual no ENEM Os emprés:mo linguís:cos de que trata o texto são, na verdade, um desdobramento das influências culturais que operam na construção da iden:dade de uma nação. Marque-­‐se a letra “a”.