2. VERGONHA NACIONAL
Que o brasileiro lê pouco – apenas 1,8 livro não escolares por ano – assunto: leitura no Brasil [lê-se pouco]
é fato notório. Que os alunos na maioria da rede escolar na quinta
série do ensino fundamental sem saber interpretar corretamente ampliação [estatística, exemplo,]
pequena mensagem, também.
O tema agora ganha a imprensa internacional. A revista britânica assunto: Brasil visto de fora [leitura]
The economist fala da aversão dos brasileiros aos livros. E com
palavras duras: a pobreza das bibliotecas públicas e o baixo índice locutor: terceira pessoa
de leitura dos brasileiros constituem “motivo para vergonha
nacional”, juntamente com a alta criminalidade, o desemprego e as citação de autoridade: The economist
escorchantes taxas de juros. A revista classifica o Brasil como “um
país sem leitores” e diz que um quarto da população com 15 anos subtemas
ou mais (cerca de 45 milhões de brasileiros) são analfabetos
funcionais. Os números são verdadeiros. E a última pesquisa da [aversão dos brasileiros por livros]
Bienal do Livro apurou que apenas 16 milhões adquirem livros. A
triste realidade pode ser creditada à pobreza da maioria da [pobreza das bibliotecas, índice de leitura]
população, mas também não se pode negar o baixo nível do ensino.
Em pesquisa recente sobre os hábitos de leitura, os brasileiros [criminalidade, desemprego, taxa de juro]
ocupam o 27º lugar em um ranking de 30 países. O péssimo ensino
do português está em debate desde o fim dos anos 60 e foi tratado [ensino em geral e de português, pobreza]
com o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova (1932), que
preconizava o ensino básico de seis horas. Pouco se fez para estratégias
melhorar o ensino. Nada vingou, a não ser o aumento do número de
[exemplificação, ampliação, subdivisão]
crianças de sete a 14 anos matriculados nas escolas.
3. Em janeiro, o governo federal lançou o Plano Nacional de Livros e assunto: iniciativas do governo e de ONGS
Leitura, com abertura de bibliotecas públicas e financiamento de
editoras. Algumas Organizações Não-Governamentais (ONGs) [abertura de bibliotecas, financiar editoras]
instalaram bibliotecas circulantes, em duas estações do metrô na
cidade de São Paulo. Um fator que desencoraja a leitura é a de os [criação de bibliotecas volantes]
livros serem tão caros: em média, entre R$ 30 a R$ 40 a unidade,
mais de 10% no salário mínimo do país. De que adianta bibliotecas subtemas
públicas, se ler é um hábito que só pode ser cultivado em escolas
de qualidade e no recesso do lar? Muitos dizem que os séculos de [o livro custa mais de 10% do salário mínimo]
escravidão levaram os governantes a tratar a educação como artigo
[a escola não forma leitores]
de segunda classe.
Realmente, a leitura é um hábito difícil de se formar. A revista assunto: vergonhas nacionais
britânica tem razão: ao lado dos crimes e das taxas de juros, não ler
é motivo para vergonha nacional. [crime, taxa de juros e falta de leitores]
In: Estado de Minas (Editorial), 19/03/2006, pág. 18.
4. UFOP 2006/2
“Vergonha nacional”
tema
qual o assunto abordado [um blocobaixos índices de leituradesigne especificamente de que trata o texto]?
de natureza nominal q no Brasil
tese
os indicadores econômico-sociais desfavoráveis estão que ele escreveu texto]? de leitura
qual a intencionalidade do locutor [por associados ao baixo índice
locutor
articulado em primeira ou terceira [maior ou menor grau de objetividade]?
terceira pessoa; camufla sua opinião por intermédio efeitos argumentativos
linguagem
usa fatos, dados e e efeitos linguísticos como efeitos argumentativos
registros citação de autoridade utilizados no texto
tipo e gênero
sequências textuais mais utilizadas e gênero textual
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [editorial]
5. UFOP 2006/2
questão 01
Que o brasileiro lê pouco – apenas 1,8 livro não escolares por ano – é fato notório. O sujeito de
fato notório é:
Apenas 1,8 livro
O brasileiro
Que o brasileiro lê pouco
Apenas 1,8 livro não escolares por ano
COMENTANDO A QUESTÃO
Dado que o “sujeito” é o ser ou aquilo sobre o qual se declara alguma coisa, pode-se afirmar que “o
que é fato notório” é “que o brasileiro lê pouco”. Note que é possível substituir “que o brasileiro lê
pouco” por “isso”. Sendo assim, tem-se: Isso [que o brasileiro lê pouco] é fato notório. Trata-se de
uma Oração Subordinada Substantiva Subjetiva. Ou seja, é um sujeito oracional. A Oração
Subordinada Substantiva Subjetiva sempre aparece quando o verbo da OP está na terceira pessoa do
singular e não apresenta sujeito aparente. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
6. UFOP 2006/2
questão 02
Que os alunos na maioria da rede escolar na quinta série do ensino fundamental sem
saber interpretar corretamente pequena mensagem, também. O período em destaque
apresenta:
elipse
incorreção
incoerência
contradição
COMENTANDO A QUESTÃO
Elipse é a supressão de um elemento não mencionado anteriormente. Se lermos a frase e
acrescentarmos algumas informações, ela se torna mais inteligível: Que os alunos na maioria da rede
escolar na quinta série do ensino funcamental passem de ano sem saber interpretar corretamente pequena mensagem é
fato notório também. Em tempo, não há incorreção [erro gramatical], incoerência [problema na
articulação dos sentidos], tampouco contradição [afirma-se algo e seu contrário
concomitantemente] na frase analisada. Assinale-se, pois, a alternativa “a”.
7. UFOP 2006/2
questão 03
De acordo com o texto é CORRETO afirmar que:
a alta criminalidade, o desemprego e as escorchantes taxas de juros são problemas maiores que
a pobreza das bibliotecas;
a alta criminalidade, o desemprego e as escorchantes taxas de juros são problemas maiores que
a pobreza das bibliotecas;
a alta criminalidade, o desemprego e as escorchantes taxas de juros são problemas idênticos aos
da pobreza das bibliotecas;
as escorchantes taxas de juros são problemas menores que a pobreza das bibliotecas e o baixo
índice de leitura dos brasileiros.
COMENTANDO A QUESTÃO
Esta questão foi construída a partir da análise de dados fornecidos no segundo parágrafo. Basta
observar que o articulador que linca as referidas informações é juntamente com, logo a relação existe
entre as informações é de soma, adição. Não há, ligando os dados, idéia de comparação de superioridade
ou comparação de inferioridade. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
8. UFOP 2006/2
questão 04
O péssimo ensino do português está em debate desde o fim dos anos 60 e foi tratado
com o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova (1932), que preconizava o ensino
básico de seis horas.
O que destacado no período acima é um pronome relativo e pode ser substituído, sem
causar problema sintático e nem prejuízo semântico, por:
cujo
onde
quem
o qual
COMENTANDO A QUESTÃO
A palavra que, no trecho citado, é um pronome relativo que retoma o sintagma Manifesto dos Pioneiros
da Escola Nova. Deste modo, tem a função de sujeito da frase que inicia. Sabe-se que o que é
pronome relativo quando refere-se a um termo de valor substantivo anteposto e aceita ser
substituído por “o qual” e variantes. Em tempo: cujo é o único pronome relativo que se refere a
elemento posposto [e concorda com ele em gênero e número], onde é o relativo que indica lugar
estático e quem é o relativo que se usa para se referir a pessoas. Marque-se, pois, a alternativa “d”.
9. UFOP 2006/2
questão 05
De acordo com o texto “Vergonha nacional”, é INCORRETO afirmar que:
É inútil construir bibliotecas para um povo que tem aversão à leitura.
A única coisa que deu certo foi o aumento de crianças matriculadas.
O hábito de leitura pode ser adquirido na escola e no lar.
O alto preço dos livros pode também restringir o acesso à leitura.
COMENTANDO A QUESTÃO
De acordo com o terceiro parágrafo do texto “Vergonha nacional”, no Brasil não se lê porque o livro é
caro e não pode ser levado para casa. Senão, vejamos: Um fator que desencoraja a leitura é a de os livros serem tão
caros: em média, entre R$ 30 a R$ 40 a unidade, mais de 10% no salário mínimo do país. De que adianta
bibliotecas públicas, se ler é um hábito que só pode ser cultivado em escolas de qualidade e no recesso do lar? Por isso
mesmo, deve-se assinalar a alternativa “a”.
10. DUAS RAZÕES PARA OTIMISMO
A história do Brasil republicano é pontuada por crises institucionais assunto: crises [políticas] do Brasil
de maior ou menor envergadura. As de mais triste memória
resultaram em longos períodos de autoritarismo – a ditadura locutor: terceira pessoa, distanciado [?]
getulista, que durou de 1930 a 1945, e a militar, que vigorou de
1964 a 1985. Com o fim desta última, o país entrou nos trilhos da subtemas
normalidade e as instituições democráticas conseguiram fincar
bases em terreno sólido. Não existem mais ameaças de monta [a história do Brasil é pontuada por crises]
nesse campo, é verdade, mas outra crise assombra o país: a da
moralidade. Ela atingiu tal proporção que é possível dizer que o [a atual é de moralidade]
Brasil conta, hoje, com instituições fortes e mandatários fracos.
Fracos em ética e civilidade, como demonstra o episódio da quebra [hj há instituições fortes e mandatários fracos
ilegal do sigilo bancário do caseiro que incriminou o ministro Antonio
Palocci, mais um momento deplorável que se soma a tantos outros cronologia, confronto, exemplificação
protagonizados pelos atuais governantes.
11. O poder renovador das democracias, porém, segue seu curso. assunto: STF e STJ têm novos presidentes
Graças a ele há duas boas notícias: o Supremo Tribunal Federal e o
Superior Tribunal de Justiça, as mais altas cortes da justiça locutor: terceira pessoa, modalizações
brasileira, têm novos presidentes. São eles, respectivamente, a
ministra Ellen Gracie Northfleet e o ministro Raphael de Barros subtemas
Monteiro. Ambos assumem as novas funções com a promessa de
trocar as motivações políticas e a exposição pública, que marcaram [os novos presidentes farão reformas e se]
as gestões de seus antecessores, por mais cultura jurídica. Os
ministros expressaram também o desejo de aprofundar e agilizar a [pautarão pela cultura jurídica]
reforma do Judiciário – um poder que, a despeito dos avanços
obtidos com a entrada em funcionamento do Conselho Nacional de tese: judiciário deve ser ágil e imparcial
Justiça, ainda precisa modernizar-se muito em sua concepção e
operação, a fim de melhor atender aos interesses dos cidadãos. Só [renovador, boa, ágil, imparcial, inapetência]
com um Judiciário ágil e imparcial se preserva a democracia tão
duramente conquistada e se promove o expurgo de quem a técnicas
enfraquece pela prevaricação ou pela inapetência por punir
culpados. [exposição, ampliação e subdivisão]
Revista Veja (Editorial) edição 1949, ano 39, nº 12, 29 de março de 2006, pág. 09.
12. UFOP 2006/2
“Duas razões para otimismo”
tema
qual o assunto abordado empossamento dos novos presidentes do especificamente de que trata o texto]?
[um bloco de natureza nominal q designe STF e STJ
tese
presidentes devem fazer reformas esperadas do locutor [por que ele escreveu texto]? decisões jurídicas
qual a intencionalidade [judiciário ágil e imparcial] e se pautar por
locutor
articulado em primeira ou terceira [maior ou menor grau de objetividade]?
terceira pessoa; camufla sua opinião por intermédio efeitos argumentativos
linguagem
nítida crítica ao governo Lula [focalização] e defesa de ponto utilizados no texto ao locutor [modalizadores]
registros e efeitos linguísticos de vista conveniente
tipo e gênero
sequências textuais mais utilizadas e gênero textual
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [editorial]
13. UFOP 2006/2
questão 06
A história do Brasil republicano é pontuada por crises institucionais de maior ou menor
envergadura. As de mais triste memória resultaram em longos períodos de autoritarismo – a
ditadura getulista, que durou de 1930 a 1945, e a militar, que vigorou de 1964 a 1985.
Os grupos de vocábulos e expressão destacados no trecho acima, a saber: “crises”, “períodos de
autoritarismo” e “ditadura”, e “durou” e “vigorou”, têm em comum uma relação de:
sinonímia
antonímia
paronímia
toponímia
COMENTANDO A QUESTÃO
O significado das palavras destacadas no trecho citado é bastante próximo [do ponto de vista
semântico]. Por isso, pode-se afirmar que são sinônimas. Trata-se de um caso de sinonímia. Em
tempo: antônimos são palavras que apresentam sentido contrário ou incompatível; parônimos são palavras
cuja escrita é bastante próxima, como, por exemplo: descrição e discrição, emigrar e imigrar; topônimos,
por sua vez, são palavras que servem para indicar lugar, como pico, montanha, cidade, Governador
Valadares e Minas Gerais. Assinale-se, pois, a alternativa “a”.
14. UFOP 2006/2
questão 07
A expressão inapetência por punir culpados, no último período do texto “Duas razões
culpados
para otimismo”, pode ser substituída, sem prejuízo no sentido, por:
avidez por punir os culpados
incompetência de punir os culpados
falta de vontade de punir os culpados
pertinácia em punir os culpados
COMENTANDO A QUESTÃO
Inapetência significa falta de vontade. Etimologicamente falando, temos: in [prefixo latino de
negação] + apetentia [apetência, apetite, em latim]. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.