Tradicionalmente, ambientes de aprendizagem ocorrem em salas de aula, mas hoje transcendem esse espaço através da tecnologia. Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) permitem a interação online entre estudantes e professores fora da sala de aula. AVAs oferecem ferramentas para discussão e construção colaborativa de conhecimento.
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Ambientes de aprendizagem
1. Ambientes de Aprendizagem
Tradicionalmente os ambientes de aprendizagem são espaços constituídos por salas,
mesas, cadeiras, material didático, alunos e professores que interagem no processo de ensino e
aprendizagem. O contexto desta interação obedece a leis de tempo e espaço, sendo que a aula
acontece durante um período de tempo estabelecido e num espaço determinado.
Hoje, a aprendizagem transcende a sala de aula convencional e consubstancia-se cada vez
mais nas experiências individuais vividas na diversidade de linguagens tecnológicas e dos grupos
sociais. Este tipo de Educação, feita através de ambientes tecnológicos, tem subjacentes relações
de tempo e espaço muito próprias, pois o ponto de articulação entre alunos e professores não é
apenas a sala de aula e o tempo determinado para as aulas.
Segundo Inácio “A evolução da Internet permitiu abrir as portas da escola, valorizando
diversificados processos de interação, de produção e de divulgação de conhecimento” ( 2009, p.
155).
A aprendizagem faz-se no ciberespaço que se configura como um espaço virtual para a
comunicação através da tecnologia. Ele reúne, integra e redimensiona uma infinidade de médias
e interfaces que permitem comunicações síncronas e assíncronas, que conectam redes
sociotécnicas do mundo inteiro, permitindo que grupos possam formar comunidades virtuais
fundadas para fins bem específicos (comunidades de interesse, de participação e de
aprendizagem, Coll et al., 2008, p.309, citados por Nunes, 2012, p.119; e comunidades de
prática, LAve e Wenger, 1991; Wenger, 1998).
2. Ambiente Virtual de Aprendizagem
O ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é um sistema online que permite a interação
colaborativa entre os diferentes agentes envolvidos. Segundo afirma Dillenbourg (2000, citado
por Inácio, 2009), as funcionalidades de um AVA passam por:
- apoiar, ampliar e enriquecer espaços de convivência, privilegiando a atividade do sujeito na
construção de conhecimento;
- propiciar um espaço para a realização de experiências educacionais com uma proposta
pedagógica inovadora;
- possibilitar a vivência de uma cultura de aprendizagem que implique ruturas paradigmáticas;
- oferecer um espaço de desenvolvimento, de pesquisa e de ação de forma sistemática;
- possibilitar a interdisciplinaridade num ambiente de cooperação entre sujeitos de diferentes
áreas de conhecimento;
- facilitar um espaço de interação entre os sujeitos;
- favorecer o acesso às tecnologias educativas, aos variados agentes sociais, na perspetiva de
contrução do conhecimento e de competências sociais.
Um bom ambiente virtual de aprendizagem deve:
- integrar ferramentas interativas e de comunicação;
- proporcionar estratégias que favoreçam a participação ativa e significativa dos alunos;
- abranger possibilidades didáticas de aprendizagem tanto individuais como coletivas;
- oferecer possibilidades de escolha sobre quais os caminhos que podem levar à aquisição do
conhecimento;
-abrir novas possibilidades de exposição de opiniões e da produção intelectual dos seus
utilizadores;
3. - criar novos acessos a outros endereços da Internet, como forma de expansão e enriquecimento
de conhecimentos.
A aprendizagem, nestes ambientes, tem implícita uma estratégia educativa que visa dar
suporte para que os sujeitos construam o seu conhecimento através da discussão, da reflexão e
tomada de decisões e onde os recursos informáticos atuam como mediadores do processo de
ensino e aprendizagem. Reúnem diversas ferramentas (fórum, chat, e-mail, listas de discussão)
podendo estar estruturados a partir de uma plataforma de interação. A interação é entendida
como a base para a aprendizagem, sendo a interação do individuo com o mundo, com os outros e
com diferentes objetos de conhecimento.
Dentro da definição de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, podemos distinguir a
categoria denominada de Sistemas de Gestão da Aprendizagem (LMS). Esta categoria define
um sistema que dispõe de um conjunto de funcionalidades projetadas para armazenar, distribuir e
gerir conteúdos de aprendizagem, de forma progressiva e interativa, podendo também registrar e
relatar atividades do aluno, bem como do seu desempenho e efetuar a sua avaliação.
Referências
Inácio, R. (2009). Comunidades virtuais de aprendizagem: Um exemplo. In G. L. Miranda (Org).
Ensino online e aprendizagem multimédia (pp. 154-163). Lisboa: Relógio de Água Editores.
Lave, J. & Wenger, E. (1991). Situated learning. Legitimate peripheral participation. USA:
Cambridge University Press.
4. Nunes, C. (2012). Apoio a pais e docentes de alunos com multideficiência: Conceção e
desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem. Manuscrito não publicado, Tese
de doutoramento. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Disponível em: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7702/1/ulsd064599_td_tese.pdf
Wenger, E. (1998). Communities of practice: Learning, meaning, and identity. USA: Cambridge
University Press