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Caminho para o desenvolvimento 
A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre 
as regiões com menor grau de desenvolvimento 
do País. Com a economia baseada na produção 
primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização. 
Por isso, sofrem, ao longo das últimas 
décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do 
que deixavam suas cidades partiam em busca da 
formação acadêmica, já que as universidades ali 
existentes eram todas privadas. 
Por tudo isso, era um ambiente favorável 
para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais 
criadas pelos governos Lula/Dilma dentro 
do Programa de Expansão do Ensino Universitário. 
O Brasil mudou muito nos últimos anos. São 
sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil 
escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas 
federais, além de mais de R$ 200 bilhões que 
serão destinados à educação nos próximos 10 
anos, com o investimento em educação chegando 
a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas 
também puderam ser mais bem qualificadas por 
meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino 
Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou 
oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento 
e 6,8 milhões de inscritos. 
E a nossa região, a partir da conquista da 
Unipampa, instalada em dez municípios, também 
começa a mudar. 
Afinal, como disse o presidente Lula, em 
Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou 
a criação de nossa universidade: “Atrás de 
uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade 
de desenvolvimento, vai a geração de 
emprego e vai a formação de gente pobre que 
nunca sonhou fazer uma universidade”. 
Nas próximas páginas contaremos a história 
da conquista e as transformações que a Unipam-pa 
está produzindo no Pampa Gaúcho.
Conquista que veio das ruas 
Até a publicação da Lei Federal nº 11.640, 
de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa, 
um longo caminho precisou ser percorrido. A 
ampla mobilização popular realizada entre os me-ses 
de abril e julho de 2005 em 23 municípios da 
Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de 
70 mil pessoas às ruas, foi decisiva. 
Tudo começou quando a direção da Univer-sidade 
da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando 
alternativas para enfrentar uma das piores 
crises da instituição em seus 50 anos de vida, 
procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando 
Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O 
professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou 
a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no 
dia 27 de fevereiro de 2005. 
Os dois entraram em campo e marcaram 
agenda com Tarso Genro, que era ministro da 
Educação. A Urcamp queria apoio para um plano 
de estabilização que possibilitasse encaminhar 
solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse 
captar recursos para um programa de inves-timentos 
que levassem à modernização. 
No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs 
duas medidas. A curto prazo, com apoio dos 
técnicos do MEC, a elaboração de um plano de 
captação de verbas juntos às agências oficiais de 
financiamento. A médio prazo, a mobilização para 
incluir a universidade no Plano de Expansão do 
Ensino Universitário, que começava a ser gestado 
pelo Governo Federal. 
As propostas foram apresentadas ao Conse-lho 
da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da 
Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois 
estava formada a Comissão de Mobilização. 
O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp 
aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no 
16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.
Mobilização tomou as cidades 
A partir do primeiro ato, o movimento tomou 
os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp. 
Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios 
foram realizados em toda a região, levando 
milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização 
da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior 
movimento popular já realizado na região. 
Diante das dificuldades legais e institucio-nais 
de federalização da Urcamp, a luta foi dire- 
O grande dia 
O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para 
a História da região. Nesta data, Lula, diante de 
aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na 
Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa, 
hoje considerada uma das maiores obras 
já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento 
da Metade Sul do Rio Grande do Sul. 
Bagé se preparou e se enfeitou para receber 
as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios 
e que estavam integradas ao movimento que 
superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas. 
Era uma luta de todos e para todos. Mais 
de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando 
pessoas que queriam ser protagonistas de uma 
cionada para a conquista de uma Universidade 
Federal para a região. 
O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta 
e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência 
com Lula no dia 14 de junho, em Brasília, 
data em que foi confirmada a ida do presidente da 
República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar 
a criação da Universidade Federal do Pampa. 
conquista que mudaria suas vidas, as vidas de 
suas cidades e a vida da região. 
Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo 
na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte 
municipal. O comércio e os bancos fecha-ram 
no início da tarde. 
O povo não se decepcionou. Lula anunciou, 
naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e 
região teriam uma universidade com campus em 
outros nove municípios. Foi uma grande festa que 
os que lá estavam até hoje não esquecem e nem 
esquecerão.
Microempresário cresce com a universidade 
Unipampa trouxe crescimento para a construção civil e setor imobiliário 
O empresário do setor imobiliário José Walter Lopes 
acompanhou a instalação da Unipampa e lembra que antes 
mesmo da instituição se fixar na cidade, já sabia que faltariam 
imóveis para a comunidade acadêmica. Neste momento, hou-ve 
a preocupação de alertar o setor de construção civil para 
a demanda que surgia. A resposta veio em forma de obras, 
chegando e cerca de 1. 500 novos imóveis, suficiente, na sua 
opinião, para suprir a necessidade. “Houve um aquecimento 
da construção civil”, afirma. Os impulsionadores foram a Uni- 
Protagonista na história Investimentos 
externos 
A relação com a Unipampa co-meçou 
cedo para Paulo César Freitas 
Trassante. Morador do bairro Malafaia, 
ele foi um dos profissionais que atuou 
na construção do campus universitá-rio, 
como pintor. Desde então, o profis-sional 
já pensava à frente. “Eu já trazia 
pastel para vender. O pessoal da obra 
Um dos protagonistas da instalação do campus em Bagé é o empre-sário 
do setor imobiliário Vânio Minotto Pereira, que doou o terreno, onde 
está localizado o campus. Ele lembra que quando a mobilização para a vinda 
da universidade começou, em 2005, procurou o deputado estadual Luiz Fer-nando 
Mainardi, então prefeito, e ofereceu uma parte da área que possuía 
no bairro Malafaia. Os 30 hectares foram aprovados e a doação aceita. 
Além de presentear a comunidade com a doação, também visualiza-va 
a valorização da área, o que se concretizou. A estimativa é que o hectare 
tenha se valorizado em cerca de 300% a partir da Universidade. 
No entorno da Universidade, Minotto constrói imóveis com perfil para 
estudantes. Apesar de não concluídos, os apartamentos estão todos loca-dos. 
Ele ainda tem projeto para a construção de um condomínio fechado, que 
deve ser feiot na parte dos fundos do prédio da instituição. 
A Unipampa também atraí inves-tidores 
de fora da cidade. Minot-to 
está em tratativas com inves-tidores 
de São Paulo e Brasília, 
que querem adquirir parte da 
área próxima do campus para 
construir um shopping e um 
hotel. Empresários cearenses 
também devem fazer um prédio 
próximo a Universidade. “A Uni-pampa 
desenvolve toda a cida-de, 
várias empresas já vieram 
para cá. As outras faculdades 
melhoraram e muitos pais estão 
mandando os filhos para Bagé”. 
comprava no intervalo”. 
Quando o serviço terminou para 
o pintor, ele tinha a certeza que deveria 
ficar por perto da Universidade. Com-prou 
uma “carrocinha” e começou a 
vender lanches, na entrada do campus. 
Trassante recorda que transportava as 
caixas de isopor, para conservar os pro-dutos, 
em uma bicicleta. Aos poucos, 
a concorrência também foi chegando 
e mais bem estruturada. “Mas eu não 
iria desistir, tinha que ir até o fim”. Aten-to 
as mudanças, não ficou para trás e 
comprou um quiosque. 
Com o passar do tempo, o co-merciante, 
que até então morava em 
uma peça na casa da sogra, conquis-tou 
um apartamento no Residencial 
Guarani, pelo programa Minha Casa. 
Minha Vida. A bicicleta foi trocada por 
um carro, graças a renda obtida pela 
venda de lanches para os acadêmicos. 
E as conquistas não pararam por aí: a 
esposa conseguiu emprego na Unipam-pa, 
no setor de limpeza, e aproveitou o 
benefício do cartão Minha Casa Melhor 
para mobiliar a casa nova. 
Apesar de não estar em ida-de 
universitária, o filho de Trassante 
também aproveita os benefícios da 
instituição de ensino. O adolescente 
aproveita as oportunidades e participa 
dos cursos de extensão ofertados gra-tuitamente 
pela Universidade. O micro-empresário 
olha para o futuro de forma 
positiva e pretende reformar e ampliar 
a área do seu quiosque. “Devagar, eu 
vou melhorando”. 
versidade e a liberação de crédito habitacional, através dos 
programas do Governo Federal. 
O benefício veio também para quem possuía imóveis 
para aluguel, já que o número de locações chegou a dobrar, 
calcula o empresário. Na sua concepção mais que o merca-do 
imobiliário, a criação da instituição de ensino desenvolveu 
também outros setores, como a Educação, pois a concorrên-cia 
forçou as outras faculdades a se qualificarem para se man-terem 
atrativas.
Uma história de superação 
Romper barreiras, superar preconceitos esse é o co-meço 
da história da estudante de Letras, Daiane Madeira 
Carvalho, 29 anos, com a Universidade do Pampa. Deficien-te 
visual há três anos e sofrendo de insuficiência renal, mui-tas 
vezes o sonho de cursar uma universidade federal pare-cia 
distante, porém ela nunca desistiu. Daiane foi a primeira 
aluna deficiente visual da Unipampa de Bagé. 
Para acompanhar o conteúdo das aulas, conta com o 
apoio do Núcleo Desenvolvimento Educacional (NuDE), que 
atende aos estudantes que precisam de auxilio, fazendo 
adaptação de material. A boa vontade de colegas, professo-res 
e funcionários também é fator positivo na formação da 
acadêmica. Além de todo o conhecimento adquiridos nas 
aulas, a troca de experiência com os colegas e o convívio lhe 
proporcionaram crescimento pessoal. 
A acadêmica lembra que quando ingressou na uni-versidade 
pensava em ter um curso superior para prestar 
concurso público e garantir um melhor salário. Mas, a pers-pectiva 
mudou. “Eu quero ser professora universitária.” A 
vontade vem da paixão pelas disciplinas, que aumenta a 
cada semestre”. 
A Unipampa no pátio de casa 
A professora aposentada, Ivete Maria Roman Nunes, 
moradora do bairro Malafaia, não tinha ideia de que viraria 
empresaria. Residindo a poucas quadras da Unipampa, a 
procura dos alunos por moradias próximas ao campus des-pertou 
a vontade de disponibilizar alguns quartos. 
A casa que estava emprestada para uma familiar 
passou por reforma, e está com todos os quartos ocupados 
desde que ela disponibilizou o aluguel. Como a demanda de 
estudantes segue crescendo, e o negócio deu certo, Ivete e 
o marido resolveram construir mais um prédio de dois anda-res, 
totalizando 14 quartos mobiliados, nos fundos do seu 
terreno para abrigar mais acadêmicos. 
A professora comenta que sem a vinda da universi-dade, 
o local estaria abandonado e serviria apenas para 
mato. “Ainda dá para fazer mais negócio. Se eu tivesse mais 
20 quartos para alugar, estariam todos ocupados”. A obra 
emprega cinco pedreiros. 
também aproveitou a oportunidade e ingressou na Uni-pampa. 
jovem começará, em breve, a cursar um mestrado em outra 
universidade federal. 
Com o aluguel dos quartos, a renda da família melho-rou 
e ainda possibilitou o convívio com os jovens. “Eu nunca 
pensei que teria uma universidade no pátio da minha casa”. 
A coragem para romper fronteiras 
Cursando Engenharia de Alimentos, desde 2010, Ali-ne 
Krümmel, 21 anos, ingressou na Universidade Federal do 
Pampa pela política de ações afirmativas, reservadas à es-tudantes 
que cursaram o ensino médio em escola pública. 
As origens 
Como não poderia deixa de ser, a filha da empresá-ria 
A formatura em Matemática ocorreu esse ano. E a 
A moradora de Carazinho-RS, conheceu a Unipampa através 
da mídia e de pesquisas na internet. Apesar de não conhe-cer 
Bagé e a instituição ser recém criada, a opção se deu 
por pela visibilidade positiva que a Universidade já possuía. 
Mesmo não tendo sido parte da realidade dos pais, o ingresso ao ensino superior foi apoiado e visto com bons olhos pela 
família. “A minha entrada na universidade resultou no desenvolvimento de uma nova visão para a toda a família. Espelhados em 
mim, tendo em vista o crescimento profissional e pessoal meus pais decidiram retornar aos bancos escolares, após 20 anos”. 
Hoje, a mãe é formada e exerce a profissão de técnica de enfermagem e seu pai é acadêmico do curso de Gestão Pública. 
“A UNIPAMPA para mim significa oportunidade de crescimento. Através dela, de sua metodologia de ensino e seu excelente 
corpo docente, pude crescer, aprender e amadurecer”. 
A oportunidade da qual fala a estudante, vem da impossibilidade financeira de cursar o ensino superior em uma universi-dade 
privada. “Só tenho a agradecer a minha amada instituição de ensino e às oportunidades a mim ofertadas”. 
Ciências Sem Fronteiras 
Recentemente, Aline voltou ao Brasil, depois de ficar um ano na Bolonha, na Itália, com o auxílio de uma bolsa conce-dida 
pelo Governo Federal, participando do Programa Ciência Sem Fronteiras e fazendo parte da sua graduação no exterior. 
“É uma oportunidade única que hoje vem sendo ofertada e aconselho todos os estudantes a vivenciarem esta magnífica 
experiência”.
Universidade em construção 
Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do 
o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad, 
hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula 
inaugural da Unipampa, no município de Bagé, 
a universidade vem num constante processo de 
construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos 
equipamentos adquiridos. 
Mas ainda há um caminho a percorrer, que 
vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza 
do projeto. Não é uma universidade qualquer. É, 
na verdade, uma universidade que se constrói na 
diversidade do Pampa, com interação para além 
dos dez municípios em que está instalada, pois 
desenvolve ações em todo o seu entorno. 
Somente entre os anos de 2009, época em 
que a Unipampa se desvinculou das Universida-des 
Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro 
semestre de 2014, já foram investidos R$ 
238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78 
em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos. 
A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95 
em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no 
mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que 
dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da 
Unipampa. 
Os reflexos são sentidos de forma direta 
em todas as cidades em que estão instalados os 
campus da nova universidade. E não são apenas 
de ordem econômica. Lideranças empresariais e 
políticas atestam que houve grandes transforma-ções 
sociais e culturais nos municípios. 
Estrutura básica está montada 
A estrutura física básica da Uni-pampa 
já está montada. Prédios e la-boratórios, 
com equipamentos de pri-meira 
linha, funcionam a pleno. Neste 
momento, estão sendo montados os 
restaurantes universitários e já come-çaram 
a ser construídas as casas de 
estudantes. 
Quatro restaurantes já estão fun-cionando 
e, até o final do ano, come-çam 
a operar mais dois restaurantes, 
um em Bagé e outro em Dom Pedrito. 
Para o campus de Uruguaiana, que 
funciona em prédio adquirido da PUC, 
está em fase de contratação de empre-sa 
que servirá as refeições a preços 
subsidiados. 
As obras das casas dos estudan-tes 
já estão acontecendo. Cada cam-pus 
terá uma casa. Em Santana do 
Livramento, cidade onde a instituição 
não possui terreno, foi locado um imó-vel, 
que já está em funcionamento.
Cursos estão em fase de consolidação 
Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa 
saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam 
em 2006 para os atuais 63. Estes se 
encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram 
avaliados até agora obtiveram notas entre 4 
e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota 
máxima o 5. 
Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11 
mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação. 
Mas, ainda há espaço físico para abrigar 
novos estudantes. Para isso, é necessário obter 
sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério 
da Educação para aumentar a oferta de 
cursos noturnos. 
No horizonte da criação de novos, a univer-sidade 
trabalha com a perspectiva de montar cur-sos 
de Medicina e Direito. 
Cerca de 2.500 alunos formados 
A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores 
e 696 servidores, já formou 2.481 alunos 
desde 2010. Somente em 2013 foram graduados 
727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a 
universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes, 
devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente 
implantada, 12 mil estudantes. 
A instituição mantem 781 alunos bolsistas, 
sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão 
e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é 
de aproximadamente 190 mil exemplares, entre 
livros, periódicos e outras mídias. 
Em todas as unidades, funcionam 81 grupos 
de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16 
cursos de especialização e a produção científica 
já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.
A Unipampa é de todos e para todos 
Se tem uma coisa de que nós não nos arrepende-mos 
é do nosso envolvimento no processo que resultou na 
conquista de uma Universidade Federal para nossa região. 
Este era um sonho de nossa geração que se transformou 
em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes, 
liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria 
e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o 
crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste. 
Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro 
Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou 
conta da região estávamos convencidos de que esta 
era uma das mais importantes contribuições que podería-mos 
oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta 
certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada, 
cientes do papel de homens públicos comprometidos 
com as transformações necessárias para que o Brasil e o 
Rio Grande avancem cada vez mais. 
Percorremos milhares de quilômetros viajando por 
23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios, 
em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente 
Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores 
no Ministério da Educação. Mas, não cansamos. 
Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o 
caminho era esse e que estávamos no rumo certo. 
No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos 
o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa, 
vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça 
Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro. 
Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os 
avanços já produzidos em menos de uma década, conversar 
com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos 
de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos 
de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za 
do que foi a conquista da Unipampa. 
Não devemos e nem podemos esquecer o apoio 
estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que, 
na condição de ministro de Educação orientou os nossos 
passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância 
com a política do Governo Federal. Tarso é parte 
importante desta conquista. 
Devemos, por outro lado e por um dever de justiça, 
reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente 
Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de 
diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos 
em educação uma alternativa para o desenvolvimento 
do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável 
por tudo isso. 
Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta 
Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que 
também sabe da importância da emancipação dos pobres 
e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a 
formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto, 
é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para 
todos. 
Luiz Fernando Mainardi 
Deputado Estadual 
Paulo Pimenta 
Deputado Federal

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  • 1. Caminho para o desenvolvimento A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre as regiões com menor grau de desenvolvimento do País. Com a economia baseada na produção primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização. Por isso, sofrem, ao longo das últimas décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do que deixavam suas cidades partiam em busca da formação acadêmica, já que as universidades ali existentes eram todas privadas. Por tudo isso, era um ambiente favorável para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais criadas pelos governos Lula/Dilma dentro do Programa de Expansão do Ensino Universitário. O Brasil mudou muito nos últimos anos. São sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas federais, além de mais de R$ 200 bilhões que serão destinados à educação nos próximos 10 anos, com o investimento em educação chegando a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas também puderam ser mais bem qualificadas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento e 6,8 milhões de inscritos. E a nossa região, a partir da conquista da Unipampa, instalada em dez municípios, também começa a mudar. Afinal, como disse o presidente Lula, em Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou a criação de nossa universidade: “Atrás de uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade de desenvolvimento, vai a geração de emprego e vai a formação de gente pobre que nunca sonhou fazer uma universidade”. Nas próximas páginas contaremos a história da conquista e as transformações que a Unipam-pa está produzindo no Pampa Gaúcho.
  • 2. Conquista que veio das ruas Até a publicação da Lei Federal nº 11.640, de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa, um longo caminho precisou ser percorrido. A ampla mobilização popular realizada entre os me-ses de abril e julho de 2005 em 23 municípios da Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de 70 mil pessoas às ruas, foi decisiva. Tudo começou quando a direção da Univer-sidade da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando alternativas para enfrentar uma das piores crises da instituição em seus 50 anos de vida, procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no dia 27 de fevereiro de 2005. Os dois entraram em campo e marcaram agenda com Tarso Genro, que era ministro da Educação. A Urcamp queria apoio para um plano de estabilização que possibilitasse encaminhar solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse captar recursos para um programa de inves-timentos que levassem à modernização. No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs duas medidas. A curto prazo, com apoio dos técnicos do MEC, a elaboração de um plano de captação de verbas juntos às agências oficiais de financiamento. A médio prazo, a mobilização para incluir a universidade no Plano de Expansão do Ensino Universitário, que começava a ser gestado pelo Governo Federal. As propostas foram apresentadas ao Conse-lho da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois estava formada a Comissão de Mobilização. O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no 16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.
  • 3. Mobilização tomou as cidades A partir do primeiro ato, o movimento tomou os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp. Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios foram realizados em toda a região, levando milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior movimento popular já realizado na região. Diante das dificuldades legais e institucio-nais de federalização da Urcamp, a luta foi dire- O grande dia O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para a História da região. Nesta data, Lula, diante de aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa, hoje considerada uma das maiores obras já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Bagé se preparou e se enfeitou para receber as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios e que estavam integradas ao movimento que superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas. Era uma luta de todos e para todos. Mais de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando pessoas que queriam ser protagonistas de uma cionada para a conquista de uma Universidade Federal para a região. O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência com Lula no dia 14 de junho, em Brasília, data em que foi confirmada a ida do presidente da República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar a criação da Universidade Federal do Pampa. conquista que mudaria suas vidas, as vidas de suas cidades e a vida da região. Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte municipal. O comércio e os bancos fecha-ram no início da tarde. O povo não se decepcionou. Lula anunciou, naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e região teriam uma universidade com campus em outros nove municípios. Foi uma grande festa que os que lá estavam até hoje não esquecem e nem esquecerão.
  • 4. Microempresário cresce com a universidade Unipampa trouxe crescimento para a construção civil e setor imobiliário O empresário do setor imobiliário José Walter Lopes acompanhou a instalação da Unipampa e lembra que antes mesmo da instituição se fixar na cidade, já sabia que faltariam imóveis para a comunidade acadêmica. Neste momento, hou-ve a preocupação de alertar o setor de construção civil para a demanda que surgia. A resposta veio em forma de obras, chegando e cerca de 1. 500 novos imóveis, suficiente, na sua opinião, para suprir a necessidade. “Houve um aquecimento da construção civil”, afirma. Os impulsionadores foram a Uni- Protagonista na história Investimentos externos A relação com a Unipampa co-meçou cedo para Paulo César Freitas Trassante. Morador do bairro Malafaia, ele foi um dos profissionais que atuou na construção do campus universitá-rio, como pintor. Desde então, o profis-sional já pensava à frente. “Eu já trazia pastel para vender. O pessoal da obra Um dos protagonistas da instalação do campus em Bagé é o empre-sário do setor imobiliário Vânio Minotto Pereira, que doou o terreno, onde está localizado o campus. Ele lembra que quando a mobilização para a vinda da universidade começou, em 2005, procurou o deputado estadual Luiz Fer-nando Mainardi, então prefeito, e ofereceu uma parte da área que possuía no bairro Malafaia. Os 30 hectares foram aprovados e a doação aceita. Além de presentear a comunidade com a doação, também visualiza-va a valorização da área, o que se concretizou. A estimativa é que o hectare tenha se valorizado em cerca de 300% a partir da Universidade. No entorno da Universidade, Minotto constrói imóveis com perfil para estudantes. Apesar de não concluídos, os apartamentos estão todos loca-dos. Ele ainda tem projeto para a construção de um condomínio fechado, que deve ser feiot na parte dos fundos do prédio da instituição. A Unipampa também atraí inves-tidores de fora da cidade. Minot-to está em tratativas com inves-tidores de São Paulo e Brasília, que querem adquirir parte da área próxima do campus para construir um shopping e um hotel. Empresários cearenses também devem fazer um prédio próximo a Universidade. “A Uni-pampa desenvolve toda a cida-de, várias empresas já vieram para cá. As outras faculdades melhoraram e muitos pais estão mandando os filhos para Bagé”. comprava no intervalo”. Quando o serviço terminou para o pintor, ele tinha a certeza que deveria ficar por perto da Universidade. Com-prou uma “carrocinha” e começou a vender lanches, na entrada do campus. Trassante recorda que transportava as caixas de isopor, para conservar os pro-dutos, em uma bicicleta. Aos poucos, a concorrência também foi chegando e mais bem estruturada. “Mas eu não iria desistir, tinha que ir até o fim”. Aten-to as mudanças, não ficou para trás e comprou um quiosque. Com o passar do tempo, o co-merciante, que até então morava em uma peça na casa da sogra, conquis-tou um apartamento no Residencial Guarani, pelo programa Minha Casa. Minha Vida. A bicicleta foi trocada por um carro, graças a renda obtida pela venda de lanches para os acadêmicos. E as conquistas não pararam por aí: a esposa conseguiu emprego na Unipam-pa, no setor de limpeza, e aproveitou o benefício do cartão Minha Casa Melhor para mobiliar a casa nova. Apesar de não estar em ida-de universitária, o filho de Trassante também aproveita os benefícios da instituição de ensino. O adolescente aproveita as oportunidades e participa dos cursos de extensão ofertados gra-tuitamente pela Universidade. O micro-empresário olha para o futuro de forma positiva e pretende reformar e ampliar a área do seu quiosque. “Devagar, eu vou melhorando”. versidade e a liberação de crédito habitacional, através dos programas do Governo Federal. O benefício veio também para quem possuía imóveis para aluguel, já que o número de locações chegou a dobrar, calcula o empresário. Na sua concepção mais que o merca-do imobiliário, a criação da instituição de ensino desenvolveu também outros setores, como a Educação, pois a concorrên-cia forçou as outras faculdades a se qualificarem para se man-terem atrativas.
  • 5. Uma história de superação Romper barreiras, superar preconceitos esse é o co-meço da história da estudante de Letras, Daiane Madeira Carvalho, 29 anos, com a Universidade do Pampa. Deficien-te visual há três anos e sofrendo de insuficiência renal, mui-tas vezes o sonho de cursar uma universidade federal pare-cia distante, porém ela nunca desistiu. Daiane foi a primeira aluna deficiente visual da Unipampa de Bagé. Para acompanhar o conteúdo das aulas, conta com o apoio do Núcleo Desenvolvimento Educacional (NuDE), que atende aos estudantes que precisam de auxilio, fazendo adaptação de material. A boa vontade de colegas, professo-res e funcionários também é fator positivo na formação da acadêmica. Além de todo o conhecimento adquiridos nas aulas, a troca de experiência com os colegas e o convívio lhe proporcionaram crescimento pessoal. A acadêmica lembra que quando ingressou na uni-versidade pensava em ter um curso superior para prestar concurso público e garantir um melhor salário. Mas, a pers-pectiva mudou. “Eu quero ser professora universitária.” A vontade vem da paixão pelas disciplinas, que aumenta a cada semestre”. A Unipampa no pátio de casa A professora aposentada, Ivete Maria Roman Nunes, moradora do bairro Malafaia, não tinha ideia de que viraria empresaria. Residindo a poucas quadras da Unipampa, a procura dos alunos por moradias próximas ao campus des-pertou a vontade de disponibilizar alguns quartos. A casa que estava emprestada para uma familiar passou por reforma, e está com todos os quartos ocupados desde que ela disponibilizou o aluguel. Como a demanda de estudantes segue crescendo, e o negócio deu certo, Ivete e o marido resolveram construir mais um prédio de dois anda-res, totalizando 14 quartos mobiliados, nos fundos do seu terreno para abrigar mais acadêmicos. A professora comenta que sem a vinda da universi-dade, o local estaria abandonado e serviria apenas para mato. “Ainda dá para fazer mais negócio. Se eu tivesse mais 20 quartos para alugar, estariam todos ocupados”. A obra emprega cinco pedreiros. também aproveitou a oportunidade e ingressou na Uni-pampa. jovem começará, em breve, a cursar um mestrado em outra universidade federal. Com o aluguel dos quartos, a renda da família melho-rou e ainda possibilitou o convívio com os jovens. “Eu nunca pensei que teria uma universidade no pátio da minha casa”. A coragem para romper fronteiras Cursando Engenharia de Alimentos, desde 2010, Ali-ne Krümmel, 21 anos, ingressou na Universidade Federal do Pampa pela política de ações afirmativas, reservadas à es-tudantes que cursaram o ensino médio em escola pública. As origens Como não poderia deixa de ser, a filha da empresá-ria A formatura em Matemática ocorreu esse ano. E a A moradora de Carazinho-RS, conheceu a Unipampa através da mídia e de pesquisas na internet. Apesar de não conhe-cer Bagé e a instituição ser recém criada, a opção se deu por pela visibilidade positiva que a Universidade já possuía. Mesmo não tendo sido parte da realidade dos pais, o ingresso ao ensino superior foi apoiado e visto com bons olhos pela família. “A minha entrada na universidade resultou no desenvolvimento de uma nova visão para a toda a família. Espelhados em mim, tendo em vista o crescimento profissional e pessoal meus pais decidiram retornar aos bancos escolares, após 20 anos”. Hoje, a mãe é formada e exerce a profissão de técnica de enfermagem e seu pai é acadêmico do curso de Gestão Pública. “A UNIPAMPA para mim significa oportunidade de crescimento. Através dela, de sua metodologia de ensino e seu excelente corpo docente, pude crescer, aprender e amadurecer”. A oportunidade da qual fala a estudante, vem da impossibilidade financeira de cursar o ensino superior em uma universi-dade privada. “Só tenho a agradecer a minha amada instituição de ensino e às oportunidades a mim ofertadas”. Ciências Sem Fronteiras Recentemente, Aline voltou ao Brasil, depois de ficar um ano na Bolonha, na Itália, com o auxílio de uma bolsa conce-dida pelo Governo Federal, participando do Programa Ciência Sem Fronteiras e fazendo parte da sua graduação no exterior. “É uma oportunidade única que hoje vem sendo ofertada e aconselho todos os estudantes a vivenciarem esta magnífica experiência”.
  • 6. Universidade em construção Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad, hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula inaugural da Unipampa, no município de Bagé, a universidade vem num constante processo de construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos equipamentos adquiridos. Mas ainda há um caminho a percorrer, que vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza do projeto. Não é uma universidade qualquer. É, na verdade, uma universidade que se constrói na diversidade do Pampa, com interação para além dos dez municípios em que está instalada, pois desenvolve ações em todo o seu entorno. Somente entre os anos de 2009, época em que a Unipampa se desvinculou das Universida-des Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro semestre de 2014, já foram investidos R$ 238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78 em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos. A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95 em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da Unipampa. Os reflexos são sentidos de forma direta em todas as cidades em que estão instalados os campus da nova universidade. E não são apenas de ordem econômica. Lideranças empresariais e políticas atestam que houve grandes transforma-ções sociais e culturais nos municípios. Estrutura básica está montada A estrutura física básica da Uni-pampa já está montada. Prédios e la-boratórios, com equipamentos de pri-meira linha, funcionam a pleno. Neste momento, estão sendo montados os restaurantes universitários e já come-çaram a ser construídas as casas de estudantes. Quatro restaurantes já estão fun-cionando e, até o final do ano, come-çam a operar mais dois restaurantes, um em Bagé e outro em Dom Pedrito. Para o campus de Uruguaiana, que funciona em prédio adquirido da PUC, está em fase de contratação de empre-sa que servirá as refeições a preços subsidiados. As obras das casas dos estudan-tes já estão acontecendo. Cada cam-pus terá uma casa. Em Santana do Livramento, cidade onde a instituição não possui terreno, foi locado um imó-vel, que já está em funcionamento.
  • 7. Cursos estão em fase de consolidação Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam em 2006 para os atuais 63. Estes se encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram avaliados até agora obtiveram notas entre 4 e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota máxima o 5. Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11 mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação. Mas, ainda há espaço físico para abrigar novos estudantes. Para isso, é necessário obter sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério da Educação para aumentar a oferta de cursos noturnos. No horizonte da criação de novos, a univer-sidade trabalha com a perspectiva de montar cur-sos de Medicina e Direito. Cerca de 2.500 alunos formados A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores e 696 servidores, já formou 2.481 alunos desde 2010. Somente em 2013 foram graduados 727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes, devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente implantada, 12 mil estudantes. A instituição mantem 781 alunos bolsistas, sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é de aproximadamente 190 mil exemplares, entre livros, periódicos e outras mídias. Em todas as unidades, funcionam 81 grupos de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16 cursos de especialização e a produção científica já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.
  • 8. A Unipampa é de todos e para todos Se tem uma coisa de que nós não nos arrepende-mos é do nosso envolvimento no processo que resultou na conquista de uma Universidade Federal para nossa região. Este era um sonho de nossa geração que se transformou em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes, liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste. Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou conta da região estávamos convencidos de que esta era uma das mais importantes contribuições que podería-mos oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada, cientes do papel de homens públicos comprometidos com as transformações necessárias para que o Brasil e o Rio Grande avancem cada vez mais. Percorremos milhares de quilômetros viajando por 23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios, em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores no Ministério da Educação. Mas, não cansamos. Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o caminho era esse e que estávamos no rumo certo. No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa, vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro. Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os avanços já produzidos em menos de uma década, conversar com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za do que foi a conquista da Unipampa. Não devemos e nem podemos esquecer o apoio estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que, na condição de ministro de Educação orientou os nossos passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância com a política do Governo Federal. Tarso é parte importante desta conquista. Devemos, por outro lado e por um dever de justiça, reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos em educação uma alternativa para o desenvolvimento do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável por tudo isso. Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que também sabe da importância da emancipação dos pobres e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto, é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para todos. Luiz Fernando Mainardi Deputado Estadual Paulo Pimenta Deputado Federal