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GEM




     2011
Global Entrepreneurship Monitor




Empreendedorismo
        no Brasil
Global Entrepreneurship Monitor   1
Embora os dados utilizados neste trabalho tenham sido coletados pelo Consórcio
           GEM, suas análises e interpretações são de responsabilidade exclusiva dos autores.

A permissão para utilização de conteúdos do GEM 2010/2011 Global Report, que compõem este relatório,
foi gentilmente cedida pelos detentores dos direitos autorais. O GEM é um consórcio internacional e este
   relatório foi produzido a partir de dados provenientes de 54 países no ciclo 2011 da pesquisa. Nosso
agradecimento especial aos autores, pesquisadores, organismos financiadores e outros colaboradores que
                                    fizeram com que isso fosse possível.




                       Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

                         Elaborado por: Marta Oliveira Mendes - CRB 09/1070



   G562       Global Entrepreneurship Monitor
                  Empreendedorismo no Brasil : 2011  Coordenação de Simara Maria de
               Souza Silveira Greco; autores : Tales Andreassi... [et al] -- Curitiba: IBQP,
               2011.
                  118p. : il.


                  Vários autores:
              Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia Duarte
              Gilberto Sarfati
              Joana Paula Machado
              Júlio César Felix
              Laura Pansarella
              Marcelo Aidar
              Mario Tamada Neto
              Marcus Salusse
              Rene Rodrigues Fernandes
              Rodrigo Hermont Ozon
              Romeu Hebert Friedlaender Junior
              Simara Maria de Souza Silveira Greco
              Tales Andreassi
              Vanderlei Moroz
              Vania Nassif

                  Inclui bibliografias.
                  ISBN 975-85-87446-15-2

                  1. Empreendedorismo – Brasil. 2. Inovações Tecnológicas – Brasil. I.
            Global Entrepreneurship Research Association. II. Instituto Brasileiro de
            Qualidade e Produtividade. III. Greco, Simara Maria de Souza Silveira (Coord.).
            IV. Duarte, Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia. V. Sarfati, Gilberto. VI.
            Machado, Joana Paula. VII. Felix, Júlio César. VIII. Pansarella, Laura. IX. Aidar,
            Marcelo. X. Tamada Neto, Mario. XI. Salusse, Marcus. XII. Fernandes, Rene
            Rodrigues. XIII. Ozon, Rodrigo Hermont. XIV. Friedlaender Junior, Romeu
            Hebert. XV. Andreassi, Tales. XVI. Moroz, Vanderlei. XVII. Nassif, Vania. XVIII.
            Título.

                                                                     CDD ( 22.ed) - 658.110981
COORDENAÇÃO DO GEM

INTERNACIONAL                                   Pio Cortizo – Gerente da Unidade de Gestão
                                                Estratégica (UGE)
Global Entrepreneurship Research
Association – GERA                              Serviço Social da Indústria (SESI/PR)
Babson College, Estados Unidos                  Edson Luiz Campagnolo – Presidente SESI/
Universidad del Desarrollo, Chile               PR

Universiti Tun Abdul Razak, Malásia             José Antonio Fares – Diretor Superintendente
                                                SESI/PR
London Business School, Reino Unido
                                                Universidade Federal do Paraná (UFPR)
NACIONAL
                                                Zaki Akel Sobrinho – Reitor
Instituto Brasileiro da Qualidade e
Produtividade (IBQP)                            Sergio Scheer – Pró-reitor de Pesquisa e Pós-
                                                gradução

INSTITUIÇÕES EXECUTORAS DO                      Emerson Carneiro Camargo – Diretor
                                                Executivo da Agência de Inovação UFPR
GEM NO BRASIL	
Instituto Brasileiro da Qualidade e             Instituto de Tecnologia do Paraná –
Produtividade (IBQP)                            Tecpar
Eduardo Camargo Righi – Diretor Presidente      Júlio César Felix
Alcione Belache – Diretor Executivo
Maurício Fernando Cunha Smijtink – Diretor
Executivo

Fundação Getulio Vargas - FGV-EAESP
Carlos Ivan Simonsen Leal – Presidente da
FGV
Maria Tereza Leme Fleury – Diretora da
Escola de Administração de Empresas de São
Paulo
Tales Andreassi – Coordenador do Centro de
Empreendedorismo e Novos Negócios

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (SEBRAE) –
Patrocinador Master
Roberto Simões – Presidente do Conselho
Deliberativo Nacional (CDN)
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho – Diretor
Presidente
Carlos Alberto dos Santos – Diretor Técnico
José Claudio dos Santos – Diretor de
Administração e Finanças


Global Entrepreneurship Monitor                                                             3
EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Geral – IBQP                      Capa
Simara Maria de Souza Silveira Greco          Fabiane Solarewicz de Lima

Coordenação de Análises e de Redação          Projeto gráfico e diagramação
– FGV-EAESP                                   Juliana Montiel
Tales Andreassi
                                              Gráfica
Equipe Fixa – IBQP                            Imprensa da UFPR
Romeu Hebert Friedlaender Junior
Mario Tamada Neto

Pesquisadores e analistas
Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia
Duarte – UFPR
Gilberto Sarfati – FGV-EAESP
Joana Paula Machado - IBQP
Laura Pansarella – FGV-EAESP -
Marcelo Aidar – FGV-EAESP
Mario Tamada Neto – IBQP
Marcus Salusse – FGV-EAESP
Rene Rodrigues Fernandes – FGV-EAESP
Rodrigo Hermont Ozon – IBQP
Romeu Hebert Friedlaender Junior - IBQP
Simara Maria de Souza Silveira Greco – IBQP
Tales Andreassi – FGV-EAESP
Vanderlei Moroz – UFPR
Vania Nassif – FGV-EAESP

Revisão
Júlio César Felix - TECPAR

Pesquisa de Campo com População
Adulta
Bonilha Comunicação e Marketing S/C Ltda.

Pesquisa de Campo com Especialistas
Nacionais em Empreendedorismo
Entrevistadores
Simara Maria de Souza Silveira Greco
Romeu Hebert Friedlaender Junior
Ana Beatriz Tiemi Kawakami
Leonardo Henrique Nardim
Graça Maria Simões Luz


4                                                               Empreendedorismo No Brasil
ENTREVISTADOS NA PESQUISA
    COM ESPECIALISTAS
Adriana Monteiro Fonseca                   Produtivo Orientado do MTE
Pequenas Empresas Grandes Negócios
                                           João Marcos Varella
Alexsandro Vanin                           Consultor e Autor do livro Desafio de
Revista Empreendedor                       empreender
Alice Sosnowski                            João Paulo Garcia Leal
Objecta Internet e Blog O Pulo do Gato     IBRAC - Instituto Brasileiro de Estudos
                                           da Concorrência, Consumo e Comércio
Allan Marcelo de Campos Costa
                                           Internacional
SEBRAE/PR
                                           Jorge de Paula Costa Avila
Ana Lúcia Vitale Torkomian
                                           Instituto Nacional da Propriedade Industrial-
SETEC/MCT
                                           INPI
Antonio Carlos Filgueira Galvão
                                           José Arnaldo Deutscher
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos-
                                           Fundo Criatec (capital semente)
CGEE
                                           Leonardo Guimarães
Ataliba C. Gonçalves
                                           Porto Digital
VH Consultores: Planejamento de Negócios
& Gestão Financeira.                       Lia Hasenclever
                                           Universidade Federal do Rio de Janeiro
Batista Salgado Gigliotti
FRAN SYSTEMS CONSULTORIA LTDA.             Luiz Carlos Floriani
                                           Associação das Organizações de
Belmiro Valverde Jobim Castor
                                           Microcrédito de SC - Amcred
Professor universitário e consultor de
empresas                                   Marcelo Hiroshi Nakagawa
                                           USP
Bernt Entschev
Empresário e consultor                     Marcus Rizzo
                                           Especialista em franquias
Bruno Dantas Fontes
Loop Marketing                             Mario Ponci Neto
                                           Chilli Beans
Carlos Eduardo Assumpção Olesko
Cymimasa transmissora de energia           Renata Alves
                                           Blog Gestão Feminina
Eduardo Augusto Machado
Conaje - Confederação nacional de Jovens   Ronaldo Duschenes
Empresários                                Flexiv Móveis para Escritório
Eduardo Faria Daltro                       Sergio Lozinsky
Esfera Quatro                              Consultor em Intraempreendedorismo
Erik Camarano                              Silvio Meira
Movimento Brasil Competitivo-MBC           Universidade Federal de Pernambuco/
                                           C.E.S.A.R – Centro de Estudos Avançados do
Fabiana Carvalho
                                           Recife
IEL - BA
                                           Tales Andreassi
Fábio Roberto Fowler
                                           FGV-EAESP
Universidade Federal de Itajubá
                                           Vanessa Caldas Chabar
Francilene Procópio Garcia
                                           Mulher Empreendedora
Anprotec
                                           Vanessa Ishikawa Rasoto
Francisco Wandercley M. da Silva
                                           Agência de Inovação da UTFPR
Programa Nacional do Microcrédito

Global Entrepreneurship Monitor                                                       5
6   Empreendedorismo No Brasil
SUMÁRIO                                                              2.1 Principais taxas em 2011: Brasil e demais
                                                                                                   grupos de países
                                                                                                   ........................................................................39

Lista de Quadros...............................................9                                   2.2 Evolução das taxas do Brasil de 2002 a 2011
                                                                                                   ........................................................................40
Lista de figuras................................................12
                                                                                                   2.3 Comparação das taxas do Brasil com demais
                                                                                                   países em 2011
Agradecimento................................................13                                    ........................................................................41

Prefácio.............................................................15                            2.4 Principais atividades desenvolvidas pelos
                                                                                                   empreendedores brasileiros
Introdução........................................................17                               ........................................................................43



1 - Postura da população em relação à ativi-                                            3 - Características dos empreendedores
dade empreendedora e condições para em-                                                 ...................................................................................47
preender no Brasil e nos demais países par-
ticipantes                                                                                         3.1 Motivação
...................................................................................23              ........................................................................47

           1.1 Mentalidade empreendedora no Brasil com-                                            3.2 Empreendedores segundo o gênero
           parada aos grupos de países participantes – Re-                                         ........................................................................50
           sultado da pesquisa com população adulta bra-
           sileira                                                                                 3.3 Empreendedores segundo a faixa etária
           ........................................................................23              ........................................................................53

           1.1.1 Conhecimento sobre a abertura de novos                                            3.4 Empreendedores segundo a renda
           negócios                                                                                ........................................................................54
           ........................................................................23
                                                                                                   3.5 Empreendedores segundo a escolaridade
           1.1.2 Oportunidades e Capacidades Percebidas                                            ........................................................................56
           ........................................................................23

           1.1.3 Medo do fracasso segundo grupo de países                               4 - Características dos Empreendimentos
           ........................................................................25   ...................................................................................61

           1.1.4 Percepções sobre o empreendedorismo                                               4.1 Geração de empregos
           ........................................................................26              ........................................................................61

           1.2 Condições para empreender no Brasil (EFCs),                                         4.2 Impacto no mercado em termos de novidade
           comparado ao grupo de países participantes –                                            do produto e concorrência
           Opiniões dos especialistas entrevistados                                                ........................................................................63
           ........................................................................27
                                                                                                   4.3 Tecnologia
           1.2.1 Fatores Favoráveis                                                                ........................................................................64
           ........................................................................27              4.4 Orientação internacional
           1.2.2 Fatores limitantes                                                                ........................................................................65
           ........................................................................31

                                                                                        5 - Recomendações de melhorias no ambiente
2 - Empreendedores do Brasil e países parti-                                            para empreender no Brasil – Visão dos especia-
                                                                                        listas entrevistados
cipantes do GEM segundo o estágio dos em-
                                                                                        ...................................................................................71
preendimentos3 e nível de desenvolvimento
econômico dos países                                                                               5.1 Recomendações para o quesito Políticas Go-
...................................................................................39              vernamentais
                                                                                                   ........................................................................71


Global Entrepreneurship Monitor                                                                                                                                           7
5.2 Recomendações para o quesito Educação e
           Capacitação
           ........................................................................71

           5.3 Recomendações para o quesito Infra Estrutu-
           ra Comercial e Profissional
           ........................................................................72

           5.4 Recomendações para o quesito Normas Cul-
           turais e Sociais
           ........................................................................72

           5.5 Recomendações para o quesito Apoio Finan-
           ceiro
           ........................................................................73


6 - Tópico Especial - Intraempreendedoris-
mo
...........................................................................77

           6.1 Intraempreendedorismo por gênero
           ........................................................................78

           6.2 Intraempreendedorismo por faixa etária
           ........................................................................79

           6.3 Intraempreendedorismo por faixa de renda
           ........................................................................79

           6.4 Intraempreendedorismo por escolaridade
           ........................................................................80


Referências..............................................................83


Apêndice 1 – Considerações sobre metodologia e
procedimentos
...................................................................................87


Apêndice 2 – Principais dados e taxas
...................................................................................99


Apêndice 3 – Equipes e Patrocinadores do
GEM 2011
.................................................................................113




 8                                                                                      Empreendedorismo No Brasil
LISTA DE QUADROS

Quadro I.1 - Classificação dos países participantes                                     Quadro 2.1 - Empreendedores segundo o estágio
segundo as fases do desenvolvimento econômico                                           do empreendimento – Brasil – Comparativo
...................................................................................19   2010-2011
                                                                                        ...................................................................................39
Quadro 1.1 - Postura da população em relação ao
empreendedorismo – Grupo de países – 2011                                               Quadro 2.2 - Empreendedores segundo o estágio
...................................................................................24   do empreendimento – Grupo de Países – 2011......                                 .
                                                                                        ...................................................................................42
Quadro 1.2 - Mentalidade empreendedora
Brasil – 2011                                                                           Quadro 2.3 - Principais atividades dos empreen-
...................................................................................25   dedores iniciais – Brasil – 2011
                                                                                        ...................................................................................43
Quadro 1.3 - Condições favoráveis que afetam o
empreendedorismo segundo a percepção dos Es-                                            Quadro 2.4 - Principais atividades dos empreen-
pecialistas – Brasil – 2011                                                             dedores estabelecidos – Brasil – 2011
...................................................................................27   ...................................................................................44

Quadro 1.4 - Resultados do questionário com es-                                         Quadro 3.1 - Empreendedores em estágio inicial
pecialistas com perguntas estruturadas sobre Nor-                                       (TEA) segundo a motivação – Grupo de Países –
mas Culturais e Sociais – Brasil – 2011                                                 2011
...................................................................................28   ...................................................................................48

Quadro 1.5 - Resultados do questionário com                                             Quadro 3.2 - Empreendedores iniciais segundo a
especialistas com perguntas estruturadas sobre                                          motivação - Brasil - Comparativo 2010-2011
Acesso ao Mercado/Abertura e Barreiras à Entra-                                         ...................................................................................49
da – Brasil – 2011
...................................................................................29   Quadro 3.3 - Motivação para empreender segun-
                                                                                        do as principais atividades – Brasil – 2011
Quadro 1.6 - Resultados do questionário com espe-                                       ...................................................................................49
cialistas com perguntas estruturadas sobre Capa-
cidade Empreendedora: Motivação – Brasil – 2011                                         Quadro 3.4 - Empreendedores em estágio inicial
...................................................................................30   (TEA) segundo gênero – Grupo de Países – 2011
                                                                                        ...................................................................................51
Quadro 1.7 - Resultados do questionário com espe-
cialistas com perguntas estruturadas sobre Capa-                                        Quadro 3.5 - Percentual de empreendedores se-
cidade Empreendedora: Potencial – Brasil – 2011                                         gundo o gênero - Brasil - 2001 a 2011
...................................................................................30   ...................................................................................52

Quadro 1.8 - Fatores limitantes que afetam o em-                                        Quadro 3.6 - Principais atividades desenvolvidas
preendedorismo segundo percepção dos especia-                                           pelos empreendedores em estágio inicial segundo
listas – Brasil – 2011                                                                  gênero – Brasil – 2011
...................................................................................31   ...................................................................................52

Quadro 1.9 - Resultados do questionário com es-                                         Quadro 3.7 - Taxa de empreendedores em estágio
pecialistas com perguntas estruturadas sobre Polí-                                      inicial (TEA) segundo a faixa etária – Grupo de
ticas Governamentais – Brasil – 2011                                                    Países – 2011
...................................................................................32   ...................................................................................53

Quadro 1.10 - Resultados do questionário com                                            Quadro 3.8 - Taxa de empreendedores estabele-
especialistas com perguntas estruturadas sobre                                          cidos segundo a faixa etária – Grupo de Países –
Apoio Financeiro – Brasil – 2011                                                        2011
...................................................................................33   ...................................................................................53

Quadro 1.11 - Resultados do questionário com                                            Quadro 3.9 - Percentual de empreendedores se-
especialistas com perguntas es¬truturadas sobre                                         gundo a faixa etária – Brasil – 2001 a 2011
Educação e Capacitação – Brasil – 2011                                                  ...................................................................................53
...................................................................................34


Global Entrepreneurship Monitor                                                                                                                                          9
Quadro 3.10 - Empreendedores em estágio inicial                                         Quadro 4.8 - Empreendimentos estabelecidos se-
(TEA) segundo a faixa de renda – Grupo de Países                                        gundo o nível de tecnologia – Grupo de Países –
– 2011                                                                                  2011
...................................................................................55   ...................................................................................65

Quadro 3.11 - Empreendedores estabelecidos se-                                          Quadro 4.9 - Empreendimentos segundo a idade
gundo a faixa de renda – Grupo de Países – 2011                                         da tecnologia – Brasil – Comparativo 2010-2011
...................................................................................55   ...................................................................................65

Quadro 3.12 - Percentual de empreendedores se-                                          Quadro 4.10 - Orientação internacional de empre-
gundo a renda em salários mínimos- Brasil - 2001                                        endedores iniciais – Grupos de Países – 2011
a 2011                                                                                  ...................................................................................66
...................................................................................56
                                                                                        Quadro 4.11 - Orientação internacional de em-
Quadro 3.13 - Empreendedores em estágio inicial                                         preendedores estabelecidos – Grupos de Países –
(TEA) segundo o nível de escolaridade – Grupo                                           2011
de Países – 2011                                                                        ...................................................................................67
...................................................................................57
                                                                                        Quadro 4.12 - Orientação internacional de empre-
Quadro 3.14 - Empreendedores estabelecidos se-                                          endedores iniciais estabelecidos – Brasil – Compa-
gundo o nível de escolaridade – Grupo de Países                                         rativo 2010-2011
– 2011                                                                                  ...................................................................................67
...................................................................................57
                                                                                        Quadro 6.1 - Atividade Empreendedora de Em-
Quadro 3.15 - Percentual de empreendedores se-                                          pregados (EEA) – Grupo de Países – 2011
gundo o nível de escolaridade – Brasil – 2011                                           ...................................................................................78
...................................................................................58
                                                                                        Quadro 6.2 - Atividade Empreendedora de Em-
Quadro 4.1 - Empreendimentos segundo a expec-                                           pregados (EEA) segundo o Gênero – Brasil – 2011
tativa de geração de empregos – Brasil – Compa-                                         ...................................................................................78
rativo 2010-2011
...................................................................................62   Quadro 6.3 - Atividade Empreendedora de Em-
                                                                                        pregados (EEA) segundo a Faixa Etária – Brasil –
Quadro 4.2 - Empreendimentos em estágio inicial                                         2011
segundo a expectativa de geração de empregos –                                          ...................................................................................79
Grupo de Países – 2011
...................................................................................62   Quadro 6.4 - Atividade Empreendedora de Em-
                                                                                        pregados (EEA) segundo a Faixa de Renda – Brasil
Quadro 4.3 - Empreendimentos em estágio inicial                                         – 2011
segundo a concorrência e novidade do produto –                                          ...................................................................................80
Grupo de Países – 2011
...................................................................................63   Quadro 6.5 - Atividade Empreendedora de Em-
                                                                                        pregados (EEA) segundo o nível de escolaridade
Quadro 4.4 - Empreendimentos estabelecidos se-                                          – Brasil – 2011
gundo a concorrência e novidade do produto –                                            ...................................................................................80
Grupo de Países – 2011
...................................................................................63   Quadro A1.1 - Terminologias e principais medi-
                                                                                        das do GEM
Quadro 4.5 - Empreendimentos segundo a novi-                                            ...................................................................................90
dade do produto ou serviço – Brasil – Comparati-
vo 2010-2011                                                                            Quadro A1.2 - Descrição das condições que afetam
...................................................................................64   o empreendedorismo (EFC) segundo o modelo do
                                                                                        GEM
Quadro 4.6 - Empreendimentos segundo o núme-                                            ...................................................................................91
ro de concorrentes – Brasil – Comparativo 2010-
2011                                                                                    Quadro A1.3 - Países participantes do GEM de
...................................................................................64   2001 A 2010
                                                                                        ...................................................................................92
Quadro 4.7 - Empreendimentos em estágio inicial
segundo o nível de tecnologia – Grupo de Países                                         Quadro A1.4 - Resumo do plano amostral da pes-
– 2011                                                                                  quisa com população adulta – GEM Brasil – 2011
...................................................................................65   ...................................................................................94


 10                                                                                                                  Empreendedorismo No Brasil
Quadro A1.5 - Principais diferenças entre os da-                                        Quadro A2.12 - Características dos empreendedo-
dos da pesquisa com população adulta do GEM e                                           res segundo motivação - Brasil – 2011
os dados de registros formais de negócios                                               .................................................................................109
...................................................................................95
                                                                                        Quadro A2.13 - Características dos empreendi-
Quadro A2.1 - Taxa de atividade empreendedora                                           mentos segundo estágio – Brasil – 2011
segundo estágio e fase do desenvolvimento econô-                                        .................................................................................110
mico – Grupo de Países – 2011
...................................................................................99   Quadro A2.14 - Características dos empreendi-
                                                                                        mentos segundo motivação – Brasil – 2011
Quadro A2.2 - Taxa dos empreendedores iniciais                                          .................................................................................110
segundo motivação e fase do desenvolvimento
econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................100

Quadro A2.3 - Taxa dos empreendedores iniciais
(TEA) segundo gênero e fase do desenvolvimento
econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................101

Quadro A2.4 - Taxa dos empreendedores estabele-
cidos segundo gênero e fase do desenvolvimento
econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................102

Quadro A2.5 - Taxa dos empreendedores iniciais
(TEA) segundo faixa etária e fase do desenvolvi-
mento econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................103

Quadro A2.6 - Taxa dos empreendedores estabe-
lecidos segundo faixa etária e fase do desenvolvi-
mento econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................104

Quadro A2.7 - Taxa dos empreendedores iniciais
(TEA) segundo grau de escolaridade e fase do
desenvolvimento econômico - Grupo de Países –
2011
.................................................................................105

Quadro A2.8 - Taxa dos empreendedores estabe-
lecidos segundo grau de escolaridade e fase do
desenvolvimento econômico – Grupo de Países –
2011
.................................................................................106

Quadro A2.9 - Taxa dos empreendedores iniciais
(TEA) segundo faixa de renda e fase do desenvol-
vimento econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................107

Quadro A2.10 - Taxa dos empreendedores estabe-
lecidos segundo faixa de renda e fase do desenvol-
vimento econômico – Grupo de Países – 2011
.................................................................................108

Quadro A2.11 - Características dos empreendedo-
res segundo estágio – Brasil – 2011
.................................................................................109

Global Entrepreneurship Monitor                                                                                                                                      11
LISTA DE FIGURAS

Figura I.1 - O processo empreendedor segundo                                            Figura 3.7 - Empreendedores em estágio inicial
definições adotadas pelo GEM                                                            (TEA) segundo a faixa de renda – Grupo de Paí-
...................................................................................17   ses – 2011
                                                                                        ...................................................................................55
Figura 2.1 - Evolução da taxa de empreendedores
iniciais (TEA) – Brasil – 2002:2011                                                     Figura 3.8 - Empreendedores estabelecidos segun-
...................................................................................40   do a faixa de renda – Grupo de Países – 2011
                                                                                        ...................................................................................56
Figura 2.2 - Evolução da taxa de empreendedores
nascentes – Brasil – 2002:2011                                                          Figura 3.9 - Empreendedores em estágio inicial
...................................................................................41   (TEA) segundo o nível de escolaridade – Grupo
                                                                                        de Países – 2011
Figura 2.3 - Evolução da taxa de empreendedores                                         ...................................................................................57
novos – Brasil – 2002:2011
...................................................................................41   Figura 3.10 - Empreendedores estabelecidos se-
                                                                                        gundo o nível de escolaridade – Grupo de Países
Figura 2.4 - Evolução da taxa de empreendedores                                         – 2011
estabelecidos – Brasil – 2002:2011                                                      ...................................................................................58
...................................................................................41
                                                                                        Figura 6.1 - Atividade Empreendedora de Empre-
Figura 2.5 - Atividade empreendedora em estágio                                         gados (EEA) segundo a fase de desenvolvimento
inicial (TEA) segundo a fase de desenvolvimento                                         econômico, mostrando 95% de intervalo de con-
econômico – Grupo de Países – 2011                                                      fiança – Grupo de Países – 2011
...................................................................................42   ...................................................................................77

Figura 2.6 - Atividade empreendedora em estágio                                         Figura A1.1 - O modelo GEM
Estabelecido segundo a fase de desenvolvimento                                          ...................................................................................88
econômico – Grupo de Países – 2011
...................................................................................43   Figura A1.2 - O processo empreendedor
                                                                                        ...................................................................................89
Figura 3.1 - Empreendedorismo por oportunidade
como percentual da TEA segundo a fase de desen-
volvimento econômico – Grupo de Países – 2011
...................................................................................47

Figura 3.2 - Evolução da taxa de empreendedo-
res iniciais (TEA) por oportunidade – Brasil –
2002:2011
...................................................................................50

Figura 3.3 - Evolução da taxa de empreendedores
iniciais (TEA) por necessidade – Brasil – 2002:2011
...................................................................................50

Figura 3.4 - Empreendedores em estágio inicial
(TEA) segundo gênero – Brasil – 2001:2011
...................................................................................51

Figura 3.5 - Taxa de empreendedores em estágio
inicial (TEA) segundo a faixa etária – Grupo de
Países – 2011
...................................................................................54

Figura 3.6 - Taxa de empreendedores estabelecidos
segundo a faixa etária – Grupo de Países – 2011
...................................................................................54



 12                                                                                                                  Empreendedorismo No Brasil
AGRADECIMENTOS
	       O Instituto Brasileiro de Quali-         	      Por fim, agradecemos ainda aos
dade e Produtividade nasceu da conver-           professores, cientistas, especialistas, mestres,
gência de esforços governamentais e              doutores, e demais pesquisadores brasileiros
lideranças empresariais para incentivar o        que, ao utilizar os resultados da pesquisa,
empreendedorismo, através do aperfei-            auxiliam no desenvolvimento do estudo sobre
çoamento da gestão nas organizações              o empreendedorismo no Brasil.
brasileiras.                                     	      Para terminar, gostaria de salientar
	       Com o intuito de concretizar esse        a importância dos empreendedores, que
escopo – e, com isso, promover uma cultura       ao concentrarem esforços direcionados a
cada vez mais empreendedora no Brasil –,         superação dos desafios do mundo globalizado,
o IBQP está há mais de uma década à frente       procurando fazer melhor hoje do que ontem e
da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship         melhor amanhã do que hoje, desempenham um
Monitor), para poder assim entender melhor       papel fundamental na melhora da qualidade
o perfil empreendedor do cidadão brasileiro.     de vida de toda população brasileira.
	       O SEBRAE, ao longo de todos esses
anos, tem sido o principal parceiro do IBQP
nesta empreitada. Por esta razão merece um                                       Eduardo Righi
agradecimento especial pelo fundamental                             Diretor Presidente do IBQP
e imprescindível apoio na realização,
utilização e propagação dos dados fornecidos
pela pesquisa, valorizando o papel do
empreendedor na sociedade contemporânea
brasileira.
	       Outro agradecimento deve ser feito
para a Federação das Indústrias do Estado do
Paraná e para o SESI/PR, parceiros constantes
que muito contribuem para o sucesso da
pesquisa.
	       No ano de 2011 é importante destacar
a parceria feita com a Fundação Getúlio
Vargas, cujo notório conhecimento técnico
está contribuindo de forma ímpar para o
sucesso da pesquisa, merecendo, portanto, o
nosso especial agradecimento.
	       Destacamos também o apoio da
Universidade Federal do Paraná e do Instituto
de Tecnologia do Paraná, organizações que
muito têm contribuído para o sucesso desta
publicação.
	       Um agradecimento especial para
os especialistas entrevistados, os quais
engrandecem esta pesquisa com suas opiniões,
dividindo o conhecimento e experiência sobre
empreendedorismo com os leitores desta
obra.
	       Gostaríamos, outrossim, de lembrar a
participação do Instituto Bonilha, responsável
pela pesquisa de campo, e de todos os outros
colaboradores, da equipe do IBQP e demais
analistas convidados.

Global Entrepreneurship Monitor                                                              13
14   Empreendedorismo No Brasil
PREFÁCIO
          Os Novos Caminhos do
           Empreendedorismo

	        Esta é a 12ª edição do GEM em que o        ambiente favorável aos pequenos negócios.
Brasil participa. Durante os últimos doze anos,     	       O estudo mostra ainda que o
temos acompanhado atentamente a evolução            otimismo para empreender no país é maior
das características do empreendedorismo             que a média mundial e que a proporção das
no país, assim como nos demais países               mulheres na TEA (49%) é a quarta maior,
participantes do estudo.                            entre os 54 países pesquisados.Quanto à
	        Este ano, foram 54 países participantes.   faixa etária dos empreendedores no Brasil há
E em todos os anos, surgem novas informações        um elevado contingente de jovens, entre 25
que aumentam nosso conhecimento sobre               e 34 anos, que está envolvido com a criação
o tema, assim como fornecem as bases para           de novos negócios, em contraposição aos
pensar as políticas voltadas para o estímulo ao     Empreendedores Estabelecidos, onde é mais
empreendedorismo e aos pequenos negócios.           forte a presença de pessoas entre 45 e 54 anos
	        Uma das inovações deste estudo             	       No campo social, verifica-se que, ao
foi sistematizar as informações para todo           contrário da maioria dos países, no Brasil
o conjunto de empreendedores. Até a                 a TEA é proporcionalmente mais alta nos
versão passada, a análise centrou-se nos            grupos de renda mais baixa, o que reforça o
empreendedores envolvidos na criação de             papel do empreendedorismo no processo de
um negócio e até os primeiros 42 meses desse        inclusão social, em nosso país.
negócio, que é a taxa de Empreendedores             	       Finalmente, o estudo mostra ainda
Iniciais, ou TEA. O foco era conhecer o processo    que, cada vez mais, o brasileiro considera o
de criação de novos negócios, fenômeno que          início de um novo negócio como uma opção
ajuda a explicar o processo de crescimento e        desejável de carreira.
desenvolvimento de uma economia. A partir           	       A publicação deste livro é o primeiro,
deste ano, foram sistematizados também os           entre os muitos passos que daremos, no
dados dos empreendedores com mais de 42             sentido de levar aos formuladores de políticas
meses de operação, os “Empreendedores               em favor do empreendedorismo, no Brasil, as
Estabelecidos”, que desempenham importante          referências indispensáveis ao aperfeiçoamento
papel na manutenção da atividade econômica          dessas políticas, para que possamos maximizar
e na geração de emprego e renda.                    os resultados do empreendedorismo para o
	        Com isso, passamos a ter uma visão         crescimento e desenvolvimento do país.
mais ampla do empreendedorismo. Fenômeno
dominado predominantemente por micro e
pequenas empresas, que, em se tratando só do
setor formal já são responsáveis por 52% dos                                       Luiz Barretto
empregos e cerca de 2/3 de todos os postos de                               Presidente do Sebrae
trabalho do setor privado no país.
	        Como resultado do estudo, verifica-
se que há no Brasil cerca de 27 milhões
de adultos, entre 18 e 64 anos, que estão
envolvidos na criação ou já administram um
negócio. Isso representa mais de 1 em cada 4
indivíduos da população adulta do país. Com
isso, o Brasil possui, hoje, a 3ª maior população
empreendedora, em números absolutos, entre
os 54 países estudados. Isso, em si, evidencia
a necessidade do país ter permanentemente
uma política voltada para o estímulo ao
empreendedorismo, e para a criação de um

Global Entrepreneurship Monitor                                                               15
16   Empreendedorismo No Brasil
INTRODUÇÃO
               	       Em 2011, pelo 12° ano consecutivo, o    	       Neste ano de 2011 a pesquisa do GEM
               Brasil participa do Global Entrepreneurship     contou com a participação de 54 países que
               Monitor – GEM, projeto de pesquisa sem fins     realizaram as duas principais atividades de
               lucrativos que tem por objetivo a geração e     pesquisa - o levantamento de dados junto
               divulgação de informações sobre a atividade     à população com idade entre 18 e 64 anos
               empreendedora em âmbito mundial. O GEM          e a obtenção de opiniões de profissionais
               iniciou-se em 1999, fruto de uma parceria entre e empreendedores sobre as condições
               Babson College e London Business School,        existentes nos países para o desenvolvimento
               duas escolas internacionalmente reconhecidas,   de novos negócios. Especificamente com
               envolvendo 10 países. Hoje o GEM é um           relação à pesquisa GEM no Brasil, foram
               projeto robusto, já realizado em mais de 86     entrevistados 2000 indivíduos entre 18 e 64
               países nos cinco continentes, e consolidando-   anos representativos da população brasileira
               se como uma referência e uma fonte única de     nesta faixa etária e 36 profissionais de
               informações sobre empreendedorismo para         diversos segmentos da sociedade brasileira
               pesquisadores do tema.                          relacionados ao empreendedorismo que
                                                               relataram sua visão sobre as condições para
               	       A pesquisa do GEM segue uma
                                                               empreender no Brasil.
               rigorosa metodologia científica para garantir
               a validade e a confiabilidade das informações   	       Como        a       definição      de
               divulgadas. As atividades das equipes           empreendedorismo        encontra    diferentes
               envolvidas na pesquisa são coordenadas          vertentes, é importante deixar claro qual o
               pelo Global Entrepreneurship Research           conceito utilizado pela pesquisa do GEM.
               Association – GERA, organização proprietária    O principal propósito do GEM é medir o
               da marca GEM e responsável pela gerência        envolvimento dos indivíduos na criação de
               administrativa e técnica das operações do       novos negócios, ou seja, o empreendedor em
               GEM no mundo. No Brasil o GEM é conduzido,      estágio inicial. A medida adotada pelo GEM,
Figura I.1 -   O processo empreendedor segundo definições adotadas pelo GEM
               desde seu início, em 2000, pelo Instituto       Total Early-Stage Entrepreneurial Activity -
               Brasileiro da Qualidade e Produtividade –       TEA, traduzida como Taxa de Empreendedores
               IBQP, com o apoio técnico e financeiro de       em Estágio Inicial, inclui os indivíduos que
               diversas instituições nacionais. Em 2011, o     estão no processo de iniciar um novo negócio
               IBPQ firmou uma parceria com o Centro           bem como aqueles que estão conduzindo um
               de Empreendedorismo e Novos Negócios            negócio há menos de 42 meses. Tal medida
               da Fundação Getulio Vargas para que os          acaba sendo o grande diferencial da pesquisa
               resultados sejam analisados conjuntamente       do GEM quando comparada a outras bases
               pelas duas instituições.                        de dados sobre o empreendedorismo, dado

                               Figura I.1: O processo empreendedor segundo definições adotadas pelo GEM




                                                    Contexto empreendedor
                                        Características do   Postura da        Ambiente        Descontinuidade
                                        indivíduo            sociedade       institucional

                   Empreendedor
                   Potencial                      Fases do empreendedorismo
                   • Vê oportunidades                            Nascente          Novo          Estabelecido
                   • Tem conhecimento
                                               Intenções
                   e habilidades
                   •Não tem medo do
                   fracasso
                   • Atitude positiva



               Global Entrepreneurship Monitor                                                                   17
que a maioria dessas bases são formadas por                         	       Mantendo a linha de análise dos dois
registros formais de empresas.                                      últimos anos, para efeitos de comparação dos
	        Apesar do foco principal do GEM                            resultados entre países e conforme descrito
ser a TEA, os empreendedores estabelecidos                          no Global Report 2010, o GEM agrupa as
também entram na pesquisa. Conforme                                 economias dos países participantes em três
descrito na Figura I.1, o GEM entende o                             níveis1: países impulsionados por fatores,
empreendedorismo como um processo                                   países impulsionados pela eficiência e países
que compreende as diferentes fases de                               impulsionados pela inovação. As economias
desenvolvimento dos empreendimentos,                                impulsionadas por fatores são dominadas
desde a intenção de iniciar um negócio,                             pela agricultura de subsistência e negócios
passando pelo processo de efetivamente iniciá-                      extrativistas, com uma forte dependência
lo (empreendedores de negócios nascentes                            do trabalho e dos recursos naturais. Nas
com até três meses) e chegando ao estágio de                        economias impulsionadas pela eficiência
administrar esse negócio seja num momento                           o desenvolvimento é caracterizado pela
ainda inicial (empreendedores de negócios                           industrialização e pelos ganhos em economias
novos com até 42 meses) ou já estabelecido                          de escala, com predominância de grandes
(empreendedores de negócios estabelecidos).                         organizações intensivas em capital. À medida
                                                                    que o desenvolvimento avança, os negócios
	        Embora no estudo global internacional
                                                                    são mais intensivos em conhecimento e o
o GEM já esteja se referindo há alguns anos
                                                                    setor de serviços se expande, caracterizando
aos empreendedores estabelecidos, além
                                                                    as economias impulsionadas pela inovação.
dos empreendedores considerados no
cálculo da TEA, foco da pesquisa, o estudo                          	       O Quadro I.1 apresenta os países
do Brasil focava apenas os empreendedores                           participantes da pesquisa 2011 classificados
iniciais. Este ano, no intuito de explorar mais                     segundo os três níveis anteriormente descritos.
elementos na compreensão do fenômeno, são                           Para simplificar a leitura, no decorrer do
também analisados aspectos relacionados ao                          documento estes três níveis serão tratados
empreendedor estabelecido.                                          simplificadamente como grupo-fator, grupo-
                                                                    eficiência e grupo-inovação.

                     Quadro I.1 - Classificação dos países participantes segundo as fases do
                     desenvolvimento econômico
                          Países impulsionados         Países impulsionados        Países impulsionados
                               por fatores                 pela eficiência              pela inovação
                     Argélia                     África do Sul                Alemanha
                     Bangladesh                  Argentina                    Austrália
                     Guatemala                   Barbados                     Bélgica
                     Irã                         Bósnia e Herzegovina         Cingapura
                     Jamaica                     Brasil                       Coréia do Sul
                     Paquistão                   Chile                        Dinamarca
                     Venezuela                   China                        Emirados Árabes Unidos
                                                 Colômbia                     Eslovênia
                                                 Croácia                      Espanha
                                                 Eslováquia                   Estados Unidos
                                                 Hungria                      Finlândia
                                                 Letônia                      França
                                                 Lituânia                     Grécia
                                                 Malásia                      Holanda
                                                 México                       Irlanda
                                                 Panamá                       Japão
                                                 Peru                         Noruega
                                                 Polônia                      Portugal
                                                 Romênia                      Reino Unido
                                                 Rússia                       República Tcheca
                                                 Tailândia                    Suécia
                                                 Trindade e Tobago            Suíça
                                                 Turquia                      Taiwan
                                                 Uruguai
                     Fonte: GEM 2011



                                                                    1
                                                                      Essa classificação é baseada no Relatório de Competitividade
                                                                    Global (Global Competitiveness Report) – Publicação do Fó-
                                                                    rum Econômico Mundial que identifica três fases do desenvol-
                                                                    vimento econômico, considerando o PIB per capita e a parcela
                                                                    das exportações relativa aos bens primários.



18                                                                                          Empreendedorismo No Brasil
Este Relatório está estruturado em 9
partes, iniciando-se com esta introdução, se-
guida por seis capítulos e sendo finalizado
por uma lista de referências e relação de apên-
dices. O Capítulo 1 apresenta o contexto em
que acontece a atividade empreendedora no
país, descrevendo as atitudes e opiniões dos
brasileiros perante os movimentos de criação
de novos negócios, bem como, as condições
presentes no ambiente que condicionam as
iniciativas empreendedoras no país segun-
do a visão dos especialistas entrevistados. O
Capítulo 2 apresenta e compara os empre-
endedores brasileiros com os demais países
participantes da pesquisa, segundo o estágio
dos empreendimentos e o nível de desenvol-
vimento econômico dos países. O Capítulo 3
analisa as características dos empreendedores
pesquisados, segundo sua motivação, gêne-
ro, idade, renda e escolaridade. Já o Capítulo
4 muda a ótica para os empreendimentos,
analisando suas principais características no
tocante à geração de empregos, impactos no
mercado em termos de novidade do produto,
concorrência e uso de tecnologia, bem como
sua orientação internacional. O Capítulo 5
propõe recomendações de melhorias no am-
biente para empreender no Brasil, segundo
a visão dos especialistas entrevistados. O
Capítulo 6 apresenta os resultados do tópico
especial escolhido para ser pesquisado neste
ano: intraempreendedorismo. Finalmente, as
referências e apêndices encerram o estudo.




Global Entrepreneurship Monitor                   19
20   Empreendedorismo No Brasil
1
POSTURA DA POPULAÇÃO EM RELAÇÃO À ATIVIDADE
 EMPREENDEDORA E CONDIÇÕES PARA EMPREENDER
      NO BRASIL E NOS DEMAIS PAÍSES PARTICIPANTES




GloBal EntrEprEnEurship monitor                 21
22   Empreendedorismo No Brasil
1                               1.1.1	 Conhecimento sobre a abertura
                                                           de novos negócios
  Postura da população
                                                    	        Esta seção considera as percepções dos
  em relação à atividade
                                                    entrevistados sobre conhecerem pessoalmente
empreendedora e condições
                                                    alguém que começou um novo negócio nos
   para empreender no
                                                    últimos dois anos.
 Brasil e nos demais países
       participantes                                	        O Quadro 1.1 demonstra que, em geral,
                                                    os entrevistados dos países do grupo-fator são
	       A presença de uma mentalidade favo-         os que mais expressaram conhecer pessoas
rável da população à atividade empreende-           que abriram negócios nesses últimos dois
dora aliada às condições oferecidas pelo País       anos (42,07%). Dado que os países movidos
para a criação e desenvolvimento de novos           por fatores são os que apresentam menor
negócios são elementos fundamentais para o          desenvolvimento econômico, a explicação
florescimento de empreendimentos que irão           para esse fenômeno pode ter relação com a
contribuir de forma significativa para o cres-      necessidade que os cidadãos desses países têm
cimento econômico e social de um País.              de empreender – de forma a complementar
                                                    sua renda.
        1.1	Mentalidade empreendedo-                	        Nesse mesmo quadro, o Brasil
        ra no Brasil comparada aos grupos           aparece na 15ª posição quando comparado a
        de países participantes – Resul-            todos os outros 54 países da base GEM, com
        tado da pesquisa com população              proporção de 39,38%. Em relação aos países
        adulta brasileira                           de seu grupo-eficiência, o Brasil aparece na
	        Acompanhar a mentalidade de uma            7ª posição. No mesmo grupo, encontra-se a
população com relação ao tema empreende-            China com proporção de 67,75%. A China,
dorismo é reconhecidamente importante, pois         aliás, é entre todos os países da base do GEM
a mesma revela a disposição dos indivíduos          o que apresenta índice mais alto nesse critério.
de um país com relação ao tema empreen-             Já o Japão é o país que apresenta a proporção
dedorismo e seu potencial para empreender.          mais baixa de afirmações entre todos os países
Quando indivíduos são capazes de reconhe-           (14,91%).
cer as oportunidades de negócios no ambien-         	        O Quadro 1.2 demonstra que, no
te em que atuam, e perceber que possuem ca-         Brasil, os empreendedores em estágio inicial
pacidade para explorá-las, toda a sociedade é       afirmam ter mais conhecimento sobre pessoas
beneficiada, seja com o aumento da criação de       que começaram um novo negócio nos últimos
empregos, seja com o aumento da riqueza do          dois anos (54%) do que os empreendedores
país.                                               estabelecidos (50%). A interpretação desse
	        Para esse acompanhamento, a                fenômeno pode estar relacionada ao fato de
Pesquisa GEM utiliza como referência duas           que os empreendedores em estágio inicial,
abordagens de análise: a primeira delas, mais       ao buscarem mais informações sobre o
abrangente, compara afirmativas sobre men-          processo de empreender, tendem a entrar
talidade empreendedora entre as populações          mais em contato com outros empreendedores
dos três diferentes grupos de países: grupo-        que passaram recentemente ou que estão
fator, grupo-eficiência e grupo-inovação, con-      passando pela mesma experiência de criação
forme demonstra o Quadro 1.1. Já a segunda          de um novo negócio.
abordagem, mais específica, compara afirma-
tivas sobre mentalidade empreendedora en-                  1.1.2 Oportunidades e Capacidades
tre empreendedores brasileiros de diferentes               Percebidas
classificações: iniciais e estabelecidos, confor-   	       Esta seção examina as Percepções de
me relacionado no Quadro 1.2.                       Oportunidades e Capacidades para empreen-
	        As considerações que se seguem apre-       der pelos entrevistados dos países participan-
sentam a avaliação da Pesquisa do Gem Brasil        tes. Para tanto, considera, respectivamente, as
2011, de acordo com as diferentes afirmativas       respostas dos entrevistados sobre: (i) percebe-
sobre a mentalidade empreendedora apresen-          rem, para os próximos seis meses, boas opor-
tadas nos quadros 1.1 e 1.2.                        tunidades para se começar um novo negócio


Global Entrepreneurship Monitor                                                                 23
Quadro 1.1 - Mentalidade empreendedora – Brasil – 2011

                                                                                                         Grupos de Países

                Mentalidade Empreendedora                                                   Impulsionados             Impulsionados             Impulsionados
                                                                 Todos os Países
                                                                                              por fatores             pela eficiência            pela inovação

                                                             Prop. (%)         País    Prop. (%)         País     Prop. (%)         País   Prop. (%)           País

                                                Mais alta     67,75      China          50,80      Guatemala       67,75      China         45,95      Finlândia

 Afirmam conhecer pessoalmente alguém que       Média         34,91      ...            42,07      ...             36,78      ...           30,79      ...
 começou um novo negócio nos últimos dois
 anos.                                          Mais baixa    14,91      Japão          32,20      Paquistão       24,57      Turquia       14,91      Japão

                                                Brasil        39,38      15º              ...      ...             39,38      7º              ...      ...

                                                Mais alta     73,06      Colômbia       64,43      Bangladesh      73,06      Colômbia      71,49      Suécia

 Afirmam perceber para os próximos seis meses Média           39,12      ...            49,01      ...             40,25      ...           34,92      ...
 boas oportunidades para se começar um novo
 negócio na região onde vivem.                Mais baixa       6,35      Japão          32,01      Irã             14,22      Hungria        6,35      Japão

                                                Brasil        43,06      24º              ...      ...             43,06      11º             ...      ...

                                                                         Trindade e                                           Trindade e               Em. Árabes
                                                Mais alta     81,21                     78,60      Jamaica         81,21                    62,07
                                                                         Tobago                                               Tobago                   Unidos
 Afirmam ter o conhecimento, a habilidade e a   Média         47,60      ...            55,53      ...             52,01      ...           40,57      ...
 experiência necessários para se começar um
 novo negócio.                                  Mais baixa    13,73      Japão          23,63      Bangladesh      31,06      Malásia       13,73      Japão

                                                Brasil        52,78      17º              ...      ...             52,78      11º             ...      ...

                                                Mais alta     67,59      Grécia         63,05      Bangladesh      60,47      Tailândia     67,59      Grécia

                                                Média         39,40      ...            34,87      ...             37,18      ...           43,09      ...
 Afirmam que o medo de fracassar impediria
 que começassem um novo negócio.
                                                Mais baixa    15,56      Panamá         23,48      Venezuela       15,56      Panamá        35,13      Suíça

                                                Brasil        35,32      38º              ...      ...             35,32      14º             ...      ...

                                                Mais alta     89,41      Colômbia       85,50      Guatemala       89,41      Colômbia      83,37      Holanda

 Afirmam que no país, a maioria das pessoas     Média         66,02      ...            76,82      ...             70,14      ...           57,25      ...
 considera o início de um novo negócio como
 uma opção desejável de carreira.               Mais baixa    26,03      Japão          61,13      Irã             51,51      Malásia       26,03      Japão

                                                Brasil        86,33      3º               ...      ...             86,33      2º              ...      ...

                                                Mais alta     100,00     Bangladesh     100,00     Bangladesh      86,33      Brasil        83,00      Finlândia

 Afirmam que no país, aqueles que alcançam     Média          70,58      ...            79,25      ...             69,17      ...           68,88      ...
 sucesso ao iniciar um novo negócio tem status
 e respeito perante a sociedade.               Mais baixa     46,95      Croácia        67,79      Guatemala       46,95      Croácia       48,66      Rep. Tcheca

                                                Brasil        86,33      2º               ...      ...             86,33      1º              ...      ...

                                                Mais alta     85,84      Taiwan         76,18      Jamaica         83,99      Tailândia     85,84      Taiwan

 Afirmam que no país, se vê frequentemente na Média           58,74      ...            58,34      ...             59,96      ...           57,54      ...
 mídia histórias sobre novo negócios bem
 sucedidos.                                   Mais baixa      32,49      Grécia         47,73      Paquistão       32,51      Uruguai       32,49      Grécia

                                                Brasil        81,98      3º               ...      ...             81,98      2º              ...      ...

 Fonte: GEM 2011



na região onde vivem, e (ii) perceberem ter o                                         negócios reais. A qualidade e a quantidade
conhecimento, a habilidade e a experiência                                            das oportunidades detectadas, bem como a
necessários para empreender o novo negócio.                                           crença na capacidade de empreender podem
	      O processo empreendedor em um país                                             ser influenciadas por diversas condições - tais
depende, ao menos em parte, de indivíduos                                             como o nível de desenvolvimento econômico
que sejam capazes de detectar oportunidades                                           de seu país, cultura e educação. Sendo
no ambiente em que vivem e da capacidade                                              assim, é importante considerar que grupos
de transformar tais oportunidades em                                                  demograficamente diferenciados podem ter


24                                                                                                                     Empreendedorismo No Brasil
Quadro 1.2 - Postura da população em relação ao empreendedorismo – Grupo de países – 2011

                                                                                      Empreendedores     Empreendedores     Todos os
                               Mentalidade Empreendedora                                Iniciais (TEA)    Estabelecidos   respondentes

                                                                                                          Proporção (%)
       Afirmam conhecer pessoalmente alguém que começou um novo negócio nos
                                                                                           54,00             50,00           39,38
       últimos dois anos.
       Afirmam perceber para os próximos seis meses boas oportunidades para se
                                                                                           58,10             51,50           43,06
       começar um novo negócio na região onde vivem.
       Afirmam ter o conhecimento, a habilidade e a experiência necessários para se
                                                                                           83,40             81,00           52,78
       começar um novo negócio.

       Afirmam que o medo de fracassar impediria que começassem um novo negócio.           20,50             26,80           35,32

       Afirmam que no país, a maioria das pessoas gostaria que todos tivessem um
                                                                                           81,00             85,20           84,08
       padrão de vida parecido.
       Afirmam que no país, a maioria das pessoas considera o início de um novo
                                                                                           89,90             91,90           86,33
       negócio como uma opção desejável de carreira.
       Afirmam que no país, aqueles que alcançam sucesso ao iniciar um novo negócio
                                                                                           90,30             92,40           86,33
       tem status e respeito perante a sociedade.
       Afirmam que no país, se vê frequentemente na mídia histórias sobre novo
                                                                                           90,60             86,30           81,98
       negócios bem sucedidos.
       Fonte: GEM Brasil 2011


diferentes percepções sobre oportunidades                                     de empreender (73,06%). Nesse item destaca-
e capacidades, dadas as peculiaridades                                        se também a Suécia, entre os países do grupo-
culturais, históricas e socioeconômicas                                       inovação (71,49%).
específicas de cada país.                                                     	       Com relação às oportunidades e ca-
	       O Quadro 1.1 demonstra que os                                         pacidades percebidas pelos empreendedores
entrevistados dos países do grupo-fator                                       de diferentes estágios no Brasil, o Quadro 1.2
são os que mais percebem oportunidades                                        demonstra que empreendedores em fase ini-
empreendedoras na região em que vivem                                         cial tendem a perceber mais as oportunida-
(49,01%). Além disso, acreditam estar mais                                    des de novos negócios na região onde vivem
bem preparados com relação ao conhecimento,                                   (58,10%) do que os empreendedores estabele-
habilidades e experiências necessárias para                                   cidos (51,5%). Quanto à capacidade percebida
empreender os seus negócios. Embora essa                                      para dar início às novas oportunidades de ne-
constatação pareça contraditória – dado que os                                gócios tanto empreendedores iniciais quanto
países do grupo-fator são os que apresentam                                   estabelecidos apresentam confiança em suas
menor desenvolvimento econômico, é preciso                                    competências.
considerar que indivíduos em diferentes
estágios de desenvolvimento econômico                                                       1.1.3	 Medo do fracasso segundo grupo
tendem a ter diferentes tipos de negócio em                                                 de países
mente. Além disso, como já mencionado                                         	       Esta seção examina a propensão ao
anteriormente, é importante considerar que                                    risco - entre os respondentes que afirmam
grupos demograficamente diferenciados                                         identificar oportunidades de negócio - para
podem ter percepções variadas sobre as                                        colocar esses negócios em prática. Para tanto,
oportunidades e capacidades necessárias para                                  considera-se a resposta dos entrevistados
empreender.                                                                   sobre o medo de fracassar, ou seja, se esse
	       Nesse mesmo quadro é possível                                         seria um impeditivo para começarem um
notar que a proporção dos brasileiros                                         novo negócio.
respondentes que percebem oportunidades                                       	       Analisar a percepção sobre as
para empreender nos próximos seis meses                                       oportunidades de novos negócios, bem
é de 43,06% (24º lugar). Já a proporção dos                                   como a capacidade para conduzi-los, é
que afirmam ter a capacidade necessária                                       importante. No entanto, isto não é suficiente
para começar um novo negócio é de 52,78%                                      para mensurar a percepção sobre atitudes
(17º lugar). Quando comparado aos países de                                   empreendedoras. Muitas vezes o medo de
seu grupo, o Brasil encontra-se em 11º lugar,                                 empreender e de fracassar é capaz de impedir
em ambos os critérios. Já os respondentes da                                  que os indivíduos queiram transformar as
Colômbia, entre todos os países, são os que                                   oportunidades percebidas em negócios.
têm percepção mais alta sobre oportunidades                                   Sendo assim, a análise da propensão aos

Global Entrepreneurship Monitor                                                                                                          25
riscos de uma população deve ser levada em       opção desejável de carreira; (ii) se no país
conta. Nessa análise é preciso considerar que    onde vivem, aqueles que alcançam sucesso ao
características como idade, gênero ou etnia      iniciar um novo negócio têm status e respeito
podem afetar diferentemente os indivíduos        perante a sociedade; (iii) se no país onde vivem,
da população sobre a tomada de riscos.           se vê frequentemente na mídia histórias sobre
	       O Quadro 1.1 demonstra que, em           novos negócios bem sucedidos.
geral, a proporção da percepção sobre o medo     	      Uma      percepção    favorável    do
de fracasso dos entrevistados nos países do      empreendedorismo pela sociedade contribui
grupo-inovação (43,09%), é mais alta do que      com o aumento da cultura empreendedora.
a dos entrevistados dos países do grupo-         Quando os indivíduos enxergam que o
eficiência (37,18%) e do grupo-fator (34,87%).   empreendedorismo pode vir a ser uma boa
Isto porque, em geral, os empreendimentos        opção de carreira - valorizada e reconhecida
nos países do grupo-inovação envolvem            pela sociedade em que vivem - há mais
somas maiores de investimentos e nesse caso      chances de que membros de sua região
seus empreendedores têm mais a perder            venham a empreender. Histórias de sucesso
caso o negócio não dê certo, sendo menos         de empreendedores contadas pela mídia de
propensos a arriscar do que os indivíduos que    negócios e a exposição de empreendedores
têm menor estabilidade financeira.               como “heróis” tendem a reforçar as noções
                                                 positivas sobre os empreendedores.
	       Nesse mesmo quadro, com relação
a todos os países pesquisados pela pesquisa      	       Com base na análise do Quadro 1.1
GEM, é possível notar que a proporção dos        é possível constatar que os países do grupo-
brasileiros que afirmam que o medo de fra-       fator são os que possuem percepção mais
cassar impediria o começo de um novo negó-       elevada quanto ao empreendedorismo como
cio é de 35,32%. Nessa categoria de análise, o   boa opção de carreira (76,82%), e quanto ao
Brasil encontra-se em 38º lugar, sendo o medo    respeito da sociedade pelos empreendedores
de fracassar de seus respondentes mais baixo     de sucesso (79,25%). Com relação à ênfase
do que o da média dos respondentes de todos      dada pela mídia sobre novos negócios bem
os países (39,4%) e da média dos países de seu   sucedidos, os três grupos de países apresentam
                                                 percepções similares, com proporção média
grupo (37,18%).
                                                 de 58,74%.
	       Com relação à percepção sobre o medo
                                                 	      Já o Brasil, entre os entrevistados do
de fracassar percebido pelos empreendedores
                                                 grupo dos países movidos pela eficiência,
de diferentes estágios no Brasil, o Quadro 1.2
                                                 destaca-se como o país que tende a perceber
mostra que empreendedores estabelecidos
                                                 mais o respeito da sociedade por seus
têm mais receio de fracassar (26,8%) do que
                                                 empreendedores de sucesso (86,33%)
empreendedores iniciais (20,5%). É possível
                                                 superando inclusive a China. De forma geral,
que essa diferença se explique pelo fato de
                                                 as percepções sobre o empreendedorismo
que empreendedores estabelecidos já estejam
                                                 dos entrevistados brasileiros, quando
mais consolidados no mercado, e, portanto,
                                                 comparadas a todos os países, estão entre
tenham mais recursos a perder, e mais medo
                                                 as mais altas. Nesse cenário, o Brasil ocupa
de arriscar.
                                                 posição relevante, estando em 3º lugar com
                                                 relação à percepção sobre a atenção dada
       1.1.4	 Percepções sobre o empreende-
                                                 pela mídia aos empreendedores locais, e
       dorismo                                   sobre o empreendedorismo como boa opção
	      Esta seção examina as percepções da       de carreira, e em 2º lugar em relação à
sociedade com relação ao empreendedorismo        percepção sobre o respeito da sociedade pelos
em cada um dos países pesquisados pelo           empreendedores. Tais percepções são muito
GEM. Para tanto, considera-se a percepção        positivas, e retratam a valorização da cultura
dos entrevistados sobre os seguintes itens:      empreendedora pela sociedade brasileira.
(i) se a maioria das pessoas em seu país         	     O Quadro 1.2 apresenta as percepções
considera o início de um novo negócio como       sobre o empreendedorismo entre os

26                                                                  Empreendedorismo No Brasil
empreendedores brasileiros. A análise dos                                       ou favoráveis ao empreendedorismo nos
dados do quadro permite constatar que:                                          países participantes.
     •	 Todos os tipos de empreendedores têm                                    	       O questionário é finalizado por uma
         uma boa percepção do empreendedorismo                                  questão aberta que solicita ao entrevistado
         como opção de carreira (90,90%)                                        indicar os três aspectos que considera mais
                                                                                limitantes ao empreendedorismo, os três
        •	 Todos os tipos de empreendedores têm                                 mais favoráveis e três recomendações para
           boa percepção sobre o status atribuído                               melhorar o cenário. Neste item estrutura-
           aos empreendedores de sucesso                                        se a síntese da opinião dos especialistas
           (91,35%)                                                             apontando inicialmente os fatores favoráveis
                                                                                para empreender, seguidos dos fatores
        •	 A percepção sobre a atenção da
                                                                                desfavoráveis.
           mídia de negócios ao tema é elevada.
           Empreendedores iniciais (90,6%)
                                                                                       1.2.1 Fatores Favoráveis
           têm essa percepção mais elevada do
           que empreendedores estabelecidos                                     	       Os quatro fatores mais apontados pelos
           (86,30%).                                                            especialistas entrevistados como positivos
                                                                                ou favoráveis ao empreendedorismo estão
                                                                                relacionados no Quadro 1.3.

                         Quadro 1.3 - Condições favoráveis que afetam o empreendedorismo
                         segundo a percepção dos Especialistas – Brasil – 2011
                                                                                            Brasil      Média Países
                                                    Fatores Favoráveis
                                                                                                 Proporção (%)

                         EFC 9: Normas Culturais e Sociais                                  61%              22%
                         EFC 7: Acesso ao Mercado/ Abertura e Barreiras à Entrada           44%              18%
                         EFC 11 - Clima econômico                                           39%              22%
                         EFC 10 - Capacidade empreendedora                                  28%              16%
                         Fonte: GEM Brasil 2011




          1.2 Condições para empreender no                                      a) Normas Culturais e Sociais
          Brasil (EFCs), comparado ao grupo                                     	       O fator Normas Culturais e Sociais
          de países participantes – Opiniões                                    avalia até que ponto encoraja-se, ou não,
          dos especialistas entrevistados                                       ações individuais que possam levar a novas
	       A Pesquisa GEM utiliza, além do                                         maneiras de conduzir negócios ou atividades
questionário principal, um segundo instru-                                      econômicas. A posição da percepção dos
mento que é aplicado a um grupo de 36 espe-                                     especialistas brasileiros insere o Brasil em
cialistas em cada país participante, por meio                                   um ponto muito próximo à média dos países
do qual são avaliadas questões relacionadas                                     participantes do GEM. A exceção fica por
às condições de empreender2 (Entrepreneurial                                    conta do último item (em meu país, a cultura
Framework Conditions - EFC´s). 		                                               nacional encoraja o indivíduo a correr os riscos
                                                                                de iniciar um novo negócio) que apresentou
	       A     seleção   desses   especialistas                                  uma diferença maior se comparado aos outros
segue uma amostragem intencional não                                            itens, conforme mostra o Quadro 1.4.
probabilística. Utilizando uma escala Likert
de um a cinco pontos, numa escala que vai                                       Dentre os principais argumentos apontados
do mais falso (-2) ao mais verdadeiro (+2),                                     pelos especialistas em relação às normas
verifica-se até que ponto as condições atuais                                   culturais e sociais, podem ser citados:
configuram-se como limitantes, intervenientes                                          •	 “A cultura do brasileiro, que não
                                                                                           tem medo, não foge da luta mesmo
 2
   São elas: apoio financeiro, políticas governamentais, progra-
mas governamentais, educação e capacitação, pesquisa e de-                                 enfrentando diversas dificuldades.”
senvolvimento (transferência de tecnologia), infraestrutura co-
mercial e profissional, acesso ao mercado e barreiras a entrada,                      •	 “O perfil geral do empreendedor mudou
acesso a infraestrutura física, normas culturais e sociais.
                                                                                         nos últimos tempos. Ele é mais consciente

Global Entrepreneurship Monitor                                                                                               27
Quadro 1.4 - Resultados do questionário com especialistas com perguntas
               estruturadas sobre Normas Culturais e Sociais – Brasil – 2011
                                          Normas Culturais e Sociais                                Média Países       Brasil
               Em meu país, a cultura nacional apóia de modo efetivo o sucesso individual
                                                                                                        2,95           3,06
               obtido através de esforços pessoais.
               Em meu país, a cultura nacional enfatiza a auto-suficiência, autonomia e
                                                                                                        2,81           2,72
               iniciativa pessoal.

               Em meu país, a cultura nacional encoraja a criatividade e ações inovadoras.              2,73           2,58

               Em meu país, a cultura nacional enfatiza a responsabilidade que o indivíduo tem
                                                                                                        2,77           2,56
               (mais do que o coletivo) em administrar a própria vida.
               Em meu país, a cultura nacional encoraja o indivíduo a correr os riscos de iniciar
                                                                                                        2,44           2,11
               um novo negócio.
               Nota: escala de 1 a 5
               Fonte: GEM Brasil 2011



          e focado no empreendedorismo como                                    b) Acesso ao Mercado/Abertura e Barreiras
          uma opção de carreira.”                                              à Entrada
                                                                               	      Este fator avalia até que ponto os acor-
     •	      “A criatividade do brasileiro e
                                                                               dos comerciais são inflexíveis e imutáveis,
          sua adaptabilidade às diversas
                                                                               impedindo que novas empresas possam com-
          situações fazem com que ele seja
                                                                               petir e substituir fornecedores, prestadores
          capaz de sobreviver a qualquer crise
                                                                               de serviço e consultores existentes. Embora
          e supere os obstáculos que a atividade
                                                                               os especialistas reconhecem a dinâmica e as
          empreendedora oferece.”
                                                                               oportunidades do mercado brasileiro, os mes-
     •	 “O brasileiro é trabalhador, devotado,                                 mos posicionaram o Brasil abaixo da média
        não desanima. Essa determinação é                                      quando responderam as quatro últimas per-
        vital para que bons negócios prosperem                                 guntas dispostas no Quadro 1.5, que apontam
        e sejam sustentáveis no longo prazo.”                                  para questões relativas à entrada de novas
                                                                               empresas no mercado.
     •	 “O brasileiro é pró-ativo, toma a                                      	      Em relação a este ponto as opiniões
        iniciativa de realizar as ações necessárias                            dos especialistas são as seguintes:
        para que seu negócio vingue e prospere,
                                                                                           •	 “As oportunidades existentes no país
        o que facilita na superação dos entraves
                                                                                              são os principais atrativos a atividades
        comuns à realidade brasileira.”
                                                                                              empreendedoras, graças às diferenças
     •	 “Aumento da cultura de estabelecer                                                    regionais e de classe social no país.”
        parcerias.”
                                                                                           •	 “O vencimento das barreiras de
     •	 “A falta de capacitação de parte da                                                   mercado tradicionais ocasionada pela
        população que inviabiliza o acesso                                                    abertura multiplicou as expectativas/
        a empregos com carteira assinada,                                                     oportunidades de novos negócios tanto
        leva à abertura de novos negócios                                                     no país como para a exportação.”
        para seu sustento (empreendedor por
                                                                                           •	 “Uma vez que temos pessoas que
        necessidade).”
                                                                                              compram mais, precisamos oferecer
     •	 “O ambiente brasileiro é bastante                                                     mais, o que significa alta competitividade
        democrático e não discriminatório.                                                    (mesmo produto, mesmo mercado) ou
        Em qualquer lugar do país é possível                                                  novos produtos, novas necessidades,
        empreender. O ambiente para novos                                                     novas opções de ofertas, de modo que
        negócios é bastante aberto e aceita                                                   este é um aspecto muito relevante para
        as diferentes idéias e vertentes de                                                   o empreendedorismo.”
        qualquer empreendedor que se lance no
                                                                               c) Clima econômico
        mercado.”
                                                                               	     Em relação ao clima econômico
                                                                               não foram exploradas questões específicas

28                                                                                                                 Empreendedorismo No Brasil
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GEM 2011 relatório Brasil empreendedorismo

  • 1. GEM 2011 Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil
  • 3. Embora os dados utilizados neste trabalho tenham sido coletados pelo Consórcio GEM, suas análises e interpretações são de responsabilidade exclusiva dos autores. A permissão para utilização de conteúdos do GEM 2010/2011 Global Report, que compõem este relatório, foi gentilmente cedida pelos detentores dos direitos autorais. O GEM é um consórcio internacional e este relatório foi produzido a partir de dados provenientes de 54 países no ciclo 2011 da pesquisa. Nosso agradecimento especial aos autores, pesquisadores, organismos financiadores e outros colaboradores que fizeram com que isso fosse possível. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Elaborado por: Marta Oliveira Mendes - CRB 09/1070 G562 Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil : 2011 Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira Greco; autores : Tales Andreassi... [et al] -- Curitiba: IBQP, 2011. 118p. : il. Vários autores: Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia Duarte Gilberto Sarfati Joana Paula Machado Júlio César Felix Laura Pansarella Marcelo Aidar Mario Tamada Neto Marcus Salusse Rene Rodrigues Fernandes Rodrigo Hermont Ozon Romeu Hebert Friedlaender Junior Simara Maria de Souza Silveira Greco Tales Andreassi Vanderlei Moroz Vania Nassif Inclui bibliografias. ISBN 975-85-87446-15-2 1. Empreendedorismo – Brasil. 2. Inovações Tecnológicas – Brasil. I. Global Entrepreneurship Research Association. II. Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade. III. Greco, Simara Maria de Souza Silveira (Coord.). IV. Duarte, Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia. V. Sarfati, Gilberto. VI. Machado, Joana Paula. VII. Felix, Júlio César. VIII. Pansarella, Laura. IX. Aidar, Marcelo. X. Tamada Neto, Mario. XI. Salusse, Marcus. XII. Fernandes, Rene Rodrigues. XIII. Ozon, Rodrigo Hermont. XIV. Friedlaender Junior, Romeu Hebert. XV. Andreassi, Tales. XVI. Moroz, Vanderlei. XVII. Nassif, Vania. XVIII. Título. CDD ( 22.ed) - 658.110981
  • 4. COORDENAÇÃO DO GEM INTERNACIONAL Pio Cortizo – Gerente da Unidade de Gestão Estratégica (UGE) Global Entrepreneurship Research Association – GERA Serviço Social da Indústria (SESI/PR) Babson College, Estados Unidos Edson Luiz Campagnolo – Presidente SESI/ Universidad del Desarrollo, Chile PR Universiti Tun Abdul Razak, Malásia José Antonio Fares – Diretor Superintendente SESI/PR London Business School, Reino Unido Universidade Federal do Paraná (UFPR) NACIONAL Zaki Akel Sobrinho – Reitor Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) Sergio Scheer – Pró-reitor de Pesquisa e Pós- gradução INSTITUIÇÕES EXECUTORAS DO Emerson Carneiro Camargo – Diretor Executivo da Agência de Inovação UFPR GEM NO BRASIL Instituto Brasileiro da Qualidade e Instituto de Tecnologia do Paraná – Produtividade (IBQP) Tecpar Eduardo Camargo Righi – Diretor Presidente Júlio César Felix Alcione Belache – Diretor Executivo Maurício Fernando Cunha Smijtink – Diretor Executivo Fundação Getulio Vargas - FGV-EAESP Carlos Ivan Simonsen Leal – Presidente da FGV Maria Tereza Leme Fleury – Diretora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo Tales Andreassi – Coordenador do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios INSTITUIÇÕES PARCEIRAS Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) – Patrocinador Master Roberto Simões – Presidente do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho – Diretor Presidente Carlos Alberto dos Santos – Diretor Técnico José Claudio dos Santos – Diretor de Administração e Finanças Global Entrepreneurship Monitor 3
  • 5. EQUIPE TÉCNICA Coordenação Geral – IBQP Capa Simara Maria de Souza Silveira Greco Fabiane Solarewicz de Lima Coordenação de Análises e de Redação Projeto gráfico e diagramação – FGV-EAESP Juliana Montiel Tales Andreassi Gráfica Equipe Fixa – IBQP Imprensa da UFPR Romeu Hebert Friedlaender Junior Mario Tamada Neto Pesquisadores e analistas Eliane Cordeiro de Vasconcellos Garcia Duarte – UFPR Gilberto Sarfati – FGV-EAESP Joana Paula Machado - IBQP Laura Pansarella – FGV-EAESP - Marcelo Aidar – FGV-EAESP Mario Tamada Neto – IBQP Marcus Salusse – FGV-EAESP Rene Rodrigues Fernandes – FGV-EAESP Rodrigo Hermont Ozon – IBQP Romeu Hebert Friedlaender Junior - IBQP Simara Maria de Souza Silveira Greco – IBQP Tales Andreassi – FGV-EAESP Vanderlei Moroz – UFPR Vania Nassif – FGV-EAESP Revisão Júlio César Felix - TECPAR Pesquisa de Campo com População Adulta Bonilha Comunicação e Marketing S/C Ltda. Pesquisa de Campo com Especialistas Nacionais em Empreendedorismo Entrevistadores Simara Maria de Souza Silveira Greco Romeu Hebert Friedlaender Junior Ana Beatriz Tiemi Kawakami Leonardo Henrique Nardim Graça Maria Simões Luz 4 Empreendedorismo No Brasil
  • 6. ENTREVISTADOS NA PESQUISA COM ESPECIALISTAS Adriana Monteiro Fonseca Produtivo Orientado do MTE Pequenas Empresas Grandes Negócios João Marcos Varella Alexsandro Vanin Consultor e Autor do livro Desafio de Revista Empreendedor empreender Alice Sosnowski João Paulo Garcia Leal Objecta Internet e Blog O Pulo do Gato IBRAC - Instituto Brasileiro de Estudos da Concorrência, Consumo e Comércio Allan Marcelo de Campos Costa Internacional SEBRAE/PR Jorge de Paula Costa Avila Ana Lúcia Vitale Torkomian Instituto Nacional da Propriedade Industrial- SETEC/MCT INPI Antonio Carlos Filgueira Galvão José Arnaldo Deutscher Centro de Gestão e Estudos Estratégicos- Fundo Criatec (capital semente) CGEE Leonardo Guimarães Ataliba C. Gonçalves Porto Digital VH Consultores: Planejamento de Negócios & Gestão Financeira. Lia Hasenclever Universidade Federal do Rio de Janeiro Batista Salgado Gigliotti FRAN SYSTEMS CONSULTORIA LTDA. Luiz Carlos Floriani Associação das Organizações de Belmiro Valverde Jobim Castor Microcrédito de SC - Amcred Professor universitário e consultor de empresas Marcelo Hiroshi Nakagawa USP Bernt Entschev Empresário e consultor Marcus Rizzo Especialista em franquias Bruno Dantas Fontes Loop Marketing Mario Ponci Neto Chilli Beans Carlos Eduardo Assumpção Olesko Cymimasa transmissora de energia Renata Alves Blog Gestão Feminina Eduardo Augusto Machado Conaje - Confederação nacional de Jovens Ronaldo Duschenes Empresários Flexiv Móveis para Escritório Eduardo Faria Daltro Sergio Lozinsky Esfera Quatro Consultor em Intraempreendedorismo Erik Camarano Silvio Meira Movimento Brasil Competitivo-MBC Universidade Federal de Pernambuco/ C.E.S.A.R – Centro de Estudos Avançados do Fabiana Carvalho Recife IEL - BA Tales Andreassi Fábio Roberto Fowler FGV-EAESP Universidade Federal de Itajubá Vanessa Caldas Chabar Francilene Procópio Garcia Mulher Empreendedora Anprotec Vanessa Ishikawa Rasoto Francisco Wandercley M. da Silva Agência de Inovação da UTFPR Programa Nacional do Microcrédito Global Entrepreneurship Monitor 5
  • 7. 6 Empreendedorismo No Brasil
  • 8. SUMÁRIO 2.1 Principais taxas em 2011: Brasil e demais grupos de países ........................................................................39 Lista de Quadros...............................................9 2.2 Evolução das taxas do Brasil de 2002 a 2011 ........................................................................40 Lista de figuras................................................12 2.3 Comparação das taxas do Brasil com demais países em 2011 Agradecimento................................................13 ........................................................................41 Prefácio.............................................................15 2.4 Principais atividades desenvolvidas pelos empreendedores brasileiros Introdução........................................................17 ........................................................................43 1 - Postura da população em relação à ativi- 3 - Características dos empreendedores dade empreendedora e condições para em- ...................................................................................47 preender no Brasil e nos demais países par- ticipantes 3.1 Motivação ...................................................................................23 ........................................................................47 1.1 Mentalidade empreendedora no Brasil com- 3.2 Empreendedores segundo o gênero parada aos grupos de países participantes – Re- ........................................................................50 sultado da pesquisa com população adulta bra- sileira 3.3 Empreendedores segundo a faixa etária ........................................................................23 ........................................................................53 1.1.1 Conhecimento sobre a abertura de novos 3.4 Empreendedores segundo a renda negócios ........................................................................54 ........................................................................23 3.5 Empreendedores segundo a escolaridade 1.1.2 Oportunidades e Capacidades Percebidas ........................................................................56 ........................................................................23 1.1.3 Medo do fracasso segundo grupo de países 4 - Características dos Empreendimentos ........................................................................25 ...................................................................................61 1.1.4 Percepções sobre o empreendedorismo 4.1 Geração de empregos ........................................................................26 ........................................................................61 1.2 Condições para empreender no Brasil (EFCs), 4.2 Impacto no mercado em termos de novidade comparado ao grupo de países participantes – do produto e concorrência Opiniões dos especialistas entrevistados ........................................................................63 ........................................................................27 4.3 Tecnologia 1.2.1 Fatores Favoráveis ........................................................................64 ........................................................................27 4.4 Orientação internacional 1.2.2 Fatores limitantes ........................................................................65 ........................................................................31 5 - Recomendações de melhorias no ambiente 2 - Empreendedores do Brasil e países parti- para empreender no Brasil – Visão dos especia- listas entrevistados cipantes do GEM segundo o estágio dos em- ...................................................................................71 preendimentos3 e nível de desenvolvimento econômico dos países 5.1 Recomendações para o quesito Políticas Go- ...................................................................................39 vernamentais ........................................................................71 Global Entrepreneurship Monitor 7
  • 9. 5.2 Recomendações para o quesito Educação e Capacitação ........................................................................71 5.3 Recomendações para o quesito Infra Estrutu- ra Comercial e Profissional ........................................................................72 5.4 Recomendações para o quesito Normas Cul- turais e Sociais ........................................................................72 5.5 Recomendações para o quesito Apoio Finan- ceiro ........................................................................73 6 - Tópico Especial - Intraempreendedoris- mo ...........................................................................77 6.1 Intraempreendedorismo por gênero ........................................................................78 6.2 Intraempreendedorismo por faixa etária ........................................................................79 6.3 Intraempreendedorismo por faixa de renda ........................................................................79 6.4 Intraempreendedorismo por escolaridade ........................................................................80 Referências..............................................................83 Apêndice 1 – Considerações sobre metodologia e procedimentos ...................................................................................87 Apêndice 2 – Principais dados e taxas ...................................................................................99 Apêndice 3 – Equipes e Patrocinadores do GEM 2011 .................................................................................113 8 Empreendedorismo No Brasil
  • 10. LISTA DE QUADROS Quadro I.1 - Classificação dos países participantes Quadro 2.1 - Empreendedores segundo o estágio segundo as fases do desenvolvimento econômico do empreendimento – Brasil – Comparativo ...................................................................................19 2010-2011 ...................................................................................39 Quadro 1.1 - Postura da população em relação ao empreendedorismo – Grupo de países – 2011 Quadro 2.2 - Empreendedores segundo o estágio ...................................................................................24 do empreendimento – Grupo de Países – 2011...... . ...................................................................................42 Quadro 1.2 - Mentalidade empreendedora Brasil – 2011 Quadro 2.3 - Principais atividades dos empreen- ...................................................................................25 dedores iniciais – Brasil – 2011 ...................................................................................43 Quadro 1.3 - Condições favoráveis que afetam o empreendedorismo segundo a percepção dos Es- Quadro 2.4 - Principais atividades dos empreen- pecialistas – Brasil – 2011 dedores estabelecidos – Brasil – 2011 ...................................................................................27 ...................................................................................44 Quadro 1.4 - Resultados do questionário com es- Quadro 3.1 - Empreendedores em estágio inicial pecialistas com perguntas estruturadas sobre Nor- (TEA) segundo a motivação – Grupo de Países – mas Culturais e Sociais – Brasil – 2011 2011 ...................................................................................28 ...................................................................................48 Quadro 1.5 - Resultados do questionário com Quadro 3.2 - Empreendedores iniciais segundo a especialistas com perguntas estruturadas sobre motivação - Brasil - Comparativo 2010-2011 Acesso ao Mercado/Abertura e Barreiras à Entra- ...................................................................................49 da – Brasil – 2011 ...................................................................................29 Quadro 3.3 - Motivação para empreender segun- do as principais atividades – Brasil – 2011 Quadro 1.6 - Resultados do questionário com espe- ...................................................................................49 cialistas com perguntas estruturadas sobre Capa- cidade Empreendedora: Motivação – Brasil – 2011 Quadro 3.4 - Empreendedores em estágio inicial ...................................................................................30 (TEA) segundo gênero – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................51 Quadro 1.7 - Resultados do questionário com espe- cialistas com perguntas estruturadas sobre Capa- Quadro 3.5 - Percentual de empreendedores se- cidade Empreendedora: Potencial – Brasil – 2011 gundo o gênero - Brasil - 2001 a 2011 ...................................................................................30 ...................................................................................52 Quadro 1.8 - Fatores limitantes que afetam o em- Quadro 3.6 - Principais atividades desenvolvidas preendedorismo segundo percepção dos especia- pelos empreendedores em estágio inicial segundo listas – Brasil – 2011 gênero – Brasil – 2011 ...................................................................................31 ...................................................................................52 Quadro 1.9 - Resultados do questionário com es- Quadro 3.7 - Taxa de empreendedores em estágio pecialistas com perguntas estruturadas sobre Polí- inicial (TEA) segundo a faixa etária – Grupo de ticas Governamentais – Brasil – 2011 Países – 2011 ...................................................................................32 ...................................................................................53 Quadro 1.10 - Resultados do questionário com Quadro 3.8 - Taxa de empreendedores estabele- especialistas com perguntas estruturadas sobre cidos segundo a faixa etária – Grupo de Países – Apoio Financeiro – Brasil – 2011 2011 ...................................................................................33 ...................................................................................53 Quadro 1.11 - Resultados do questionário com Quadro 3.9 - Percentual de empreendedores se- especialistas com perguntas es¬truturadas sobre gundo a faixa etária – Brasil – 2001 a 2011 Educação e Capacitação – Brasil – 2011 ...................................................................................53 ...................................................................................34 Global Entrepreneurship Monitor 9
  • 11. Quadro 3.10 - Empreendedores em estágio inicial Quadro 4.8 - Empreendimentos estabelecidos se- (TEA) segundo a faixa de renda – Grupo de Países gundo o nível de tecnologia – Grupo de Países – – 2011 2011 ...................................................................................55 ...................................................................................65 Quadro 3.11 - Empreendedores estabelecidos se- Quadro 4.9 - Empreendimentos segundo a idade gundo a faixa de renda – Grupo de Países – 2011 da tecnologia – Brasil – Comparativo 2010-2011 ...................................................................................55 ...................................................................................65 Quadro 3.12 - Percentual de empreendedores se- Quadro 4.10 - Orientação internacional de empre- gundo a renda em salários mínimos- Brasil - 2001 endedores iniciais – Grupos de Países – 2011 a 2011 ...................................................................................66 ...................................................................................56 Quadro 4.11 - Orientação internacional de em- Quadro 3.13 - Empreendedores em estágio inicial preendedores estabelecidos – Grupos de Países – (TEA) segundo o nível de escolaridade – Grupo 2011 de Países – 2011 ...................................................................................67 ...................................................................................57 Quadro 4.12 - Orientação internacional de empre- Quadro 3.14 - Empreendedores estabelecidos se- endedores iniciais estabelecidos – Brasil – Compa- gundo o nível de escolaridade – Grupo de Países rativo 2010-2011 – 2011 ...................................................................................67 ...................................................................................57 Quadro 6.1 - Atividade Empreendedora de Em- Quadro 3.15 - Percentual de empreendedores se- pregados (EEA) – Grupo de Países – 2011 gundo o nível de escolaridade – Brasil – 2011 ...................................................................................78 ...................................................................................58 Quadro 6.2 - Atividade Empreendedora de Em- Quadro 4.1 - Empreendimentos segundo a expec- pregados (EEA) segundo o Gênero – Brasil – 2011 tativa de geração de empregos – Brasil – Compa- ...................................................................................78 rativo 2010-2011 ...................................................................................62 Quadro 6.3 - Atividade Empreendedora de Em- pregados (EEA) segundo a Faixa Etária – Brasil – Quadro 4.2 - Empreendimentos em estágio inicial 2011 segundo a expectativa de geração de empregos – ...................................................................................79 Grupo de Países – 2011 ...................................................................................62 Quadro 6.4 - Atividade Empreendedora de Em- pregados (EEA) segundo a Faixa de Renda – Brasil Quadro 4.3 - Empreendimentos em estágio inicial – 2011 segundo a concorrência e novidade do produto – ...................................................................................80 Grupo de Países – 2011 ...................................................................................63 Quadro 6.5 - Atividade Empreendedora de Em- pregados (EEA) segundo o nível de escolaridade Quadro 4.4 - Empreendimentos estabelecidos se- – Brasil – 2011 gundo a concorrência e novidade do produto – ...................................................................................80 Grupo de Países – 2011 ...................................................................................63 Quadro A1.1 - Terminologias e principais medi- das do GEM Quadro 4.5 - Empreendimentos segundo a novi- ...................................................................................90 dade do produto ou serviço – Brasil – Comparati- vo 2010-2011 Quadro A1.2 - Descrição das condições que afetam ...................................................................................64 o empreendedorismo (EFC) segundo o modelo do GEM Quadro 4.6 - Empreendimentos segundo o núme- ...................................................................................91 ro de concorrentes – Brasil – Comparativo 2010- 2011 Quadro A1.3 - Países participantes do GEM de ...................................................................................64 2001 A 2010 ...................................................................................92 Quadro 4.7 - Empreendimentos em estágio inicial segundo o nível de tecnologia – Grupo de Países Quadro A1.4 - Resumo do plano amostral da pes- – 2011 quisa com população adulta – GEM Brasil – 2011 ...................................................................................65 ...................................................................................94 10 Empreendedorismo No Brasil
  • 12. Quadro A1.5 - Principais diferenças entre os da- Quadro A2.12 - Características dos empreendedo- dos da pesquisa com população adulta do GEM e res segundo motivação - Brasil – 2011 os dados de registros formais de negócios .................................................................................109 ...................................................................................95 Quadro A2.13 - Características dos empreendi- Quadro A2.1 - Taxa de atividade empreendedora mentos segundo estágio – Brasil – 2011 segundo estágio e fase do desenvolvimento econô- .................................................................................110 mico – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................99 Quadro A2.14 - Características dos empreendi- mentos segundo motivação – Brasil – 2011 Quadro A2.2 - Taxa dos empreendedores iniciais .................................................................................110 segundo motivação e fase do desenvolvimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................100 Quadro A2.3 - Taxa dos empreendedores iniciais (TEA) segundo gênero e fase do desenvolvimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................101 Quadro A2.4 - Taxa dos empreendedores estabele- cidos segundo gênero e fase do desenvolvimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................102 Quadro A2.5 - Taxa dos empreendedores iniciais (TEA) segundo faixa etária e fase do desenvolvi- mento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................103 Quadro A2.6 - Taxa dos empreendedores estabe- lecidos segundo faixa etária e fase do desenvolvi- mento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................104 Quadro A2.7 - Taxa dos empreendedores iniciais (TEA) segundo grau de escolaridade e fase do desenvolvimento econômico - Grupo de Países – 2011 .................................................................................105 Quadro A2.8 - Taxa dos empreendedores estabe- lecidos segundo grau de escolaridade e fase do desenvolvimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................106 Quadro A2.9 - Taxa dos empreendedores iniciais (TEA) segundo faixa de renda e fase do desenvol- vimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................107 Quadro A2.10 - Taxa dos empreendedores estabe- lecidos segundo faixa de renda e fase do desenvol- vimento econômico – Grupo de Países – 2011 .................................................................................108 Quadro A2.11 - Características dos empreendedo- res segundo estágio – Brasil – 2011 .................................................................................109 Global Entrepreneurship Monitor 11
  • 13. LISTA DE FIGURAS Figura I.1 - O processo empreendedor segundo Figura 3.7 - Empreendedores em estágio inicial definições adotadas pelo GEM (TEA) segundo a faixa de renda – Grupo de Paí- ...................................................................................17 ses – 2011 ...................................................................................55 Figura 2.1 - Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) – Brasil – 2002:2011 Figura 3.8 - Empreendedores estabelecidos segun- ...................................................................................40 do a faixa de renda – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................56 Figura 2.2 - Evolução da taxa de empreendedores nascentes – Brasil – 2002:2011 Figura 3.9 - Empreendedores em estágio inicial ...................................................................................41 (TEA) segundo o nível de escolaridade – Grupo de Países – 2011 Figura 2.3 - Evolução da taxa de empreendedores ...................................................................................57 novos – Brasil – 2002:2011 ...................................................................................41 Figura 3.10 - Empreendedores estabelecidos se- gundo o nível de escolaridade – Grupo de Países Figura 2.4 - Evolução da taxa de empreendedores – 2011 estabelecidos – Brasil – 2002:2011 ...................................................................................58 ...................................................................................41 Figura 6.1 - Atividade Empreendedora de Empre- Figura 2.5 - Atividade empreendedora em estágio gados (EEA) segundo a fase de desenvolvimento inicial (TEA) segundo a fase de desenvolvimento econômico, mostrando 95% de intervalo de con- econômico – Grupo de Países – 2011 fiança – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................42 ...................................................................................77 Figura 2.6 - Atividade empreendedora em estágio Figura A1.1 - O modelo GEM Estabelecido segundo a fase de desenvolvimento ...................................................................................88 econômico – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................43 Figura A1.2 - O processo empreendedor ...................................................................................89 Figura 3.1 - Empreendedorismo por oportunidade como percentual da TEA segundo a fase de desen- volvimento econômico – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................47 Figura 3.2 - Evolução da taxa de empreendedo- res iniciais (TEA) por oportunidade – Brasil – 2002:2011 ...................................................................................50 Figura 3.3 - Evolução da taxa de empreendedores iniciais (TEA) por necessidade – Brasil – 2002:2011 ...................................................................................50 Figura 3.4 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo gênero – Brasil – 2001:2011 ...................................................................................51 Figura 3.5 - Taxa de empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo a faixa etária – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................54 Figura 3.6 - Taxa de empreendedores estabelecidos segundo a faixa etária – Grupo de Países – 2011 ...................................................................................54 12 Empreendedorismo No Brasil
  • 14. AGRADECIMENTOS O Instituto Brasileiro de Quali- Por fim, agradecemos ainda aos dade e Produtividade nasceu da conver- professores, cientistas, especialistas, mestres, gência de esforços governamentais e doutores, e demais pesquisadores brasileiros lideranças empresariais para incentivar o que, ao utilizar os resultados da pesquisa, empreendedorismo, através do aperfei- auxiliam no desenvolvimento do estudo sobre çoamento da gestão nas organizações o empreendedorismo no Brasil. brasileiras. Para terminar, gostaria de salientar Com o intuito de concretizar esse a importância dos empreendedores, que escopo – e, com isso, promover uma cultura ao concentrarem esforços direcionados a cada vez mais empreendedora no Brasil –, superação dos desafios do mundo globalizado, o IBQP está há mais de uma década à frente procurando fazer melhor hoje do que ontem e da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship melhor amanhã do que hoje, desempenham um Monitor), para poder assim entender melhor papel fundamental na melhora da qualidade o perfil empreendedor do cidadão brasileiro. de vida de toda população brasileira. O SEBRAE, ao longo de todos esses anos, tem sido o principal parceiro do IBQP nesta empreitada. Por esta razão merece um Eduardo Righi agradecimento especial pelo fundamental Diretor Presidente do IBQP e imprescindível apoio na realização, utilização e propagação dos dados fornecidos pela pesquisa, valorizando o papel do empreendedor na sociedade contemporânea brasileira. Outro agradecimento deve ser feito para a Federação das Indústrias do Estado do Paraná e para o SESI/PR, parceiros constantes que muito contribuem para o sucesso da pesquisa. No ano de 2011 é importante destacar a parceria feita com a Fundação Getúlio Vargas, cujo notório conhecimento técnico está contribuindo de forma ímpar para o sucesso da pesquisa, merecendo, portanto, o nosso especial agradecimento. Destacamos também o apoio da Universidade Federal do Paraná e do Instituto de Tecnologia do Paraná, organizações que muito têm contribuído para o sucesso desta publicação. Um agradecimento especial para os especialistas entrevistados, os quais engrandecem esta pesquisa com suas opiniões, dividindo o conhecimento e experiência sobre empreendedorismo com os leitores desta obra. Gostaríamos, outrossim, de lembrar a participação do Instituto Bonilha, responsável pela pesquisa de campo, e de todos os outros colaboradores, da equipe do IBQP e demais analistas convidados. Global Entrepreneurship Monitor 13
  • 15. 14 Empreendedorismo No Brasil
  • 16. PREFÁCIO Os Novos Caminhos do Empreendedorismo Esta é a 12ª edição do GEM em que o ambiente favorável aos pequenos negócios. Brasil participa. Durante os últimos doze anos, O estudo mostra ainda que o temos acompanhado atentamente a evolução otimismo para empreender no país é maior das características do empreendedorismo que a média mundial e que a proporção das no país, assim como nos demais países mulheres na TEA (49%) é a quarta maior, participantes do estudo. entre os 54 países pesquisados.Quanto à Este ano, foram 54 países participantes. faixa etária dos empreendedores no Brasil há E em todos os anos, surgem novas informações um elevado contingente de jovens, entre 25 que aumentam nosso conhecimento sobre e 34 anos, que está envolvido com a criação o tema, assim como fornecem as bases para de novos negócios, em contraposição aos pensar as políticas voltadas para o estímulo ao Empreendedores Estabelecidos, onde é mais empreendedorismo e aos pequenos negócios. forte a presença de pessoas entre 45 e 54 anos Uma das inovações deste estudo No campo social, verifica-se que, ao foi sistematizar as informações para todo contrário da maioria dos países, no Brasil o conjunto de empreendedores. Até a a TEA é proporcionalmente mais alta nos versão passada, a análise centrou-se nos grupos de renda mais baixa, o que reforça o empreendedores envolvidos na criação de papel do empreendedorismo no processo de um negócio e até os primeiros 42 meses desse inclusão social, em nosso país. negócio, que é a taxa de Empreendedores Finalmente, o estudo mostra ainda Iniciais, ou TEA. O foco era conhecer o processo que, cada vez mais, o brasileiro considera o de criação de novos negócios, fenômeno que início de um novo negócio como uma opção ajuda a explicar o processo de crescimento e desejável de carreira. desenvolvimento de uma economia. A partir A publicação deste livro é o primeiro, deste ano, foram sistematizados também os entre os muitos passos que daremos, no dados dos empreendedores com mais de 42 sentido de levar aos formuladores de políticas meses de operação, os “Empreendedores em favor do empreendedorismo, no Brasil, as Estabelecidos”, que desempenham importante referências indispensáveis ao aperfeiçoamento papel na manutenção da atividade econômica dessas políticas, para que possamos maximizar e na geração de emprego e renda. os resultados do empreendedorismo para o Com isso, passamos a ter uma visão crescimento e desenvolvimento do país. mais ampla do empreendedorismo. Fenômeno dominado predominantemente por micro e pequenas empresas, que, em se tratando só do setor formal já são responsáveis por 52% dos Luiz Barretto empregos e cerca de 2/3 de todos os postos de Presidente do Sebrae trabalho do setor privado no país. Como resultado do estudo, verifica- se que há no Brasil cerca de 27 milhões de adultos, entre 18 e 64 anos, que estão envolvidos na criação ou já administram um negócio. Isso representa mais de 1 em cada 4 indivíduos da população adulta do país. Com isso, o Brasil possui, hoje, a 3ª maior população empreendedora, em números absolutos, entre os 54 países estudados. Isso, em si, evidencia a necessidade do país ter permanentemente uma política voltada para o estímulo ao empreendedorismo, e para a criação de um Global Entrepreneurship Monitor 15
  • 17. 16 Empreendedorismo No Brasil
  • 18. INTRODUÇÃO Em 2011, pelo 12° ano consecutivo, o Neste ano de 2011 a pesquisa do GEM Brasil participa do Global Entrepreneurship contou com a participação de 54 países que Monitor – GEM, projeto de pesquisa sem fins realizaram as duas principais atividades de lucrativos que tem por objetivo a geração e pesquisa - o levantamento de dados junto divulgação de informações sobre a atividade à população com idade entre 18 e 64 anos empreendedora em âmbito mundial. O GEM e a obtenção de opiniões de profissionais iniciou-se em 1999, fruto de uma parceria entre e empreendedores sobre as condições Babson College e London Business School, existentes nos países para o desenvolvimento duas escolas internacionalmente reconhecidas, de novos negócios. Especificamente com envolvendo 10 países. Hoje o GEM é um relação à pesquisa GEM no Brasil, foram projeto robusto, já realizado em mais de 86 entrevistados 2000 indivíduos entre 18 e 64 países nos cinco continentes, e consolidando- anos representativos da população brasileira se como uma referência e uma fonte única de nesta faixa etária e 36 profissionais de informações sobre empreendedorismo para diversos segmentos da sociedade brasileira pesquisadores do tema. relacionados ao empreendedorismo que relataram sua visão sobre as condições para A pesquisa do GEM segue uma empreender no Brasil. rigorosa metodologia científica para garantir a validade e a confiabilidade das informações Como a definição de divulgadas. As atividades das equipes empreendedorismo encontra diferentes envolvidas na pesquisa são coordenadas vertentes, é importante deixar claro qual o pelo Global Entrepreneurship Research conceito utilizado pela pesquisa do GEM. Association – GERA, organização proprietária O principal propósito do GEM é medir o da marca GEM e responsável pela gerência envolvimento dos indivíduos na criação de administrativa e técnica das operações do novos negócios, ou seja, o empreendedor em GEM no mundo. No Brasil o GEM é conduzido, estágio inicial. A medida adotada pelo GEM, Figura I.1 - O processo empreendedor segundo definições adotadas pelo GEM desde seu início, em 2000, pelo Instituto Total Early-Stage Entrepreneurial Activity - Brasileiro da Qualidade e Produtividade – TEA, traduzida como Taxa de Empreendedores IBQP, com o apoio técnico e financeiro de em Estágio Inicial, inclui os indivíduos que diversas instituições nacionais. Em 2011, o estão no processo de iniciar um novo negócio IBPQ firmou uma parceria com o Centro bem como aqueles que estão conduzindo um de Empreendedorismo e Novos Negócios negócio há menos de 42 meses. Tal medida da Fundação Getulio Vargas para que os acaba sendo o grande diferencial da pesquisa resultados sejam analisados conjuntamente do GEM quando comparada a outras bases pelas duas instituições. de dados sobre o empreendedorismo, dado Figura I.1: O processo empreendedor segundo definições adotadas pelo GEM Contexto empreendedor Características do Postura da Ambiente Descontinuidade indivíduo sociedade institucional Empreendedor Potencial Fases do empreendedorismo • Vê oportunidades Nascente Novo Estabelecido • Tem conhecimento Intenções e habilidades •Não tem medo do fracasso • Atitude positiva Global Entrepreneurship Monitor 17
  • 19. que a maioria dessas bases são formadas por Mantendo a linha de análise dos dois registros formais de empresas. últimos anos, para efeitos de comparação dos Apesar do foco principal do GEM resultados entre países e conforme descrito ser a TEA, os empreendedores estabelecidos no Global Report 2010, o GEM agrupa as também entram na pesquisa. Conforme economias dos países participantes em três descrito na Figura I.1, o GEM entende o níveis1: países impulsionados por fatores, empreendedorismo como um processo países impulsionados pela eficiência e países que compreende as diferentes fases de impulsionados pela inovação. As economias desenvolvimento dos empreendimentos, impulsionadas por fatores são dominadas desde a intenção de iniciar um negócio, pela agricultura de subsistência e negócios passando pelo processo de efetivamente iniciá- extrativistas, com uma forte dependência lo (empreendedores de negócios nascentes do trabalho e dos recursos naturais. Nas com até três meses) e chegando ao estágio de economias impulsionadas pela eficiência administrar esse negócio seja num momento o desenvolvimento é caracterizado pela ainda inicial (empreendedores de negócios industrialização e pelos ganhos em economias novos com até 42 meses) ou já estabelecido de escala, com predominância de grandes (empreendedores de negócios estabelecidos). organizações intensivas em capital. À medida que o desenvolvimento avança, os negócios Embora no estudo global internacional são mais intensivos em conhecimento e o o GEM já esteja se referindo há alguns anos setor de serviços se expande, caracterizando aos empreendedores estabelecidos, além as economias impulsionadas pela inovação. dos empreendedores considerados no cálculo da TEA, foco da pesquisa, o estudo O Quadro I.1 apresenta os países do Brasil focava apenas os empreendedores participantes da pesquisa 2011 classificados iniciais. Este ano, no intuito de explorar mais segundo os três níveis anteriormente descritos. elementos na compreensão do fenômeno, são Para simplificar a leitura, no decorrer do também analisados aspectos relacionados ao documento estes três níveis serão tratados empreendedor estabelecido. simplificadamente como grupo-fator, grupo- eficiência e grupo-inovação. Quadro I.1 - Classificação dos países participantes segundo as fases do desenvolvimento econômico Países impulsionados Países impulsionados Países impulsionados por fatores pela eficiência pela inovação Argélia África do Sul Alemanha Bangladesh Argentina Austrália Guatemala Barbados Bélgica Irã Bósnia e Herzegovina Cingapura Jamaica Brasil Coréia do Sul Paquistão Chile Dinamarca Venezuela China Emirados Árabes Unidos Colômbia Eslovênia Croácia Espanha Eslováquia Estados Unidos Hungria Finlândia Letônia França Lituânia Grécia Malásia Holanda México Irlanda Panamá Japão Peru Noruega Polônia Portugal Romênia Reino Unido Rússia República Tcheca Tailândia Suécia Trindade e Tobago Suíça Turquia Taiwan Uruguai Fonte: GEM 2011 1 Essa classificação é baseada no Relatório de Competitividade Global (Global Competitiveness Report) – Publicação do Fó- rum Econômico Mundial que identifica três fases do desenvol- vimento econômico, considerando o PIB per capita e a parcela das exportações relativa aos bens primários. 18 Empreendedorismo No Brasil
  • 20. Este Relatório está estruturado em 9 partes, iniciando-se com esta introdução, se- guida por seis capítulos e sendo finalizado por uma lista de referências e relação de apên- dices. O Capítulo 1 apresenta o contexto em que acontece a atividade empreendedora no país, descrevendo as atitudes e opiniões dos brasileiros perante os movimentos de criação de novos negócios, bem como, as condições presentes no ambiente que condicionam as iniciativas empreendedoras no país segun- do a visão dos especialistas entrevistados. O Capítulo 2 apresenta e compara os empre- endedores brasileiros com os demais países participantes da pesquisa, segundo o estágio dos empreendimentos e o nível de desenvol- vimento econômico dos países. O Capítulo 3 analisa as características dos empreendedores pesquisados, segundo sua motivação, gêne- ro, idade, renda e escolaridade. Já o Capítulo 4 muda a ótica para os empreendimentos, analisando suas principais características no tocante à geração de empregos, impactos no mercado em termos de novidade do produto, concorrência e uso de tecnologia, bem como sua orientação internacional. O Capítulo 5 propõe recomendações de melhorias no am- biente para empreender no Brasil, segundo a visão dos especialistas entrevistados. O Capítulo 6 apresenta os resultados do tópico especial escolhido para ser pesquisado neste ano: intraempreendedorismo. Finalmente, as referências e apêndices encerram o estudo. Global Entrepreneurship Monitor 19
  • 21. 20 Empreendedorismo No Brasil
  • 22. 1 POSTURA DA POPULAÇÃO EM RELAÇÃO À ATIVIDADE EMPREENDEDORA E CONDIÇÕES PARA EMPREENDER NO BRASIL E NOS DEMAIS PAÍSES PARTICIPANTES GloBal EntrEprEnEurship monitor 21
  • 23. 22 Empreendedorismo No Brasil
  • 24. 1 1.1.1 Conhecimento sobre a abertura de novos negócios Postura da população Esta seção considera as percepções dos em relação à atividade entrevistados sobre conhecerem pessoalmente empreendedora e condições alguém que começou um novo negócio nos para empreender no últimos dois anos. Brasil e nos demais países participantes O Quadro 1.1 demonstra que, em geral, os entrevistados dos países do grupo-fator são A presença de uma mentalidade favo- os que mais expressaram conhecer pessoas rável da população à atividade empreende- que abriram negócios nesses últimos dois dora aliada às condições oferecidas pelo País anos (42,07%). Dado que os países movidos para a criação e desenvolvimento de novos por fatores são os que apresentam menor negócios são elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico, a explicação florescimento de empreendimentos que irão para esse fenômeno pode ter relação com a contribuir de forma significativa para o cres- necessidade que os cidadãos desses países têm cimento econômico e social de um País. de empreender – de forma a complementar sua renda. 1.1 Mentalidade empreendedo- Nesse mesmo quadro, o Brasil ra no Brasil comparada aos grupos aparece na 15ª posição quando comparado a de países participantes – Resul- todos os outros 54 países da base GEM, com tado da pesquisa com população proporção de 39,38%. Em relação aos países adulta brasileira de seu grupo-eficiência, o Brasil aparece na Acompanhar a mentalidade de uma 7ª posição. No mesmo grupo, encontra-se a população com relação ao tema empreende- China com proporção de 67,75%. A China, dorismo é reconhecidamente importante, pois aliás, é entre todos os países da base do GEM a mesma revela a disposição dos indivíduos o que apresenta índice mais alto nesse critério. de um país com relação ao tema empreen- Já o Japão é o país que apresenta a proporção dedorismo e seu potencial para empreender. mais baixa de afirmações entre todos os países Quando indivíduos são capazes de reconhe- (14,91%). cer as oportunidades de negócios no ambien- O Quadro 1.2 demonstra que, no te em que atuam, e perceber que possuem ca- Brasil, os empreendedores em estágio inicial pacidade para explorá-las, toda a sociedade é afirmam ter mais conhecimento sobre pessoas beneficiada, seja com o aumento da criação de que começaram um novo negócio nos últimos empregos, seja com o aumento da riqueza do dois anos (54%) do que os empreendedores país. estabelecidos (50%). A interpretação desse Para esse acompanhamento, a fenômeno pode estar relacionada ao fato de Pesquisa GEM utiliza como referência duas que os empreendedores em estágio inicial, abordagens de análise: a primeira delas, mais ao buscarem mais informações sobre o abrangente, compara afirmativas sobre men- processo de empreender, tendem a entrar talidade empreendedora entre as populações mais em contato com outros empreendedores dos três diferentes grupos de países: grupo- que passaram recentemente ou que estão fator, grupo-eficiência e grupo-inovação, con- passando pela mesma experiência de criação forme demonstra o Quadro 1.1. Já a segunda de um novo negócio. abordagem, mais específica, compara afirma- tivas sobre mentalidade empreendedora en- 1.1.2 Oportunidades e Capacidades tre empreendedores brasileiros de diferentes Percebidas classificações: iniciais e estabelecidos, confor- Esta seção examina as Percepções de me relacionado no Quadro 1.2. Oportunidades e Capacidades para empreen- As considerações que se seguem apre- der pelos entrevistados dos países participan- sentam a avaliação da Pesquisa do Gem Brasil tes. Para tanto, considera, respectivamente, as 2011, de acordo com as diferentes afirmativas respostas dos entrevistados sobre: (i) percebe- sobre a mentalidade empreendedora apresen- rem, para os próximos seis meses, boas opor- tadas nos quadros 1.1 e 1.2. tunidades para se começar um novo negócio Global Entrepreneurship Monitor 23
  • 25. Quadro 1.1 - Mentalidade empreendedora – Brasil – 2011 Grupos de Países Mentalidade Empreendedora Impulsionados Impulsionados Impulsionados Todos os Países por fatores pela eficiência pela inovação Prop. (%) País Prop. (%) País Prop. (%) País Prop. (%) País Mais alta 67,75 China 50,80 Guatemala 67,75 China 45,95 Finlândia Afirmam conhecer pessoalmente alguém que Média 34,91 ... 42,07 ... 36,78 ... 30,79 ... começou um novo negócio nos últimos dois anos. Mais baixa 14,91 Japão 32,20 Paquistão 24,57 Turquia 14,91 Japão Brasil 39,38 15º ... ... 39,38 7º ... ... Mais alta 73,06 Colômbia 64,43 Bangladesh 73,06 Colômbia 71,49 Suécia Afirmam perceber para os próximos seis meses Média 39,12 ... 49,01 ... 40,25 ... 34,92 ... boas oportunidades para se começar um novo negócio na região onde vivem. Mais baixa 6,35 Japão 32,01 Irã 14,22 Hungria 6,35 Japão Brasil 43,06 24º ... ... 43,06 11º ... ... Trindade e Trindade e Em. Árabes Mais alta 81,21 78,60 Jamaica 81,21 62,07 Tobago Tobago Unidos Afirmam ter o conhecimento, a habilidade e a Média 47,60 ... 55,53 ... 52,01 ... 40,57 ... experiência necessários para se começar um novo negócio. Mais baixa 13,73 Japão 23,63 Bangladesh 31,06 Malásia 13,73 Japão Brasil 52,78 17º ... ... 52,78 11º ... ... Mais alta 67,59 Grécia 63,05 Bangladesh 60,47 Tailândia 67,59 Grécia Média 39,40 ... 34,87 ... 37,18 ... 43,09 ... Afirmam que o medo de fracassar impediria que começassem um novo negócio. Mais baixa 15,56 Panamá 23,48 Venezuela 15,56 Panamá 35,13 Suíça Brasil 35,32 38º ... ... 35,32 14º ... ... Mais alta 89,41 Colômbia 85,50 Guatemala 89,41 Colômbia 83,37 Holanda Afirmam que no país, a maioria das pessoas Média 66,02 ... 76,82 ... 70,14 ... 57,25 ... considera o início de um novo negócio como uma opção desejável de carreira. Mais baixa 26,03 Japão 61,13 Irã 51,51 Malásia 26,03 Japão Brasil 86,33 3º ... ... 86,33 2º ... ... Mais alta 100,00 Bangladesh 100,00 Bangladesh 86,33 Brasil 83,00 Finlândia Afirmam que no país, aqueles que alcançam Média 70,58 ... 79,25 ... 69,17 ... 68,88 ... sucesso ao iniciar um novo negócio tem status e respeito perante a sociedade. Mais baixa 46,95 Croácia 67,79 Guatemala 46,95 Croácia 48,66 Rep. Tcheca Brasil 86,33 2º ... ... 86,33 1º ... ... Mais alta 85,84 Taiwan 76,18 Jamaica 83,99 Tailândia 85,84 Taiwan Afirmam que no país, se vê frequentemente na Média 58,74 ... 58,34 ... 59,96 ... 57,54 ... mídia histórias sobre novo negócios bem sucedidos. Mais baixa 32,49 Grécia 47,73 Paquistão 32,51 Uruguai 32,49 Grécia Brasil 81,98 3º ... ... 81,98 2º ... ... Fonte: GEM 2011 na região onde vivem, e (ii) perceberem ter o negócios reais. A qualidade e a quantidade conhecimento, a habilidade e a experiência das oportunidades detectadas, bem como a necessários para empreender o novo negócio. crença na capacidade de empreender podem O processo empreendedor em um país ser influenciadas por diversas condições - tais depende, ao menos em parte, de indivíduos como o nível de desenvolvimento econômico que sejam capazes de detectar oportunidades de seu país, cultura e educação. Sendo no ambiente em que vivem e da capacidade assim, é importante considerar que grupos de transformar tais oportunidades em demograficamente diferenciados podem ter 24 Empreendedorismo No Brasil
  • 26. Quadro 1.2 - Postura da população em relação ao empreendedorismo – Grupo de países – 2011 Empreendedores Empreendedores Todos os Mentalidade Empreendedora Iniciais (TEA) Estabelecidos respondentes Proporção (%) Afirmam conhecer pessoalmente alguém que começou um novo negócio nos 54,00 50,00 39,38 últimos dois anos. Afirmam perceber para os próximos seis meses boas oportunidades para se 58,10 51,50 43,06 começar um novo negócio na região onde vivem. Afirmam ter o conhecimento, a habilidade e a experiência necessários para se 83,40 81,00 52,78 começar um novo negócio. Afirmam que o medo de fracassar impediria que começassem um novo negócio. 20,50 26,80 35,32 Afirmam que no país, a maioria das pessoas gostaria que todos tivessem um 81,00 85,20 84,08 padrão de vida parecido. Afirmam que no país, a maioria das pessoas considera o início de um novo 89,90 91,90 86,33 negócio como uma opção desejável de carreira. Afirmam que no país, aqueles que alcançam sucesso ao iniciar um novo negócio 90,30 92,40 86,33 tem status e respeito perante a sociedade. Afirmam que no país, se vê frequentemente na mídia histórias sobre novo 90,60 86,30 81,98 negócios bem sucedidos. Fonte: GEM Brasil 2011 diferentes percepções sobre oportunidades de empreender (73,06%). Nesse item destaca- e capacidades, dadas as peculiaridades se também a Suécia, entre os países do grupo- culturais, históricas e socioeconômicas inovação (71,49%). específicas de cada país. Com relação às oportunidades e ca- O Quadro 1.1 demonstra que os pacidades percebidas pelos empreendedores entrevistados dos países do grupo-fator de diferentes estágios no Brasil, o Quadro 1.2 são os que mais percebem oportunidades demonstra que empreendedores em fase ini- empreendedoras na região em que vivem cial tendem a perceber mais as oportunida- (49,01%). Além disso, acreditam estar mais des de novos negócios na região onde vivem bem preparados com relação ao conhecimento, (58,10%) do que os empreendedores estabele- habilidades e experiências necessárias para cidos (51,5%). Quanto à capacidade percebida empreender os seus negócios. Embora essa para dar início às novas oportunidades de ne- constatação pareça contraditória – dado que os gócios tanto empreendedores iniciais quanto países do grupo-fator são os que apresentam estabelecidos apresentam confiança em suas menor desenvolvimento econômico, é preciso competências. considerar que indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento econômico 1.1.3 Medo do fracasso segundo grupo tendem a ter diferentes tipos de negócio em de países mente. Além disso, como já mencionado Esta seção examina a propensão ao anteriormente, é importante considerar que risco - entre os respondentes que afirmam grupos demograficamente diferenciados identificar oportunidades de negócio - para podem ter percepções variadas sobre as colocar esses negócios em prática. Para tanto, oportunidades e capacidades necessárias para considera-se a resposta dos entrevistados empreender. sobre o medo de fracassar, ou seja, se esse Nesse mesmo quadro é possível seria um impeditivo para começarem um notar que a proporção dos brasileiros novo negócio. respondentes que percebem oportunidades Analisar a percepção sobre as para empreender nos próximos seis meses oportunidades de novos negócios, bem é de 43,06% (24º lugar). Já a proporção dos como a capacidade para conduzi-los, é que afirmam ter a capacidade necessária importante. No entanto, isto não é suficiente para começar um novo negócio é de 52,78% para mensurar a percepção sobre atitudes (17º lugar). Quando comparado aos países de empreendedoras. Muitas vezes o medo de seu grupo, o Brasil encontra-se em 11º lugar, empreender e de fracassar é capaz de impedir em ambos os critérios. Já os respondentes da que os indivíduos queiram transformar as Colômbia, entre todos os países, são os que oportunidades percebidas em negócios. têm percepção mais alta sobre oportunidades Sendo assim, a análise da propensão aos Global Entrepreneurship Monitor 25
  • 27. riscos de uma população deve ser levada em opção desejável de carreira; (ii) se no país conta. Nessa análise é preciso considerar que onde vivem, aqueles que alcançam sucesso ao características como idade, gênero ou etnia iniciar um novo negócio têm status e respeito podem afetar diferentemente os indivíduos perante a sociedade; (iii) se no país onde vivem, da população sobre a tomada de riscos. se vê frequentemente na mídia histórias sobre O Quadro 1.1 demonstra que, em novos negócios bem sucedidos. geral, a proporção da percepção sobre o medo Uma percepção favorável do de fracasso dos entrevistados nos países do empreendedorismo pela sociedade contribui grupo-inovação (43,09%), é mais alta do que com o aumento da cultura empreendedora. a dos entrevistados dos países do grupo- Quando os indivíduos enxergam que o eficiência (37,18%) e do grupo-fator (34,87%). empreendedorismo pode vir a ser uma boa Isto porque, em geral, os empreendimentos opção de carreira - valorizada e reconhecida nos países do grupo-inovação envolvem pela sociedade em que vivem - há mais somas maiores de investimentos e nesse caso chances de que membros de sua região seus empreendedores têm mais a perder venham a empreender. Histórias de sucesso caso o negócio não dê certo, sendo menos de empreendedores contadas pela mídia de propensos a arriscar do que os indivíduos que negócios e a exposição de empreendedores têm menor estabilidade financeira. como “heróis” tendem a reforçar as noções positivas sobre os empreendedores. Nesse mesmo quadro, com relação a todos os países pesquisados pela pesquisa Com base na análise do Quadro 1.1 GEM, é possível notar que a proporção dos é possível constatar que os países do grupo- brasileiros que afirmam que o medo de fra- fator são os que possuem percepção mais cassar impediria o começo de um novo negó- elevada quanto ao empreendedorismo como cio é de 35,32%. Nessa categoria de análise, o boa opção de carreira (76,82%), e quanto ao Brasil encontra-se em 38º lugar, sendo o medo respeito da sociedade pelos empreendedores de fracassar de seus respondentes mais baixo de sucesso (79,25%). Com relação à ênfase do que o da média dos respondentes de todos dada pela mídia sobre novos negócios bem os países (39,4%) e da média dos países de seu sucedidos, os três grupos de países apresentam percepções similares, com proporção média grupo (37,18%). de 58,74%. Com relação à percepção sobre o medo Já o Brasil, entre os entrevistados do de fracassar percebido pelos empreendedores grupo dos países movidos pela eficiência, de diferentes estágios no Brasil, o Quadro 1.2 destaca-se como o país que tende a perceber mostra que empreendedores estabelecidos mais o respeito da sociedade por seus têm mais receio de fracassar (26,8%) do que empreendedores de sucesso (86,33%) empreendedores iniciais (20,5%). É possível superando inclusive a China. De forma geral, que essa diferença se explique pelo fato de as percepções sobre o empreendedorismo que empreendedores estabelecidos já estejam dos entrevistados brasileiros, quando mais consolidados no mercado, e, portanto, comparadas a todos os países, estão entre tenham mais recursos a perder, e mais medo as mais altas. Nesse cenário, o Brasil ocupa de arriscar. posição relevante, estando em 3º lugar com relação à percepção sobre a atenção dada 1.1.4 Percepções sobre o empreende- pela mídia aos empreendedores locais, e dorismo sobre o empreendedorismo como boa opção Esta seção examina as percepções da de carreira, e em 2º lugar em relação à sociedade com relação ao empreendedorismo percepção sobre o respeito da sociedade pelos em cada um dos países pesquisados pelo empreendedores. Tais percepções são muito GEM. Para tanto, considera-se a percepção positivas, e retratam a valorização da cultura dos entrevistados sobre os seguintes itens: empreendedora pela sociedade brasileira. (i) se a maioria das pessoas em seu país O Quadro 1.2 apresenta as percepções considera o início de um novo negócio como sobre o empreendedorismo entre os 26 Empreendedorismo No Brasil
  • 28. empreendedores brasileiros. A análise dos ou favoráveis ao empreendedorismo nos dados do quadro permite constatar que: países participantes. • Todos os tipos de empreendedores têm O questionário é finalizado por uma uma boa percepção do empreendedorismo questão aberta que solicita ao entrevistado como opção de carreira (90,90%) indicar os três aspectos que considera mais limitantes ao empreendedorismo, os três • Todos os tipos de empreendedores têm mais favoráveis e três recomendações para boa percepção sobre o status atribuído melhorar o cenário. Neste item estrutura- aos empreendedores de sucesso se a síntese da opinião dos especialistas (91,35%) apontando inicialmente os fatores favoráveis para empreender, seguidos dos fatores • A percepção sobre a atenção da desfavoráveis. mídia de negócios ao tema é elevada. Empreendedores iniciais (90,6%) 1.2.1 Fatores Favoráveis têm essa percepção mais elevada do que empreendedores estabelecidos Os quatro fatores mais apontados pelos (86,30%). especialistas entrevistados como positivos ou favoráveis ao empreendedorismo estão relacionados no Quadro 1.3. Quadro 1.3 - Condições favoráveis que afetam o empreendedorismo segundo a percepção dos Especialistas – Brasil – 2011 Brasil Média Países Fatores Favoráveis Proporção (%) EFC 9: Normas Culturais e Sociais 61% 22% EFC 7: Acesso ao Mercado/ Abertura e Barreiras à Entrada 44% 18% EFC 11 - Clima econômico 39% 22% EFC 10 - Capacidade empreendedora 28% 16% Fonte: GEM Brasil 2011 1.2 Condições para empreender no a) Normas Culturais e Sociais Brasil (EFCs), comparado ao grupo O fator Normas Culturais e Sociais de países participantes – Opiniões avalia até que ponto encoraja-se, ou não, dos especialistas entrevistados ações individuais que possam levar a novas A Pesquisa GEM utiliza, além do maneiras de conduzir negócios ou atividades questionário principal, um segundo instru- econômicas. A posição da percepção dos mento que é aplicado a um grupo de 36 espe- especialistas brasileiros insere o Brasil em cialistas em cada país participante, por meio um ponto muito próximo à média dos países do qual são avaliadas questões relacionadas participantes do GEM. A exceção fica por às condições de empreender2 (Entrepreneurial conta do último item (em meu país, a cultura Framework Conditions - EFC´s). nacional encoraja o indivíduo a correr os riscos de iniciar um novo negócio) que apresentou A seleção desses especialistas uma diferença maior se comparado aos outros segue uma amostragem intencional não itens, conforme mostra o Quadro 1.4. probabilística. Utilizando uma escala Likert de um a cinco pontos, numa escala que vai Dentre os principais argumentos apontados do mais falso (-2) ao mais verdadeiro (+2), pelos especialistas em relação às normas verifica-se até que ponto as condições atuais culturais e sociais, podem ser citados: configuram-se como limitantes, intervenientes • “A cultura do brasileiro, que não tem medo, não foge da luta mesmo 2 São elas: apoio financeiro, políticas governamentais, progra- mas governamentais, educação e capacitação, pesquisa e de- enfrentando diversas dificuldades.” senvolvimento (transferência de tecnologia), infraestrutura co- mercial e profissional, acesso ao mercado e barreiras a entrada, • “O perfil geral do empreendedor mudou acesso a infraestrutura física, normas culturais e sociais. nos últimos tempos. Ele é mais consciente Global Entrepreneurship Monitor 27
  • 29. Quadro 1.4 - Resultados do questionário com especialistas com perguntas estruturadas sobre Normas Culturais e Sociais – Brasil – 2011 Normas Culturais e Sociais Média Países Brasil Em meu país, a cultura nacional apóia de modo efetivo o sucesso individual 2,95 3,06 obtido através de esforços pessoais. Em meu país, a cultura nacional enfatiza a auto-suficiência, autonomia e 2,81 2,72 iniciativa pessoal. Em meu país, a cultura nacional encoraja a criatividade e ações inovadoras. 2,73 2,58 Em meu país, a cultura nacional enfatiza a responsabilidade que o indivíduo tem 2,77 2,56 (mais do que o coletivo) em administrar a própria vida. Em meu país, a cultura nacional encoraja o indivíduo a correr os riscos de iniciar 2,44 2,11 um novo negócio. Nota: escala de 1 a 5 Fonte: GEM Brasil 2011 e focado no empreendedorismo como b) Acesso ao Mercado/Abertura e Barreiras uma opção de carreira.” à Entrada Este fator avalia até que ponto os acor- • “A criatividade do brasileiro e dos comerciais são inflexíveis e imutáveis, sua adaptabilidade às diversas impedindo que novas empresas possam com- situações fazem com que ele seja petir e substituir fornecedores, prestadores capaz de sobreviver a qualquer crise de serviço e consultores existentes. Embora e supere os obstáculos que a atividade os especialistas reconhecem a dinâmica e as empreendedora oferece.” oportunidades do mercado brasileiro, os mes- • “O brasileiro é trabalhador, devotado, mos posicionaram o Brasil abaixo da média não desanima. Essa determinação é quando responderam as quatro últimas per- vital para que bons negócios prosperem guntas dispostas no Quadro 1.5, que apontam e sejam sustentáveis no longo prazo.” para questões relativas à entrada de novas empresas no mercado. • “O brasileiro é pró-ativo, toma a Em relação a este ponto as opiniões iniciativa de realizar as ações necessárias dos especialistas são as seguintes: para que seu negócio vingue e prospere, • “As oportunidades existentes no país o que facilita na superação dos entraves são os principais atrativos a atividades comuns à realidade brasileira.” empreendedoras, graças às diferenças • “Aumento da cultura de estabelecer regionais e de classe social no país.” parcerias.” • “O vencimento das barreiras de • “A falta de capacitação de parte da mercado tradicionais ocasionada pela população que inviabiliza o acesso abertura multiplicou as expectativas/ a empregos com carteira assinada, oportunidades de novos negócios tanto leva à abertura de novos negócios no país como para a exportação.” para seu sustento (empreendedor por • “Uma vez que temos pessoas que necessidade).” compram mais, precisamos oferecer • “O ambiente brasileiro é bastante mais, o que significa alta competitividade democrático e não discriminatório. (mesmo produto, mesmo mercado) ou Em qualquer lugar do país é possível novos produtos, novas necessidades, empreender. O ambiente para novos novas opções de ofertas, de modo que negócios é bastante aberto e aceita este é um aspecto muito relevante para as diferentes idéias e vertentes de o empreendedorismo.” qualquer empreendedor que se lance no c) Clima econômico mercado.” Em relação ao clima econômico não foram exploradas questões específicas 28 Empreendedorismo No Brasil