O documento descreve os três campos do complexo de Auschwitz durante o Holocausto. Auschwitz I era o campo principal, inicialmente um quartel austríaco. Auschwitz II (Birkenau) era o maior campo de extermínio, com câmaras de gás e fornos crematórios. Auschwitz III (Monowitz) focava no trabalho forçado para a indústria química IG Farben. Centenas de milhares de pessoas foram assassinadas ou morreram de fome e doenças nesses campos.
Dia internacional em memória das vítimas do holocausto
1. Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
27 de Janeiro – aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz
“Não podemos construir o futuro sem nos lembrarmos do passado, o que aconteceu uma vez pode voltar a repetir-se.”
1
1
http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm
Secretário-geral das Nações Unidas
2. Três Auschwitz
São vários os subcampos, são conhecidos vários comandos, mas há três campos Auschweitz (Auschwitz é o nome alemão da pequena cidade
polonesa de Oswiecim) que é importante salientar.
Auschwitz I - “o campo principal” – um campo de concentração em Stammlager2
2
http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm
3. Desde 1942 há câmaras de gás, tanto em Auschwitz I (um pouco) como em Auschwitz II (vários), podendo, então, considerar-se que este
campo de concentração faz parte de um conjunto que desempenha um papel de extermínio.
Adam Bujak, 1996
Inicialmente, este campo de concentração fora um antigo quartel do exército austríaco, criado em 19403.
3
No portão de entrada está escrito “Arbeit macht frei”, ou seja, “ O trabalho liberta-vos”
4. Um fragmento da cerca duplo cercavam o acampamento4. Isolavam, deste modo, os presos do mundo exterior e tornavam a fuga impossível.
Sinais com o registo "Parar, advertia os que se aproximavam da cerca do acampamento5
4
Foto de Adam Bujak
5
Foto de Waldemar Jama
5. Os prisioneiros eram sujeitos a trabalhos forçados, em kommandos externos. Eram sujeitos a tortura, a experiências médicas (gémeos,
esterilização, teste de drogas, fadiga ...) pelo médico Josef Mengele6 (conhecido como "O Anjo da Morte")7
Josef Mengele
6
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/WP_Josef_Mengele_1956.jpg
7
Nas suas experiências com seres humanos em Auschwitz, ele injetou tinta azul nos olhos de crianças, uniu as veias de gémeos, deixou pessoas em tanques de água
gelada para testar as suas resistências, amputou membros de prisioneiros e guardou milhares de órgãos no seu laboratório.
6. Sofriam de desnutrição crónica8
eram executados por um pelotão de fuzilamento no pátio do Bloco 119;
8
A célula de fome nas caves de bloco nº 11, era conhecido como Bloco da Morte pelos prisioneiros. A placa comemorativa da foto (de Adam Bujak) deve-se ao nobre ato de um irmão
franciscano polonês, Maksymilian Kolbe, voluntariamente, ter trocado a sua vida pela de um prisioneiro condenado à morte por inanição, salvando-lhe, assim, a sua vida.
9
O postal, à esquerda (da autoria de Wieslaw Zienlonski), constitui uma reconstrução das execuções, no local onde as SS matavam os prisioneiros. Hoje é um dos espaços onde as famílias
podem prestar homenagem aos seus familiares, vítimas desta guerra.
7. Os assassinatos na câmara de gás10 eram comuns. Os deportados Revier (aqueles que se encontravam doentes, na enfermaria) eram
assassinados, através da injeção de fenol.
10
O Crematório nº I, parcialmente reconstruído após a guerra (foto de Wiestaw Zielinski). A primeira câmara de gás foi localizada aqui, onde as SS assassinaram pessoas usando Zyklon B, e
fornos para cremar os corpos. Usado até que novos dispositivos de genocídio em massa foram construídos em Auschwitz II Birkenau, em 1943.
O interior do Crematório I (foto de Waldemar Jama). Um forno para cremar os corpos, reconstruído após a guerra a partir das suas partes originais. O crematório é um dos memoriais e sítios de
comemoração nas terras do antigo acampamento. Visitantes e famílias dos executados deixam flores e acendem, aqui, velas.
8. Os comandantes deste campo
Rudolf Höss11
11
Arthur Liebehenschel
12
image/jpeg;base64
12
http://en.auschwitz.org/m/components/com_ponygallery/img_pictures/20080606_1672203204_zaloga_ss_2.jpg
13
http://www.deathcamps.org/occupation/pic/bigaumen04.jpg
Richard Baer13
9. Auschwitz II Birkenau - o campo de extermínio
Birkenau significa "pequena pradaria", e é uma vila polaca. Os deportados que trabalham no campo de Birkenau, desempenham tarefas
administrativas, em comandos externos e no Sonderkommando14, ou seja, têm a função de queimar os cadáveres das câmaras de gás.
AUSCHWITZ - BIRKENAU15
14
Chama-se "Sonderkommado" (comando especial) ao grupo de deportados que têm a função de retirar os cadáveres e queimá-los, para esvaziar as câmaras de gás.
15
http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm
10. Auschwitz II Birkenau16 foi criado pelos nazis na aldeia de Brzezinka, em setembro de 1941.
17
16
Foto de Wojciech Gorgolewski
17
http://www.visitkujawsko-pomorskie.pl/-polska-lista-dziedzictwa-swiatowego-unesco,178,2,109.html
11. Os seus moradores foram expulsos e seus domicílios desmontados. Cerca de 300 barracas foram construídas para abrigar os prisioneiros. Os
principais dispositivos de genocídio em massa de judeus (câmaras de gás e fornos para cremar os corpos) foram localizados neste campo18.
18
Um fragmento do acampamento. Na linha da frente, podem ser vistas barracas de madeira, preservadas, onde os presos foram localizados. No fundo são as chaminés - os
restos desses quartéis foram destruídos ou desmantelados.
12. Interior de uma das barracas onde algumas centenas de prisioneiros foram amontoados19.
Os enforcamentos públicos20
19
Foto de Waldemar Jama
20
http://kopjik.files.wordpress.com/2010/07/brzezinka-hc3a6ngninger2.jpg
13. Um fragmento do acampamento onde as barracas foram construídas de tijolo. Em primeiro plano, a cerca, através doa qual passava uma
corrente elétrica, e as torres de vigia para os guardas da SS21.
As ruínas de um dos dispositivos de genocídio em massa, destruídos pela SS
antes do seu abandono do campo, em 1945. A câmara de gás foi localizada no
seu interior, onde os nazis colocavam as pessoas para morrer, através do
recurso ao Zyklon B e aos fornos para cremar os corpos.
21
Fotos de Waldemar Jama
14. O Monumento Internacional para as Vítimas de Auschwitz, em memória de todos os que foram deportados para Auschwitz e lá encontraram a
morte. Está localizado nas terras da antiga Auschwitz II Birkenau, entre as ruínas de dois dispositivos de genocídio em massa22.
22
Foto de Wieslaw Zielinski
15. Os comandantes deste campo
Josef Kramer23
Lagerführer : Maria Mandel24
23
http://2.bp.blogspot.com/-buLRPr3Ycmk/URz70WtjaRI/AAAAAAAACXs/z1O5BbcoBak/s1600/StaffJosefKramer_09.jpg
24
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/Maria_Mandel.jpg
16. Auschwitz III - Auschwitz-Monowitz, um campo de concentração, focado no trabalho forçado
Monowitz é o nome de uma pequena aldeia localizada no rio Vístula, perto de Oswiecim25. O campo foi criado em fevereiro de 1941, durante a
instalação da central de Buna IG Farben. Visto que, desde 1942 existiam câmaras de gás em Auschwitz II, poder-se-á considerar que este
campo de concentração faz parte de um grupo que desempenha um papel de extermínio. Além disso, há aqui um "extermínio pelo trabalho" real.
25
http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/3_auschwitz.htm, Plano d'Auschwitz-Monowitz, desenhado por Serge Smulevic
17. O comandante deste campo
Hauptsturmführer Heinrich Schwarz26
26
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/e/e3/Heinrich_Schwarz.jpg/240px-Heinrich_Schwarz.jpg
18.
19. RECORDANDO…
First they came for the Socialists, and I did not speak outBecause I was not a Socialist.
Then they came for the Trade Unionists, and I did not speak outBecause I was not a Trade Unionist.
Then they came for the Jews, and I did not speak outBecause I was not a Jew.
Then they came for me—
and there was no one left to speak for me.
Martin Niemöller (1892-1984)
20. Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898 - 1956)
21. La Rose et le Réséda
Celui qui croyait au ciel
Celui qui n'y croyait pas
Tous deux adoraient la belle
Prisonnière des soldats
Lequel montait à l'échelle
Et lequel guettait en bas
Celui qui croyait au ciel
Celui qui n'y croyait pas
Qu'importe comment s'appelle
Cette clarté sur leur pas
Que l'un fut de la chapelle
Et l'autre s'y dérobât
Celui qui croyait au ciel
Celui qui n'y croyait pas
Tous les deux étaient fidèles
Des lèvres du coeur des bras
Louis Aragon (1897- 1982)
Et tous les deux disaient qu'elle
Vive et qui vivra verra
Celui qui croyait au ciel
22. Celui qui n'y croyait pas
Celui qui croyait au ciel
Quand les blés sont sous la grêle
Celui qui n'y croyait pas
Fou qui fait le délicat
Répétant le nom de celle
Fou qui songe à ses quereles
Qu'aucun des deux ne trompa
Au coeur du commun combat
Et leur sang rouge ruisselle
Celui qui croyait au ciel
Même couleur même éclat
Celui qui n'y croyait pas
Celui qui croyait au ciel
Du haut de la citadelle
Celui qui n'y croyait pas
La sentinelle tira
Il coule il coule il se mêle
Par deux fois et l'un chancelle
À la terre qu'il aima
L'autre tombe qui mourra
Pour qu'à la saison nouvelle
Celui qui croyait au ciel
Mûrisse un raisin muscat
Celui qui n'y croyait pas
Celui qui croyait au ciel
Ils sont en prison Lequel
Celui qui n'y croyait pas
A le plus triste grabat
L'un court et l'autre a des ailes
Lequel plus que l'autre gèle
De Bretagne ou du Jura
Lequel préfère les rats
Et framboise ou mirabelle
Celui qui croyait au ciel
Le grillon rechantera
Celui qui n'y croyait pas
Dites flûte ou violoncelle
Un rebelle est un rebelle
Le double amour qui brûla
Deux sanglots font un seul glas
L'alouette et l'hirondelle
Et quand vient l'aube cruelle
La rose et le réséda
Passent de vie à trépas
23. COMPLAINTE DU PARTISAN
Les Allemands étaient chez moi
Un vieil homme dans un grenier
On m'a dit résigne toi
Pour la nuit nous a cachés
Mais je n'ai pas pu
Les Allemands l'ont pris
Et j'ai repris mon arme.
Il est mort sans surprise.
Personne ne m'a demandé
Hier encore nous étions trois
D'où je viens et où je vais
Il ne reste plus que moi
Vous qui le savez
Et je tourne en rond
Effacez mon passage.
Dans la prison des frontières.
J'ai changé cent fois de nom
Le vent souffle sur les tombes
J'ai perdu femme et enfants
La liberté reviendra
Mais j'ai tant d'amis
On nous oubliera
Et j'ai la France entière.
Nous rentrerons dans l'ombre.
Emmanuel d'Astier de La Vigerie
(1900 –1969)