CUIDAR DE IDOSOS EM ILPIs - 2º ENCONTRO DE FAMILIARES E CUIDADORES DE IDOSOS DEPENDENTES
1. II Encontro Regional de
Familiares e Cuidadores de
Idosos Dependentes
CUIDAR DE IDOSOS EM ILPI
Luciana Carneiro Fortuna Freguglia
Fisioterapeuta,Gerontóloga e Gestora da Pousada
Vida Nova e VemViver Centro de Convivência para
a Terceira Idade
2. HISTÓRICO
Os asilos constituem a modalidade mais antiga e geral
de atendimento ao idoso fora do seu convívio familiar.
A História da institucionalização da velhice começou
como uma prática assistencialista, predominando na
sua implantação a caridade cristã.
Mais tarde, essa assistência passou a receber
influência da medicina social.
3. HISTÓRICO
Somente no início do século XX, as instituições
tiveram seus espaços ordenados: as crianças em
orfanatos, os loucos em hospícios e os idosos em
asilos, mas a velhice já era um problema social.
A institucionalização era reflexo da pobreza individual
e familiar, e o termo asilo cristalizava-se em sinônimo
de instituição para idosos pobres.
E no Brasil, recorrer a uma ILPI (INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS) ainda é
considerada uma atitude polêmica e carregada de
preconceito.
4. HISTÓRICO
Historicamente as instituições têm sido vistas com
resistências e preconceitos, tradicionalmente como
“depósitos de velhos”, como lugar de exclusão,
dominação e isolamento, ou simplesmente “um lugar
para morrer”.
E só de estamos vivendo mais...
Essa história já começou a mudar em muita coisa...
desde a Política Nacional do Idoso em 1994, depois pela
Constituição Federal de 1998, Estatuto do Idoso em
2003, diversas Leis Federais, RDC283 ANVISA de 2005.
5. Envelhecimento X
Transformações
Como em diversos países em desenvolvimento,
estamos acompanhando além do envelhecimento da
população geral, também o envelhecimento da
própria população idosa e transformações
acentuadas nos arranjos familiares.
As perspectivas para um futuro próximo são de
crescimento a taxas elevadas da população idosa e
“muito idosa”, aparecendo assim, fragilidades físicas
e/ou mentais.
TEMOS GARANTIA DE ANOS À VIDA, E DE VIDA AOS
ANOS?
6. Envelhecimento X
Transformações
Queda acelerada da fecundidade e mortalidade,
Melhora das condições de saúde,
Mudança no padrão de nupicialidade,
Aumento do número de separações, re casamentos
e/ou nunca se casam,
Menor número de filhos,
Aumento da escolaridade feminina,
Inserção maciça das mulheres no mercado de
trabalho, mais engajadas,
Modificações no sistema de valores.
7. Envelhecimento X
Transformações
Teremos um perfil diferenciado das idosas atuais:
pois fazem parte de uma população que participou da
revolução sexual e familiar ocorrida a partir de
meados da década de 1960.
Enfraquecimento dos laços de solidariedade e formas
de apoio à pessoa idosa, acompanhado da oferta de
cuidadores familiares reduzida.
Dificuldades: famílias desestruturadas,
responsabilidade para um só.
9. Norma social reforçada pelo
amparo da lei
O Cuidado com a geração mais velha tem sido atribuído aos
descendentes , e o papel de cuidar seja uma especificidade
feminina: as jovens cuidam dos filhos, e na meia idade ou
velhice, dos maridos doentes, pais, sogros idosos fragilizados.
A PNI 1994, na CF1998 e no Estatuto do Idoso de 2003, preconiza
o atendimento aos idosos em seus domicílios como preferencial,
recomendando que ambientes familiares são mais adequado para
o bem- estar.
Em geral, encontra o público alvo dessa modalidade sem
estabelecidas políticas públicas, pois denúncias dos diversos
tipos de violência contra idosos são mais frequentes quando
diferentes gerações convivem na mesma unidade doméstica.
10. As políticas públicas, em especial as de saúde, que se
preocupam em desafogar os leitos hospitalares, têm
privilegiado o envelhecimento saudável , tentado deixar
de lado a velhice frágil e dependente.
Defendem a liberdade individual e a autonomia, e
pergunta-se :
Quem atenderá às demandas dos
idosos frágeis e dependentes?
11. Em 2003 no Brasil, existiam 2 milhões de idosos,
com dificuldades para realizar AVD´s e 100 mil
residiam em ILPIs, sendo que nem todos tinham
sua autonomia comprometida.
Isso significa, que 1,9 milhões de idosos frágeis
estavam sendo cuidados ou “descuidados” pelas
famílias.
Mostrando que a opção de internar o
idoso em ILPI´s, ocorre apenas “no
limite da capacidade familiar em
oferecer os cuidados necessários”.
12. É necessário repensar as ILPI´s
A institucionalização não deve ser vista como um
abandono do idoso, mas sim um meio de assistência
adequada aos idosos e uma alternativa para as famílias
onde o cuidado pode se tornar impossível.
Existe todo um debate atual sobre a utilização de
cuidados de longa duração institucionais, seus custos
e qualidade, resultado importante disso é a Resolução
da Diretoria Colegiada da ANVISA nº 283 de 26/09/2005,
que regulamenta o funcionamento técnico das ILPI´s.
13. É necessário repensar as ILPI´s
A implementação da rede intermediária de cuidados aparece
como os centros dias, centros de convivência e serviços
domiciliares formais e específicos crescente.
E a nova percepção sobre as ILPI´s começa a surgir entre os
mais jovens, por se tornar mais comum o conhecimento
sobre sua existência e funcionamento. Juntamente
aparecendo as justificativas e motivos que levariam estes a
morar em uma ILPI:
Falta de moradia prórpia,
Ausência de famílias,
Não depender nem incomodar “ninguém”,
Para ter companhia
Para ter serviços e atividades adequadas à idade.
14. Realidade das ILPI´s
Contam com padrão mínimo de funcionamento
segundo a RDC 283 – ANVISA.
Nova forma de atender e acolher o idoso,
responsável pela atenção, direitos e garantias do
idoso, propiciando os direitos humanos em
âmbitos civis, políticos, religiosos, econômicos,
culturais e individuais:
Um exemplo prático que vem dando certo há 25
anos na Pousada Vida Nova...
15. A Pousada Vida Nova começou suas
atividades em setembro de 1987, com o
nome de ‘CASA DE REPOUSO VIDA NOVA’,
e devido às normatizações e
regulamentações ocorridas optou por mudar
para ‘Pousada Vida Nova’ em 2001.
Tem como slogan: “Nosso dia-dia faz a
diferença!”, o que procura cumprir fielmente!
16. Fazendo a diferença no dia-dia...
A Pousada Vida Nova oferece assistência à terceira idade,
atendendo homens e mulheres acima dos 60 anos, que podem se
acomodar em quartos individuais, duplos e triplos.
Essa acomodação tende a ser um lugar agradável, o mais familiar
possível, deixando o idoso num ambiente acolhedor e
acessibilidade adequada. Onde a adaptação se tornará prazerosa.
17. Fazendo a diferença no dia-dia...
Contamos com um refeitório espaçoso e convidamos a
todos para refeições conjuntas e participativas, assim
proporcionamos o convívio, a utilidade das habilidades de
cada um, a troca de experiências e união dos idosos ali
hospedados.
18. Fazendo a diferença no dia-dia...
Desta forma, eles aprendem a conviver uns com os
outros e sair do quarto, onde muitas vezes é o
refúgio de muitos idosos institucionalizados.
Ter uma adaptação é fundamental para o idoso e
para a família que começa a conviver com a ILPI.
Ter uma acolhida por toda a equipe e dar tempo
para esta compreender a família e o idoso é
fundamental.
19. Fazendo a diferença no dia-dia...
Principalmente o idoso dependente, na maioria das
vezes está precisando de apoio tanto físico, quanto
emocional.
É preciso estratégias terapêuticas e que a equipe esteja
preparada para atender todas as demandas que estes
idosos e suas famílias apresentam.
Visando proporcionar bem estar, assistência,
transparência e acolhimento num ambiente familiar e de
confiança.
20. Fazendo a diferença no dia-dia...
Adaptação feita o idoso constará com hospedagem
completa, contando com assistência:
Apoio médico com acompanhamento e atendimento
de urgência do Dr. Waltencir Freguglia, que é o
proprietário da casa e cobertura da SOS UNIMED;
Fisioterapia com profissionais (Luciana Fortuna e
Cláudia Soares), em grupo 2X semana e individualizada
quando for o caso,
21. Fazendo a diferença no dia-dia...
Fonoaudiologia especializada (Thiara Santos) 2X
semana, acompanhando e atendendo os idosos além de
capacitar continuamente os cuidadores;
Nutrição (Myrian Fortuna) com a alimentação
completa de 8 refeições/ dia em uma dieta balanceada e
principalmente em acompanhamentos específicos
(como controle da diabetes e HAS através da
alimentação, onde costuma-se reduzir a dosagem
medicamentosa, perda de massa óssea acentuada,
cicatrização de úlcueras de decúbitos, etc.);
22. Fazendo a diferença no dia-dia...
Cuidadores 24h, treinados e humanizados para atuar
com pessoas idosas;
O serviço de Psicologia (Priscylla Peracci),
proporciona uma escuta qualificada e o acolhimento ao
idoso e a família à instituição, promove atividades
preventivas e remediativas diretamente ligadas aos
funcionários/cuidadores da instituição, favorecendo
uma forma de “cuidar de quem cuida”.
ACREDITA-SE QUE A FORMAÇÃO E A EXPERIÊNCIA É
INDISPENSÁVEL PARA UMA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL AO ATUAR COM A 3ª IDADE.
23. Fazendo a diferença no dia-dia...
Serviço completo de lavanderia, limpeza, roupas de
cama e banho.
Além de parcerias com Curso de Cuidadores de
Idosos, Plano Funerário, Centro de Convivência,
Escolas, Creches, Igrejas e Projetos Sociais.
ISSO TRAZ O IDOSO A UMA REALIDADE E INSERÇÃO NA
VIDA COMUNITÁRIA, CONVIVENDO COM DIVERSAS:
CLASSES SOCIAIS, GERAÇÕES E CREDOS,
RESPEITANDO SUA INDIVIDUALIDADE, HISTÓRIA E
LIMITAÇÕES.
24. Fazendo a diferença no dia-dia...
As visitas são diárias, com horários flexíveis, e
buscando inserir a família na participação e parceria
em cuidar do idoso.
São eles responsáveis por fornecimento de
medicações, fraldas geriátricas, quando for
necessário, produtos de higiene e roupas individuais
A FAMÍLIA É INCENTIVADA E CONVIDADA A PARTICIPAR DO
CALENDÁRIO DE ATIVIDADES FIXAS E DE COMEMORAÇÕES:
DE ANIVERSÁRIOS, CONFRATERNIZAÇÕES DE CARNAVAL,
PÁSCOA, DIA DAS MÃES, DIA DOS PAIS, DIA DO IDOSO,
NATAL, FIM DE ANO E OUTRAS QUE ACONTECEM NO
DECORRER DO ANO.
27. Fazendo a diferença no dia-dia...
Pelo menos uma vez ao mês, uma escola ou projeto da
comunidade apresenta-se à ILPI, trazendo uma
apresentação cultural, oficina recreativa, assim como
os idosos vão à festividades da região (como no CRAS
Nordeste, à Praça do bairro), passeios e/ou participação
junto aos parceiros da casa (como VemViver Centro de
Convivência ).
ISSO PROPORCIONA A RESOCIALIZAÇÃO: LAZER,
CONVIVÊNCIA INTERGERACIONAL E INTEGRAÇÃO
DOS IDOSOS.
28.
29. Entender a ILPI faz parte do
envelhecimento
Para entender o papel da ILPI é essencial compreender o
envelhecimento.
Ele não é um processo que se inicia aos 60 anos.
É biológico, psicológico e sociológico que sua velocidade
e efeitos variam em cada pessoa.
Assim, devemos saber lidar com o nosso envelhecimento
e que significado tem o envelhecimento para nós.
Com isso, saberemos lidar com a institucionalização de
maneira positiva e como uma solução, podendo
proporcionar ruptura de diversos elos preconceituosos e
normas institucionais que por muitas vezes tole direitos,
desconsidera o discurso do idoso e o exclui .
30. As diferenças precisam ser dia-dia...
Diante desta exposição convido a todos a conhecer de perto
a realidade das ILPIs e ajudar nos avanços baseados em
novos modelos:
Sabendo que ILPI é um domicílio DOS idosos;
Até que ponto ele deve participar da construção de regras,
propostas, rotinas e programas da gestão da ILPI;
Cuidados e aprimoramentos são constantes, empenha-se
em oferecer um serviço de qualidade, criar um ambiente
familiar , estimulante e participativo.
NÃO SÓ NO AMBIENTE INTERNO DA ILPI, MAS ESTE
VINCULADO COM O EXTERIOR .
31. Principais Tópicos da RDC 283:
Respeitar a liberdade;
Preservar a identidade e a privacidade do idoso;
Promover ambiente acolhedor, convivência mista
e entre os diversos graus de dependência;
Integração nas atividades coletivas,
desenvolvidas pela comunidade local;
Favorecer o desenvolvimento de atividades
conjuntas e de outras gerações;
32. Incentivar e promover a participação da família e da
comunidade na ILPI junto ao idoso residente;
Desenvolver atividades que estimulem a autonomia
dos idosos, tais como apoio multidisciplinar
(fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, recreação)e
manutenção das funções;
Promover condições de lazer, como atividades físicas,
lúdicas, recreativas e culturais;
Desenvolver atividades e rotinas para prevenir e coibir
qualquer tipo de violência e discriminação contra
residentes;
Possuir um Responsável Técnico que responderá pela
ILPI junto à autoridade sanitária local, sendo este de
formação de nível superior;
33. Pessoal totalmente capacitado para funções,
realizando atividades de educação permanente na área
de gerontologia ;
Celebrar contrato formal com residente e/ou seu
responsável;
Organizar e manter atualizados as rotinas de trabalho e
planos de atenção à saúde referentes ao cuidado do
idoso;
Inscrição e participação junto o Conselho do Idoso;
Prestar serviços que garantem as seguintes atividades:
alimentação, lavanderia, limpeza, lazer, saúde .
Instalações físicas em condições e habilidade, higiene,
salubridade, segurança e acessibilidade a todas as
pessoas com dificuldade de locomoção.