O objetivo deste trabalho é apresentar os passos tomados no projeto em andamento Linguística Histórica e Linguística de Corpus – uma proposta para dicionário bilíngue português-inglês. Esse trabalho embasa-se metodologicamente na Linguística de Corpus e teoricamente insere-se na Teoria Comunicativa da Terminologia de Cabré. O corpus é bilíngue e de cunho científico na área de Linguística Histórica, de aproximadamente um milhão de palavras. Como essa área beneficia-se de outras anteriores à ela, nesse artigo objetiva-se expor os princípios taxonômicos que regem a construção da árvore de domínio, de acordo com Fromm (2007),e a diferenciação conceitual entre Linguística Histórica e Filologia segundo especialistas como Basseto (2001) e Faraco (2005). Será analisada e comparada a forma como os dois autores abordam e apresentam a área de Filologia e de Linguística Histórica. Por fim, proporemos uma possível definição que abarque os conceitos propostos pelos dois autores, enriquecida pela contribuição de Mattos e Silva (2008).
1. PROPOSTA PARA DICIONÁRIO BILÍNGUE
PORTUGUÊS – INGLÊS DE
LINGUÍSTICA HISTÓRICA
Márcio Issamu Yamamoto
Orientador: Guilherme Fromm
2. Objetivos
1. Apresentar dicionário bilíngue em contraste – de LH -
VoTec http://pos.voteconline.com.br/
2. Aspectos teóricos e metodológicos
Corpora e WST
1. Diferenciação de subáreas: Filologia, Linguística
Histórica - Iordan (1982), Basseto (2001), Faraco (2005)
e Mattos e Silva (2008)
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3. Árvore de domínio
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Árvore de domínio da Linguística segundo
Fromm (2013) – em construção
Áreas contempladas para o dicionário
4. Aspectos teóricos e metodológicos
Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), de Maria Teresa Cabré -
valoriza os aspectos comunicativos da terminologia e concebe os
termos como parte da linguagem natural e da gramática das línguas.
Linguística de Corpus
Corpora de 1 mi. de palavras (artigos científicos, dissertações,
teses ou livros)
536.330 português, 33 textos x 521.794 inglês, 8 textos
WordSmith Tools (1996) - lista de palavras, palavras-chave e
concordanciador
VoTec – “VoTec é uma ferramenta que se vale de corpora técnicos
para a construção de seus verbetes e de um banco de dados (ambos
exaustivamente descritos) para o seu funcionamento”. (FROMM,
2007, pg. 8). Criação de 100 verbetes – bilíngues – em contraste.
Público-alvo: graduandos de Letras, Tradução e áreas afins;
tradutores, professores entre outros.
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6. Filologia - Faraco, Basseto e Iordan
Basseto (2001) - filologar (séc. V a.C.) + filólogo
(oralidade -> escrita = sábio) -> Filologia (séc.3 a.C)
Bopp - filólogo, enquanto Faraco (2005) parte dos
intelectuais alemães da época.
Obra de Saussure - Basseto a concepção de linguista e
filólogo era indissociável.
Faraco (2005) -> neogramáticos = linguistas
Basseto -> neogramático = estudiosos da linguagem
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Iordan (1962) – Gustav Gröber – Filologia => as ciências
da língua e da literatura.
Bopp e Ascoli: filólogos, romanistas, linguistas (p.32).
Linguistas x gramáticos (p. 363; linguística românica).
7. • a área da ciência que busca estudar,
analisar, e explicar os textos a partir de
seu contexto linguístico, histórico,
político, e social de produção, e os
explica num dado momento da história
humana, numa perspectiva sincrônica
(língua e literatura).
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Filologia - Faraco, Basseto e Iordan
8. LH – Faraco e Mattos e Silva
Faraco (2005) a LH tem como objeto de estudo as
mudanças que ocorrem numa língua numa
perspectiva diacrônica, que se vale de um método
comparativo-histórico.
Mattos e Silva (2008) - um campo da linguística que
busca “interpretar mudanças – fônicas, mórficas,
sintáticas e semântico-lexicais – ao longo do tempo
histórico, em que uma língua [...] é utilizada por
seus utentes em determinável espaço geográfico
[...]” (p.8).
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9. 1. LH lato sensu: trabalha com “dados datados e
localizados [...] tal como os estudos descritivos,
sobretudo do estruturalismo americano, que teve
seguidores no Brasil, além de incluir as “teorias do
texto, do discurso e da conversação” baseados em
corpora. (MATTOS E SILVA, p.9)
2. LH stricto sensu : estuda as mudanças nas línguas no
tempo, à medida que são usadas.
Duas orientações: (i) a LH sócio-histórica - que leva em
consideração fatores intra e extralinguísticos - como em
Labov, e em S. Romaine; e (ii) a diacrônica associal, que
vale-se somente de fatores intralinguísticos, presente nos
estruturalistas diacrônicos, exemplificada por A. Martinet,
e nos gerativistas diacrônicos como em D. Lightfoot.
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LH –Mattos e Silva
10. Conclusão
Filologia & LH: áreas de conhecimento que
estudam línguas humanas, porém com objetos
de estudo diferentes. A Filologia tem caráter
mais abrangente no estudo de textos e língua e
serve como provedora de corpus de estudo para
a LH. A LH como disciplina aborda um aspecto
linguístico analítico mais pontual nas línguas,
que são as mudanças linguísticas.
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11. Referências Bibliográficas
BASSETO, Bruno Fregni. Elementos de filologia românica: história externa das
línguas. São Paulo: EDUSP, 2001, p.17-42.
FARACO, Carlos Alberto. Linguística Histórica: uma introdução ao estudo da
história das línguas. São Paulo: Parábola editorial, 2005.
FROMM, Guilherme. VoTec: a construção de vocabulários eletrônicos para
aprendizes de tradução. 2007. 210 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2007. Disponível em:< http://www.ileel.ufu.br/guifromm/upload/tese.pdf >.
Acesso em: 15 set. 2013.
IORDAN, Iorgu. Introdução à Linguística Românica. Trad. De Júlia D. Ferreira.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. Caminhos da linguística histórica – “ouvir o
inaudível”. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
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