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TROVADORES E TROVEIROS

                                     MARCOS FILHO




Universidade Federal de São João del-Rei
Departamento de Música
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                                                   trovadores e troveiros
            Cavaleiros, poetas e músicos que, entre os séculos XI e XIV,
    desenvolveram, no sul da França, especialmente na Provença, uma
      brilhante civilização artística. O nome troubadour provém do verbo
   provençal trobar. A língua que utilizavam era a chamada langue d’oc.
    Acompanhando-se eles próprios com a viela e a rota, mas deixando
  muitas vezes esta função a seus jograis e cultivavam de preferência a
canção amorosa e a canção de gesta (de assunto heróico). No norte da
França os cultores este movimento poético-musical era conhecido como
    trouvères. A língua que utilizavam era a langue d’oil. Da Provença, o
        trovadorismo irradiou para outros países: Inglaterra, Alemanha e,
         sobretudo, Espanha e Portugal. Cultivando as formas melódicas
   acompanhadas, o trovadorismo representa uma forte reação contra o
  contraponto erudito da música eclesiástica e está na base do primeiro
       movimento historicamente relevante de música vocal-instrumental
                            profana: a do primitivo Renascimento italiano.


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                                           canções espirituais
                                             louvação heróica
                                                  amor cortês
                                           canções de taberna




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                                                                            .




                      amor cortês (fin amour)




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           ―Humildade, cortesia, adultério e a
           religião do amor‖ (C.S. Lewis)




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 O amor cortês ou cavalheiresco teve origem nos
 trovadores do final do século XI. Promovendo uma
 nova forma suave de paganismo, à qual
 chamavam ―sabedoria alegre‖, estas figuras
 interessantes da Provence efetivamente
 desafiaram e procuraram redefinir ideais cristãos
 tradicionais de amor, casamento, masculinidade,
 virtude e feminilidade. Em meados do século XII,
 a filosofia trovadoresca se havia praticamente
 institucionalizado nas cortes da Europa, e o ―amor
 cortês‖ se tornara a base de um novo estilo de
 vida, glamouroso e excitante.

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 aristocrático
 Era praticado por senhores e damas nobres:
 seu ambiente era o palácio ou a corte real.




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ritualístico
Os casais envolvidos numa relação deste tipo
convencionalmente trocavam presentes e
demonstrações de sua relação. A dama era
cortejada segundo convenções elaboradas de
etiqueta e era a receptora constante de canções,
buquês, favores e gestos cerimoniais. Em troca de
todas estas atenções gentis e incansáveis da parte
de seu amante, ela precisava fornecer apenas um
vago sinal de aprovação, uma mera sombra de
afeição. Afinal, ela era a exaltada domina, a
―senhora‖ dominadora da relação; ele apenas o
servus, um humilde mas fiel criado.
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secreto
Amantes corteses se comprometiam com o mais
estrito segredo. O fundamento da relação — e
mesmo a fonte de sua aura e eletricidade especiais
— era que o resto do mundo (exceto uns poucos
confidentes e intermediários) estava excluída. De
fato, os amantes constituíam um universo em si —
um mundo especial com seus próprios lugares (de
encontros secretos), regras, códigos e
mandamentos.



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adúltero
O amor cortês — quase por definição — era
extraconjugal. Na verdade, uma de suas atrações
principais era oferecer um escape das rotinas
maçantes e dos confinamentos tediosos do
casamento nobre (não mais do que uma aliança
política ou econômica, cujo objetivo era gerar
herdeiros). Os trovadores debochavam do
matrimônio, considerando-o uma trapaça religiosa
glorificada. Em seu lugar, exaltavam o ideal de uma
relação carnal disciplinada e decorosa, cujo objetivo
final não era a crua satisfação carnal, mas uma
intimidade sublime e sensual.
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literário
Antes de se estabelecer como uma atividade popular
na vida real, o amor cortês recebeu atenção como
tema da literatura. Cavaleiros ardentes e suas
damas apaixonadamente adoradas já eram figuras
populares na canção e na fábula antes de
começarem a proliferar hordas de imitadores na vida
real nos salões palacianos e aposentos íntimos da
Europa medieval.




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Esta iluminura alemã, hoje na Universidade
de Heidelberg, mostra um cavaleiro em
atitude vassálica e religiosa (ajoelhado e de
mãos juntas) diante de sua dama. A
proximidade física, mas sem contato, e a
estudada indiferença da dama, casada e
socialmente superior ao seu cavaleiro,
criavam um estado de tensão erótica típico
das cortes feudais dos séculos XII–XIII.


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         1305–40
séc. XIII
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chanson, cinco ou seis estrofes construídas sobre as mesmas
rimas
aube, descreve brevemente o despertar de dois amantes pelo
grito do vigia
sérénade, descreve os lamentos do cavaleiro amoroso
sirvantés, sátiras de caráter mais político e moral
planh, canto de luto
jeu parti e tenson, permitem a vários trovadores debaterem
questões de amor
pastourelle, descreve o amor por uma pastora
ballade, destina-se a ser dançada

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                   Volez vous que je vous chant
                                      anônimo, século XIII




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Quereis vós que eu vos cante         Meu pai é o rouxinol,
um agradável canto de amor?          que canta sobre o ramo
Não foi um vilão que o fez,          do mais alto bosque;
mas um cavalheiro,                   minha mãe é o canário,
debaixo da sombra de uma oliveira,   que canta no mar salgado
nos braços de sua amada.             da mais alta ribanceira.

Trajava ela camisa de linho,         — Bela, bem fostes nascida,
manto branco de arminho              bem estais aparentada
e túnica de seda;                    e de alta linhagem;
vestia calças de gladíolos           imploro a Deus, nosso Pai,
e sapatos de flor de maio,           que vós me sejais dada
estreitamente calçados.              como mulher desposada.

Ela ia pelo prado abaixo;
cavalheiros a encontraram;
gentilmente a saudaram:
— Bela, onde nascestes?
— Da louvada França sou,
da mais alta linhagem.
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                         In taberna quando sumus
                             canção de taberna, anônimo




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Quando estamos na taberna,      Tanto ao Papa quanto ao rei,




                                                                                P R O F. M A R C O S F I L H O
não pensamos na morte,          bebem todos sem lei.
corremos a jogar,
o que nos faz sempre suar.      Bebe a amante, bebe o senhor,
O que se passa na taberna,      bebe o soldado, bebe o padre,
onde o dinheiro é hospedeiro,   bebe ele, bebe ela,
podeis querer saber,            bebe o servo com a serva,
escutai pois o que eu digo.     bebe o esperto, bebe o preguiçoso,
                                bebe o branco, bebe o negro,
Uns jogam, uns bebem,           bebe o sedentário, bebe o nômade,
uns vivem licenciosamente.
                                bebe o estúpido, bebe o douto,
Mas dos que jogam,
uns ficam em pelo,
uns ganham aqui suas roupas,    Bebem o pobre e o doente,
uns se vestem com sacos.        bebem o estrangeiro e o desconhecido,
Aqui ninguém teme a morte,      bebe a criança, bebe o velho,
mas todos jogam por Baco:       bebem o prelado e o diácono,
                                bebe a irmã, bebe o irmão,
Primeiro ao mercador de vinho   bebe a anciã, bebe a mãe,
é que bebem os libertinos;      bebe este, bebe aquele,
uma vez aos prisioneiros,       bebem cem, bebem mil.
depois bebem três vezes aos
vivos,                          Seiscentas moedas não são suficientes,
quatro a todos os cristãos,     se todos bebem imoderadamente
cinco aos fiéis defuntos,       sem freio. Bebam quanto for, o espírito alegre,todo
seis às irmãs perdidas,         mundo nos denigre,
sete aos guardas florestais,    e assim ficamos desprovidos.
[...]                           Que sejam confundidos os que nos difamam e sejam
                                seus nomes riscados do livro dos justos.

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Trovadores e Troveiros, por Marcos Filho

  • 1. TROVADORES E TROVEIROS MARCOS FILHO Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 2. P R O F. M A R C O S F I L H O trovadores e troveiros Cavaleiros, poetas e músicos que, entre os séculos XI e XIV, desenvolveram, no sul da França, especialmente na Provença, uma brilhante civilização artística. O nome troubadour provém do verbo provençal trobar. A língua que utilizavam era a chamada langue d’oc. Acompanhando-se eles próprios com a viela e a rota, mas deixando muitas vezes esta função a seus jograis e cultivavam de preferência a canção amorosa e a canção de gesta (de assunto heróico). No norte da França os cultores este movimento poético-musical era conhecido como trouvères. A língua que utilizavam era a langue d’oil. Da Provença, o trovadorismo irradiou para outros países: Inglaterra, Alemanha e, sobretudo, Espanha e Portugal. Cultivando as formas melódicas acompanhadas, o trovadorismo representa uma forte reação contra o contraponto erudito da música eclesiástica e está na base do primeiro movimento historicamente relevante de música vocal-instrumental profana: a do primitivo Renascimento italiano. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 3. P R O F. M A R C O S F I L H O canções espirituais louvação heróica amor cortês canções de taberna Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 4. P R O F. M A R C O S F I L H O . amor cortês (fin amour) Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 5. P R O F. M A R C O S F I L H O ―Humildade, cortesia, adultério e a religião do amor‖ (C.S. Lewis) Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 6. P R O F. M A R C O S F I L H O O amor cortês ou cavalheiresco teve origem nos trovadores do final do século XI. Promovendo uma nova forma suave de paganismo, à qual chamavam ―sabedoria alegre‖, estas figuras interessantes da Provence efetivamente desafiaram e procuraram redefinir ideais cristãos tradicionais de amor, casamento, masculinidade, virtude e feminilidade. Em meados do século XII, a filosofia trovadoresca se havia praticamente institucionalizado nas cortes da Europa, e o ―amor cortês‖ se tornara a base de um novo estilo de vida, glamouroso e excitante. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 7. P R O F. M A R C O S F I L H O aristocrático Era praticado por senhores e damas nobres: seu ambiente era o palácio ou a corte real. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 8. P R O F. M A R C O S F I L H O ritualístico Os casais envolvidos numa relação deste tipo convencionalmente trocavam presentes e demonstrações de sua relação. A dama era cortejada segundo convenções elaboradas de etiqueta e era a receptora constante de canções, buquês, favores e gestos cerimoniais. Em troca de todas estas atenções gentis e incansáveis da parte de seu amante, ela precisava fornecer apenas um vago sinal de aprovação, uma mera sombra de afeição. Afinal, ela era a exaltada domina, a ―senhora‖ dominadora da relação; ele apenas o servus, um humilde mas fiel criado. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 9. P R O F. M A R C O S F I L H O secreto Amantes corteses se comprometiam com o mais estrito segredo. O fundamento da relação — e mesmo a fonte de sua aura e eletricidade especiais — era que o resto do mundo (exceto uns poucos confidentes e intermediários) estava excluída. De fato, os amantes constituíam um universo em si — um mundo especial com seus próprios lugares (de encontros secretos), regras, códigos e mandamentos. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 10. P R O F. M A R C O S F I L H O adúltero O amor cortês — quase por definição — era extraconjugal. Na verdade, uma de suas atrações principais era oferecer um escape das rotinas maçantes e dos confinamentos tediosos do casamento nobre (não mais do que uma aliança política ou econômica, cujo objetivo era gerar herdeiros). Os trovadores debochavam do matrimônio, considerando-o uma trapaça religiosa glorificada. Em seu lugar, exaltavam o ideal de uma relação carnal disciplinada e decorosa, cujo objetivo final não era a crua satisfação carnal, mas uma intimidade sublime e sensual. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 11. P R O F. M A R C O S F I L H O literário Antes de se estabelecer como uma atividade popular na vida real, o amor cortês recebeu atenção como tema da literatura. Cavaleiros ardentes e suas damas apaixonadamente adoradas já eram figuras populares na canção e na fábula antes de começarem a proliferar hordas de imitadores na vida real nos salões palacianos e aposentos íntimos da Europa medieval. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 12. P R O F. M A R C O S F I L H O Esta iluminura alemã, hoje na Universidade de Heidelberg, mostra um cavaleiro em atitude vassálica e religiosa (ajoelhado e de mãos juntas) diante de sua dama. A proximidade física, mas sem contato, e a estudada indiferença da dama, casada e socialmente superior ao seu cavaleiro, criavam um estado de tensão erótica típico das cortes feudais dos séculos XII–XIII. Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 13. P R O F. M A R C O S F I L H O 1305–40
  • 15. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 16. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 17. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 18. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 19. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 20. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 21. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 22. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 23. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 24. P R O F. M A R C O S F I L H O
  • 25. P R O F. M A R C O S F I L H O chanson, cinco ou seis estrofes construídas sobre as mesmas rimas aube, descreve brevemente o despertar de dois amantes pelo grito do vigia sérénade, descreve os lamentos do cavaleiro amoroso sirvantés, sátiras de caráter mais político e moral planh, canto de luto jeu parti e tenson, permitem a vários trovadores debaterem questões de amor pastourelle, descreve o amor por uma pastora ballade, destina-se a ser dançada Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 26. P R O F. M A R C O S F I L H O Volez vous que je vous chant anônimo, século XIII Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 27. P R O F. M A R C O S F I L H O Quereis vós que eu vos cante Meu pai é o rouxinol, um agradável canto de amor? que canta sobre o ramo Não foi um vilão que o fez, do mais alto bosque; mas um cavalheiro, minha mãe é o canário, debaixo da sombra de uma oliveira, que canta no mar salgado nos braços de sua amada. da mais alta ribanceira. Trajava ela camisa de linho, — Bela, bem fostes nascida, manto branco de arminho bem estais aparentada e túnica de seda; e de alta linhagem; vestia calças de gladíolos imploro a Deus, nosso Pai, e sapatos de flor de maio, que vós me sejais dada estreitamente calçados. como mulher desposada. Ela ia pelo prado abaixo; cavalheiros a encontraram; gentilmente a saudaram: — Bela, onde nascestes? — Da louvada França sou, da mais alta linhagem.
  • 28. P R O F. M A R C O S F I L H O In taberna quando sumus canção de taberna, anônimo Universidade Federal de São João del-Rei Departamento de Música
  • 29. Quando estamos na taberna, Tanto ao Papa quanto ao rei, P R O F. M A R C O S F I L H O não pensamos na morte, bebem todos sem lei. corremos a jogar, o que nos faz sempre suar. Bebe a amante, bebe o senhor, O que se passa na taberna, bebe o soldado, bebe o padre, onde o dinheiro é hospedeiro, bebe ele, bebe ela, podeis querer saber, bebe o servo com a serva, escutai pois o que eu digo. bebe o esperto, bebe o preguiçoso, bebe o branco, bebe o negro, Uns jogam, uns bebem, bebe o sedentário, bebe o nômade, uns vivem licenciosamente. bebe o estúpido, bebe o douto, Mas dos que jogam, uns ficam em pelo, uns ganham aqui suas roupas, Bebem o pobre e o doente, uns se vestem com sacos. bebem o estrangeiro e o desconhecido, Aqui ninguém teme a morte, bebe a criança, bebe o velho, mas todos jogam por Baco: bebem o prelado e o diácono, bebe a irmã, bebe o irmão, Primeiro ao mercador de vinho bebe a anciã, bebe a mãe, é que bebem os libertinos; bebe este, bebe aquele, uma vez aos prisioneiros, bebem cem, bebem mil. depois bebem três vezes aos vivos, Seiscentas moedas não são suficientes, quatro a todos os cristãos, se todos bebem imoderadamente cinco aos fiéis defuntos, sem freio. Bebam quanto for, o espírito alegre,todo seis às irmãs perdidas, mundo nos denigre, sete aos guardas florestais, e assim ficamos desprovidos. [...] Que sejam confundidos os que nos difamam e sejam seus nomes riscados do livro dos justos.