2. Evolução da população mundial
O sistema Terra é altamente integrado e os diferentes
subsistemas interagem por acções contínuas que, em
geral, são lentas e graduais, mantendo o equilíbrio.
Ao longo da sua evolução, o Homem foi descobrindo
meios de sobrevivência cada vez mais eficazes e novas
formas de se adaptar ao ambiente, modificando-o.
3. Evolução da população mundial
No séc. XVII a população
mundial era de cerca de
500 milhões de
indivíduos.
Em 2006 já ascendia aos
6500 milhões.
Prevê-se que em 2050
venha a ser de cerca de
9000 milhões.
4. Evolução da população mundial
O crescimento
populacional é
heterogéneo.
Os países
periféricos são os
que mais
contribuem para
o aumento
populacional.
5. Evolução da população mundial
O aumento crescente da população humana conduz à:
• procura de recursos naturais (como alimento, água e
energia),
• sobreexploração dos recursos naturais,
• produção de resíduos em grande escala,
• ocupação de áreas de risco geológico,
causando impacte no ambiente, conducente à degradação
ambiental.
O crescimento da população mundial associada ao consumo
massivo de recursos naturais é a principal causa da degradação
ambiental e da redução da biodiversidade.
7. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Os recursos ambientais só devem ser utilizados de acordo
com a sua capacidade de regeneração.
Recursos naturais
não renováveis renováveis cuja capacidade de renováveis
renovação é seriamente
afectada pela sobreexploração
energéticos águas subterrâneas energéticos
(combustíveis fósseis…) florestas (sol, vento)
rochas e minerais … …
8. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Recurso natural – qualquer bem com utilidade para o
desenvolvimento, sobrevivência e bem-estar da sociedade.
Recurso natural renovável – recurso natural cujo ciclo de
reposição ocorre num curto intervalo de tempo, desde que
utilizado de uma forma racional. É ciclicamente reposto no meio
num intervalo de tempo compatível com a vida humana.
Recurso natural não renovável - recurso natural cujo processo
de reposição no meio natural demora milhares ou milhões de
anos.
9. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
1.1. Recursos renováveis
Ex: sol, vento, calor interno
da terra, ondas e marés,
biomassa,...
10. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
1.2. Recursos renováveis cuja capacidade de renovação é
seriamente afectada pela sobreexploração
A utilização dos recursos renováveis a uma taxa superior à da sua
reposição pela natureza pode transformá-los em recursos não
renováveis.
(ex.: desflorestação, redução das reservas de água potável , redução da
biodiversidade…)
11. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
1.3. Recursos não renováveis
Ex: combustíveis fósseis (carvão,
petróleo e gás natural) e algumas
rochas e minerais.
12. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural)
Cerca de 75% da energia consumida a nível mundial provem dos
combustíveis fósseis.
O uso intensivo provocou a drástica diminuição das reservas e
consequentemente prevê-se o esgotamento destes recursos
energéticos a curto prazo.
A utilização dos combustíveis fósseis tem graves
consequências ambientais.
13. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Consequências ambientais do uso de combustíveis fósseis
14. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Rochas e minerais
As diversas etapas da História da Humanidade podem ser
designadas em função do recurso mineral dominante em
cada época.
Idade da Pedra, do Cobre, do Bronze e do Ferro (até 2000 a.C.)
Idade do Carvão, do Petróleo (séc. XVIII ao séc. XX)
Idade do Urânio ou do Nuclear (meados do séc. XX)
Idade do Silício (o silício domina as novas tecnologias - electrónica e
informática)
15. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
metálicos
Recursos minerais
não metálicos (utilizados na construção e ornamentação)
16. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Minério - mineral ou agregado de minerais que ocorre na natureza
numa concentração com interesse económico.
Jazigo mineral – quando, num determinado local, a concentração
média de um determinado elemento químico é muito superior ao
seu clarke (concentração média de um elemento químico na
crosta terrestre).
Ganga - parte não aproveitável que acompanha o minério extraído
dos jazigos.
Escombreira - acumulação de ganga, formando grandes depósitos
superficiais, junto às explorações mineiras.
17. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Consequências ambientais da exploração de recursos minerais
A extracção do minério e a remoção da ganga
18. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Medidas que minimizam os impactes ambientais da exploração mineira
Utilização de tecnologias de extracção e de tratamento do minério que
causem menos perturbações ambientais;
Armazenamento da ganga em locais devidamente preparados para o efeito
(ex. no interior da própria exploração ou de outra, previamente
impermeabilizada);
Estabilização das escombreiras;
Criação de sistemas de drenagem de águas pluviais;
Tratamento das águas lixiviadas (a exploração deve ter estação de
tratamento de efluentes);
Aproveitamento dos subprodutos (resíduos) da exploração;
Reflorestação;
Valorização turística.
19. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Isótopos radioactivos (urânio)
O bombardeamento do U235 por neutrões
Fissão do urânio
Resíduos do urânio Calor Neutrões libertados
(usados para bombardear mais
átomos de urânio)
Usado na vaporização da água
reacções de fissão de urânio em
cadeia
O vapor é usado para
produzir energia
20. 1. Sobreexploração dos recursos naturais
Consequências ambientais da produção de energia nuclear
21. 2. Ocupação de áreas de risco geológico
Risco geológico – sistema de processos geológicos (sismos, vulcões,
movimentos em massa…) cujas alterações são susceptíveis de acarretar
prejuízos directos ou indirectos a uma dada população.
Ocupação de zonas de elevado risco:
zonas costeiras – risco de derrocada
leitos de cheias dos rios – risco de cheias
vertentes com forte inclinação – risco de movimentos em massa
22. 2. Ocupação de áreas de risco geológico
Ofir
Funchal – Fevereiro 2010
Apúlia Sacavém – Fevereiro 2008
23. 3. Produção de resíduos
Poluição – é qualquer alteração indesejável nas características físicas,
químicas ou biológicas do ar, água, solo ou alimentos que afecta
negativamente a sobrevivência, saúde ou actividades dos seres
humanos ou de outros organismos.
24. 3. Produção de resíduos
3.1. Poluição da água
Aquífero - Formação geológica com capacidade para armazenar água e
com características que permitam a sua extracção de forma
economicamente rentável.
Principais fontes de poluição
Efluentes industriais
Esgotos domésticos
Esgotos hospitalares
Explorações agrícolas
Explorações mineiras
Centrais energéticas
25. 3. Produção de resíduos
Principais poluentes
Agentes infecciosos
Matéria orgânica
Produtos químicos
orgânicos e inorgânicos
Nutrientes vegetais
Materiais radioactivos
calor
27. 3. Produção de resíduos
Eutrofização
Excesso de nitratos e fosfatos (fertilizantes) na água
Proliferação de cianobactérias , algas e jacintos de água.
Diminuição da luminosidade
Morte da vegetação aquática submersa
A morte e decomposição destes seres reduz a
concentração de oxigénio dissolvido na água
Peixes e moluscos morrem por asfixia
Proliferam bactérias anaeróbias
Produção de tóxicos com mau cheiro
28. 3. Produção de resíduos
Poluição dos aquíferos
Por introdução de substâncias nos aquíferos
Por sobreexploração dos aquíferos
Diminuição excessiva do aquífero
- Alteração da qualidade química e microbiológica da água.
- Contaminação do aquífero com água salgada, em zonas costeiras.
Por impermeabilização da superfície e eliminação da cobertura vegetal
Diminuição das taxas de infiltração.
29. 3. Produção de resíduos
3.2. Poluição atmosférica
As actividades humanas e
os fenómenos naturais
originam poluentes
atmosféricos
30. 3. Produção de resíduos
A circulação do ar faz com que a poluição atmosférica atinja facilmente
uma dimensão regional ou global.
As chuvas ácidas, o efeito de estufa e a rarefação do ozono são
consequências da poluição atmosférica com impacto global
32. Desenvolvimento sustentável
O aumento da população humana contribui para o esgotamento e a
degradação dos recursos do planeta e compromete a satisfação das
necessidades básicas presentes e futuras.
Face ao crescimento
exponencial da população
humana os subsistemas
terrestres têm sido fortemente
afectados.
O actual modelo de
desenvolvimento das sociedades
humanas, assente no
pressuposto do crescimento
contínuo da economia, não é
viável, não é sustentável.
33. Desenvolvimento sustentável
Os países centrais comportam apenas 20% da população mundial,
mas utilizam cerca de 88% dos recursos naturais e produzem 75%
dos resíduos.
É necessário implementar um novo modelo de desenvolvimento
baseado na gestão racional dos recursos disponíveis no nosso planeta,
no equilíbrio entre factores económicos, sociais e ambientais, para
que seja permitida a sua sustentabilidade.
O desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento
que procura satisfazer as necessidades das sociedades humanas
sem comprometer as necessidades das gerações futuras (no que
respeita à utilização de recursos naturais e à preservação das espécies
e dos seus habitats).
34. Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável exige a adopção das
seguintes medidas:
Utilização dos recursos renováveis a uma taxa inferior à da sua reposição
pela natureza;
Utilização mais eficiente dos recursos não renováveis;
Reduzir o desperdício da energia e da matéria;
Prevenção da poluição;
Limpeza das zonas poluídas;
Redução da produção de resíduos;
Tratamento dos resíduos produzidos;
Promoção da reciclagem e da reutilização dos materiais;
Protecção das espécies e dos seus habitats;
Recuperação ambiental;
Controlo do crescimento populacional tendo em vista a estabilização da
população;
Ordenamento do território.
36. Desenvolvimento sustentável
Ordenamento do território
Consiste na gestão da ocupação e utilização dos
espaços naturais, tendo como objectivo a sua
ocupação, utilização e transformação de acordo
com as capacidades do referido espaço,
potenciando o aproveitamento das infra-
estruturas existentes e assegurando a
preservação de recursos limitados.
37. Desenvolvimento sustentável
Pegada Ecológica
Área de espaço biologicamente produtivo
necessária para sustentar o actual estilo de
vida, contabilizados os recursos utilizados
para a produção dos bens de consumo e
serviços prestados , bem como os resíduos
que lhe estão associados.
A Pegada Ecológica não procura ser uma
medida exacta mas sim uma estimativa do
impacto que o nosso estilo de vida tem sobre
o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a
nossa forma de viver está de acordo com a
sua capacidade de disponibilizar e renovar
os seus recursos naturais, assim como
absorver os resíduos e os poluentes que
geramos ao longo dos anos.
38. Desenvolvimento sustentável
Tratamento de resíduos – Aterros sanitários
Os aterros sanitários são instalações onde são depositados os
resíduos compactados.
Devem, ser construídos em locais com características geológicas
adequadas.
São revestidos com materiais impermeáveis, como plásticos e
argilas, que previnem a infiltração no solo de substâncias
lixiviadas.
As substâncias lixiviadas são recolhidas e enviadas para uma
estação de tratamento (ETAR) e os gases produzidos pelas
bactérias decompositoras (biogás) podem ser utilizados na
obtenção de energia.
Quando o aterro está cheio é selado.
42. Desenvolvimento sustentável
Política dos 3R´s
Reduzir - diminuir a produção de RSU’s, através de medidas
simples, mas têm uma grande importância globalmente.
(por ex.: fechar a torneira enquanto se lava os dentes).
Reutilizar - processo que procura dar um novo uso para
materiais pré-existentes, em vez deitar no lixo comum.
(por ex.: dar um novo uso aos sacos de plástico).
Reciclar - transformação de resíduos sem utilidade num novo
produto apto para uma nova utilização.
(por ex.: unidades de processamento de RSU’s como os ecopontos).
43. Desenvolvimento sustentável
Política dos 3R´s
É uma política de defesa do ambiente, um importante contributo
para o desenvolvimento sustentável.
Tem limitações porque:
não é possível reciclar todo o lixo produzido
é necessário que as populações respondam convenientemente às
campanhas de reciclagem.
45. Desenvolvimento sustentável
Incineração
Combustão de resíduos, a altas
temperaturas , que, assim, se
reduzem a cinzas e gases,
permitindo a redução do volume do
lixo
A grande desvantagem consiste na
libertação de poluentes
atmosféricos.
46. Desenvolvimento sustentável
Compostagem
Consiste na decomposição, em
condições controladas, de
resíduos orgânicos por bactérias
aeróbias.
O produto obtido pode ser
utilizado para melhoramento dos
solos.
47. Desenvolvimento sustentável
Conservação do património geológico
A geoconservação tem como objectivo a utilização e gestão sustentável
de toda a geodiversidade.
Afloramento granítico do Picoto (Briteiros) - situa-se junto à
estrada que liga Briteiros ao Santuário do Sameiro a cerca de 2 Km
a SE deste local. Corresponde a uma extensa mancha (75m por
100m) de um graníto biotítico porfiróide de grão médio, designado
regionalmente por granito do Sameiro.
Morro granítico da Srª. do Pilar (Póvoa do Lanhoso) -
corresponde a um enorme monolito granítico que se destaca da
plataforma envolvente da Póvoa de Lanhoso.
48. Lapiás do Cabo Carvoeiro - Constitui uma paisagem cársica de grande singularidade, caracterizada por um conjunto de formas tí
Desenvolvimento sustentável
Afloramento da Pedra Parideira (Serra da
Freita) - lages graníticas com encraves biotíticos;
os nódulos biotíticos de núcleo quartzo
feldspático, de forma discóide, biconvexa, com
diâmetro de 1 a 15 cm, destacam-se com
facilidade da rocha pela meteorização.
Lapiás do Cabo Carvoeiro - Constitui uma
paisagem cársica de grande singularidade,
caracterizada por um conjunto de formas típicas
de relevo, designadamente galerias, grutas,
algares, pias, pináculos, entre outras.
49. Desenvolvimento sustentável
Geodiversidade – variedade de ambientes, fenómenos e processos
geológicos que originaram paisagens, rochas, minerais, solos e outros
depósitos superficiais que são o suporte da vida.
Geomonumentos – locais com interesse geológico devido à presença de
aspectos geomorfológicos, tectónicos ou paisagísticos importantes; vão
desde pegadas de dinossauros a fósseis, passando por formações rochosas,
grutas ou paisagens particulares.
Geosítios – estruturas geológicas que possuem inigualável valor científico,
pedagógico, cultural, turístico ou outro.
Património geológico – conjunto de todos os geossítios inventariados e
caracterizados numa dada área ou região.
50. O crescimento
exponencial da população Procura de bens
humana conduziram
Sobreexploração dos Aumento das áreas Potencia o risco
recursos naturais urbanizadas geológico
Esgotamento Acumulação Defesa ambiental
dos recursos de resíduos
Poluição
Baseia-
se em
Impacte ambiental políticas
de
tornou urgente Promoção de
comportamentos
Relação sustentável entre o
homem e a Natureza
51. Relação sustentável entre o
homem e a Natureza
Baseia-se em
políticas de
Defesa ambiental Promoção de
comportamentos
Gerir Diminuir a Proteger e
racionalmente os poluição conservar os
recursos naturais habitats
Desenvolvimento sustentável