1. CEBs - Informação e Formação para animadores 1
Lá vem o Trem das CEBs...
FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO PARA ANIMADORES
Diocese de São José dos Campos - SP - Informativo das CEBs - Ano VIII - Abril de 2012 - Nº 77
Páscoa Itinerário de Fé e Vida!
O Tempo Pascal torna-se para todos, um tempo favorável para o Seguimento e o
Discipulado em Cristo Jesus. É um Tempo de Graça e de Alegria – “O Senhor Ressuscitou, Aleluia!”
Foto: Bernadete Mota
Encontro Jubileu: 50 Anos
2 Palavra
do Assessor
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3 Identidade
das CEBs
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6 Formativo
das CEBs
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9 do Concilio
Vaticano II
LEIA + NA PÁGINA 9
10 Formação
na RP-VI
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12 Irá
Acontecer
LEIA + NA PÁGINA 12
2. 2 CEBs - Informação e Formação para animadores
PALAVRA DO ASSESSOR Foto: Bernadete Mota
A Páscoa de Cristo: a festa da Igreja
A Páscoa começa com a ceia do Se- mais evidente, a passagem da escravidão lação pascal de Cristo como even- to da Ceia, na qual Jesus institui a Euca-
nhor na quinta-feira santa. Nesse dia é para a liberdade, além do homem salvo. to histórico. Esse evento deu à Igre- ristia como Ceia pascal da Nova Aliança
celebrada a instituição da Eucaristia e Na celebração vão se afirmando ja a “sua Páscoa”, a Páscoa de Cristo. (cf. Mt 26, 17ss; Mc 14, 12ss; Lc 22, 7ss).
do Sacerdócio. Na sexta-feira celebra- dois aspectos O convite Para o evangelista João, a Nova Páscoa
-se a Paixão e morte de Jesus. É o único do conteúdo do para celebrar a nasce no Calvário, onde Jesus é imolado
dia do ano no mundo que não tem mis- evento pascal: a Páscoa com esti- como Cordeiro Pascal e precisamente
sa. Acontece apenas uma celebração da imolação-man- lo de vida novo, na hora em que no templo eram imola-
Palavra. No sábado acontece a solene ducação do cor- porque, Cristo, dos os cordeiros que seriam consumidos
Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo deiro e a saída nossa Páscoa, na Ceia Pascal. Essa é a “hora” de Jesus,
Pascal que prepara o ponto máximo da do Egito, vista foi imolado, po- que João preparou em toda a narrativa
Páscoa: o Domingo da Ressurreição. como passagem deria ser uma do seu Evangelho, desde o momento em
A festa da Páscoa não se restringe ao da escravidão confirmação que Jesus foi apresentado pelo Batista
domingo da Ressurreição, ela se estende para a liberdade. da celebração como “Cordeiro de Deus que tira o peca-
até a festa de Pentecostes, que é o tér- Esta expe- anual da Pás- do do mundo” (Jo 1, 29), até o momento
mino do Tempo Pascal. É um tempo cuja riência bíblica coa numa pers- da cruz, onde “tudo está consumado” e
Espiritualidade está centrada na Alegria funciona como pectiva cristã. Jesus morre como Novo e Verdadei-
em Cristo Ressuscitado e trás como ensi- filtro para a interpretação atualizada a Paulo pôde dizer que Cristo é a ro Cordeiro Pascal (Jo 19, 30. 33. 36).
namento a Ressurreição e a Vida Eterna. partir do Novo Testamento, que vere- nossa Páscoa, porque o evento cen- Portanto, a Nova Páscoa é a morte de
A cor dos paramentos usada neste tem- mos na próxima edição do Trem da Cebs. tral da experiência cristã – Morte e Cristo, e a nova celebração sacramental
po é a cor Branca, que significa Alegria. Para compreender a Páscoa cristã a Ressurreição de Jesus – desvela e desta Páscoa é a Eucaristia. Agora a Euca-
Vamos entender a Páscoa Cristã. é preciso encontrar as suas raízes bíbli- leva ao cumprimento a realidade sal- ristia é o sacramento da Páscoa de Cris-
A Páscoa bíblica está intimamente liga- cas, sem descuidar da leitura feita pela vífica da Páscoa Bíblica e Hebraica. to. A celebração ritual da Páscoa dos Ju-
da ao coração da experiência do povo de experiência hebraica mais antiga, que A experiência da Ressurreição como deus é substituída pela Eucaristia: “Fazei
Deus: Êxodo e Aliança. Ela se perpetua e funciona como filtro para a interpreta- encontro com o Senhor vivo permite à isto em memória de mim”. Esta é a Nova
é atualizada no rito do cordeiro. Original- ção atualizante do Antigo Testamento. Comunidade dos Discípulos reviverem Celebração Sacramental, Memorial do
mente, a festa da Páscoa era a festa da pri- A fórmula Paulina “Cristo, nossa Pás- e celebrar esse evento numa dimen- Novo e definitivo Êxodo Pascal de Cristo.
mavera, celebrada por pastores nômades. coa, foi imolado! Portanto, celebremos a são salvífica. Jesus é o cordeiro de Deus Desejo a todos os irmãos e irmãs em
Os dois textos pascais mais caracterís- festa, não com velho fermento, nem com que realiza a plena e definitiva liberta- Cristo, uma Feliz e Santa Páscoa, e que
ticos são Êxodo 12 e Deuteronômio 16. o fermento da malícia e da perversidade, ção dos fiéis. Ele se oferece livremen- o Ressuscitado esteja constantemente
O capítulo 12 do Êxodo nos fornece mas com ázimos, isto é, na sinceridade te a Deus como Isaac, que na tradição presente na vida e na Família de todos.
o significado teológico da Páscoa, subli- e na verdade” (1Cor 5, 7-8), é o único hebraica é o protótipo de todos os sa-
nhando especialmente a ato salvífico de texto que fala da Páscoa cristã e é tam- crifícios, inclusive o do cordeiro pascal. Fontes:
Deus que passa para ferir o Egito e sal- bém o primeiro testemunho da leitura Os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Bergamini, Augusto.
var Israel: “Páscoa é Deus que passa”. No cristológica da páscoa bíblico-hebraica. Marcos e Lucas) vêem o cumprimento “Cristo, festa da Igreja”.
capítulo 16 do Deuteronômio, torna-se O texto indica a certeza da imo- da Antiga Páscoa na Nova, no momen- Aldazábal, José. “A Eucaristia”.
Convite para XII Romaria Estadual das CEBs Sul1 Aparecida
“CEBs: na casa de Maria em defesa da Saúde Publica”
Foto: Bernadete Mota
12ª Romaria da CEBs ao Santuário Mãe, pois ela nos intimidade com vágio; 31 - Nossa Senhora da Visitação),
Nacional de Aparecida espera com toda Deus, bebendo experimentar o carinho, o afeto e amor
ternura e sauda- da espiritualidade de todas as Mães.
Meus queridos amigos e amigas, ir- de, as 6h teremos celebrada nas Co- Por isso, neste mês mariano, con-
mãos na fé e caminhada, vem aí a 12ª a concentração munidades Ecle- vido a todos para celebrar juntamente
Romaria da CEBs ao Santuário Nacional na Basílica Velha, siais de Base. com todas as paróquias “marianas”, e se
de Aparecida, será dia 20 de maio, e va- onde participa- Quero lem- possível, por que não, fazer uma visita
mos sair das nossas paróquias as 4h da remos da Mística brar-lhes que o à casa da mãe Aparecida e, juntos em
manhã. Procure o animador(a) das CEBs em seguida cami- mês de maio nos romaria rezar a vida com Maria.
em sua paróquia para adquirir as passa- nharemos para convoca a se apro- Um abraço a todos, e minha
gens, e venha conosco partilhar, viver e a Basílica Nova onde participaremos da ximar mais de Maria, e assim, através de benção para os romeiros.
celebrar momentos de fé e vida, junto à Santa Missa as 08h da manhã transmitida diversos títulos dirigidos a ela (13 - Nossa
Senhora de Aparecida. ao vivo pela TV Cultura e TV Aparecida, Senhora de Fátima; 24 - Nossa Senhora Pe. Fabiano Kleber Cavalcanti Amaral
Queremos chegar cedo à casa da onde teremos momentos de profunda Auxiliadora; 26 - Nossa Senhora de Cara- Assessor diocesano das CEBs
3. CEBs - Informação e Formação para animadores 3
IDENTIDADE DAS CEBs Fotos: Bernadete Mota
A centralidade da Bíblia
são gratuita e orante.
Sobretudo a partir da
segunda metade dos
anos 80, aprofunda-
-se a consciência da
necessidade e impor-
tância do aprofun-
damento da vivência Baixe os hinos e cânti-
comunitária e pes- cos dos encontros, no
soal do seguimento
Blog das CEBs:
como proximidade
do Senhor. Proximi- http://tremdascebs.blogspot.com/
dade que convoca à
experiência da gra-
tuidade, que constitui
CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) comunidade e pelo pretexto da realida- o clima que invade e Siga nos no Twitter:
Um elemento que se destaca em to- de. O resultado é sempre novidadeiro e banha a trajetória de solidariedade com
das as reflexões pertinentes sobre as mobilizador. Os problemas reais que afe- https://twitter.com/tremdascebs
os irmãos. Há um sentimento presente e
CEBs é o lugar conferido à Bíblia na expe- tam a vida do povo ganham uma nova ilu- crescente entre os participantes das co-
riência das comunidades. Ela constitui o minação pela Palavra, que lida em comu- munidades, sintonizado com a demanda
“núcleo fundante” das CEBs, o elemento nidade, suscita sentido e orientação na e aprofundamento da espiritualidade: de
identificador de sua eclesialidade. Trata- caminhada. Com a nova perspectiva, os que a prática pastoral libertadora deve
-se da base de sustentação e vitalidade pobres passam a reconhecer na Bíblia um estar enraizada e sustentada na vida de Assista aos videos dos principais acontecimen-
das comunidades, do núcleo conforma- livro familiar, que reflete como espelho a tos das CEBs, dos encontros de comunidades
oração. Com respeito à leitura da bíblia, nas paróquias, das Regiões Pastorais...
dor do universo motivacional dos empo- sua própria realidade; e reapropriam-se vivamente presente nas comunidades,
brecidos. Foi a partir da reflexão bíblica desta palavra que passa a significar para tem-se enfatizado a importância de um http://www.youtube.com/user/bernadetecebs
que as primeiras comunidades de base eles fonte de animação e vida. Nos últi- envolvimento mais orante, de forma que
emergiram, com os círculos bíblicos ou os mos anos, as CEBs tem enriquecido a sua ela possa ser também saboreada com
grupos de evangelho, nos anos 60, e esta leitura popular com o aprofundamento mais doçura e profundidade, enquanto
referência fundamental continuou acom- da dimensão orante da Palavra: a Bíblia palavra viva de Deus. Outro desdobra-
panhando toda a trajetória comunitária. torna-se matéria de oração e de aprofun- mento diz respeito à retomada do valor
Com as CEBs instaura-se uma nova damento da espiritualidade. Ao lado da http://www.facebook.com/profile.
da subjetividade. Para além da lógica de
hermenêutica bíblica, propiciadora de postura de familiaridade com a Palavra, produtividade e eficácia, tão enfatizadas
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uma leitura libertadora da Palavra de aprofunda-se sua dimensão de gratuida- no tempo atual, as comunidades têm
Deus. Trata-se de uma interpretação di- de e de alteridade. buscado garantir um espaço especial
namizada pela opção em favor dos po- Com base na reflexão bíblica, as CEBs para o trabalho da dimensão pessoal da
bres, que traduz uma íntima ligação da possibilitam uma espiritualidade integra- fé e para a intensificação da experiência
Palavra com a vida do povo. A leitura bí- dora, identificada como espiritualidade de comunidade. Trata-se de um canal Albuns de fotos:
blica vem enriquecida pelo contexto da do seguimento de Jesus. Trata-se de uma fundamental para garantir o equilíbrio http://picasaweb.google.com/
experiência espiritual anima- entre as dimensões política e mística da
da pela relação dinâmica de CEBsMaria
fé. No mesmo movimento de percepção
três elementos: de inserção da singularidade da experiência de “pro-
no mundo, de compromisso ximidade”, as CEBs têm redescoberto a
com os empobrecidos e de afetividade como um valor essencial da
proximidade com o Senhor vida comunitária, que tece as redes pri-
da história; uma experiência márias de sustentação da identidade de
que envolve simultaneamen- seus participantes. Busca-se assim reali-
te a consciência da presença zar o compromisso essencial com a causa
de Cristo no irmão pobre e a da vida e a opção pelos empobrecidos
abertura à gratuidade do mis- sem se negligenciar a dimensão e os di-
tério de Deus, que faculta uma reitos da subjetividade.
presença mais decisiva e des- Faustino Teixeira - professor no Pro-
pojada no âmbito da história. grama de Pós-Graduação em Ciência da
Esta espiritualidade integrado- Religião da Universidade Federal de Juiz
ra tem suscitado alguns impor- de Fora
tantes desdobramentos, entre Fonte: .Iser assessoria
os quais a retomada da dimen-
4. 4 CEBs - Informação e Formação para animadores
A Participação dos Cidadãos na Gestão Pública
blicas serão feitas? ções. Estamos aprendendo a recorrer ao de vinte anos e depois de seu êxito em
Caminhemos para as Eleições 2012 • Pode-se ga- Ministério Público. Tivemos em 2005 um Porto Alegre-RS, disseminou-se pelo Bra-
rantir que os recursos referendo (sobre o comércio de armas) sil como forma de participação popular
públicos serão corre- e em 1993 fizemos um plebiscito para na definição do orçamento municipal.
tamente aplicados? escolher entre Monarquia e República, Em sua base, estão as assembleias peri-
• Quem tem o Parlamentarismo e Presidencialismo. Ti- ódicas, abertas a toda pessoa, em todos
poder de fiscalizar o vemos também aprovado em 1999 um os bairros e distritos, tendo na pauta te-
cumprimento do que projeto de lei de iniciativa popular de mas específicos. Qualquer cidadão pode
foi programado? combate à corrupção eleitoral (lei 9.840). pronunciar-se sobre como a prefeitura
Mas nem todos sabem que a popu- deve aplicar os recursos do orçamento
O sistema político lação pode propor leis nas Câmaras Mu- destinados aos investimentos. Certos
brasileiro por muitos nicipais, desde que tenham um número municípios, como Belo-Horizonte, ado-
anos atribuiu a de- mínimo de assinaturas fixado pela Lei Or- taram consultas também pela internet.
finição das ações ao gânica de cada município. As Assembleias elegem delegados para
Poder Executivo (o negociarem com o governo. Eles forma-
prefeito e os secretá- Conselhos de Direitos rão um Conselho anual que deve dialogar
rios por ele nomea- Importantes, também, são os Conse- diretamente com os representantes da
dos) e sua fiscalização lhos de Cidadania ou de Direitos, órgãos prefeitura sobre a viabilidade das obras
ao Poder Legislativo compostos por representantes do go- aprovadas nas assembleias. Podem pro-
(vereadores e verea- verno e da sociedade civil. A sociedade por, também, mudanças nas regras de
doras) e aos Tribunais participa por meio de entidades organi- funcionamento do Orçamento Participa-
de Contas (estaduais zadas (sindicatos, associações, movimen- tivo e definir as prioridades dos investi-
e da União). Nesse tos sociais, ONGs ...) que devem indicar mentos.
sistema, após eleger o seus representantes. Por meio deles, a Vamos Participar!
prefeito e os vereado- sociedade participa da gestão pública fis- Onde o Orçamento Participativo está
res, a população ficava calizando, apresentando demandas, ela- dando certo, o desafio agora é aumentar
sem meios de partici- borando políticas públicas e até diretrizes a participação popular, criando mecanis-
par nas decisões: não de ação para o governo. Os Conselhos mos mais eficazes de acompanhamento
opinava nem acompa- podem ser municipais, estaduais e na- e de cobrança.
Parte 2 nhava a execução das cionais e atingem diversas áreas sociais, Na maioria dos outros municípios
No informativo do mês de fevereiro políticas publicas. Esse sistema favorecia sendo alguns obrigatórios. onde o Orçamento Participativo não foi
2012, falamos de políticas públicas: os o tráfico de influências, a troca de favo- Em âmbito municipal, existem os criado, cabe à sociedade local se mobili-
procedimentos governamentais que in- res e, no limite, a corrupção. Pois quanto Conselhos de Segurança Alimentar, Saú- zar e pressionar vereadores e prefeito, a
fluenciam as condições de existência dos mais distante fica o povo, mais facilmente de, Criança e Adolescente, Assistência fim de que seja implantada essa forma de
cidadãos. Há políticas de competência se instalam os vícios da “politicagem”. Social, Segurança Pública, Direitos Huma- participação cidadã.
exclusiva da União, como o controle da nos, Educação, Direitos da Mulher, Igual- Para os cristãos, há um outro desafio
moeda e a defesa nacional, e outras de Foi para mudar esse sistema que a dade Racial, Idoso, Meio-Ambiente, Pes- especial. O Documento de Aparecida fala
competência dos Estados, como a segu- Constituição de 1988 estabeleceu instru- soa Portadora de Deficiência, Juventude, que a Igreja deve ser “advogada da justi-
rança pública. Ao município cabe tomar mentos de participação da sociedade nas além de outros nas áreas de desenvolvi- ça e dos pobres”. Isso significa que nossa
as medidas que afetam diretamente nos- ações governamentais e na sua fiscaliza- mento econômico e da cultura. participação não deve ser apenas para
so dia a dia. É sobre elas que refletiremos ção. Este é um dos motivos pelos quais defender os interesses do nosso bairro
aqui, para apontar as formas de partici- ela ficou conhecida como Constituição Os Conselhos são canais por onde ou dos setores aos quais estamos ligados,
pação da população em sua formulação Cidadã. O problema é que as inovações passa a vontade popular na elaboração mas deve ter sempre presente o impera-
e execução. constitucionais ainda não entraram na da agenda governamental. Quando fun- tivo da justiça e o atendimento aos seto-
cultura do povo, que em sua maioria con- cionam bem, asseguram a eficiência das res mais carentes da sociedade.
Ver e analisar a realidade tinua pensando e agindo como se vivês- políticas públicas, impedem que o inte- • Você participa ou já participou de
Respeitadas as diretrizes determina- semos sob a antiga Constituição. É preci- resse privado prevaleça sobre o interes- algum Conselho de Cidadania? Ou de
das pela União e pelo Estado, cabe ao so, então, traduzir em prática popular as se público e tornam-se uma verdadeira uma assembleia de Orçamento Participa-
município definir e executar as ações re- conquistas cidadãs garantidas por nossa escola de democracia. tivo? Se sim, transmita sua experiência a
ferentes ao ensino fundamental, saúde, Lei Maior. Só assim teremos políticas pú- outras pessoas. Se não, procure informar-
lazer, ocupação urbana, transporte muni- blicas voltadas efetivamente para o bem Orçamento Participativo -se com quem tem participado.
cipal, coleta e tratamento de lixo, sane- de todos, principalmente os que mais Outro mecanismo de participação da
amento e abastecimento de água. Cabe precisam. sociedade na gestão governamental é o A Palavra de Deus ilumina a vida
então perguntar como são definidas es- Apesar de a Constituição ter sido Orçamento Participativo. Embora não Ler e partilhar a leitura de Êxodo 18, 13-27
sas ações. aprovada há 20 anos, só agora a popula- esteja previsto na Constituição Federal,
• Quem decide quais políticas pú- ção começa a ver na prática suas inova- ele foi criado em Vila Velha-ES há mais Fonte: Escola de Fé e Politica - CEFEP
5. CEBs - Informação e Formação para animadores 5
Foto: Divulgação
Vida pela Vidas, Vida pelo Reino
Eldorado do Carajás: 16 anos do massacre! Uma outra leitura se faz necessária!
da impunidade, recriação de suas vidas e da história. ra. Neste mesmo ano, somente no Pará,
preocupação esta, A leitura que propomos nesta reflexão morreram 33 pessoas.
exigente na bus- é o nosso olhar que deve partir dos deze- E agora, para tornar mais aguçado o
ca pela punição nove túmulos daqueles mártires pela ter- nosso olhar sobre esta realidade triste do
dos verdadeiros ra, e fazer sobrevoar a nossa visão sobre a campo, recordemos bem que, neste perí-
responsáveis por realidade que ainda persiste na injustiça. odo depois de Carajás, entre os 399 már-
aquela barbarida- Depois de Carajás, os conflitos e os mar- tires da terra, está nossa querida Irmã
de. Responsáveis tírios continuaram em consequência da Dorothy, na lista dos que foram assassi-
são todos os en- luta pela terra. Muitos, centenas de tra- nados em 2005.
volvidos neste cri- balhadores e trabalhadoras, continuam Portanto, o olhar sobre o que acon-
me: autoridades tombando na luta pela terra e em defesa teceu há 16 anos atrás, o Massacre de
que permitiram da terra. Somente no Pará, 11 pessoas Eldorado do Carajás, deve ser um olhar
ou ordenaram o foram mortas no ano de 2011. Entre elas de mudanças. Não basta clamarmos por
massacre, e, os o casal de extrativistas e ambientalistas, justiça. Isto é preciso sim! Mas o que de-
policiais que exe- José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do vemos é compreender que na relação da
Neste mês de abril faz 16 anos do
cutaram e martirizaram barbaramente os Espírito Santo, mortos em uma “tocaia” propriedade da terra há uma estrutura
massacre de Eldorado do Carajás! Foi
trabalhadores. em uma estrada na Zona Rural de Nova de morte! Muito triste! Pois da terra deve
exatamente no dia 17 de abril de 1996,
Exercitar hoje nossa memória, bem Ipixuna – PA. nascer a vida e não a morte.
à tarde, que 19 homens trabalhadores
como as informações sobre o andamento No Brasil, de 2001 a 2011, de acordo Com este olhar podemos entender o
sem terra foram brutalmente assassi-
dos julgamentos, ou se houve julgamen- com a Comissão Pastoral da Terra, foram porquê do dia: “17 de abril” ter sido insti-
nados pela polícia do Pará. Além dos 19
tos, e se alguém ainda será punido por assassinadas, por causa da luta e em de- tuído como o “Dia Nacional de Luta pela
trabalhadores que morreram, este mas-
este crime, é uma tarefa triste, pois nada fesa da terra, 399 trabalhadores e traba- Reforma Agrária”, e o “Dia internacional
sacre resultou ainda em 69 trabalhadores
nos assegura que será feita justiça! lhadoras e também lideranças de mo- da Luta Camponesa”.
feridos ou mutilados. No decorrer deste
Sobreviventes deste massacre, e fa- vimentos e pastorais, e também índios.
tempo, o que todos nós ansiávamos e de-
miliares dos que foram martirizados, E ainda segundo a CPT, mais de 45 mil Paulo José de Oliveira (Paulinho)
sejávamos era que houvesse urgência e
quase seis mil pessoas, vivem hoje em trabalhadores e trabalhadoras, em 2011, Membro da Equipe Diocesana de
uma necessidade premente de que todos
uma agrovila em Eldorado do Carajás, viveram sob a ameaça de pistoleiros. No Comunicação das CEBs
os acusados pelo massacre fossem a jul-
“Assentamento 17 de Abril”. Lá, com um ano de 2003 foram assassinadas 73 pes- E da Irmandade dos Mártires da
gamento. E o grande foco era a questão
modelo coletivo de produção, lutam pela soas em todo Brasil nos conflitos pela ter- Caminhada Latino-Americana
Fotos: Arquivo das Cebinhas - Paróquia Coração de Jesus
ESPAÇO DOS ANIMADORES (AS)
Vivência nas Cebinhas
Minha caminhada na Cebinhas co- munidade o nome de Dom Bosco, pois, Todo o segundo domingo do
meçou em 2009, e não começou nada Dom Bosco é um santo do qual eu sou mês nós somos responsáveis pela
fácil, as crianças não participavam, pois muito devoto, e também por ele ser o missa das 09h00 onde as crianças
tinham outros compromissos no mesmo intercessor dos jovens. Então eu digo: da Cebinhas têm a oportunidade
dia e horário, entre muitos outros moti- motivos não faltam para desistir; mas de fazer leitura, levar os vasos sa-
vos, e eu sempre pedindo a Deus que ele temos que agüentar firme, hoje a minha grados entre outros. O nosso sub-
me abençoasse com uma comunidade de comunidade caminha bem com mais ou sídio da Cebinhas é muito bom,
Cebinhas, e ele me abençoou. Dei à co- menos 10 crianças. tem atividades para as crianças
fazerem, dinâmicas e uma
linguagem mais fácil. Hoje,
no Bosque temos 16 comu-
nidades de Cebinhas por en-
quanto, pois esse número vai firmes nessa caminhada! Pois se a gente
aumentar logo, logo... Realmente ser desanimar as crianças e adolescentes da
um animador de Cebinhas é uma bên- Cebinhas também vão desanimar. Que
ção, pois é através desse serviço que Deus nos abençoe no trabalho de CEBs e
trazemos as crianças para Deus e tam- Cebinhas! #Tamojunto
bém ajudamos aos nossos irmãos da
comunidade. Lembre-se a Cebinhas é Bruno Andrade Gabriel
a Ceb’s do futuro, então continuemos (Secretário e Animador da Cebinhas)
6. 6 CEBs - Informação e Formação para animadores
ACONTECEU
Encontro Formativo das CEBs - D
18 de março de 2012 nosso Deus é um Deus bom e justo por partilha a vida, que partilha o pão. E tes- e Mateus foram escritos por volta do ano
Tema: Evangelho de Marcos natureza. temunhou que, em sua comunidade, (Pa- 85 depois de Cristo. As comunidades de
uma introdução. Ao final da celebração da Eucaristia, róquia Coração de Jesus), foi construído Mateus e Lucas tinham em mãos, ao es-
Assessor: João Claudio Rufino nós das CEBs seguimos em caminhada, o propósito de, aqueles que ainda não creverem os evangelhos, o evangelho de
(Centro Bíblico Verbo e CEBI) com alegres cantos, até o local do nosso apoiam as CEBs, a começar das lideran- Marcos. Desta forma, as bases do evan-
Local: Sociedade S. Vicente de Paulo encontro, na sede da Sociedade São Vi- ças, que todos precisam apoiar as CEBs. gelho de Marcos estão contidas nos evan-
Jd. Paulista, São José dos Campos. cente de Paulo, (SSVP ), no Jardim Paulis- Isto ele fundamenta nos documentos de gelhos de Mateus e de Lucas. E a segunda
ta, São José dos Campos. Aparecida e no documento conclusivo do fonte é a fonte “Q”, originada da palavra
Iniciamos nosso dia de formação com Iniciando nossa formação, Pe. Fabia- Sínodo Diocesano. E conclamou a todos a “Quelle”, que significa “fonte” em ale-
uma bonita celebração da Eucaristia, no deu as boas vindas a todas as anima- acreditarmos nas CEBs. mão.
presidida por Pe. Fabiano Kleber C. do doras e animadores e a todas as comu- Iniciando os estudos do evangelho de Neste sentido nosso assessor propôs
Amaral, assessor diocesano das CEBs, na nidades presentes. Além do Pe. Fabiano, Marcos, João Claudio, nosso assessor, nos exercícios de observação das semelhan-
Paróquia Santuário São Judas Tadeu, dio- estiveram presentes na nossa formação, mostrou que, além de entender o evan- ças e das diferenças entre os evangelhos
cese de São José dos Campos. Pe. Rogério Félix Machado, Pe. Vitor gelho de Marcos como referência para de Mateus e Lucas, como, por exemplo,
Refletindo sobre a liturgia deste dia, Mendes Santos e o Seminarista Jairo Au- outros evangelhos, também a importân- na narração da anunciação, (Mt 1,18-25e
(2Cr 36,14-16.19-23, Ef 2, 4-10 e Jo 3,13- gusto (Guto). cia de sabermos compreender porque há Lc 1,26-38), e na Genealogia de Jesus,
21), vimos que Deus não enviou seu Filho Pe. Rogério nos lembrou que estamos diferenças e igualdades entre os evange- (Mt 1, 1-17, e Lc 3, 23b-38).
para condenar o mundo, mas para que reunidos neste dia porque somos das lhos de Mateus, Lucas e Marcos. Eles têm As observações existentes nesta rela-
o mundo seja salvo por Ele. Pe. Fabia- Comunidades Eclesiais de Base. E afirma uma visão comum, evangelhos sinóticos. ção afirmam que, quando Mt e Lc estão
no mostrou que esta liturgia nos orien- que as CEBs é o melhor jeito de tornar A partir destes fundamentos passa- de acordo com Mc, eles estão de acordo
ta para a verdadeira Luz, que é o Cristo nossa Igreja uma Igreja missionária. E é mos à compreensão da “teoria das duas entre si. Mas quando divergem de Mc,
Ressuscitado. Refletimos, também sobre lá onde moramos que devemos mostrar fontes”. O primeiro evangelho a ser escri- também marcam diferenças entre si.
qual é a imagem do Deus que acredita- o rosto de Jesus, em uma Igreja que se to foi o de Marcos, por volta do ano 70 Também, os trechos (perícopes) iguais
mos; nisto Pe. Fabiano nos lembrou que reúne em torno da Palavra de Deus, que depois de Cristo. Os evangelhos de Lucas em Mt e Lc seguem a mesma sequência.
7. CEBs - Informação e Formação para animadores 7
Fotos: Bernadete Mota e Maria Helena Moreira
Diocese de São José dos Campos
As divergências são, em geral, nos termos Galiléia; e que o livro dos Atos dos Após-
empregados.
A fonte “Q”, que além do evangelho
tolos e o evangelho de Marcos eram um
só documento. Mural do Encontro
de Marcos, define também concordân- No evangelho de Marcos Jesus inicia
cias e divergências existentes entre Mt,
Mc e Lc, pode ser melhor explicada ad-
o seu caminho na Galiléia e termina em
Jerusalém. Na Galiléia havia grande con-
Qual a importância deste encontro
mitindo-se uma fonte comum. Ela é cha- centração de militares romanos, ambien- para a sua vida em comunidade?
mada de fonte “Q”, ou “fonte dos ditos te de guerras, na época da comunidade
de Jesus”. de Marcos. O cenário é de violência e de
Resumindo, os evangelhos de Mt e Lc medo. Por isto o evangelho de Marcos é o
têm informações contidas no evangelho evangelho dos discípulos amedrontados, É sempre um momento de aprendizado e nós temos a capa-
de Marcos e também têm informações e que esperavam pelo messias poderoso. cidade de aprender sempre. A CEBs sempre me encantou, pois
da fonte “Q”, (“fonte dos ditos de Jesus”). A palavra messias vem do hebraico, nela eu aprendi a acolher o outro.
Em seguida nosso assessor nos con- posteriormente traduzida para o grego, (José Maciel da Luz - Paróquia Santa Rita de Cássia – Jd.
duziu pela história da Palestina, passando onde significa Cristo. Em Português a pa- Da Granja)
por cada momento político-religioso da lavra messias significa ungido. A palavra
terra que iria receber Jesus. A Palestina Cristo é o título dado ao Jesus de Nazaré. Aprofundar o conhecimento para partilhar na comunidade.
era dominada pelo Império Romano na Alguns da comunidade de Marcos (Luiz Marinho - Paróquia Coração de Jesus - Bosque dos Eucaliptos)
época de Jesus. estavam desistindo da caminhada, pois
Na época de Jesus, o poder político queriam acreditar num messias podero- Através dos conhecimentos, aprendemos a opinar e levar para a comunida-
era representado na pessoa do Impera- so, e não um messias pobre. de a fé em Cristo. Lidar com as diferenças e propagar a fé para todos.
dor e este instituía o Sinédrio, figura do O evangelho de Marcos vem mostrar (Maria José Batalha Luz - Paróquia São Bento - Jd. Morumbi)
poder religioso, (conjunto de 71 pessoas que Jesus não é aquele messias podero-
que dominavam a religião na época de so, que conduziria seu povo nas guerras, É um aprendizado para mim que pretendo levar para a minha paróquia e
Jesus). mas sim o messias que traria o Reino de para o setor que participo com a graça de Deus.
Vimos que a terra onde Jesus viveu Deus. Um messias dos pobres. (Sebastião D. Rodrigues - Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Altos de San-
tana)
sempre foi uma terra explorada e domi- O evangelho de Marcos tem dezesseis
nada por outros povos, uma história de capítulos. O centro do evangelho de Mar-
Primeiro o convívio com outras paróquias, e o aprender mais. Participan-
um povo oprimido, sempre em busca de cos é o capítulo oito, pois neste capítulo do do encontro estamos confirmando a nossa presença, nossa participação e
libertação. Neste contexto é que se de- Jesus se revela como o messias liberta- responsabilidade no movimento. Faz-nos lembrar que atrás daquele simples
vem estudar os evangelhos. dor, o messias dos pobres (Mc 8,27-36), encontro na comunidade, existe uma organização e pessoas preocupadas em
Com relação ao “evangelho de Mar- “se alguém quer me seguir, renuncie a si formar e informar que esta à frente. Estes encontros nos reabastecem.
cos”, nosso tema de estudos, não é possí- mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Ou (Zara Menezes Dias - Paróquia São Francisco de Assis – Jacareí)
vel atribuir a Marcos sua autoria. Naque- seja, Jesus não é um messias poderoso,
la época era comum atribuir a autoria de mas um messias libertador, pela cruz, Ensinou-me a compartilhar mais a vida em comunidade, a luz do Evangelho
algum documento para alguma pessoa pela mudança das estruturas sociais, po- de Jesus e a não desistir de lutar pela evangelização, a divulgar mais a CEBs aqui
querida ou importante da comunidade. líticas e religiosas. e em todo os lugares por onde nós andarmos.
Os evangelhos nascem da necessida- Equipe Diocesana de (Sônia Maria Morais - Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Parque Industrial)
de da comunidade celebrarem sua fé. Eles Comunicação das CEBs
não tinham necessariamente a Achei muito importante, pois aprendi sobre a Bíblia, o encontro foi bastante
intenção de uma obra, de um animado e as pessoas estavam felizes.
livro. O que os evangelhos têm (Maria Ap. Rodrigues - Paróquia Coração Eucarístico de Jesus - Novo Horizonte)
de específico pode ser a refe-
rência à realidade da comuni- Sempre quis fazer estudo bíblico, vejo que hoje foi o começo, o palestrante
dade que o escreveu. se expressa muito bem, estou aprendendo e espero levar tudo o que passou
Há hoje certo consenso de neste dia para o meu setor, em fim o tema foi muito rico, gostei muito.
que o evangelho de Marcos (Vânia Sueli B. Ramos - Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Pq. Interlagos)
tenha sido escrito na região da
Estreitar os laços e a experiência de cada Comunidade, e o tema abordado
nos ajuda em nosso crescimento espiritual em comunidade.
(Vânia Sueli B. Ramos - Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Pq. Interlagos)
Muito importante, pois como coordenadora de setor tenho que estar sem-
pre participando para poder passar para a comunidade.
(Irene Teles dos Santos - Paróquia Santuário São Judas Tadeu - Jd. Paulista)
Ângela Ferreira - Equipe de Comunicação Diocesana das CEBs
8. 8 CEBs - Informação e Formação para animadores
30 de abril - Dia Nacional da Mulher Foto: Bernadete Mota
Sede como MARIA - Mãe de Jesus - Bem Aventurada.
Bem aventurada a mulher que cuida mundo mais justo e mais humano. Bem
do próprio perfil interior e exterior, por- aventurada a mulher que, em seu cami-
que a harmonia da pessoa faz mais bela a nho, encontra Cristo: escuta-O, acolhe-
convivência humana. Bem aventurada a -O, segue-O, como tantas mulheres do
mulher que, ao lado do homem, exercita evangelho, e se deixa iluminar por Ele na
a própria insubstituível responsabilidade opção de vida. Bem aventurada a mulher
na família, na sociedade, na história e no que, dia após dia, com pequenos gestos,
universo inteiro. Bem aventurada a mu- com palavras e atenções que nascem do
lher chamada a transmitir e a guardar a coração, traça sendas de esperança para
vida de maneira humilde e grande. Bem a humanidade.
aventurada quando nela e ao redor dela
acolhe faz crescer e protege a vida. Bem (G.Quablini)
aventurada a mulher que põe a inteligên-
cia, a sensibilidade e a cultura a serviço Deus abençoe todas as
dela, onde ela venha a ser diminuída mulheres de nossas
ou deturpada. Bem aventurada a mu- comunidades.
lher que se empenha em promover um
1ª de maio dia do trabalhador
“O meu Pai trabalha até agora, e eu também trabalho.” Jo 5,17
A história do Dia Mundial do Traba- da violação da dignidade do trabalho hu- o contentamento com qualquer tipo de seja a expressão da dignidade essencial
lho é marcada por eventos que, em sua mano, seja porque suas possibilidades trabalho, há que se lutar para a conquista de todo homem e de toda mulher: um
origem, correm o risco de ser esquecidos são limitadas (desemprego, subempre- e a melhoria das condições de um traba- trabalho escolhido livremente, que as-
pelas comemorações que marcam a data. go), seja porque são desvalorizados ‘os lho que se possa chamar de “decente”. socie eficazmente os trabalhadores, ho-
Há mais de um século que a luta por con- direitos que dele brotam, especialmente O próprio Papa Bento XVI no mesmo nú- mens e mulheres, ao desenvolvimento da
dições melhores de trabalho, bem como o direito ao justo salário, à segurança da mero lança a pergunta e, na sequência, a sua comunidade; um trabalho que, deste
pela conquista do direito de trabalhar, pessoa do trabalhador e da sua família’” responde: “qual é o significado da palavra modo, permita aos trabalhadores serem
constitui objetivo ainda tão presente na (CV 63). “decência” aplicada ao trabalho? Signifi- respeitados sem qualquer discriminação;
pauta de reivindicações dos trabalhado- Não bastam a simples conquista ou ca um trabalho que, em cada sociedade, um trabalho que consinta satisfazer as
res de todo o mundo. necessidades das famílias e dar a esco-
O Papa Bento XVI em sua Carta En- laridade aos filhos, sem que estes sejam
cíclica Caritas in Veritate (CV) destaca constrangidos a trabalhar; um trabalho
a importância e atualidade do tema ao que permita aos trabalhadores organi-
afirmar que “a dignidade da pessoa e as zarem-se livremente e fazerem ouvir sua
exigências da justiça requerem, sobretu- voz; um trabalho que deixe espaço sufi-
do hoje, que as opções econômicas não ciente para reencontrar as próprias raízes
façam aumentar de forma excessiva e em nível pessoal, familiar e espiritual; um
moralmente inaceitável as diferenças de trabalho que assegure aos trabalhadores
riquezas e que se continue a perseguir aposentados uma condição decorosa.”
como prioritário o objetivo do acesso ao Que a intercessão de São José Operá-
trabalho para todos, ou da sua manuten- rio nos leve cada vez mais a reconhecer
ção” (CV 32). Mais adiante, o Papa alerta que, como afirma o Santo Padre, “o amor
para a relação direta entre a pobreza e o de Deus chama-nos a sair daquilo que é
desemprego em um mundo que faz a op- limitado e não definitivo, dá-nos coragem
ção pelo desenvolvimento sem priorizar para continuarmos buscando e traba-
o ser humano, ou seja, “ao considerar os lhando pelo bem de todos” (CV 78).
problemas do desenvolvimento, não se
pode deixar de pôr em evidência o nexo Seminarista - Jairo Augusto dos Santos
direto entre pobreza e desemprego. Em Paróquia Coração de Jesus
muitos casos, os pobres são o resultado
9. CEBs - Informação e Formação para animadores 9
Fotos: Bernadete Mota
JUBILEU ÁUREO DO CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II
1962-1965 / 2012- 2015
mes convicções: é necessário estarmos da Igreja seja impregnada e renovada em inovações e criatividade permanente.
atentos aos sinais dos tempos se quiser- pelo vigor e pelo espírito do Concílio, é Decididamente, o Vaticano II foi um acon-
mos, como Igreja, anunciar o Evangelho preciso que as sementes de vida lança- tecimento do Espírito, desse Espírito que
de Jesus Cristo. A isto se soma outra exi- da pelo Concílio no campo que é a Igreja continua ‘criador’ de sua Igreja, e que
gência: encontrar uma expressão ade- cheguem à plena maturidade”. continua ‘fazendo’ novas todas as coisas”.
quada para tornar esta mensagem inteli- E podemos concluir como nos diz Ru- (cf. Tânia Maria Couto Maia, “Igreja Mis-
gível para a humanidade de hoje, ou seja, fino Velasco, em seu livro: “A Igreja de tério”, na Constituição Dogmática ‘Lumen
de como dizer “que o teu Reino chegue”, Jesus”. Processo histórico da Consciência Gentium’, palestra proferida num Semi-
nesta “época de renovação” que estamos Eclesial’”, na página 239: nário promovido pelo Conselho Nacional
vivendo (cf. Anúncio do Concílio, 25-01- “Não se trata apenas de entender e do Laicato do Brasil, por ocasião dos 40
1959). aprofundar os documentos conciliares anos do Concílio Vaticano II).
Papa João XXIII segue explicando e trata-se de continuar o Concílio, de fazê-
pormenorizando esta inquietação em -lo avançar para a mudança histórica co- Nivaldo Aparecido Silva
textos sucessivos. Diante da sua intuição meçada por ele. Não se pode ser fiel ao Assessor Paroquial de Pastoral
Passados 50 anos do início do Concílio fundamental – sinais dos tempos – é pos- Concílio a não ser indo para além dele, Paróquia São José Operário - Jacareí
Vaticano II, que mudou profundamente sível dizer que João XXIII propôs ao Con-
o curso da Igreja Católica no século XX, cílio três grandes temas em diferentes
bem como seu relacionamento com as pronunciamentos: a abertura ao mundo
outras Igrejas e com o mundo, não se es- moderno, a unidade dos cristãos e a Igre-
gota aí o debate sobre seu significado e ja dos pobres.
sobre sua aplicação. Todos eles implicam o que Paulo VI
O historiador, olhando para trás, po- chamou, com grande fidelidade a seu
derá dizer que ele abriu uma nova era predecessor, “o desejo, a necessidade, o
para a Igreja e fixou os pontos de transi- dever da Igreja de dar, finalmente, uma
ção entre os séculos XX e XXI. O Vaticano definição meditada de si mesma (cf. Dis-
II marcou o fim de uma época; por pou- curso na abertura da Segunda sessão, 29-
ca distância que se tome, verifica-se que 09-1963).
veio até a marcar o fim de uma série de O Concílio Vaticano II foi, sem som-
épocas; o fim de uma era. De certa for- bra de dúvida, o acontecimento maior
ma, ele encerra a era dita constantiniana, na vida da Igreja. Saudada como a nova
a era do cristianismo de tipo medieval, a primavera da vida da Igreja e, como um
era da Contra Reforma, a era do Vaticano “novo Pentecostes” o Concílio, que se
I. Em relação a esse passado longínquo, quis pastoral e voltado para as “angústias
marca uma transição na história da Igreja e esperanças” do homem e da mulher de
(cf. L. J. Suenens, “A corresponsabilida- hoje, está celebrando seu jubileu áureo.
de na Igreja de hoje”, Vozes, Petrópolis, Nunca na história da Igreja um Con-
1969, páginas 11 e 12). cílio dependeu tanto da pessoa do Papa,
Não há dúvida de que o Concílio Va- como este Vaticano II. Por isto, com razão,
ticano II representa o acontecimento podemos dizer que o Concílio Ecumênico
maior da Igreja Católica em vários sécu- Vaticano II é o Concílio do Papa João.
los. Dizendo isto, não pensando apenas O Concílio não foi um acontecimento
em seus textos, mas também no espírito passado, mas o ponto de partida de toda
que nos anima, assim como no impulso ação eclesial, no presente e no futuro,
que lhe deram João XXIII e Paulo VI. Todo conforme se expressou o Papa Paulo VI
este conjunto constitui o fato conciliar. em carta de 21-09-1966, dirigida ao Con-
À medida que o tempo passa e que gresso de Teologia pós Conciliar: “A tarefa
vamos tomando distância para consi- do Concílio Ecumênico não está comple-
derar o acontecimento conciliar, cresce tamente terminada com a promulgação
a figura do Papa João XXIII. Desde a pri- de seus documentos e, esses, como en-
meira comunicação feita por João XXIII a sina a história dos Concílios, representam
propósito do Concílio, encontramos um antes um ponto de partida que um alvo
ponto que atesta uma de suas mais fir- atingido. É preciso, ainda, que toda a vida
10. 10 CEBs - Informação e Formação para animadores
Fotos: Bernadete Mota e Maria Matsutacke
Formação DA RP-VI
Aconteceu no dia 11 de março, no da RP-VI, juntamente com toda a Comu- comunidades. Falou também da impor- de Deus, em cujas mãos Ele quer confiar
Centro de Pastoral da Paróquia de San- nidade Paroquial de Santa Cecília. tância desta formação, sobre o Jubileu de um novo momento da Igreja de Jesus
ta Cecília, o Encontro de Formação das Animados pela Eucaristia, e também Ouro do Concílio Vaticano II, e passou em Cristo.
CEBs, da Região Pastoral VI. Estiveram pela partilha comunitária de um gostoso seguida a palavra ao assessor Nivaldo. Concluindo, Nivaldo apontou tam-
presentes em torno de uma centena de e fraterno café da manhã, iniciamos nos- O Teólogo Nivaldo nos apresentou bém a importância de D. Helder Câmara,
animadoras e animadores das Comunida- sa formação, recebidos por Pe. Fabiano toda a história do Vaticano II, fazendo como motivador, que mesmo daqui do
des Eclesiais de Base, para refletirem so- Kleber C. do Amaral, assessor diocesano toda sua contextualização histórica. Fa- Brasil incentivava os padres conciliares e
bre os 50 anos do Concílio Vaticano II. O das CEBs. lou da importância do Concílio que veio contribuía com sugestões, enviando car-
Concílio teve sua abertura em 1962, pelo O ambiente foi preparado com bas- marcar uma nova época da Igreja de Je- tas. E na esperança das mudanças proje-
Papa João XXIII, e sua conclusão em 1965, tante carinho pelas CEBs da Paróquia São sus Cristo. Pudemos refletir sobre alguns tadas pelo Vaticano II, D. Helder profeti-
com o então Papa Paulo VI. A nossa for- José Operário e o encontro animado pelo elementos que antecederam a realização zou, na confiança em Deus: “... do fundo
mação foi assessorada por Nivaldo Apa- grupo musical “Seguidores de Jesus”, da do Concílio, aspectos do evento conciliar, do coração, eu quero aquilo que Ele quer,
recido Silva, que é filósofo e teólogo, e é mesma Paróquia. tanto da sua convocação quanto da sua eu prefiro aquilo que Ele prefere. Aceito
assessor paroquial da Comunidade Paro- Pe. Fabiano agradeceu a todas as realização, e também sobre os desafios e no escuro, contando com a graça divina”.
quial de São José Operário de Jacareí. animadoras e animadores, tanto pela perspectivas diante do jubileu áureo do
Nosso dia se iniciou com a Celebração participação na formação quanto pela Concílio Vaticano II. Nivaldo ressaltou a Equipe Diocesana de
da Eucaristia que foi presidida por Pe. perseverança na construção e realização importância do Papa João XXIII e da ação Comunicação das CEBs
José Afonso de Souza, assessor das CEBs da Igreja de Jesus Cristo, nas casas, nas do Espírito Santo, trazendo para o Povo
11. CEBs - Informação e Formação para animadores 11
aconteceu Fotos: Bernadete Mota
Festa de São José na Comunidade
Jardim Esperança em Monteiro lobato
Aconteceu no dia 25 de abril a Festa de São
José na comunidade do Jardim Esperança, perten-
cente a Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso
em Monteiro Lobato. O tema central da festa foi
50 anos do Concílio Vaticano II. Durante o tríduo
foi aprofundado os temas: “O que é Concílio Ecu-
mênico”, “ A convocação e a realização do Concílio
Vaticano II, “A recepção e o influxo do Concílio Va-
ticano II na vida eclesial (Igreja).
Fotos: Bernadete Mota e Maria de Fatima Silva
A Via-Sacra da Campanha da Animadores das
Fraternidade 2012 promovida pelas CEBs, presente na
CEBs, nas comunidades de nossa Diocese. Audiência Pública
sobre Educação.
No dia 29/12, aconteceu no bairro
Campos de São José a primeira Audiên-
cia Pública do ano sobre Educação.
Alguns animadores das CEBs esti-
veram presentes, entre eles Vicente
e Ivone das CEBs da Comunidade São
José.
Traga a bandeira de luta
Deixa a bandeira passar
Essa é a nossa conduta
Vamos unir prá mudar
Silvia Macedo
12. 12 CEBs - Informação e Formação para animadores
irá acontecer
Novena em honra a São Dimas
Foto: Divulgação
De 13 a 21 de Abril
Horário: 19h30 na Catedral São Dimas
Tema Central: “Uma Comunidade de Fé”
Nos finais de semana (Dias 13, 14 e 15 e 20, 21 e 22) após a missa haverá quermesse
com bolinho caipira, churrasco, jogos infantis, atrações musicais e muito mais.
Dia da CEBs: Dia 22 de abril
A Paróquia Catedral São Dimas fica na Praça Monsenhor Ascânio
Brandão, 01 no Jardim São Dimas. Mais informações Ligue: (12) 3322-0543.
04 - Dia Nacional do Parkinsoniano ENCONTRO DE ANIMAÇÃO PARA
07 - Dia do Médico Legista MISSIONÁRIOS PAROQUIAIS
07 - Dia Mundial da Saúde
ABRIL
No dia 9 de Março, Pe. Edinei Evaldo Batista - Coordenador Dio-
08 - Dia Mundial de Combate ao Câncer cesano de Pastoral redigiu uma carta convite a todos os membros
12 - Dia do Obstetra da COMIPA das paróquias incentivando a participação no Encontro
de Animação para Missionários Paroquiais. Veja abaixo os dados
14 - Dia do Técnico em Serviços de Saúde para que você possa participar.
17 - Dia Mundial da Hemofilia
Pe. Jaime Patias (Missionário de Consolata)
26 - Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão 06 de Maio de 2012 – das 8h às 16h
30 - Dia Nacional da Mulher Local: Seminário Santa Teresinha
Av. São João, 2650 – Jd. das Colinas
São José dos Campos - SP
Investimento: R$ 15,00 (incluído refeições)
COMUNICAÇÃO EM REDES OBSERVAÇÃO: A INSCRIÇÃO SERÁ EFETUADA
MEDIANTE PAGAMENTO DA TAXA.
Informações e inscrições com Karla Ferreira do
Queremos comunicar com todos os animadores(as) de nossa diocese. Enviem notícias de Centro Diocesano de Pastoral - Beato João Paulo II
suas comunidades, se for possível com fotos do seu grupo para serem publicadas no informativo Diocese de São José dos Campos-SP
das CEBs, selecionaremos de acordo com o espaço no jornal “Lá em o trem das CEBs”, e-mail: Tel: (12) 3928-3912 - www.cdpsjc.com.br
tremdascebs@diocesesjc.org.br
Errata
Sor Enviando notícias de sua comunidade, você participará do sorteio da camise- Queremos corrigir informação dada no Informativo de março,
(edição nº 76), na página 7, espaço “Aconteceu”, no artigo sobre a
teio
ta da comunicação que será sorteada nas reuniões dos coordenadores das CEBs
“Reunião da Equipe de Coordenação das CEBs”: Maria Alves e Ma-
na diocese. Não esqueçam de enviar junto com o texto o tamanho da camiseta.
ria Alice de Faria Moreira são coordenadoras paroquiais das CEBs da
Paróquia Santa Luzia. João Camilo da Silva é o coordenador da RP IV.
Publicação Mensal das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Diocese de São José dos Campos – Diretor: Dom Moacir Silva – Diretor Técnico: Pe. Fabiano Kleber
Cavalcante Amaral - Jornalista Responsável: Ana Lúcia Zombardi - Mtb 28496 – Equipe de Comunicação das CEBs: Coordenadora: Maria Bernadete P. Mota de
Oliveira - Vice Coordenador: Luiz Antonio de Oliveira - Integrantes: Paulo José de Oliveira, Maria Helena Moreira e Ângela Ferreira - Colaboradores: Madalena das
Graças Mota e Celso Correia Diagramação: Maria Bernadete de Paula Mota Oliveira - Correção: Maria Lairde Lopes de Siqueira Ravazzi - Revisão: Pe. Fabiano Kleber
Cavalcante Amaral - Arte Final e Impressão: Katú Editora Gráfica - Tiragem: 6.200 Exemplares
Sugestões, críticas, artigos, envie para Bernadete.
Fale com a Redação... Av. Ouro Fino, 1.840 - Bosque dos Eucalíptos CEP 12.233-401 - S. J. Campos - SP
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