O documento discute projeto e dimensionamento de muros de arrimo. Aborda conceitos como empuxos de terra em muros de contenção segundo as teorias de Rankine e Coulomb, estabilidade de muros quanto a deslizamento e tombamento, e projeto de muros de arrimo de gravidade, flexão e com contrafortes. Fornece detalhes sobre pré-dimensionamento, armaduras, tensões no solo e verificações de esforços.
2. Lançamento 2008
Muros de Arrimo
Osvaldemar Marchetti
ISBN: 9788521204282
Páginas: 152
Formato: 17x24 cm
Peso: 0,270 kg
ELABORADO
POR PROFESSORES E
ENGENHEIROS
3.
4. Muros de Arrimo III
Muros
de
Arrimo
OSVALDEMAR MARCHETTI
www.blucher.com.br
muro-00.indd 3 10.03.08 16:12:09
5. Muros de Arrimo IX
conteúdo
1 INTRODUÇÃO........................................................................................1
1.1 o estado de equilíbrio plástico em solos.............................................1
1.2 Empuxos de terra em muros de contenção
— Rankine...................4
1.3 Empuxos de terra em muros de contenção — Coulomb.................8
1.4 Empuxos de terra em repouso em muros de contenção...............17
1.5 Efeito da compactação sobre muros de contenção —
Terry S. Ingold.........................................................................................20
1.6 Empuxos devidos a cargas especiais................................................25
2 muros de arrimo.............................................................................41
2.1 Muros de arrimo por gravidade..........................................................41
2.2 Muros de arrimo de flexão...................................................................43
2.3 Muros de arrimo com contrafortes.....................................................44
2.4 Cortinas de arrimo................................................................................45
2.5 Muros de arrimo atirantados...............................................................46
2.6 Outros tipos de muros...........................................................................47
3 estabilidade dos muros.................................................................49
3.1 Deslizamento (escorregamento)........................................................49
3.2 Tombamento.........................................................................................50
3.3 Tensões no solo na base do muro de arrimo....................................50
4 projeto de muros de arrimo......................................................53
4.1 Projeto de muro de arrimo de gravidade.........................................53
4.2 Projeto de muro de arrimo de flexão.................................................68
4.3 Projeto de muro de arrimo com contraforte....................................88
5 ANEXOS..............................................................................................105
5.1 Tabelas de armadura mínima de retração.....................................105
5.2 Cisalhamento em lajes.......................................................................111
5.3 Lajes-dimensionamento.....................................................................111
5.4 Dimensionamento de vigas à flexão...............................................116
5.5 Dimensionamento de vigas ao cisalhamento................................134
muro-00.indd 9 10.03.08 16:12:10
6. 1 — Introdução
1 — Introdução
1.1 – Estado de equilíbrio plástico em solos
O equilíbrio plástico que age em um elemento do solo é mostrado na Figura 1.
Ed
a b
z
a
b
a
b
sv
sh sh
Figura 1
Na Figura 1, AB representa a superfície horizontal de uma massa semi-infinita
de areia sem coesão e de peso específico g e E representa um elemetno de areia de
altura z e com área unitária.
A tensão normal na base na altura z vale sv = gz e é uma tensão principal. As
tensões sh perpendiculares a sv são também principais e existe uma relação entre
sv e sh dada por
K
h
v
=
s
s
O valor K, de acordo com os ensaios de compressão triaxial, pode assumir qual-
quer valor entre os limites Ka e Kp, sendo:
Ka Kp= °−
= °+tg e tg22
45
2
45
2
f f
onde f = ângulo de atrito interno da areia.
Quando uma massa de solo é depositada por um processo natural ou arti-
ficial, o valor K tem um valor Ko intermediário entre Ka e Kp, onde Ko é uma
constante empírica, denominada de coeficiente de empuxo de terras em repouso.
Seu valor depende do grau de compacidade da areia e do processo, pelo qual o
depósito foi feito.
muro-01.indd 1 10.03.08 16:13:36
7. 18 Muros de Arrimo
O valor de C0 será determinado utilizando-se a seguinte equação:
C C0
0
= ⋅
tg
tg
(coesão estática do solo
f
f
))
tg
0
0
2
s s f f
f
f
h v Ka C Ka
Ka
= ⋅ − ⋅ ⋅
= −
0 0
0
2
45
2
= −1 sen coeficiente de empuxo
em re
f
ppouso ativo
onde sh é pressão horizontal; sv: pressão vertical; Ka f0: coeficiente de empuxo no
estado repouso-ativo.
Tabela 1.4 — Valores dos coeficientes no estado repouso-ativo
f sen(f0) f0 Ka f0 tg(f0)/tg(f)
5 0,0456 2,6115 0,9128 0,5213
8 0,0748 4,2892 0,8608 0,5337
10 0,0951 5,4559 0,8264 0,5417
12 0,1160 6,6623 0,7921 0,5495
15 0,1486 8,5485 0,7412 0,5610
18 0,1827 10,5296 0,6910 0,5721
20 0,2063 11,9049 0,6580 0,5792
22 0,2305 13,3248 0,6254 0,5862
25 0,2679 15,5408 0,5774 0,5964
28 0,3067 17,8628 0,5305 0,6061
30 0,3333 19,4712 0,5000 0,6124
32 0,3605 21,1291 0,4701 0,6185
34 0,3881 22,8370 0,4408 0,6243
36 0,4162 24,5959 0,4122 0,6300
38 0,4447 26,4063 0,3843 0,6355
40 0,4736 28,2688 0,3572 0,6409
42 0,5028 30,1839 0,3309 0,6460
45 0,5469 33,1559 0,2929 0,6533
muro-01.indd 18 10.03.08 16:13:55
8. 30 Muros de Arrimo
1.6.3 – Cargas concentradas
As pressões laterais, usando a Teoria da Elasticidade e com testes de Spangler e
Wickle (1956), são apresentadas a seguir:
H
x = m � H V (kn)
m 0,4
sh =
,77V
—
H
mn
—
(m + n)
m ≤ 0,4
sh =
0,8V
—
H
n
—
(0,6 + n)
o
V
mH
(a)
(b)
shsh
sh = sh cos (,a)
a
z = nH
Figura 26
Exemplo:
H = 4 m
z = nH
x = mH
V = 00 kn
Figura 27
muro-01.indd 30 10.03.08 16:14:18
9. 36 Muros de Arrimo
1.6.5 – Carga tipo sapata corrida
As pressões laterais, usando a Teoria da Elasticidade e com testes de Therzaghi
(1943), são apresentadas a seguir: cargas do tipo rodovia, ferrovia, aterro sobre a
superfície do terreno, paralelo ao muro de contenção.
b
(strip loading)
sh = (b – sen b cos a)
2q
—
π
a
b/
q (kN/m)
sh
Figura 34
Exemplo:
4 m
z = nH
0 kn/m
m mb/
b/
b
Figura 35
muro-01.indd 36 10.03.08 16:14:28
10. 2 — Muros de Arrimo 41
2 — muros de arrimo
2.1 – Muros de arrimo por gravidade
a) Construção de alvenaria de pedra ou concreto ciclópico
• Pré-dimensionamento
H
30 cm ou (8% H a 15% H)
(0,5d a d)
d (12% a 15%) H
(40% a 70%) H
(1:10 a 1:15)
(o.K.)
Figura 38
• Tipos em alvenaria e concreto ciclópico
Figura 39
muro-02.indd 41 10.03.08 17:12:40
11. 44 Muros de Arrimo
b) Pré-dimensionamento: (concreto armado)
H
15 a 20 cm (min)
(8% a 10% H)
20 cm (min)
15 a 20 cm (min)
Figura 42
2.3 – muro de arrimo com contrafortes
a) Pré-dimensionamento: (concreto armado)
15 a 20 cm (min)
15 a 20 cm (min)
(40% a 60% H)
(8% a 10% H)
(40% a 70% H)
H
30 cm
1 cm
(min )
Figura 43
muro-02.indd 44 10.03.08 17:12:48
12. 46 Muros de Arrimo
2.5 – muros de arrimo atirantadossuperfÍcie de ruptura
furo de trado
Muro de concreto
(perfis de aço com madeira)
chumbador
tirantes
d
l
superfície
de ruptura
Figura 45 – L: comprimento do Grout (ancoragem); D: diâmetro médio (ancoragem)
muro-02.indd 46 10.03.08 17:12:51
13. 48 Muros de Arrimo
b) Muro estaqueado
Muro de arrimo
Bloco de concreto
estacas estacasestacas
Figura 47
muro-02.indd 48 10.03.08 17:12:53
14. 3 — Estabilidade dos Muros 49
3 — estabilidade dos muros
3.1 – Deslizamento (escorregamento)
H
a
d
b
H
es
ev
ec
eh
Ps
ev
c
ep
Hp
1 20
B
B/2
b
b
B/2
Figura 48
solo:
a 0,67
tg a tg
φ γ
φ
, ,
,
,
c
C c c
f
Ep
′ =
=
=
0 5
0 67
11
2
1
2
2
⋅ ⋅ ⋅
= ⋅ ⋅
γ
γ
Hp Kp
Ea H
(empuxo passivo)
22
⋅ Ka (empuxo ativo)
Ev = Ea · sen b
Eh = Ea · cos b
Pc = peso do muro de concreto
Ps = peso do solo em (abcd)
muro-03.indd 49 19.03.08 16:39:14
15. 50 Muros de Arrimo
Forças atuantes: Eh
Forças resistentes:
Fr Ps Pc Ev c B Ep= + + ⋅ ⋅ + ′⋅ +( ) ,0 67 tg
Forças resist
f
eentes
Forças atuantes
solo não coe= ≥
Fr
Eh
1 5, ssivo
2,0 solo coesivo{
Como pode acontecer que o solo na frente do muro seja retirado (erodido), re-
comenda-se adotar Ep = 0, então a equação das forças resistentes fica:
Fr = (Ps + Pc + Ev) · 0,67 · tgf + c9B
ou Fr = (Ps + Pc + Ev) · tgf + c9B
3.2 – tombamento
Momentos atuantes:
Ma = M1 = Eh · (H9/3)
Momentos resistentes:
Mr Ps es Pc ec Ev ev1 = ⋅ + ⋅ + ⋅
Momentos resistentes
Mommentos atuantes
solo não coesivo= ≥
Mr
Ma
1 1 5,
22,0 solo coesivo{
3.3 – tensões no solo na base do muro de arrimo
• Carga vertical = Pc + Ps + Ev = V
• Momentos em relação ao cenro de gravidade da sapata do muro (Ponto 0)
Mo Ps es b Pc b ec Ev b ev= − ⋅ − + ⋅ − + ⋅ − +( , ) ( , ) ( , )0 5 0 5 0 5 EEh
H
⋅
′
3
largura (1 m)
w
b b
S B B
=
⋅
=
= ⋅ =
1
6 6
1
2 2
muro-03.indd 50 10.03.08 17:13:56
16. 4 — Projeto de Muros de Arrimo 53
4 — projeto de muros de arrimo
4.1 – Projeto de muro de arrimo de gravidade
670
eh
ev
305
10°
30
700
904248 45 155 15
1 2 3
10°
4
5
252
12
233,33
ea
120
45 170
Figura 51
a) Pré-dimensionamento
Base:
( % )
% ,
% ,40
40 0 4 670 268
70 0 7 670a 70%
cm
H =
= × =
= × = 4469
305
cm
adotaremos cm=
Topo:
( ) % , ,30
30
8 0 08 670 53 6cm ou 8%
cm
cm
ado
H H= = × =
ttaremos cm=
45
Lado da base
( % )
% , ,
% ,12
12 0 12 670 80 4
14 0 15 615%
cm
H
H
H=
= × =
= × 770 100 5
90
=
=
, cm
adotaremos cm
muro-04.indd 53 14.03.08 12:08:27
17. 4 — Projeto de Muros de Arrimo 57
f) Verificações dos esforços no concreto ciclópico nas seções do muro
670
305
10°
30
700
904248 45 155 15
1 2 3
4
5
12
120
45 170
Seção 0
Seção 1
Seção 2
Seção 3
Seção 4
Seção 5
Figura 53
Seção 1
2
670
305
10°
904248 45 155 15
1
4
5
12
120
45 38,75
Seção 0
Seção 1
145
0
ea1ev1
eh1
13,53
6,84
50,61
151,84
3
Figura 54
muro-04.indd 57 14.03.08 12:08:37
23. 5 — Anexos 129
Largura colaborante de vigas de seção T
a = 0,75 1
1
a = 0,6 2
2 3
a = viga simplesmente apoiada
Vigas contínuas
Viga em balanço a = 2
onde
bw
bf
b3
b4
b1
c b2
b1
bwbw
bf
b3 bw b1
onde
b b b a
b b
1 2 1
3 4
0 5 0 1≤ ⋅ ≤ ⋅
≤
, ,
b a3 0 1≤ ⋅
,
muro-05.indd 129 10.03.08 17:25:14