O documento descreve como os adolescentes dos anos 70 ouviam rádio no Brasil, principalmente emissoras AM que tocavam músicas estrangeiras. Detalha programas populares da época como O Repórter Esso, Moraes Sarmento, Omar Cardoso e Narciso Vernizzi, e emissoras como Rádio Panamericana, Rádio Mundial e Rádio Excelsior. Também discute a evolução dos gravadores e gravações caseiras na década de 1970.
1. uchida.luiz@gmail.com
O Rádio dos anos 70
Você vai lembrar um pouco daquilo que nós, os
Adolescentes dos Anos 70, ouvíamos nas emissoras de
Rádio AM, afinal, como eu disse anteriormente, nos Anos 70
as emissoras de FM só eram ouvidas em sala de espera de
consultório de dentistas.
Nossa viagem vai começar pouco antes dos Anos 70, para
que os mais jovens entendam os processos de mudanças
ocorridos nas emissoras de Rádio e nas músicas das
décadas de 60 e 70.
As músicas que se encontram nesta apresentação de slides
estão todas inteiras, sem cortes, mas você poderá
interrompê-las a qualquer momento teclando ENTER e
seguindo adiante.
Ligue o som. Regule o volume pois durante 40 minutos seu
micro estará sintonizado nas Emissoras de Rádio do
Passado.
2. uchida.luiz@gmail.com
Nós, os adolescentes dos
anos 70, convivemos muito
mais com os aparelhos de
rádio do que com os de
televisão.
Nossas Avós ou as nossas Mães
cumpriam seus afazeres domésticos
sempre com um rádio ligado.
Cantarolando e ligadas na voz de algum
“speaker” em especial, elas faziam das
casas um ambiente leve e descontraído.
Nos anos 60 provavelmente
todas as casas tinham pelo
menos um receptor de rádio
ou rádio-vitróla e poucas
casas tinham um aparelho de
TV, branco e preto, é claro.
Nossos Avôs ou os nossos Pais
chegavam do trabalho e queriam ouvir
as últimas notícias.
3. uchida.luiz@gmail.com
Em 1947, três anos antes da televisão
chegar ao Brasil, 80% dos rádios da
cidade do Rio de Janeiro estavam
sintonizados na Rádio Nacional pois
entrava no ar, exatamente às 20:30h, a
PRK-30, apresentado por Laurentino
Borges Sáes (Lauro Borges) um paulista
nascido em 1901 que faleceu em 1967 e
por Joaquim Silvério de Castro Barbosa
(Castro Barbosa), mineiro nascido em 7
de Maio de 1905 e falecido em 20 de Abril
de 1975.
Por isso nos acostumamos a fazer
a “Lição de Casa” ou a ver as Avós
colocarem as roupas para “qüarar”
ao sol, ouvindo os chiados de
alguma emissora de Rádio AM.
Alguns ouviam a famosa Rádio
PRK 30, programa humorístico
criado em Outubro de 1944 na
Rádio Mayrink Veiga (RJ) e que
permaneceu no ar até 1964.
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Nos anos 60 os poucos canais de
TV e os raros programas dirigidos
para as crianças não prendiam as
nossas atenções diante da telinha,
por isso, com o rádio
acostumamos a ouvir e imaginar
ao invés de receber tudo pronto da
TV. Com isso não ficamos
bitolados e nos tornamos criativos
e transformadores.
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Antes de dormir, no fim da noite, os
mais velhos ouviam na Rádio
Bandeirantes o Programa Moraes
Sarmento e nós, as crianças, já
na cama, ouvíamos em silêncio
fingindo que estávamos dormindo.
Moraes Sarmento na verdade se
chamavam Rubens Sarmento,
nasceu em Campinas (SP) em
14.12.1922. Solto, despachado,
sincero, defensor das raízes
musicais brasileiras, fez muito
sucesso e esteve no ar por 60
anos ininterruptos, vindo a falecer
em 22.03.1998.
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As festas de aniversário, os festejos
de Natal e Ano Novo eram
abrilhantados com as músicas de
Ray Conniff, Glen Müller e boleros
tocados nas rádio-vitrólas Philips.
Para ir nas festas as mulheres
penteavam os cabelos e atrás da
cabeça faziam as chamadas
“bananas” ou usavam o estilo
“gatinho”, sempre com muito laquê.
Já os homens, com calças de barra
dobrada e vinco bem marcado,
usavam artigos da Casa
Ramenzzoni.
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A primeira transmissão do "Repórter
Esso" aconteceu às 12:45h do dia 28
de Agosto de 1941 pela Rádio
Nacional (RJ), quando a voz de
Romeu Fernandez anunciou o
ataque de aviões da Alemanha à
Normandia, durante a 2ª Guerra
Mundial. O gaúcho Heron
Domingues marcou a história do
rádio apresentando durante anos o
"Repórter Esso“ que ficou no ar até
1968, por último na Rádio Globo.
As notícias chegavam até os ouvintes
dos rádios de várias maneiras, em
horários certos ou algumas vezes
interrompendo a programação com
algum acontecimento urgente. Nós,
as crianças, ouvíamos e quase
sempre não entendíamos o
significado delas, mas nos
acostumamos com um dos mais
conhecidos noticiários dos anos 60
que foi O REPÓRTER ESSO.
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Nós continuávamos crescendo, nos tornamos adolescentes dos anos 70 e
estávamos vendo passar o movimento da Jovem Guarda, que, para muitos
jovens era um movimento “CHUÉ” ou VARZEANO. Para os nossos avós e
pais aquele movimento era inaceitável e eles preferiam ouvir o horóscopo
do dia ao invés de querer que tudo mais vá pro inferno.
Por isso nos acostumamos com a voz
de Omar Cardoso, cujo verdadeiro
nome era Homar Nunes. Nascido em
Ribeirão Preto em 30 de Junho de
1921 ele morreu dia 22 de Novembro
de 1978. Residiu em Campinas e nas
últimas décadas de sua vida foi o mais
famoso astrólogo do Rádio brasileiro,
chegou a quase todos os pontos do
país através de mais de 30 emissoras
de rádio. Ele tinha certeza de que
todos liam seu horóscopo, mas só
poucos tinham coragem de confessar.
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Narciso Vernizzi nasceu na Itália
em 21 de Outubro de 1918 e
aos 86 anos de idade faleceu
em São Roque(SP) em 11 de
Julho de 2005. A partir de 1963
ficou conhecido como O Homem
do Tempo, ele trabalhou por 57
anos na Rádio Jovem Pan.
Dentre as Emissoras de Rádio
mais ouvidas pelos mais velhos
uma delas era a Rádio
Panamericana. Com isso nós,
os adolescentes, acostumamos
a ouvir o prefixo dela gravado
na voz de Franco Neto e
também a ouvir Narciso
Vernizzi, O HOMEM DO
TEMPO e o saudoso SHOW
DE RÁDIO que acontecia logo
após os principais jogos de
futebol.
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SHOW DE RÁDIO
Rádio Panamericana
Estevam Victor Leão
Bourroul Sangirardi, o
inesquecível são-paulino
e criador do Show de
Rádio, nasceu no dia
03.01.1923 e morreu no
dia 27.09.1994.
Você está ouvindo os
palmeirenses Noninha,
Comendador Fumagalli
e o são-paulino Lord
Didu Morumbi.
Odair Batista, meu conterrâneo, natural de Poços
de Caldas, criador da Rádio Difusora de
Camanducaia, na década de 70 fez uso, com bom
humor, do nome de muitos estabelecimentos
comerciais de Poços de Caldas (Farmácia Central,
Ao Ponto Ajour, Selaria Silva)uchida.luiz@gmail.com
17. uchida.luiz@gmail.com
fiz a minha
primeira gravação da música
SOMETHING, The Beatles,
enquanto ela ainda era uma
“Exclusividade Excelsior”.
A gravação foi feita usando um
microfone ao lado em um rádioAB C
Em 1969, meses antes do LP
Abbey Road ser lançado no
Brasil, (o lançamento mundial foi em
26/09/1969) usando um gravador
Philips igual a este,
Os gravadores e as gravações caseiras
evoluíram na década de 70......
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Enquanto o pessoal da “Velha
Guarda” curtia as Rádios que você
relembrou aqui até agora, nós, os
adolescentes dos anos 70, vivíamos
as influências das músicas européias
ou norte-americanas da Rádio
Excelsior (SP), Rádio Difusora (SP) ou
Rádio Mundial (RJ) todas AM e que,
praticamente, não tocavam músicas
brasileiras. Elas eram emissoras de
rádio para os jovens transformadores.
Naquela época feliz em que, para
conseguir um bom emprego bastava
ter cursado o científico (colegial) e ser
um bom datilógrafo, nós sonhávamos
em equipar o som do carro com um
rádio ou rádio e toca-fitas k-7.
Para poder curtir o som das Rádios......
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Onze anos mais tarde transferiu-se para a Rádio Bandeirantes PRH-9, onde,
em 1962, lançou O Trabuco, um informativo matinal que consistia na leitura
diária das notícias veiculadas nos principais jornais do país. Leporaci fazia
questão de deixar bem claro que assumia a inteira responsabilidade pelos
conceitos e críticas que fazia, sempre mordazes, contundentes e temidas,
transformando-se num autêntico defensor dos menos favorecidos, que tinham
no radialista um bravo, um lutador obstinado por um Brasil melhor,
principalmente no aspecto político, social e econômico. Durante dezesseis anos
seguidos, sua voz foi ouvida pelas ondas da Rádio Bandeirantes de São Paulo,
mantendo-se em atividade até o seu falecimento, ocorrido no dia 16 de Abril de
1978, aos 66 anos de idade.
Vindo de Franca (SP), pais nascidos na
Calábria, em 1937 Vicente Leporaci foi
apresentado como radioator na Rádio
Atlântica de Santos (SP), fez de tudo no
rádio: foi redator, locutor, programador,
discotecário, apresentador de televisão
(Gincana Kibon com Clarice Amaral -
Canal 7 - SP), ator de cinema e
televisão, No dia 1º de Abril de 1951
lançou pela PRB-9 Rádio Record de
São Paulo o Jornal da Manhã.