1. Sociedade de consumo
Professora: Cristiane Vilela
Disciplina: Sociologia
Bibliografia: Manual de Sociologia. Delson Ferreira
Introdução à Sociologia. Sebastião Vila
2. Sociedade de consumo
De acordo com o sociólogo Zigmunt Bauman, a sociedade atual é
denominada de líquida:
“Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com facilidade
[...] Enquanto os sólidos têm dimensões especiais claras, mas neutralizam o
impacto e, portanto, diminuem a significação do tempo (resistem efetivamente a
seu fluxo ou tornam irrelevante), os fluidos não se atêm muito a qualquer forma e
estão constantemente prontos (e propensos) a mudá-la.”
(Bauman, 2005, p.8)
Liquidez é a metáfora que Bauman utiliza para explicar o sentido da pós-
modernidade (…) na qual tudo flui de um jeito extremamente rápido, de uma forma
que, aquilo que era certo ontem, hoje não é mais.
A sociedade líquida tem como ícones principais a produção e o consumo: a
vida consumista exige uma contínua novidade, devido à leveza e velocidade
que ela favorece.
4. Sociedade de consumo
O ato do consumo, que no passado referiu-se à utilização de
objetos que atendiam às necessidades humanas vitais, foi
convertido em consumismo, onde os indivíduos são estimulados
a comprar exageradamente, muito além de suas necessidades
reais.
Assim, a sociedade de consumo atual existe e
caracteriza-se por possuir uma única finalidade:
produzir mercadorias para serem vendidas,
continuar produzindo mais mercadorias e,
a qualquer modo e custo, vendê-las,
indefinidamente.
5. Sociedade de consumo
A sociedade de consumo pauta-se por três valores que modelam e orientam
a ação de indivíduos e instituições, e estão entrelaçados entre si:
Individualismo: uma vez que cada consumidor é sempre considerado um
Individualismo
indivíduo, uma unidade potencial de compra. Além do fato de não existirem
mais valores sociais, mas individuais (vale somente o interesse individual).
Competição: definida pela Sociologia, como qualquer tipo de disputa ou
rivalidade que ocorra entre dois ou mais indivíduos na busca por vantagens,
posições sociais, status, coisas ou objetos concretos. Assim, a competição
leva a todos à condição de adversários potenciais ou declarados, em uma
espécie de luta darwinista por privilégios a serem ávida e devidamente
consumidos.
Concorrência: é relativa às disputas pela preferência
de compradores potenciais que ocorrem entre
vendedores de bens semelhantes. É vista com naturalidade,
prova real de uma luta feroz entre mercadorias
que disputam a condição de mais aptas a
serem consumidas pelo mercado.
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7. Sociedade de consumo
A sociedade de consumo nutre-se de desejos e sentimentos, tais como o da
obtenção de lucros a qualquer preço, da criação infinita de novas
necessidades, da insatisfação constante com o que se tem e da compulsão
incessante por se ter mais e mais.
Os valores, desejos e sentimentos que circulam na sociedade de consumo,
criaram um meta que foi alçada ao recinto do pedestal sagrado: a luta pela
sagrado
posse da maior quantidade possível de bens materiais tangíveis e intangíveis,
fato que confere, uma vez conquistados os bens, um maior prestígio social ao
indivíduo quanto maior seja a quantidade de bens que ele consiga acumular.
8.
9. Sociedade de consumo
Essa sociedade de consumo, construída pelo regime capitalista articula-se
baseada na formação de hábitos de consumo, incutidos pela estimulação
constante que é oferecida pela atividade da propaganda e da publicidade.
publicidade
Os veículos de mídia ou publicidade constituem como elemento vital de
intermediação entre as esferas da produção e do consumo de bens e serviços.
Seu papel, muito além de informar a sociedade sobre as mercadorias que o
sistema produz para o consumo, é estabelecido no âmbito da atração, da
sedução e do convencimento dos indivíduos para que eles comprem as
“novidades” oferecidas ao mercado.
10. Sociedade de consumo –
Consequências para a sociedade.
Desigualdade social: De acordo com Bauman, a sociedade líquida pautada
no consumismo resulta na formação de três figuras típicas que compõem a
sociedade:
1.Turista:
A grande qualidade que deve caracterizar as pessoas na modernidade líquida é
a adequação, ou seja, a capacidade de se mover rapidamente onde a ação se acha e
estar pronto a assimilar experiências quando elas chegam. O turista é impelido pelos
sonhos e se move em busca deles. Por isso, não pode ficar preso a um lugar e as
mesmas pessoas, mas viver numa mobilidade constante.
2. Refugo:
A modernidade está elaborando um mundo para poucos (...) que se tornou mais
visível no plano econômico, (...) Numa sociedade de consumidores quem não tem
dinheiro para adquirir a mercadoria, está fora, atrapalha. Existe, então, toda uma
população “excedente”, “supérflua”, que nunca terá chance de fazer parte do mundo
pensado, projetado da modernidade.
11. Sociedade de consumo –
Consequências para a sociedade.
3.Vagabundo:
Se é verdade que os turistas viajam porque querem, é também verdade
que, na modernidade líquida, nem tudo mundo viaja impelido pelo próprio impulso
de liberdade. São esses os vagabundos, forçados a sair contra a própria vontade
e liberdade da própria terra, do próprio lar, em busca de condições de vida mais
digna. Para os vagabundos, assim como para os refugos, a vida na modernidade
líquida assume conotações da sobrevivência.
A modernidade líquida proporciona uma sociedade sempre mais dividida em
dois blocos, um dos quais sempre menor – dos turistas, ricos, etc. – enquanto o
outro, dos refugos, vagabundos, se amplia sempre mais.
12. Sociedade de consumo - Atividade
1.Elabore um texto apontando as vantagens e desvantagens
do
consumismo para a sociedade. (mínimo 15 linhas, máximo 20
linhas).
2. Explique a seguinte afirmativa: “Os valores, desejos e
sentimentos que circulam na sociedade de
consumo, criaram uma meta, cujo consumo por
mercadorias foi alçado ao recinto do pedestal
sagrado”.
3. Elabore um pequeno texto relatando uma experiência pessoal
que se encaixe no slogan: “Já parou para pensar
no que a gente compra sem pensar”, do
comercial exibido em sala (Chevrolet Captiva).