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Em meio a mais
um ataque,
diante de mais
um bombardeio,
as mães palestinas
tentam se abrigar
como podem com
seus filhos
pequenos.
A fragilidade
das mulheres,
a inocência
das crianças,
e a cegueira de
um mundo
desalmado,
doente.
Certo dia,
José Saramago
estava em
um restaurante
em Lisboa,
sozinho, e pensou:
“E se fôssemos
todos cegos?”
No instante
seguinte, veio-lhe
a resposta:
“Mas estamos
todos cegos!
Cegos da razão,
cegos da
sensibilidade.” 
“Estamos
todos cegos!
Cegos da razão,
cegos da
sensibilidade.” 
“Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
“Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
Shayma Al-Masri, menina palestina de apenas
quatro anos de idade, descansa ao lado
de sua boneca em hospital de Gaza.
O ataque aéreo que feriu Shayma
matou sua mãe e seus dois irmãos.
Pequena ave, – de profundas feridas e asas partidas.
Apenas quatro anos, e provavelmente a enfrentar
dores maiores do que todas as que haveremos
de suportar nesta vida.
Sem a mãe ao lado, e sem os irmãos para sempre,
internada com graves feridas, em precárias condições.
Vítima inocente de um mundo doente.
Menina ferida numa escola da ONU na Faixa de Gaza,
atingida por disparos de tanques
que deixaram dezenas de mortos.
Quando escolas cheias de crianças se tornam alvos
militares, é sinal de que aquilo que nos faz humanos foi
deixado para trás, adentrando-se na escuridão, na barbárie.
O que é que nos torna humanos?
“Se não formos capazes de viver
inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo
para não viver inteiramente como animais.”
Saramago
E se acaso perdermos aquilo que nos faz humanos,
nos tornaremos mais sanguinários
do que as bestas mais ferozes.
Quem fere uma criança
fere toda a Humanidade.
O vermelho vivo, o vermelho sangue.
O que significa ser humano
num mundo a perder a própria humanidade?
A pequena Sama al-Ajouz, de dois anos de idade,
descansa num hospital na Faixa de Gaza.
Ferida por estilhaços na cabeça durante
um ataque aéreo, ela necessita de tratamento
especializado, incluindo uma cirurgia no cérebro.
Em se existindo anjos, o que sentirão ao lançar o olhar
para este nosso mundo, tão imerso em atrocidades?
Este bebê prematuro nasceu após a morte da mãe
em um ataque aéreo na Faixa de Gaza.
Os médicos disseram que a criança
teria chances iguais de viver ou de morrer.
Tão frágil e prematuro, e diante da precariedade das
condições hospitalares, o pequenino bebê não resistiu.
Em outros planos, estarão juntos agora mãe e bebê,
após terem as vidas tão precocemente ceifadas
pela cruel insanidade?
Shahd al-Henawi, de oito anos de idade, se recupera de uma
fratura no crânio, decorrente do bombardeio da sua casa.
As alas pediátricas dos hospitais na Faixa de Gaza
encontram-se superlotadas com pequenos pacientes.
Poucas vezes as crianças foram tão abertamente e
tão cruelmente vitimadas como neste recente massacre.
Poucas vezes foram testemunhadas
tamanha covardia e crueldade.
O que significa ser humano,
num mundo desalmado, doente?
Quem são os semeadores de Compaixão,
na terra arrasada dos tempos presentes?
Mohammed Albardiny, sete anos de idade, aguarda cirurgia
para remoção de estilhaços do ombro e da cabeça.
Maha al-Sheikh Khalil, sete anos de idade,
gravemente ferida com severa lesão
na região do pescoço, tendo perdido os
movimentos dos braços e das pernas.
Quão frágil é a vida,
quão frágil, a infância.
Num dia, Maha era uma saudável menina de sete
anos de idade. No seguinte, vitimada pela guerra, luta
para recuperar os movimentos do pescoço para baixo.
De onde ela tira forças
para nos sorrir,
mesmo diante de
tamanha adversidade?
Maha, Mohammed, Shahd, Sama e Shayma
(apresentados nesta mensagem), assim como
todas as crianças palestinas, certamente
necessitam de nossas orações
e pensamentos de solidariedade.
Além das dezenas de centenas mortas,
outros milhares são vitimadas por feridas,
amputações, mutilações, orfandades,
– aves pequeninas correndo o risco
de não mais conseguir voar.
Serão necessários anos, talvez uma vida inteira,
para superar as sequelas físicas e emocionais
da agressão sofrida ainda na mais tenra idade.
“Estive enfermo,
e vocês cuidaram
de mim”,
nos ensina
o Novo
Testamento.
“Estive enfermo,
e vocês cuidaram
de mim”.
Quem sabe possamos aliviar de alguma
forma o sofrimento destas crianças
com o cuidado das nossas preces
e pensamentos de solidariedade.
Quem agride uma criança
fere toda a Humanidade.
Quem cuida de uma criança
ampara toda a Humanidade.
“Estive enfermo,
e vocês cuidaram
de mim”.
Que possamos levar
sempre as crianças palestinas
nas nossas preces,
estas tão necessitadas hoje
de um olhar amoroso.
E se mais espaço houver no
nosso coração, que possamos
incluir também as demais
crianças: brasileiras, africanas,
asiáticas, israelenses...
É preciso alargar o
alcance do nosso coração
e dos nossos braços.
Em meio à incivilidade
do mundo,
é preciso defender a vida,
a infância, o futuro.
Por entre
lágrimas e ruínas,
semear, caminhar,
acolher, prosseguir...
Tema musical:
“Suite Española – Granada”,
Isaac Albéniz
Formatação:
um_peregrino@hotmail.com
Criancas palestinas
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Criancas palestinas

  • 1. Em meio a mais um ataque, diante de mais um bombardeio, as mães palestinas tentam se abrigar como podem com seus filhos pequenos.
  • 2. A fragilidade das mulheres, a inocência das crianças, e a cegueira de um mundo desalmado, doente.
  • 3. Certo dia, José Saramago estava em um restaurante em Lisboa, sozinho, e pensou: “E se fôssemos todos cegos?”
  • 4. No instante seguinte, veio-lhe a resposta: “Mas estamos todos cegos! Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
  • 5. “Estamos todos cegos! Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
  • 6. “Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
  • 7. “Cegos da razão, cegos da sensibilidade.” 
  • 8. Shayma Al-Masri, menina palestina de apenas quatro anos de idade, descansa ao lado de sua boneca em hospital de Gaza.
  • 9. O ataque aéreo que feriu Shayma matou sua mãe e seus dois irmãos.
  • 10. Pequena ave, – de profundas feridas e asas partidas.
  • 11. Apenas quatro anos, e provavelmente a enfrentar dores maiores do que todas as que haveremos de suportar nesta vida.
  • 12. Sem a mãe ao lado, e sem os irmãos para sempre, internada com graves feridas, em precárias condições.
  • 13. Vítima inocente de um mundo doente.
  • 14. Menina ferida numa escola da ONU na Faixa de Gaza, atingida por disparos de tanques que deixaram dezenas de mortos.
  • 15. Quando escolas cheias de crianças se tornam alvos militares, é sinal de que aquilo que nos faz humanos foi deixado para trás, adentrando-se na escuridão, na barbárie.
  • 16. O que é que nos torna humanos?
  • 17. “Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver inteiramente como animais.” Saramago
  • 18. E se acaso perdermos aquilo que nos faz humanos, nos tornaremos mais sanguinários do que as bestas mais ferozes.
  • 19. Quem fere uma criança fere toda a Humanidade.
  • 20. O vermelho vivo, o vermelho sangue.
  • 21. O que significa ser humano num mundo a perder a própria humanidade?
  • 22. A pequena Sama al-Ajouz, de dois anos de idade, descansa num hospital na Faixa de Gaza.
  • 23. Ferida por estilhaços na cabeça durante um ataque aéreo, ela necessita de tratamento especializado, incluindo uma cirurgia no cérebro.
  • 24. Em se existindo anjos, o que sentirão ao lançar o olhar para este nosso mundo, tão imerso em atrocidades?
  • 25. Este bebê prematuro nasceu após a morte da mãe em um ataque aéreo na Faixa de Gaza.
  • 26. Os médicos disseram que a criança teria chances iguais de viver ou de morrer.
  • 27. Tão frágil e prematuro, e diante da precariedade das condições hospitalares, o pequenino bebê não resistiu.
  • 28. Em outros planos, estarão juntos agora mãe e bebê, após terem as vidas tão precocemente ceifadas pela cruel insanidade?
  • 29. Shahd al-Henawi, de oito anos de idade, se recupera de uma fratura no crânio, decorrente do bombardeio da sua casa.
  • 30. As alas pediátricas dos hospitais na Faixa de Gaza encontram-se superlotadas com pequenos pacientes.
  • 31. Poucas vezes as crianças foram tão abertamente e tão cruelmente vitimadas como neste recente massacre.
  • 32. Poucas vezes foram testemunhadas tamanha covardia e crueldade.
  • 33. O que significa ser humano, num mundo desalmado, doente?
  • 34. Quem são os semeadores de Compaixão, na terra arrasada dos tempos presentes?
  • 35. Mohammed Albardiny, sete anos de idade, aguarda cirurgia para remoção de estilhaços do ombro e da cabeça.
  • 36. Maha al-Sheikh Khalil, sete anos de idade, gravemente ferida com severa lesão na região do pescoço, tendo perdido os movimentos dos braços e das pernas.
  • 37. Quão frágil é a vida, quão frágil, a infância. Num dia, Maha era uma saudável menina de sete anos de idade. No seguinte, vitimada pela guerra, luta para recuperar os movimentos do pescoço para baixo.
  • 38. De onde ela tira forças para nos sorrir, mesmo diante de tamanha adversidade?
  • 39. Maha, Mohammed, Shahd, Sama e Shayma (apresentados nesta mensagem), assim como todas as crianças palestinas, certamente necessitam de nossas orações e pensamentos de solidariedade.
  • 40. Além das dezenas de centenas mortas, outros milhares são vitimadas por feridas, amputações, mutilações, orfandades, – aves pequeninas correndo o risco de não mais conseguir voar.
  • 41. Serão necessários anos, talvez uma vida inteira, para superar as sequelas físicas e emocionais da agressão sofrida ainda na mais tenra idade.
  • 42. “Estive enfermo, e vocês cuidaram de mim”, nos ensina o Novo Testamento.
  • 43. “Estive enfermo, e vocês cuidaram de mim”. Quem sabe possamos aliviar de alguma forma o sofrimento destas crianças com o cuidado das nossas preces e pensamentos de solidariedade.
  • 44. Quem agride uma criança fere toda a Humanidade. Quem cuida de uma criança ampara toda a Humanidade. “Estive enfermo, e vocês cuidaram de mim”.
  • 45. Que possamos levar sempre as crianças palestinas nas nossas preces, estas tão necessitadas hoje de um olhar amoroso.
  • 46. E se mais espaço houver no nosso coração, que possamos incluir também as demais crianças: brasileiras, africanas, asiáticas, israelenses...
  • 47. É preciso alargar o alcance do nosso coração e dos nossos braços.
  • 48. Em meio à incivilidade do mundo, é preciso defender a vida, a infância, o futuro.
  • 49. Por entre lágrimas e ruínas, semear, caminhar, acolher, prosseguir...
  • 50. Tema musical: “Suite Española – Granada”, Isaac Albéniz