O documento descreve o estilo artístico Barroco que surgiu durante a crise do Renascimento. As principais características do Barroco incluem o uso de alegorias, frases interrogativas, ordem inversa, cultismo e conceptismo. Alguns dos principais autores do período Barroco foram Gregório de Matos, Padre Antônio Vieira, Bento Teixeira e Manuel de Oliveira.
2. Durante
a crise do Renascimento, que teve
como duas de suas causas as imposições do
catolicismo e divergências religiosas, surge
um novo estilo artístico, Barroco, que tem
como principais características: o uso de
“alegorias”; frases interrogativas; ordem
inversa; cultismo e conceptismo.
A primeira expressa a efemeridade e
instabilidade das coisas e usa de palavras
como:
fumaça, vento, chama, neve, água, espuma
, etc. Como pode-se ver em um trecho de
um poema de Francisco Rodrigues Lobo, um
dos grandes discípulos de Camões:
3. “Entre
essas ondas claras, duvidosas,
Levai ao largo mar, com turva vela,
Tristes queixumes, lágrimas queixosas”
Quanto
ao uso de frases interrogativas, estas
são usadas para refletir a incerteza e dúvida
do homem barroco, como já dizia Gregório
de Matos em seus versos:
“Porém,
se acaba o Sol, por que nascia?
Se tão formosa a Luz é, por que não dura?”
4. Principais Características do Barroco:
Interesse
por temas
religiosos, os
dualismos que refletem o conflito
espiritual do homem barroco;
A morbidez, como forma de acentuar o
sentido trágico da vida;
O emprego constante de figuras de
linguagem;
O uso de uma linguagem requintada;
A efemeridade do tempo;
Cultismo;
Conceptismo;
O jogo do claro e escuro.
5. A
Efemeridade: O homem barroco tem
consciência
de
que
a
vida
é
passageira, e, por isso, é preciso pensar na
salvação d vida espiritual. Mas já que a vida
é passageira porque não aproveitar, goza-la
antes que acabe, o que resulta na
contradição, salvação ou pecado? Se há
pecado não há salvação.
Carpe
Diem.
6. Cultismo:
O jogo de palavras, o excesso
de emprego de figuras de linguagem,
também conhecido como Gongorismo,
Influência do poeta Luís de Gôngora, o
cultismo
explora
efeitos
como
sonoridade, cor, tom, forma, volume,
imagens violentas e fantasiosas, recursos
que sugerem enfim a superação do limite
da realidade.
7. Conceptismo:
É
o
jogo
de
ideias, constituído pela sutileza do
raciocínio e do pensamento lógico.
Manifesta-se na prosa e na poesia.
Jogo
de claro-escuro: embora se
apresente mais nas artes plásticas, o
Barroco aprecia fundir a luz à sombras, o
que traduz o desejo de fundir a razão à
emoção/sensação.
11. Vieira
é a principal expressão do Barroco em
Portugal. Ele teve sua obras tanto no barroco
Português como no Brasileiro, a maior delas foi
escrita no Brasil e esta relacionada com suas
atividades religiosas, conselheiro do rei D. Joao
IV, mediador e representante econômico e
politico do País.
Pregou
à índios, brancos, negros, a todas as
raças. Suas ideias politicas foram postas em
prática por meio da catequese, defendendo o
Índio e a colônia em favor de Portugal, por
ocasião da invasão holandesa.
13. É
o maior poeta Barroco Brasileiro;
Fundou o poema Lírico e satírico;
Primou pela irreverência, foi assim como pessoa
e poeta. Chocando valores e falsa moral do seu
tempo da sociedade baiana.
Usando vocabulário de baixo calão, denunciou
as contradições e falsidades daquela
sociedade.
14. Sátira
Que falta nessa cidade?... Verdade
Que mais por sua desonra?... Honra
Falta mais que lhe ponha?...vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
Que vai pela clerezia?.....Simonia
E pelos membros da igreja?.......Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha.....Unha.
15. Demais Autores
BENTO TEIXEIRA (1561-1600)
Poesia Épica: "Prosopopeia", obra publicada em
Lisboa no ano de 1601; é considerada o marco
inicial do Barroco literário no Brasil, e tida, por
algum tempo, como o primeiro poema impresso
de autor brasileiro. Entretanto, descobriu-se, mais
tarde, que Bento Teixeira se passava por
pernambucano, quando, na verdade, era natural
da cidade do Porto (Portugal). Prosopopeia é de
influência camoniana - a semelhança de Os
Lusíadas -, composta com 94 estrofes de versos
decassílabos em oitava heroica (AB, AB, AB, CC).
Feita com a finalidade de louvar a D. Jorge de
Albuquerque Coelho, donatário da Capitania de
Pernambuco.
16. MANUEL
BOTELHO DE OLIVEIRA (1636-
1711)
Poesia: "Música do Parnaso" (coletânea
de poemas) – obra publicada em Lisboa,
em 1705. Dividida em quatro coros de
rimas – portuguesas, castelhanas,
italianas e latinas. Destaca-se o poema A
Ilha da Maré e os sonetos dedicados à
amada Anarda, sua musa
soberana. Botelho foi o primeiro escritor
nascido no Brasil a ter um livro publicado.
17. FREI
MANOEL DE SANTA MARIA ITAPARICA
(1704-?)
Poesia: "Eustáquidos" (1769) - Epopeia
sacra e tragicômica poema sacro, sobre
a vida de Santo Eustáquio. Nesta obra
encontra-se a Descrição da Cidade da
Ilha de Itaparica, apologia hiperbólica
(exagerada) da paisagem brasileira.
18. PADRE
ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697)
Foi o maior pregador do seu tempo;
defensor dos negros, dos índios e dos
cristãos-novos (judeus convertidos). A
defesa dos cristãos-novos e valeram-lhe o
ódio da Inquisição que o processou por
opiniões heréticas. Foi condenado a dois
anos de reclusão em uma casa jesuítica
e o impedimento de pregar. Anistiado
por D. Pedro, regressou ao Brasil em 1681.
Pertence tanto à nossa literatura quanto
a portuguesa.
19.
[GREGÓRIO DE MATOS] GUERRA (1633-1693)
Apelido: Boca do Inferno (devido linguagem
maliciosa e ferina com que criticava pessoas
e instituições da época).
Advogado formado em direito pela
universidade de Coimbra. Foi o mais
importante poeta do Barroco Brasileiro.
Sua obra nunca foi publicada em vida, o que
ocasionou muitos problemas de autoria.
Permaneceu inédita até o século XX quando
a Academia Brasileira de Letras
publicou, entre 1923 e 1933, seis volumes:
I. Poesia Sacra; II. Poesia Lírica; III. Poesia
Graciosa; IV. e V. Poesia Satírica e VI. Últimas.
22. Se
é verdade o que diz Horácio, que
Poetas e Pintores estão no mesmo
predicamento; e estes para pintarem
perfeitamente uma Imagem, primeiro
na lisa távoa fazem rascunho, para
depois irem pintando os membros
dela extensamente, até realçarem as
tintas, e ela ficar na fineza de sua
perfeição; assim eu, querendo dibuxar
com obstardo pinzel de meu engenho
a viva Imagem da vida e feitos
memoráveis de vossa mercê,
23.
quis primeiro fazer este rascunho, para
depois, sendo-me concedido por vossa
mercê, ir mui particularmente pintando os
membros desta Imagem, se não me faltar a
tinta do favor de vossa mercê, a quem
peço,
humildemente,
receba
minhas
Rimas, por serem as primícias com que tento
servi-lo. E porque entendo que as aceitará
com aquela benevolência e brandura
natural, que costuma, respeitando mais a
pureza do ânimo que a vileza do
presente, não me fica mais que desejar, se
não ver a vida de vossa mercê aumentada e
estado prosperado, como todos os seus
súditos desejamos.
Beija as mãos de vossa mercê: (Bento
Teixeira)
Seu vassalo.
24. Vassalagem
é um nome comum
e econômico que foi usado
principalmente na Idade Média onde
um indivíduo, denominado vassalo,
oferece ao senhor ou suserano,
fidelidade e trabalho em troca de
proteção e um lugar no sistema de
produção.
26. Lírico
O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer
“lira”, um instrumento musical grego. Durante o
período da Idade Média os poemas eram
cantados e divididos por métricas (a medida de
um verso, definida pelo número de sílabas
poéticas). A combinação de palavras, aliterações
e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos
poetas como forma de manter o ritmo musical.
Logo, essa é a origem da métrica e da
musicalidade na poesia. A temática lírica
geralmente envolve a emoção, o estado de
alma, os pensamentos, os sentimentos do eulírico, e também os pontos de vista do autor
e, portanto, é inteiramente subjetiva.
Esse gênero é geralmente expresso pela
poesia, contudo, não é toda poesia que
pertence ao gênero referido, já que dependerá
dos elementos literários inseridos nela.
27. Épico
A
palavra “épos” vem do grego e
significa “versos” e, portanto, o gênero
épico é a narrativa em versos que
apresenta um episódio heroico da história
de um povo. Na estrutura épica temos: o
narrador, o qual conta a história
praticada por outros no passado; a
história, a sucessão de acontecimentos;
as personagens, em torno das quais
giram os fatos; o tempo, o qual
geralmente se apresenta no passado e o
espaço, local onde se dá a ação das
personagens.