PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
Semiótica trabalho 02 - modelo peirce - 001
1. CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IPA
CURSO DE JORNALISMO
Annanda Ayres
Danglar Machado Duarte Goulart
Elisa Oliveira Vieira
Jéssica Brazil da Costa
Mateus Ítor da Silva Charão
Taís Regina Palhares Gandílio
SEMIÓTICA:
MODELO PEIRCE
PORTO ALEGRE
2012
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1 INTRODUÇÃO
A Semiótica estuda o mundo das representações e da linguagem. É a Teoria
Geral dos Signos, desenvolvida por Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista,
matemático, historiador e filósofo norte-americano, e é considerado o fundador da
moderna Semiótica.
Convivemos com a realidade a nossa volta sem nos dar conta dos
procedimentos que o cérebro humano utiliza para compreender os fenômenos
cotidianos. Assim, nos situamos no mundo em nossa volta da seguinte forma:
primeiro os objetos surgem em nossa mente como qualidades potenciais; segundo,
procuramos uma relação de identificação e terceiro, nossa mente faz a interpretação
do que se trata. Por isso a Semiótica se baseia numa tríade de classificações e
inferências, ao demonstrar que existem os objetos no mundo, suas representações
em forma de signos e nossa interpretação mental desses objetos. E uma das
explicações mais citadas de Charles Peirce é a de que o signo é aquilo que substitui
o objeto em nossa mente e são eles que constituem a linguagem.
É disso que trata a Semiótica de Peirce: o modo como nós, seres humanos
reconhecemos e interpretamos o mundo à nossa volta, a partir das inferências em
nossa mente. As coisas do mundo, reais ou abstratas, primeiro nos aparecem como
qualidade, depois como relação com alguma coisa que já conhecemos e por fim,
como interpretação, em que a mente consegue explicar o que captamos, ao que
Peirce chamou de Primeiridade (relação do signo consigo mesmo), Secundidade
(relação do signo com seu objeto) e Terceiridade (relação do signo com seu
interpretante) (figura 1). E todo esse processo é feito pela mente a partir dos signos
que compõem o pensamento e que se organizam em linguagens.
Desde uma simples sensação até os discursos mais elaborados, como um
filme, nossa mente vai lidar com os signos que fazem uma intermediação com a
realidade que nos cerca. A compreensão que temos do mundo, os registros e as
interpretações, a transmissão de informações, completam o processo de
comunicação baseado nos sistemas de signos que compõem toda e qualquer
linguagem.
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Figura 1 – A Tráde Semiótica de Peirce
2 ANÁLISE SEGUNDO O MODELO PEIRCE
Ao percorrermos as ruas e os bairros de uma grande cidade, podemos
observar uma grande quantidades de símbolos São cartazes, sinais de trânsito,
outdoors, fachadas, luminosos, entre outros. Esse extraordinário poder que a
simbologia oferece é cada vez mais utilizado na linguagem da comunicação social. A
sociedade moderna, juntamente com a comunicação de massa e a publicidade,
renovaram a importância de sinais e símbolos.
É possível dizer que qualquer objeto, som, palavra capaz de representar uma
outra coisa constitui signo. Na vida moderna, todos nós dependemos do signo para
vivermos e interagirmos com o meio no qual estamos inseridos. Para o homem
comum, a noção de signo e suas relações não são importantes do ponto de vista
teórico, mas ele os entende de maneira prática e precisa. A utilidade do signo vai
além do que imaginamos: ao dirigirmos, por exemplo, precisamos constantemente
ler e analisar discursos transmitidos pelas placas de trânsito, pelas luzes do
semáforo, pelas reações do veículo ao meio ambiente, etc. O homem
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intelectualizado não vive sem o signo, precisa dele para entender o mundo, a si
mesmo e às pessoas com as quais mantém relações humanas.
O estudo desse processo de significação e dos signos é bastante antigo.
Surgiu simultaneamente à comunicação, pois duas pessoas precisam ter em mente
um mesmo significado para os signos para que a comunicação possa acontecer. Na
pré-história, quando o homem desenhava nas cavernas, os desenhos – ou símbolos
– tinham um significado para aquele povo. É através da significação que, ainda hoje,
pode-se compreender o que estava sendo “dito” naquelas paredes. Com essa
mesma interpretação para os signos, a comunicação torna-se a base de um povo, o
alicerce da sociedade.
Com o objetivo de ilustrar esse estudo de Charles Peirce, vamos fazer uma
análise do filme “Minha Super Ex-namorada” (2006) (figura 2).
Figura 2 – Cartaz do filme “Minha Super Ex-Namorada”.
Veículo: Filme para cinema (20th Century Fox Film Corporation).
Ideologia: O filme tem uma premissa interessante, misturar comédia
romântica com filmes de super hérois; retrata a força, a personalidade e a busca
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constante da mulher em bater de frente com o homem, numa sociedade machista
que vivemos.
Sinopse:
Jenny Johnson (Uma Thurman) é uma mulher aparentemente normal, mas
que possui superpoderes e age como super-heroína, usando o nome G-Girl. Ela
começa a namorar com Matt Saunders (Luke Wilson), que inicialmente não sabe de
sua dupla identidade. Após saber que Jenny é também a G-Girl, Matt acredita que é
o homem mais sortudo do mundo, mas as atividades da namorada como super-
heroína sempre atrapalham seus encontros. Matt decide encerrar o namoro, mas
logo descobre que uma ex-namorada vingativa e com superpoderes pode ser
bastante perigosa.
. Público: em geral.
A análise:
No filme “Minha Super Ex-namorada”, interpretada por Uma Thurman, nos
mostra de uma forma simbólica o poder da mulher, tanto no relacionamento, como
em situações das mais diversas, mostrando sua “força” e seu espaço na sociedade
moderna.
O objetivo do trabalho é uma análise semiótica em cima das imagens, dos
símbolos e signos que podem ser associados especificamente a esse “poder” que a
mulher tem como integrante da nossa sociedade, mostrado no filme como uma
super-heroína.
Como foi comentado no início do trabalho, no dia a dia nos deparamos com
imagens que nos levam a fazer comparações e associações com cenas de filmes,
com histórias em quadrinhos e outros. Sejam as imagens a seguir (figuras 3 a 7),
mostrando sua “força” e “poder” cm seus signos representativos:
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Ao visualizarmos essas cenas individualmente, num primeiro momento, vem
na nossa mente a imagem da mulher poderosa, vencedora, à frente das situações. A
imagem central (a do filme), figura 5, nos mostra de uma forma simbólica, a mulher à
frente do homem, não mais submissa e o homem atrás observando-a. Dessa forma,
a força da mulher é retratada de diversas formas.
Nesse contexto, a semiótica passa a ser um estudo muito importante e muito
usado para poder extrair o máximo de informações seja de uma propaganda, filme,
outdoors, website, artes dentre outras formas de comunicação.
Figura 8
A imagem da figura 8 pode nos levar a interpretá-la, de uma forma simbólica,
que a mulher está à frente da situação, o homem sendo conduzido por ela de uma
forma submissa. Ao “voar” sobre a cidade passa uma sensação de liberdade e dona
do mundo. Dentro da mesma temática, poderiam ter outras interpretações,
dependendo do olhar de cada um. Outra cena do filme, em que a personagem
principal, a nossa super-heroína, é baleada e nada sofre, mostra a mulher como
símbolo de um ser forte, que encara os fatos de frente (figura 9).
Figura 9
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Paralelamente, nos defrontamos com imagens das mais variadas possíveis,
como foi comentado no início do trabalho. Para ilustrar essa temática, vejamos um
série de imagens abaixo:
Figura 10 - A Presidente Dilma Rousself na capa da Revista Forbes e a Mulher Gavião, da
Liga da Justiça, personagem dos desenhos animados.
Essas imagens (figura 10) demonstram uma personalidade forte: os braços
cruzados mostram a forma durona, mas o sorriso convida-nos a refletir sobre as
aparências iniciais.
Figura 11 - A Presidente Dilma Rousself e a personagem She-Ra dos desenhos
animados.
Novamente, as duas imagens mostram a força da mulher, liderança e
combatividade (figura 11).
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Figura 12
Figura 13
Observando a semelhança das duas imagens (figura 12 e 13). A primeira
imagem nos faz pensar em três mulheres decididas, com perfil de liderança.
Podemos fazer uma associação em nossa mente com as super-heroínas da ficção,
dos filmes e seriados de TV. Mulheres comuns que se transformam para demonstrar
seu poder e sua importância na sociedade.
Será que esses seres dotados de super poderes como as personagens da
ficção da figura 13 existem de verdade? Na verdade existem, só que muitas vezes
esses poderes passam despercebidos. A mulher que trabalha fora, educa os filhos,
administra o lar, estuda, pode não ter um físico avantajado quanto ao das
personagens, mas com certeza tem a mesma flexibilidade e a força da Supergirl, da
Mulher Maravilha e da Batgirl para resolver problemas do cotidiano.
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Diante de tudo o que foi abordado em relação ao poder, a força e o papel que
a mulher desempenha na sociedade atual, pôde-se constatar várias formas de
expressar essa temática em termos de imagens e símbolos, os quais nos mostram
uma riqueza de significados e interpretações.
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REFERÊNCIAS
Adoro Cinema. Minha super ex-namorada. 2006. Disponível em:
<http://www.adorocinema.com/filmes/filme-61590/>. Acesso em: 24 de novembro
de 2012.
MACIEL, Luís Otávio. Peirce e a semiótica. Site Paradigmas, 2012. Disponível
em: <http://www.paradigmas.com.br/parad12/p12.5.htm. Acesso em: 24 de
novembro de 2012.
SCHIAVENIN, Cris. Semiótica: estudo dos signos. 2010. Disponível em:
<http://chocoladesign.com/semiotica-estudo-dos-signos>. Acesso em: 24 de
novembro de 2012.
Semiótica Peirceana. 2012. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/54028101/semiotica-peirceana>. Acesso em: 24 de
novembro de 2012.